Revista Portuária - Setembro 2021.

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Economia Negócios REVISTAPORTUÁRIA

Edição SETEMBRO/2021 / Ano XXIIII

R$ 50,00

A quem interessa a

privatização

do Porto de Itajaí? Foto: Alfa Bile

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EDITORIAL

ISSN - 1981 - 6170

ANO 24  EDIÇÃO SETEMBRO/2021 Editora Bittencourt Rua Anita Garibaldi, 425 | Centro | Itajaí Santa Catarina | CEP 88303-020 Fone: 47 3344.8600 Direção: Carlos Bittencourt carlos@bteditora.com.br | 47 9 8405.8777 Presidente do Conselho Editorial: Antonio Ayres dos Santos Júnior Diagramação: Solange Maria Pereira Alves (0005254/SC) solange@bteditora.com.br Capa: Foto: Alfa Bile Contato Comercial: Sônia Anversa - 47 9 8405.9681 carlos@bteditora.com.br Para assinar: Valor anual: R$ 600,00 A Revista Portuária não se responsabiliza por conceitos emitidos nos artigos assinados, que são de inteira responsabilidade de seus autores. www.revistaportuaria.com.br twitter: @rportuaria

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Porto de Itajaí: estratégico economicamente para Santa Catarina e o Brasil

O

s portos são entidades econômicas complexas e que têm grande importância no desenvolvimento nacional ou regional, devido à influência decisiva de aspectos relacionados à eficiência e a qualidade do serviço portuário. Mais do que isso, o porto é estratégico para o país, principalmente quando se fala em soberania nacional. Um aspecto decisivo na influência dos portos é a sua forma de gestão. Fica evidente que não há um modelo perfeito, que atenda aos diversos tipos de sociedade. Cada local deve definir, da forma mais democrática possível, o seu melhor modelo portuário, a partir de uma perspectiva mais democrática e comunitária. Uma eventual privatização do Porto de Itajaí não trará benefícios para a comunidade, os trabalhadores, administração municipal, empresas que operam no porto, enfim, para o desenvolvimento da região. Ao contrário, o mais provável é que haja aumento das tarifas portuárias, prejudicando, dessa forma, todos os que dependem do porto. Outra forte razão para uma contraposição à privatização do Porto de Itajaí, pretendida pelo governo federal, é o fato de que nos 10 principais portos do mundo o modelo de gestão e governança é público, sendo altamente competitivos e cumprindo um papel estratégico, inclusive com aproveitamento de espaços para outras operações comerciais, mas sem haver descaracterização da função precípua portuária. Cabe lembrar ainda que em vários países tem havido um processo de reestatização de diversas empresas de setores estratégicos, tais como energia, água, dentre outros, que tinham sido privatizados, em função de que diante do não cumprimento dos objetivos alegados para a privatização o poder público reassumiu o controle dessas empresas. Em síntese, privatizar o patrimônio público transferindo-o para a iniciativa privada não é sinônimo de boa gestão e governança, tampouco que a sociedade será beneficiada com melhor prestação de serviços. Ao contrário, a experiência brasileira tem mostrado que uma das questões fundamentais para a população, que é o preço das tarifas, aumenta muito após a privatização. Finalmente, conclui-se que o Brasil caminha na contramão do mundo, pois enquanto vários países preservam setores e empresas estratégicas sob controle estatal ou público, aqui o governo federal tenta privatizar a qualquer custo. Essa postura interdita um debate consistente acerca do papel das empresas estatais para o desenvolvimento brasileiro.


Sumário

Alfa Bile

8. CAPA. A quem interessa a privatização do Porto de Itajaí? 6. ENTREVISTA: Reforma Administrativa: 5 perguntas para Fernando Monteiro! 18. SC amplia a exportação de carnes e ultrapassa US$ 2 bilhões de faturamento em 2021 20. Marina Itajaí anuncia construção de alameda comercial e nova fase de expansão 22. Consumo de gás natural registra novos recordes em Santa Catarina 24. PIB de Santa Catarina avança acima da média nacional e chega a 9%

27. EUA reabrirão em novembro para viajantes estrangeiros vacinados 28. Setor de logística aponta destaque nas exportação de grãos 30. Cultura náutica: oficina de vela movimenta Santa Catarina 33. Porto de Itajaí é contemplado com o Prêmio Portos + Brasil em duas categorias 35. Complexo Portuário de Itajaí e Navegantes registra crescimento de 9% na movimentação de contêineres

26. Azimut Brasil Wealth Management anuncia novo CEO Economia&Negócios • Edição SETEMBRO/2021 • 7


Entrevista: FERNANDO MONTEIRO

Reforma Administrativa: 5 perguntas para Fernando Monteiro! Em entrevista o deputado federal Fernando Monteiro afirma que, nos dias de hoje, não cabe mais existir a estabilidade plena e absoluta para todo o rol de servidores públicos O que esperar em relação à tramitação da reforma administrativa para o segundo semestre? FERNANDO MONTEIRO - Estou bastante otimista de que a Comissão Especial que analisa a PEC 32/20 a aprovará e a encaminhará para a votação no plenário da Câmara dos Deputados. Aprovada, a PEC será enviada ao Senado para ser aprovada até o final do ano. Então, acredito que começaremos 2022 com uma nova estrutura administrativa, dando o primeiro passo para uma profunda mudança de mentalidade do serviço público nacional. Uma outra questão importantíssima: garantimos na comissão que os direitos adquiridos dos servidores não fossem afetados pela nova legislação. Uma grande conquista.

O texto final deve pender mais para a eficiência dos serviços públicos ou para o equilíbrio fiscal? FERNANDO MONTEIRO - O texto final da PEC 32/20 será o resultado da mais ampla discussão que fizemos no âmbito da Comissão Especial. Realizamos 15 audiências públicas e fizemos mais de 70 horas de debates. Ouvi, pessoalmente, cerca de 50 representantes de entidades sindicais e da sociedade. Enfim, agimos de maneira democrática e transparente, com muito diálogo. Isso resultou numa proposta que alterou bastante a PEC original do governo. É um direito da Comissão, e o exercemos com responsabilidade. Não buscamos aprovar uma proposta com o foco exclusivamente fiscal. É claro que isso é importante e a situação falimentar de quase todos os estados e municípios brasileiros – e da União – mostra a necessidade de estancarmos a sangria dos recursos públicos. Mas, garanto que a nosso enfoque principal é a melhoria da qualidade do serviço público. Queremos trazer o serviço público para o século 21. Queremos o melhor para o cidadão e as empresas que pagam

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Fernando Monteiro (PP-PE) é deputado Federal e presidente da Comissão Especial da PEC 032/20 – Reforma Administrativa

[...] a reforma é a favor do servidor público. O Brasil precisa oferecer um serviço público de excelência. Demos o primeiro passo em direção à modernização do serviço público


seus impostos e não têm serviços de qualidade. Um Estado mais eficiente gera mais empregos, faz a economia girar com maior rapidez. E, para que isso ocorra, queremos eficiência do trabalho do servidor, sem esquecer que cabe ao Estado provê-lo dos meios materiais necessários para atender bem à população. E para isso, o Estado precisa de recursos para investir em áreas prioritárias como saúde, segurança e educação.

Como equalizar o fim da estabilidade com a independência do servidor público frente a pressões políticas? FERNANDO MONTEIRO - A estabilidade é um mito que precisa ser desmistificado. Nos dias de hoje não cabe mais existir a estabilidade plena e absoluta para todo o rol de servidores públicos. Assim como também não cabe eliminarmos totalmente a estabilidade para o conjunto de servidores. Na Comissão Especial tratamos a estabilidade como necessária para as carreiras típicas de Estado, aquelas essenciais em setores que justifiquem isso pela sua relevância institucional. Precisamos chamar a atenção da sociedade de que a estabilidade não torna o servidor menos ou mais corrupto. Isso tem a ver com o caráter do servidor. Com estabilidade, ou não, já assistimos servidores combaterem a corrupção ou fazerem parte dela. Quem tem caráter tem força para enfrentar qualquer pressão política.

Qual a tendência para a regulamentação do regime jurídico do servidor público? FERNANDO MONTEIRO - Ele está preservado, como pediram os sindicatos e movimentos sociais, passando por alguns aperfeiçoamentos necessários para levar maior eficiência e eficácia ao Estado. Garantimos, na Comissão Especial, que todas as regras e normas relacionadas ao funcionalismo público fossem preservadas para evitar a perda de direitos adquiridos. Nenhum servidor da ativa ou aposentado será

A estabilidade é um mito que precisa ser desmistificado. Nos dias de hoje não cabe mais existir a estabilidade plena e absoluta para todo o rol de servidores públicos

prejudicado pelo novo regramento. Essa foi uma questão que defini desde o começo dos trabalhos e o parecer do relator garantiu isso, como também queria o presidente da Câmara, Arthur Lira. Quero deixar claro: a reforma é a favor do servidor público. O Brasil precisa oferecer um serviço público de excelência. Demos o primeiro passo em direção à modernização do serviço público.

Existe possibilidade de arquivamento da reforma administrativa? FERNANDO MONTEIRO - Nenhuma possibilidade! A pandemia impediu que a PEC 32/20, encaminhada pelo governo federal ao Congresso Nacional em setembro do ano passado, fosse amplamente discutida pelo parlamento. Neste ano, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, tomou a decisão de criar a Comissão Especial e determinou o começo de trabalhos. Concluiremos nossa tarefa e enviaremos ao plenário, que será soberano para definir a melhor proposta. Caberá ao Senado a sua aprovação final até o final do ano, mas não existe a possibilidade de a reforma ser simplesmente arquivada. Seria uma afronta à sociedade. FONTE: REVISTA CNI

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A quem interessa a

privatização do Porto de Itajaí?

S

egundo um estudo elaborado pelo DIEESE - Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos, a pedido da Intersidical dos Trabalhadores Portuários, a privatização não interessa nem mesmo a vários segmentos empresariais, o que dizer da comunidade portuária do município que tem no Porto de Itajaí o seu principal meio de sobrevivência. Uma boa parte sabe que, se privatizar, a tendência é haver dispensa de pessoal, o que prejudica vários negócios na cidade que estão no entorno do porto, especialmente os pequenos negócios que, pelo número de empresas, são fundamentais para o emprego. "O empresariado teme também o risco do monopólio e a falta de 10 • Edição SETEMBRO 2021 • Economia&Negócios

isonomia no tratamento entre os usuários do porto, na medida em que a Autoridade Portuária pode ser exercida por um dos operadores do porto, no caso de privatização. O empresariado sabe também que, com a privatização, a tendência é haver o encarecimento dos serviços do porto, com prejuízos gerais para a economia da região", diz o documento. Outra forte razão para uma contraposição à privatização total do Porto de Itajaí, pretendida pelo governo federal, é o fato de que nos 10 principais portos do mundo o modelo de gestão e governança é público, sendo altamente competitivos e cumprindo um papel estratégico, inclusive com aproveitamento de espaços para outras operações


comerciais, como por exemplo, restaurantes, bares, cinemas etc. enfim, como importante ponto turístico, mas sem haver descaracterização da função precípua portuária.

NO CASO DE ITAJAÍ ESTÃO MOBILIZADOS SINDICATOS, IMPRENSA, PEQUENO EMPRESARIADO, TRABALHADORES DO PORTO E SEUS FAMILIARES, TODOS SE ENVOLVEM, PORQUE SABEM QUE A VENDA DO ATIVO NÃO MELHORARÁ AS COISAS.

Marcos Porto

Privatização é pior para comunidade em geral Como hoje se conhece como se dá a privatização no Brasil e no mundo, a grande maioria sabe que ela piora muito as coisas, sob muitos pontos de vista. Há uma tendência de diminuir os empregos gerados. "Além disso, o lucro gerado por um porto privado, ao invés de significar investimentos na própria comunidade, é apropriado pelos proprietários privados. Ademais, ao invés de o porto estar a serviço de uma estratégia pública (de geração de renda, de agregação de valor às exportações, etc.), ele passa a trabalhar para uma estratégia de um ou mais grupos privados que lhe interessa economicamente", salienta o documento do DIEESE. Um exemplo: se um banco eventualmente venha a comprar o Porto de Itajaí, o fundamental é o lucro líquido que ele gera para distribuição aos seus acionistas. Entretanto, o porto público tem uma perspectiva muito mais abrangente. Interessam os empregos que gera, a renda que ele aporta na região em que está instalado, a contribuição para a competitividade das exportações, sua capacidade de contribuir para o desenvolvimento regional e nacional. Para a população, tudo isso é fundamental. Para o capital privado,

que quer fazer dinheiro rápido, nada disso interessa. Estrutura complexa É evidente que os portos públicos, em geral, sofrem o problema de falta de investimentos em ações estratégicas em suas dependências, como dragagem, sinalização, automação, governança, entre outras. Porém, este não é o caso de Itajaí, que tem recebido investimentos importantes, de forma bastante regular. Privatização não leva a nada disso, sendo apenas a entrega do patrimônio público para grupos privados, realizada a preços baixos. Os investimentos que o ganhador da licitação for ter que efetuar, devem constar em contratos de concessão, com privatização total ou mesmo no modelo defendido pelo Fórum Permanente em Defesa da Autoridade Portuária Municipal, que é o LandLord Port.

COM A EVENTUAL PRIVATIZAÇÃO, O ESTADO E O MUNICÍPIO PERDERÃO SUA CAPACIDADE POLÍTICA DE PLANEJAR E EXECUTAR POLÍTICAS ECONÔMICAS RELACIONADAS À CADEIA LOGÍSTICA PORTUÁRIA, HAVENDO MENOS ESPAÇO PARA PROPOSIÇÕES E DIÁLOGOS, VISTO QUE O ENTE PRIVADO NÃO TEM A OBRIGAÇÃO DO DIÁLOGO, MAS VISA APENAS O INTERESSE PRÓPRIO. EMPRESAS PÚBLICAS TÊM UMA FUNÇÃO GERAL QUE EXTRAPOLA O OBJETIVO DE LUCRO.

TRANSPORTE DE CARGAS FRACIONADAS E LOTAÇÕES

BRUSQUE/SC (47) 3351-5111

ITAJAÍ/SC (47) 3348-3292

SÃO JOÃO BATISTA/SC (48) 3265-1311

FLORIANÓPOLIS/SC (48) 3258-5330

GUARULHOS/SP (11) 2085-4500

CURITIBA/PR (41) 3348-7000

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A quem interessa a privatização do Porto de Itajaí?

ALÉM DISSO, QUEM ATUALMENTE POSSUI RECURSOS PARA ADQUIRIR ATIVOS PÚBLICOS DESTE PORTE, VIA DE REGRA, SÃO INVESTIDORES ESTRANGEIROS.

Autoridade Portuária de Itajaí A Autoridade Portuária com gestão municipalizada, da forma que está hoje, consegue sustentar todos os seus custos e realizar novos investimentos por conta própria, como ocorreu nos últimos anos. A prefeitura não necessita realizar aportes. Além disso, o porto é obrigado a reinvestir todo o seu superávit nas suas próprias instalações, o que tem garantido, inclusive, uma modernização permanente do ativo. Já nas instalações portuárias privadas, o funcionamento é diferente. O capital é formado a partir de uma empresa, ou de um conjunto de empresas, pelo interesse de obter o maior rendimento possível para o seu capital e no menor período de tempo. Numa eventual privatização, o processo pode ficar complicado, porque haverá dinheiro externo investido no negócio, o que colocará a comunidade mais distante das decisões estratégicas do porto.

COMO OS DEMAIS PORTOS PÚBLICOS DO ESTADO, O PORTO DE ITAJAÍ, ENFRENTA COM GRANDE VIGOR A CONCORRÊNCIA DOS TERMINAIS DE USO PRIVADO (TUPS).

Os TUPs são tipo de organização, que surgiram a partir da Lei 8.630/93, posteriormente substituída pela Lei 12.815/2013, e que na prática é uma autorização do poder público ao segmento privado para exploração de áreas da costa com terminais portuários. Esse tipo de organização, que funciona fora das áreas dos portos organizados, tem total liberdade administrativa, comercial e tarifária para perseguir unicamente interesses privados.

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Marcos Porto

Quem pode comprar o Porto de Itajaí? Principalmente chineses estão “comprando tudo” mundo afora. É evidente que os chineses irão operar a sua estratégia própria, sem considerar os interesses locais da cidade e de sua população. No caso de privatização, com maior poder de decisão sobre os negócios do Porto, poderão encerrar a característica multipropósito do Porto de Itajaí, dificultando a movimentação de algumas cargas que possuem interesse não somente econômico. É o caso da operação com madeira, que não é tão lucrativa, mas possui uma enorme importância para o desenvolvimento econômico de Santa Catarina

ATÉ 2013, A LEGISLAÇÃO FORÇAVA OS TUPS A OPERAREM EXCLUSIVAMENTE SUAS PRÓPRIAS CARGAS, POIS ISSO EVITAVA UMA CONCORRÊNCIA DESLEAL ENTRE OS TUPS E OS PORTOS PÚBLICOS.

No entanto, com a Lei 12.815/2013, os TUPs passaram a operar com cargas de qualquer empresa, levando a um grande acirramento da concorrência com os portos públicos. A Lei de 2013 também possibilitou que os TUPs se associassem aos armadores, o que passou a garantir grandes vantagens competitivas aos TUPs, por exemplo, a prática de conceder subsídio (desconto nas tarifas) aos navios associados. Esse processo está levando a uma situação em que os grandes armadores, que predominam nas principais rotas do comércio mundial, prefiram utilizar exclusivamente seus próprios terminais, prejudicando muito os portos públicos, e mesmo os TUPs que não utilizam a estratégia de associação com os armadores. Esses terminais, ao ganharem clientes em escala, acabam por impor preços, o que lhes dá poder de monopólio para determinadas rotas.

AS DISCUSSÕES SOBRE PRIVATIZAÇÃO DO PORTO NÃO TÊM QUASE NENHUMA TRANSPARÊNCIA.


Alfa Bile

A PRIVATIZAÇÃO DE CERTAS ÁREAS NÃO INTERESSA AO EMPRESARIADO NACIONAL. O empresariado tem interesse direto na redução do que eles chamam de “Custo Brasil”. Manter os serviços portuários baratos é fundamental para preservar a competitividade das exportações brasileiras. Logo, no que se refere aos portos federais sob administração do governo de Santa Catarina, não há sentido em mudar para um modelo privado.

Como ocorre em todo processo de privatização de ativos públicos que são rentáveis, a prefeitura, os trabalhadores e a população em geral têm recebido o mínimo de informações. Não é fácil mesmo explicar como um porto superavitário, que recebeu investimentos públicos pesados recentemente, vem melhorando seu desempenho, é fundamental para o orçamento municipal, emprego e geração de lucro, pode ser entregue para o capital privado. Como entregar para a iniciativa privada, à “preço de banana”, um porto que aumentou significativamente seus indicadores em 2020, ano em que a economia brasileira recuou 4,1% em seu PIB?

EM QUALQUER ÁREA, SABE-SE QUE QUANDO O CAPITAL PRIVADO ASSUME DETERMINADO NEGÓCIO, UMA DAS PRIMEIRAS MEDIDAS É AUMENTAR OS PREÇOS DOS SERVIÇOS. Normalmente, quem dispõe de recursos para adquirir as estatais é o capital internacional, grandes empresas imperialistas, com sedes nos governos centrais, que não têm nenhum compromisso com o desenvolvimento ou desempenho do comércio exterior brasileiro. Uma empresa multinacional como proprietária do Porto de Itajaí, ou um banco (que encararia o porto apenas como fonte de lucro rápido) iria adequar o planejamento estratégico do porto aos seus interesses, e não aos do estado, evidentemente.

NÃO HÁ, PELO MENOS PUBLICAMENTE, ESTIMATIVA DE VALOR DO PORTO DE ITAJAÍ, SE COLOCADO À VENDA. ESTE, INCLUSIVE, É UM INDICADOR DA FALTA DE TRANSPARÊNCIA. Complicadores numa eventual privatização

EM UM MODELO DE CONCESSÃO PARA CONSÓRCIO PRIVADO, A TENDÊNCIA É A PRIORIZAÇÃO DAS COMPRAS NAS MATRIZES DAS EMPRESAS QUE COMPÕEM O CONSÓRCIO.

ISONOMIA DE TRATAMENTO ENTRE OPERADORES PRIVADOS SÓ É POSSÍVEL COM AUTORIDADE PORTUÁRIA PÚBLICA.

Marcos Porto

Isso reduz sobremaneira um dos grandes trunfos do porto público, que é sua sinergia com a economia local e regional, algo que ocorre em todos os locais do mundo onde existe porto público.

A autoridade portuária tem funções natas de estado, fiscalizatórias e regulatórias, pré-requisitos fundamentais para melhor governança do empreendimento. Economia&Negócios • Edição SETEMBRO/2021 • 13


A quem interessa a privatização do Porto de Itajaí?

Neste sistema portuário privado todos os serviços, desde a operação portuária até a propriedade da terra, são privados. Isso comprova que não existe contradição entre eficiência e porto público, como, entre os portos que são considerados referências de produtividade e governança no mundo, nenhum deles é privado.

Luciano Sens

O PORTO DE CINGAPURA OPERA UM MODELO DE ADMINISTRAÇÃO TOTALMENTE PÚBLICO E TEM ELEVADO NÍVEL DE GOVERNANÇA E EFICIÊNCIA. NO PORTO DE BUSAN, NA COREIA DO SUL, TAMBÉM REFERÊNCIA EM DIVERSIFICAÇÃO DOS NEGÓCIOS DA AUTORIDADE PORTUÁRIA, PREVALECE O MODELO LANDLORD PORT.

SE O PORTO DE ITAJAÍ FOR VENDIDO PARA UMA GRANDE EMPRESA MULTINACIONAL, COM SEDE EM UM PAÍS RICO OU MESMO PARA UM GRANDE BANCO NACIONAL OU ESTRANGEIRO, A POPULAÇÃO NADA TEM A GANHAR. E mesmo que uma grande empresa nacional adquira o Porto de Itajaí, tendo inclusive interesses diretos no negócio, a tendência é de aumento das tarifas, porque as referências do capital privado são outras, diferentes daquelas do setor público. Capital privado, por princípio, persegue o lucro em cada um dos seus investimentos.

Nesse modelo cabe à iniciativa privada parte dos serviços, como a operação portuária e os investimentos em infraestrutura, sendo este mesmo modelo utilizado em todos os portos públicos do Brasil. A propriedade da terra e a administração do porto são de responsabilidade do poder público. No caso de Roterdã, o porto é 100% público e a gestão, feita por uma comissão de executivos.

ESSES PORTOS, CONSIDERADOS MODELOS INTERNACIONAIS, SÃO TODOS PÚBLICOS.

COMO FUNCIONAM, NO ASPECTO DA GESTÃO PÚBLICA OU PRIVADA, OS 10 PORTOS CONSIDERADOS OS MAIS IMPORTANTES DO MUNDO? O critério de importância, aqui, são quantidades (toneladas) transportadas. Da lista dos 10 portos mais importantes do mundo, apenas três não são chineses: Cingapura (Cingapura); Busan (Coreia do Sul) e Roterdã (Holanda). Os sete portos chineses da lista são propriedade do governo.

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Marcos Porto

DENTRE OS 10 PORTOS DO MUNDO MAIS IMPORTANTES, NENHUM DELES UTILIZA O SISTEMA INGLÊS, CHAMADO PRIVATE SERVICE PORT.


Os destaques desses portos, regra geral, estão no planejamento estratégico, na superior organização, governança e na integração porto/cidade. Normalmente, o porto é algo tão significativo para uma cidade ou região, do ponto de vista econômico, cultural, arquitetônico e político, que a integração entre o porto e a cidade tem que ser minuciosamente pensada e incansavelmente buscada, e isso só o poder público consegue fazer.

NUM PORTO PÚBLICO, COMO O DE ITAJAÍ, QUALQUER EMPRESA QUE QUEIRA MOVIMENTAR CARGAS, QUE PAGUE PELOS SERVIÇOS E ATENDA AOS REQUISITOS EXIGIDOS PELA REGULAMENTAÇÃO, PODE FAZÊ-LO. Havendo quaisquer conflitos de interesse, as ouvidorias do porto e do estado são canais de resolução do conflito. Nos terminais privados, não é incomum o conflito de interesses, porém, muitas vezes, a administração tem preferência por esta ou aquela carga. Poderá haver conflitos, também, entre empresas que fazem parte do consórcio do porto e empresas concorrentes que desejem utilizar os serviços. O conflito poderá, inclusive, se manifestar de forma disfarçada, através, por exemplo, de aplicação de tarifas mais caras para os clientes “indesejados”.

ATUALMENTE, NOS PORTOS PÚBLICOS, AS TARIFAS SÃO ESTABELECIDAS A PARTIR DE ESTUDO PROPOSTO PELA AUTORIDADE PORTUÁRIA E APROVADO POSTERIORMENTE PELA ANTAQ. O objetivo é, ao mesmo tempo, manter o equilíbrio financeiro do empreendimento assegurando a modicidade tarifária, que é um pré-requisito fundamental de um porto público. Eventualmente, o gestor público pode solicitar a revisão de uma determinada tarifa, visando induzir o crescimento econômico da região ou atender qualquer outro objetivo de interesse da população. Ademais, o porto público é obrigado a aplicar, de forma igualitária, uma política transparente de tarifas para todos os seus usuários.

A empresa privada poderá, inclusive, deixar de operar um determinado tipo de carga ou deixar de atender a determinado tipo de cliente.

UM DOS COMPLICADORES, NUMA EVENTUAL PRIVATIZAÇÃO DO PORTO DE ITAJAÍ, É QUE A AUTORIDADE PORTUÁRIA LIDA COM UM ENORME VOLUME DE DADOS. São dados de todos aqueles que acessam o porto, tanto entes da comunidade portuária quanto visitantes, prestadores, fornecedores e parceiros. A manipulação inadequada desses dados, ou qualquer transação de troca ou venda desse tipo de informação, pode ser muito complicada. Os dados comerciais, por exemplo, podem ser utilizados a favor deste ou daquele grupo privado.

AS EXPERIÊNCIAS DE PRIVATIZAÇÕES DE PORTOS PELO MUNDO SÃO MUITO RUINS PARA A POPULAÇÃO. No Reino Unido, por exemplo, os ativos foram vendidos a preços baixos. Além disso, após a privatização aconteceram menos investimentos do que em outros países e do que em outros modelos de governança. Os estudiosos apontam também que as instituições financeiras começaram a adquirir participações nos portos, sem supervisão, e alteraram as funções dos portos, desviando seus objetivos fundamentais. Nos portos que foram privatizados também não se verificou um melhor desempenho financeiro, conforme a promessa dos privatistas. Houve caso de alguns portos que venderam suas áreas para outros usos mais rentáveis, mas que nada tinham a ver com os objetivos portuários. Porto ajudou na recuperação das linhas de Cruzeiros para o município de Itajaí Navios de Cruzeiros voltaram para Itajaí porque os berços 3 e 4 são municipalizados. Se fossem particulares, dificilmente retornariam ao município. Como todos sabem, os navios de cruzeiros começam a chegar em dezembro e vão movimentar cerca de 90 mil turistas na região, sendo quase 25 mil embarcando ou desembarcando no município.

NO MODELO DE PORTO PRIVADO, AS TARIFAS SÃO ESTABELECIDAS PELOS CRITÉRIOS FINANCEIROS, OBEDECENDO APENAS AO TETO DEFINIDO NO PROCESSO DE OUTORGA. Economia&Negócios • Edição SETEMBRO/2021 • 15


O pinião Opinião É HORA DA RETOMADA

E Por: Luiz Vicente Suzin, Presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC)

SETEMBRO 2021 • Economia&Negócios 16 • Edição SETEMBRO/2021

m quase dois anos de pandemia, a humanidade ainda aprende às duras penas como enfrentar a traiçoeira doença da covid-19 e, ainda, entender a incrível variedade de sequelas e efeitos colaterais que acometem grande parte dos infectados. A ciência e a medicina procuram respostas e as incertezas ainda são muitas. Uma das poucas certezas é que o novo coronavírus e suas variantes vieram para ficar e exigirão campanhas anuais de controle e combate como ocorre, há décadas, por exemplo, com a gripe. Compreender essa realidade é crucial para um movimento que a sociedade brasileira precisa colocar em marcha: a retomada. É imperativo vencer o imobilismo parcial que a pandemia impôs e retomar plenamente o curso de todas as atividades humanas em todos os setores da economia – sempre adotando o protocolo de prevenção à doença e proteção à saúde, já internalizado na conduta das pessoas. A retomada tem o apoio e o protagonismo das cooperativas, seja na oferta de bens e serviços, crédito e tecnologia ou nos programas próprios de expansão e investimento. As entidades empresariais e os organismos estatais identificaram – e os empresários e empreendedores confirmaram – a existência de milhares de projetos de investimentos definidos e estruturados para entrarem em execução. E o que é mais importante: esses projetos têm recursos assegurados, próprios ou contratados, para serem concretizados. Não é necessário esperar melhorar o ambiente de negócios nem esperar fortificar a taxa de confiança para executar esses projetos. A hora é aqui e agora. O empresário brasileiro provavelmente é o mais resiliente do planeta, pois foi temperado com certo grau de incertezas amalgamado pelas crises que ciclicamente surgem no cenário brasileiro. Os agentes econômicos já perceberam que os mercados estão pedindo novos investimentos no campo e na cidade, na indústria e no comércio, nos serviços e nas tecnologias, na infraestrutura e na planificação de programas de desenvolvimento regional integrados e sustentáveis. Em todas essas áreas há uma cooperativa a fomentar investimentos. No setor primário são milhares os projetos para expansão da base produtiva em pecuária, grãos, frutas, lácteos etc., envolvendo granjas, lavouras, genética e pequenas agroindústrias. Nas cidades, as indústrias e hospitais sentem a crescente e benéfica pressão da demanda. Escassez de mão de obra e a falta de matéria-prima revelam, em muitas regiões, como foi precipitada e mal planejada a interrupção ou diminuição da produção de insumos (especialmente o aço) e bens de consumo, no início da pandemia, quando sua dimensão e complexidade ainda eram desconhecidas. O investimento em infraestrutura é outra poderosa ferramenta para dinamizar a economia, combater o desemprego e interiorizar o desenvolvimento. Em face dos desajustes fiscais e da falta de fôlego do governo para investir, as parcerias público-privadas (PPP) surgem como alternativas capazes de colocar capitais privados a serviço da melhoria das condições da logística de transportes, comunicações, portos etc. Enfim, o Brasil deve retornar aos trilhos em busca do tempo perdido.


Biometria para Controle dos Funcionários. Sim ou Não? CÁSSIA CRISTINA DA SILVA OAB/SC 23.809-B Advogada atuante há 21 anos no Direito do Trabalho. Sócia fundadora do Silva e Silva Advogados Associados.

A biometria Entre inúmeros questões a respeito das atividades afetadas pela LGPD (Lei geral de Proteção de dados) encontra-se o uso da identificação biométrica para cadastramento de pessoas em determinador locais inclusive empresas. Destaca-se que após a entrada em vigor da LGPD temos que ter o cuidado e uma proteção maior com os dados pessoais, por tratarem de ser dados pessoais sensíveis conforme enumera o Artigo 5º II da LPGD, possuindo tratamento diferenciado dos dados não sensíveis.

Não é questão de proteção discriminatória, mas bases legais diferenciadas. Mas porquê? Por que as bases legais estão fundamentadas no artigo11/13 da LGPD, são bases mais específicas do que tratam o artigo 7º e 10º da LGPD o que depende de Consentimento. É necessário que a pessoa de forma livre, informada consista que o local identifique sua pessoa através dos dados fornecidos por esse através de um contrato ou termo assinado com sua identificação pra ter acesso a sua biometria.

Mas o que é Biometria? Biometria = Estudo das características físicas de uma pessoa ou comportamento como forma de identificá-lo. Esse sistema biométrico pode ser através dos olhos, da palma da mão, digitais dos dedos retina ou íris dos olhos. O fundamento é que cada pessoa é única e possui características diferentes que possam identifica-las. Os primeiros Estudos da Biometria datam a Pré história na Babilônia. Na china artesãos imprimiam em vasos. Na colonização Inglesa era feita através de contrato na assinatura como forma de compromisso. Em 1903 em Nova York começaram a ser coletadas para formar base de identificação de criminosos para facilitar. Em 1946 FBI já possuía mais de 100 milhões de impressões digitais e hoje é completamente automatizado através de cadastros. A biometria passa a ser considerada um dado sensível com condições de tratamento específicos foi lida com dados pessoais que relevam origem (racial ou etnia). Através da Biometria a empresa colhe dados como cor dos olhos, da pele, do cabelo, do corpo, da face, timbre de voz, maneira de agir e caminhar de uma pessoa, expressão facial e corporal. O controle acaba sendo feito hoje em dia através da Impressão digital. Portaria 15/01 2009 do Ministério do Trabalho cujo objetivo é conceder maior fidedignidade a realidade vivida pelo funcionário possibilitando o real cumprimento da jornada. A biometria no meio corporativo torna-se mais eficaz do que cartões, pontos ou folhas, manuais ou cartão magnético. A utilização da Biometria para Registro de ponto ou acesso a empresa não veio para complicar, mas para proteger os dados pessoais. A proteção desses dados cabe ao Empregador e a quem o emprega. Tanto a empresa como empregadora tomadora devem atuar no tratamento adequado dos dados de quem está prestando o serviço. reconhecimento biométrico apresenta maior confiabilidade em relação a métodos antigos (cartão, ponto, senhas, etc.) Diante da obrigação de se resguardar em relação aos dados sensíveis e tratando-se de controle de jornada decorrer de uma obrigação legal baseada no artigo 11, II, “a” da LPGD existe corrente contrária alegando não ser necessário com sentimento dos empregados, pois a biometria não é apenas para controle de jornada. Mas também para permissão de acesso a locais. A LPGD veio para proteger e facilitar não complicar. Esse é o entendimento da nova corrente.

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Economia&Negócios • Edição SETEMBRO/2021 • 17


O pinião Opinião LOGÍSTICA 4.0: UM NOVO MUNDO À VISTA

P Por: Liana Lourenço Martinelli, advogada, pós-graduada em Gestão de Negócios e Comércio Internacional, é gerente de Relações Institucionais do Grupo Fiorde, constituído pelas empresas Fiorde Logística Internacional, FTA Transportes e Armazéns Gerais e Barter Comércio Internacional. E-mail: fiorde@fiorde. com.br. Site: www.fiorde.com.br

SETEMBRO 2021 • Economia&Negócios 18 • Edição SETEMBRO/2021

arece claro que, apesar do cenário desolador que a pandemia de coronavírus (covid-19) tem alastrado, com mais de 575 mil vítimas fatais no País, o mundo corporativo não será mais o mesmo quando esta crise for superada. Afinal, forçadas pelas circunstâncias, muitas empresas, privadas e públicas, foram levadas a descobrir as vantagens do teletrabalho, também chamado home office, que mostrou ser possível manter um funcionário ou prestador de serviço trabalhando à distância e produzindo tanto ou mais do que fazia no escritório. Com isso, evitam-se despesas com grandes instalações e com energia elétrica, água, internet e serviços de limpeza. E evita-se que o colaborador chegue ao trabalho atrasado, mal alimentado, cansado ou estressado, depois de enfrentar obstáculos como engarrafamentos. Para as empresas ligadas ao comércio exterior, que já tiveram de se adaptar à informatização dos serviços da Receita Federal e outros órgãos governamentais, o distanciamento social provocado pela pandemia foi fundamental para solidificar mecanismos virtuais que já estavam em andamento, como a indústria 4.0, termo que, a partir da Feira de Hannover, em 2013, passou a definir uma espécie de “nova ordem mundial” para a competividade nos negócios, com a utilização de tecnologias, métodos e sistemas modernos. Com base nesse conceito, surgiu também a logística 4.0, que procura usar as tendências tecnológicas no supply chain, ou seja, nos diversos caminhos pelos quais passam os produtos, desde a retirada da matéria-prima até a entrega ao consumidor final. Com a pandemia, ficou mais evidente a necessidade que as empresas têm de investir em tecnologias capazes de aperfeiçoar seus processos de gestão, o que, no final das contas, acabará por torná-las mais eficientes e competitivas. Basta ver como tem evoluído o e-commerce, ou seja, a comercialização de produtos e serviços pela internet, em função da necessidade de que as pessoas evitem sair de casa e entrem em aglomerações em supermercados e feiras. Por tudo isso, a logística teve de ser reinventada, o que exigiu mais investimentos em tecnologia, pois as transações precisam ser feitas por meio de dispositivos eletrônicos, como computadores e smartphones. Em outras palavras: a troca de informações de pedidos, ocorrências de transporte e situação dos fretes por e-mail ou o lançamento manual de informações em sistemas, a cada dia, tornaram-se práticas ultrapassadas. Hoje, uma transportadora de ponta já utiliza a inteligência artificial, machine learning e automatização para inúmeros processos. Afinal, essas inovações trazem muitos ganhos para as empresas, que podem alocar seus talentos em funções estratégicas, deixando as operações a cargo de máquinas. Como se sabe, a tecnologia reduz sobremaneira a taxa de erros e aumenta a velocidade das tarefas, além de reduzir custos. Portanto, a saída está em investir em tecnologias como a Electronic Data Interchange (EDI), o intercâmbio eletrônico de dados, e os webservices, que são capazes de integrar embarcadores, transportadoras, fornecedores e clientes. Afinal, as circunstâncias que advieram em função da pandemia mudaram o comportamento do consumidor, que, hoje, hiperconectado, reúne maiores informações sobre um produto e, dificilmente, é ludibriado por propagandas enganosas disfarçadas em entrevistas “espontâneas” que costumam circular nas redes sociais. Hoje, o consumidor pode recorrer por meios eletrônicos à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para saber se um produto é nocivo ou não e se a sua venda está autorizada. Ou ainda ao Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde, de São Paulo-SP, mais conhecido pela sigla Bireme de seu nome original Biblioteca Regional de Medicina, organismo especializado da Organização Pan-Americana de Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OPAS/OMS). E, se estiver certo da eficácia do produto, pode recorrer a aplicativos para pagar boletos. Tudo num piscar de olho. Foi para atender a esse novo mundo que surgiu a logística 4.0.


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M

aior produtor de carne suína e segundo maior produtor de carne de frango do Brasil, Santa Catarina amplia os embarques internacionais e o faturamento já passa de US$ 2 bilhões em 2021. De janeiro a agosto deste ano, os catarinenses aumentaram em 3,9% a quantidade de carnes exportadas, gerando uma alta de 10,3% nas receitas geradas. Os números são divulgados pelo Ministério da Economia e analisados pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/ Cepa). “O agronegócio catarinense não para de crescer. A avicultura e a suinocultura são os principais produtos da pauta de exportações de Santa Catarina e seguimos batendo recordes de venda mundo afora. Temos muito a comemorar, porque esses números se traduzem em geração de emprego e desenvolvimento econômico, além de demonstrar a qualidade da produção catarinense, que atende aos mercados mais exigentes do mundo”, destacou o secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Altair Silva. Os embarques de carne de frango seguem em alta e este ano são 661,5 mil toneladas vendidas ao Exterior - 0,7% a mais do que no mesmo período de 2020. O faturamento ultrapassa US$ 1,1 bilhão, um crescimento de 11,8%. Santa Catarina responde por 24% do total exportado pelo país e os principais mercados são Japão, China e Arábia Saudita. Segundo o analista da Epagri/Cepa Alexandre Giehl, a carne de frango segue ainda com demanda elevada no mercado interno, principalmente em função dos preços elevados das demais carnes e da descapitalização dos consumidores, que buscam opções mais econômicas.

Carne suína

De janeiro a agosto deste ano, Santa Catarina ampliou em 24,7% o faturamento com os embarques de carne suína, superando US$ 945,8 milhões, com mais de 380 mil toneladas exportadas. Os principais mercados são China, Chile e Hong Kong. "É importante observar que outros países têm ganho importância relativa no ranking de exportações de Santa Catarina, como é o caso do Chile, Argentina, Filipinas e Emirados Árabes Unidos. Esse processo é importante pois, no médio prazo, diminui a dependência excessiva da suinocultura catarinense em relação aos chineses", destacou Alexandre Giehl. 20 • Edição SETEMBRO 2021 • Economia&Negócios

Foto: Cristiano Estrela/Secom

SC amplia a exportação de carnes e ultrapassa US$ 2 bilhões de faturamento em 2021

Diferenciais da produção catarinense O Estado é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como área livre de febre aftosa sem vacinação, o que demonstra um cuidado extremo com a sanidade animal e é algo extremamente valorizado pelos importadores de carne. Além disso, Santa Catarina, junto com o Rio Grande do Sul, é zona livre de peste suína clássica.

Temos muito a comemorar, porque esses números se traduzem em geração de emprego e desenvolvimento econômico.


Economia&Negócios • Edição SETEMBRO/2021 • 21


Governado encaminha acordo para acelerar obras nas rodovias federais Fotos: Júlio Cavalheiro/Secom

O

governador Carlos Moisés oficializou, o encaminhamento de toda a documentação necessária para a assinatura do Acordo de Cooperação Técnica que garantirá a aplicação de recursos estaduais para acelerar as obras federais nas BRs 470, 163, 280 e 285 em Santa Catarina. O ato, realizado em Navegantes, precedeu a assinatura dos documentos no Ministério da Infraestrutura, em Brasília. "Na prática, não existe dinheiro do Governo Federal, do Estado ou do Município. O dinheiro é do povo, das pessoas, e precisa ser investido para melhorar a vida de todos. É isso que estamos fazendo", resumiu o governador. Segundo ele, o ato em Navegantes foi realizado para possibilitar a participação dos prefeitos e lideranças da região. "Todos que aqui estão foram muito importantes nesse processo, e é pelos catarinenses que saneamos as contas públicas para poder investir no que importa", acrescentou. Cooperação para fazer as obras avançarem Serão investidos até R$ 465 milhões em recursos estaduais nas quatro rodovias, destinação já aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc). Os recursos serão aplicados na BR-470 (R$ 300 milhões), BR-163 (R$ 100 milhões), BR-280 (R$ 50 milhões) e BR-285 (R$ 15 milhões). O Acordo de Cooperação Técnica é celebrado entre o Ministério da Infraestrutura e o Governo de Santa Catarina, por intermédio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e da Secretaria de Estado da Infraestrutura, respectivamente. Conforme o cronograma de execução financeira, o Governo do Estado investirá mais de R$ 125,86 milhões ainda neste ano, com pagamentos mensais a partir de outubro. Os outros R$ 339,14 milhões serão aplicados entre janeiro e julho de 2022. Pelo acordo, o DNIT seguirá responsável por acompanhar, orientar, fiscalizar e prestar apoio técnico à execução das obras, enquanto o Governo do Estado apoiará financeiramente para que os trabalhos sejam concluídos o mais rapidamente possível. "Para chegar neste momento de assinatura, tivemos que superar várias batalhas. Não vão faltar recursos, porque eles já estão na conta para este fim", assegurou o secretário de Estado da Infraestrutura e Mobilidade, Thiago Vieira. Iniciativa com amplo apoio O deputado estadual Milton Hobus lembrou que a sociedade apoiou a decisão do Governo do Estado em aportar recursos para destravar as obras federais. "Agora que o Estado vive um momento econômico muito bom, com condições de investir para acelerar as obras, temos que parabenizar. Com essa decisão do governador de aportar recursos, vamos ver novos horizontes para o desenvolvimento de Santa Catarina", destacou. A importância do apoio estadual também foi destacada pelo deputado Ricardo Alba. "O Governo do Estado, com apoio da Assembleia Legislativa, faz história aqui na região. Temos a BR-470, por onde circula boa parte da economia catarinense e, infelizmente, também tira muitas vidas. Nós apoiamos o investimento porque entendemos que esta é a prioridade das prioridades em Santa Catarina", afirmou Alba. Mais desenvolvimento A iniciativa do Governo do Estado também teve o respaldo das entidades do Vale do Itajaí e demais regiões beneficiadas pelo investimento. "Hoje é um dia de comemoração. O governador fez uma jogada de mestre, porque hoje Blumenau está trancada. Tenho certeza de que essss investimentos vão fazer a nossa região

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Foto: DNIT

crescer acima da média", projetou o presidente da Associação Empresarial de Blumenau (ACIB), Renato Medeiros. Cerca de 50% do custo logístico da indústria diz respeito ao transporte rodoviário, de acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar. "Hoje é um dia histórico. Esse ato do governador traz esperança para Santa Catarina, para que continuemos crescendo", avaliou. O ato também teve a presença do prefeito de Navegantes, Liba Fronza, o prefeito de Porto Belo e presidente da Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí (Amfri), Emerson Stein, o representante da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) no Vale, Rinaldo Luiz de Araújo, demais prefeitos e vice-prefeitos de todo o Vale do Itajaí, vereadores, empresários e moradores. Em Brasília Acordo assinado entre o Governo Federal, por meio do Ministério da Infraestrutura, e o governo de Santa Catarina garantiu R$ 465 milhões para a continuidade de obras nas BRs 470, 280, 163 e 285. Deste total, pelo menos R$ 126 milhões serão investidos nas rodovias federais catarinenses até o fim de 2021. De acordo com o cronograma deste ano, serão aplicados R$ 31,1 milhões em outubro, R$ 46,9 milhões em novembro e R$ 47,8 milhões em dezembro – e o restante distribuído ao longo de 2022. Toda a verba virá do governo estadual, enquanto as obras são responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (DNIT). “Essa é a celebração de um novo passo para a infraestrutura de um estado importante como Santa Catarina, que responde a uma parcela significativa do PIB nacional, com uma agropecuária pujante com importantes empresas do setor instaladas, além da característica conhecida pelo potencial turístico”, salientou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.

Os investimentos serão divididos da seguinte forma: BR-470, de Navegantes a Indaial R$ 300 milhões para a ampliação; R$ 100 milhões para cada um dos lotes 1 e 2, e outros R$ 50 milhões para cada um dos outros dois lotes (3 e 4); BR-163, entre os municípios de Dionísio Cerqueira e São Miguel do Oeste R$ 100 milhões para a recuperação e adequação; BR-280, de São Francisco do Sul a Jaraguá do Sul R$ 50 milhões para a duplicação; BR-285, de Timbé do Sul até a divisa com o Rio Grande do Sul R$ 15 milhões para a pavimentação. Com 32 quilômetros duplicados – de um total de 73,2 quilômetros –, a BR-470 é de extrema importância para o escoamento da produção do estado ao Porto de Navegantes, além da ligação à rodovia BR-101, outro importante eixo de integração e que conecta os portos de Itajaí e São Francisco do Sul. Já a BR-163 é mais um eixo de grande fluxo de escoamento de produtos agropecuários. A rodovia BR-280 atua como um corredor de exportação ao Porto de São Francisco do Sul e a duplicação minimizará conflitos de trânsito, incluindo os contornos rodoviários nas cidades de Guaramirim e Jaraguá do Sul. E no caso da BR-285, de mais de 740 quilômetros de extensão, oferece a chance de integração com a malha rodoviária da Argentina, possibilitando uma conexão bioceânica (Pacífico – Atlântico). Além disso, liga a região do planalto gaúcho aos portos catarinenses, fomentando o turismo e as cadeias produtivas regionais. Economia&Negócios • Edição SETEMBRO/2021 • 23


Consumo de gás natural registra novos recordes em Santa Catarina Foto: Divugação / SCGÁS

Exportações de carne de frango crescem 4,8% em agosto Receita das vendas internacionais sobem 36,1% no mês

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consumo de gás natural em Santa Catarina registrou recordes de volume mensal e de pico de vendas em agosto. Foram comercializados 70.472.695 m³ do insumo no mês passado, maior média já registrada desde o início da operação da SCGÁS. Além disso, no dia 11 de agosto foi regisrado recorde de consumo em um só dia, com o volume de 2.504.969 m³. O volume médio diário consumido no mês (2.273.313 m³/ dia), por todos os segmentos, foi 10,8% superior ao registrado em 2020 e 11,9% do que o consumo em 2019. As 326 indústrias que utilizam o gás natural no Estado foram responsáveis pela maior parte do consumo em agosto, uma média de 1.907.670 m³/dia, valor 13,9% superior do que o consumo deste segmento em agosto de 2019 e 10,2% maior que as vendas do mesmo período em 2020. Ao longo de 2021, este segmento já registrou 9,3% de crescimento acumulado no consumo. “O crescimento no consumo por parte das indústrias mostra a necessidade de aumento da oferta de gás natural. Até 2023, registramos a solicitação de aproximadamente 360 mil m³/dia de gás natural adicional para projetos de expansão das indústrias. Por isso, seguimos trabalhando na ampliação do suprimento ao estado, realizando chamadas públicas para garantir a oferta ao mercado. A partir do próximo ano, está previsto o início de operação de um terminal de GNL (Gás Natural Liquefeito), localizado na Baía da Babitonga, contribuindo para diversificar ainda mais a oferta de gás natural” explica Rafael Nicolazzi, gerente Comercial Industrial e Veicular da SCGÁS. GNV O consumo de Gás Natural Veicular (GNV) em agosto no estado também foi representativo. A frota de 112 mil usuários consumiu 342.014 m³/ dia, o que representa cerca de 14,2% de gás natural comercializado no Estado. No mesmo período do ano anterior, o consumo era 13,6% menor, de 295.491 m³/dia. Na comparação com agosto de 2019 o crescimento foi de 1,65%. Já no segmento urbano, que conta com quase 17 mil clientes no Estado, o consumo médio registrado em agosto foi de 15.393 m³/dia pelos comércios e de 8.235 m³/dia pelas residências. Esse consumo foi, respectivamente, 22% e 8,7% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado.

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A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informa que as exportações brasileiras de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) somaram 379,9 mil toneladas em agosto, volume que supera em 4,8% as exportações registradas no mesmo período do ano passado, com 362,5 mil toneladas. Em receita, o crescimento foi ainda mais expressivo, com 36,1%, alcançando US$ 677,3 milhões em agosto deste ano, contra US$ 497,8 milhões no oitavo mês de 2020. Na soma dos oito primeiros meses de 2021, os embarques de carne de frango alcançaram 3,048 milhões de toneladas, volume 7,58% superior ao exportado no mesmo período do ano passado, com 2,833 milhões de toneladas. No mesmo período (janeiro a agosto), a receita das exportações alcançou US$ 4,893 bilhões, resultado 18,2% maior que o efetivado em 2020, com US$ 4,140 bilhões. “Os preços aquecidos para as exportações de carne de frango são consequências diretas da alta internacional dos custos de produção. Mesmo com este quadro, grandes mercados importadores de alto valor agregado aumentaram o apetite pelos produtos brasileiros, resultando em um mês marcadamente positivo, reforçando a expectativa de alta histórica nas exportações totais de 2021”, avalia o presidente da ABPA, Ricardo Santin. Principal destino das exportações, a China importou 57,4 mil toneladas em agosto, volume 4,8% superior ao efetuado no mesmo período de 2020. Assumindo o segundo lugar nas exportações, os Emirados Árabes Unidos importaram no mês 38,8 mil toneladas, número 50,5% superior ao embarcado em agosto do ano passado. Na terceira posição está o Japão, com 35,2 mil toneladas, número ,1,7% superior ao embarcado no oitavo mês de 2020. Outros destaques do mês foram União Europeia, com 17,2 mil toneladas (+12,5%), México, que entrou para o “top 10” com 15,1 mil toneladas (+591,4%), Filipinas, com 12,1 mil toneladas (+55,1%), Rússia, com 9,5 mil toneladas (+17,6%) e Líbia, com 8,9 mil toneladas (+161,5%). Entre os principais estados exportadores estão o Paraná, que embarcou 157 mil toneladas em agosto (+10,18%), seguidos por Santa Catarina, com 77,6 mil toneladas (-0,88%) e Rio Grande do Sul, com 50,8 mil toneladas (-17,5%).


Tempo é dinheiro A decisão rápida e certeira, que permitiu ao operador portuário conquistar um grande contrato.

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m importante operador portuário em São Sebastião deparou-se com o resultado do aumento da produção de açúcar no Brasil e com a necessidade de atender às demandas urgentes de armazenagem em quantidades maiores, encontrou na RECONLOG uma solução ágil e eficaz: o RL360. Um conceito inovador e revolucionário no mercado de estrutura modular revestido em lona, com tecnologia de ponta, cuidadosamente projetado para atender diversos segmentos. Considerando a urgência da solicitação, a Reconlog instalou 9 galpões flexíveis em tempo recorde - apenas 15 dias, assegurando a eficiência na logística e armazenamento dos produtos no porto e a garantia de exportação com qualidade e em tempo hábil. Foram entregues 27.000 m² de área útil para armazenagem. Cada galpão erguido no porto possui 30 metros de largura, 90 metros de comprimento e 6 metros de altura. A solução também contemplou toda a infraestrutura de iluminação, portões de acesso e piso de concreto.

Por que o operador portuário de São Sebastião escolheu o galpão flexível RL360 para o seu projeto de expansão de armazenagem? Agilidade – única empresa do mercado a garantir a entrega dos primeiros 4 mil m² de galpão em apenas oito dias para atender a demanda inicial, o que permitiu ao operador rápida adaptação ao momento e aumento de produtividade. Adaptabilidade - cada projeto pode ser adaptado, ou seja, o layout pode ser alterado conforme a necessidade do operador portuário, permitindo que a área do galpão seja ampliada ou diminuída quando necessário. Economia financeira - para montagem e desmontagem dos galpões flexíveis não são solicitados os mesmos documentos que para os galpões convencionais. Numa obra civil, por exemplo, é preciso que se retire nos órgãos competentes o documento de regularização da obra.

Inovação

A RECONLOG traz ao mercado o RL360, novo conceito de galpões flexíveis. Sua estrutura treliçada é revestida em lona premium e confeccionada em aço carbono galvanizado a fogo, o que lhe garante maior robustez, durabilidade e segurança. A lona aplicada para fechamento e cobertura conta com proteção antichamas, proteção UVA e UVB, é altamente segura, suporta ventos de acordo com a NBR 6123 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013) e possui classificação II A conforme norma it10 do corpo de bombeiros, o que permite aprovação e emissão do laudo AVCB. Economia&Negócios • Edição SETEMBRO/2021 • 25


PIB de Santa Catarina avança acima da média nacional e chega a 9%

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Foto: Ricardo Wolffenbüttel/Secom

anta Catarina, já consolidada a segunda economia mais competitiva do país, alcançou um dos melhores índices da história do estado, balizado pelo Produto Interno Bruto estadual, que passou de um crescimento de 2.9% para 9% nos doze meses encerrados em junho. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que o PIB brasileiro passou de uma retração de 3,8% em 12 meses até março, em relação ao mesmo período anterior, para um crescimento de 1,8%, na mesma comparação até junho. Com isso, Santa Catarina ocupa um das melhores posições de crescimento econômico no cenário nacional. Os dados divulgados nesta sexta-feira, 3, estão no Boletim de Indicadores Econômico-Fiscais de Santa Catarina, uma publicação on-line e mensal da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE), compartilhando dados quantitativos e qualitativos do desempenho da economia catarinense. "Os indicadores oficiais, como o do IBGE e o do Ministério da Economia, atestam que nossos índices estão entre os melhores do país. Nosso desafio é manter Santa Catarina com números acima da média nacional. Já fomos contemplados com a terceira maior taxa de geração de empregos do Brasil, atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais. E agora essa informação de que o PIB nacional sofre uma retração, enquanto o de Santa Catarina cresce mais de seis pontos percentuais. É comemorar e manter o trabalho", festejou o governador Carlos Moisés. “Este crescimento relevante do PIB estadual, onde saímos de 2.9% para 9%, demonstra que a economia catarinense se descolou da nacional e desponta como as de maior crescimento no país. Sua competitividade e atestada resiliência vêm se traduzindo em produção crescente. Com isso, temos sido a primeira opção para instalação de novas empresas e consequentemente os níveis de emprego vem crescendo em todas as regiões”, avaliou o Secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Luciano Buligon.

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Crescimento dos setores

Segundo dados divulgados pelo IBGE, Santa Catarina teve o maior crescimento no volume de serviços nos últimos doze meses encerrados em junho, relativos ao mesmo período anterior, quando comparado com os doze maiores estados produtores de serviços. Cresceu 8,4% frente a uma média nacional de 0,4%. Na indústria de transformação, nessa mesma comparação, Santa Catarina cresceu 15%, enquanto a média do País foi 7,7%. No varejo ampliado, o crescimento foi 10,7% no Estado e de 7,9% no País. Esta performance econômica refletiu na evolução do PIB estadual, estimado pela SDE, conforme explica o economista Paulo Zoldan. “Santa Catarina se destaca na segurança pública (1ª posição), na Sustentabilidade Social (1ª) e na Eficiência da Máquina Pública, sendo o primeiro do País nesta avaliação. Estes dados também explicam a posição de destaque que o estado vem apresentando na economia, mesmo diante de um cenário desafiador, em especial, no primeiro semestre de 2020, com a auge da pandemia. A partir do segundo semestre do ano passado, os indicadores de produção passaram a exibir um crescimento mais sustentado e disseminado entre seus segmentos. Grande parte deles manteve taxas de crescimento que se situaram entre as maiores do País”, avaliou.


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Economia&Negócios • Edição SETEMBRO/2021 • 27


Azimut Brasil Wealth Management anuncia novo CEO Azimut Brasil Wealth Management (AZBWM), gestora de patrimônio do grupo italiano Azimut no país, anuncia a chegada de seu novo CEO, Wilson Barcellos, e a nomeação da nova diretoria com distribuição dos cargos a sete profissionais que já eram da casa. Barcellos estava à frente da Unifinance desde 2006 e, agora, se junta ao time da AZBWM, onde usará sua expertise no atendimento a investidores seletos para atuar também como diretor da área comercial. Com passagem pela Fundação Real Grandeza, Banco Bozano, Simonsen e Opportunity Asset Management por mais de 18 anos, Barcellos fundou e liderou a Unifinance Agente Autônomo de Investimento, responsável por quase R$ 3 bilhões em investimentos. O executivo é economista de formação, possui MBA em Finanças pelo IBMEC, especialização em Harvard Law e pós-graduação em Harvard Business School.

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EUA reabrirão em novembro para viajantes estrangeiros vacinados Restrição a brasileiros está em vigor desde maio de 2020 Os Estados Unidos vão permitir, no início de novembro, a entrada de passageiros vacinados contra a covid-19 vindos, por via aérea, de Brasil, China, Índia, Reino Unido e a maioria dos países europeus, disse a Casa Branca, amenizando algumas das restrições de viagens aplicadas no início do ano passado. A Casa Branca planeja permitir a entrada de viajantes estrangeiros de países que estavam na lista de barrados pelos EUA desde o início de 2020 ao passo que adota novas exigências em meio à pandemia, disse o coordenador da Casa Branca para a resposta ao coronavírus, Jeff Zients. Atualmente os EUA impedem a entrada da maioria dos estrangeiros que nos 14 dias anteriores tenham passado pelo Reino Unido,

pelos países europeus do espaço Schengen, pela Irlanda, China, Índia, África do Sul, Irã e Brasil. Haverá algumas exceções à política sobre vacinas, disseram autoridades, incluindo para crianças que ainda não são elegíveis para vacinação. As novas regras ainda não se aplicam a viajantes que cruzam as fronteiras terrestres com o Canadá e o México. As companhias aéreas tem feito intensa campanha junto à Casa Branca por meses pela revogação das restrições, mas não tiveram sucesso em vê-las revogadas a tempo da temporada de viagens do verão no Hemisfério Norte. A Casa Branca disse, em julho, que tinha preocupações com a altamente contagiosa variante Delta do novo coronavírus e com um

número crescente de casos de covid-19 no país. A média móvel diária de sete dias de casos relatados de covid-19 nos EUA mais que dobrou desde então.

Economia&Negócios • Edição SETEMBRO/2021 • 29


Setor de logística aponta destaque nas exportação de grãos Empresas transportadoras analisam o possível crescimento nas demandas em todo o país

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á quem não perceba o grande peso que o agronegócio tem na rotina da população, na economia brasileira e no abastecimento mundial. Os setores de agricultura e de pecuária são basicamente responsáveis por todo o alimento que chega à nossa mesa e incluem uma rede de profissionais que fazem parte da cadeia de produção: agricultores, fabricantes de maquinário, nutricionistas, veterinários, transportadores, lojistas e consumidores. Dado isso, é extremamente importante evidenciar o cenário atual do Brasil, que vem ganhando posições de destaque no mercado internacional, tanto na produção quanto na exportação de produtos. Segundo estudos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em apenas dez anos a participação do País saltou de US$ 20,6 bilhões para US$ 100 bilhões, evidenciando alimentos como carne, soja, milho, algodão e produtos florestais. Em vista dessa ótima evolução, a Embrapa acredita que devemos continuar ampliando nossa contribuição para o abastecimento mundial a ponto de nos tornarmos, nos próximos cinco anos, o maior exportador de grãos do mundo, o que já é de se esperar por parte dos profissionais do setor de transporte de cargas. “Não tenho dúvidas de que o Brasil alcançará o marco de líder como produtor e exportador do mercado internacional, e com esse crescimento vertiginoso da fabricação agrícola é necessário prepararmos nossa logística para suportar essa demanda”, afirma Luiz Nery, diretor comercial do Grupo Rodonery.

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Com isso, garante-se não apenas a nossa segurança alimentar, mas de todos os países que importam nossos produtos, o que nos proporciona um crescimento sustentável. Junto a isso, o transporte dessas mercadorias se torna mais importante e cauteloso, afinal sem ele os alimentos não chegariam às prateleiras. Dessa forma, é imprescindível que a condução seja realizada de forma totalmente cuidadosa e por uma empresa íntegra para que não seja colocada em risco a qualidade dos alimentos, o que pode afetar a saúde de seus consumidores. Com esse possível cenário em vista, as empresas de transporte precisarão adequar as suas estruturas e investir em novos equipamentos que atendam a essa alta demanda. As margens aplicadas às operações envolvendo commodities são muito baixas, razão pela qual a otimização dos fluxos de transporte e a conciliação de veículos com maior capacidade de carga serão requisitos mandatórios para as empresas que queiram operar nesse fluxo. “Certamente o aumento da oferta de grãos trará uma alta demanda para o transporte dessas mercadorias. Atualmente, sabemos que grande parte do escoamento dessa produção ocorre por meio do modal rodoviário, e não vislumbro, a curto prazo, mudanças significativas nesse processo. É importante que as empresas de transporte de cargas estejam preparadas para suportar esse acréscimo na demanda e para oferecer condições competitivas para aquecer ainda mais esse mercado”, finaliza Nery.


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Cultura náutica: oficina de vela movimenta Santa Catarina Oficina de construção naval ministrada pela ANI - Associação Náutica de Itajaí e patrocinada pela Catarina Náutica, já entregou quase 100 embarcações de madeira para alunos de Santa Catarina e de outros estados brasileiros.

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Crédito: Divulgação Crédito: Divulgação

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onhecida como polo produtor de lanchas e megaiates no Brasil, a cidade de Itajaí, SC, também chama atenção pela promoção da cultura da vela. Para quem deseja ingressar neste universo náutico, a ANI - Associação Náutica de Itajaí, com patrocínio da Catarina Náutica, uma das maiores revendedoras e distribuidoras de suprimentos náuticos brasileira, oferece uma oficina de construção naval. Com mensalidade de R$ 500, além de custos com materiais necessários para confecção de um veleiro de madeira, de 11 pés, o curso já entregou quase 100 embarcações, fomentando desde o esporte a vela como economia local. De acordo com o presidente da ANI Vinicius Carvalho Santini e Silva, a oficina existe há 13 anos. Além disso, cerca de sete barcos são entregues ao ano e a procura segue em crescimento. “A oficina costuma ter fila de espera. Este ano, por exemplo, tivemos 19 interessados. É um curso que também viabiliza para muitas pessoas, que não teriam condições de ter o seu veleiro em fibra, terem o acesso ao mundo da vela”, avalia Vinicius. O curso tem duração de 10 meses e um custo total de R$ 5.500 em mensalidades mais cerca de R$ 3.500 em materiais até a conclusão do veleiro pelo próprio dono. Apenas como comparação, um veleiro de fibra de vidro novo do mesmo tamanho custaria no mínimo R$25 mil. Durante esse período, o aluno, com ajuda de um profissional, aprende a construir uma embarcação desde o uso do molde até o corte do compensado naval, a montagem, a colagem e o acabamento. “Um dos principais materiais usados na fabricação do veleiro são

as resinas e massas epóxi da Tubolit, fabricante de massas anticorrosivas e isolantes para a construção naval que também é apoiadora do projeto. São materiais responsáveis por criar uma película impermeável e altamente resistente na embarcação. Cada modelo usa, em média, 8 quilos do produto”, explica o Roberto Deschamps, diretor da Catarina Náutica, patrocinadora do curso. Crescimento dentro da náutica Além de interessados em iniciar na vela, o curso também tem incentivado as pessoas a crescerem dentro da náutica. “Muitas pessoas, após terem contato com a vela e fabricarem o seu próprio veleiro de madeira, acabam gostando desse esporte/lazer e buscam por modelos maiores. Eu, por exemplo, fiz um curso, construí o meu veleiro de madeira e, hoje, tenho um veleiro de fibra de vidro de 22 pés”, explica Vinicius. “A partir de um barco pequeno inicia a paixão pela náutica”, complementa Roberto Deschamps, diretor da Catarina Náutica, patrocinadora da oficina de veleiros de madeira. “O apoio à essa cultura fomenta toda a economia da região, desde setores ligados à náutica a serviços básicos e de lazer”. A maior parte dos alunos faz barcos para o lazer, mas para alguns a prática vai além do ‘hobby’ artesanal. Wilson James Corrêa, por exemplo, também é ex-aluno do curso e hoje já trabalha como instrutor de vela. Ele dá aulas em veleiros clássicos, em Itajaí, indicadas para quem deseja aprender noções como: coordenação do leme e vela, direção dos ventos, manobras básicas e as nomenclaturas náuticas.


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PORTOS E TERMINAIS

Portos de Imbituba e de São Francisco do Sul recebem prêmios nacionais

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eficiência e a qualidade na gestão dos portos catarinenses foram determinantes para o recebimento de prêmios nacionais do Portos + Brasil. O Ministério da Infraestrutura, por meio da Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários, premiou a SCPAR Porto de Imbituba e a SCPAR Porto de São Francisco do Sul. O complexo portuário do Sul do Estado foi premiado em duas das quatro categorias, voltadas aos portos públicos: foi eleito em terceiro lugar na Execução de Investimentos Planejados, e na mesma colocação em desempenho no Brasil, segundo o Ranking Índice de Gestão das Autoridades Portuárias (Igap). O Porto de São Francisco do Sul também foi reconhecido como o terceiro melhor porto do país, na categoria desempenho. As premiações foram entregues na noite desta quarta-feira, 1º de setembro, em Brasília. “É mais uma demonstração da excelência dos portos de São Francisco do Sul e de Imbituba sob a gestão do Estado, por meio da SCPAR. Reafirma o potencial, a força e o dinamismo da economia catarinense. Santa Catarina é um exemplo para o país”, destacou o governador Carlos Moisés. O diretor-presidente do Porto de Imbituba, Fábio Riera, agradeceu a todo o corpo técnico da Autoridade Portuária, que, conforme disse, diuturnamente trabalha de forma comprometida, responsável e planejada para qualificar a infraestrutura do porto, alinhada às boas práticas ambientais, sociais e de governança. “É mais do que merecedora essa conquista. Estamos muito felizes por compor o grupo de destaque na gestão do setor portuário nacional” ressaltou. Desde que o Porto foi delegado ao Estado de Santa Catarina, a movimentação portuária em Imbituba cresceu mais de 180% registrando recordes operacionais, o último deles alcançado em julho deste ano. O presidente do Porto de São Francisco do Sul, Cleverton Vieira, destacou que é o segundo ano consecutivo que o porto recebe a premiação do governo federal, que visa a reconhecer as melhores práticas adotadas pelos portos organizados do país e os profissionais responsáveis por essas iniciativas. "É um excelente reconhecimento da

Fábio Riera, Ricardo Moritz, diretor-presidente da SCPAR holding, e Cleverton Vieira - Foto: SCPAR Porto de Imbituba autoridade portuária, especialmente à dedicação de todo o corpo funcional em aprimorar a gestão da empresa, para torná-la cada dia mais eficiente no serviço que presta aos usuários do Porto de São Francisco", comemorou. Ele ressaltou que a movimentação de cargas no porto do Norte do Estado cresceu 19% em 2021, com relação ao mesmo período do ano passado: de 6 milhões de toneladas passou para 7,2 milhões de toneladas. As informações são da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). O evento contou com a presença de autoridades federais e representantes do setor portuário nacional.

Ranking do IGAP

Fotos: Cláudio Neves/Portos do Paraná

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A conquista do troféu na categoria Ranking do Índice de Gestão das Autoridades Portuárias (IGAP) foi possível com a aferição da nota 8 no último ciclo de análise. A pontuação garantiu o 3º lugar para a administração de Imbituba, ao lado de São Francisco do Sul e de Suape. O indicador analisa, entre outros aspectos, o desempenho financeiro, a eficiência na gestão de recursos humanos, a capacidade para concretizar investimentos, o comprometimento em atender/corrigir as notificações da ANTAQ (agência reguladora), a qualidade da gestão ambiental e a transparência na publicação de informações da Autoridade Portuária. O índice IGAP permite a solicitação de delegação de competências às autoridades portuárias para licitar contratos de arrendamento, atividade atualmente centralizada no Governo Federal para a maioria dos portos públicos brasileiros. “Essa autorização é um aval da União à autoridade portuária, conferindo maior autonomia na gestão da poligonal


PORTOS E TERMINAIS Porto de Itajaí é contemplado com o Prêmio Portos + Brasil em duas categorias

a partir do reconhecimento das boas práticas que já estão sendo realizadas, refletida em uma das maiores notas do país”, avaliou o diretor de Planejamento e Operações do Porto de Imbituba, José João Tavares. Para o presidente do Porto de São Francisco do Sul, Cleverton Vieira, o porto vive um período especial de crescimento, impulsionado “pela eficiência e dinamismo da cadeia logística francisquense e, ainda, pelo aumento expressivo na produtividade do agronegócio de Santa Catarina".

Execução de Investimentos Planejados Já a categoria Execução de Investimentos Planejados reconheceu os (R$) 4,2 milhões aplicados em 2020 na qualificação da infraestrutura do Porto de Imbituba como a terceira melhor capacidade operacional do país para concretizar os investimentos planejados nos portos públicos. Dentro deste montante, está a compra de novos equipamentos de sinalização náutica, elaboração e desenvolvimento dos projetos de engenharia para a recuperação e reforço Cais 3; a remodelação da rede interna de alta tensão e iluminação das vias, além das reformas e ampliações de edificações. Fabrício Debortoli, diretor de Administração e Finanças, ressaltou que a SCPAR Porto de Imbituba tem uma gestão financeira autossuficiente, que se mantém com os recursos gerados pelo próprio Porto: “Esse resultado é alcançado a partir de uma boa equalização dos custos e despesas, planejamento e fomento à eficiência operacional, com descontos tarifários para operações com melhor desempenho, o que permite ter bons resultados financeiros que viabilizem as melhorias previstas de forma sustentável.”

A Superintendência do Porto de Itajaí, na condição de Autoridade Portuária, foi agraciada com o Prêmio Portos + Brasil em duas das oito categorias da edição deste ano. Dentre os 21 portos brasileiros avaliados, a Superintendência recebeu a 2ª colocação nas categorias Execução de Investimentos Planejados de 60,1% do orçamento de investimento disponível no início de 2020, e 3ª colocação no quesito Crescimento de Movimentação de Portos Organizados de 2020 com 11,8% superior à de 2019. A premiação relativa ao reconhecimento das melhores práticas aplicadas pelos portos organizados do país, e aos profissionais responsáveis pela excelência na gestão, foi entregue no mês de agosto. O Superintendente do Porto de Itajaí, Fábio da Veiga, esteve presente na cerimônia de premiação, representando a Autoridade Portuária. A iniciativa do Ministério da Infraestrutura (MINFRA) do Governo Federal, visa incentivar a busca pela excelência na gestão destes empreendimentos, essenciais à logística de transportes brasileiros. “Estamos agraciados com a entrega desses dois prêmios, que são resultados do trabalho de todos os nossos servidores e trabalhadores portuários. Todos nós estamos realizando um grande esforço para manter o Porto de Itajaí nos índices positivos de movimentação, na qualidade e agilidade dos procedimentos realizados diariamente. Ao longo dos anos, a Superintendência do Porto de Itajaí vem realizando simulados, palestras e adquirindo prêmios em diversos segmentos, assim como pela melhor gestão ambiental entre os portos brasileiros. No ano anterior, o Porto de Itajaí recebeu o certificado da ISO 14001, demonstrando que a cultura de boas práticas ambientais está sendo expandida e principalmente concretizada, sendo reconhecido como o porto verde do Brasil. Permanecemos como exemplo e modelo nacional de uma excelente gestão pública e municipal”, destaca o Superintendente do Porto de Itajaí Fábio da Veiga.

O prêmio Criado em 2020, o Portos + Brasil é uma iniciativa da Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários. “É um mecanismo de incentivo para que os administradores portuários busquem sempre a excelência na gestão desses ativos tão importantes para a infraestrutura brasileira”, explicou o secretário Nacional de Portos Transportes Aquaviários, Diogo Piloni. Economia&Negócios • Edição SETEMBRO/2021 • 35


PORTOS E TERMINAIS

Complexo Portuário de Itajaí e Navegantes registra crescimento de 9% na movimentação de contêineres Destaque também quanto a movimentação em toneladas registrando 14% de aumento durante o mês de agosto.

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Complexo Portuário de Itajaí e Navegantes encerrou o mês de agosto com o crescimento de 9% na movimentação de TEUs (unidade de medida de um container de 20 pés). Os números foram apresentados no relatório mensal de estatísticas da Superintendência do Porto de Itajaí (Autoridade Portuária). Foram movimentados 129.546 TEUs, sendo 10.866 TEUs a mais do que agosto de 2020, quando o Complexo registrou movimentação de 118.680 TEUs. No indicativo de tonelagem a movimentação também foi positiva, com um crescimento de 14%. Em agosto de 2020 foram movimentadas 1.318.981 toneladas contra 1.506.777 toneladas do mesmo período do ano anterior. Para o Superintendente do Porto de Itajaí, Fábio da Veiga, os índices de crescimento ressaltados em agosto, comprovam que o Complexo Portuário de Itajaí e Navegantes, é o 2º maior complexo na movimentação de cargas do Brasil. “Os números demonstram que o modelo de gestão aplicado está dando certo, e que pode avançar muito mais. O crescimento do Complexo é constante, e nós temos um potencial ainda maior, mantendo mensalmente um crescimento gradual. Quanto mais cargas vierem neste momento, mais atrativo será para as empresas interessadas. Esse aumento justifica que o modelo realizado hoje, e que o modelo futuro será o modelo atual (Landlord), porém aprimorado, ele dará segurança logística acima de tudo, porque não é uma experiência, é algo que já vem de vários anos, crescendo constantemente. A segurança logística é importante para garantir que os nossos usuários terão a infraestrutura adequada e moderna. Esse resultado demonstra que a parceria entre o público e o privado, que nós defendemos, ambos buscando constantemente a modernização e o aprimoramento, é o caminho onde a Autoridade Portuária juntamente com os terminais privados busca sempre mais cargas”, conclui Fábio. No segmento de contêineres cheios de importação no Porto de Itajaí, durante o mês de agosto, houve uma movimentação de 12.855 TEU’s, elevando a movimentação anual para 134.380 toneladas, registrando um crescimento de 28% em relação ao ano anterior. “O nosso Porto de Itajaí vem realizando todos os esforços por parte de nossos trabalhadores portuários, demonstrando o quanto é necessário garantir a economia do nosso Estado e de nosso país, tornando-se motivo de orgulho e satisfação para nós iItajaienses há muito tempo. O compromisso dos trabalhadores portuários, e de todos os envolvidos, vem se comprovando todos os meses através de seu índice de desempenho, na movimentação de cargas, de contêineres e na movimentação de navios, desta forma continuamos nos destacando cada vez no mercado portuário de Santa Catarina e do Brasil”, afirmou o Prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni. Em agosto, atracaram no Complexo Portuário de Itajaí e Navegantes 81 navios, sendo 28 na APM Terminals, 03 no TUP Braskarne, 01 na TEPORTI, e 01 no TUP Poly Terminais. No Terminal da PORTONAVE, a movimentação registrada no mês de agosto somou 48 escalas elevando a movimentação acumulada do ano para 404 escalas, registrando-se um crescimento referente a 15% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O compromisso dos trabalhadores portuários, e de todos os envolvidos, vem se comprovando todos os meses através de seu índice de desempenho, na movimentação de cargas, de contêineres e na movimentação de navios, desta forma continuamos nos destacando cada vez no mercado portuário de Santa Catarina e do Brasil.

Prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni

A movimentação total de cargas, registrada no terminal durante o mês de agosto, foi de 1.000.040 toneladas, e, ainda no mesmo mês, totalizou a movimentação de 86.244 TEU (s), representando 67% da movimentação total de cargas contêinerizadas no Complexo Portuário de Itajaí e Navegantes. O acumulado do ano no Complexo Portuário somou 730.920 TEU’s, representando um crescimento de 36% em relação ao mesmo período de 2020. As exportações no Porto de Itajaí, representaram 56% no mês de agosto, e 44% nas importações. As principais exportações registradas no Porto de Itajaí, durante o mês de agosto foram o frango congelado (12,3%), madeiras e derivados (43,0%), carnes (10,6%), mecânicos e eletrônicos (19,9%), alimentados em geral (25,6). As importações mais significativas ainda no mês de agosto foram os mecânicos e eletrônicos (61,0%), produtos químicos (85,7%), têxteis diversos (69,6), plásticos e borrachas (80,7%) e alimentos em geral (25,4%). O Complexo teve participação de 57,4% na corrente de comércio catarinense e 3,8% na corrente de comércio brasileira.


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