revista palco

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Na coreografia, Morgana se move com uma lanterna em cada mão de modo a criar nas fotografias o efeito light painting

O que se quer e borrar essa imagem cotidiana, rabiscar esses lugares com a nossa identidade. Outro elemento capaz de interferir no trabalho é o jogo de poder que se estabelece diariamente dentro e fora do Centro Cultural, seja vinculado à política, ao gênero ou à arte. A artista costuma refletir sobre machismo e empoderamento feminino e afirma ser impossível deixar isso de fora na hora de criar. Essa atitude combativa dá sinais em cada passo e declaração. “O que costuma me mover são questões que me afetam diretamente enquanto mulher negra, artista e moradora da zona leste de São Paulo”. Pulando de uma inspiração a outra, o corpo dela faz bailar as luzes e dá novas

travessias àquele espaço de sempre. “O que se quer é borrar essa imagem cotidiana, rabiscar esses lugares com a nossa identidade. Ser atravessada, mas também interferir no espaço dessas pessoas de alguma maneira”, encerra a artista.

Cobertura das apresentações em palco.art.br.


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