Revista Café com Pão - Edição 1

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ÃO • I Ç •• B U TA RI UI S T AT DI • GR ••

revista

casa, comida, família e mineiridades

ano 1 • n.1 • ago/set. de 2020

Vai um cafezinho aí? As curiosidades sobre o café e, claro, dicas de como preparar uma boa e fumegante xícara da bebida

PETS E TAL

JARDINAGEM

Pensando em ter cachorro? Esclareça suas dúvidas

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Confira nossa seleção de lindos vasos pendentes 1

HAPPY HOUR 16

A expert Miriam Aguiar dá dicas de harmonização

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EDITORIAL

Seja bem-vindo: a casa é sua! Eu tenho certeza de que a casa em que você morava antes da pandemia não é a mesma em que você mora agora. Mesmo que você não tenha se mudado, que na sua casa ainda vivam as mesmas pessoas, que os móveis sejam os de sempre e continuem exatamente onde sempre estiveram, que suas paredes e louças sejam velhas conhecidas, mesmo assim, está tudo diferente, eu sei. Ficar em casa se tornou uma obrigação. Estar em casa, contudo, tomou novas formas e demandou movimentos em torno daquilo que antes era cotidiano e, por muitas vezes, pouco notado. Hábitos novos surgiram, reavaliações foram feitas e, com isso, ressignificamos nosso lar e nossos olhares e sentimentos por tudo aquilo que nos cerca em casa. A revista Café com Pão chega neste momento, pedindo licença para participar da sua casa e da sua família. A partir de agora, de dois em dois meses você pode vir buscá-la na sua padaria predileta, gratuitamente. Vamos juntos celebrar o dia a dia, os detalhes simples do cotidiano, as relações familiares e a nossa casa como lar, morada e lugar de acolhida. Seja bem-vindo também à nossa casa-revista! Sinta-se à vontade para nos escrever e contribuir com o nosso projeto. Será um prazer ter você conosco. Estas páginas são suas também, porque foram feitas pensando em você. Vamos juntos? Um abraço carinhoso,

Carolina Lentz Café com Pão® é uma publicação bimestral desenvolvida pela Gíria Design e Comunicação, de Belo Horizonte, Minas Gerais. Editora responsável: Carolina Lentz. Distribuição gratuita e dirigida, em padarias selecionadas de Belo Horizonte. Para anunciar, opinar, apoiar ou contribuir, entre em contato conosco: cafecompao@giria.com.br • (31) 3222-1829. © Gíria Design e Comunicação 2020. Todos os direitos reservados.

A Amipão caminha junto da sua padaria! A Amipão é uma entidade composta pelo Sindicato das Indústrias de Panificação do Estado de Minas Gerais e pela Associação Mineira da Indústria de Panificação. Nossa missão é promover o desenvolvimento e a transformação da indústria mineira de panificação, com inovação e excelência, através de uma sólida parceria que estabelecemos com nossos associados. Quer saber mais sobre a Amipão? Acesse nossas redes e canais e fique por dentro de todas as nossas ações e do nosso trabalho.

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DECORAÇÃO

Dicas para uma decoração

afetiva POR LAVÍNIA RESENDE* Uma casa que transmite sentimentos. Se eu tivesse que definir a decoração afetiva em uma frase, seria essa. Mas falando de uma forma mais ampla, você sabe o que é esse conceito? Podemos dizer que se trata de um lar cheio de histórias para contar e que a personalidade dos seus moradores é refletida no ambiente. É uma decoração orgânica, elaborada aos poucos, e que, justamente por isso, está sempre em construção. Porta retratos com imagens da família e dos amigos, coleções de objetos, móveis herdados de gerações, brinquedos da infância, uma muda de planta ganhada do vizinho, itens trazidos de viagens – e que nem precisam ser para o outro lado do oceano! Uma florzinha encontrada num passeio ali pertinho, num fim de semana, pode secar e virar um quadrinho lindo! Já vi quadros formados com várias tampinhas de garrafa, assim como rolhas que lembram boas noites de vinhos... Ah! Não posso esquecer das flores naturais! Tenho verdadeira paixão por elas. O perfume e o colorido que elas trazem são indiscutíveis no quesito deixar a casa mais acolhedora. Durante a vida, vivenciamos boas experiências e sensações que nos marcam, seja pela cor, pelo cheiro, pela forma ou pela música, até por texturas. E assim, acabam fazendo parte da nossa memória. E tudo isso, no ambiente em que passamos boa parte do tempo, nos faz ter uma sensação de pertencimento, de acolhida. Cuidar da plantinha que seu vizinho te deu vai render momentos de calmaria, assim como passar por uma foto cheia de amigos vai te dar um quentinho no coração.

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Alguém disse certa vez que uma casa precisa ter ambientes que te façam sorrir e é isso! É se reencontrar nas memórias do que foi vivido e com quem se viveu, é aquele calorzinho da saudade com

*Lavínia é professora de Língua Portuguesa e apaixonada por decoração e mesa posta. É criadora do De Mudança, conta no Instagram recheada de dicas sobre o assunto. Segue lá: @de_mudança_

gostinho de quero mais! Porque ninguém merece casa com cara de showroom, né?! Aqui em casa tem afeto por todo lado! Olhe ao seu redor! Tem afeto por aí também?

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EM FAMÍLIA

Filho ideal, filho real POR FLÁVIA BARROS FIALHO* Que filho autorizamos nascer e crescer? Certa vez me fizeram essa pergunta que recebi com estranhamento e desconforto, talvez por prever que minhas pretensões estavam prestes a ruir. Antes mesmo que pudesse tecer qualquer consideração, veio outra indagação: o filho ideal ou o filho real? Emergiram em minha mente todas as dores gestadas na maternidade idealizada e romantizada, esculpida na tola ideia da perfeição da qual me fizera refém e que havia prescrito a minha solidão. Iniciava ali, naquela inesperada e despretensiosa conversa de domingo, um profundo e libertador luto interno. Era preciso cessar, deixar morrer um sistema de crenças e valores, alimentado por contínuos processos de idealização, para fazer brotar a aceitação. Hoje, bem sei que a aceitação é terapia curativa e nos mantém emocional e mentalmente alinhados com a realidade na condição de aprendizes, humanamente imperfeitos, falhos e comuns. Longo e libertador tem sido o percurso para aceitar e tratar-me com bondade, comprometida apenas em fazer o meu melhor e fazer somente o possível. Simples e complexo o caminho que, amorosamente, me comprometo a construir para acolher e deixar crescer meus filhos, aprendizes imperfeitos, falíveis e comuns, como eu. Precisei aprender a me despir de expectativas, exigências e da sobrecarga gerada pela obrigação de ser mãe e ter filhos perfeitos. Grande farsa essa ideia de perfeição que sobrecarrega nossos filhos com tolas exigências e cobranças geradas pelas nossas mais ambiciosas e talvez egoístas expectativas. Filhos tensos, exaustos e ressentidos que escolhem se afastar para se protegerem, sobreviverem a nós, talvez. A experiência da aceitação estabelece uma sólida base para um relacionamento mais sincero e honesto, que autoriza cada filho a crescer na sua singularidade, a seu modo único e próprio, com a convicção serena de que tem valor. Não existem certezas e garantias no percurso da relação com os filhos, mas fico imaginando e me deliciando com o prazer de subtrair da vida a minha ânsia por notas, troféus, acertos, diplomas rentáveis e destaques nos esportes e nas artes. Subtrair expectativas, cessar a busca pelo extraordinário, ousar sem medo de falhar, minimizar o peso da culpa que assombra e tira o tempo do abraço, do encontro e da contemplação. Ficar com o essencial, com o que é o suficiente. E estarmos juntos nesta vida tão valiosa com potencial para ser engrandecida com a aceitação incondicional e vínculos autênticos é o suficiente. Aquela conversa de domingo estendeu-se por longos anos da minha vida, as palavras ainda me tocam e por vezes me surpreendem quando me deparo com minhas contradições. Mas, acolho e recomeço sempre que me vejo visitada pelas velhas crenças perfeccionistas. Elas ainda me habitam, fazem parte de mim e isso sempre me faz lembrar que sou aprendiz e está tudo bem. Selamos o encontro com um abraço traduzido na esperança que *Flávia é psicóloga, me convidava para um fluxo de leveza, simplicidade e compaixão. As últimas psicoterapeuta cognitiva e orientadora profissional. palavras? Vou te contar: Filha, aceita e deixa o futuro ser! {} REVISTA CAFÉ COM PÃO • AGO. SET. 2020

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CAFÉ DA MANHÃ

Bolo de mel com nozes DO QUE PRECISA? • 2 ovos • 4 colheres (sopa) de manteiga • 1 xícara (chá) de mel Santa Bárbara • 2 xícaras (chá) de farinha de trigo • 1/2 xícara (chá) de leite • 1 colher (sopa) de fermento químico em pó • 1/2 colher (chá) de bicarbonato de sódio • 1 xícara (chá) de nozes picadas COMO É QUE FAZ? Bata na batedeira os ovos com a manteiga e o mel. Adicione alternadamente os secos e o leite, batendo na velocidade mínima. Pare de bater e misture as nozes. Coloque em uma assadeira de fundo falso com 30 x 20 cm untada. Leve ao forno, preaquecido, em temperatura média (170 ºC a 190 ºC), por 45 minutos ou até dourar. Deixe esfriar para desenformar.

Se quiser incrementar seu bolo, cubra-o com um brigadeiro ou uma ganache simples de chocolate meio-amargo e decore com algumas nozes

O melhor café do Brasil

combina com o melhor lugar do mundo: a sua casa.

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ALMOÇO

Peito de frango com queijo coalho ao molho funghi DO QUE PRECISA? Para o frango: • 1 kg. de Filé de Peito Maturado RIVELLI • 3 dentes de alho amassados • 300 g. de queijo coalho • Sal e pimenta do reino a gosto

do e triturado e o creme de leite fresco. Cubra o frango com o molho no refratário. Adicione queijo parmesão por cima e leve ao forno médio por aproximadamente 25 minutos.

Para o molho funghi: • 2 colheres (sopa) de manteiga • 1 cebola picada • 70g. de funghi desidratado • 500 ml. de creme de leite fresco • Queijo parmesão a gosto COMO É QUE FAZ? Tempere o frango e corte internamente com uma faca. Insira o queijo coalho no corte. Grelhe o frango em todos os lados em uma panela com azeite e reserve em um refratário. Hidrate o funghi em caldo de legumes quente por 15 minutos. Em seguida triture o funghi ou pique em pequenos pedaços. Adicione manteiga a uma panela e a cebola até dourar. Acrescente o funghi hidrata-

Este prato fica ótimo acompanhando de arroz branco ou uma massa salteada na manteiga com ervas! Receita de Renato Pacheco (@renatopacheco)

JANTAR

Massa ao bolonhesa de quinoa (vegetariano) DO QUE PRECISA? Para o molho: • 2 dentes de alho picados bem pequenininhos • ½ cebola amarela cortada em cubinhos • 3 tomates italianos ou andrea cortados em cubinhos • Sal • Páprica defumada • Azeite • ½ xicara de quinoa (pode ser qualquer uma mas prefiro o mix tricolor)

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COMO É QUE FAZ? Em uma panela com água e meia colher de chá de sal coloque a quinoa para ferver até que os grãos se abram. Eles crescem e praticamente dobram de tamanho: fique atento para que ela não cozinhe demais e vire uma papa. Após cozidas, mas ainda com o interior levemente branco, escorra a água em uma peneirinha e reserve. Em outra panela, coloque duas colheres de sopa de azeite e ali refogue o alho até começar a dourar. Acrescente a cebola, uma pitada de sal e continue refogando até que a cebola esteja trans-

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parente. Acrescente os tomates e meia colher de chá de páprica defumada. Refogue bastante até os tomates dissolverem e, se preciso for, acrescente um pouco de água. Quando o molho estiver bem grosso, acrescente a quinoa reservada, incorporando ao molho. Prove e ajuste o sal, e, se quiser, acrescente ervas, que dão um toque especial ao sabor do molho. Tanto o tomilho, manjericão quanto a cebolinha combinam super bem. Agora, cozinhe sua massa predileta e cubra com o molho. Outras sugestões de uso: fica ótimo com abobrinha ou berinjela grelhada e também acompanha super bem aquele pão italiano. Receita enviada por Fabrícia Melillo, da Limão Kafir (comida saudável, vegana/vegetariana) @limao.kafir

Marmitas veganas e vegetarianas Menu variado, alterado toda semana Ingredientes orgânicos e selecionados Todos os pratos com valor fixo de R$ 20,


PETS E TAL

NOVO MEMBRO NA FAMÍLIA! A decisão de se ter um cachorro certamente afeta toda a família e a logística da casa e, por isso, deve ser tomada com consciência e atenção. A dra. Andressa De Marco, médica veterinária, esclarece aqui algumas questões importantes que devem ser levadas em consideração na hora de se levar para casa aquele que será, certamente, motivo de muita alegria e amor.

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O que deve ser levado em consideração na hora de adotar ou comprar um cachorro? Ao adotar ou comprar um cachorro, deve se levar em consideração principalmente o motivo. O animal será para convívio com adultos e/ou crianças? Para acompanhar em atividades de lazer, atividades de esporte? Depois, deve se colocar em pauta a questão financeira. Ter um animal de estimação é ter um membro da família e não um objeto, e isso gera custos. Um animal doméstico precisa de mínimas condições para ter qualidade de vida. Além da alimentação, é preciso vacinar, levar ao médico veterinário e também é necessário disponibilidade de tempo para que sejam feitos os mínimos cuidados. Um ponto a ser considerado também é o local em que esse animalzinho ficará. Será casa, com espaço para se gastar energia ou um apartamento? Independentemente do ambiente em que o bichinho ficará, é importante saber que o dono precisará de tempo para passear, brincar, cuidar e proporcionar a melhor qualidade possível para o novo amigo. É preciso sempre levar os cães para de passear na rua, mesmo aqueles que moram em casas com quintais? Os cães, assim como os seres humanos, podem se cansar, física e emocionalmente. Os cães devem ser submetidos a locais com diferentes cheiros para estimular o olfato, afinal eles são excelentes caçadores e possuem a necessidade de explorar o ambiente. Pense comigo: você viveria confinado no quintal da sua casa sempre com as mesmas pessoas, os mesmos objetos, as mesmas comidas e os mesmos cheiros? É uma necessidade emocional a questão da exploração ambiental para os cães. Morar em casas com quintais pode ajudar a gastar a energia física e mesmo assim, com a convivência diária, o que antes era motivo para correr pode passar a ser algo que não desperte a atenção do seu amigo e que ele passe o tempo todo deitado, o que, no futuro, pode desencadear sérias doenças. Existem raças mais ou menos recomendadas para a convivência com crianças? Algumas raças são menos indicadas para conviverem com crianças por ofereceram perigo para elas; outras são menos indicadas porque as crianças podem oferecer perigo ao animal. Raças de grande porte com instinto de guarda, por exemplo, podem conviver perfeitamente com crianças desde que a família saiba trabalhar bem a energia desses cães e principalmente a maneira como a criança irá se comportar com o cão (normalmente um profissional em comportamento canino é a pessoa indicada para ensinar como realizar essa convivência). Um rotweiller ou pitbull pode perfeitamente conviver com uma criança, desde que esteja com sua energia equilibrada, mas antes e acima de tudo, a criança tem que saber respeitar os animais. Em contrapartida, um poodle pode oferecer perigo a uma criança se

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PETS E TAL

também não estiver com sua energia equilibrada. A diferença é a proporção, caso aconteça algum acidente. Uma criança também pode oferecer perigo aos cães. Raças pequenas e miniaturas sofrem constantes quedas com sérias fraturas e em alguns casos morte quando uma criança possui o hábito de carregar no colo. As crianças também possuem o hábito de fornecer o que estão comendo para os cães, mas alguns alimentos podem ser letais. Não existe a melhor raça para criança, existe um cão com energia equilibrada, em uma família que lhe proporcione o mínimo de qualidade de vida e principalmente que ensine a criança a respeitar os animais.

pode trazer muitas complicações e até mesmo levar um cão à morte. Abacate: possui uma toxina persina, que pode causar desarranjo intestinal. Uva passas e uva: apenas 6 uvas podem causar insuficiência renal aguda nos cães. Macadâmia: sabe-se que, em alguns casos, pode causar lesão muscular e até paralisia. Alho e cebola: devem passar longe da dieta dos cães, sejam cru ou cozidos podem causar anemia severa e alterar a imunidade dos cães. Leite: os cães não conseguem digerir a lactose, podem ter problemas digestivos sérios. Ossos: ao contrário do que muitas pessoas acham, os ossos são proibidos na dieta dos cães. Eles podem causar engasgos, obstruir passagem de ar e ferir o sistema digestivo. Já atendi muitos cães que infelizmente vieram ao óbito por asfixia causada por ossos comestíveis de brinquedo vendidos no mercado. Caqui, pêssego e ameixa (frutas com semente): o risco está nas sementes das frutas que podem causar inflamações e obstruções no intestino delgado. Dentre os alimentos permitidos, porém com monitoramento, podemos citar: Cenouras e maçãs: em pedaços pequenos para evitar engasgo. Mirtilos: possuem baixa caloria e são excelentes antioxidantes. Melancia: desde que não contenha cascas e sementes. Banana, abacaxi, laranja e morango: cuidado somente com excesso de açúcar na dieta. Os cães precisam sempre ter uma dieta equilibrada, não existe nada que pode ser fornecido à vontade sem limitar quantidade e analisar todos os outros componentes alimentares.

Quais são os alimentos proibidos para cachorros e por quê? Existe algum alimento fora a ração que faça bem para o cão? O que pode ser dado sem medo? Entre os alimentos não recomendados, podemos citar alguns, tais como: Chocolate: os chocolates possuem uma toxina chamada teobromina. Uma pequena dose

Quais as recomendações para quem já tem um cachorro e quer outro? O mais indicado é que se tenha sempre mais de um cão em casa. É da natureza do cão viver em bando e isso já facilita muito todo o contexto e convivência. Quando já se tem um cão mais velho e que normalmente é antissocial o melhor é perguntar

Dra. Andressa De Marco: “é da natureza do cão viver em bando. Se puder, tenha mais de um em casa”.

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para o médico veterinário para que o mesmo avalie os pontos positivos e negativos para esse cãozinho. Muitas vezes, os pontos positivos em adquirir um novo amigo se sobressaem. A diferença de idade deverá ser a mínima possível. Mas caso não seja, já vi muitos casos em que alguns tutores me relatam que a chegada de um novo membro devolveu alegria, melhorou comportamento e trouxe mais vida para o cão que já existia. Assim como nós, os cães precisam e gostam de estar entre eles mesmos. Quando isso não acontece é por um erro nosso na maioria das vezes em super proteger ou deixar cada vez mais o amigo antissocial e acharmos que somente nós somos suficientes para eles. No quesito gênero, normalmente sexos opostos são mais aceitos desde o princípio e passíveis de menos adaptação. O que deve se atentar principalmente é para o comportamento do seu cão e do novo membro, um tem que aceitar ser dominado. Dois dominantes normalmente não

dão certo, por isso a questão de sexos opostos facilita essa convivência e normalmente a torna bem harmoniosa. {}

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HOME OFFICE

Novos tempos, novo negócio Rede atacadista de produtos naturais lança franquias a baixo custo e ótima rentabilidade, sem necessidade de loja física Ter o próprio negócio sempre foi o sonho de muita gente. Ser o próprio chefe e ainda trabalhar de casa, sem custo com aluguel, melhor ainda. E se toda a estrutura do novo negócio já viesse pronta, com baixo custo de aquisição e para trabalhar com produtos cujo consumo tem crescido exponencialmente nos últimos anos? Pois acredite: essa possibilidade já existe e foi criada por uma empresa mineira. A Castanhas Prime, uma das maiores atacadistas de produtos naturais de Minas Gerais, é quem apresenta esse novo modelo descomplicado e acessível de franquias, a Primers. Segundo Fillipe Félix, fundador da empresa, a experiência bem sucedida com a venda de bons produtos inspirou a mudança do modelo de negócios. “Começamos nossa trajetória em 2014, vendendo castanhas especiais do Maranhão de porta em porta para pequenos comércios de Belo Horizonte. Com o tempo, agregamos novos produtos e descobrimos a maneira certa de vender. Erramos, acertamos e aprendemos. A partir daí, conseguimos modular uma forma correta de trabalhar. Foi aí que nasceu a ideia de vender franquias a um preço acessível, que permite que pessoas comuns tenham o próprio negócio”, comenta. MERCADO EM ASCENSÃO O consumo de produtos naturais, como castanhas, frutas secas e outros, tem crescido no Brasil nos últimos anos. De acordo com um estudo da agência de pesquisa Euromonitor, o consumo de alimentos saudáveis cresceu 98% entre 2009 e 2014 no Brasil. Além disso, o setor movimenta US$ 35 bilhões por ano no país, sendo o quarto maior mercado do mundo. QUALIDADE COM PREÇO JUSTO Quem consome cotidianamente produtos naturais, já tem uma preocupação inerente e atenção maior com a qualidade. Além do sabor, a busca pelos benefícios de castanhas, cacau, frutas secas e outros produtos similares para a saúde é o que leva o público a consumi-los e a inseri-los na alimentação do dia a dia. “Nossas castanhas têm torra especial, em forno a lenha e primamos essencialmente pela qualidade em todo o nosso mix. Tudo de primeira linha, com os preços mais competitivos do mercado. Esses dois fatores, juntos, são o grande diferencial do sucesso do nosso negócio”, enfatiza Fillipe. FRANQUIA DE BAIXO CUSTO A possibilidade de se montar um negócio completo, com toda a estrutura e estoque inicial com menos de R$10 mil é o maior diferencial da

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SÓ OFERECEMOS PRODUTOS DE PRIMEIRA LINHA A NOSSOS FRANQUEADOS COM OS PREÇOS MAIS COMPETITIVOS DO MERCADO. ESSES DOIS FATORES, JUNTOS, SÃO

Primers. Em tempos de pandemia, que levou muitas pessoas a mudarem de direção profissional, a ideia de se ter um negócio em casa, imediatamente ativo e com baixo investimento é bastante atrativa. “Os nossos produtos vêm direto dos produtores no Nordeste. Ou seja, não trabalhamos com atravessadores. É esse o segredo dos preços imbatíveis que oferecemos aos nossos franqueados e também os ótimos preços que são repassados ao consumidor final. Isso torna o giro do negócio fácil e rentável”, ressalta Fillipe Félix. “Os bons preços também permitem que sacolões, padarias e outros estabelecimentos adquiram produtos dos franqueados”, acrescenta.

O GRANDE DIFERENCIAL DO SUCESSO DO

Para ser um franqueado Primers:

NOSSO NEGÓCIO.

Quanto custa?

O investimento é de R$ 9.990,00.

O que está incluso no investimento?

O valor de R$ 5.000,00 em estoque, material gráfico, mentorias exclusivas, pacote de artes para redes sociais, landing page exclusiva, acesso à Universidade Primers (capacitação permanente), sistema de gestão de franquia e totem mobile.

Fillipe Félix, fundador da Primers

Quais os requisitos para ser um franqueado?

É necessário possuir um CNPJ e inscrição estadual válidos, remeter ficha cadastral e documentos solicitados.

Quais os produtos da linha?

A linha de produtos é composta por mais de 50 itens, entre eles: castanhas de caju e do Pará, amêndoas, nozes, mix de nuts, sal rosa do Himalaia, damascos, ameixas, tâmaras (estes com ou sem cacau), farinhas e sementes diversas, café orgânico 100% arábica, encapsulados de emagrecimento, cabelo e maca peruana, dentre outros.

(31) 99619-8919 (ou chame pelo QR Code ao lado)

Para saber mais sobre a franquia Primers

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JARDINAGEM

Cachepôs

PEN DEN TES Sabe aquele toque especial que está faltando em qualquer cantinho da sua casa? Um ganchinho no teto ou na parede, um belo hanger e uma planta pendente irão resolver o problema! Confira só essa seleção linda de opções diversas que irão transformar seu ambiente com leveza e muito bom gosto.

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Cachepô em cimento branco, da Mart. Por R$ 51,99, em petz.com.br

Vaso suspenso Umbra Por R$ 199,00 em camicado.com.br

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Vaso pendente de raposa Por R$ 59,90 em leroymerlin.com.br

Vaso de parede em plástico biodegradável Por R$ 75,00 em casaz.com.br

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CAPA

MINAS e CAFÉ, uma tradição de 300 anos Estado celebra aniversário histórico como maior produtor do fruto no Brasil. Conheça algumas curiosidades da bebida POR CRISTIANA ANDRADE No ano em que Minas Gerais celebra seus 300 anos, é impossível não falar de café: somos os maiores produtores do fruto no Brasil – mais de 600 dos 853 municípios têm a cafeicultura como principal atividade econômica –, o que representa uma força poderosa: “O estado responde por metade da produção brasileira, e cerca de 20% do total mundial”, diz o vice-presidente do Sistema Faemg, e presidente das comissões Estadual e Nacional de Cafeicultura, Breno Mesquita.

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Saídos de lavouras presentes em quase todas as regiões do estado, os cafés mineiros são saboreados, principalmente, por japoneses, norte-americanos e alemães, nossos principais compradores estrangeiros. E na nossa mesa ele não pode faltar para acompanhar o pão de queijo, a broinha de fubá, nossos queijos maravilhosos, o biscoitinho de nata e tantos outros quitutes que fazemos tão bem!

Origens

As origens do café são africanas, especialmente na Etiópia, onde, reza a lenda, os frutos vermelhos teriam sido descobertos por um pastor de cabras que notou que os animais ficavam mais ativos após comerem frutinhas de determinada árvore. Após experimentá-las, o homem confirmou o poder estimulante da tal frutinha. Nome da semente do cafeeiro, o café teria começado a ser difundido a partir do Egito e da Europa, desde o século XVI. No Brasil, ele aportou no início dos anos 1700, segundo registros históricos. De acordo com o Centro do Comércio de Café do Estado de Minas Gerais (CCCMG) – instituição sem fins lucrativos criada em 1980, em Varginha, Sul de Minas, e que reúne vários atores do setor cafeeiro –, o café chegou ao estado nos idos de 1707, mais precisamente na Zona da Mata, por meio dos tropeiros que viajavam pelo Caminho Novo fazendo o transporte de ouro. Mais tarde, Minas dividiu com São Paulo a forte produção do fruto. De acordo com a engenheira de alimentos com especialização em cafés, Eliana Relvas, “é importante lembrar que o café sempre teve importância econômica e cultural no Brasil. Muitos

barões do café foram os patrocinadores da Semana de Arte Moderna e uma forma de visualizarmos a importância do café para o país está numa visita ao Museu do Café, em Santos (SP)”, conta.

Qual café escolher?

Histórias à parte, quem gosta de um bom cafezinho, gosta mesmo. Do bule simples do fogão a lenha, passando pelas modernas cápsulas que ofertam vários tipos de sabores e, atualmente em alta com a volta às origens – quando seus grãos são moídos na hora para que seu sabor aflore ainda mais –, a bebida é item essencial na rotina de muitas pessoas. Seja para começar o dia acompanhado de um pãozinho e para ter a sensação de ‘estou conectado’, seja para fechar um bom negócio on-line em tempos de pandemia ou para dar um gostinho na boca, após as refeições. Entre as muitas espécies dos cafeeiros, três se destacam: Coffea arábica - suas variedades mais comuns são Bourbon e Typica, que deram origem a outros cultivares, como a Caturra, no Brasil e na Colômbia; Mundo Novo, no Brasil, entre outras. E dessas, ainda se originaram outras, como a Catuaí, um híbrido de Caturra e Mundo Novo. Os maiores produtores de arábica por aqui são Minas e São Paulo; Coffea canephora – sua variedade mais comum é a Robusta, sendo cultivada em algumas regiões do Brasil, principalmente no Espírito Santo, Bahia e Rondônia, onde é chamada Conilon; e também na África e na Ásia; Coffea liberica – sua variedade é a Dewevrei, conhecida também como Excelsa. Nativa da África e ainda pouco consumida.

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CAPA

E qual diferença entre elas na hora de comprar o seu café no supermercado? Bom, o arábica é o café que boa parte das pessoas consome no dia a dia, devido às suas muitas variedades e também ao seu aroma e sabor. Já o canéfora é mais valorizado para compor blends (misturas) e para a produção dos cafés instantâneos, com aceitação nos mercados do exterior, onde o consumo do café solúvel é bem expressivo. No Brasil, encontramos cafés de consumo diário que têm em sua composição 70% (arábica) e 30% (canéfora).

As várias formas de degustação

Em Minas, o café é geralmente servido puro ou com sua cara metade, o leite, uma dupla pra lá de imbatível; em São Paulo, é muito pedido nas padarias como ‘média‘ ou ‘cortado’. No Rio e em outras localidades, ganhou o nome de ‘carioca’, que nada mais é do que o cafezinho brasileiro que conhecemos – servido na medida de um ou dois bons goles no copo de vidro ou numa xícara branca pequena. Quando muito fraco, ganha o apelido de chafé ou água de barrela, no sul do Brasil. E por aí se vão muitos outros causos do cafezinho. E neste universo cheio de cafeína há uma infinidade de curiosidades e dicas para quem gosta de uma boa xícara de café. A primeira delas é sobre com preparar um bom café em casa; na sequência, qual coador usar – de pano ou papel? Será que isso influencia no sabor final? Anota aí:

Preparando um bom café em casa

O primeiro passo para fazer um bom café em casa é adequar a quantidade de pó e água. A recomendação de Eliana Relvas é de 80g. a 100g. de pó para cada litro de água. Depois, escolha a água que vai usar. “Preferencialmente, use a mineral ou filtrada. Evite a água com cloro e use-a na temperatura correta para coar o café. Não ferva a água. O ideal é chegar até o início da fervura”, ensina. Escalde a garrafa É verdade que devemos passar água quente na garrafa antes de coar o café. “Para quem gosta de café bem quente, é necessário escaldar tudo: garrafa, xicaras e todos os utensílios antes do preparo. Assim, a temperatura da bebida fica preservada por mais tempo”, diz a consultora Eliana Relvas. REVISTA CAFÉ COM PÃO • AGO. SET. 2020

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Coador de papel ou de pano? Sim, faz diferença utilizar um ou outro, segundo a especialista e consultora em cafés, Eliana Relvas. “O coador de pano tem uma trama mais aberta que permite a passagem de componentes que dão corpo ao café, enquanto o filtro retém essas substâncias e deixa a bebida mais translúcida. Os dois são bons, mas o coador de pano precisa ser higienizado e depois de um tempo deve ser trocado. O filtro é descartável e mais simples de usar”, diz. E você, prefere usar o tradicional de pano que sua avó tinha ou o de papel? E como melhor guardar o seu café? Guarde dentro da embalagem, num pote exclusivo para o café. Segundo Eliana, o ideal é consumi-lo entre 15 dias e um mês. “Eu prefiro guardar na geladeira ou no freezer, quanto mais baixa a temperatura, maior a preservação dos aromas, mas tem gente que guarda no armário. O café não estraga, pois não tem muita atividade de água”, ensina.

Experimente um cafezinho...

No brigadeiro - Acrescente ao preparo básico uma xícara de café forte já preparado ou uma colher de chá de café solúvel. Prontinho: do básico ao inusitado com apenas um ingrediente a mais. Em um molho para carnes - Junte cebolas refogadas no azeite e sal, caramelizadas com uma colher de chá de açúcar mascavo a 300 ml de café forte coado, e uma colher de sopa de amido de milho dissolvido em 50 ml de água. Daí surgirá um molho especialíssimo, que acompanha muito bem grelhados, por exemplo. Com queijo Minas e mel - Essa mistura cria sensações surpreendentes no paladar. Vale provar com o café puro, sem açúcar. Na caipirinha - Experimente acrescentar uma dose de café em temperatura ambiente (mesma medida da cachaça) à caipirinha e se surpreenda com o sabor! Se quiser, acrescente grãos de café para dar aquele toque ainda mais especial à bebida. Na suco de frutas ácidas - Acrescente uma xícara de café expresso para cada 500ml de sucos já preparados de maracujá, laranja ou limão. Se quiser caprichar, acrescente rodelas da fruta e um pouco de chantilly e algumas folhinhas de hortelã. O resultado é uma bebida refrescante e com sabor único e delicioso. {}

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SALA DE JANTAR

Se tem queijo, tem cura Experiência Só Queijo Cura, dos irmãos Denise e Eduardo Girão, levam o melhor da cultura queijeira de Minas para dentro da sua casa Quem é apaixonado por queijos muito provavelmente já conhece o trabalho do jornalista gastronômico Eduardo Girão, tido por muitos como o papa do assunto aqui em Minas. Nos últimos anos, uma série de seus projetos ao lado da irmã, Denise, tem levado o maravilhoso mundo dos queijos aos amantes da iguaria de uma maneira única, através de verdadeiras viagens gastronômicas. Com a chegada da pandemia, as degustações guiadas e outros eventos presenciais precisaram ser interrompidos e, com isso, surgiram preocupações em relação aos pequenos produtores de queijo, que são, em maioria, fornecedores dos eventos dos irmãos Girão. Neste cenário, surgiu a Experiência Só Queijo Cura, que pretende levar para a casa das pessoas o projeto de sucesso que os irmãos Girão criaram no ano passado, em parceria com a Cervejaria Viela. “A Experiência Só Queijo Cura tem sido uma opção muito interessante neste momento, não apenas pela qualidade, mas também porque representa um propósito importante. Durante a pandemia, com este formato, estamos possibilitando não apenas o nosso trabalho, mas também a sobrevivência da cultura queijeira e o trabalho de dezenas de produtores de queijo”, comenta Denise.

As próximas Experiências Só Queijo Cura acontecem em 20/08 e 03/09

Fazem parte Experiência Só Queijo Cura uma seleção de três peças de queijos artesanais mineiros, um vinho e uma surpresa mineira, e um evento on-line com Eduardo Girão. “Na Experiência fazemos uma curadoria criteriosa, para que os participantes recebam produtos diferenciados. O evento consiste numa degustação comentada e muitas vezes conseguimos até a participação de alguns dos produtores. É sempre um encontro muito enriquecedor e agradável!”, diz Denise. {}

Experiência Só Queijo Cura

Quando? As próximas acontecem em 20/08 e 03/09. Quanto? R$ 230,00, incluindo entrega para BH. Como adquirir? Pelo WhatsApp: (31) 98738-7403. REVISTA CAFÉ COM PÃO • AGO. SET. 2020

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Alegria, alegria,

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HAPPY HOUR

HARMONIZAÇÃO sem segredos POR MÍRIAM AGUIAR* Sempre é tempo para exercitar a arte de harmonizar vinhos e pratos e tornar a companhia desses elementos por si só reveladora e memorável. Não vou dizer que a prática da harmonização seja algo difícil, algumas regras básicas já ajudam bastante e não são complexas: pelo contrário, basta um pouco de sensatez para entendê-las e aplicá-las regularmente. No entanto, harmonizar com maestria, tornando o encontro entre prato e vinho algo provocador de sensações deliciosas, já não é algo tão fácil e que acontece a todo momento. Normalmente, irá exigir, além de experiência na arte de harmonizar, um conhecimento mais minucioso dos vinhos e pratos disponíveis para serem compatibilizados. Penso que é preciso trabalhar duas dimensões importantes: equivalência e equilíbrio. Ser equivalente significa corresponder, ser proporcional ao outro em valores e, no caso do vinho e

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AFINAL, O OBJETIVO MAIOR DA PRÁTICA DA HARMONIZAÇÃO É FAZER COM QUE A INGESTÃO COMBINADA SEJA MELHOR DO QUE SEPARADA: O VINHO TORNANDO A COMIDA MELHOR E VICE -VERSA. do alimento, presume-se que haja correspondência entre alguns aspectos, como estrutura, aromaticidade e temperamentos. Equilíbrio, segundo uma das definições do Aurélio, quer dizer “igualdade das forças de dois corpos que obram um contra o outro” e nos fala mais de uma oposição entres valores, visando o balanceamento de certas características. Esse ajuste, no caso da gastronomia, irá atenuar uma característica muito relevante de um alimento ou de um vinho, equilibrando os sabores e fazendo com que a percepção do conjunto seja mais interessante do que isoladamente. Afinal, o objetivo maior da prática da harmonização é fazer com que a ingestão combinada seja melhor do que separada: o vinho tornando a comida melhor e vice-versa. Se o principal objetivo de uma harmonização é tornar a experiência de comer e beber mais rica, eu não posso ofuscar nem a presença da comida nem a da bebida e para isso eu tenho que tentar colocar em sintonia alguns elementos de um e de outro, de modo que ambos tenham relevância no ato gastronômico. Se eu tiver um mais evidente, eu diminuo o outro. Assim, a primeira regra é considerar o corpo ou o peso do vinho e o da comida. Se eu beber um vinho muito forte com um prato muito leve, eu não vou perceber a comida, bem como se eu comer um prato muito forte com um vinho levinho, ele passará imperceptível. O QUE DÁ PESO AO VINHO? E À COMIDA? No primeiro caso, é a própria cor do vinho – vinhos tintos tendem a ser mais fortes do que vinhos rosados, que tendem a ser mais fortes do que vinhos brancos, seguidos de espumantes. Mas não é só este aspecto – a graduação alcoólica, o tipo de uva, a tanicidade do vinho são elementos que dão mais estrutura à bebida. No caso da comida, são os ingredientes do prato que determinam seu corpo, mais a forma de preparação do prato, mais condimentos e elementos agregados. Assim, quando eu falo em carne de porco, pode me vir algo pesado à cabeça, como um leitão à pururuca, mas come-se também bifes de lombo grelhado, que podem ser muito semelhantes à carne branca magra, como um filé de peito de frango. É o caso também das massas, que dependem dos molhos para dar a direção do prato.

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HAPPY HOUR Daí temos a afirmação corriqueira de que “vinho branco se acompanha com peixe” – o que faz todo sentido, já que apresentam em boa parte das vezes pesos mais semelhantes. Mas atenção: não se pode generalizar! Sabemos que um sashimi, iguaria japonesa à base de peixes crus, fica muito bom com um espumante branco, bebida que também é leve e fresca. No entanto, se o objetivo é harmonizar um prato de peixe, como uma moqueca baiana, com molho rico e acrescido de outros ingredientes fortes e gordurosos, como leite de coco e azeite de dendê – podemos até acompanhá-la de vinho branco, mas certamente este precisará de mais estrutura, a serem conferidos pelo tipo de uva, pela passagem em madeira, pela potência alcoólica e, neste caso, há possibilidades também de harmonização com vinhos rosados e até tintos.

OUTRA SINTONIA INTERESSANTE, (...) É BUSCAR ALINHAR A CARACTERÍSTICA AROMÁTICA DO VINHO À DOS TEMPEROS E MOLHOS DO PRATO. Da mesma forma, é mais usual se harmonizar vinho tinto com carnes vermelhas, mas podem haver exceções e, certamente, há uma variação entre estruturas de vinhos tintos distintos e carnes vermelhas. Assim, o vinho que poderia acompanhar um filezinho à palito não deve ser o mesmo do leitão à pururuca. Outra sintonia interessante, advinda da tentativa de gerar equivalências é buscar alinhar a característica aromática do vinho à dos temperos e molhos do prato, como harmonizar pratos levemente picantes e vinhos ricos em especiarias. Se você for beber um vinho com alimentos mais doces, pensar na equivalência também é fundamental – para tal, temos até vinhos que são REVISTA CAFÉ COM PÃO • AGO. SET. 2020

chamados vinhos de sobremesa, que são vinhos bem doces para acompanharem as sobremesas. Por mais que isso possa parecer bizarro: colocar um vinho doce para acompanhar um prato que já é bastante doce – o fato é que a sobremesa tende a “aguar” o vinho e para que ele mantenha seu sabor vivo, presente, deverá acompanhar a concentração de açúcar da sobremesa. Falei de exemplos da harmonização por equivalência, mas nem sempre essa é a regra soberana: às vezes o equilíbrio se faz mais necessário ou a conjugação de ambos, pois além de pensar no peso equivalente, eu posso usar de certas características dos vinhos que vão tornar a percepção da comida mais agradável, atuando no ajuste dos elementos organolépticos. Na verdade, fazemos isso o tempo todo na cozinha para gerar um prato a partir de certos ingredientes, eu vou temperando – ajustando sabores e texturas para tornar a comida mais saborosa. De um limão, se faz uma limonada, não? Como? Equilibrando a acidez com o dulçor. Assim, que tal projetar isso para o caso do vinho e pensar que se um prato é muito ácido ou salgado, eu posso ajustar essa acidez com um vinho mais frutado? Daí decorrem célebres casamentos gastronômicos regionais, como o Lambrusco com presunto parma ou o queijo roquefort com o vinho licoroso Sauternes. Quando temos um prato gordo, de untuosidade mais líquida (molhos cremosos, por exemplo) ou sólida (gordura intrínseca), fica mais agradável ter um elemento de ajuste, e isso pode contar com a ajuda da acidez do vinho, dos taninos (vinhos tintos) e do fator desidratante do álcool. Se você abrir um vinho de guarda ainda tânico, não hesite em acompanhá-lo com uma carne com gordurinhas a mais, que ele logo ficará aveludado. Bem, isso é só o começo. Bora praticar? {}

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*Míriam é doutora em Comunicação e Cultura (USP) e pós-doutora em Sociologia Rural (UFRRJ/Cirad Montpellier). É colunista de vinhos do Jornal Monitor Mercantil, representante no Brasil da Cafa Wine School, de Bordeaux, e Professora de Enologia do Senac Rio. Para conhecer suas produções, acesse o Instagram @miriamaguiar.vinhos


Desde a cuidadosa colheita do fruto até a sua casa. Muito prazer. Somos o Jacarandá cafés especiais. Mais que uma planta, o café é cultura e tradição. Dessa tradição surgiu o Jacarandá cafés especiais, cujos frutos são cultivados a 1.150 m de altitude, na região do Campo das Vertentes, em uma atmosfera de cuidado e respeito. Um trabalho familiar e artesanal desde o plantio até o preparo. Toda essa dedicação para proporcionar à bebida uma experiência única de maravilhoso aroma e sabor inesquecível. Nós selecionamos os melhores grãos para você.

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