Brutal #3 novembro dezembro 2017

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SR: A vida de músico não é fácil, pois não? Tem que se gostar e acreditar muito no que se está a fazer? Patrick: Nós crescemos todos aqui na Margem Sul, e somos todos músicos e todos já tivemos alguns projetos, vivemos naquela fase áurea musical. Rick: Cheguei a ouvir chamar Almada de Liverpool português. Patrick: Quando começamos à 10 anos atrás, essa fase já tinha passado. Isso causou algum impacto em nós que estávamos habituados a ter um ambiente completamente diferente aqui, mas tentámos ir á conquista do país, foi difícil, a tentar fazer o nosso melhor e há- de sempre ser uma luta. E já fizemos tudo e não esmorecemos e havemos de conseguir o nosso intuito. Há pessoas que gostam, há outras que não gostam, há quem fale bem e quem fale mal… Elvis: Acho que o nosso intuito e o mais importante é continuarmos a tocar e fazer aquilo que gostamos. Neste momento é praticamente à nossa conta. Pagam-nos sim, é verdade, em algumas situações. Mas nós gostamos do que fazemos. Patrick: Não é fácil ter um emprego “nine to five” e depois ir ter ensaios até às 4h da manhã. O Gerson pela primeira vez está a experimentar isso. SR: Como é para vocês tocar em Almada? Patrick: Tocar em Almada é sermos recebidos

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em nossa casa. Rick: Acresce sempre uma responsabilidadezinha maior. Almada sendo a terra de músicos que é há sempre aquela sensação… Antigamente, há uns 15 ou 20 anos atrás, quando vinhas tocar em Almada ninguém se mexia. Estava todos de braços cruzados a olhar para ti. Porquê? Porque a plateia toda eram músicos. Hoje em dia isso já está um bocadinho diferente, infelizmente. Mas tocar em Almada é sempre especial para nós. Patrick: A nossa geração esmoreceu, depois muitos já não gostam da mesma coisa que nós… SR: E tocar em Almada comparativamente a tocar com Bom Jovi para aquele “mar” de gente? Rick: A responsabilidade é a mesma. Estejam 3 pessoas ou 70000, a responsabilidade, a atitude é a mesma. A grande diferença é quando sobes ao palco tens uma “ parede de som ”. É giro. Patrick: É uma experiência enriquecedora, uma experiência de vida. Mas infelizmente a nossa realidade não é essa.


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