Reverberar: novo abrigo institucional para crianças e adolescentes

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BRUNA GOMES CARVALHO

REVERBERAR

Trabalho final de gradução sobre novo centro de acolhimento institucional Dezembro/2020

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Trabalho final de graduação apresentado ao Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto, para cumprimento das exigências totais para obtenção do título de Arquiteta e Urbanista, em 2020, sob orientação da Profa. Ma. Catherine D’Andrea. Bruna Gomes Carvalho. Ribeirão Preto- 2020

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Dedico este trabalho, especialmente à Deus, que com seu cuidado me mostrou e me colocou neste trilho de conhecimento sobre arquiteura, e quando eu pensava que era um atalho para chegar à outros trilhos, ele me afirmava que arquitetura é parte de meu trajeto de vida. E este trilho, que poderia ter sido em qualquer outro lugar do Brasil e do mundo, por Deus foi aproximado aos trilhos da Mogiana, e relutei em permanecer desde que entrei nesse vagão, mas confiei em seus propósitos. Sei que os ensinamentos apreendidos aqui, me fizeram resiliente e mais responsável para os outros desafios que certamente virão. Agradeço aqueles que acreditaram em mim, e fizeram muito esforço para que nesse trilho eu tivesse a certeza que sempre teria com quem contar, independente dos percalços, estes são meus pais e irmãos, pelos quais sou imensamente grata e tenho tanto orgulho por compartilhar destes genes. Não menos importante, amigos apresentados aqui, tornaram a jornada mais leve. Agradeço aos professores que me orientaram em todo o processo e nesta etapa final, obrigatória para obtenção do título de bacharela em Arquitetura e Urbanismo.

AGRADECIMENTOS 4


“O sozinho e ferido, cansado e faminto que estão no escuro. Em terras longínquas e mares distantes a Luz ressurgirá. Pois Ele É a voz que fala ao coração Sobre esperança e um futuro além do que se pode ver.” A Voz- Os Arrais.

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De acordo com informações fornecidas pela organização do centro de acolhimento mantido pela prefeitura municipal de Ribeirão Preto-SP, em março , a unidade acolhia 33 crianças e adolescentes, todavia, é de suma importância prever espaço que atenda mais do que a demanda atual levando em conta que Ribeirão Preto atualmente foi elevada ao nível de região metropolitana, e poderá atender nos próximos anos, um numero maior de acolhidos em função de crescimento demográfico. O trabalho enfativa novos programas arquitetônicos como proposta extensão do desenvolvimento humano, como a música e arte, perpassa os processos históricos para compreeder como menores em situação de vulnerabilidade foram acolhidos pelo governo desde o Império. Analisa a distinção do tratamento entre gêneros, e um possível reflexo aos dias atuais dessa visível desigualdade. Que a condição social era pré-requisito para encaminhar menores aos internatos,não apenas em condição de abandono familiar, portanto, filhos de escravizados eram costumeiramentes levados às Rodas de Expostos. Ainda como fator importante para compreeder os novos processos de habitar, foi demonstrado os dois tipos de acolhimento que são fornecidos no Brasil, o Abrigo Institucional e Casa Lar com suas especificidades. E então o livro, “ Música na Infância e na adolescência” em que a autora Beatriz Ilari, analizou diversos estudos feitos até 2015 sobre a influência da música no desenvolvimento de crianças de diversas faixas etárias, pôde nortear o capítulo ligado à música. As referências projetuais de centros de acolhimentos e uma escola de música, apesar de não estarem no território brasileiro, abordam uma temática contemporânea e com programas diversificados para além dos básicos das antigas instituições de acolhimento no Brasil. Compondo de maneira diversificada novas possibilidades à proposta de projeto arquitetônico de um novo centro de acolhimento na cidade.A intenção de projeto é rever com um olhar cauteloso os novos espaços e assegurando que as exigências do Estatuto da Criança e do Adolescente, bem como a Cartilha de Orientações Técnicas para Serviços de Acolhimento para Crianças e adolescentes sejam devidamente realizadas.

RESUMO 6


Reverberar A inclusão de espaços para ensino de música como ferramenta de apoio ao desenvolvimento cognitivo de crianças e adolescentes, em proposta de novo edifício de acolhimento infantojuvenil em Ribeirão Preto-SP.

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Imagem1. Capa. Criança tocando violão. Adaptado pela autora. Disponível em : https://i.pinimg.com/564x/a0/90/de/a090de1e5a95c4224ff3da406275d87e.jpg. Acessado em março de 2020 Capa de capítulo:Objetivos.Imagem2. Crianças aprendendo tocar violão. Adaptado pela autora. Disponívem em:https://pt.bcdn.biz/Images/2018/2/8/2363dd18-31b9-4711-882c-796ec619d918.jpg Capa de capítulo:Justificativa Imagem3. Criança tocando violino. Adaptado pela autora. Disponível em: https://www.olharconceito.com.br/noticias/exibir.asp?id=13924&noticia=unemat-oferece-aulas-gratuias-de-instrumentos-de-sopro-corda-e-percussao-para-criancas Capa de capítulo:Metodologia. Imagem 4. Criança tocando violino. Adaptado pela autora.https://br.guiainfantil.com/materias/bebes/estimulacao/o-primeiro-instrumento-musical-para-criancas/ Capa de capitulo:Fundamentação Teórica. Imagem5. Criança tocando violino. Adaptado da autora. Disponível em https://br.freepik.com/fotos-premium/retrato-de-um-menino-tocando-violino_1838909.htm Capitulo: Fundamentação teórica p.18 Imagem 1. Roda de Expostos. Fonte : https://arautosdelrei.org/alemanha-e-outros-paises-europeus-restauram-a-qroda-dos-enjeitadosq-para-salvar-recem-nascidos/. Acessado em Março-2020. p.18 Imagem 2. A formatura era um recurso empregado pelos inspetores dos internatos, visando o disciplinamento das crianças. Instituição sediada no Rio de Janeiro, em convênio com a extinta FUNABEM. Acessado em Março-2020. p.20,21. Imagem 3. Bebê tocando briquedo musical.Adaptada pela autora. Disponível em : https://catracalivre.com.br/wp-content/uploads/sites/10/2018/02/criancas_instrumentos_musicais_02.jpg Imagem4. Crianças tocando violão. Adaptado pela autora. Fonte: https://www.superprof.com.br/blog/percussao-traz-melhorias-para-saude/ Capa de capítulo: Leituras Projetuais. Imagem1. Jovem tocando violoncelo. Adaptado pela autora. Dispon[ivel em : https://br.freepik.com/fotos-gratis/linda-garota-toca-violoncelo-com-paixao-em-um-ambiente-concreto_6701460. htm#position=2p. 44,45. Capítulo : Leitura Projetual- Escola de música TohoGakuen Imagem1. Fachada principal. Imagem retirada do Archdaily. Acessado em Março- 2020. p.45,46 Imagem 2. Acessado em Google Eart com adaptação da autora.Acessado em Março- 2020. p.48 Imagem 3. Fachada principal. Imagem retirada do Archdaily..Acessado em Março- 2020. p.48 Imagem 4. Implantação do edifíco. Acessado em Google Eart, com adaptação da autora.Acessado em Março- 2020. p.48 Imagem 5. Perpectiva aérea do edifício. Acessado em Google Eart, com adaptação da autora.Acessado em Março- 2020. p.49 Imagem 6. Destaque para acesso principal ao pedestre. Acessado no Archdaily. Acessado em Março- 2020. p.49 Imagem 8. Perspectiva de edifício. Acessado no Archdaily. Acessado em Março- 2020. p.50,51. Imagem 10. Esquema gráfico sobre disposção a partir de planta baixa do subsolo, acessado no Archdaily adaptada pela autora.Acessado em Março- 2020. p.50. Imagem 11. Esquema gráfico sobre disposção a partir de planta baixa, acessado no Archdaily adaptada pela autora. Acessado em Março- 2020. p.52. Imagem 12. Esquema gráfico sobre disposção a partir de planta baixa, acessado no Archdaily adaptada pela autora.Acessado em Março- 2020. p.53 Imagem 13. Vista para jardim interno.Disponível em: Archdaily. Acessado em Março- 2020. p.55. Imagem 14. Abertura zenital. Disponível em:Archdaily.Disponível em: Archdaily. Acessado em Março- 2020. p.56,57. Imagem 15. Esquema gráfico sobre sistema estrutural. Disponível em: Archdaily. Acessado em Março- 2020. p.57 Imagem 16. Destaque em laje nervurada . Disponível em:Archdaily. Disponível em: Archdaily. Acessado em Março- 2020. p.58,59 Imagem 17. Vista para salas de aula. Disponível em: Archdaily.Disponível em: Archdaily. Acessado em Março- 2020. p.59,60. Imagem 18. Esquema gráfico sobre a concepção do projeto. Acessado no Archdaily. p.60 Imagem 19. Vista para salas de aula. Disponível em: Archdailyp.61 Imagem 20. Esquema gráfico sobre a concepção do projeto. Acessado no Archdaily.p.63 Imagem 20. Destaque para relação entre salas. Disponível em: Archdaily.p.64 Imagem 21. Destaque para relação à escala humana. Disponível em: Archdaily.p.65 Capa Centro de Bem-Estar para Crianças e Adolescentes. Imagem 1. Destaque área de lazer. .Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/. p.66,67.Acessado em Março- 2020. Imagem 2. Destaque área de lazer. .Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/. Acessado em Março- 2020.p.68 Imagem 3. imagem aérea acessada no Google Earth. Acessado em Março- 2020.p.68 Imagem4.Implantação acessada no Google Earth Acessado em Março- 2020.p.68 Imagem 5.Adaptação em foto para representar o gabarito do entorno imediato.Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/.Acessado em Março- 2020.p.69 Imagem 6. Destaque para terraço privativo com mobiliário. .Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/. Acessado em Março- 2020.p.70 Imagem 7.Volumetria do edifício evidenciando a forma. Adaptada pela autora. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfarverons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/. Acessado em Março- 2020.p.70 Imagem 8. Fachada com principal acesso à pedestres.Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/. Acessado em Março- 2020.p.71 Imagem 9.Destaque para fachada abstrata e aberturas.Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/.Acessado em Março- 2020.p.72 Imagem 10. Destaque para terraço privativo com mobiliário. .Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/ Acessado em Março- 2020..p.74,75 Imagem 11.Mobiliário planejado em sala. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/.p.76,77 Imagem 12. Mobiliário do berçário. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/.p.78,79 Imagem 13. Permeabilidade visual através de proposta de transparência nos fechamentos.p.79

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Lista de Figuras

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Imagem 14. Permeabilidade visual através de proposta de transparência nos fechamentos.Acessado em Março- 2020.p.79 Imagem 15. Permeabilidade visual através de proposta de transparência nos fechamentos. Acessado em Março- 2020.p79 Imagem 16. Mobiliário de copa. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/.Acessado em Março- 2020.p.80,81 Imagem 17. Permeabilidade visual através de proposta de transparência nos fechamentos.p.81Acessado em Março- 2020. Imagem 18. Permeabilidade visual através de proposta de transparência nos fechamentosp.81. Assessado em Março-2020 Imagem 19. Permeabilidade visual através de proposta de transparência nos fechamentos.p.81 Assessado em Março-2020 Imagem 20. Esquema em planta de pavimento térreo demonstrando projeção de jardim interno no térreo. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/. Assessado em Março-2020 p.82. Imagem 21. Planta de pavimento térreo demonstrando projeção de jardim interno no térreo. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/. Assessado em Março-2020 p.83 Imagem 22. Esquema em planta de pavimento térreo demonstrando projeção de jardim interno no térreo. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/.p.84. Assessado em Março-2020 Imagem 23. Planta de pavimento térreo demonstrando projeção de jardim interno no segundo pavimento. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/p.85. Assessado em Março-2020 Imagem 24. Esquema em planta de pavimento térreo demonstrando projeção de jardim interno no térreo. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/p.86. Assessado em Março-2020 Imagem 25. Planta de pavimento térreo demonstrando projeção de jardim interno no segundo pavimento. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/.p.87. Assessado em Março-2020 Imagem26.Destaque ao pátio central, com alterações feitas pela autora. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/p.88. Assessado em Março-2020 Imagem27. Implantação e destaque para acessos. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence.p.89. Assessado em Março-2020 Imagem 28.Planta de Subsolo. Com adaptações da autora. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/p.89. Assessado em Março-2020 Imagem 29. SETORIZAÇÂO. Planta Térreo. Com adaptações da autora. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/p.90. Assessado em Março-2020 Imagem 30.SETORIZAÇÂO. 1º Pavimento. Com adaptações da autora. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/p.90. Assessado em Março-2020 Imagem 31.SETORIZAÇÂO. 2º Pavimento. Com adaptações da autora. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/p.91. Assessado em Março-2020 Imagem 32. SETORIZAÇÂO. 3º Pavimento. Com adaptações da autora. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/p.91. Assessado em Março-2020 Imagem 33.SETORIZAÇÂO. 4º Pavimento. Com adaptações da autora. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/.p.92. Assessado em Março-2020 Imagem 34.SETORIZAÇÂO. 5º Pavimento. Com adaptações da autora. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/.p.92. Assessado em Março-2020 Imagem 35. Corte esquemático para representação da apropriação pelos acolhidos por idade. Com adaptações da autora. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/.p.93. Assessado em Março-2020 Imagem 36.Corte esquemático para demosntrar terraços em cada pavimento. Com adaptações da autora. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/p.p93. Assessado em Março-2020 Leitura Projetual-Abrigo para desabrigados. p.94,95. Assessado em Março-2020 Capa Leitura: Abrigos para Desabrigados. Imagem 1. Fachada leste, Acesso principal. Disponível em http://xystudio.pl/uzytecznosc.htm. p.94. Assessado em Março-2020 Imagem 2. Fachada leste, Acesso principal. Disponível em http://xystudio.pl/uzytecznosc.htm.p.96 Imagem 3 . Perpectiva em relação ao entorno imediato. Acessado no site do escritório, com adaptações da autora. Disponível em http://xystudio.pl/uzytecznosc.htm.p.97. Assessado em Março-2020 Imagem 4.Foto aérea com implantação, com adaptações da autora. Disponível em http://xystudio.pl/uzytecznosc.htm.p.96,97. Assessado em Março-2020 Imagem 6.Fachada leste, com adaptações da autora. Disponível em http://xystudio.pl/uzytecznosc.htm.p.97. Assessado em Março-2020 Planta baixa, assessada no site do escritório, com SETORIZAÇÂO adaptada pela autora.. Disponível em http://xystudio.pl/uzytecznosc.htm.p.99. Assessado em Março-2020 Imagem 9. Pátio interno, retirada do site do escritório. Disponível em http://xystudio.pl/uzytecznosc.htm , com adaptações da autora.p.99. Assessado em Março-2020 Imagem 10. Pátio interno, retirada do site do escritório. Disponível em http://xystudio.pl/uzytecznosc.htm , com adaptações da autora.p.99. Assessado em Março-2020 Imagem11.Fachada oeste, com adaptações da autora, retirada do site do escritório. Disponível em http://xystudio.pl/uzytecznosc.htm , com adaptações da autora.p.100. Assessado em Março-2020 Imagem12.Fachada oeste, com adaptações da autora, retirada do site do escritório. Disponível em http://xystudio.pl/uzytecznosc.htm , com adaptações da autora..p.101. Assessado em Março-2020 Imagem 13.Ressaltando os caminhos,e o convite ao passeio. Retirada do site do escritório. Disponível em http://xystudio.pl/uzytecznosc.htm, com adaptações da autora.p.103. Assessado em Março-2020 Capa. capítulo: Levantamentos:p.107.Imagem1. Fotografia áerea da cidade de Ribeirão Preto-SP. Acessada em Google Earth, com adaptações da autora.p.104,105. Imagem 1. Perímetro urbano em Ribeirão Preto-SP.Mapa disponibilizado pela prefeitura no ano de 2015, com adaptações da autora.p.107. Imagem 2. Distribuição dos equipamentos de apoio em Ribeirão Preto-SP. p.109. Imagem 3 Mapa disponibilizado pela prefeitura no ano de 2015, com adaptações da autora.p.111. Imagem4.SESC-Foto: Diego Marcon, com adaptações da autora p.110. Imagem5.SESC- Foto:Paulo Santos.Fonte:Google, com adaptações da autora.p.110

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Lista de Figuras

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Imagem6.SESC- Foto: Alessandra Santos. Fonte: Google, com adaptações da autora.p.110 Mapa 1. Distribuição dos equipamentos de apoio ao Acolhimento Institucional em Ribeirão Preto-SP.Fonte: Mapa disponibilizado pela prefeitura no ano de 2015, com adaptações da autora.p.114. Imagem 10.Instituro SEB. Foto:Soraia Brena, com adaptações da autora.p.112 Imagem 11.Instituro SEB. Foto: Pedro Polo Pizzo de Paula, com adaptações da autora.p.112. Imagem 12.Instituro SEB. Foto:Patrick Marchion Marques,com adaptações da autora.p.112 Mapa 2:Distribuição dos equipamentos de apoio ao Acolhimento Institucional em Ribeirão Preto-SP. Fonte: Mapa disponibilizado pela prefeitura no ano de 2015, com adaptações da autora. Mapa3.Distribuição dos equipamentos de apoio ao Acolhimento Institucional em Ribeirão Preto-SP. Fonte: Mapa disponibilizado pela prefeitura no ano de 2015, com adaptações da autora.p.115 Imagem 9. Foto:Zenon Spade,com adaptações da autora.p.114 Imagem 10.Quadra de areia. Foto:Roseli Mac,com adaptações da autora.p.114 Imagem 11. Destaque para hidrografia. Foto: Eloísa Delarco.Fonte: Google p.114 Mapa3.Distribuição dos equipamentos de apoio ao Acolhimento Institucional em Ribeirão Preto-SP.Fonte: Mapa disponibilizado pela prefeitura no ano de 2015, com adaptações da autora.p.117 Imagem7.Zoológico Fábio Barreto. Foto:Paulo Santos, com adaptações da autora.p.116 Imagem8.Zoológico Fábio Barreto. Foto: Lucas Siqueira, com adaptações da autora.p.116 Imagem9.Zoológico Fábio Barreto. Foto: Jorge Mateu, com adaptações da autora.p.116 IMapa 3: Distribuição dos equipamentos de apoio ao Acolhimento Institucional em Ribeirão Preto-SP.Fonte: Mapa disponibilizado pela prefeitura no ano de 2015, com adaptações da autora.p.119 Imagem 16. Fachada do Teatro Pedro II.Foto: Pedro Mac.Fonte: Google.p.118 Imagem 17. Teatro Municipal de Ribeirão Preto.Foto: Junio Fazio.p.118. Imagem 18. Teatro Municipal de Ribeirão Preto.Foto: Andre Gustavo, adaptado pela autora.p,118. Imagem 19. MARPI.Foto: Fernando Sousa.Fonte: Google.p.118 Imagem 20. Biblioteca Altino Arantes,Fonte: Lilian Reis.Google.p.118 Imagem 21. Casa da Cultura..onte: https://www.maisribeiraopreto.com.br/useruploads/images/setembro2013/exposicao.jpg.p.118 Mapa 4: Distribuição dos equipamentos de apoio ao Acolhimento Institucional em Ribeirão Preto-SP. Fonte: Mapa disponibilizado pela prefeitura no ano de 2015, com adaptações da autora.p.121 Imagem 23. Rodoviária de Ribeirão Preto-SP.Fonte: Google Earth, com adaptações da autora.p.120 Imagem 24. Terminal Rodoviário de Ribeirão Preto-SP. Fonte: Google Earth, com adaptações da autora.p.120 Imagem 25. Ponto de ônibus urbano ao lado da área de intervenção.p.120 Fonte: Google Earth, com adaptações da autora.p.120 Mapa5:Distribuição dos equipamentos de apoio ao Acolhimento Institucional em Ribeirão Preto-SP. Fonte: Mapa disponibilizado pela prefeitura no ano de 2015, com adaptações da autora.p.126 Fonte: Mapa de hierarquia viária adaptado pela autora, apartir de mapa viário disponibilizado pela prefeitura no ano de 2015p.122 Fonte: Mapa de Uso e Ocupação do solo, adaptado pela autora, apartir de mapa viário disponibilizado pela prefeitura no ano de 2015.p.123 Fonte: Mapa de Figura e fundo, adaptado pela autora, apartir de mapa viário disponibilizado pela prefeitura no ano de 2015.p.124 Fonte: Mapa de Gabarito, adaptado pela autora, apartir de mapa viário disponibilizado pela prefeitura no ano de 2015.p;125 Distribuição dos equipamentos de apoio ao Acolhimento Institucional no entorno estudado em Ribeirão Preto-SP. p.126 Mapa6.Fonte: Mapa disponibilizado pelo Google Earth, no ano de 2020, com adaptações da autora.p.128. Imagem1. Avenida do Café. Fonte: Autora deste trabalhop.129 Imagem2. Rua Paraíso. Fonte: Autora deste trabalho.p.129 Imagem3. Rua Aurora. Fonte: Autora deste trabalho.p.129 Imagem4. Rua 21 de Abril com Rua Aurora. Fonte: Autora deste trabalho.p.129 Imagem 5. Rua 21 de Abril com Rua Aurora. Fonte: Autora deste trabalho.p.129 Capa capitulo: Estudo Preliminar: Imagem 01. Criança com violão. Adaptado pela autora. Disponível em:http://www.sonorita.com.br/wordpress/wp-content/uploads/2012/08/shutterstock_74226703.jpg p.128,129 Tabela 1. Esquema sobre macrozoneamento da área de intervenção elaborado pela autora apartir de dados retirados da legislação vigente em 2020. p.130 Tabela 2. Esquema sobre programa de necessidades elaborado pela autora apartir de dados acessados em:ttp://www.mds.gov.br/cnas/noticias/orientacoestecnicas final.pdf. p.131 Tabela 3. Esquema sobre programa de necessidades elaborado pela autora. p.133 Esquema sobre fluxograma elaborado pela autora. p. 134 Imagem 2. Representação esquemática de topografia, elaborado pela autora. p.135 Imagem 3. Imagem panorâmica do terreno. Fonte: Autora deste trabalho. p.136 Imagem 4. Imagem do terreno. Fonte: Autora deste trabalho. p. 137 Imagem5. Esquema gráfico para representação de plano de massas, elaborado pela autora. p.137 Imagem6. Esquema de fluxos em planta de situação. Elaborado pela autora. p.137 Imagem 7. Representação esquemática de topografia, elaborado pela autora.p. 139 Imagem8. Esquema gráfico para representação de projeção do edifício em relação ao gabarito do entorno. Elaborado pela autora. p.140 12


Lista de Figuras

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1.3 Metodologia p.20-21

SUMÁRIO

1 Objetivos p.16-17 Objetivos gerais p17 Objetivos específicos p17

1.2 Justificativa p.1819

2 Contexto Histórico p.22-23

3 Espaço e o desenvolvimento humano p.38-39 14


4 Leituras Projetuais p.44-45

Escola de Música Tohogakuen p.46-47 Centro de Bem-Estar para Crianças e Adolescentes p.68-69 Abrigo para Desabrigados p.94-95

5 Levantamentos p.108109

7 Estudo Preliminar. p. 145-146

8 Apêndice-REPRESEN6 Estudo Preliminar. p.

TAÇÃO TÉCNICA p. 196-197

130-131

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Imagem2. Crianças aprendendo tocar violão. Adaptado pela autora. Disponívem em:https://pt.bcdn.biz/Images/2018/2/8/2363dd18-31b9-4711-882c-796ec619d918.jpg

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1.0 Objetivos Gerais A intenção deste trabalho é promover um novo espaço de acolhimento para crianças e adolescentes de ambos os sexos, e todas as idades desassistidas por seus familiares e que estão sob tutela governamental no Centro de Acolhimento para para menores de Ribeirão Preto-SP, atendendo a demanda de espaço atual e futura, além do mais, o objetivo geral é promover o desenvolvimento cognitivo-afetivo através de uma nova proposta de interação, por meio de programas arquitetônicos desenvolvidos a partir da coletividade.

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Objetivos

1.1 Objetivos Específicos Propor espaços que permitam interações sociais, visando uma linguagem de construção contemporânea atendendo às demandas psicossociais desses acolhidos. Para compor atividades que tragam experimentação lúdica e aprendizagem, em que no programa arquitetônico foram incluídos espaços para atividades como ateliês de música e arte. Baseado em estudos que revelam a importância da música no desenvolvimento humano, a temática musical será protagonista nos espaços que permitirão concertos e aprendizagem no acolhimento institucional.

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Imagem3. Criança tocando violino. Adaptado pela autora. Disponível em: https://www.olharconceito.com.br/noticias/exibir.asp?id=13924&noticia=unemat-oferece-aulas-gratuias-de-instrumentos-de-sopro-corda-e-percussao-

18 -para-criancas


Justificativa

1.2

Inspirada na consequência de trocas de saberes, e a importância das relações interpessoais, tais quais defendidas por Vigotski- psicólogo que desenvolveu pesquisas no campo cognitivo-comportamental- defenderei, portanto, que a interação entre crianças e adolescentes desassistidos por familiares de origem, acolhidos em Ribeirão Preto, poderá ser estimulada por ateliês de música e arte em espaços com programas que promovam nova apropriação do ambiente, enquanto extensão do desenvolvimento humano. A quantidade de crianças e adolescentes acolhidos por instituições no Brasil, em 2019, passaram de 49 mil. Esses ambientes, que deveriam ser de caráter temporário enquanto o acolhido aguarda sua inserção em algum núcleo familiar- geralmente se tornam o lar definitivo desses até atingirem a maioridade. Em arquitetura, entendemos que apropriação de um espaço acontece não apenas pela qualidade dos espaços, mas primeiramente pelo sentimento de pertencimento e proteção compartilhado pelos usuários. Pertencimento, em centro de acolhimentos, torna-se um desafio. Então é necessário, para além de um programa básico, buscar soluções que compreendam diversas faixas etárias, auxiliem no desenvolvimento comportamental, e desenvolvam, nessa coletividade, laços de aprendizagem e memórias que poderão contribuir por toda a vida daqueles que conviveram nos espaços que, após essas convergência de afetos e sintonia , reverberem pertencimento enquanto LAR.

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Imagem 4. Crianรงa tocando violino. Adaptado pela autora.https://br.guiainfantil.com/materias/bebes/estimulacao/o-primeiro-instrumento-musical-para-criancas/

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Metodologia

1.3

Para que os objetivos pudessem ser realizados, a metodologia foi composta em etapas: a primeira foi a escolha do tema, e objetivos a serem alcançados com o projeto e sua justificativa; na segunda, a busca por fatos históricos e como acontenciam as doações de crianças, bem como acolhimentos desde o Império, entendendo como alguns erros permitiram a perpetuação de desiguladade social e a não inclusão, buscando entender, para não repetir atitudes que segregam invés de integrar, anulam a identidade invés de reforçá-la, entre outras peculiaridades dos primórdios dessa cultura trazida pelos colonizadores portugueses. Na terceira etapa, foram demonstrados os processos de avanços nos direitos e assistência aos acolhidos com órgãos específicos como o ECA; na quarta etapa, dessa fundamentação teórica, aspectos psicossociais foram abordados como fundamentais no desenvolvimento, e a inserção da música e arte, foram defendidas como fator de aproximação e pertencimento. Na quarta etapa, não menos esclarecedora enquanto ao esclarecimento do processo de como o edifício institucional teve mudanças importantes em seu funcionamento , evoluindo para acolhimento de qualidade, adequado às exigências de suas legislações. Ainda como parte de referências contempôneas, a escolha foi por projetos com programas de acolhimento, indispensáveis, nos quais e os arquitetos conseguiram inserir uma quantidade variada de programa à uma proposta, que dialogam com uma linguagem arquitetônica contemporânea , de maneira que inúmeras soluções projetuais poderão ser apropriadas de maneira acertiva e atual. A quinta etapa, foi composta por análises da legislação sobre recomendações para acolhimentos institucionais, e legislação do terreno vigentes, nortearam os primeiros estudos sobre forma, nos capitulos sobre Levantamentos e Estudos Preliminares. E para concluir após a escolha da área, próxima ao quadrilátero central, e a demonstração de equipamentos de apoio próximos à àrea de intervenção, foi possível o estudo do programa e sua distribuição no lote.

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Imagem5. Criança tocando violino. Adaptado da autora. Disponível em https://br.freepik.com/fotos-premium/retrato-de-um-menino-tocando-violino_1838909.htm

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Fundamentação Teórica 2 23


Contexto Histórico da adoção no Brasil Instituições femininas e masculinas para órfãos no Brasil Colônia e no Império

Os reflexos de uma colonização, trouxeram estilos de vida dos países de origem, e segundo (Rizzini, 1993), o sistema de roda dos expostos foi introduzido no Brasil num período que estava sendo combatido pelos higienistas e reformadores na Europa, pois suspeitava que este processo poderia incentivar a abandono, uma vez que a identidade da mãe não era revelada, e pela alta taxa de mortalidade por infecção na amamentação pelas amas de leite. Shueller(2001), destaca que as instituições para educação de meninos surgiram no Brasil colonial com a ação educacional jesuítica, que implantou escolas elementares (de ler, escrever e contar) para crianças pequenas das aldeias indígenas e vilarejos, e criou colégios para a formação de religiosos e instrução superior de filhos das camadas mais privilegiadas da população. Os jesuítas constituíam os principais agentes educacionais até meados do século XVIII, quando foram expulsos pelo Marquês de Pombal, em 1759. Outras instituições religiosas instalaram seminários, colégios para órfãos e recolhimentos de órfãs na segunda metade do século XVIII” Crianças eram abandonadas em um sistema de rodas, em que eram colocadas na parte exterior ao edifício, e ao girar essa plataforma, o bebê estaria no ambiente interno. Consolidando essas informações, Gonçalves (1852), afirma que o Sistema das Rodas de Expostos surgiu na Europa católica, em países como França e Portugal, e atendeu a milhares de crianças de crianças abandonadas. De acordo com as informações de 1855, esclarecidas por um doutorando da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, a Roda de Expostos da Corte- a mais concorrida do país- recebeu, em 1852-1853, 560 crianças, totalizando 630, enquanto em Paris, no ano de 1852, entraram 3.303, totalizando 17.342. O atendimento a números tão elevados de bebês era possibilitado pelo sistema de criação e aleitamento por amas-de-leite contratadas pela Santa Casa de cada cidade. “Uma modalidade de atendimento a bebês abandonados de longa duração foi o sistema das Rodas de Expostos, surgido no período colonial por iniciativa da Santa Casa de Misericórdia e somente extinto na República. No século XVIII, Salvador, Rio de Janeiro e Recife instalaram as suas Casas dos Expostos, que recebiam bebês deixados na Roda, mantendo no anonimato o autor ou autora do abandono. Até o século XIX, outras dez Rodas de Expostos, surgiram no País, tendo o sistema persistido até meados do século XX” (MARCÍLIO: 1997p.52). 24

Imagem 1: Roda de Expostos. Fonte : https://arautosdelrei.org/alemanha-e-outros-paises-europeus-restauram-a-qroda-dos-enjeitadosq-para-salvar-recem-nascidos/


Rizzini(2004,p.23.), afirma que as amas recebiam um parco salário pela amamentação de cada lactente, por isso as altas taxas de infecção. Partido de um sistema escravocrata, viam nisso sua única possibilidade de ganho financeiro, pois eram alugadas pelos seus "proprietários", perpetuando a continuação desse processo de abandono. As amas eram contratadas pelas Santas Casas de cada cidade. Corroborando ao que foi exposto, Venâncio (1999, p.36) aponta que o socorro aos enjeitados foi mencionado na Lei 1828, que regia as decisões sobre os desvalidos. “ O documento previa novo regimento das câmaras, sendo que as municipalidades ficavam obrigadas a cuidarem no estabelecimento e conservação das Casas de Caridade, para a criação de expostos, sendo estas responsáveis pelas finanças, liberdade dos enjeitados e cuidados com a saúde. O autor ainda analisa que as medidas tomadas durante os séculos XVIII e XIX não diferenciavam os serviços de socorro destinados à infância carente, classificando toda criança enviada ao hospital como enjeitados, sujeitos à proteção pública em virtude da falta de responsabilidade de pais e mães. (FONSECA:2014,p.6). Além da Roda dos Expostos, a partir da vigência da lei que regulamentava os cuidados oferecidos aos menores, auxílios eram fornecidos aos municípios de acordo com a quantidade de expostos, o que pode ter contribuído para a difusão destas práticas de abandono. Após a extinção do sistema de roda dos expostos, Fonseca (2014), destaca que na Lei 1828, estava previsto que o novo regimento das câmaras, e suas municipalidades, ficavam responsáveis pelo mantenimento e conservação das Casas de Caridade para criação dos então, expostos. Ainda ficavam responsáveis pela libertade dos acolhidos,e cuidados com a saude e finanças. “Com o reconhecimento social dos problemas da Roda de Expostos, em 1867, Portugal decreta seu fechamento, permanecendo a Casa dos Expostos, com a extinção do anonimato expositor. Neste sentindo são criados os seminários e educandários em São Paulo em 1825, bem como em Salvador e no Rio de Janeiro. Em sua maioria, estas instituições recebiam crianças a partir de sete anos, com a responsabilidade de ministrar instruções elementares: como ler, escrever e contar, tendo como base a doutrina católica e seu rigor. “(FONSECA:2014, p.6) Consequentemente, o surgimento de novas instituições veio para dar conta do abandono de crianças em função do aumento da população, como as Casas de Caridades que posteriomente eram mantidas pelos governos municipais,após o empobrecimento de alguns setores, também pelo fato da abolição da escravatura em que a parcela escravizada não obteve amparo governamental para reincerirem ao mercado de trabalho. 25


Consequência de um sistema escravocrata O desamparo governamental após a abolição da escravatura resultou em alguns processos de desigualdade como a ocupação de áreas periféricas, e o surgimento de fenômenos urbanísticos como a favelização e periferiferização, que afetam até os dias atuais a qualidade de vida e ainda favoreceu a manutencão da desigualdade oriunda de um período vergonhoso para história brasileira. Segundo Marcílio ( 1997), a comercialização de crianças sob tutela governamental foi difundida pelos senhores de escravos, então proprietários de muitas amas-de-leite, que também, segundo a historiadora, participavam desse comércio desumano e ilegal. “A Criação das Rodas de Expostos evitou que bebês fossem abandonados nas ruas e nas portas das igrejas por mães que buscavam ocultar a desonra de gerar um filho ilegítimo, ou que não tinham condições de criá-lo. A escravidão possibilitou um uso bastante particular do sistema no Brasil: a exposição de filhos de escravas, cujos senhores buscavam receber o pagamento pela sua criação ou quem os criassem, indo posteriormente buscar o pequeno escravo em idade que pudesse ser iniciado nas atividades laborais. Casos de escravização ou comercialização de crianças pardas e negras por amas-de-leite também são registrados pela historiografia “(Marcílio: 1997, p.152).

tratamento feminino nos acolhimentos

A partir de estudos, Rizzini (2004), afirma que havia distinção entre o acolhimento de mulheres e homens, e que o regime conventual, seguido pelas instituições de Casa de Caridade, impunham às internas um contato limitado com o exterior. Haviam recolhimentos específicos para órfãs, órfãos eram assistidos em colégios, segundo informações de Irene Rizzini e Irma Rizzini. “No século XIX, as irmandades religiosas e ordens religiosas que planejaram e fundaram tais instituições não se esqueceram das indigentes, as filhas naturais de mães pobres ou órfãs desvalidas. Asilos foram criados para acolhê-las, inicialmente separados dos recolhimentos para órfãs legítimas”. “Alguns estabelecimentos passaram a receber subvenção dos governos provinciais.(Rizzini:2004, p.27). Não obstante, Rizzini(2004), destaca que até meados do século XX, os asilos femininos manteram o regime claustral, que dificultava enormemente o contato das internas com o mundo exterior. Nestes asilos, meninas e moças eram educadas nos misteres do seu sexo, ou seja, nos trabalhos domésticos e de agulha e na ins26

Imagem 2. A formatura era um recurso empregado pelos inspetores dos internatos, visando o disciplinamento das crianças. Instituição sediada no Rio de Janeiro, em convênio com a extinta FUNABEM. Foto: Sônia Altoé Fonte: http://www.editora.puc-rio.br/media/ebook_institucionalizacao_de_criancas_no_brasil.pdf


trução elementar. O controle sobre a sexualidade foi intensamente exercido nos asilos de meninas, de acordo com a historiadora, o mesmo regime segregacional não era rigorosamente aplicado às instituições que acolherem meninos, inclusive no século XX, foram criados os órgãos nacionais de assistência como o Serviço de Assistência a Menores(SAM), em 1941, e a Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor(FUNABEM), em 1964. E mesmo no século XVIII, meninas órfãs e desvalidas dos séculos XVII e XIX podiam contar com a proteção dos recolhimentos para órfãs no Brasil que são tão antigos quanto as Casas de Expostos. Os do Rio de Janeiro, Salvador, Pernambuco e Maranhão surgiram no século XVIII, voltados para proteção e educação de órfãs pobres (de ambos os pais ou somente de pai, o que já definia a condição de orfandade). "A legitimidade indicava a necessidade da proteção do infortúnio da perda de seu protetor, pai, que lhe poderia garantir no futuro o lugar social mais valorizado para a mulher: um bom casamento, através de uma educação condigna e do dote. O asilo substitui a tutela do pai, oferecendo os meios necessários para as futuras mães de futuras mães de família reproduzirem o seu lugar na sociedade, tais como a educação para o lar, o enxoval de casamento e o dote.”(Rizzini:2004, p.27) Ainda sob resquícios das Cruzadas jesuíticas, Rizzini(2004), ressalta que crianças indígenas poderiam ser acolhidas por Santas Casas, visto que um dos pré-requisitos para tais acolhimentos, era estar enquadrado no níveis de pobreza considerados para a avaliação, e não necessariamente abandono por negligência familiar.

tratamento masculino nos acolhimentos

Segundo a historiadora Rizzini, Irma(2001 e 2002), após o ato institucional de 1834, (Lei n.16 de 12/8/1834), ainda no reinado de D. Pedro II, foi determinado que a instrução primária era de responsabilidade das províncias brasileiras, daí surgem incentivos governamentais para a construção de escolas e institutos para instrução primária e profissional para os adolescentes e crianças das classes populares, os" filhos do povo', e das classes abastadas“. Nove províncias brasileiras instalaram Casa de Educandos Artífices, para instrução primária, musical e religiosa, além do aprendizado de ofícios mecânicos, tais como o de sapateiro, alfaiate, marceneiro, carpinteiro, entre outros, onde meninos pobres recebiam estas instruções.

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divisor racial Não por acaso, a disseminação do racismo aconteceu também com orfãs negras,uma vez que a segregação espacial acontecia nos diferentes tipos de acolhimento, e no Colégio da Imaculada Conceição acolheu em espaços separados as “órfãs brancas” e as “meninas de cor”. "Fundando em 1854 o estabelecimento “Órfãs Brancas do Colégio Imaculada Conceição), e em 1872, o orfanato Santa Maria. Enquanto que o primeiro tinha por finalidade a “formação religiosa, moral e prática de boas empregadas domésticas e donas-de-casa”, o segundo se restringia à” formação de empregadas domésticas e semelhantes” . Cada categoria ocupando seus espaços físicos e sociais, de acordo com a rígida hierarquia social da época, com suas distinções entre livres e escravos, brancos e negros, homens e mulheres. (Rizzini:2004, p. 27).

Primórdios da adoção Venâncio(1999), reitera em sua obra, que ao longo do tempo outras formas de adoção- ainda que não regulamentadas aconteciam- pois crianças podiam ser enviadas às famílias que as criassem, e como fragmento do período escravocrata algumas famílias tinham tinham interesses laborais ao acolhê-los, apesar de haver um intesse financeiro dos proprietários de amas em seus alugueis e das amas de uma remuneração pela amamentação, nem todas famílias criadeiras alimentavam a criança com o intuito de escravizá-los; de acordo com o autor, em muitos casos constatava-se que os expostos foram incluídos ao núcleo familiar, embora nas Santas Casas não possuissem registros dos enjeitados que foram adotados. Destaca, ainda que o sistema brasileiro herdara várias normas do direito romano, o que dificultava o processo da adoção, tornando-o ainda mais burocrático. Entre essas exigências, destacavam-se que o interessado em adotar, não poderia ter mais de 50 anos e , em que tivesse a diferença de idade de 14 anos do adotante para o adotado, e em caso de casamento, o marido deveria ter o consentimento da mulher, e isso segundo as leis o que também gerava um grau de dificuldade às famílias com desejo de adotar. A dificuldade na adoção atinge os processoas atuais, uma vez que segundo o ECA, o governo deve tentar diversas maneiras de reinserir a criança ou adolescente ao núcleo familiar, mesmo que em parentes distantes, antes de autorizar a adoção não parental. Para isso assegura que instiruições de acolhimento só poderão funcionar se o estabelecimento cumprir as exigências dos artigos 90, 91 e 92 do Estatuto. A exemplo dessas 28


disposições que especificam caracteríticas e perfis profissionais daqueles que comporão o quadro de funcionários, e das exigências dos abrigos institucionais. que no artigo 91 no primeiro parágrafo, destaca a seguinte exigência aos abrigos institucionais: "§ 1o: Será negado o registro à entidade que: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009). a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança."

tipos atuais de instutucionalização no brasil

As disposições contidas na cartilha de Orientações Técnicas para Acolhimentos Institucionais, publicada oficialmente em 2009, têm como objetivo estabelecer parâmetros para a organização dos serviços de acolhimento para crianças e adolescentes, em um momento de transição para novos métodos de acolhimento :como a Casa Lar, neste capítulo, as principais características serão abordadas, bem como diferenças entre os tipos de acolhimento realizados atualmente no Brasil. A oferta de Serviços de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes,no âmbito da política pública de Assistência Social do Brasil, tem sua formulação e definição respaldada nas medidas de proteção previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA. Medidas que são aplicadas pela autoridade competente (Juiz, romotor ou Conselheiro tutelar) a crianças e adolescentes que por algum motivo, tiverem seus direitos fundamentais violados ou ameaçados. "Sendo expostos a uma situação de risco pessoal ou social, na forma do disposto no art.98 deste Estatuto, sendo aplicadas quando houver ação ou omissão da sociedade ou do Estado, na falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável e em razão de sua conduta. A medida é prevista no art.101, como acolhimento em entidade de abrigo ou casa lar, sendo de caráter excepcional e provisório, no tempo necessário, até sua reintegração à família de origem, aos pais ou responsável ou para a colocação em família substituta, não implicando em privação de liberdade, sendo, portanto, vedada a utilização do abrigo como forma de “internação” de crianças e adolescentes.”(FONSECA, 2014. P.3,4)

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Casa lar Segundo esta Orientação Técnica, a Casa Lar é um dos tipos de acolhimentos oferecidos pelo Estado, é definida como: “O Serviço de Acolhimento provisório oferecido em unidades residenciais, nas quais pelo menos uma pessoa ou casal trabalha como educador/cuidador residente – em uma casa que não é a sua – prestando cuidados a um grupo de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar por meio de medida protetiva de abrigo (ECA, Art. 101), em função de abandono ou cujas famílias ou responsáveis encontrem-se temporariamente impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e proteção, até que seja viabilizado o retorno ao convívio com a família de origem ou, na sua impossibilidade, encaminhamento para família substituta. Esse tipo de serviço visa estimular o desenvolvimento de relações mais próximas do ambiente familiar, promover hábitos e atitudes de autonomia e de interação social com as pessoas da comunidade. Na disposição, a unidade deve ter estrutura de uma residência privada, e receber supervisão técnica, localizar-se em áreas residenciais da cidade e seguir o padrão sócio econômico da comunidade onde estiverem inseridas. O serviço deve organizar ambiente próximo de uma rotina familiar, proporcionar vínculo estável entre o educador/cuidador residente e as crianças e adolescentes atendidos, além de favorecer o convívio familiar e comunitário dos mesmos, bem como a utilização dos equipamentos e serviços disponíveis na comunidade local, devendo atender a todas as premissas do Estatuto da Criança e do Adolescente, especialmente no que diz respeito ao fortalecimento dos vínculos familiares e sociais, e oferecimento de oportunidades para a (re) inserção na família de origem ou substituta.”Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias unidades, assim como pelo planejamento e execução de programas de proteção socioeducativos destinados a crianças e adolescentes, em regime de acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009). As especificações da cartilha para este tipo de acolhimento é que este equipamento é particularmente adequado ao atendimento a grupos de irmãos e a crianças e adolescentes com perspectiva de acolhimento de média ou longa duração. Devem ser evitadas especializações e atendimentos exclusivos - tais como adotar faixas etárias muito estreitas, direcionar o atendimento apenas a determinado sexo, atender exclusivamente ou não atender crianças e adolescentes com deficiência ou que vivam com HIV/ AIDS. A atenção especializada, quando necessária, deverá ser assegurada por meio da articulação com a rede de serviços, a qual poderá contribuir, inclusive, na capacitação específica dos cuidadores.

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Características Os acolhidos na Casa lar receberão cuidados de profissionais que devem participar ativamente as decisões relacionadas à casa-lar, sendo recomendável que o mesmo tenha autonomia para gerir a rotina “doméstica”, inclusive as despesas da casa. Recomenda-se que também as crianças e adolescentes tomem parte nas decisões acerca da rotina da casa, de modo que os(as)mesmos(as) reconheçam-se como parte integrante do grupo, com direitos e deveres, como referido nas Orietações Técnicas Para Acolhimentos Institucionais. "A principal diferença entre este serviço e o Abrigo Institucional, além do menor número de crianças e adolescentes atendidos por equipamento, - até 10 criaças e adolescentes- está na presença do educador/cuidador residente – pessoa ou casal que reside na casa-lar juntamente com as crianças/adolescentes atendidos, sendo responsável pelos cuidados e pela organização da rotina da casa." Brasil(2009).

Abrigo Institucional O segundo tipo de acolhimento instituiçional à crianças em situação de falta de proteção e vínculo familiar, é o Abrigo Institucional. Além do mais especificidades dos abrigos institucionais, conforme disposto no capítulo 4.1, das Orientações para Acolhimentos no Brasil, já referido anteriormente, a definição de Abrigo Intitucional é: Serviço que oferece acolhimento provisório para crianças e adolescentes afastados do convívio familiar por meio de medida protetiva de abrigo (ECA, Art. 101), em função de abandono ou cujas famílias ou responsáveis encontrem-se temporariamente impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e proteção, até que seja viabilizado o retorno ao convívio com a família de origem ou, na sua impossibilidade, encaminhamento para família substituta”. O serviço deve ter aspecto semelhante ao de uma residência e estar inserido na comunidade, em áreas residenciais, oferecendo ambiente acolhedor e condições institucionais para o atendimento com padrões de dignidade. Deve ofertar atendimento personalizado e em pequenos grupos e favorecer o convívio familiar e comunitário das crianças e adolescentes atendidos, bem como a utilização dos equipamentos e serviços disponíveis na comunidade local.

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Especificações De acordo com o capítuo 4.1.2, as principais especificidades neste serviço de acolhimento para além de evitar especializações e atendimentos exclusivos - tais como adotar faixas etárias muito estreitas, direcionar o atendimento apenas a determinado sexo, atender exclusivamente ou não atender crianças e adolescentes com deficiência ou que vivam com HIV/AIDS, é que de acordo com as orientações publicadas pelo governo em 2009, a principal diferença em relação à Casa Lar, está na quantidade de atendidos, que, no abrigo institucional chegará a 20 crianças e adolescentes de 0 a 18 anos. Nesta cartilha, também são abordados aspectos gerais de fachadas da construção, no artigo 4.1.3 ressalta ndo que a tipologia deverá manter aspecto semelhante ao de uma residência, seguindo o padrão arquitetônico das demais residências da comunidade na qual estiver inserida. Não devem ser instaladas placas indicativas da natureza institucional do equipamento, também devendo ser evitadas nomenclaturas que remetam à aspectos negativos,estigmatizando e despotencializando os usuários”. Sobre localização, a cartilha orienta que tais instituiições devem estar em: “Áreas residenciais, sem distanciar-se excessivamente, do ponto de vista geográfico e sócio-econômico, da realidade de origem das crianças e adolescentes acolhidos”. "A atenção especializada, quando necessária, deverá ser assegurada por meio da articulação com a rede de serviços, a qual poderá contribuir, inclusive, para capacitação específica dos cuidadores. O atendimento especializado, quando houver e se justificar pela possibilidade de atenção diferenciada a vulnerabilidades específicas, não deve prejudicar a convivência de crianças e adolescentes com vínculos de parentesco (irmãos, primos, etc), nem constituir-se motivo de discriminação ou segregação.” BRASIL,2009, p. A opção que melhor se encaixa, a um possibilidade de demanda futuras na cidade de Ribeirão Preto, sabendo que a intenção é atender 14 crianças e adolescentes, é a modalidade Abrigo institucional, será defendida neste trabalho. Ainda, levando em conta as proporções da cidade de Ribeirão Preto, a proximidade ao quadrilátero central, torna o acesso justo e fácil a todas as famílias que queiram visitar ocupantes do abrigo. Órgãos governamentais, como o Estatuto da Criança e do Adolescente - recentes do ponto de vista da ocupação do território brasileiro por colonizadores- visão fiscalizar e assegurar que crianças recebam atendimentos dignos, como qualquer cidadão brasileiro, e este órgão, foi fundado em 1990, não só o estatuto mas ao longo do história, paulatinamente, a problemática de uma assitência que atendesse às necessidades básicas sem estigmatizar ou diminuir a importância da criança em situação de desproteção familiar ganhou destaque no Con-

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gresso Nacional. Baseado nisso, de maneira didádita apartir de fontes colhidas no site do Estatuto da Criança, se faz necessária a análise baseada em uma linha do tempo sobre estes avanços no assistência infantil. Alguns fatos como aquele detacado na próxima linha do tempo, foram importantes na construção dessa desses direitos. No ano 1926, o caso Bernardino, menino engraxate, que jogou tinta em cliente que saiu sem pagar, e após ser preso, foi estuprado por muitos detentos em prisão para adultos, após relatar este caso à um jornalista, o caso ganhou repercussão e houveram debates sobre o assunto, semelhantemente, repercussões e decisões importantes guiaram o rumo constitucional de proteção e salvaguarda de direitos de crianças e adolescentes no Brasil. Em 1990, foi criado o ECA, após sua criação, o termo orfanato foi substituído por acolhimento institucional, além disso , nesses acolhimentos, é necessário que a cada seis meses, o processo e a situação do acolhido sejam revistas, para evitar o prolongamento da moradia longe de vínculos familiares, desse modo o ECA prioriza a reincerção do acolhido ao núcleo familiar, e adoção.

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linha do tempo sobre o direito das crianças e dos adolescentes no brasil

1725

1º de Janeiro de 1726 Crianças são abandonadas para caridade nas "Rodas dos Expostos".

1890 11 de Outubro de 1890 Código Criminal da República determina penalização de crianças entre 9 e 14 anos

1921

5 de Janeiro de 1921 Idade mínima para responder criminalmente passa a ser de 14 anos

Esta linha do tempo foi acessada 10 de março no site: http://www.crianca.mppr.mp.br/pagina-2174.html Com adaptações da autora. 34

1926

Menino violentado na prisão.O caso ganha repercussão e mobiliza debates sobre locais específicos crianças que cumpram algum tipo de pena.

Imagem 3. Bebê tocando briquedo musical.Adaptada pela autora. Disponível em : https://catracalivre.com.br/wp-content/uploads/sites/10/2018/02/criancas_instrumentos_musicais_02.jpg

1927

10 de Dezem Código de Me ce imputabili 18 anos.


mbro de 19271º enores estabeleidade antes dos

1932 14 de Dezembro de 1932 Com reforma penal, Vargas consolida mudanças na idade penal para 14 anos

5 de Novembro de 1941 Serviço de Assistência a Menores (SAM) é criado para atender todo o Brasil

1941

1964 1º de Dezembro de 1964 Militares criam FUNABEM e FEBEMs

19 de Junho de 1975 CPI do Menor investiga situação da criação desassistida.

1975

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linha do tempo sobre o direito das crianças e dos adolescentes no brasil

10 de Outubro de 19792º Código de Menores adiciona doutrina de proteção integral.

1979

5 de Outubro de 1985 Ciranda da Constituinte marca aprovação da emenda na Constituição.

1985

1º de Março de 1988 Entidades da sociedade civil criam Fórum de Defesa das Crianças e Adolescentes

1988

Esta linha do tempo foi acessada 10 de março no site: http://www.crianca.mppr.mp.br/pagina-2174.html 36

1988 5 de Outubro de 1988 Artigo 227 torna-se base para a criação do ECA

Com adaptações da autora. Imagem4. Crianças tocando violão. Adaptado pela autora. Fonte: https://www.superprof.com.br/blog/percussao-traz-melhorias-para-saude/

13 de J Nasce o Esta do Adolesce

1990


Julho de 1990 atuto da Criança e ente (ECA).

1990

2 de Setembro de 1990 Brasil assina Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança

2003

1º de Janeiro de 2003 Governo federal assume Disque 100 para receber denúncias

(Jornal do Senado)26 de Junho de 2014 Lei condena violência moral e física na educação.

2014

Câmara aprova emenda que reduz maioridade penal para 16 anos.

2015

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Imagem 1. Criança tocando violino. Adaptado pela autora. Disponível em: https://musica.culturamix.com/cifras/escala-de-sol-menor-violino 38


Espaรงo e desenvolvimento 3 39


Música e desenvolvimento comportamental 5.0 Psicologia do ambiente O Psicólogo Vigostiki,(2011) defende que a prática e a fala devem estar unidas para o desenvolvimento cognitivo de crianças e adolescentes. O ambiente, conseguinte, inflencia diretamente na disposição e no pleno desenvolvimento dessas atividades. A apropriação dos materiais possibilitou a construção de espaços, de moradia, lazer, e isso só pode acontecer por que a prática esteve aliada à fala, ao repassar conhecimentos o Homens Sapiens, finalmente saiu da caverna e habitou onde construi seu lar. “As funções rudimentares, inativas, permanecem não como remanescentes vivos da evolução biológica, mas como remanescentes do desenvolvimento histórico do comportamento. Consequentemente, o estudo das funções rudimentares deve ser o ponto de partida para o desenvolvimento”. (VIGOTSKI, 2011 p.26) Aliada à indicação de Vigostki, de apropriar de atividades práticas para o pleno desenvolvimento, se fez necessária a obrigatoriedade do Estado em fornecer esses direitos como disposto no( ECA, 71), onde assegura que a criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, lazer,esportes, diversões, espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. Baseado , nestas leis, a construção de espaços que coibam, ou limitem a criatividade de crianças e adolescentes, devem ser evitadas, em contrapartida espaços, para cultura, lazer, espetáculos devem ser inseridos nos edifíocs de acolhimento. Corroborando à essas informações e diretrizes, o (ECA,92) assegura que "As entidades que desenvolvam programas de acolhimento familiar ou institucional deverão adotar princípios, e no inciso IV, deste artigo, ressalva que a instituição poderá auxiliar com politicas, ou como conhecemos em arquitetura, programa para "desenvolvimento de atividades em regime de coeducação: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009), para Vygotsky, o mecanismo de mudança individual ao longo do desenvolvimento tem sua raiz na sociedade e na cultura. "o animal meramente usa a natureza externa, mudando-a pela sua simples presença; o homem, através de suas transformações, faz com que a natureza sirva a seus propósitos, dominando-a. Esta é a distinção final e essencial entre o homem e os outros animais" (VYGOTSKI,2007,p.291) 40


Artes e desenvolvimento acadêmico Vygotsky estendeu esse conceito de mediação na interação homem-ambiente pelo uso de instrumentos, ao uso de signos e que a internalização dos sistemas de signos produzidos culturalmete, provoca transformações comportamentais e estabelece um elo de ligação entre as formas iniciais e tardias do desenvolvimento individual . Desse modo,Vygotsky acreditava que o sistema de instrumentos, criados pelas sociedades ao longo do curso da história humana mudam a forma social e o nível de seu desenvolvimento cultural. Para Ilari(2013), a música influencia no rendimento acadêmico, uma vez que na década de 70, diversos pesquisadores investigaram a influência da música e de outras artes no rendimento acadêmico. No entanto, até a virada do século, pouca gente se atreveu a fazer uma análise minuciosa destes estudos. Segundo pesquisas de Ilari(2013), As psicólogas norte-americanas Ellen Winner e Lois Hetland, da Universidade de Harvard, examinaram 275 estudos publicados até 2001, sobre o ensino de música e suas influências no sistema cognitivo, baseadas nisso buscaram compreender a (como por exemplo, quanto ao ato de ouvir música pode melhorar muito, médio ou pouco as habilidades espaciais de uma criança?). "Os resultados da meta-análise sugeriram apenas duas relações causais fortes, ou seja, tudo indica que em apenas duas áreas específicas as artes podem, de fato, influenciar o desenvolvimento cognitivo infantil: (1) aprender a tocar um instrumento pode desenvolver habilidades verbais. Ainda assim, as pesquisadoras sugerem que é preciso cautela ao generalizar estes achados, sobretudo porque, ao justificarmos a presença das artes na escola de maneira utilitária, transformamo-las em um meio e não em um fim.” (WINNER,2001, p.3-6.)

Música e bem-estar Assim, os dois autores que compuseram a fundamentação teórica sobre a importância da música no desenvolvimento humano. Vigostki e a musicista, Ilari(2013) defendem, uma infância mediada pelas ondas sonoras e ritmos musicais, baseada nestes estudos, serão fundamentados os estudo de ambientes musicais como uma nova proposta em atividades que poderão acontecer nos espaços apropriados para tais. Desse modo, asseguraremos que a cultura estará respaldada, conforme indica o ECA. De acordo Illari(2015), diversos estudos sugerem que aprender a tocar um instrumento ou cantar num coral pode ajudar no bem-estar das crianças e dos adolescentes. A música pode ajudar a elevar a autoestima de crianças e adolescentes, como constatou a educadora musical Eugenia Costa-Giomi (2004), da Universidade do Texas, em Austin. As crianças que participaram de seu estudo receberam aula de piano gratuitas e um instrumento (isso 41


mesmo, um piano) para poderem praticar em casa, por três anos consecutivos, aproximadamente dos 9 aos 12 anos de idade. A autora do estudo realizou testes psicológicos em diversas fases do projeto, sempre comparando o grupo de crianças que tinha aulas de piano com um grupo de crianças da mesma faixa etária e classe social que não tinha aula de piano. No início do projeto, as crianças de ambos os grupos apresentavam resultados equivalentes no quesito autoestima. Porém, ao término do projeto, a pesquisadora pôde constatar que a autoestima das crianças pianistas aumentou, o que não acontece com as demais. Ilari ainda salienta que é possível que a prática instrumental faça com que crianças e adolescentes se desenvolvam e sintam um misto de prazer e orgulho em mostrar aquilo que aprenderam para a família e para as pessoas queridas, através da prática em casa e de recitais. "Há também estudos que sugerem que a música pode ter efeitos fisiológicos no ser humano e que pode ser usada para fins de terapia e cura. Nos Estados Unidos e no Canadá, por exemplo, vários médicos e dentistas colocam música de fundo para relaxar um paciente que espera por um tratamento doloroso ou uma cirurgia. Em outros hospitais e clínicas especializadas, a música serve para auxiliar no tratamento de pacientes com mal de Alzheimer, para animar crianças hospitalizadas, ensinar bebês prematuros a sugar ou para ajudar na terapia de jovens com dificuldades de comunicação." (Ilari:2015, p.93). Benedetti e Kerr(2009), ao analizarem a obra de Vigótski, afimam que o psicólogo sugere que atividades msicais podem ser mais produtivas quando associadas a três fatores: freqüência (devem acontecer periodicamente no processo de musicalização, pois se forem atividades esporádicas, não permitirão às crianças compreendê-las e apreender o seu objetivo pedagógico); contextualização (deverão ser atividades que façam parte de um contexto/prática musical integral); momento (deverão ser atividades adequadas aos níveis efetivo e potencial de desenvolvimento psicointelectual da criança, do contrário não promoverão o desenvolvimento musical, mas apenas o fazer por fazer e o entretenimento). Nesse sentido, pressupõe- se que salas de aula devam ser organizadas conforme a idade de cada criança e conforme seu interesse de aprofundamento no assunto.

A experiência de transformação pelo olhar de um maestro

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Foram entrevistados o maestro Elizeu Roberto Junior, e a assistente social Maria Jaciara, sobre a importância do ensino e da música em institutos de acolhimento e ONGs. Elizeu Roberto é maestro formado pela UMESP(Universidade de Música do Estado de São Paulo), foi maestro do coral infantojuvenil da OSESP(2004-2006);também atuou como maestro na ONG Gerando Falcões(2014-2017); atualmente é maestro na ONG SALUM. Maria Jaciara de Oliveira Roberto, formada em Assistência Socai pela Univerdidade Cruzeiro do Sul em São Paulo, hoje coordena a ONG Salum no norte de Minas Gerais. Bruna:-O que é mais importante no ambiente musical? Elizeu Junior: -A Acústica, eu considero o elemento mais importante para qualquer atividade musical, e também que o ambiente tenha tons neutros, e a temática na decoração sobre musica, frases de musicistas.


Bruna : Acompanharam algum caso de aluno que obteve melhoras no comportamento? Elizer Roberto:Tinhamos uma aluna, Késia, que quando chegou ao coral, tinha muita inibição, com autismo, não socializava. E com 13 anos, o pai, já não tinha esperanças em sua interação social, nos apresentou sua filha, e aos poucos fomos trabalhando durante um período e ela gostava muito de música, de alguma forma, e ela era muito afinada.Tínhamos um festival no final do ano, e quando chegou o momento do festival, a aluna, foi uma das finalistas, e hoje tem um canal no YouTube, se expressa, trabalha, ou seja esse foi um caso de uma melhora expressiva. Bruna:- O Sr. teve uma vivência com a música desde criança, qual principal benefício? Elizeu: - Convivo com a música desde meus 5 anos, então percebo que a inteligência emocional afetiva, criativa foram acentuadas.Sempre tive facilidade em aprender ouvindo, devido à essa minha inserção na música, desde muito cedo.Por exemplo, depois de 5 anos que me formei no Ensino Médio, voltei a prestar um vestibular, concorrendo com os jovens que acabavam de sair do ensino médio, eu estudava ouvindo vídeo aulas, e passei no vestibular. Então, o escutar é minha forma de aprender, essa capacidade certamente foi aperfeiçoada pela música. Bruna:-Num ambiente de acolhimento institucional, o que era conhecido com orfanato, como a música poderia ser abordada? Elizeu: - A música é uma ferramenta para qualquer ambiente, seja em orfanato, asilo, hospital para crianças e pessoas doentes terminais.Eu acredito que para todos esses ambientes de desgaste social psicológico, ela cairia muito bem como uma ferramenta de desprendimento, de crescimento, de cura.Então é super válido e aplicável. O que falta é o apoio para a classe musicista, há muitos musicistas prontos para atuarem nesses lugas.A música acalma a violência, acalma os traumas. Nesses ambientes de acolhimento onde a criança ou adolescente vieram de um ambiente caótico de rejeição e muitas vezes violência, de um ambiente depressivo, a música cairia como uma luva para as pessoas se expressarem. Jaciara:- A música, na verdade, ajuda em todos os aspectos, tanto numa questão de inclusão, uma vez que quando algúem tem vontade de aprender musica, só precisa de uma oportunidade.Então dentro de um ambiente de aprendizagem, todos se tornam um, pois precisam passar por todos os processos da música, a música nessa questão social, dá oportunidades no mercado, pois o aluno poderá se tornar um professor, ajundando sua cidade a desenvolver com a música; nessa questão também, para aprender música o aluno precisa desenvolver disciplina,então o professor terá que trabalhar essa questão. O estudo para a música se torna fundamental, acredito que a música se torna um apoio no desenvolvimento cognitivo. Bruna:- Jaciara, a Sra. acredita ser importante, existir um projeto de lei em que em todos centros de acolhimento existam algum tipo de envolvimento musical? Jaciara:- Sim, todas as instituições, sejam ONGs, ou centro de acolhimentos.O que nós perdemos no municípios é por não haverem projetos de cultura.Acredito, que todo centro de acolhimento deveria ter uma orquestra, pois ali a criança e adolescente têm uma oportunidade de aprender um instrumento, de fazer apresentações, de conhecer lugares diferentes. A música transforma realidades.Se a criança sai, por exemplo, formada em música, ela pode ter possibilidades de conseguir emprego na área de música. Os jovens saem dos acolhimentos, totalmente despreparados e desacolhidos, se a casa de acolhimento não tiver uma visão de preparar o adolescente para sua saída do centro de acolhimento, em muitos casos,aos 17anos e 11 meses.

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Imagem1. Jovem tocando violoncelo. Adaptado pela autora. Dispon[ivel em : https://br.freepik.com/fotos-gratis/linda-garota-toca-violoncelo-com-paixao-em-um-ambiente-concreto_6701460.htm#position=2

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Leituras Projetuais 4 45


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Imagem1.0 Fachada principal. Imagem retirada do Archdaily


Escola de MĂşsica tohogakuen 4.1 47


Escola de Música Tohogakuen

Arquitetos: NIKKEN SEKKEI Ano 2014 Área: 1943.0 m² Localização: Chofu, Japão

Imagem1. Fachada principal. Imagem retirada do Archdaily

Gabarito de até 8 me-

Imagem 2. Acessado em Google Eart com adaptação da autora

tros, respeitando as tipologias do entorno imediato Imagem 4. Implantação do edifíco. Acessado em Google Eart, com adaptação da autora

De acordo com o escritório, este projeto foi feito para uma Escola de Música num entorno suburbano típico de Tóquio. è uma escola de música, que difere das tipologias esolares tradicionais. Sua fachada destaca no entorno, o gabarito ao redor é baixo, com edifícios pontuais. A ocupação do edifício no lote e consideravelmente alta, existem poucos espaços para permeabilidade, inclusive, no andar térreo há um déficit de vegetações arbóreas, . A falta de vegetações, é algo observado no entorno, do bairro, a ocupação é em quase 100% dos lotes. 48

Imagem 3. Fachada principal. Imagem retirada do Archdaily


Imagem 7.Esquema sobre aspectos naturais. Acessado em Archdaily.

O edifício é consideravelmente baixo, na parte interna do edifício, uma abertura zenital permite trocas de ar. Imagem 5. Perpectiva aérea do edifício. Acessado em Google Eart, com adaptação da autora

Acesso a pedestres

RELEVÂNCIA PROJETUAL Neste projeto a disposição das salas de aula de música, bem como o fechamento (paredes) e as justificativas para tais materiais, motivaram a leitura deste projeto como apoio ao desenvolvimento salas de aula no projeto final de graduação. Além do mais a volumetria, tem uma composição com recuos, e fachada abstrata, reservando maior privacidade aos alunos. A forma certamente, chama a atenção para estratégias de recuos internos defendidas no projeto.

Imagem 6. Destaque para acesso principal ao pedestre. Acessado no Archdaily.

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50 Imagem 8. Perspectiva de edifĂ­cio. Acessado no Archdaily.


Imagem 9.Esquema sobre processo criativoe aspectos naturais. Acessado em Archdaily.

A busca por uma volumetria minimalista, foi indicada no esquema acima. Os arquitetos demonstraram o caminho usual de uma verticalização que não era a intenção de projeto, desse modo, horizontalmente, ocuparam o terreno e se apropriaram de uma tipologia de até 1º pavimento, de forma leve e contrastante com o entorno. Assim, apropriaram dos recuos internos, propositais.

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Planta baixa-Subsolo

Imagem 10. Esquema gráfico sobre disposção a partir de planta baixa do subsolo.Acessado no Archdaily, adaptado pela autora.

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Observa-se a inserção majoritária de salas de música no subsolo, que não possui aberturas, que permitem uma menor perda de som para ambientes externos. Os arquitetos, optaram por dispor no subsolo, as casas de máquina dos elevadores. O acesso à esse pavimento acontece através de uma entrada por escadas e elevadores. A circulação é facilitada por corredor, as caixas de circulação por meio de escadas estão nas laterais, como destacadas no projeto, apesar desta planta ser térrea, está elevada em relação ao nível da rua . Nem todas as caixas de circulação acompanham elevadores.


Planta baixa-Térreo

Imagem 11. Esquema gráfico sobre disposção a partir de planta baixa.Aacessado no Archdaily., adaptada pela autora.

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Planta baixa-1º Pavimento

Imagem 12. Esquema gráfico sobre disposção a partir de planta baixa.Acessado no Archdaily, adaptado pela autora.

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O 1º pavimento foi setorizado com programas ligados à administração, até por se tratar de um espaço restrito, sem salas de aula, as áreas de uso social neste pavimento , são portanto destinadas apenas aos funcionários. O afastamento entre as salas compõe umas das intenções de projeto para melhor qualidade sonora, mesmo com vidros especiais para este uso, o afastamento aliado à estratégia de jardins internos, permitem trocas de ar naturais e melhor vácuo para as ondas propagarem antes do contato com a próxima sala, caso aconteça.


Imagem 13. Vista para jardim externo. DisponĂ­vel em: Archdaily

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aberturas

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internas

Imagem 14. Abertura zenital. DisponĂ­vel em:Archdaily

-

ventilação

natural


A estrutura compõe não apenas valor estrutural, mas estético, não há uma modulação regular no sistema estrutural, e os recuos e espaços internos, destacam a estrutura.

Imagem 15. Esquema gráfico sobre sistema estrutural. Disponível em: Archdaily

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58 Imagem 16. Destaque em laje nervurada . DisponĂ­vel em:Archdaily


No projeto estrutural, para vencer grandes vãos e aproveitar inclusive os espaços de circulação como alternativas para espaços de aula e ensaios, a laje nervurada foi a alternativa utilizada. Observa-se, que os arquitetos se apropriaram do sistema estrutural aparente, bem como do concreto aparente, ou seja, a beleza está na arquitetura e em sua resolução.

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Imagem 17. Vista para salas de aula. DisponĂ­vel em: Archdaily. Adaptado pela autora. 60


Imagem 18. Esquema gráfico sobre a concepção do projeto. Acessado no Archdaily.

A intenção de projeto, era que os alunos conseguissem ver as salas vizinhas, então os arquitetos optaram pela vedação interna em vidro. Neste projetos, ensaios poderão acontecer até mesmo nos corredores.

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Imagem 19. Vista para salas de aula. Disponível em: Archdaily.Com adaptações da autora. 62


Corredores A intenção de projeto em relação aos corredores, é que não fosse apenas um local de passagem, mas espaços que ensaios e a permanência pudessem acontecer. Tendo em vista o isolamento acústico das demas salas de aula.

As tipologias tradicionais de salas de aulas, dispõem corredores longelíneos de acesso, a intenção foi desmembrar estes corredores e apropriar dos recuos das salas.

Imagem 20. Esquema gráfico sobre a concepção do projeto. Acessado no Archdaily.

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Relação entre as salas A disposição não é regular e enfileirada, como tradicionalmente é visto em tipologias escolares. Recuos trouxeram a singularidade de cada sala, e ao memso tempo um interrelação com as outras, visto que não há tentativa de privar o que acontece em cada sala, destacado com o fechamento em vidro translúcido.

Imagem 20. Destaque para relação entre salas. Disponível em: Archdaily 64


Escala humana A escala humana nesse caso, demonstra o pé-direito alto, e que é intecional, uma vez que quanto maior o vácuo, com mais velocidade as ondas serão dispersadas.

Imagem 21. Destaque para relação à escala humana. Disponível em: Archdaily

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66 Imagem 1. Destaque área de lazer. .Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/


Centro de Bem-Estar para crianรงas e adolescentes

4.2 67


Centro de Bem-Estar para Crianças e Adolescentes ARQUITETURA RESIDENCIAL•

Acesso principal à pedestres

Arquitetos: Marjan Hessamfar & Joe Vérons Área: 6225.0 m² Ano: 2013 Fotografias: Vincent Fillon Localização: PARIS, FRANÇA Imagem 2. Destaque área de lazer. .Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/

De acordo com os arquitetos o local apresentava duas grandes dificuldades: por um lado, o terreno proposto possui um núcleo de blocos voltado para o norte; por outro lado, a densidade do programa de construção não é adequada ao tamanho previsto pelo plano ZAC. , como conseqüência, uma potencial falta de luz. Então imaginamos um edifício em

forma de L, pisado no coração do quarteirão, com generosos terraços recreativos. Os espa-

Imagem4.Implantação acessada no Google Earth

Imagem 3. imagem aérea acessada no Google Earth

ços exteriores assim arranjados se beneficiam da luz e de uma visão nítida, oferecendo por suas encostas uma abertura luminosa ainda maior no coração do quarteirão. Fonte: Archdaily e site https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/

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Relevância Projetual

Analisando as imagens disponibilizadas no archdaily, percebe-se que o entorno imediato dispõe de edifícios residenciais com gabarito de aproximadamente 24m, e mais ao fundo da imagem, outra tipologia com gabarito estimado de até 50m, sendo assim, o edifício dialoga com estes gabaritos, respeitando a demanda de acolhidos.

Imagem 5.Adaptação em foto para representar o gabarito do entorno imediato.Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/

No Brasil, Segundo disposições da Cartilha de Orientação Técnica para Abrigos Institucionais, as recomendações são que a instituição tenha tipologia residencial, observa-se a o cuidado ao separar os acolhidos conforme suas faixas etárias em pavimentos específicos, no entanto,a tipologia respeitou o gabarito do entorno e não necessariamente tem estilo de casa, a não ser pelo programa de necessidades. Além do mais, pela quantidade de quartos é possível inferir que o limite de acolhidos poderá ultrapassar a quantidade de 20 , por abrigo institucional, na França, o que não é possível no Brasil, conforme disposto na Orientação acima citada. A disposição do terreno em L, e disposião da área de lazer no lote, e escalomamento do gabarito, caso necessário, será uma solução utilizada na área de intervenção. O edifício é de permanência temporária, no entanto no Brasil, a dificuldade na adoção corrobora, para uma permanência até os 17anos e 11meses, quando os atendidos por instituições de acolhimento, obtêm independência e precisam ter autonomia, inclusive, encontrar novo espaço de moradia.7 A quadra esportiva, foi um dos programas que serãolevadas par o projet o para uma nova unidade de centro de acolhimento em Ribeirã Preto,. A transparência entre ambientes, num ambiente onde a quantidade de cuidadores é menor em relação à quantidade de acolhidos, a permeabilidade visual, facilita o supervisionamento. 69


Imagem 10.

Cada pavimento tem um terraço privativo, na imagem à esquerda o destaque para o design que contrastou mesmo sendo orgânico com formas geométricas. A paginação do piso, e o design também orgânico do mobiliário, compõe as suavidades das curvas.

70 Imagem 6. Destaque para terraço privativo com mobiliário. .Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/


Imagem 7.Volumetria do edifício evidenciando a forma. Adaptada pela autora. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/

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72 Imagem 8. Fachada com principal acesso à pedestres.Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/


Fachada abstrata

com controle de iluminação natural por brises. A fachada do edifício é em moldura de madeira,

guarda-corpo no terraço e reque se transforma em

vestimento de metal, enquanto a sua estrutura é de concreto.

A cesso tre

por

princial faixa

de

à mão

pedes única

com baixo fluxo de veículos

.

Imagem 9.Destaque para fachada abstrata e aberturas.Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/ projets/centre-daccueil-durgence/

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74 Imagem 10. Destaque para terraço privativo com mobiliário. .Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/


Espaços Externos Mobiliário: Os materiais utilizados na composição estético-funcional do edifício, foram o aço, vidro e madeira.A proposta do escritório para o mobiliário, era que dialogassem com os brises e elementros da fachada, nas áreas externas, com aspecto ripado. Cada andar tem uma área de lazer semelhante, a decoração é simples e espalhada de maneira que haja espaço para recreações nesses ambientes, e não apenas descanso. Os vasos de plantas, são espalhados nas bordas, do terraço. Assim, não é considerado teto jardim, mas a proposta atende aos aspectos microclimáticos, estéticos, e estruturais. Na imagem esta área de lazer de acesso restrito aos usuários do pavimento em questão.

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Imagem 11.Mobiliário planejado em sala. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/


Espaços Internos Mobiliário: A proposta do escritório para o mobiliário, era que dialogassem com o estilo contemporâneo e foram feitos sob medida. Há uma privacidade intecional ao dispor brises externos, e promover rasgos em todo o pé-direito, em partes no fechamento das fachadas principais, assim a privacidade nas áreas de permanência coletiva, tem interação com o meio externo, evitando a sensação de um isolamento em relação ao entorno e à dinâmica da cidade.

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78 Imagem 12. Mobiliário do berçário. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/


Permeabilidade visual

Imagem 13. Permeabilidade visual através de proposta de transparência nos fechamentos

Imagem 14. Permeabilidade visual através de proposta de transparência nos fechamentos

79 Imagem 1. Permeabilidade visual através de proposta de transparência nos fechamentos


Imagem 16. Mobiliário de copa. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/ 80


Permeabilidade visual

Imagem 17. Permeabilidade visual através de proposta de transparência nos fechamentos

Imagem 18. Permeabilidade visual através de proposta de transparência nos fechamentos

81 Imagem 19. Permeabilidade visual através de proposta de transparência nos fechamentos


Esquema em planta de pavimento térreo demonstrando a projeção do jardim interno nos pavimentos superiores.

Imagem 20. Esquema em planta de pavimento térreo demonstrando projeção de jardim interno no térreo. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/

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Imagem 21. Planta de pavimento térreo demonstrando projeção de jardim interno no térreo. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/

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Esquema em planta de pavimento térreo demonstrando a projeção do jardim interno nos pavimentos superiores

Imagem 22. Esquema em planta de pavimento térreo demonstrando projeção de jardim interno no térreo. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/

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Imagem 23. Planta de pavimento térreo demonstrando projeção de jardim interno no segundo pavimento. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/

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Esquema em planta de pavimento térreo demonstrando a projeção do jardim interno nos pavimentos superiores

Imagem 24. Esquema em planta de pavimento térreo demonstrando projeção de jardim interno no térreo. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/

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Imagem 25. Planta de pavimento térreo demonstrando projeção de jardim interno no segundo pavimento. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/ 87


Os elementos externos pré-fabricados em concreto branco são feitos de cimento branco com efeito fotocatalítico, que confere ao concreto um caráter de autolimpeza, permitindo que ele retenha sua cor e qualidade estética inicial ao longo do tempo. Os elementos não estarão sujeitos a deterioração ou deterioração relacionada ao mau tempo e à poluição urbana.Entre as fitas de concreto branco, há um conjunto de persianas de alumínio dourado que permitem ajustar as aberturas. Esses elementos atuam como proteção solar em fachadas expostas, mas também desempenham um papel de filtro de proteção, a fim de preservar a privacidade dos usuários, impedindo visuais e olhares indiscretos.

Á rea

de lazer no pártio central , no entanto

a falta de vegetação não contribue para uma melhora na ambiência do microclima nos dias de alta insolação .

Imagem26.Destaque ao pátio central, com alterações feitas pela autora. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/ 88 projets/centre-daccueil-durgence/


Planta de Subsolo

Imagem27. Implantação e destaque para acessos. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/

Imagem 28.Planta de Subsolo. Com adaptações da autora. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/

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Planta Térreo-

Imagem 29. SETORIZAÇÂO. Planta Térreo. Com adaptações da autora. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/

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1º pavimento- De 12 à 18 anos

Imagem 30.SETORIZAÇÂO. 1º Pavimento. Com adaptações da autora. Disponível no site do escritório: https:// www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/


2º pavimento- De 03 à 06 anos

Imagem 31.SETORIZAÇÂO. 2º Pavimento. Com adaptações da autora. Disponível no site do escritório: https:// www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/

3º pavimento- De 06 à 12 anos

Imagem 32. SETORIZAÇÂO. 3º Pavimento. Com adaptações da autora. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/

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4º pavimento- De 00 à 03 anos

Imagem33.SETORIZAÇÂO. 4º Pavimento. Com adaptações da autora. Disponível no site do escritório: https:// www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/

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5º pavimento- Alojamento dos funcionários

Imagem 34.SETORIZAÇÂO. 5º Pavimento. Com adaptações da autora. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/


Alojamento de funcionários De 00 a 03 anos De 06 a 12 anos De 03 a 06 anos De 12 a 18 anos Térreo Subsolo

Imagem 35. Corte esquemático para representação da apropriação pelos acolhidos por idade. Com adaptações da autora. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/

Terraço Privativo Terraço Privativo

Terraço Privativo

Cada andar possui uma área de lazer ao ar livre, possuindo uma área de recreação protegida e íntima com vasos de árvores em toda a sua periferia.

Corte esquemático para demosntrar terraços em cada pavimento. Com adaptações da autora. Disponível no site do escritório: https://www.hessamfar-verons.fr/projets/centre-daccueil-durgence/

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Imagem 1. Fachada leste, Acesso principal. DisponĂ­vel em http://xystudio.pl/uzytecznosc.htm 94


Abrigo para desabrigados 4.3 95


Abrigo para Desabrigados HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL • Arquitetos: xystudio Área: 1485 m² Ano: 2019 Fotografias: One Light Studio Localização: ANKOWICE, POLÔNIA

Acesso principal à pedestres

Imagem 2. Fachada leste, Acesso principal. Disponível em http://xystudio.pl/uzytecznosc.htm

A nova casa em Jankowice, afastada da área urbana acomodará um total de 35 moradores, que vivem em situação difícil-em condições de maioridade e e em alguns casos adolescentes- que necessitam de atendimentos especiais , O programa é semelhante ao de uma moradia residencial. Existem quartos duplos e um quarto individual. Em entrevista, uma das irmãs que serão responsáveis pela gestão desta moradia, no dia da inauguração afirmou que o perfil atendido seria de: - São pessoas na situação mais difícil - com deficiência temporária ou permanente, que requerem cuidados constantes - diz a irmã Małgorzata Chmielewska. - "Temos equipamentos especializados para eles, financiados pela fundação de Jurek Owsiak. Este é um lugar para pessoas que não têm outro lugar." Fonte:https://echodnia.eu/swietokrzyskie/siostra-malgorzata-chmielewska-otwiera-pod-ozarowem-nowy-dom-tym-razem-dla-niepelnosprawnych-bezdomnych-zdjecia/ar/c14-14274799 :

Gabarito área os me gem

Imagem 3 . Perpectiva em relação ao entorno imediato. Acessado no site do escritório, com adaptações da autora. Disponível em http://xystudio.pl/uzytecznosc.htm

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de até 8m, em afastada de núcleurbanizados, confordemostrado na imaperpectivada ao lado

Imagem 4.Foto aérea com implantação, com adaptações da autora. Disponível em http://xystudio.pl/uzytecznosc.htm


Imagem 6.Fachada leste, com adaptações da autora. Disponível em http://xystudio.pl/uzytecznosc.htm

Relevância Projetual Aspectos da volumetria, nesse projeto, aproximaram a escala de tipologia residencial. As fachadas abstratas, ou seja, não se pode inferir, por alguma das fachadas onde está localizado os quartos e, para um projeto que se desafia na busca de espaços intimistas em meio à muita convivência, se faz necessários estudos que reforcem tais estratégias. O pátio central, todavia, permite o lazer supervisionado, tornando a observação facilitada. Os caminhos ao redor do edifício convidam ao passeio, e essa estratégia, estará inserida no projeto final. 97


Um edifício térreo com um telhado ondulado se mistura com a paisagem circundante. A casa possui quartos duplos com banheiros compartilhados e espaço disponível para todos: sala de jantar, sala de estar, cozinha e capela, além de salas e salas de reabilitação. Eles também pensaram naqueles que devotaram suas vidas aos cuidados dos sem-teto. Na zona isolada, três pequenos apartamentos com cozinha compacta, foram criados.

Planta baixa, assessada no site do escritório, com SETORIZAÇÂO adaptada pela autora.. Disponível em http://xystudio.pl/uzytecznosc.htm

98


No pátio um belo mural "Four Seasons", de Marcin Czaja - essa é a ideia da irmã Małgorzata, que queria adicionar um pouco de cor aos habitantes, quebrar o ascetismo deste edifício e alegrar seu coração.

Imagem 9. Pátio interno, retirada do site do escritório. Disponível em http://xystudio.pl/uzytecznosc.htm , com adaptações da autora.

O pátio interno permite o lazer

super-

visionado e seguro para os cuidadores que também residem no edifício.

Imagem 10. Pátio interno, retirada do site do escritório. Disponível em http://xystudio.pl/uzytecznosc.htm , com adaptações da autora.

99


Materialidade: No edifício

com design contemponãneo, os arquitetos apostaram no fechamento aparente, e curiosamente, muitos dos materiais utilizados na construção do centro vêm da reciclagem. Existem paredes e fachadas de cerâmica feitas de materiais anteriormente rejeitados. Há tijolos de um moinho de 200 anos, também existem tábuas de celeiros demolidos.

Volumetria: Com tipologia

residêncial, os arquitetos exploraram a iluminação natural através de cheios e vazios na volumetria e em planta, como é visto no pátio central, a solução melhora o microclima do edifício, visto que a polônia, enfrenta durante boa parte do ano, baixas temperaturas.

100 Imagem11.Fachada oeste, com adaptações da autora, retirada do site do escritório. Disponível em http://xystudio.pl/uzytecznosc.htm , com adaptações da autora.


Aberturas zenitais - luz e sombra

Imagem12.Fachada oeste, com adaptações da autora, retirada do site do escritório. Disponível em http://xystudio.pl/uzytecznosc.htm , com adaptações da autora.

101


Imagem13. Reforçando os do site do escritório. Disponível emescritório. http://xystudio.pl/uzytecznosc.htm , com adaptações da autora. 102 Imagem 13.Ressaltando oscaminhos.Retirada caminhos,e o convite ao passeio. Retirada do site do Disponível em http://xystudio.pl/uzytecznosc.htm, com adaptações da autora.


Convite ao passeio O afastamento do edifício em relação ao núcleo urbanizado confere ao entorno uma paisagem natural, apesar de não tanto arborizada. Apropriando-se dessa tranquilidade caminhos ao redor do edifício, com um corredor verde, permitem aos usuários um descanso e passeio contemplativos.

103


104 Imagem1. Fotografia áerea da cidade de Ribeirão Preto-SP. Acessada em Google Earth, com adaptações da autora.


Levantamentos 5 105


Região Metropolitana de Ribeirão Preto-SP

Estado de São Paulo

106

A cidade de Ribeirão Preto está localizada no interior do estado de São Paulo. Teve seu crescimento pautado no cultivo de café. O bairro Vila Tibério, localizado na região oeste de Ribeirão Preto é um dos bairros mais tradicionais e antigos da cidade. As ruas, os moradores e velhas construções guardam importantes passagens do desenvolvimento da cidade. A área de intervenção emque estará implantado o edifício de acolhimento institucional, está localizado no Bairro Vila Tibério.O nome do bairro é uma homenagem a Tibério Augusto da Garcia, um agrimensor que tinha uma grande clientela. Segundo Prates(1979),Tibério Augusto era procurado por pessoas que queriam fazer a partilha de terras. No final do século as fazendas e chácaras sofreram uma intensa desvalorização por causa do surto de febre amarela que dizimou boa parte da população. Na época com pouco dinheiro dava para adquirir poucos alqueires, considerado um homem progressista Tibério Augusto, falecido em Ribeirão Preto em 15 de junho de 1900, comprou diversas chácaras na área. Como era agrimensor fez loteamentos e cada um custava 50 mil réis, aos poucos os lotes foram sendo adquiridos por ferroviários, agricultores e trabalhadores da lavoura. Os compradores, na maior parte, eram imigrantes italianos atraídos pela valorização do loteamento depois da instalação da Antarctica. Por isso, até hoje a Vila Tibério é considerada uma verdadeira colônia italiana em Ribeirão Preto. Prates(1979), ainda descreveu que a região em que está localizada a Vila Tibério era marcada apenas por caminhos e estradas por onde saíam e chegavam viajantes.Uma lei de 03 de outubro de 1903 delimitou as ruas do loteamento de Tibério, hoje identificado pela prefeitura como setor Oeste-2.


Ribeirão Preto-SP

Imagem 2. Perímetro urbano em Ribeirão Preto-SP Mapa disponibilizado pela prefeitura no ano de 2015, com adaptações da autora

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Distribuição de equipamentos de apoio social A escolha da área, de acordo com a recomendação da Assistência Social Brasileira, disponibilizada atravéz de uma cartilha intitulada como " Orientações Técnicas para os Serviços de Acolhimento(BRASIL, 2009), defende que serviços de acolhimento devem localizar-se em áreas residênciais, bem como sua tipologia deverá seguir programas de residências unifamiliares. Desse modo, a escolha do Bairro Vila Tibério para a localização da área de intervenção, foi baseada nessa recomendação, o bairro tem predominância residencial, está conectado ao quadrilátero central,e em sua proximidade, equipamentos importantes estão localizados. Os equipamentos de apoio social, estão distribuídos pelo município de Ribeirão Preto, alguns desses equipamentos atendem a escala bairro, como o CRAS, inclusive na Vila Tibério estão localizados dois importantes equipamentos: CRAS I e CREAS I. Outro apoio importante é o SAICA, responsável pelo acolhimento de crianças em situação de vunerabilidade, localizado no bairro Planalto Verde, periférico em relação à area central. Objetiva acolher e garantir, provisoriamente, proteção integral, proporcionando atendimento global às necessidades de crianças e adolescentes residentes no município, vítimas de violência doméstica, física, sexual, psicológica, negligência e abandono, cujas famílias ou responsáveis encontram-se, temporariamente, impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e proteção. O CRAS é responsável pelo cadastramento e acompanhamento de cada perfil familiar, bem como seu apoio. A Assistência Social define o CRAS como: "O CRAS é uma unidade pública estatal descentralizada da política de assistência social sendo responsável pela organização e oferta dos serviços socioassistenciais da Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) nas áreas de vulnerabilidade e risco social dos municípios e DF". (NOB SUAS,2005). O SCFV é um serviço da Proteção Social Básica do SUAS, que é ofertado de forma complementar ao trabalho social com famílias realizado por meio do Serviço de Proteção e Atendimento Integral às Famílias (PAIF) e do Serviço de Proteção e Atendimento Especializado às Famílias e Indivíduos (PAEFI), também atende a escala bairro. De caráter preventivo, o SCFV, além de buscar fortalecer os vínculos familiares e comunitários, procura desenvolver capacidades nos usuários , gerando autonomia e protagonismo através da troca de experiências e integração entre os participantes do grupo. O CREAS, A Proteção Social Especial organiza, no âmbito do Sistema Único de Assistência Social - SUAS, ofertam serviços, programas e projetos de caráter especializado, destinado a famílias e indivíduos em situação de risco pessoal e social, com violação de direitos.Tais situações podem incidir sobre as relações familiares e comunitárias, gerando conflitos, tensões e rupturas, demandando, portanto, atenção especializada e maior articulação com os órgãos de defesa de direitos e outras politicas públicas setoriais. Este tipo de Proteção é realizado em dois níveis: média e alta complexidade. Auxílios financeiros às famílias, é uma das alternativas à melhoria da qualidade de vida dos atendidos, o auxílio será fornecido por um ano. Demontrar os serviços fornecidos em Ribeirão Preto, reitera a preocupação e assistência às famílias em qualquer situação de vulnerabilidade. E nesse pressuposto, se baseia a construção de um novo edifício para futuras demandas de uma cidade alto potencial de crescimento demográfico, e consequente aumento de demanda por espaços de acolhimento na cidade.

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Imagem 2. Distribuição dos equipamentos de apoio em Ribeirão Preto-SP Mapa disponibilizado pela prefeitura no ano de 2015, com adaptações da autora

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Esporte

Imagem 3.SESC-Foto: Diego Marcon, com adaptações da autora

Imagem 4.SESC- Foto:Paulo Santos,com adaptações da autora

Imagem5.SESCFoto: Alessandra Santos. Com adaptações da autora 110

1

1

1

Nesta sequência de análises em mapas do entorno estudado e proximidade com o quadrilátero central, ressalta-se a importância da proximidade da área de intervenção à essas localidades , tendo em vista que a região central é um núcleo fundamental em Ribeirão Preto, e a disposição de equipamentos de lazer, educação, mobilidade e cultura, fundamentam a importância de um Acolhimento Institucional no bairro Vila Tibério. O SESC, é um importante equipamento, opções de lazer e esporte são fornecidos, um local de alta permanência em que jovens da rede pública e privada que saem do ambiente escolar de meio período, utilizam sua biblioteca . No local, academia, piscina, quadra esportiva, bibliotecas e áreas livres convidam usuários de todas as idades.


LEGENDA ENTORNO ESTUDADO QUADRILÁTERO CENTRAL

A.I

N

ÁREA DE INTERVENÇÃO

Mapa 2:Distribuição dos equipamentos de apoio ao Acolhimento Institucional em Ribeirão Preto-SP Fonte: Mapa disponibilizado pela prefeitura no ano de 2015, com adaptações da autora.

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250

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Educação

Imagem 6. Instituro SEB. Foto:Soraia Brena, com adaptações da autora.

2

Imagem 7.Instituro SEB. Foto: Pedro Polo Pizzo de Paula, com adaptações da autora.

2

112 Imagem 8.Instituro SEB. Foto:Patrick Marchion Marques,com adaptações da autora.

2

O Instituto SEB, pertence à uma iniciativa privada de apoio no ingresso ao mercado de trabalho de jovens estudantes do ensino médio de escolas públiicas, por meio do projeto NAU Mercado de Trabalho, além do mais, nesse instituto, aulas pré-vestibulares também são oferecidas gratuitamente aos jovens que comprovem renda abaixo de 1 salário mínimo e meio por pessoa. Partindo desse importante apoio não governamental, mas de interesse social e educativo, se faz necessária a proximidade da área de intervenção à esse equipamento que torna assessível a educação de qualidade e ingresso ao mercado de trabalho, algo importante quando considerado o fato do desamparo governamental na maioridade dos acolhidos.


LEGENDA ENTORNO ESTUDADO QUADRILÁTERO CENTRAL

A.I

ÁREA DE INTERVENÇÃO

Mapa 3.Distribuição dos equipamentos de apoio ao Acolhimento Institucional em Ribeirão Preto-SP. Fonte: Mapa disponibilizado pela prefeitura no ano de 2015, com adaptações da autora.

N 0 500

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Lazer

Imagem 9. Foto:Zenon Spade,com adaptações da autora.

Imagem 10. Quadra de areia. Foto:Roseli Mac,com adaptações da autora.

Imagem 11. Destaque para hidrografia. Foto: Eloísa Delarco.Fonte: Google

114

3

3

3

O Parque Maurílio Biagi, ao lado da Rodoviária Municipal de Ribeirão Preto, também na área central tem opções de vôlei de praia, passeio e exercício físico, com um lazer contemplativo, atende a escala bairro. É um dos parques mais próximos à área de intervenção. Em geral, estudantes se encotram após as aulas, é um ponto de encontro. Desse modo levando em consideração, o fato de ser um importante parque, os moradores do centro de acolhimento, poderão frequentar este espaço.


LEGENDA ENTORNO ESTUDADO QUADRILÁTERO CENTRAL

A.I

N

ÁREA DE INTERVENÇÃO

Mapa 3: Distribuição dos equipamentos de apoio ao Acolhimento Institucional em Ribeirão Preto-SP. Fonte: Mapa disponibilizado pela prefeitura no ano de 2015, com adaptações da autora.

0 500

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Contemplação

Imagem12. Zoológico Fábio Barreto. Foto:Paulo Santos, com adaptações da autora

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Imagem 13. Zoológico Fábio Barreto. Foto: Lucas Siqueira, com adaptações da autora.

4

116 Imagem14. .Zoológico Fábio Barreto. Foto: Jorge Mateu, com adaptações da autora

4

Para justificar a implantação de um equipamento social na Vila Tibério, levando em consideração sua proximidade com o quadrilátero central, residentes do centro de acolhimento estarão mais próximos à esses equipamentos de lazer da comunidade Riberãopretana e usuários da região metropolitana. A intenção é que tenham em suas memórias, o convívio a esses pontos principais em Ribeirão Preto. O Zoológico, localizado na área central, compõe uma das possibildades de lazer contemplativo aos visitantes da cidade e da região metropolitana, seu acesso é facilitado à todos os usuários também por estar próximo à Rodoviária Municipal de Ribeirão Preto. O percurso, atende a escala do pedestre, ou seja, quem visita o Zoológico e precisa retornar à sua cidade através de ônibus interurbano, poderá chegar à Rodoviária caminhando.


LEGENDA ENTORNO ESTUDADO QUADRILÁTERO CENTRAL

A.I

ÁREA DE INTERVENÇÃO

Mapa 1: Distribuição dos equipamentos de apoio ao Acolhimento Institucional em Ribeirão Preto-SP. Fonte: Mapa disponibilizado pela prefeitura no ano de 2015, com adaptações da autora.

N 0 500

100

250

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Cultura

Imagem 16. Fachada do Teatro Pedro II.Foto: Pedro Mac.Fonte: Google.

Imagem 17. Teatro Municipal de Ribeirão Preto.Foto: Junio Fazio

Imagem 11818. Teatro Municipal de Ribeirão Preto.Foto: Andre Gustavo, adaptado pela autora.

5

6

7

Imagem 19. MARPI.Foto: Fernando Sousa.Fonte: Google.

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Imagem 19. MARPI.Foto: Fernando Sousa, com adaptações da autoraFonte: Google.

9

Imagem 21. Casa da Cultura..onte: https://www.maisribeiraopreto.com. br/useruploads/images/setembro2013/exposicao.jpg, com adaptações da autora.

10

A parte cultural Ribeirãopretana, tem uma importância significativa no quadrilátero central, alguns simbolos dos processos da formação de Ribeirão Preto também concentram na região central. O teatro Pedro II, que tem espetáculos em sua maioria na parte norturna, é um desses exemplos. O Teatro Municipal de Ribeirão Preto fica localizado próximo ao morro de Santo Bento, também importante área verde de Ribeirão Preto. Além do mais, o Telecine Caium, veicula filmes com frequência a baixo custo com a finalidade de democratizar o acesso ao cinema. O MARP, é um museu de arte, expõe obras de artistas e está localizado próximo à Praça XV. A Biblioteca Altino Arantes que recentemente foi ampliada, também ao lado da praça XV, é um importante equipamento de apoio à educação pública. A Casa da Cultura, onde também tem um Museu da Imagem e Som, ficam localizados próximo à praça Morro do São Bento. Desse modo, a aproximação dos acolhidos à cultura e seu acesso estarão democratizados, levando em consideração que estes equipamentos promovem a cultura na cidade.


LEGENDA ENTORNO ESTUDADO QUADRILÁTERO CENTRAL

A.I

ÁREA DE INTERVENÇÃO

Mapa 4:Distribuição dos equipamentos de apoio ao Acolhimento Institucional em Ribeirão Preto-SP. Fonte: Mapa disponibilizado pela prefeitura no ano de 2015, com adaptações da autora.

N 0 500

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Mobilidade

Imagem 23. Rodoviária de Ribeirão Preto-SP.Fonte: Google Earth, com adaptações da autora

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Imagem 24. Terminal Rodoviário de Ribeirão Preto-SP. Fonte: Google Earth, com adaptações da autora.

12

Imagem 120 25. Ponto de ônibus urbano na rua Aurora, ao lado da área de intervenção. Fonte: Google Earth, com adaptações da autora.

A.I

A área de intervenção poderá facilmente ser acessada por visitantes e familiares de acolhidos que são de outras cidades, visto que a Rodoviária Municipal também está localizada na área central de Ribeirâo Preto, e consequentemente também é próxima à área de intervenção. Ao lado da Rodoviária, está o Terminal Rodoviário que distribui linhas aos bairros de Ribeirão Preto e Bonfim Paulista. Estão conectadas por meio de faixa de pedestre e leito carroçável. O acesso por ônibus intraurbano ao acolhimento institucional poderá ser feito, além opções de transporte particulares, por algumas linhas que atendem o barro Vila Tibério, e ao lado do terreno já existe um ponto de parada de ônibus.


LEGENDA ENTORNO ESTUDADO QUADRILÁTERO CENTRAL

A.I

ÁREA DE INTERVENÇÃO

Mapa5:Distribuição dos equipamentos de apoio ao Acolhimento Institucional em Ribeirão Preto-SP. Fonte: Mapa disponibilizado pela prefeitura no ano de 2015, com adaptações da autora.

N 0 500

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Hierarquia Viária e Vegetações er erren

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No Vila Tibério, existem uma considerável vegetação arbória nas ruas e avenidas, no entorno estudado existem duas praças arborizadas, além de que em quarteirões não totalmete ocupados a presença de vegetação facilita a drenagem. Nas vias locais, nas quais são caracterizadas a maioria das ruas do bairro, o fluxo é lento e moderado nessas vias, e são arborizadas. São poucas as ruas coletoras visto que ao saírem da delimitação do bairro são renomeadas. No entanto a função é de via coletora. No entorno estudado, existem duas vias arteriais, de grande importância, inclusive, a avenida do Café, é um rua importante de acesso à Universidade de São Paulo, e portanto, o fluxo de veículos acontece durante todo o dia com alguns horários de pico.

Ru a

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ba

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td LEGENDA

Avenida do Café Fonte: Mapa de hierarquia viária adaptado pela autora, apartir de mapa viário disponibilizado pela prefeitura no ano de 2015.

122


Uso do Solo Ru a er erren

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No bairro da intervenção, a escala de vizinhança predominantemente residencial, é atendida por serviços essenciais, como fármácias, padarias, supermercados, escolas infantis, templos religiosos. Observa-se que a prestação de serviços na área de comunicação visual é preeminente no bairro, assim como gráficas, assistência técnica em informática. Sua proximidade à Universodade de São Paulo, torna o bairro com potencial para moradias estudantis, e neste bairro é possível notar algumas unidades de pensionatos. Além do mais o fator religioso, é bem presente na região, inúmeros templos de muitas religiões estão distribuídos no entorno estudado. O Comércio, acontece principalmente através de lojas de roupas e sapatos.É mais influente a prestação de serviço no bairro quando comparado ao comércio, o bairro é um centro de prestação de serviço no ramo alimentício, principalmente com restaurantes na parte da manhã, e lanchonetes no período noturno.

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LEGENDA

Avenida do Café Fonte: Mapa de Uso e Ocupação do solo, adaptado pela autora, apartir de mapa viário disponibilizado pela prefeitura no ano de 2015.

123


Figura Fundo Ru a

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O bairro Vila Tibério, loteado por Tibério Augusto no século XX, não seguiu um parcelamento regular, a medida que eram solicitados novos lotes - o lugar onde havia sido uma fazenda de café, de seu sogro, um dos maiores fazendeiros da região da Mogiana -foi urbanizado e ocupado originalmente pelos trabalhadores da companhia Mogiana e da Cervejaria paulista, a proximidade com a linha da Mogiana, incentivou a ocupação deste que é um dos primeiros bairros do então Núcleo Colonial Antônio Prado. Algumas características são observadas, na ocupação das quadras, como pequenos acessos por vielas ao meio de lotes, alguns não são regulamentados como ruas. Outra variação da ocupação dessas quadras, é sua divisão não ao meio, por travessas.

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Avenida do Café Fonte: Mapa de Figura e fundo, adaptado pela autora, apartir de mapa viário disponibilizado pela prefeitura no ano de 2015.

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Gabarito Ru a e

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Ru a

A Tipologia predominate é a de até dois pavimentos, de residência unifamiliar, observa-se que algumas casas ainda tem janelas voltadas para a rua, característica de cidade pequenas, remetia a uma sensação de segurança, e promovia os olhos para a rua. Essa característica está presente em casas que foram contruídas no século XX. No entanto, apesar do entorno estudado ter um gabarito baixo, alguns edifícios, não respeitaram a predominância dessa característica. Esses edifícios, destacam, justamete pela discrepância e com as tipologias residências majoritárias. Ainda sobre a tipologia do bairro, as casas de construção recentes, possuem muros. Então o bairro dialoga com dois capitulos da história da urbanização de Ribeirão Preto, janelas voltadas para a rua são aos poucos substutuídas por muros.

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Ru a

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Avenida do Café Fonte: Mapa de Gabarito, adaptado pela autora, apartir de mapa viário disponibilizado pela prefeitura no ano de 2015.

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Mapa 6.Distribuição dos equipamentos de apoio ao Acolhimento Institucional no entorno estudado em Ribeirão Preto-SP. Fonte: Mapa disponibilizado pelo Google Earth, no ano de 2020, com adaptações da autora. 126


Equipamentos A escolha do bairro , bem como do terreno foram pautados na proximidade de equipamentos essenciais. No bairro existem escolas públicas e privadas, ao lado do terreno existe uma creche municipal. A dois quarteirões da área de intervenção, existe a presença de uma UBS, ou seja serviço de saude pública. Assim, o bairro atende demandas de todas as faixas etárias. LEGENDA

127


Visão serial

Imagem1. Avenida do Café. Fonte: Autora deste trabalho

Imagem2. Rua Paraíso. Fonte: Autora deste trabalho

Imagem3. Rua Aurora. Fonte: Autora deste trabalho

Imagem4. Rua 21 de Abril com rua Aurora. Fonte: Autora deste trabalho

Imagem 128 5. Rua 21 de Abril com rua Aurora. Fonte: Autora deste trabalho


LEGENDA ENTORNO ESTUDADO QUADRILÁTERO CENTRAL

Mapa 7: Distribuição dos equipamentos de apoio ao Acolhimento Institucional em Ribeirão Preto-SP. Fonte: Mapa disponibilizado pela prefeitura no ano de 2015, com adaptações da autora.

129


Imagem 01. Criança com violão. Adaptado pela autora. Disponível em:http://www.sonorita.com.br/wordpress/wp-content/uploads/2012/08/shutterstock_74226703.jpg

130


Estudo Preliminar 6 131


Índices da legislação para o bairro Restrição Legal

Macrozoneamento Urbano Coeficiente de aproveitamento(C.A) Taxa de ocupação

Índice indicado pela legislação

Valor em relação ao terreno

Valor do projeto

ZUP - Zona de Urbanização Preferencial: composta por áreas dotadas de infra-estrutura e condições geomorfológicas propícias para urbanização, onde são permitidas densidades demográficas médias e altas; incluindo as áreas internas ao Anel Viário, exceto aquelas 5x a área do terreno

8000m² 70%

1120

1110

Taxa de permeabilidade

Na ZUP- 15 % para lotes acima de 1000m²

240m²

Gabarito Básico-máximo

O gabarito básico, a que se refere o artigo anterior, poderá ser ultrapassado na Zona de Urbanização Preferencial (ZUP), na Zona de Urbanização Controlada (ZUC) e na Zona de Urbanização Restrita (ZUR), desde que atendidas as restrições previstas, tais como: recuos,coeficiente de aproveitamento, taxa de permeabilidade, taxa de ocupação, etc.

h=10

h=4

Laterais e fundo=2m

Laterais= 3m

Art.56.Nas edificações com gabarito superior ao básico, os recuos laterais e de fundo serão calculados pela seguinte fórmula R=H/6, maior ou igual a 2 (dois) metros.R significa a dimensão dos recuos em metros lineares; De maneira que H é o gabarito do edifício, em metros lineares.

Recuos- Frontal, fundo e laterais

TestadaÁrea total do terreno

Valor mínimo: frente de 6 (seis) metros lineares;

Tabela 1. Esquema sobre macrozoneamento da área de intervenção elaborado pela autora apartir de dados retirados 132 da legislação vigente em 2020.

Para os lotes de esquina a área mínima será de 180 m² (cento e oitenta metros quadrados) e frente mínima de 9 (nove) metros. 1600m²

47m


Índices da legislação para Abrigos institucionais Abrigo institucional é o tipo de acolhimento projetado, um equipamento com capacidade para 14 crianças e adolescentes.O programa de necessidades de um acolhimento institucional, no Brasil, precisa atender aos requisitos do Estatuto da Criança e a cartilha, já mencionada na fundamentação teórica entitulada como: Orientações Técnicas Para os Serviços de Acolhimento Instiitucional, que prevê ambientes e dimensionamento mínimos. Sendo assim, a tabela à direta, elucida as recomendações do Governo Federal para os dimensionamentos e programa dos ambientes. Essa tabela, foi retirada do site do governo, nela estão representados, áreas de reuniões, salas de coordenadores, banheiros, e ainda destacam sobre a importância da assessibilidade em todo edifício. Há o cuidado de dimensionar e indicar espaços para cada morador em espaços como sala, e quarto. Nessa cartilha, está especificado que em cada quarto poderá ter até 4 acolhidos, desse modo, o pré-dimensionamento prevê 2 quartos femininos, 1 masculinos, e um berçário. Sabendo que o número máximo de atendidos será 20, cada quarto terá capacidade inicial para 4 ocupantes. Assim, a indicação é que, morem até 14 acolhidos. Caso necessário, os quartos poderão se tornar berçários, bem como berçário em quarto. A assebilidade é um dos requisitos indicados nos Acolhimentos Institucionais, então uma garagem foi dimensionada, caso haja meio de transporte coletivo.

ESPAÇO

PROGRAMA

QUARTO

Cada quarto deverá ter dimensão suficiente para acomodar as camas / berços / beliches dos usuários e para a guarda dos pertences pessoais de cada criança e adolescente de forma individualizada (armários, guarda-roupa, etc.

SALA OU SIMILAR

Com espaço suficiente para acomodar o número de usuários atendido pelo equipamento e os cuidadores/educadores.

ÁREA Metragem sugerida: 2,25 m² para cada ocupante. Caso o ambiente de estudos seja organizado no próprio quarto, a dimensão dos mesmos deverá ser aumentada para 3,25 m² para cada ocupante. Metragem sugerida: 1,00 m² para cada ocupante.Ex: Abrigo para 15 crianças / adolescentes e 2 cuidadores/educadores:17,0 m²

AMBIENTE PARA ESTUDO

Sala de jantar / Com espaço suficiente para acomodar o Metragem sugerida: 1,00 m² para número de usuários atendido pelo cada ocupante. equipamento e os cuidadores/educadores. Poderá haver espaço específico para esta Não especificado pelo documento finalidade ou, ainda, ser organizado em outros ambientes (quarto, copa)

BANHEIRO

Espaço para higienização pessoal em áea molhada

SALA DE JANTAR/ COPA

deverá oferecer acessibilidade para o atendimento de pessoas com deficiências.

ASSESSIBILIDADE

Abrigo para 20 crianças / adolescentes e 2 cuidadores/educadores: 22,0 m²

Pode tratar-se de um cômodo independente, ou estar anexado a outro cômodo (p. ex. à sala de estar ou à cozinha) Por meio de espaço suficiente e mobiliário adequado, quando o número de usuários não inviabilizar a realização de atividade de estudo/leitura. Deve haver 1 lavatório, 1 vaso sanitário Pelo menos um dos banheiros deverá ser adaptado e 1 chuveiro para até 6 (seis) crianças a pessoas com deficiência e adolescentes 1 lavatório, 1 vaso sanitário e um chuveiro para os Não especificado pelo documento Não especificado pelo documento

Com espaço suficiente para acomodar utensílios e mobiliário para preparar alimentos para o número de usuários Com espaço suficiente para acomodar Não especificado pelo documento utensílios e mobiliário para guardar equipamentos, objetos e produtos de limpeza e propiciar o cuidado com a higiene do ÁREA DE SERVIÇO abrigo, com a roupa de cama, mesa, banho e pessoal para o número de usuários atendido pelo equipamento. Com espaço e mobiliário suficiente para Recomenda-se que este espaço SALA DA desenvolvimento de atividades administrativas funcione em localização específica COORDENAÇÃO/ATIVI (área contábil / financeira, documental, para a área administrativa / técnica da DADES logística, etc.). instituição, separada da área de ADMNISTRATIVAS moradia das crianças e adolescentes. Espaço para diversas reuniões. Com espaço e mobiliário suficiente para a realização de reuniões de SALA DE REUNIÕES equipe e de atividades grupais com as famílias de origem.pelo documento Toda infra-estrutura do abrigo institucional Não especificado

COZINHA

RECOMENDAÇÕES ESPECÍFICAS Nº recomendado de crianças/adolescentes por quarto: até 4 por quarto, excepcionalmente, até 6 por quarto, quando esta for a única alternativa para manter o serviço em residência inserida na comunidade.

Não especificado pelo documento

Deve ter área reservada para guarda de prontuários das crianças e adolescentes, em condições de segurança e sigilo.

Não especificado pelo documento

Deverá ser disponibilizado meio de transporte que possibilite a realização de visitas domiciliares e reuniões com os demais atores do Sistema de Garantia de Direitos e da Rede de Serviços, na razão de um veículo para cada 20 crianças ou adolescentes acolhidos

Tabela 2. Esquema sobre programa de necessidades elaborado pela autora apartir de dados acessados em:ttp://www.mds.gov.br/ cnas/noticias/orientacoestecnicas final.pdf

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Programa de necessidades Uso Social Social Social Social Social Social Social Social Social Social Social Restrito Restrito Restrito Restrito Restrito Restrito Restrito Restrito Restrito Social

Programa Dormitórios Sala de estar Sala de jantar Sala de música Musicoteca Ateliê Sala de estudo Quadra esportiva WC feminino WC masculino WC PNE Coordenação Recepção Sala de reuniões Sala de atendimento psicológico Sala assistência social Suíte do cuidador Cozinha Despensa Estacionamento Circulação

Tabela 3. Esquema sobre programa de necessidades elaborado pela autora

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Quantidade 9 1 1 6 1 2 1 1 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Área 30m² 25m² 25m² 12m² 10m² 12m² 20m² 246m² 25m² 30m² 25m² 20m² 20m² 25m² 12m² 12m² 20m² 30m² 75m² 30m² 240M²

O programa de necessidades do Abrigo Institucional, permitiu o pré-dimensionamento de ambientes, a partir da análise da cartilha do Estatuto da Criança e da intenção projetual. Sendo assim, apartir dessas premissas, e da intenção de levar salas de música ao edififício, a tipologia terá dimensões maiores que uma residência unifamiliar comum. O programa, é constituído por três principais áreas, como setor de lazer, residência e administrativo.


Fluxograma ASSISTÊNCIA SOCIAL

ATELIES

HALL DE ENTRADA

SALA DA PSICOLOGIA SALA DE REUNIÕES

SALAS DE MÚSICA

ÁREA ADMINISTRATIVA

COORDENAÇÃO

LAZER COLETIVO

RECEPÇÃO ÁREA RESIDENCIAL

HALL

ESTACIONAMENTO

COZINHA/ÁREA DE SERVIÇO

JARDIM EXTERNO

SALA DE ESTUDO

JARDIM EXTERNO PRIVADO

CIRCULAÇÃO

JARDIM EXTERNO

DESPENSA

REFEITÓRIO

LAVANDERIA COLETIVA E BANHEIRO DOS FUNCIONÁRIOS

BANHEIROS

BERÇÁRIO

DORMITÓRIOS FEMININOS

DORMITÓRIO DO CUIDADOR

DORMITÓRIOS MASCULINOS Esquema sobre fluxograma elaborado pela autora.

SALA DE ESTAR

JARDIM EXTERNO

ACESSO À CARROS

JARDIM EXTERNO PÚBLICO

JARDIM EXTERNO PRIVADO

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Estudo topográfico do terreno

Au

ror

a

Ru a

21

de

Ab ril

Ru a

N Imagem 136 2. Representação esquemática de topografia, elaborada pela autora.


A área de intervenção ,é a junção de dois terrenos, é de prorpriedade privada, e como descrito no capítulo sobre levantamento, o terreno está na Vila Tibério, ao lado de duas vias locais. O quarteirão estudado, tem um desnível de 3 metros, essas 3 curvas também estão na área de intervenção. No nível 3, onde estão alocados os dormitórios, haverá um talude, ou seja , esse nível será rebaixado ao nível 2, ficando no nível do espaços residenciais como cozinha, sala de estar. Além disso, a quadra esportiva, apesar de estar setorizada na área de lazer, também estará no nível 2. As salas de música, estão no nível 1, e seu pé direito de 4 metros, se iguala ao pé-direito das áreas residenciais de 3 metros, levando em consideração o desnível de um metro, vencido por rampas internas e externas. As rampas, seguem a inclinação da ABNT, de 8,33%, já a rampa do estacionamento, que pode chegar aos 20%, foi resolvida com um inclinação de 10%.

Imagem 3. Imagem panorâmica do terreno. Fonte: Autora deste trabalho

Imagem 4. Imagem do terreno. Fonte: Autora deste trabalho

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Plano de Massas Conceito

Aur

ora

Ru a

21

de

Ab

ril

Ru a

O conceito é conectar. A intenção é conectar as salas de música com a residência, tornando-as uma extenção desse espaço. E não em um edifício diferente.

LEGENDA ÁREA PERMEÁVEL ÁREA RESIDENCIAL ÁREA DE LAZER ÁRE ADMINISTRATIVA

N Implantação perspectivada com esquema de plano de massas Imagem5. Esquema gráfico para representação de plano de massas, elaborado pela autora.

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Estudo de fluxos Partido

a Ru

ril Ab de 21 Ru a

ra

ro

Au

A conexão buscada no conceito, acontece entre espaços de circulação que convergem para as salas de música, a partir de caminhos e rampas internas e externas, e o uso de transparência nas salas de música, também conectarão visualmente, o ambiente residencial à essas áreas de lazer e de certa maneira, áreas profissionalizantes. A área externa, com jardim e área de permanência de uso público conecta o uso particular ao público. Caminhos externos, conectam o edifício com o meio exterior, jardins extenos estarão na área permeável, e convidarão ao passeio pelo entorno do edifício.

LEGENDA CIRCULAÇÃO HORIZONTAL CIRCULAÇÃO VERTICAL

N Imagem6. Esquema de fluxos em planta de situação. Elaborado pela autora.

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Implantação de espaços na topografia

a Ru

ril Ab Ru a2

1

de

ra

ro

Au N Imagem 140 6. Representação esquemática de topografia, elaborado pela autora.


Relação com o gabarito

N

Imagem7. Esquema gráfico para representação de projeção do edifício em relação ao gabarito do entorno. Elaborado pela autora.

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Setorização em implantação

LEGENDA ÁREA PERMEÁVEL ÁREA ADMINISTRATIVA BANHEIROS DORMITÓRIOS COZINHAÁREA DE SERVIÇO SALA DE ESTAR CORREDORES

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Setorização em implantação. Sem escala


É de fundamental importância analizar as indicações dos indíces disponíveis na legislação vigente, em 2020, na cidade de Ribeirão Preto,portanto, após a constatação do macrozoneamento sendo classificada com ZUP- Zona de Urbanização Preferencial, e apartir de todo estudo sobre vantagens em relação à proximidade com a área central, a característica do bairro, como sendo predominatemente residencial, estudos sobre a ocupação do edifício no lote, serão apresentados nesse capitúlo de estudo preliminar. O terreno possui 1600m², é a junção de 2 lotes, um de esquina e outro em sua lateral. As vias são de uso local, dessa maneira qualquer das testadas poderiam ter acesso à carros sem prejudicar o fluxo, ou mesmo tornar perigoso o acesso aos pedestres. O acesso à carros, foi disposto, sabendo que os acolhidos, têm locomoção à escolas e outros equipamentos por microonibus, então para maior segurança destes, o acesso por carros deveria acessar o estacionamento interno, de maneira que já entrassem pelo acesso da área residencial do edifício. No entanto, outro acesso também foi alocado na rua 21 de abril, este com direcionado especificamente à pedestres, familiares, que aguardarão na recepção sem entrar para a área de lazer e residencial. A área administrativa, com a sala de reuniões, sala de atendimento psicológico, sala de assistência social, e sala da coordenação estarão ao lado da recepção, de maneira que todo acesso seja autorizado. A área de lazer, ocupa área considerável na área lateral, 6 salas de músicas, 1 musicoteca, 2 ateliês, e a sala de estudo estão dispostas na parte coberta do edifício, além das áreas cobertas, uma quadra esportiva, com dimensões reduzidas, compõe os espaços de lazer do edifício, disposta na fachada leste. A área de dormitórios, uma vez que os dormitórios femininos estarão voltados para a fachada oeste, e os dormitórios masculinos, na fachada leste, jardins externos melhorarão o microcliam dos quartos, sala, cozinha, sala de estudos. O acesso 2, permite a entrada direta à área residencial, sendo que o primeiro espaço são os de média permanência, como refeitório e sala de estar( voltada para o jardim), a intenção era trazer natureza para esse momento de descanso ou entretenimento. A despensa, está alocada a frente do estacionamento, facilitanto descarga de mantenimentos, e doações(frequentes nesse tipo de equipamento), desse modo, a cozinha foi alocada ao lado da despensa para facilitar a logística de funcionamento interno. Ao lado da cozinha, a área de serviço, foi disposta uma vez que o núcleo hidráulico poderia ser aproveitado, além do mais o jardim externo da fachada oeste, também melhorará o microclima da cozinha, que terá demanda maior que as cozinhas de residências unifamiliares.

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Imagem 01. Criança com violão. Adaptado pela autora. Disponível em:http://www.sonorita.com.br/wordpress/wp-content/uploads/2012/08/shutterstock_74226703.jpg

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O Projeto 7 145


Setorização

LEGENDA SETOR DE LAZER INTERNO SETOR ADMINISTRATIVO SETOR RESIDENCIAL

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Estudo topogrĂĄfico do terreno

Imagem 3. Imagem panorâmica do terreno. Fonte: Autora deste trabalho

Imagem 4. Imagem do terreno. Fonte: Autora deste trabalho

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Setorização Área de permanência de uso público Memorial Justificativo

A área de intervenção ,é a junção de dois terrenos, é de prorpriedade privada, e como descrito no capítulo sobre levantamento, o terreno está na Vila Tibério, ao lado de duas vias locais. O quarteirão estudado, tem um desnível de 3 metros, essas 3 curvas também estão na área de intervenção. No nível 3, onde estão alocados os dormitórios, haverá um talude, ou seja, esse nível será rebaixado ao nível 2, ficando no nível do espaços residenciais como cozinha, sala de estar. Além disso, a quadra esportiva, apesar de estar setorizada na área de lazer, também estará no nível 2. As salas de música, estão no nível 1, e seu pé direito de 4 metros, se iguala ao pé-direito das áreas residenciais de 3 metros, levando em consideração o desnível de um metro, vencido por rampas internas e externas. As rampas, seguem a inclinação da ABNT, de 8,33%, já a rampa do estacionamento, que pode chegar aos 20%, foi resolvida com um inclinação de 10%. O concreto aparente, em uma linguagem brutalista foi explorada na fachada externa e em algumas paredes internas, referência vinda Escola de Música Tohogakuen estudada projetualmete neste trabalho no capítulo sobre Referências Projetuais. Esta fachada principal, em frente à duas vias locais, foi otimizada com os usos administrativos e de lazer público e privado. O programa de necessidades do Abrigo Institucional, permitiu o pré-dimensionamento de ambientes, a partir da análise da cartilha do Estatuto da Criança e da intenção projetual. Sendo assim, apartir dessas premissas, e da intenção de levar salas de música ao edifício, a tipologia terá dimensões maiores que uma residência unifamiliar comum. O programa, é constituído por três principais áreas, como setor de lazer, residência e administrativa. CONEXÃO é o CONCEITO buscado uma vez que esses três setores são de grande importância no bom funcionamento de uma instituição de acolhimento, a intenção de manter os três setores no mesmo edifício pautou a disposição dos ambientes de maneira que o dimensionamento fosse coerente com o uso, e esses programas se conectassem visualmente apartir de um ambiente central que é a sala de jantar aberta, conectada por rampas ao nível abaixo, e por corredores intuitivos explorando em cada acesso, jardins, conectando também área externa com interna por meio de corredores arborizados, desse modo o PARTIDO acontece por meio desses conectores. 148

Imagem 1 . Imagem renderizada de fachada pricipal. Fonte: Autora deste trabalho


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Setorização Área de Lazer- uso privado Memorial Justificativo As duas salas de música, que estão na nível 0,15m, no setor de lazer, foram compostas com madeira nas paredes e piso, sendo que este material evita perda sonora, além de que as cadeiras também não absorvem ondas sonoras.Nesse nível, rebaixado 1 metro em relação ao setor residencial, propriciou um pé-direto de 4,5 metros, melhorando ainda mais a qualidade sonora. A fachada para a via local, permite uma integração visual com o ambiente externo, importante para que não haja a sensação de enclausuramento por parte dos acolhidos, que de certa forma precisam estar e se sentirem protegidos. A temática músical já referida no capítulo sobre música e lazer, traz às crianças e adolescentes a possibilidade de uma inserção futura no mercado de trabalho como musicistas, aumentarem sua capacidade cognitiva além da função terapêutica auxiliando possíveis tratamentos com ansiedade, depressão, que por ventura possam sofrer. A madeira clara, também foi intensionalmente escolhida para trazer leveza ao ambiente, dessa forma a composição de interiores, neste ambiente foi desenvolvida a partir de uma codependencia da materialidade para um bom desempenho acústico e estétito. Além disso, a música pode ser desenvolvida e contemplada por pessoas de todas as idades, tornando assim , uma aprendizagem democrática.

Sala de Música 150

Imagem 2 . Imagem renderizada. Fonte: Autora deste trabalho


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Memorial Justificativo O ateliê de arte, segue a composição da sala de música, no que se refere ao revestimento, trazendo um aspecto rústico e artesanal, remete ao espaço uma proximidade da arte manual. A mesa em tamanhos diferentes possiblita o uso de todas as idades, uma vez que em abrigos institucionais, crianças e adolescentes compartilham ambientes, assim, ateliê de arte, atende todas as demandas de idade. A vista é para o lazer privado, onde existem vegetação arbórea, espelhos d'agua e espaço livre.

Ateliê de arte

Imagem 3 . Imagem renderizada. Fonte: Autora deste trabalho

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Setorização Área de lazer uso privado Memorial Justificativo O interação acontece também no ambiente externo, onde as proteções do canteiro de árvores e espelhos d'agua se transformam em bancos, permitindo a permanência. O espaço aberto foi estratégico visto que não são apenas crianças que usufruem, por isso o espaço livre permite a aporpriação da maneira como quiserem e não com uso estabelecido como o de play grounds, por exemplo. Abaixo do pergolado um expelho d'agua, melhora o microclima local. O piso intertravado, ajuda no escoamento da água e abastecimento do lençól freático no bairro. A escolha de material claros, tem a intenção de absrover menos calor durante o dia, a parede com aspecto de rocha compõe o design brutalista do exterior que pretende mostrar os materiais e não escondê-los. Os materiais predominantes são concreto e madeira em todo o projeto, desse modo a parte externa segue a linguagem arquitetônica ultilizada.

Área de lazer externa Imagem 4 . Imagem renderizada. Fonte: Autora deste trabalho.

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155


Setorização à rea de lazer uso privado

156

Imagem 5 . Imagem renderizada. Fonte: Autora deste trabalho


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Setorização Área Residencial Memorial Justificativo O iquarto também têm concreto aparente, no entanto cores se faziam necessárias, num ambiente com capacidade de até 4 crianças e adolescente, então o papel de parede deveria respeitar o brutalismo do concreto, faixas etárias distintas e que harmonizasse com cores dos quartos feminino e masculino. A vista é para a vegetação arbória no entorno do edifício, na fachada oeste, a de maior incidência solar. A viga aparente em concreto escuro, foi propositalmente exibida no quarto, assim como em todo os ambientes em que estava localizada.

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Quarto masculino

Imagem 6 . Imagem renderizada. Fonte: Autora deste trabalho


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Setorização Área Residencial

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Quarto feminino Imagem 7 . Imagem renderizada. Fonte: Autora deste trabalho


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Setorização Área Residencial Memorial Justificativo O berçário, com dois berços, mas que poderá ser substituído por camas, também tem um foco de cores, com o papel de parede utilizado em todos os quartos, ainda como praticidade dos cuidadores, uma cuba foi instalado no ármário aparador, compõem ainda dois guarda-roupas, espelho e não menos importante, o concreto aparente.

162

Berçário Imagem 8 . Imagem renderizada. Fonte: Autora deste trabalho


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Setorização Área Residencial Memorial Justificativo A suíte do cuidador, permite a estadia, bem como a passagem deste funcionário, com banheiro integrado mas com suas partes molhadas devidamente dispostas, de maneira que mesmo sem portas delimitando os ambientes, a disposição permite o aproveitamento dos espaços. A janela está voltada para a fachada sul, com duas folhas de correr assim como a grande maioria delas. A cortina, permite aconchego de um ambiente menos rútico e mais familiar.

Suíte cuidador 164

Imagem 9 . Imagem renderizada. Fonte: Autora deste trabalho


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Setorização Área Residencial Memorial Justificativo A laca em azul nos móveis, traz a cor que a cozinha quase industrial precisava, em harmonia com a estrutura e fechamento aparentes, seu aspecto liso e sem relevos, não conflita com o concreto. Sua disposição em U, e aloganda facilita a movimentação de várias usos simultêneos. Assim, duas pias estão em lados opostos, uma em escala maior para lavar panelas e tachos, largamente utilizados em nesses ambientes. A paginação em tons acizentados se estende à despensa.

Cozinha 166

Imagem 10 . Imagem renderizada. Fonte: Autora deste trabalho


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Setorização Área Residencial Memorial Justificativo Em ambientes institucionais, o abasteciemento é frequente, então foram dispostos armários para armazenar pordutos e uma câmara fria, para refrigerar maiores quantidades de alimentos perecíveis. A janela permite a troca de ar e a porta facilita o abastecimento direto da garagem sem precisar passar pela cozinha.

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Despensa

Imagem 11 . Imagem renderizada. Fonte: Autora deste trabalho


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Setorização Área Residencial Memorial Justificativo A lavanderia coletiva poderá ser utilizada diretamente pelos adolescentes e funcionários, o banheiro afastado da cozinha permite maior higiene para os funcionários, que quiserem utilizá-lo.

Lavanderia coletiva e banheiro func 170

Imagem12 . Imagem renderizada. Fonte: Autora deste trabalho


cionรกrios 171


Setorização Área Residencial Memorial Justificativo A conexão entre os ambientes também acontece no living integra-se ao jardim interno entre este ambiente e o núcleo central. O sofá disposto nos cantos, otimiza o espaço e contempla o jardim.

Living 172

Imagem 13 . Imagem renderizada. Fonte: Autora deste trabalho


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Setorização Área Residencial

Refeitório aberto

Memorial Justificativo O sistema estrutural é proposto em concreto armado, com malha estrutural de 7mx5m. Permite o uso livre dos ambientes e não polui visualmente com seu sistema estrutural. Nesse ambiente a parede verde e a tela ao fundo compõem cor e leveza ao espaço. A conexão visual com a área de lazer externa, e setor admnistrativo e de lazer internos.

Refeitório aberto

174

Imagem 14 . Imagem renderizada. Fonte: Autora deste trabalho


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Setorização Área Residencial

Refeitório aberto

Refeitório aberto 176

Imagem 15. Imagem renderizada. Fonte: Autora deste trabalho


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Setorização Área Residencial

Refeitório aberto

Refeitório aberto 178

Imagem 16 . Imagem renderizada. Fonte: Autora deste trabalho


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Setorização Área Residencial Memorial Justificativo As cores neutras aliados, a vista para a vegetação propiciam calma ao momento de estudo, um armário que pode ser de uso temporário ou como suporte para livros, está disposto ao lado da mesa.

Sala de Estudos 180

Imagem 17 . Imagem renderizada. Fonte: Autora deste trabalho


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Banheiro coletivo Masculino ou Imagem 18 . Imagem renderizada. Fonte: Autora deste trabalho

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u feminino 183


Setorização Área Administrativa

Coordenação 184

Imagem 19 . Imagem renderizada. Fonte: Autora deste trabalho


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Setorização Área Administrativa

Sala administrativa 186

Imagem 19 . Imagem renderizada. Fonte: Autora deste trabalho


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Setorização Área Administrativa

Sala de reuniões 188

Imagem 20 . Imagem renderizada. Fonte: Autora deste trabalho


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Setorização Área Administrativa

Sala psicologia 190

Imagem 21 . Imagem renderizada. Fonte: Autora deste trabalho


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Referências Cartilha de Orientação Técnica: Serviços de Acolhimento à Crianças e Adolescentes 2009. Fonte: http://www.mds.gov.br/cnas/noticias/orientacoestecnicas final.pdf FONSECA, Renato Luiz da Silva. Acolhimento Institucional: dos caminhos da história ao relato de experiência de atendimento de crianças e adolescentes na construção e perspectiva da autonomia- : http://acolhimentoemrede.org.br/site/wp-content/uploads/2016/08/ArtigoRenato.pdf GONÇALVES, Francisco de Paula Lazaro. Sobre as Casas de Expostos. Rio de Janeiro: Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, 1855. RIZZINI, Irene; RIZZINI, Irma. A Institucionalização de crianças no Brasil:percurso histórico e desafios do presente. [s. e.] Rio de Janeiro, RJ: Editora PUCRio/ Loyola, UNICEF, 2004. MARCÍLIO, Maria Luíza. A roda dos expostos e a criança abandonada na História do Brasil, 1726-1950. In: FREITAS, Marcos Cezar de. História social da infância noBrasil. 3. ed. São Paulo: Cortez, 1997. p. 53-79. VENÂNCIO, Renato Pinto. Famílias Abandonadas: Assistência à criança de camadas populares no Rio de Janeiro e em Salvador – séculos XVIII e XIX. SCHUELER, Alessandra Frota Martinez de. Os Jesuítas e a Educação das Crianças – Séculos XVI a o XVIII. In: RIZZINI, Irma (Org.). Crianças desvalidas, indígenas e negras no Brasil. Rio de Janeiro: USU, 2000Campinas: Papirus, 1999. 190 p. (Textos do Tempo). Diálogos, 4(1), 221 - 230. Recuperado de http:// www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/Dialogos/article/view/37611 Vigotski, L. S.A Formação Social da Mente. Ed. 7. 2007, São Paulo, SP: Editora Martins Fontes. Ilari, Beatriz. Música na infância e na adolescência.Ed.1 Curitiba:InterSaberes,2013. SLOBODA.John. A mente musical:a psicologia cognitiva da música. Londrina.Eduael. 2008. Estatuto da Criança e do adolescente atualizado, disponível em: http://www.crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/mmfdh/eca_atualizado_mmfdh_2019.pdf MARCELINA. Revista do Mestrado em Artes Visuais da Faculdade Santa Marcelina. - Ano 3, v.3 (2. sem. 2009). – São Paulo: FASM, 2009. BENEDETTI, Kátia Simone & KERR, Dorotea Machado. A psicopedagogia de Vigótski e a educação musical: uma aproximaçã. 90-98. Disponível em: https://cayohonorato.weebly.com/uploads/8/4/7/3/8473020/revistamarcelina3.pdf Linha do tempo sobre direitos infantis. Disponível em site: http://www.crianca.mppr.mp.br/pagina-2174.html. MANHAS,ACBS. Traçado urbano e funcionamento do núcleo colonial Antônio Prado em Ribeirão Preto (SP), 1887. Passado presente nos velhos mapas: Conhecimento e Poder. Ed.1.2011. PRATES, Prisco da Cruz.Relembrando o passado.2ª ed. Ribeirão Preto, Gráfica união, 1979. http://tede.bibliotecadigital.puc-campinas.edu.br:8080/jspui/bitstream/tede/111/1/Lais%20Fernandes%20Leonardo.pdf http://www.jornaldavilatiberio.com.br/img/edicoes/JVila103_abr14_ok.pdf LEITURAS PROJETUAIS https://www.elle.pl/decoration/artykul/dom-dla-bezdomnych-w-jankowicach https://www.elle.pl/decoration/artykul/dom-dla-bezdomnych-w-jankowicach https://echodnia.eu/swietokrzyskie/siostra-malgorzata-chmielewska-otwiera-pod-ozarowem-nowy-dom-tym-razem-dla-niepelnosprawnych-bezdomnych-zdjecia/ ar/c14-14274799 https://www.bryla.pl/dom-dla-bezdomnych-w-jankowicach-od-xystudio-prosty-ladny-i-tani-w-eksploatacji 192


193


Criança com violão. Adaptado pela autora. Disponível em:http://www.sonorita.com.br/wordpress/wp-content/uploads/2012/08/shutterstock_74226703.jpg

194


Apêndice de representação técnica 8 195


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197


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200


201


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