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PRIMÓRDIOS DO COMÉRCIO MARÍTIMO
Mais do que a porta de entrada para milhares de imigrantes, o porto de Itajai passou a ser observado com novos olhares em meados do século XIX. Foi quando as autoridades da Província se deram conta que o volume de operações colocava Itajaí como um dos mais importantes pontos de navegação para saída de produtos coloniais. O atracadouro seguro e protegido já era considerado um porto praticável e de localização estratégica. Foi quando Decisão Imperial de 1855 determinou a instalação de uma mesa de rendas em Itajaí e quatro anos depois a Assembléia Provincial elevou Itajaí à categoria de município. A atividade exercida pelo prático teve início ainda durante o Império, quando foi constatada a necessidade da orientação da entrada e saída de navios, para maior eficiência e segurança às operações. Porém, oficialmente, a atividade foi regulamentada na cidade apenas no ano de 1940. Também na segunda metade do século XIX a entrada de imigrantes por Itajaí era cinco vezes maior que por Desterro, atual capital catarinense. Com relação às cargas, a madeira já representava uma boa fatia das operações, seguida do comércio de produtos coloniais. Fato que forçou a abertura do porto de Itajaí ao comércio exterior, mais precisamente em 1869, com a elevação da Mesa de Rendas à categoria de Alfândega. Com o porto autorizado realizando operações de importação e exportação, as melhorias nas condições operacionais e a modernização das frotas foi crucial no momento em que era o eminente crescimento da atividade portuária. Foi um importante projeto que se concretizou. As smak deram lugar aos navios com propulsão a vapor, que faziam rotas para Blumenau, Desterro, Rio de Janeiro e também outros portos na costa brasileira. Tanto é que dez anos após sua implantação, a arrecadação da Alfândega era uma das mais expressivas do Sul. As rotas foram ampliadas e a cabotagem se estendeu também a portos como o de Buenos Aires e outros da América do Sul. Mas foi somente no século XX que o porto de Itajaí teve acesso à navegação de longo curso. Com o fim da segunda guerra mundial, alavancada pelas negociações internacionais, a economia de Itajaí e de todo o Vale se expandiram. As transações entre Brasil e Estados Unidos foram intensificadas e cargas que eram apenas movimentadas em Santos vieram para a cidade. Fato que também abriu novos e importantes nichos de mercado na região. Os vapores deram lugar aos navios com propulsão a base de derivados de petróleo, as linhas para outros destinos cresceram e Itajaí ganhou notoriedade no cenário de comércio exterior. A madeira continuava a grande vedete, mas outras cargas passaram a ocupar lugar de destaque. Os embarques de açúcar aumentaram, o crescimento da indústria da carne no estado impulsionou as exportações de congelados e no final do século XX surgiu o contêiner, que revolucionou totalmente o cenário urbano. As pilhas de madeira foram substituídas pelos cofres metálicos, os congelados que eram transportados nos porões refrigerados passaram a ser embalados em contêineres reefer e hoje o Complexo Portuário do Itajaí é o segundo do Brasil em exportação de contêineres.

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