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O TEXTO ARGUMENTATIVO NA SALA DE PORTUGUES Bruno Maurício Rodrigues Abreu Mestrado em Ensino de Português do 3º ciclo do Ensino Básico e Ensino Secundário e do Espanhol nos ensinos Básico e Secundário

Seminários em Português


Seminários em Português 1 O texto argumentativo na sala de Português

Índice Introdução……………………………………………………………………………. 2 Como estruturar um texto…………………………………………………………... 3 Como trabalhar o texto argumentativo na sala de aula…………………………… 5 Conclusão……………………………………………………………………………... 8 Bibliografia…………………………………………………………………………… 9 Anexos……………………………………………………………............................... 10

Bruno Maurício Rodrigues Abreu Mestrado em Ensino de Português do 3º ciclo do Ensino Básico e Ensino Secundário e do Espanhol nos ensinos Básico e Secundário


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Introdução

Este trabalho surge no âmbito da disciplina de seminários em português, e prende-se com a elaboração de uma sequência didáctica relativa ao ensino do texto argumentativo nas aulas de português. Na formação de um aluno, o texto argumentativo apresenta-se como uma ferramenta indispensável para o seu sucesso escolar. Este tipo de texto é utilizado em diversas disciplinas e a sua criação é instigada por muitos docentes. Porém, cabe ao professor de português dotar o aluno dessa capacidade. Sendo assim, o meu trabalho visa a elaboração uma sequência didáctica que permita o aluno desenvolver esta capacidade. Para isso, primeiramente, exporei alguns conceitos importantes na produção textual. Seguidamente, apresentarei um conjunto de exercícios que visam trabalhar as características do texto argumentativo, e por fim, elaborarei uma actividade em que os alunos terão de colocar em prática tudo que aprenderam.

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Como estruturar um texto

Nesta parte do meu trabalhar procurarei apresentar alguns conceitos importantes na produção textual. Quando começamos a produzir um texto é fundamental ter em conta aspectos como a coesão e a coerência textual. No caso do texto argumentativo, ou qualquer tipo de texto, a coesão e a coerência demonstram-se essenciais para que o leitor consiga entender o que foi escrito. Segundo Freitas (2009) “…a coesão é o fenómeno que diz respeito ao modo como os elementos presentes na superfície textual se encontram interligados, por meio de recursos também linguísticos, formando sequências veiculadoras de sentido”. Quanto à coerência o mesmo autor apresenta-a da seguinte forma: “corresponde ao modo como os elementos subjacentes à superfície textual permitem veicular sentidos, sendo, nesse âmbito, responsável pela produção de sentido para o texto”. Além dos conceitos acima referidos, quando começamos a produzir um texto devemos ter em atenção os três processos de escrita: a planificação, a redacção e a revisão. Estes processos assumem-se como vitais na estruturação e criação do texto. A planificação“…entende-se o processo através do qual quem escreve forma a representação interna do saber, representação essa que tem um carácter mais abstracto do que a sua representação linguística.” (Carvalho, 1999:61), ou seja, a planificação consiste no processo mental que fazemos antes de começar a escrever um texto. Em seguida, temos a redacção. Segundo Carvalho (1999:64) e o modelo de Flower e Hayes, a redacção é “… o processo de transformação de ideias em linguagem visível (…), o processo de transformação de uma forma de simbolização numa outra, a representação gráfica.”. (Carvalho, 1999:64). Portanto, podemos referir que este processo corresponde à representação gráfica do que foi planeado no processo anterior. Finalmente, a revisão. O mesmo autor refere a revisão “…como o processo no decurso do qual o sujeito que escreve decide ler o que foi escrito previamente, quer Bruno Maurício Rodrigues Abreu Mestrado em Ensino de Português do 3º ciclo do Ensino Básico e Ensino Secundário e do Espanhol nos ensinos Básico e Secundário


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como ponto de partida para uma nova fase de redacção, quer com o objectivo de o avaliar e, eventualmente, alterar.”. Ou, segundo Humes, “… a revisão consiste num movimento de retrocesso levado a cabo para avaliar a adequação do texto ao objectivo inicial.” (Carvalho, 1999:67).

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Como trabalhar o texto argumentativo na sala de aula

Depois de apresentar alguns conceitos importantes na secção anterior do meu trabalho, passarei a demonstrar como devemos trabalhar o texto argumentativo na aula de Português. Em primeiro lugar, convém apresentar aos alunos uma pequena síntese das características de um texto argumentativo (anexo 1). Com esta ficha, o professor faria uma breve discussão com os alunos sobre as características e factos históricos próprios do texto argumentativo. Em segundo lugar, o professor apresentaria os articuladores de discurso característicos do texto argumentativo (anexo2). Os alunos teriam que ver os articuladores e entender quando se devem utilizar. Para isso, os alunos elaborariam uns exercícios, no qual teriam de utilizar os articuladores de discurso (anexo 3). Por fim, os alunos iriam ler um texto argumentativo, no qual teriam de encontrar as características próprias de textos desta natureza (anexo 4). Feita a introdução e assimilação dos conceitos inerentes ao texto argumentativo, os alunos passariam a elaborar um exercício no qual teriam de colocar em prática tudo que aprenderam. Os alunos, primeiramente, iriam ler o seguinte fragmento. “Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o início deste milénio. As relações afectivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor”.(Flávio Gikovate,2008) Depois de lido o fragmento, os alunos teriam que realizar um brainstorming, no qual apresentariam palavras ou expressões relacionadas com o fragmento acima exposto. Este exercício é muito pertinente, já que, permite aos alunos meditar relativamente ao fragmento, podendo assim, encontrar a tese do texto que escreverão numa fase posterior.

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Encontrada a tese e elaborado pelos alunos um esboço mental (planificação), os alunos passariam à redacção do texto, escrevendo-o de acordo com o plano previamente idealizado. Para isso, é fundamental que tenham em atenção, todas as características de um texto argumentativo. Sendo assim, o professor recapitulava as partes constituintes do texto e os articuladores usados em cada uma dessas partes. Na introdução o aluno deve referir qual é a tese que vai apresentar. Esta vai servir de mote para o resto do texto. Visto isto, alguns dos articuladores que podem ser usados são: 

Do meu ponto de vista

Eu penso que

Na minha opinião

A meu ver

Em seguida, o aluno deve elaborar o desenvolvimento. Nesta parte deve defender a tese e apresentar argumentos que validem a sua opinião. Para isso, pode utilizar os seguintes articuladores de discurso: 

Porque

Por exemplo

Por um lado…por outro lado

Portanto

No entanto, pode apresentar, também, contra-argumentos utilizando os seguintes articuladores de discurso. 

Contudo

No entanto

Porém

Mas

Apesar de

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Finalmente, o aluno deve escrever a conclusão do texto. Nesta secção o aluno deve reforçar os argumentos e contra-argumento, podendo ainda, deixar indícios para um próximo trabalho. Os articuladores de discurso podem ser os seguintes. 

De facto

Para concluir

Em jeito de conclusão

Para finalizar

Depois de escrito o texto, o aluno deve reler (revisão) e constatar se seguiu as normas relativas a um texto argumentativo. O professor deve recolher os textos e corrigi-los. Feita a correcção, o professor deve explicar aos alunos onde falharam e pedir a estes que rescrevam o que está errado, como forma de suprimirem essas debilidades. Por fim, deve ser criado com o apoio do professor um texto conjunto.

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Conclusão

Para concluir, importa referir que o texto argumentativo apresenta-se como uma ferramenta indispensável para o aluno, por isso, a disciplina de português ganha, assim, contornos importantes no seu desenvolvimento. E esse desenvolvimento pode potenciar no aluno uma capacidade única de sequenciar o seu pensamento, podendo assim, aplicar esta capacidade no seu dia-a-dia. Portanto, o meu trabalho visou o desenvolvimento da capacidade de criação do texto argumentativo nos alunos. Ou seja, os alunos depois da elaboração deste trabalho, devem estar aptos para produzir mais textos, sem apresentarem dificuldades na sua organização e respectiva produção.

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Bibliografia

CARVALHO, J. (1999). O ensino da Escrita da teoria às práticas pedagógicas. Braga: Universidade do Minho.

FREITAS, J. (2009). Questões de coesão gramatical e lexical em textos dissertativo-argumentativos de alunos do ENEM. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

http://terrasdelisboa.blogspot.com/2009/01/crise-est-em-crise-ricardo-arajo.html

http://www.magaweb.com.br/pordosol2/index.php?option=com_content&view= article&id=93:relacoes-humanas-sobre-estar-sozinho&catid=36:edicao2&Itemid=59

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Anexo 1

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Anexo 2

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Anexo 3

Exercício 1 A partir das seguintes frases, e tendo em conta os articuladores discursivos, cria frases complexas substituindo a pontuação por um articulador discursivo que determine as seguintes relações. O João vai ao futebol. O João encontra o Pedro. O João vai ao futebol e encontra o Pedro. Estabelecer ordens aditivas:________________________________________

Expressar condição: _______________________________________________ Estabelecer relação disjuntiva: _______________________________________ Referenciar espaço: _________________________________________________ Manifestar oposição: ________________________________________________ Estabelecer conexões de tempo: _______________________________________ Explicitar: _________________________________________________________ Concluir: ___________________________________________________________

Exercício 2 Reescreva as frases simples de modo a constituir frases complexas. 1. 2. 3. 4. 5.

A equipa jogou muito mal. Precisa de melhorar muito. O João reagiu impetuosamente. O Pedro seguiu-lhe as pisadas. A Ana não estudou. Estava doente. A escola está fechada. Hoje é feriado. No ano de 1990 caiu o muro de Berlim. Hoje temos um país unificado.

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Anexo 4

Texto argumentativo Opinião A crise está em crise

A todos os executivos que mantiveram Portugal em crise desde 1143 até hoje, muito obrigado Ou estou fortemente enganado (o que sucede, aliás, com uma frequência notável), ou a história de Portugal é decalcada da história de Pedro e o Lobo, com uma pequena alteração: em vez de Pedro e o Lobo, é Pedro e a Crise. De acordo com os especialistas – e para surpresa de todos os leigos, completamente inconscientes de que tal cenário fosse possível – Portugal está mergulhado numa profunda crise. Ao que parece, 2009 vai ser mesmo complicado. O problema é que 2008 já foi bastante difícil. E, no final de 2006, o empresário Pedro Ferraz da Costa avisava no Diário de Notícias que 2007 não iria ser fácil. O que, evidentemente, se verificou, e nem era assim tão difícil de prever tendo em conta que, em 2006, analistas já detectavam que o País estava em crise. Em Setembro de 2005, Marques Mendes, então presidente do PSD, desafiou o primeiro-ministro para ir ao Parlamento debater a crise económica. Nada disto era surpreendente na medida em que, de acordo com o Relatório de Estabilidade Financeira do Banco de Portugal, entre 2004 e 2005, o nível de endividamento das famílias portuguesas aumentou de 78% para 84,2% do PIB. O grande problema de 2004 era um prolongamento da grave crise de 2003, ano em que a economia portuguesa regrediu 0,8% e a ministra das Finanças não teve outro remédio senão voltar a pedir contenção. Pior que 2003, só talvez 2002, que nos deixou, como herança, o maior défice orçamental da Europa, provavelmente em consequência da crise de 2001, na sequência dos ataques terroristas aos Estados Unidos. No entanto, segundo o professor Abel M. Mateus, a economia portuguesa já se encontrava em crise antes do 11 de Setembro.

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A verdade é que, tirando aqueles seis meses da década de 90 em que chegaram uns milhões valentes vindos da União Europeia, eu não me lembro de Portugal não estar em crise. Por isso, acredito que a crise do ano que vem seja violenta. Mas creio que, se uma crise quiser mesmo impressionar os portugueses, vai ter de trabalhar a sério. Um crescimento zero, para nós, é amendoins. Pequenas recessões comem os portugueses ao pequeno-almoço. 2009 só assusta esses maricas da Europa que têm andado a crescer acima dos 7 por cento. Quem nunca foi além dos 2%, não está preocupado. É tempo de reconhecer o mérito e agradecer a governos atrás de governos que fizeram tudo o que era possível para não habituar mal os portugueses. A todos os executivos que mantiveram Portugal em crise desde 1143 até hoje, muito obrigado. Agora, somos o povo da Europa que está mais bem preparado para fazer face às dificuldades. In http://terrasdelisboa.blogspot.com/2009/01/crise-est-em-crise-ricardoarajo.html

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