TCC arqurbuvv-PELOS TRILHOS DO TREM, REQUALIFICAÇÃO DO COMPLEXO DA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE CACHOEIRO

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PELOS TRILHOS DO TREM REQUALIFICAÇÃO DO COMPLEXO DA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA EM CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM / ES

BRUNA BONINI DE SOUZA

1


UNIVERSIDADE VILA VELHA ARQUITETURA E URBANISMO

BRUNA BONINI DE SOUZA

REQUALIFICAÇÃO DO COMPLEXO DA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA EM CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM / ES

VILA VELHA - ES 2019 2


BRUNA BONINI DE SOUZA

REQUALIFICAÇÃO DO COMPLEXO DA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA EM CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM / ES

Trabalho de conclusão de curso, apresentado como requisito parcial para a obtenção do grau de bacharel em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Vila Velha – UVV. Orientador: Dra. Melissa Ramos da Silva Oliveira. 1° membro interno: Monich Meneghelli

VILA VELHA – ES

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“... É possível que gente de outras terras ache exagero no culto que nós cachoeirenses temos pela nossa terra. Ela não será melhor que as outras. Nem é para ser, nem para fingir que é. Mas nesse carinho egoísta de um homem pela sua cidade, cada um de nós sente alguma coisa de superior e de bom. O sentimento da cidade, a comunhão dos seus homens, nos ajuda a desfrutar tudo o que separa e divide os humanos; a cidade é nosso exercício de compreensão do mundo...” (Rubem Braga)

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AGRADECIMENTOS É chegado o fim de uma jornada de muitas risadas, choro, vitórias e frustrações e muitos são aqueles que devo agradecer que me acompanharam nessa jornada da graduação. Agradeço a Deus em primeiro lugar por estar comigo em todos os momentos, e não ter me deixado desistir quando tudo parecia estar dando errado. A minha família que amo e devo tudo a eles, ao meu pai Cloves Custodio de Souza, minha mãe Claudete Couto de Souza, e minha irmã Bianca Bonini de Souza por serem essenciais na minha e por terem me proporcionado realizar esse sonho obrigada pelos ensinamentos que me fizeram ser a pessoa que sou hoje, ao meu noivo Eduardo Costalonga de Oliveira pela compreensão e apoio em todos os dias e estar sempre comigo para tudo, saiba que é muito importante para mim. Dedico também aos meus amigos da faculdade, Brunna Pauli, a minha dupla Caroline Crys, Mariana Souza e Rafaela Gabrich, que permitiram que essa caminhada fosse mais alegre. Quero agradecer principalmente a professora Melissa Ramos da Silva Oliveira pela orientação e apoio, por ter dividido comigo seus conhecimentos. Agradeço também ao professor Carlos Kuster por ter me ajudado na obtenção de dados gráficos e as pessoas que me ajudaram no Museu ferroviária e a Raquel do arquivo público de Cachoeiro que me ajudaram muito a obter fotos e dados históricos do local.

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RESUMO

ABSTRACT

O trabalho tem como tema a requalificação da antiga estação

work has as its theme the requalification of the old railway station

ferroviária de Cachoeiro de Itapemirim/ES e seu entorno imediato.

of Cachoeiro de Itapemirim / ES and its immediate surroundings.

Por meio de um projeto urbano, pretende qualificar o local,

Through an urban project, it intends to qualify the place, to value

valorizar o uso já existente e trazer novos, com o propósito de atrair

existing use and to bring new ones, with the purpose of attracting

a população para esse local, que se localiza no centro da cidade,

the population to this place, which is located in the center of the

próximo de outros elementos históricos importantes como a casa

city, close to other important historical elements such as the house

do cantor e compositor Roberto Carlos e a casa do escritor Rubem

of the singer and composer Roberto Carlos and the house of writer

Braga. Os procedimentos metodológicos escolhidos para tal foram

Rubem Braga. The methodological procedures chosen for this

pesquisas bibliográficas para a fundamentação teórica e para a

were bibliographic research for the theoretical basis and for the

definição de referências conceituais e projetais, levantamentos in

definition of conceptual and projective references, in situ surveys

loco para coleta de dados históricos da cidade e da estação, mapas,

for the collection of historical data of the city and the station, maps,

fotos antigas e documentos, pesquisa sobre a legislação local, além

old photos and documents, research on local legislation, besides

da realização de entrevistas com a população. Realizou-se ainda

conducting interviews with the population. A 3D model was also

modelo 3D, com softwares especializados, como AutoCad,

developed, with specialized software such as AutoCad, Sketchup,

Sketchup, ArcGis e Lumion. A partir da identificação de suas

ArcGis and Lumion. Based on the identification of their needs and

necessidades e potencialidades, efetuou-se a proposta de

potentialities, a proposal was made for intervention that aims to

intervenção que visa valorizar o patrimônio e a memória local,

value local heritage and memory, integrating it into the daily life

integrando-o ao cotidiano da cidade e potencializando uma área

of the city and enhancing an area currently underutilized.

atualmente subutilizada. Palavras-Chave: Espírito Santo. Cachoeiro de Itapemirim. Intervenção urbana.

Keywords: Holy Spirit. Cachoeiro de Itapemirim. Urban intervention. Train station. Railway patrimony.

Estação ferroviária. Patrimônio ferroviário.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 15: Plataforma da estação ferroviaria...............................................36. FIGURA 16: Plataforma da estação em 2019..................................................36.

FIGURA 01: Jogo do Brasil na Copa do Mundo..............................................17. FIGURA 17: Trem passando no centro da cidade............................................36. FIGURA 02: Desfile festa de Cachoeiro..........................................................18. FIGURA 18: Centro de Cachoeiro de Itapemirim atualmente.........................36. FIGURA 03: Desfile festa de Cachoeiro..........................................................18. FIGURA 19: Ponte de ferro ainda com os trilhos, inaugurada em 27 de junho FIGURA 04: Desfile festa de Cachoeiro..........................................................18. FIGURA 05: Malha ferroviária do Espírito Santo em 1930.............................32. FIGURA 06: A estação ainda próxima ao rio Itapemirim 1910.......................33. FIGURA 07: Estação Ferroviária de Cachoeiro de Itapemirim, em 1925, com

de 1910.............................................................................................................37. FIGURA 20: Ponte de ferro em 2019...............................................................37. FIGURA 21: Rio Itapemirim com a ponte ao fundo........................................37. FIGURA 22: Trem no centro da cidade...........................................................40.

produtos locais a céu aberto, para serem embarcados nos trens.........................34. FIGURA 23: Descarilhamento dos vagões em 1985........................................40. FIGURA 08: O movimento na estação de Cachoeiro de Itapemirim, durante a revolução, década de 1930, construção do segundo pavimento........................34.

FIGURA 24: Cachoeiro de Itapemirim............................................................41.

FIGURA 09: Estação Ferroviária de Cachoeiro de Itapemirim, já com o

FIGURA 25: Cachoeiro de Itapemirim em 2019............................................41.

segundo pavimento...........................................................................................34.

FIGURA 26: Cachoeiro de Itapemirim em 2019............................................41.

FIGURA 10: Estação em 2019.......................................................................34.

FIGURA 27: Praça Gerônimo Monteiro em 1926, com o bonde.....................42.

FIGURA 11: Estação em 1948........................................................................35.

FIGURA 28: Praça Gerônimo Monteiro em 1926, com o bonde.....................42.

FIGURA 12: A estação nos anos 1950, vista do lado da fachada. O patio esta á

FIGURA 29: Praça Gerônimo Monteiro.........................................................42.

esquerda. O hotel em frente..............................................................................35. FIGURA 30: Praça Gerônimo Monteiro.........................................................42. FIGURA 13: A estação ainda com seu movimento, provavelmente anos 1980.

8

Foto Paulo H. Thiengo......................................................................................35.

FIGURA 31: Cachoeiro de Itapemirim............................................................43.

FIGURA 14: Estação em 2019.......................................................................35.

FIGURA 32: Cachoeiro de Itapemirim em 2019.............................................43.


FIGURA 33: Mapa do Brasil, localização da região sudeste...........................46. FIGURA 34: Mapa do Espírito Santo, localização de Cachoeiro de Itapemirim........................................................................................................46. FIGURA 35: Mapa de Cachoeiro de Itapemirim.............................................46. FIGURA 36:Inesquecível aventura em um catão postal do ES. Escalada até o cume do Frade á 683 metros, com uma vista espetacular. E rapel impressionante

FIGURA 47: Centro de Cachoeiro, imóveis singulares sem afastamento frontal e lateral.............................................................................................................55. FIGURA 48: Centro de Cachoeiro, imóveis sem afastamento frontal e lateral................................................................................................................55. FIGURA 49: Centro de Cachoeiro, imóveis singulares (antigo hotel) sem afastamento frontal e lateral..............................................................................55.

do topo da pedra................................................................................................47.

FIGURA 50: Projeto Florestas Urbanas..........................................................58.

FIGURA 37: Este é o maior rapel aéreo em cachoeira do ES. Essa gigantesca

FIGURA 51: Mudas do projeto Florestas Urbanas..........................................58.

cachoeira permite uma descida de 90 metros, sendo impressionantes 65 metros só de rapel negativo..........................................................................................47. FIGURA 38: O Itabira fica a seis quilômetros do centro da cidade atrai visitantes e adeptos de esportes, como o mountain-bike, trilhas e alpinismo..........................................................................................................47. FIGURA 39: Gruta, contato direto com a natureza com piscinas naturais.......47. FIGURA 40: Patrimônio histórico de Cachoeiro, Casa da Memória...............48. FIGURA 41: Patrimônio de Cachoeiro, Casa dos Braga..................................48. FIGURA 42: Patrimônio de Cachoeiro, Casa de Cultura Roberto Carlos........48. FIGURA

43:

Patrimônio

de

Cachoeiro,

Museu

de

Ciência

e

Tecnologia........................................................................................................48. FIGURA 44: Localização de Patrimônios culturais de Cachoeiro...................49.

FIGURA 52: Praça de Fátima..........................................................................58. FIGURA 53: Praça de Fátima..........................................................................58. FIGURA 54: Praça de Fátima..........................................................................59. FIGURA 55: Praça de Fátima..........................................................................59. FIGURA 56: Praça de Fátima..........................................................................59. FIGURA 57: Academia popular, Praça de Fatima...........................................39. FIGURA 58: Moradores de rua, Praça de Fatima............................................60. FIGURA 59: Praça do Roberto Carlos.............................................................60. FIGURA 60: Praça do viradouro do trem........................................................60. FIGURA 61: Praça do viradouro do trem........................................................60.

FIGURA 45: Linha Vermelha e a estação........................................................50.

FIGURA 62: Praça do viradouro do trem........................................................60.

FIGURA 46: Teatro Rubem Braga..................................................................50.

FIGURA 63: Movimento no centro.................................................................62.

9


FIGURA 64: Movimento no centro.................................................................62.

FIGURA 82: Carros estacionados na Linha Vermelha....................................80.

FIGURA 65: Prédios altos na Rua Capitão Deslandes.....................................65.

FIGURA 83: Pavimentação Linha Vermelha..................................................82.

FIGURA 66: Prédios altos na Avenida Beira Rio............................................65.

FIGURA 84: Trilhos espostos na Rua Capitão Deslandes...............................82.

FIGURA 67: Prédios altos na Avenida Beira Rio............................................65.

FIGURA 85: Piso intertravado na Rua João de Deus Madureira................82.

FIGURA 68: edificações na Rua Pedro Dias...................................................65.

FIGURA 86: Questionário sobre a antiga estação ferroviária e seu entorno....89.

FIGURA 69: Rua de pedestre ........................................................................72.

FIGURA 87: Requalificação Urbana Do Centro Histórico De São José –

FIGURA 70: Ponte de pedestre.......................................................................72.

SC...................................................................................................................100.

FIGURA 71: Travessia de pedestre ponte de ferro...........................................72.

Figura 88: Requalificação Urbana Do Centro Histórico De São José – SC...................................................................................................................100.

FIGURA 72: Rua de pedestres proximo a Ponte de Ferro................................72. FIGURA 89: Requalificação Urbana em Veranópolis- RS.........................102. FIGURA 73: Linha Vermelha José Felix cheim..............................................74. FIGURA 90: Requalificação Urbana em Veranópolis- RS.........................102. FIGURA 74: Linha Vermelha José Felix cheim..............................................74. FIGURA 91: Esquema de mudança viária....................................................113. FIGURA 75: Calçada Rua Capitão Deslandes.................................................74. FIGURA 92: Perfil viario.............................................................................113. FIGURA

76:

Avenida

Beira

Rio,

elementos

que

atrapalham

a

passagem..........................................................................................................74.

FIGURA 93: Área de foodtruck....................................................................114.

FIGURA 77: Avenida Beira Rio......................................................................75.

FIGURA 94: Banheiro..................................................................................115.

FIGURA 78: Fundos da estação sem calçada..................................................75.

FIGURA 95: Deck de apoio a noite...............................................................115.

FIGURA 79: Ponto de ônibus Linha vermelha...............................................78.

FIGURA 96: Deck de apoio..........................................................................115.

FIGURA 80: Ponto de ônibus AV. Beira Rio..................................................78.

FIGURA 97: Palco........................................................................................115.

FIGURA 81: Carros estacionados na Avenida Beira Rio.................................80.

FIGURA 98: Viradouro do trem...................................................................116. FIGURA 99: Área de piquenique..................................................................116.

10

76


FIGURA 100: Playground 01.......................................................................117.

FIGURA 119: Estação ferroviára.................................................................123.

FIGURA 101: Playground 01.......................................................................117.

FIGURA 120: Antiga área de espera do trem................................................123.

FIGURA 102: Playground 01.......................................................................117.

FIGURA 121: Área de permanência.............................................................124.

FIGURA 103: Pet park.................................................................................117.

FIGURA 122: Área de permanência.............................................................124.

FIGURA 104: Playground 02.......................................................................118.

FIGURA 123: Área de permanência.............................................................124.

FIGURA 105: Área de jogos.........................................................................118.

FIGURA 124: Área de permanência.............................................................124.

FIGURA 106: Quiosque...............................................................................118.

FIGURA 125: Paleta de cores.......................................................................133.

FIGURA 107: Quiosque...............................................................................119.

FIGURA 126: Casas singulares ...................................................................135.

FIGURA 108: Quiosque...............................................................................119.

FIGURA 127: Casas singulares ...................................................................135.

FIGURA 109: Área de exposição.................................................................119.

FIGURA 128: Casas singulares ...................................................................135.

FIGURA 110: Área de exposição.................................................................120.

FIGURA 129: Casas singulares ...................................................................135.

FIGURA 111: Atendimento ao turista..........................................................120.

FIGURA 130: Casas singulares ...................................................................136.

FIGURA 112: Banca de jornal......................................................................120.

FIGURA 131: Casas singulares ...................................................................136.

FIGURA 113: Ponto de ônibus.....................................................................121.

FIGURA 132: Paleta de cores.......................................................................145.

FIGURA 114: Recuo para ônibus e veículo de aplicativo.............................121.

FIGURA 133: Poste com 2 braços................................................................146.

FIGURA 115: Floricultura............................................................................121.

FIGURA 134: Poste geral.............................................................................146.

FIGURA 116: Caixa d’água.........................................................................122.

FIGURA 135: Balizador...............................................................................146.

FIGURA 117: Área de contemplação...........................................................122.

FIGURA 136: Paraciclo................................................................................148.

FIGURA 118: Estação ferroviára.................................................................123.

FIGURA 137: Banco com encosto................................................................148.

11


FIGURA 138: Banco sem encosto................................................................148. FIGURA 139: Espreguiçadeira.....................................................................148. FIGURA 140: Mesa.......................................................................................149. FIGURA 141: Mesa.......................................................................................149. FIGURA 142: Pergolado...............................................................................149. FIGURA 143: Lixeira....................................................................................149. FIGURA 144: Parklet....................................................................................150. FIGURA 145: Totem.....................................................................................150. FIGURA 146: Área de exposição..................................................................151. FIGURA 147: Atendimento ao turista...........................................................151.

LISTA DE TABELAS TABELA 01: Tabela de ZOL...........................................................................64. TABELA 02: Tabela de ZOR..........................................................................64. TABELA 03: Tabela de edificações singulares e tombadas.............................67. TABELA 04: Tabela de edificações singulares e tombadas.............................67. TABELA 05:Tabela de edificações singulares e tombadas.............................68. TABELA 06: Tabela de edificações singulares e tombadas.............................68. TABELA 07: Tabela de edificações singulares e tombadas.............................69. TABELA 08: Tabela de edificações singulares e tombadas.............................69. TABELA 09: Anexo XV- Características físicas e estruturais da rede viária

FIGURA 148: Atendimento ao turista...........................................................151.

básica................................................................................................................71.

FIGURA 149: Banca de jornal.......................................................................152.

LISTA DE GRÁFICOS

FIGURA 150: Banheiro.................................................................................152. GRÁFICO 01: Gráfico sobre a temperaturas e precipitações medias em FIGURA 151: Floricultura............................................................................152. FIGURA 152: Floricultura............................................................................152. FIGURA 153: Área de jogos.........................................................................153. FIGURA 154:Mirante...................................................................................153.

cachoeiro..........................................................................................................52 GRÁFICO 02: Níveis de conforto em umidade...............................................53. GRÁFICO 03: Topografia da área estudada....................................................53. GRÁFICO 04: Gráfico de faixa etária.............................................................90.

FIGURA 155:Mirante...................................................................................153. GRÁFICO 05: Gráfico do tempo em que vivem em Cachoeiro.......................91.

12


GRÁFICO

06:

Gráfico

conviveu

com

a

estação

em

funcionamento..................................................................................................91. GRÁFICO 07: Gráfico tem conhecimento sobre a história da estação............92. GRÁFICO 08: Gráfico tem conhecimento sobre a história da estação............92.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AV.- Avenida BNDES- Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ERCAM- Escritório regional de Campos ES- Espírito Santo IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas IPHAN- Instituto do Patrimonio Histórico e Artístico Nacional PDM – Plano Diretor Municipal. PND- Programa Nacional de Desestatização R. – Rua RJ- Rio de Janeiro RFFSA - Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima SEMCULT - Secretaria de Cultura e Turismo SC- Santa Catarina TCC- Trabalho de Conclusão de Curso. 13


3. Terceira parada..............................................44. 1. Primeira parada..................15.

01

1.1 Introdução.........................16. 1.2 Objetivos............................19. 1.2.1 Objetivo principal.....19.

03

1.2.2 Objetivos específicos.19.

3.1 Localização da área de intervenção............45. 3.1.1. Alguns pontos turísticos de Cachoeiro...46. 3.2 Poligonal de estudo e área de intervenção..49. 3.3 Levantamentos..............................................51. 3.3.1 Topografia e condicionantes climáticos.............................................................51.

1.3 Justificativa.......................20.

2. Segunda parada..............................23.

3.3.2. Morfologia Urbana.......................54.

1.4 Metodologia.......................21.

2.1 Origem da ferrovia......................24.

3.3.3. Vegetação e praças........................56.

02

2.2 A ferrovia no Brasil......................24 2.3 A ferrovia no Espírito Santo e em Cachoeiro de Itapemirim..................29. 2.4 História de Cachoeiro de Itapemirim..........................................38.

3.3.4. Uso e ocupação do solo.................61. 3.3.5. Gabarito.........................................63. 3.3.6. Edificações de relevância histórica...............................................................66. 3.3.7. Mobilidade Urbana.......................70. 3.3.8. Fluxos.............................................77. 3.3.9. Vagas de estacionamento.............79. 3.3.10. Pavimentação..............................81. 3.3.11. Potencialidades e vulnerabilidades..................................................82.

14


6.4 Projeto........................................................107.

04

05 4. Quarta parada..............................87.

5. Quinta parada................................97.

6.4.1 Programas existentes..............................107.

5.1 Estudos de Caso...........................98.

6.4.2 Programa desejado.................................108.

5.1.1. Requalificação Urbana do centro histórico de São José - SC.................98.

6.4.3 Proposta em bolhas................................109.

5.1.2. Requalificação Urbana em Veranópolis – RS..............................100.

6.4.5 Plantas e cortes.......................................126.

5.2. Considerações parciais.............102.

6.4.4 Desenvolvimento do projeto..................112.

6.4.6 Diretrizes para as casas singulares.......133.

4.1 Diagnostico comportamental....88.

6.4.7 Diretrizes para a escolha da vegetação.138.

4.2 Semiótica do ambiente urbano.93.

6.4.8 Diretrizes para a escolha das cores.......145. 6.4.9 Diretrizes para a iluminação.................146.

06

6. Última parada.............................105.

6.4.10 Diretrizes para os muros......................147.

6.1 Diretrizes do projeto.................106.

6.4.11 Diretrizes para o piso...........................147.

6.2 Pilares e motivação....................106.

6.4.12 Projeto de mobiliário urbano..............147.

6.3 Diretrizes e desafios da proposta de intervenção.......................................106.

6.4.13 Projeto de equipamentos.....................151.

6.3.1 Diretrizes................................ 106. 6.3.2 Desafios...................................107.

6.4.14 Considerações finais.............................154.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................104. 15


1. PRIMEIRA PARADA 1.1.

1.2.

16


1.1. INTRODUÇÃO

contempla uma rua ampla, situada no centro da cidade com seu entorno composto por pontos comerciais e algumas residências.

O presente trabalho tem como tema a requalificação do complexo

Outro fato significativo refere-se ao fato de o local receber

e do entorno da antiga estação ferroviária em Cachoeiro de

comemorações que ocupam a área da intervenção eventualmente,

Itapemirim, Espírito Santo. O trabalho apresenta uma proposta de

apesar de não possuir infraestrutura adequada. Com isso, é possível

desenho urbano que almeja trazer novos usos tanto para o

notar que a região constitui um núcleo de estruturação urbana

patrimônio cultural quanto para o local onde está inserido, de modo

importante.

a tornar o ambiente convidativo para a população, com espaço público de qualidade, e equipamentos que contribuam para

FIGURA 01: Jogo do Brasil na Copa do Mundo.

estimular a vitalidade e apropriação da área. Dessa forma, a intenção é resgatar e valorizar os valores histórico, arquitetônico e afetivo, bem como potencializar o seu uso educativo. Para Santos (1986), a história do homem é dada de certa forma pelos espaços inventados por este, sendo que não há como pensar em espaços significativos reais, sem sua história para se justificar. Optou-se por tratar o complexo e seu entorno devido a estima que a autora possui pelo local, vínculo criado desde o nascimento. Outro fator de relevância refere-se à ausência de espaços públicos de qualidade na cidade, além de seu estado de conservação crítico, que não condiz com sua importância histórica para o

Fonte:

desenvolvimento da região e para o estado do Espírito Santo.

http://www.muquiemfoco.com.br/2014/06/

Muqui

em

foco.

Disponível

em

É importante destacar a área não só pelo cunho histórico, mas também pelas atividades que lá ocorrem. O objeto de intervenção 17


FIGURA 02: Desfile festa de Cachoeiro.

Fonte:

Folha

Vitória.

FIGURA 04: Desfile festa de Cachoeiro.

Disponível

em

http://preview.folhavitoria.com.br/geral/noticia/2016/06/olimpiadas

Fonte: Em of notícias. Disponível em https://emoffnoticias.com.br/veja-o-

-no-brasil-sera-tema-do-desfile-civico-da-festa-de-cachoeiro-deFIGURA 03: Desfile festa de Cachoeiro.

video-do-desfile-civico-escolar-da-festa-de-cachoeiro/.

Outro aspecto de relevância e motivador desse projeto abrange o edifício da Estação Ferroviária – um bem de valor histórico e arquitetônico que merece ser preservado. O prédio atualmente pertence à Prefeitura Municipal, que implantou o Museu Ferroviário Domingos Lege. A inserção de um novo uso é positiva, pois garante uma certa manutenção do edifício e evita o seu abandono. Entretanto, torna-se negativa quando pensamos no estado de conservação precário que o edifício está e como poderia desempenhar outras funções para os cachoeirenses, fortalecendo assim a relação de identidade da população com as memórias ali Fonte: Sim notícias Disponível em: https://www.simnoticias.com.br/festa-de-cachoeiro-desfile-escolarcelebra-diversidade-cultural/

18

existentes e agregando novos valores. Acredita-se que outros


possam ser inseridos ao local para dinamizar a área e incentivar o uso mais frequente pela população, inserindo-o de modo mais ativo na dinâmica da cidade. Para efetuar tal proposição, o trabalho considerou relevante entender os desejos e demandas da população, de modo a identificar problemas e potencialidades do local. A pesquisa realizou ainda um estudo mais profundo da área, tomando diretrizes que privilegiem o edifício e seu entorno de forma a não o tornar obsoleto com o passar dos anos, isto é, sua perda de utilidade e esquecimento. O desenvolvimento dessa pesquisa de embasamento foi fundamental para realizar uma proposição voltada ao local, suas necessidades e potencialidades.

19


1.2. OBJETIVOS

Incentivar

a

atividade

turística

na

cidade,

transformando o complexo da estação em atrativo;

1.2.1 OBJETIVO PRINCIPAL Dinamizar e dar nova vitalidade ao complexo e o entorno da estação ferroviária de Cachoeiro de Itapemirim, de modo a integrálo a dinâmica da área central.

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 

Valorizar a história do edifício, da ferrovia e da própria cidade;

Fortalecer os laços históricos da população com o local;

Resgatar o sentimento de pertencimento através da requalificação do patrimônio histórico e cultural juntamente com o seu entorno,

Preservar o patrimônio ferroviário em questão;

Valorizar o uso do pedestre em detrimento do carro na região;

Atrair a população local com mais frequência, por meio da inserção de novos usos e atividades;

20


1.3. JUSTIFICATIVA Ao escolher o tema de requalificação urbana, busca-se reintegrar essa área ao cotidiano da cidade que atualmente está sendo subutilizado, não atingindo todo o seu potencial. É de extrema importância intervir no complexo, a fim de não tornar o local obsoleto no cotidiano das pessoas. Apesar de se localizar no centro da cidade, a área é carente de espaços públicos de qualidade. No espaço de estudo, eventualmente ocorrem festas tradicionais da cidade e comemorações. No entanto, há falta de infraestrutura no local de abrangência do projeto e de bens culturais de qualidade voltados para a população, sendo um cenário que se repete em toda a cidade. Com isso, é importante estudar o complexo ferroviário, sua história e transformações, a fim de trazer usos adequados e compatíveis com o patrimônio, assim como melhorar o já existente - o museu ferroviário Domingos Lege, tornando-o atrativo para os cachoeirenses. Ressalta-se que a cidade possui atrativos que precisam ser valorizados, tanto para os moradores, quanto para atrair turistas, colaborando para o cenário cultural e econômico da cidade.

21


1.4. METODOLOGIA

Outra visita foi realizada nos dias 4 e 5 de maio de 2019, onde foram coletados dados como usos e gabaritos das edificações,

Foi realizada uma pesquisa descritiva para embasar a elaboração

identificado espaços públicos, massas verdes, análise de fluxos,

do projeto de revitalização da estação ferroviária de Cachoeiro de

identificação de edificações singulares, ou seja, com arquitetura

Itapemirim e seu entorno.

Essa pesquisa contemplou uma

significativa para a história. Para isso foi reformulada uma tabela

descrição detalhada do histórico da cidade e do surgimento das

de acordo com as já existentes no Instituto do Patrimônio Histórico

linhas férreas, que foi elaborada a partir do levantamento de dados

e Artístico Nacional (IPHAN). Também foi realizada conferência

coletados em bibliografias tais como livros, textos, páginas da

das medidas da estação e novos registros fotográficos para

internet, artigos científicos e também fotografias antigas.

complementação. E uma última visita foi realizada no dia 25 de

Foi realizado ainda pesquisas em campo afim de perceber as

maio para novos registros fotográficos e conferência de dados.

necessidades dos moradores assim como o funcionamento do local.

E para entender o que os moradores sentem falta na cidade e o que

Para melhor compreensão consistir em delimitar uma área de

sabem sobre a ferrovia foi aplicado questionários online pela

estudo na qual foram elaborados diversos mapas como, uso do

plataforma Google divulgados através de WhatsApp e Facebook.

solo, gabarito, fluxo de carros e pessoas, condicionantes físicos,

65 pessoas responderam, atingindo um público diversificado. A

potencialidades, entre outros, afim de nortear de forma mais clara

computação de dados através de texto e gráficos, permitiu uma

o partido do projeto. A primeira visita a campo foi feita no dia 1 de

melhor compreensão da percepção da população sobre aquele lugar

abril de 2019 onde foi realizado o levantamento métrico e fotográfico da estação, outras fotos foram retiradas para ilustrar o entorno do local e realizada uma busca de dados cartográficos na prefeitura, onde não se obteve êxito. Por esse motivo, a autora elaborou o mapa base através de uma imagem de satélite,

22

Outo ponto da pesquisa baseou-se em estudos de casos, afim de observar os pontos positivos e negativos de cada intervenção de modo a auxiliar no melhor caminho a ser adotado para a requalificação da estação.

delimitando ruas, quadras e lotes através de suas percepções da

Por fim, após o cruzamento de todos os dados e análises foi

imagem utilizando o programa ArcGis.

elaborado o projeto de requalificação da estação ferroviária e seu


entorno, com a proposição de novos usos pertinentes para o local, e um projeto de paisagismo que priorize o conforto para as pessoas que ali transitarem. A realização do projeto será feita a partir de desenho técnico e imagens 3D. Para a realização do projeto foram utilizados programas especializados como AutoCad, Sketshup, Lumion e Arcgis.

23


24

2. SEGUNDA PARADA


2. HISTÓRICO

Ao final do século XIX (Brasil escola) ocorreu o período conhecido como neocolonialismo, onde as nações europeias

2.1. ORIGEM DA FERROVIA

expandiram suas explorações coloniais. O oposto que ocorre nas nações ricas, onde as ferrovias eram construídas de maneira

De acordo com o site do Brasil Escola as ferrovias têm origem no final do século de XVII e início do XIX, quando a Inglaterra estava no auge de sua industrialização após a invenção da máquina a vapor sendo no ano de 1804 que surgiu a primeira locomotiva

planejada de forma a interligar seu território, as estabelecidas em países colonizados tiveram sua estrutura projetada de forma a interligar áreas produtoras em direção aos portos, facilitando o escoamento desses produtos.

movida a vapor, esse evento histórico ocorreu em uma cidade inglesa, por possuir mais força e velocidade as maquinas foram

Assim como os efeitos da revolução industrial, a implantação da

substituindo gradativamente os cavalos, já que as ferrovias

ferrovia de transporte e passageiros ocorreu rapidamente

representavam uma perspectiva diferente do transporte de carga

principalmente nos países industrializados como, Bélgica,

devido as grandes distancias que percorria e sua capacidade de

Alemanha e Estados Unidos e em países menos desenvolvidos

transportar grandes quantidades de mercadoria. Pela possibilidade

como o Brasil.

de ser usada na mobilidade no contexto urbano, passou a

2.2 A FERROVIA NO BRASIL

transportar pessoas, nesse contexto a Inglaterra tomou afrente, inaugurando em 1912 a primeira composição exclusivamente para o transporte de passageiros. No ano de 1830 início o chamado “era das ferrovias”, quando foi a primeira linha férrea de longa distância para passageiros em escala comercial foi inaugurada, possuindo horários regulares de partida. Entre o final da década de 1870 e 1880 surgiu as primeiras linhas férreas movidas a eletricidade ainda de acordo com o Brasil escola.

Como relatado no Manual Técnico do Patrimônio Ferroviário do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN, 2010), a história da ferrovia do Brasil tem início em 30 de abril de 1854, com a inauguração realizada por D. Pedro II do primeiro trecho que ligava o Porto Mauá a Fragoso, no Rio de Janeiro, pela estada de ferro Petrópolis percorrendo um trecho de 14 km. As dificuldades de implantação de ferrovias no Brasil eram muitas. 25


Afim de atrair investidores, o governo adotou o uso de concessões,

“estratégicas”. Foram as diretrizes tomadas por esse grupo um dos

que se tornou uma característica do período imperial. Sendo os

principais feitos do governo, pois o Governo tomou a frente se

principais

que

tornando o protagonista do processo. Com isso, proibiu as

alavancaram entre o final do século XIX e início do século XX, a

empresas de apresentarem propostas apenas para locais de seu

construção de linhas férreas no Brasil.

interesse. Dessa forma, tentou promover uma malha mais

investimentos

realizados

pelos

britânicos,

A importância das ferrovias naquela época era muita. Com sua expansão proporcionaram a entrada de capital estrangeiro, além de contribuir para a exportação das riquezas do Brasil, auxiliando no mercado econômico nacional. Com isso, as primeiras linhas foram

interligada. Um exemplo dessas linhas são as que completaram as ligações entre o Sudeste, o Norte e o Sul e também as construídas para a defesa das fronteiras. Mas não obtiveram completo êxito como pode-se observar com o texto de Leandro Quintão.

construídas para esse fim: interligar os centros de produção agrícola e de mineração aos portos, vencendo dessa forma os obstáculos da navegação. Outros planos foram criados para a elaboração de novos trechos, porém não obtiveram êxito em função da política de concessões estabelecida pelo governo brasileiro,

Em suma, além da falta de uma legislação que pudesse implementar um sistema integrado de caminhos de ferro para o país, rompendo com o sentido área de produção porto, muitos trilhos foram construídos passando por regiões inóspitas e com traçados desnecessariamente sinuosos, tornando essas estradas onerosas e inviáveis.

inviabilizando a construção de uma rede integrada da malha ferroviária. Após a proclamação da república, deu início a um dos planos mais importantes de viação, feito em 1890 ainda de acordo com o Manual do IPHAN (2010). Neste sentido, foi criada diretrizes para a continuação da implantação da malha ferroviária do país e ordenar as já existentes. Para isso, foi instaurado uma comissão, o que possibilitou a implantação de muitas das linhas denominadas

26

(QUINTÃO, 2008, pg.65.)

Algum tempo depois ocorreu algumas mudanças nas relações de consumo e produção relacionado a Segunda Guerra Mundial, o que levou muitas linhas a perderem sua renda começando a gerar prejuízos. Como descrito no manual do IPHAN para completar até meados do século XX, as ferrovias do Brasil ainda possuíam poucos eixos, densos e desconexos, resquício do foco em ligar


apena zonas produtoras a pontos de escoamento. Neste contexto foi

na concessão por parte da união, por meio de licitação por um

criada, em 1957, como relatado no manual, por meio da Lei 3.115,

período de 30 anos, e o arredondamento por igual prazo, dos ativos

a Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA), com o

operacionais da REFFSA aos novos concessionários, como

objetivo de administrar as estradas de ferro de propriedade do

relatado no manual.

Governo Federal.

Consequentemente, muitas linhas férreas acabaram sendo

As estações, em sua maioria, foram fechadas por não serem necessárias à operação ferroviária do transporte de cargas. Este fato gerou um processo de deterioração dos prédios, que, abandonados, passaram a ser depredados e pilhados, o que representa uma séria e constante ameaça ao desaparecimento de importantes exemplares do Patrimônio Ferroviário

eliminadas durante a mesma década, passando a servir em grade

(IPHAN, 2010, pg. 19)

Ainda de acordo com o IPHAN (2010), a degradação dos modais ferroviários começa na década de 60, quando o governo decide priorizar o transporte rodoviário, que apesar de ser menos eficiente, sua

implantação

requer

menos

investimentos

iniciais.

parte para o transporte de produção em detrimento ao transporte de passageiros. Entre os anos de 1969 e o início de 1990, as empresas

A REFFSA foi desmembrada em 1999 devido a uma deliberação

das redes ferroviárias decidiram criar sistemas regionais, dessa

de seus acionistas, estabelecido no decreto nº 3.277, de 7 de

forma decentralizando a administração de suas diversas malhas

dezembro de 1999 e a partir de uma medida provisória de nº 353,

como dito no manual.

de 22 de janeiro de 2007, regulamentada pelo Decreto nº

Em 1992 a REFFSA foi motivada pelo Banco Nacional de

6.018/2007 que define as atribuições do Inventariante e como se

Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a se inserir no

dará o processo de inventariança e transferência dos bens, direitos

Programa Nacional de Desestatização (PND), sendo aconselhado

e obrigações, sendo o decreto Nº 6.769 de 10 de fevereiro de 2009

pelo banco a privatizar os trechos responsáveis pelo transporte de

uma nova resolução do anterior, e acrescenta dois novos parágrafos

carga, sendo efetivada essa transferência entre os anos de 1996 e

ao artigo 7 do mesmo como encontrado no manual.

1997, sendo a malha segregada em 6 malhas regionais, resultando

27


1° O uso dos bens imóveis cedidos ao IPHAN poderá ser compartilhado com outros órgãos e entidades da administração pública federal. 2 ° O IPHAN poderá solicitar a cessão de bens imóveis de valor artístico, histórico e cultural para a utilização por parte de outros órgãos e entidades públicos ou privados com o objetivo de perpetuar a memória ferroviária e contribuir para o desenvolvimento da cultura e do turismo (IPHAN, 2010, pg. 20)

Sendo assim, desde 2007 o IPHAN vem realizando um inventário de conhecimento do patrimônio ferroviário. Até o momento, já foram catalogadas mais de 6 mil edificações, sendo que em sua maioria se encontram em estado crítico de conservação e abandonadas. Com isso, e possível perceber a importância das ferrovias para o desenvolvimento do Brasil em determinados períodos, sendo importante zelar por essa história a fim de que não se perca com o passar dos anos, com a preservação dos bem ferroviários ainda existente, permitindo que as próximas gerações

Sendo esta convertida na Lei nº 11.483/2007, que deu fim a

tenham acesso a essa parte da história brasileira

Companhia Brasileira de Trens Urbanos. Por fim foi a partir dessa mesma lei que permitiu que os bens da antiga companhia entrassem em inventariamento. Sendo dessa forma que o IPHAN passou a ter os direitos específicos para preservação da memória ferroviária. A Lei dispõe sobre a revitalização do setor ferroviário e estabelece em seu artigo 9º:

Caberá ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN receber e administrar os bens móveis e imóveis de valor artístico, histórico e cultural, oriundos da extinta RFFSA, bem como zelar pela sua guarda e manutenção. (IPHAN,2010, pg. 10)

28

Assim sendo, com o intuito de reforçar as ações propostas pelo Sistema Nacional do Patrimônio Cultural, o Instituto tem procurado envolver as prefeituras, os governos estaduais e a sociedade civil organizada para que os mesmos também preservem esses bens que, na sua maioria, são revestidos de um grande valor cultural, principalmente em escala regional. Afinal, muitos municípios brasileiros surgiram, e muitas regiões se desenvolveram, em função das ferrovias e de suas estações (IPHAN, 2010, pg. 11)


Linha do tempo – ferrovia no Brasil

30 de abril de 1854

1957

Entre 1969 e1990

2007

Inauguração da primeira ferrovia por D. Pedro II

Através de uma lei foi criada a RFFSA

Governo cria modelos regionais de administração de ferrovia

O IPHAN adquire direitos específicos para a preservação do patrimonio ferroviário da extinta REFFSA

1890

Década de 60

1999

Importante plano de viação ferroviária após a proclamação da república

Início da degradação do modal ferroviário. Priorização do sistema rodoviário

Início liquidação REFFSA

da da

29


2.3. A FERROVIA NO ESPÍRITO SANTO E

primeira década do século XX, passava por diversos estados até chegar no Espírito Santo, sendo está a estrada de ferro com maior

EM CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM Através de informações obtidas no portal do IPHAN e de textos de Leandro Quintão (2008 e 2014) foi possível entender e relatar um pouco sobre a história da ferrovia no Espírito Santo. As estradas de ferro no estado eram importantes para o transporte da produção cafeeira, que estava em constante expansão, principalmente nos Estados Unidos e Europa.

significado para o direcionamento socioeconômico e na expressão populacional do Espírito Santo. O primeiro trecho ferroviário presente no estado estava contido no trajeto Campos– Cachoeiro de Itapemirim construído entre 1877 e 1878. Após essa, outras surgiram no estado, no entanto até meados do século XX a malha ferroviária no estado se configurava em poucos eixos de interligação, como relatado no artigo “Avanços e desafios na preservação do patrimônio ferroviário pelo instituto do patrimônio histórico e artístico nacional” elaborado pelo IPHAN.

A implantação de vias férreas no Espírito Santo esteve estreitamente ligada ao café. As três primeiras ferrovias em solo capixaba foram a Estrada de Ferro Caravellas, o Ramal de Santo Eduardo (pertencente à Leopoldina Railway) e a Estrada de Ferro Sul do Espírito Santo, tendo todas elas a peculiaridade de se encontrarem na principal região cafeeira, a região sul, entre os vales dos rios Itapemirim e Itabapoana (QUINTÃO, 2008, pg.66)

O que ficou conhecida como linha do litoral, foi resultado dessa demanda cafeeira, já que o litoral capixaba era extremamente fértil, sendo construída por diversas empresas privadas e públicas e posteriormente incorporadas pela Leopoldina Railway, até a

30

[...] as ferrovias do Espírito Santo foram construídas pelo capital estrangeiro (Leopoldina), pelo capital nacional de outros estados (ferrovia de Cachoeiro de Itapemirim, a E.F. Vitória-Minas) e pelo Estado do Espírito Santo (E.F. Sul do ES, E.F. Itapemirim, E.F. S. Mateus), pois o capital local, basicamente comercial, não tinha atingindo um nível de acumulação que o tornasse capaz e suficiente para realizar um grande investimento no setor de transporte ferroviário (SALETTO, 1996, p. 29, apud CLAUDIA, 2015, pg.12).

Quintão (2008) destaca ainda que a região economicamente mais próspera do Espírito Santo era polarizada por Cachoeiro de


Itapemirim, ao sul, tendo, como agravante, o fato de não possuir

intenção era inverter esse percurso centralizando a exportação no

nenhuma ligação econômica com a capital do estado. Cabia ao Rio

porto de Vitória. Esse desejo de centralidade para a capital gerou

de Janeiro esse papel, sendo o Porto de Itapemirim o seu

um descontentamento por parte da elite de Cachoeiro como foi

intermediário. O cenário do estado era uma capital como centro

relatado pelo jornal da época “O Cachoeirano”, que almejava

cívico administrativo do estado e uma cidade, no caso Cachoeiro

desenvolver o porto mais próximo, o porto de Itapemirim,

de Itapemirim, como principal centralidade econômico e cultural

fortalecendo assim a região sul. Á vista disso a estrada de ferro sul

do Espírito Santo. Sendo importante destacar que em 1881, o porto

capixaba atendia os desejos de territorialidade da capital, se

de Vitória começou a comercializar direto com o mercado externo,

tornando uma vitória para ela na tentativa de conter a elite

ou seja, a interligação da capital com seu centro econômico mais

representada por Cachoeiro. Sendo assim o porto de Itapemirim

importante era de extrema necessidade, afim de fortalecer a

que se ligava pela ferrovia desde a década de 20 a Cachoeiro,

economia da capital.

perdeu força e não representava mais perigo para a capital nesse

Nos primeiros anos de república Muniz Freire deu continuidade a um antigo projeto pautado em incrementar a produção através do

período, já que seu porto não era capas de rivalizar com o de Vitória.

povoamento e do transporte, sendo o primeiro voltado na vinda de

Paralelamente existia a estrada de ferro Vitória a Minas, com suas

imigrantes, e a segunda com o crescimento da malha ferroviária do

obras iniciadas e 1903, que possuía a função de ligar a capital

Espírito Santo, considerada insignificante comparada com outras

Vitória ao leste de Minas, interligando economicamente as duas

regiões brasileiras. Um dos projetos que surgiu a partir desse

regiões e possibilitando o desbravamento o centro-norte do estado.

movimento foi o de “interiorização” da capital do estado - Vitória,

Praticamente até 1930, toda a expansão ferroviária capixaba já

que naquele momento representava apenas uma centralidade

havia sido realizada, com a disposição radial no sentido zona de

político-administrativa, como já dito anteriormente, através da

produção-porto, “A expansão da malha saltara de 71 km em 1889,

construção da Estrada de Ferro Sul Capixaba, se ligando ao maior

início do período republicano, para inéditos 750 km.” (QUINTÃO,

polo econômico naquele período, que captava toda a produção

2012.). Vitória alcançou seu objetivo e se tornou o principal polo

cafeeira do sul do estado e direcionar para o Rio de Janeiro, a

centralizador ferroviário. 31


Por fim, foi entre os anos de 1802 e 1920 ocorreu a maior parte da

Conquanto é imprescindível destacar os fatores que levaram a

expansão ferroviária do Espírito Santo, já que a produção agrícola

ferrovia de Cachoeiro a se destacar durante um certo período, uma

do estado progrediu colocando-o como o quarto maior produtor de

vez que esse é o objeto de estudo desse trabalho. A proximidade

café do Brasil. O incentivo a “interiorização” da capital surtiu o

com a então capital do Brasil, Rio de Janeiro, estar próximo a uma

efeito desejado, tornando Vitória o centro econômico do estado

área extremamente fértil, de crescente produção cafeeira e se

com quase a totalidade da produção cafeeira sendo exportada por

localizar entre os rios Itapemirim e Itabapoana, ademais de possuir

seu porto. Após algumas crises econômicas mundiais e políticas,

um contingente populacional maior que outras regiões da

desencadeou a baixa no preço das produções agrícolas, tornando a

província. Sendo assim, durante um longo tempo Cachoeiro se

manutenção das estradas de ferro inviáveis devido ao alto custo.

destacou no cenário do estado, sendo melhor contextualizado no

Por conseguinte, as ferrovias não duraram mais que duas décadas,

próximo tópico “O pequeno Cachoeiro”.

permanecendo até hoje somente alguns ramais que chegam até Vitória. FIGURA 05: Malha ferroviária do Espírito Santo em 1930.

No entanto, é possível perceber a importância da ferrovia para o desenvolvimento do estado e da cidade em estudo, Cachoeiro de Itapemirim, apesar do declínio das ferrovias nas últimas décadas. Em 1995 a ferrovia foi retirada do centro de Cachoeiro, permanecendo apenas a estação ferroviária, um fato de grande agrado para a população. Hoje o complexo da estação ferroviária de Cachoeiro de Itapemirim é compreendido como patrimônio pelo município através da Lei N° 5484 de 2011 que no seu artigo 2° no tópico XII diz:

Fonte: Adaptado de BUFFON, 1992; QUINTÃO, 2012

32


VII- A antiga Estação Ferroviária e a ponte de Ferro de Cachoeiro, inauguradas em 1910, nos atuais bairros Guandú e Centro, e a antiga estação no distrito de Condurú, da mesma época, que compõem um conjunto arquitetônico que marca a influência inglesa nos métodos construtivos em infra-estrutura ferroviária e que marcou a história do desenvolvimento do transporte de cargas e de passageiros no município e na região sul do estado do Espirito Santo.

Outro documento importante é o Convênio n° 60 de 2004 (anexo 02), que a agora extinta RFFSA passava alguns direitos da ferrovia de Cachoeiro de Itapemirim para a prefeitura. Essa concessão é

e a memória de Cachoeiro. Porém, no Espírito Santo, os únicos bens que constam da lista de patrimônio ferroviário do IPHAN são as Estação Ferroviária de Domingos Martins, Estação ferroviária de Vitória localizada em Argolas Vila Velha e Estação Ferroviária de Matilde em Alfredo Chaves. Em Cachoeiro a Secretaria de Cultura e Turismo (SEMCULT) é responsável pela preservação do patrimônio histórico, competindo a ela a gestão de espaços culturais como o Teatro Municipal Rubem Braga, Casa da Memória, Biblioteca Municipal, Casa da Cultura Roberto Carlos e o Museu Ferroviário.

mais bem explicada na Clausula Primária – objeto número 1 que

Portanto, é de grande importância introduzir mais fortemente essa

diz:

história no cotidiano da cidade de Cachoeiro, para que ela não se perca com o passar dos anos, e não seja só mais um imóvel antigo 1- O presente instrumento tem por objeto a utilização provisória e em caráter precário, para fins exclusivamente culturais, educacionais ou turísticas, do imóvel histórico de propriedade da RFFSA, integrante do seu acervo de bens históricos, constituído pela Estação ferroviária de Cachoeiro de Itapemirim – ES, vinculado ao escritório regional de Campos - ERCAM

da cidade sem seu devido reconhecimento. FIGURA 06: A estação ainda próxima ao rio Itapemirim 1910.

Dessa forma, a Estação Ferroviária se enquadra nos parâmetros para receber os cuidados ou ser tombado pelo IPHAN e ter seu reconhecimento como um bem de grande relevância para a história Fonte: Arquivo Gil Gonçalves

33


FIGURA 07: Estação Ferroviária de Cachoeiro de Itapemirim, em 1925, com produtos locais a céu aberto, para serem embarcados nos trens.

Fonte: Arquivo do Museu Ferroviário Domingos Lage. FIGURA 08: O movimento na estação de Cachoeiro de Itapemirim, durante a revolução, década de 1930, construção do segundo pavimento.

Fonte: Arquivo do Museu Ferroviário Domingos Lage.

34

FIGURA 09: Estação Ferroviária de Cachoeiro de Itapemirim, já com o segundo pavimento.

Fonte: Arquivo do Museu Ferroviário Domingos Lage. FIGURA 10: Estação em 2019

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019


FIGURA 11: Estação em 1948.

FIGURA 13: A estação ainda com seu movimento, provavelmente anos 1980. Foto Paulo H. Thiengo.

Fonte: Arquivo do Museu Ferroviário Domingos Lage. Fonte: Arquivo do Museu Ferroviário Domingos Lage.

FIGURA 14: Estação em 2019.

FIGURA 12: A estação nos anos 1950, vista do lado da fachada. O patio esta á esquerda. O hotel em frente.

Fonte: Arquivo do Museu Ferroviário Domingos Lage.

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019

35


36

FIGURA 15: Plataforma da estação ferroviaria.

FIGURA 17: Trem passando no centro da cidade.

Fonte: Arquivo do Museu Ferroviário Domingos Lage.

Fonte: Arquivo do Museu Ferroviário Domingos Lage.

FIGURA 16: Plataforma da estação em 2019.

FIGURA 18: Centro de Cachoeiro de Itapemirim atualmente.

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019


FIGURA 19: Ponte de ferro ainda com os trilhos, inaugurada em 27 de junho de 1910.

FIGURA 21: Rio Itapemirim com a ponte ao fundo.

Fonte: catĂĄlogo IBGE. DisponĂ­vel em: https://biblioteca.ibge.gov.br/bibliotecacatalogo.html?id=437948&view=detalh es FIGURA 20: Ponte de ferro em 2019

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019

37


Linha do tempo – ferrovia no Espírito Santo e em Cachoeiro de Itapemirim

1887 Primeira ferrovia no Espírito Santo

38

Ao longo do Sec. XIX

1930

é construída a Estrada de ferro Sul do Espírito Santo

O Espírito Santo passa a ter 750 Km de ferrovias

1889

1930

A malha ferroviária no Espírito Santo compreendia 71 Km de extensão

Ocorre praticamente toda a expansão ferroviária do ES.


2.4. HISTÓRIA DE CACHOEIRO DE

edificações, principalmente voltadas para o uso comercial, já que Cacheiro era uma importante rota comercial, acrescido de um

ITAPEMIRIM Os registros da história de Cachoeiro de Itapemirim têm início em 1812 de acordo com o livro “Cachoeiro de Itapemirim edição histórica”, quanto o Francisco Alberto Rubim, donatário da capitania do Espírito Santo, teve o dever de promover o povoamento no estado, atraídos pelo ouro, carro chefe da economia do período colonial no Brasil. A segurança dos futuros moradores só se garantiu a partir da implantação do quartel da barca, já que essa região pertencia aos índios Puris e Botocudos. O progresso só

terreno extremamente fértil e ser cortado por um rio, importante forma de transporte na década de 50. Em 23 de Novembro de 1864 foi decretada a lei provincial n° 11, Cachoeiro deixa de ser distrito paroquial de São Pedro de Itapemirim, sendo elevando a categoria de vila, com isso, estende seus limites para Minas Gerais e Rio de Janeiro, Cachoeiro só se torna totalmente independente do município de Itapemirim

em 25 de Março de 1867, com a

instalação da primeira câmara municipal, efetivando assim sua emancipação política.

se iniciou com a chegada dos latifundiários que se instalaram na

Em 31 de outubro de 1872 o deputado Basílio Carvalho Daemon

região de Cachoeiro. A direita do rio ficava a fazenda do Barão de

apresenta, a assembleia provincial, projeto para a construção da

Itapemirim e a esquerda a de Gomez Bitencurt, essas fazendas

primeira ferrovia no Espírito Santo, em Cachoeiro de Itapemirim.

produziam cana de açúcar e os maquinários funcionavam a vapor,

Sendo essa ferrovia como já dito no capítulo “A ferrovia do

sendo essas responsáveis pela exportação de cana de açúcar e água

Espírito Santo e em Cachoeiro de Itapemirim”, de extrema

ardente para toda a província e para o Rio de Janeiro, sendo essa e

importância para o desenvolvimento de todo o estado. Divido a

o café a principal fonte da economia local.

sua importância para o estado e sua centralidade econômica foi o

Cachoeiro foi considerado o polo econômico mais importante do sul do estado, devido a isso, se fez necessário promover sua urbanização. Em 1846 foi construída a primeira casa as margens do rio Itapemirim, a partir dessa começou a surgir diversas outas

10° do país e o primeiro local no Espírito Santo a receber energia elétrica, com uma usina instalada na ilha da luz como relatado em reportagem da folha vitória. A última viagem de trem ocorreu em 28 de agosto de 1996 e posteriormente os trilhos foram cobertos por asfalto, um fato muito comemorado pelos cachoeirenses já que, 39


o modal ferroviário já estava entrando em decadência, e a ferrovia

FIGURA 23: Descarilhamento dos vagões em 1985.

cortando o centro da cidade se tornava muito perigosa ocorrendo diversos acidentes. FIGURA 22: Trem no centro da cidade.

Fonte: Arquivo do Museu Ferroviário Domingos Lage.

A cidade também ficou conhecida devido as personalidades reconhecidas nacionalmente que lá nasceram como, Rubem Braga que está entre os cronistas mais importantes do pais, Luz del Fuego, atriz e escritora que contribui para a emancipação das mulheres, Roberto Carlos cantor e compositor muito importante no período da Jovem Guarda e atualmente chamado de rei pelos brasileiros, Raul Sampaio e Sergio Sampaio compositores responsáveis pela música que leva o nome da cidade “ Meu pequeno Cachoeiro” gravada por Roberto Carlos.

Fonte: Arquivo do Museu Ferroviário Domingos Lage.

40


Atualmente Cachoeiro é o núcleo urbano mais importante do sul

FIGURA 25: Cachoeiro de Itapemirim em 2019.

do estado, com mais de 207 mil habitantes de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tendo grande influência principalmente no mercado de rochas ornamentais, mármore e granito, como encontrado no site da prefeitura de Cachoeiro,

sendo

responsável

por

cerca

de

80%

da

comercialização de pedras no Brasil, ganhando o título de “ capital do mármore e granito”, na cidade ocorre o evento Cachoeiro Stone Fair um dos principais eventos internacionais no campo de rochas ornamentais, e no setor de cooperativas como a Cooperativa Laticínios Selita, que é um mercado que vem crescendo no país . Sendo assim importante valorizar a história e a cultura de

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019 FIGURA 26: Cachoeiro de Itapemirim em 2019.

Cachoeiro. FIGURA 24: Cachoeiro de Itapemirim.

Fonte: Arquivo do museu ferroviário Domingos Lage.

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019

41


FIGURA 27: Praça Gerônimo Monteiro em 1926, com o bonde.

Fonte: Coleção Gil Gonçalves FIGURA 28: Praça Gerônimo Monteiro em 1926, com o bonde.

FIGURA 29: Praça Gerônimo Monteiro.

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019 FIGURA 30: Praça Gerônimo Monteiro.

Fonte: Arquivo Gil Gonçalves Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019

42


FIGURA 31: Cachoeiro de Itapemirim

FIGURA 32: Cachoeiro de Itapemirim em 2019.

Fonte: Coleção Gil Gonçalves

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019

43


Linha do tempo – Histórico de Cachoeiro de Itapemirim

1872 1812 Início da História de Cachoeiro de Itapemirim.

44

1889

Primeiro projeto de ferrovia no ES em Cachoeiro de Itapemirim.

Cachoeiro é elevado à categoria de cidade.

1864

1887

28 de agosto de 1996.

Cachoeiro é elevado à categoria de vila.

Inaugura-se a iluminação pública a lampiões de querosene

Parte o último trem de Cachoeiro.


45

3. TERCEIRA PARADA


3.1. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE

FIGURA 34: Mapa do Espírito Santo, localização de Cachoeiro.

Fonte: Gráfico elaborado pela autora. 2019

INTERVENÇÃO A área de intervenção se situa no município de Cachoeiro de Itapemirim ao sul do estado do Espírito Santo, localizado no sudeste do Brasil. Uma cidade conhecida pela grande exportação de mármore e por suas belezas naturais, com diversas cachoeiras e formações rochosas únicas ideais para o turismo de aventura para a prática de trilha, rapel e escalada. A cidade contém também alguns pontos turísticos, como a Casa dos Braga, a Casa do Roberto Carlos e a única fábrica de Pios do Brasil. FIGURA 33: Mapa do Brasil, localização da região sudeste.

Fonte: Gráfico elaborado pela autora. 2019

46

Fonte: Gráfico elaborado pela autora. 2019

FIGURA 35: Cachoeiro de Itapemirim


3.1.1. ALGUNS PONTOS TURÍSTICOS DE

FOTO 38: O Itabira fica a seis quilometros do centro da cidadee atrai visitantes e adeptos de esportes, como o mountain-bike, trilhas e alpinismo.

CACHOEIRO FIGURA 36: Pedra do Frade, de 683 metros, importante cartão postal do Espírito Santo

Fonte: Cachoeiro de Itapemirim. Disponível em http://cachoeirodeitapemirimes.blogspot.com/2009/04/pico-do-itabira.html Fonte: planeta vertical. Disponível em http://www.planetavertical.com.br/roteiros-aventura/o-frade-e-a-freira/

FOTO 39: Gruta, contato direto com a natureza com piscinas naturais.

FOTO 37: Este é o maior rapel aéreo em cachoeira do Espírito Santo. Essa gigantesca cachoeira permite uma descida de 90 metros, sendo impressionantes 65 metros só de rapel negativo.

Fonte: Planeta Vertical. Disponível em http://www.planetavertical.com.br/roteiros-aventura/cachoeira-alta/

Fonte: Aqui Noticia. Disponivel em https://www.aquinoticias.com/2017/02/cachoeiro-tem-opcoes-de-lazer-para-oferiadao/

47


48

FOTO 40: Patrimônio cultural de Cachoeiro, Casa da Memória.

FOTO 42: Patrimônio cultural de Cachoeiro, Casa de Cultura Roberto Carlos

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019

FOTO 41: Patrimônio cultural de Cachoeiro, Casa dos Braga

FOTO 43: Patrimônio cultural de Cachoeiro, Museu de Ciência e Tecnologia.

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019


Com os bens apresentados anteriormente é possível notar que Cachoeiro tem potencial para maior incentivo ao turismo, devido ao comercio de mármore (turismo de negócios), as suas riquezas naturais (turismo de aventura), e por sua história, que pode ser mais valorizada através da requalificação da antiga estação ferroviária, um patrimonio vivo no centro da cidade. Podendo dessa forma incentivar a cultura em Cachoeiro e criar um circuito cultural de forma a atrair diversos públicos para estes locais. FIGURA 44: Localização do Patrimônio cultural de Cachoeiro.

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

49


3.2 POLIGONAL DE ESTUDO E ÁREA DE INTERVENÇÃO A antiga estação ferroviária de Cachoeiro de Itapemirim se localiza na área central, na denominada Linha Vermelha José Felix Chein. Se caracteriza por ser uma rua muita larga devido anteriormente comportar o pátio onde os trens paravam devido a estação e os trilhos do trem apenas terem sido cobertos por asfalto, não tendo sido efetivado sua retirada, possuindo dessa forma um grande potencial para o melhoramento urbano da área devido a sua espacialidade e seu valor histórico para a cidade. A região se situa próximo ao Teatro Rubem Braga, Casa de cultura Roberto Carlos e a praça de Fátima. Sendo assim, para a realização do projeto foi delimitada uma poligonal de estudo e uma de intervenção para melhor análise da área sendo esta última contemplando a rua em frente à estação onde efetivamente vai ocorrer o projeto de requalificação.

FIGURA 45: Linha Vermelha e a estação.

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019 FIGURA 46: Teatro Rubem Braga

Fonte: Radio conexão. Disponível em http://www.radioconexaoes.com.br/cachoeiro-de-itapemirim/noticia/qdybP7teatro-rubem-braga-abre-pauta-para-2016.html

50


POLIGONAL DE ESTUDO ÁREA DE INTERVENÇÃO

Poligonal de estudo

Área de intervenção

Estação ferroviária

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

51


3.3 LEVANTAMENTOS 3.3.1 TOPOGRAFIA E CONDICIONANTES CLIMÁTICAS A topografia existente define um terreno relativamente plano do rio Itapemirim até a rua da Estação Ferroviária. Apenas alguns pontos de mudança de nível e locais mais íngremes podem ser observados, sendo que a partir dessa rua o terreno se eleva bastante, possuindo morros bem altos, uma característica da cidade de Cachoeiro. Mas como a estação se localiza em um espaço mais baixo contribui para um entendimento geral do espaço, facilitando a implantação do projeto na área.

que o utilizarem incentivando a permanência e contribuir para o melhoramento do conforto térmico do centro. Com isso, essa área tem um forte potencial paisagístico, seja pelos seus aspectos físicos, ou pela possibilidade que a área cria de valorização urbana, ambiental e histórica.

com razão, o clima é mencionado como importante fator para o alcance e o caráter das atividades ao ar livre. Se estiver muito frio, muito quente ou muito úmido, as atividades ao ar livre são reduzidas ou tornam-se impossíveis. (Gehl, 2014, pg.21)

GRÁFICO 01: Gráfico sobre a temperaturas e preciptações médias em cachoeiro.

Cachoeiro de Itapemirim possui um clima quente sendo o verão mais chuvoso que o inverno, com média anual de 24,6°C de acordo com o site climate-data.org e pluviosidade média de 1057mm, caracterizando assim um clima tropical, com o vento predominante vindo do Leste. Entretendo como relatado no site weatherspark quando se relaciona os níveis de conforto em umidade “Cachoeiro de Itapemirim tem variação sazonal extrema na sensação de umidade.”, sendo o período mais abafado do ano se perpetuando por 9 meses, de 16 de setembro a 18 de junho, no qual o nível de conforto e caracterizado como abafado, ou seja a sensação térmica e desconfortável para as pessoas na maior parte do ano. Sendo assim de extrema importância pensar em estratégias de conforto para o projeto de requalificação da Estação Ferroviárias e seu entorno. De forma a tornar o lugar confortável para as pessoas

52

Fonte: climate-data.org. Disponível em https://pt.climate-data.org/america-dosul/brasil/espirito-santo/cachoeiro-de-itapemirim-3319/#climate-graph


GRÁFICO 02: Níveis de conforto em umidade

GRÁFICO 03: Topografia da área estudada.

Fonte: Produzido pela autora, 2019. Fonte: weatherspark. Disponível em https://pt.weatherspark.com/y/30783/Clima-caracter%C3%ADstico-emCachoeiro-de-Itapemirim-Brasil-durante-o-ano#Sections-Wind

53


MAPA TOPOGRAFIA E CONDICIONANTES CLIMÁTICAS

Fonte: weathDisponível em https://pt.weatherspark.com/y/30783/Climacaracter%C3%ADstico-em-Cachoeiro-de-Itapemirim-Brasil-durante-oano#Sections-Wind

54Fonte: Elaborado pela autora, 2019.


3.3.2 Morfologia Urbana

FIGURA 48: Centro de Cachoeiro, imóveis sem afastamento frontal e lateral.

Devido a topografia da região e o modelo de ocupação não planejado, os lotes e quadras se implantam de forma orgânica no local, não se encontrando dessa forma um padrão de quadras e lotes. O crescimento da cidade se deu a partir das margens do Rio Itapemirim, sendo os dois lados ligados por pontes. A maior parte dos lotes tem seu terreno todo ocupado, sendo em sua maioria sem nenhum afastamento frontal e laterais, e com quadras muito grandes o que dificulta a permeabilidade das pessoas. É possível perceber poucos terrenos que ainda não foram construídos, ou seja, já é uma área bastante consolidada. FIGURA 47: Centro de Cachoeiro, imóveis singulares sem afastamento frontal e lateral.

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 01 de abril de 2019 FIGURA 49: Centro de Cachoeiro, imóveis singulares (antigo hotel) sem afastamento frontal e lateral.

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019

55


MAPA MORFOLOGIA URBANA

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

56


3.3.3 VEGETAÇÃO E PRAÇAS

adequada sendo possível frequentemente encontrar nesse local, usuários de drogas e moradores de rua. A outra é chamada de Praça

Na região, apesar de possuir algumas árvores, elas não suprem a necessidade do local. Por ser uma cidade muito quente há a necessidade de vegetação para o melhoramento do clima, com árvores e áreas permeáveis de qualidade. Na rua da estação foi

do Roberto Carlos, que possui esse nome por estar próximo à casa do cantor. Possui uma estátua do mesmo, seu uso e destinada a pouca permanência possuindo bancos e mesa de xadrez, e está localizada bem próximo do museu ferroviário.

encontrada uma iniciativa da prefeitura intitulada “florestas

A última praça fica dentro da área de intervenção e pertence ao

urbanas”, que consiste no plantio de mudas de árvores, mesmo

complexo do museu ferroviário, sendo esta anteriormente o

sendo uma ideia extremamente importante seu efeito na cidade só

Viradouro do trem. Atualmente, está passando por reforma já que

é perceptível a longo prazo, além de por ser mudas necessitarem

assim como os trilhos o Viradouro foi asfaltado e agora está sendo

de muitos cuidados podendo não vingar devido ao vandalismo,

retirado para ficar a mostra para os moradores, e com isso a

ataque de animais e falta de cuidados.

pavimentação e as calçadas da praça estão sendo refeita de forma

Cachoeiro por ser uma cidade com indústrias de alto impacto como laticínios e pedreiras, poderia tirar proveito disso e cobrar dessas empresas retorno para a população e para o meio ambiente através do melhoramento de espaços públicos e o plantio de vegetação

mais condizente com seu uso. Porém, por ter ficado durante anos abandonada e sem uso é um ponto onde se encontra frequentemente usuários drogas e moradores de rua, o que passa uma sensação de insegurança para os pedestres.

tanto rasteira como de grande porte, sendo uma forma dessas

Com isso e de grande importância levar em consideração o

compensarem suas explorações na cidade.

paisagismo do local e esse desejo é muito presente na resposta dos

Nesse perímetro é possível encontrar três praças. A primeira, a mais convidativa para as famílias ficando na Avenida Beira Rio e contendo parquinho, pista de skate, academia popular e uma área cultural com arquibancadas, porém não possui a manutenção

moradores da cidade através do questionário online como identificado na resposta do Bruno, entre 41 e 50 anos, que aponta a “ Falta de embelezamento do entorno”, a Erika, entre 41 e 50 anos, “Revitalizar, arborizar e fiscalizar”.

57


58

FIGURA 50: Projeto Florestas Urbanas

FIGURA 52: Praรงa de Fรกtima

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019

FIGURA 51: Mudas do projeto Florestas Urbanas

FIGURA 53: Praรงa de Fรกtima.

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019


FIGURA 54: Praça de Fátima

FIGURA 56: Praça de Fátima

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019

FIGURA 55: Praça de Fátima

FIGURA 57: Academia popular, Praça de Fátima

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019

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FIGURA 58: Moradores de rua, Praça de Fátima

FIGURA 61: Praça do viradouro do trem

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019 FIGURA 59: Praça do Roberto Carlos

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019 FIGURA 62: Praça do viradouro do trem

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019 FIGURA 60: Praça do viradouro do trem

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019

60

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019


Fonte: Arquivo ssoal da autora. 05 de maio de 2019

MAPA VEGETAÇÃO E PRAÇAS

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

61


3.3.4 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

garantir uma maior vitalidade do local em todos os momentos aumentando assim a sensação de segurança. FIGURA 63: Movimento no centro

A caracterização e avaliação dos usos foi feita através de uma análise de campo, avaliando lote por lote da região com seus respectivos usos determinado pela autora da dissertação. Os usos foram caracterizados conforme da seguinte maneira uso residencial, uso comercial, uso misto, uso institucional e espaços público. Tendo uma visão geral do uso e ocupação do solo da região em analise, percebe-se que há um uso, predominante comercial e misto, prestando diversos tipos de serviço para a população e funcionando em sua maioria no horário comercial, levando uma maior concentração de pessoas na parte diurna, em contrapartida na parte noturna e possível perceber desertificação transmitindo a sensação de insegurança. O uso unicamente residencial é pouco encontrado no centro, esse cenário muda quando se entra no bairro Recanto que já possui uma característica de ser predominantemente residencial, existindo no centro um maior número de edificações multifamiliares principalmente voltadas para a AV. Beira Rio. O uso unicamente institucional é identificado na área através da igreja Universal. Museu Ferroviário e a Delegacia da mulher. Essa baixa diversidade de uso contribui para a insegurança como foi dito por diversas pessoas no questionário como a marta, acima de 51 anos, e aponta a “Falta de segurança” e o Fabio, entre 31 e 40 anos que fala sobre a “Subutilização”.

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 25 de maio de 2019 FIGURA 64: Movimento no centro

Sendo de extrema importância incentivar o uso misto com atividades que funcionam em diversos horários do dia, para Fonte: Arquivo pessoal da autora. 25 de maio de 2019

62


MAPA DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

63


3.3.5 GABARITO

TABELA 02: Tabela de ZOR

Em relação ao gabarito a predominância é de edificações mais baixas de até quatro pavimentos, porem existe gabaritos mais altos de até doze pavimentos na região, que se configuram em hotéis e edifícios multifamiliares e se localizam principalmente na Beira Rio. Mas esses prédios mais altos estão em desconformidade com o PDM vigente de Cachoeiro que no anexo XIII que trata de gabarito restrito diz que o bairro guandu e centro só podem ter até o número restrito de pavimentos como descrito nos tópicos a seguir. o 23. Centro - Todo bairro 04 pavimentos ou 02 (conforme tabela ZOL E ZOR) TABELA 01: Tabela de ZOL

Fonte: PDM vigente de Cachoeiro de Itapemirim

o 32. Guandu – Acima da cota 25 e no restante do bairro – 06 pavimentos, EXCETO a Av. Beira Rio que poderá ter gabarito máximo permitido.

Fonte: PDM vigente de Cachoeiro de Itapemirim,

64


FIGURA 65: Prédios altos na Rua Capitão Deslandes.

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 25 de maio de 2019 FIGURA 66: Prédios altos na Avenida Beira Rio.

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 25 de maio de 2019

FIGURA 67: Prédios altos na Avenida Beira Rio.

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 25 de maio de 2019 FIGURA 68: edificações na Rua Pedro Dias.

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 25 de maio de 20

65


MAPA DE GABARITOS

66

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.


3.3.6 EDIFÍCIOS DE RELEVÂNCIA HISTÓRICA

TABELA 04: Tabela de edificações singulares e tombadas.

Em análise da poligonal de estudo foi identificado e mapeado edificações singulares, ou seja, que possuem alguma relevância histórica e por conta disso um interesse de preservação, para melhor organizá-las foi elaborada uma tabela onde as edificações foram classificadas de acordo com seu uso atual e quando possível seu uso quando foi construída. TABELA 03: Tabela de edificações singulares e tombadas.

Fonte: Tabela elaborada pela autora, 2019.

Fonte: Tabela elaborada pela autora, 2019.

67


TABELA 05: Tabela de edificações singulares e tombadas.

Fonte: Tabela elaborada pela autora, 2019.

68

TABELA 06: Tabela de edificações singulares e tombadas.

Fonte: Tabela elaborada pela autora, 2019.


TABELA 07: Tabela de edificações singulares e tombadas.

FIGURA 08: Tabela de edificações singulares e tombadas.

Fonte: Tabela elaborada pela autora, 2019. Fonte: Tabela elaborada pela autora, 2019.

69


MAPA DE EDIFICAÇÕES TOMBADAS E SINGULARES

1

24 2

23 25

26

22

27 28

21

29

9 30

20

8

3

4

19

11

5 7

6 18 17 16 15

12 14

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

70

13

10

77


3.3.7 MOBILIDADE URBANA

A poligonal de estudo possui algumas ligações através de vias somente para pedestres que interligam a Rua Coronel Francisco de

A análise da mobilidade urbana, possibilita entender como ocorrem os deslocamentos e fluxos na área de estudo, perceber os meios de locomoção mais utilizados e quais as infraestruturas existentes para atender estes meios, a partir da análise das vias de circulação de veículos e calçadas, através destes dados é possível verificar se cumpre o que é determinado pelo Plano Diretor Municipal (PDM) e se supre a necessidade de demanda da região. TABELA 09: Anexo XV- Características físicas e estruturais da rede viária básica

Braga a Rua Professor Quintiliano de Azevedo que se liga a Avenida Beira Rio por outra rua de pedestre, sendo estas duas primeiras citadas se encontrando em um estado de conservação precário, e com usos inadequados como bares e mobiliários urbanos que atrapalham o caminhar, sendo assim tornam-se pouco atrativa para os pedestres por gerar dificuldade na passagem e sensação de insegurança, por se assemelharem a becos. No local ainda existe mais duas travessias de pedestres, uma que liga a Rua Capitão Deslandes a Avenida Beira Rio, se localizando próximo a ponte de ferro e uma ponte destinada somente a travessia de pedestre que liga as duas margens do rio, estas bastante utilizadas pelos pedestres por serem mais largas e possuírem maior manutenção tornado atrativo o seu uso, a Ponte de Ferro também possui uma travessia exclusivamente para o uso de pedestres, também bastante utilizada.

Fonte: PDM vigente de Cachoeiro.

71


FIGURA 69: Rua de pedestre

FIGURA 71: Travessia de pedestre ponte de ferro

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019 FIGURA 70: Ponte de pedestre

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 25 de maio de 2019 FIGURA 72: Rua de pedestres proximo a Ponte de Ferro.

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019 Fonte: Arquivo pessoal da autora. 25 de maio de 2019

72


Em relação as vias de tráfego de veículos apesar de algumas

grande fluxo de pedestre, o tráfego de veículos moderado e de

posssuirem o mesmo título a aquelas que se distacam no por terem

baixa velocidade deve ser prioridade no projeto.

um maior fluxo de veiculos que transitam por ela, sendo estas o acesso a poligonal de estudos a Avenida Bernado Horta, a Rua Coronel Francisco de braga, Rua Captão Deslandes e a Avenida Beira Rio,

a Linha Vermelha José Felix Cheim também e

considerada uma rua principal, porém apesar de grande fluxo e menos utilizada que as vias citadas anteriormente, sendo o grande problema dessa a grande area ocupada como estacionamento informalmente.

A partir das análises das calçadas que foram classificadas em 3 tipos, calçada de dimensões adequadas que são aquelas que possuem no mínimo 2 metros de largura, calçadas irregulares aquelas muito estreitas e com desníveis ou mobiliários urbanos que atrapalham as pessoas a passarem e por último sem calçada, sendo possível perceber que quando se trata das calçadas que em sua totalidade não estão em conformidade com o PDM, por não existir nenhuma calçada cidadã apesar de no anexo XVII conter as

As vias coletoras servem principalmente como interligação das

normatizações para esse tipo de calçada, nem todas possuem a

vias principais, sendo as que possuem maior fluxo as que

largura adequada e em muitos locais são inexistentes. Sendo seu

interligam as Rua Professor Quintiliano de Azevedo a Avenida

maior dimensionamento desejado pela população como pode-se

Beira Rio, sendo estas a Rua Pedro Dias e a Projetada. As vias

verificar a partir das respostas dos questionários online como na

locais possuem fluxo mais baixo e se encontram nas áreas mais

resposta da Barbara que possui até 18 anos “Calçadas maiores para

residenciais. Sendo possível perceber a partir da análise das vias

pedestres” e da Raquel que possui entre 41 e 50 anos “Um calçadão

em relação as suas larguras e pavimentação o que é encontrado está

com alguns bancos área verde estilo romântico...” Com isso e de

em conformidade com o PDM vigente de Cachoeiro, apesar de

extrema necessidade tornar as calçadas acessíveis e adequadas para

precisar de manutenção. Foi identificado como um dos problemas

o passeio de forma a valorizar o pedestre.

do local a partir das respostas do questionário online o “fluxo de carros” como o relatado pelo Roberto que possui acima de 51 anos assim como outras pessoas, por se tratar de uma área central com

73


74

FIGURA 73: Linha Vermelha José Felix cheim

FIGURA 75: Calçada Rua Capitão Deslandes.

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 25 de maio de 2019

FIGURA 74: Linha Vermelha José Felix cheim

FIGURA 76: Avenida Beira Rio, elementos que atrapalham a passagem.

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 01 de abril de 2019

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 25 de maio de 2019


FIGURA 77: Avenida Beira Rio.

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 25 de maio de 2019 FIGURA 78: Fundos da estação sem calçada.

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 25 de maio de 2019

75


MAPA DE HIERARQUIA VIĂ RIA

76

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.


MAPA DE CALÇADAS

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

77


3.3.8 FLUXOS Os principais acessos para a área de estudo são pelas Avenidas Bernardo Horta e Beira Rio. Dentro da poligonal existe dois pontos de ônibus sendo um localizado dentro da área de intervenção do projeto na Linha Vermelha e outro localizado na Avenida Beira Rio, ambos possuem assentos e cobertura e são de grande extensão, porém não podem ser considerados adequados, podendo ser melhores com estratégias de conforto térmico e assentos mais adequados para a espera dos ônibus. Tratando-se de uma área central, com seu maior uso voltado ao comercio, o fluxo de pedestre é intenso nas proximidades da estação, principalmente nas Ruas Professor Quintiliano de Azevedo e Capitão Deslandes durante o dia, sendo estás onde se concentra a maior parte dos comércios não havendo grande diversidade de usos tornando estes locais monótonos no período noturno. A Avenida Beira Rio também possui um fluxo intenso de pessoas durante diversos horários do dia devido a sua diversidade de usos, quando termina o horário comercial abre os bares e restaurantes, além do calçadão ser utilizado para caminhada e outras atividades. Sendo essa uma parte vital para a cidade, quanto maior o movimento de pessoas, mais segura e viva se torna a cidade. O uso de transporte alternativo como bicicleta, patins, patinete entre outros ocorre no local porem não em grande quantidade já que, essa área não possui ciclovias, fazendo com que os ciclistas tenham que dividir os espaços com os carros, o que pode se tornar perigoso tanto para os envolvidos quanto para os pedestres. Não existindo nenhuma demarcação formal para o uso desses meios de 78

transporte, o local que com mais frequência se vê o uso é na Avenida Beira Rio, por possuir um calçadão largo e que permite a divisão entre pedestres e ciclistas. FIGURA 79: Ponto de nonibus Linha vermelha

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 01 de abril de 2019 FIGURA 80: Ponto de ônibus AV. Beira Rio

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019


MAPA DE FLUXOS

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

79


3.3.9 VAGAS DE ESTACIONAMENTO

FIGURA 81: Carros estacionados na Avenida Beira Rio.

Quando analisado a questão dos estacionamentos, considerou -se para a análise o estacionamento regular sendo aquele que possui demarcação no piso e o estacionamento irregular sendo todo aquele que não possui demarcação verificou-se que a maior parte dos estacionamentos formais se encontram nas vias principais da área de estudo, onde predomina o uso comercial. Sendo as vagas informais encontradas em algumas áreas da Linha Vermelha e em ruas com predominância do uso residencial havendo pequena variação de uso. Com isso, seria de extrema relevância a retirada do estacionamento da Linha Vermelha, já que esse uso não condiz com a importância histórica do local, além de privilegiar o uso do carro em detrimento do pedestre, não incentivando o uso por parte desses. Sendo importante entender que as vagas são necessárias devido ao cunho comercial do centro, mas podendo se adequar melhor em outras partes da região.

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 25 de maio de 2019 FIGURA 82: Carros estacionados na Linha Vermelha.

Por fim, permanece apenas com as vagas que não atingem negativamente o ambiente histórico e sua importância para a cidade, e também não prejudique o comercio, pensado dessa forma em locais adequados que suportem essa demanda. .

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 25 de maio de 2019

80


MAPA DE VAGAS DE ESTACIONAMENTO

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

81


3.3.10 PAVIMENTAÇÃO

FIGURA 84: Trilhos espostos na Rua Capitão Deslandes.

Em relação a pavimentação toda a área de estudo possui asfalto em quase sua totalidade, tendo piso intertravado apenas na Rua João de Deus Madureira e em um trecho da Rua Captão Deslandes , porem nem em todas as partes está em bom estado, por exemplo na Rua Captão Deslandes, como os trilhos do trem não foram retiradas, apenas cobertos por asfalto com o desgaste ocorrido pela passagem de veículos é possível ver em alguns locais o trilho do trem. Com isso, as vias são adequadas porem necessitam de manutenção e na região que ocorrerá o projeto deve ser pensado uma pavimentação que estimule os carros a transitarem em menor velocidade, dessa forma privilegiando o pedestre nessa área pesada para eles. FIGURA 83: Pavimentação Linha Vermelha..

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019

82

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019 FIGURA 85: Piso intertravado na

Rua João de Deus Madureira.

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019


3.3.11 POTENCIALIDADES E VULNERABILIDADES Para a análise de potencialidades e vulnerabilidade da área, foi

As vias são os canais de circulação ao longo dos quais o observador se locomove de modo habitual, ocasional ou potencial, podem ser ruas, alamedas, linhas de trânsito, canais, ferrovias. (LYNCH, 2011, p. 52).

utilizado parâmetros de percepção da autora sobre o local e os pontos de Kevin Lynch para análise da cidade através de seu livro

Os principais caminhos encontrados no local são os da Beira rio

“ A imagem da cidade”, algumas analises foram possível fazer seu

por ser uma avenida com grande diversidade de uso e na rua

mapeamento outaras por se tratarem de elementos mais perceptivos

Professor Quintiliano de Azevedo e Capitão Deslandes devido a

foram tratados em forma de texto.

concentração de comercio.

Um dos grandes autores do Urbanismo é Kevin Lynch, sendo sua

Os principais limites identificados são naturais, como o rio

principal obra o livro “ A imagem da cidade”, sendo feito a partir

Itapemirim que divide a cidade em duas partes que se interligam

de um estudo que levou em consideração as análises de três cidades

através de diversas pontes estando duas dentro da área estudada

norte americanas e por fim agrupou em cinco itens os principais

uma destinada apenas para pedestres e outra com uso

elementos que as pessoas utilizam para estruturar a cidade sendo

compartilhado em níveis diferentes, o outro é em relação a

estes: vias, limites, bairro, pontos nodais e marcos. Desta forma,

topografia que se configura como um limite da área mas não uma

foi através desses pontos que foram realizadas algumas análises na

barreira para o seu crescimento já que, os morros são ocupados e

área de estudo em questão.

com uso predominantemente residencial.

As vias são partes estruturantes da percepção da cidade já que, a melhor forma de vivenciar a cidade e andando por ela, de acordo com Lynch:

São as fronteiras entre duas fases, quebra de continuidade lineares :praias, margens de rio, lagos, etc., cortes de ferrovia, espaços em construção, muros e paredes. (LYNCH, 2011, p. 52).

83


Ao contrário do conceito administrativo que define bairro no pais,

Os principais marcos da região são, o prédio da antiga estação

para Lynch, bairro é definido como uma homogeneidade ou seja,

ferroviária, a praça do Roberto Carlos e a Ponte de ferro, podendo

que possua pelo menos uma característica em comum que a

possuir esse título por configuraram pontos referenciais para a

diferencie de outras partes da cidade, desta forma se configurando

população.

em um conceito de percepção visual, podendo se diferenciar pela tipologia das edificações, topografia, perfil viário entre outros, no caso da área estudada o seu principal ponto que a distingue de outros locais em Cachoeiro é o fato de ser predominantemente comercial, sendo esta sua principal característica. Sendo o bairro

Outras análises como dito anteriormente foram feitas através da percepção da autora, onde foi identificado alguns pontos relevantes da área em estudo e de importância para a melhor compreensão da região para a realização da intervenção urbana.

parte importante para a legibilidade da cidade, trazendo senso de

Por se tratar de uma área onde está inserido um patrimônio cultural

orientação e vivência da cidade.

de grande relevância para cidade e para o Espírito Santo e se localizar no centro da cidade, uma área de grande potencial, fluxo

Os bairros são áreas ente grandes da cidade, nas quais o observador pode penetrar mentalmente e que possuem alguma característica em comum. (LYNCH, 2011, p. 74).

de pessoas e com comercio consolidado, sendo dessa forma uma área de grande potencial para se tornar atrativo para a população a partir da sua requalificação, como dito por Jan Gehl no seu livro “Cidade para pessoas”:

Os pontos nodais são considerados locais estratégicos da cidade e pode ser classificado de acordo com a escala de análise, no caso estudado pode- se considerar, como principal ponto nodal o uso da região podendo se classificar no quesito “concentração temática”,

Em cidades vivas, seguras, sustentáveis e saudáveis, o pré-requisito para a existência de vida urbana é oferecer boas oportunidades de caminhar (GEHL, 2014, pg.19)

que se configurando em um centro puramente comercial, podendo

84

ser considerado como um ponto nodal por atrair muitas pessoas e

Um grande potencial da área de intervenção é a largura da via, a

por se tornar uma região referencial na cidade.

linha vermelha, por anteriormente comportar o pátio onde os trens


paravam, se configura em uma rua de grande dimensão que

a presença de viciados em droga e moradores de rua, tanto nos

atualmente não é bem aproveitada, privilegiado principalmente os

arredores da estação quanto na praça do viradouro do trem, sendo

carros, sendo seu principal uso como estacionamento gerando

esse um dos principais problemas relatados no questionário online,

excesso de carro em um ambiente histórico que poderia ser mais

o que intensifica uma grande insegurança por parte dos pedestres

valorizado de forma a enaltecer o local, o que gera outro problema,

em transitarem pelo local.

o trabalho informal de flanelinha e lavadores de carro, que não transmite sensação de segurança para as pessoas passarem por esse local em uma das respostas do questionário é possível verificar o incomodo da Erika que possui entre 41 e 50 anos que diz “O abandono deste patrimônio histórico por parte dos governantes da cidade. Destinado usos mais adequados para a via condizentes com a sua história, se tornara mais atrativa para a população e eliminando esses problemas, como dito por Jan Gehl quanto

Por fim, na área existe alguns pontos viciados de lixo, e pela falta de lixeiras é possível encontrar bastante lixo pelo chão principalmente próximo ao ponto de ônibus. Sendo assim é possível notar que Cachoeiro não valoriza seu patrimônio como deveria, porem se configura em cenários facilmente modificados através da requalificação da Linha Vermelha e propondo novos usos para a estação ferroviária.

melhor o espaço urbano mais vida se tem na cidade. Outro ponto de relevância é a presença de algumas ruas na área que possuem o piso intertravado, que faz com que os carros transitem mais devagar, uma iniciativa interessante de ser implantada também na Linha Vermelha, já que será buscado nela uma prioridade para o pedestre. Na área de intervenção verificou-se também a falta de calçada em alguns locais e de modo geral na área estudada não existe calçada cidadã, e por muitas vezes a largura da calçada não comporta o grande fluxo de pessoas por se tratar de uma região predominantemente comercial. Também foi verificado 85


86


MAPA DE POTENCIALIDADES E VULNERABILIDADES

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

87


88

4. QUARTA PARADA


4.1 DIAGNÓSTICO COMPORTAMENTAL

Para o diagnóstico comportamental foi aplicado um questionário online pelo formulário do Google, contendo 4 perguntas discursivas e 6 objetivas, sendo disseminado através de grupos de WhatsApp e páginas de Cachoeiro no Facebook, obteve-se 65 respostas, sendo os dados obtidos computados através de gráficos e textos explicativos. FIGURA 86: Questionário sobre a antiga estação ferroviária e seu entorno.

89


A faixa etária que mais respondeu ao questionário foi de 41 anos em diante, correspondendo a 69,2% das respostas computadas, muito devido ao vínculo com a antiga estação por terem convivido com ela em funcionamento e por esse motivo se recordarem da infância tornando o vínculo com a estação ainda mais forte. GRÁFICO 04: Gráfico de faixa etária.

FAIXA ETÁRIA Até 18 anos

Entre 19 e 25 anos

Entre 26 e 30 anos

Entre 31 e 40 anos

Entre 41 e 50 anos

Acima de 51 anos

6% 9% 5%

35%

11%

Fonte: questionário elaborado pela autora, 2019.

34%

Fonte: Elaborado pela autora, 2019

90


Em relação ao tempo em que vive na cidade a maioria das respostas

Quando indagado sobre se conviveu ou não com a estação em

obtidas foi de pessoas que moram a mais de 30 anos, identificando

funcionamento as questões anteriores são confirmadas a respeito

novamente um padrão de maior interesse em responder as pessoas

da questão psicológica que a estação causa nas pessoas já que,

que possuem vínculo com a estação enquanto ainda estava em

58,5% das respostas foram positivas e a pergunta sobre se

funcionamento.

consideravam a estação ferroviária importante para a história de Cachoeiro obteve-se 100% de respostas positivas, confirmando a

GRÁFICO 05: Gráfico do tempo em que vivem em Cachoeiro.

importância desse local para os cachoeirenses.

TEMPO EM QUE VIVE

GRÁFICO 06: Gráfico do tempo em que vivem em Cachoeiro.

Até 5 anos

Entre 6 e 10 anos

Entre11 e 20 anos

Entre 21 e 30 anos

Acima de 31 anos

Não vive

CONVIVEU COM A ESTAÇÃO EM FUNCIONAMENTO

6% 2%3%

Sim

Não

12%

19%

58%

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

42% 58%

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

91


Porém quando indagado sobre o conhecimento sobre a história da

Outo questionamento foi a respeito se a área poderia se mais

estação verifica-se que Cachoeiro falha em passar sua história

valorizada obtendo 100% de respostas positivas, outra pergunta

principalmente para os mais jovens que não conhecem plenamente

realizada de forma a ser respondida de forma escrita permitindo

a história e a importância que a estação teve para o

que as pessoas respondessem mais livremente o que realmente

desenvolvimento de Cachoeiro e do estado do Espírito Santo.

pensavam foi “qual o principal problema da área?”, a maioria das respostas identificou como vulnerabilidade da região o descaso da

GRÁFICO 07: Gráfico tem conhecimento sobre a história da estação.

TEM CONHECIMENTO SOBRE A HISTÓRIA DA ESTAÇÃO Sim

Não

prefeitura perante a região, falta de segurança, moradores de rua, usuários de droga e o uso como estacionamento da maior parte da via, a seguir algumas respostas que se destacaram: “Atualmente é utilizada principalmente como via da Linha Vermelha, estacionamento e parada de ônibus. Infelizmente, nas proximidades da estação, instalam-se muitas pessoas usuárias de drogas o que dificulta ainda mais a revitalização do local.” (Roberta, entre 31 e 40 anos)

43% 57%

“Divulgação e investimento no museu que ali funciona. Além da segurança, que fica comprometida com a presença de muitos moradores de rua.” (Bianca, entre 21 e 30 anos) “Abandono e presença de moradores de rua e usuários de drogas que afastam o interesse das pessoas pelo local”. (Juliana, entre 31 e 40 anos)

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

“Falta de infraestrutura.” (Alessandra, entre 41 e 50 anos)

92


“A falta de manutenção da edificação e divulgação do museu ferroviário para fomentar o turismo.” (Ivani, entre 41 e 50 anos) “O lugar está um pouco abandonado e o local é muito escuro” (Maria Eduarda, até 18 anos) “A não conservação da área com sua real história” (Glaucia, entre 41 e 50 anos) “Descuido por parte dos órgãos públicos) (Cloves, acima de 51 anos)

A última pergunta também foi deixada em aberto para compreender o que as pessoas desejam para aquele local a partir da

“Uma sala de cinema com várias sessões. mostrando a hóstia e importância da estação para o cachoeirense. Em torno plantava árvores e faria várias oficinas literárias sobre o assunto. Montadas lanchonete com culinária típica da região e com vendedores cadastrados.” (Robson, entre 41 e 50 anos) “Área Verde, locomotiva ilustrativa, peças de trem, para o público relembrar como era a estação, Praça de alimentação, banheiros muitas árvores ao redor.” (Mauro, entre 41 e 50 anos) “Encontros escolares contando às crianças da Cidade que não conhecem a história como era a época de funcionamento da estação, sua função e como era importante, principalmente, para a economia da cidade.”

seguinte pergunta “Que tipo de atividades você gostaria que fossem

(Mirella, entre 21 e 30 anos)

exercidas na estação e no seu entorno para tornar mais atrativa para

“Uma praça com atividades para crianças.”

a população?”. As respostas evidenciaram que muitas pessoas almejam uma vida noturna na área como apresentações cinematográficas e bares, valorização do pedestre, requalificação da área, com áreas de lazer e que valorizem a história da região,

(Alessandra, entre 41 e 50 anos) “Melhor iluminado, com atividades culturais como exposição de artistas, enfim, fazer com que o local passe a ser mais frequentado.”

arborização, uma locomotiva demonstrativa, amostras artísticas,

(Paula, entre 41 e 50 anos)

área destinada a prática de esportes entre outros. Algumas

“Tirar a circulação dos carros dali colocar uma locomotiva na área para visitação e fazer um parque com área verde.”

respostas se destacaram das demais e serão destacadas a seguir.

(Jocimara, acima de 51 anos)

93


“Restaurantes, bares e Academia, coisas que valoriza o local”

4.2 SEMIÓTICA DO AMBIENTE URBANO

(Claudete, acima de 51 anos) “Um espaço cultural, talvez envolvendo os artesãos da cidade... recuperação do espaço. Quem sabe retomar o passeio de trem cultural. Eu tive este prazer, ir até Vargem Alta de trem.” (Glaucia, entre 41 e 50 anos)

Como complemento da análise comportamental foi elaborado um diagnóstico sobre a semiótica do ambiente urbano que nada mais é que, a percepção do ambiente e dos elementos que o compõem e geram sensações diferentes em cada pessoa que ocupa o espaço por

“Ali deveria funcionar um terminal de ônibus, para ajudar os usuários.”

um longo período ou não. Estas percepções são de grande

(Magaly, acima de 51 anos)

vão orientar o processo de concepção do projeto de requalificação

“Algo relacionado a saúde, como, atividades físicas, aulas de artesanato etc.”

da área em estudo. Sendo identificado microambientes distintos

(Renata, entre 41 e 50 anos)

atraem as pessoas para aquele local.

Com isso é possível perceber que a população almeja uma

A ambiência 1 possui um visual direto a partir do Rio Itapemirim

requalificação da Linha vermelha tornado a integrante do cotidiano

configurando um fator da linha de privilégio, caracterizado pela

da cidade a partir da inserção de novos usos devido seu grande

conexão sensorial entre os lados distintos da cidade. Esta

potencial histórico e urbano. E a partir das respostas obtidas através

percepção é enriquecida através dos conjuntos que compõe a

do questionaria é possível entender melhor as necessidades das

paisagem, resultado da soma das cores dos sons, cheiros e a brisa

pessoas e o que sentem falta na cidade, dessa forma realizando um

de uma área mais aberta e menos urbanizada, como do rio, do céu

projeto que atenda os desejos da população.

e dos sons dos pássaros, aos elementos construídos pelo ser

importância na medida que auxilia na elaboração de diretrizes que

dentro de uma mesma área, e elementos ancoras, ou seja, que

humano, como as pontes e as edificações na margem oposta do rio, sendo elementos característicos da orla, a pesca artesanal também é uma atividade percebida no contexto do local. 94


A ambiência 2 refere-se a um local de lazer ao ar livre, com

pessoas que por ali necessitam passar. Além de não possuir

diversos atrativos para diferentes idades, sendo frequentado

nenhum atrativo por não possuir nenhum outro uso a não ser o

principalmente por adolescentes e famílias com criança pequena.

museu e a noite um carro que vende Hamburguer. Se configura

Atualmente se encontra em péssimo estado de conservação sem

como uma área com aparência de abandono.

infraestrutura

adequada,

porém

possui

grande

potencial

paisagístico.

O último ambiente o 6 trata-se de uma área predominantemente residencial, se tornando perigosa pela falta de diversidade de uso.

Se tratando da ambiência 3, se caracteriza por uma área

Porem um ambiente tranquilo com baixo ruído e tráfego de

predominantemente comercial com grande fluxo de pessoas

veículos.

durante o horário de funcionamento das lojas e se tornando monótono no período noturno gerando grande insegurança durante, sendo sua principal vulnerabilidade a falta de uso misto. Ambiência 4 é marcada principalmente pela grande área utilizada informalmente como estacionamento, o que gera o trabalho informal de flanelinhas e lavadores de carro. Não apresenta atrativos e não concentra um grande fluxo de pessoas, sobretudo devido a presença de moradores de rua e usuários de drogas na praça do viradoro do trem, o que contribui ainda mais para a sensação de insegurança do local A ambiência 5 é onde se encontra a Estação Ferroviária. Se caracteriza pela via muito larga, que em alguns trechos não possui calçada, se tornado nada convidativa para o uso e permanência das

95


MAPA DE SEMIÓTICA DO AMBIENTE URBANO

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

96


97


98

5. QUINTA PARADA


5.1 ESTUDOS DE CASO

A proposta é baseada em um plano macro de intervenção a longo prazo. O principal objetivo é a diminuição gradual do fluxo de veículos no local, aumentando a permeabilidade da malha viária

5.1.1. REQUALIFICAÇÃO URBANA DO CENTRO HISTÓRICO DE SÃO JOSÉ – SC

através de novas conexões e incentivando o uso da BR-101 decorrente de um desvio no trânsito através da construção de uma alça de contorno da rodovia e foi buscado a privilegiar o pedestre.

Ficha técnica

Para ordenar a diversidade do tecido urbano, foram propostas camadas de intervenção sendo elas, orla marítima, conexões

Ano: 2014.

viárias, circulação de bicicletas, edifícios históricos, igrejas,

Local: São José – Santa Catarina

praças, percurso patronal, iluminação, vegetação e áreas verdes. A

(SC).Competição: Requalificação Urbana do Centro Histórico de

combinação desses elementos potencializa a dinâmica urbana já

São José - SC

que suas relações traduzem a complexidade do espaço público.

Premio : Primeiro Lugar

O principal da recentralização do centro e a valorização do

Projeto : Recentrar o Centro

patrimônio cultural e da paisagem natural, sendo esses os

Autores : Cássio Sauer , Camila Thiesen (Metropolitano

principais atrativos para o turismo do local, o foco e interligar

Arquitetos), Cássio Sauer e Elisa Martins (arquitetura pela rua),

novamente a cidade com água através de uma passarela projetada

Diogo Valls (Valls) e Jaqueline Lessa. , Ignacio de la Vega,

de forma a dar continuidade ao percurso de caminhada através da

Lucas Weinmann e Lucas Zimmer.

avenida Beira Mar, junto com ciclovia e novos acessos ao centro

O projeto contempla a requalificação de um trecho norte – sul entre

histórico e a proposta também visa reaver a possibilidade de reaver

duas igrejas históricas. Localiza-se na área central da cidade com

o transporte aquaviário.

várias edificações de grande relevância para a história da cidade e

Em relação aos espaços públicos eles foram reformulados sendo

espaços públicos.

escolhido

nova

pavimentação,

mobiliários,

iluminação

e

99


sinalização gráfica gerando uma identidade para o local e posteriormente podendo ser aplicado em outras partes da cidade. O

FIGURA 88: REQUALIFICAÇÃO URBANA DO CENTRO HISTÓRICO DE SÃO JOSÉ – SC

alargamento do passeio permite a colocação de mobiliários urbanos, arborização e iluminação pública, entendo a via como elemento estruturador da cidade conciliando o fluxo de pessoas e veículos, tornado ambientes urbanizados que favorecem a permanecia das pessoas e como contribuição foi proposto fachadas permeáveis. Em relação a praça buscou-se a valorização do patrimônio cultural ali existente através do resgate histórico entre a matriz e a orla, as praças são pensadas como espaços dinâmicos, proporcionando configurações multiplicas, compondo com os quiosques, espaços de estar e convivência. O parque do Beco da Carioca buscou a valorização do patrimônio natural e o córrego como elemento estruturante da paisagem, propondo o resgate histórico do conjunto edificado da bica, tornando o local um grande potencial de turismo. Foram propostos também espaços comerciais, com o objetivo. FIGURA 87: REQUALIFICAÇÃO URBANA DO CENTRO HISTÓRICO DE SÃO JOSÉ – SC

Fonte: Archdaily. Disponível em https://www.archdaily.com.br/br/01188243/primeiro-lugar-no-concurso-para-a-requalificacao-urbana-do-centro100 historico-de-sao-jose-sc

Fonte: Archdaily. Disponível em https://www.archdaily.com.br/br/01188243/primeiro-lugar-no-concurso-para-a-requalificacao-urbana-docentro-historico-de-sao-jose-sc


5.3 REQUALIFICAÇÃO URBANA EM VERANÓPOLIS- RS

na sustentabilidade ambiental, aumentando a coesão social e contribuído para a varejo do local. O desenho urbano contemplara, espaços de estar, favorecimento

Ano: 2019

do pedestre, ciclistas e meios de transporte coletivo, inexistência de desníveis e aplicação de piso podotátil, padronização das

Local: Rua Júlio de Castilho. Veranópolis/RS Autores: Bloco B arquitetura, Arquitetas: Camilla Ghisleni, Gabriela Favero E Júlia De Fáveri Estagiária: Fernanda Nunes e Giz de Terra, Arquiteta paisagista: Laura Rotter Área: aproximadamente 5.500 m² Projeto vencedor do concurso promovido pela prefeitura de Veranópolis, Rio Grande do Sul (RS), para a requalificação de um trecho da rua Júlio de Castilhos, o projeto contemplava um terreno de relevo montanhoso da serra gaúcha em uma área central, destino de férias desde o período da colônia portuguesa, dessa forma o projeto urbanístico do local contempla o contexto histórico

marquises e sinalização gráfica nos comércios, arborização urbana e enquadramento visual para a Igreja Matriz São Luís Gonzaga. Os materiais escolhidos visavam a facilidade de execução e manutenção, baixo custo e que pudesse ser adquirido no comercio local. O transito foi reordenado mantendo seus dois sentidos, porem reconfigurado a via mais estrita, destinando a maior parte para o uso de pedestres e ciclistas, foram destinados também locais estratégicos para estacionamento de carga e descarga de mercadorias e também para outros usos prioritários, e a utilização de uma parte da rua Júlio de Castilhos para atividades culturais e sociais e propõem seu fechamento em fins de semana.

e social da cidade assim como sua exuberante paisagem, tornando-

Em relação ao paisagismo foi pensado o emolduramento da igreja,

se assim um novo ícone turístico da região.

direcionando o olhar para a edificação histórica, além disso a

Não foi proposto apenas uma requalificação urbana mais também social, buscando gerar um grande impacto econômico e comercial para a região, assumindo o papel de melhoria da qualidade de vida,

vegetação foi disposta de forma assimétrica dos dois lados da rua, um sendo mais denso e o outro menos, criando sensações diferentes do espaço. Os canteiros garantem a permeabilidade, as vegetações

101


arbustivas ficam perto dos mobiliários para trazer a sensação de

FIGURA 90: Requalificação Urbana em Veranópolis- RS

aconchego, sendo buscado sempre espécies da região. Os pergolados além de ser decorativos, são pontos estratégicos na rua já que trazem painéis informativos sobre a história do local e pontos turísticos. Dessa forma o projeto favorece o convívio social e fluxo de todos os tipos de locomoção sem interferências, certificando a área como apropriada para o uso de todas as idades, onde todos se sentem parte integrante do espaço através de um desenho urbano que integra o antigo ao moderno, integra o espaço público ao privado e garante uma maior qualidade de vida para os frequentadores. FIGURA 89: Requalificação Urbana em Veranópolis- RS

Fonte: Archdaily. Disponível em https://www.archdaily.com.br/br/916652/bloco-barquitetura-vence-concurso-para-requalificacao-urbana-em-veranopolis-rs

102

Fonte: Archdaily. Disponível em https://www.archdaily.com.br/br/916652/bloco-barquitetura-vence-concurso-para-requalificacao-urbana-em-veranopolis-rs


5.4 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS

Jacobs. O grande fluxo de carros também é um problema do local juntamente com a ampla área destinada a estacionamento atraindo muitos flanelinhas e lavadores de carro o que acaba gerando o

Por fim, através dos estudos e análises é possível entender a importância histórica que a Estação Ferroviária possui tanto para o desenvolvimento de Cachoeiro de Itapemirim, quanto para o estado do Espírito Santo, sendo inegável reconhecer que a população também entende esse complexo como um bem precioso e que deve ser melhor tratado pelos órgãos públicos de forma a torná-lo parte integrante do cotidiano da cidade.

privilégio ao carro em detrimento do pedestre. Portanto, é muito importante que se incentive na área, por meio de intervenções, o trafego de veículos de média e baixa velocidade, que se amplie as calçadas e as tornem adequadas de modo a permitir que as pessoas vivenciem mais o local transitando a pé por ele, permanecendo apenas com vagas que não atingem negativamente o ambiente histórico para não prejudicar essa área tão comercial. Também é

Com isso é de extrema importância pensar em diretrizes para a

importante incentivar na cidade meios de transporte não

requalificação do local que possui um grande potencial paisagístico

motorizados, como as bicicletas por meio da implantação de

seja pelos seus aspectos físicos ou históricos. Como Cachoeiro é

ciclovias e ciclofaixas que atualmente não existem no local.

muito quente, estratégias de conforto térmico através do paisagismo e de técnicas arquitetônicas são muito importantes para o projeto de forma a tornar o local agradável e convidativo para as pessoas, incentivando a permanência além de favorecer o conforto térmico também do centro. Outro ponto é a baixa diversidade de uso da região e, consequentemente, a monotonia, principalmente no horário noturno. Essa falta de uso gera grande insegurança, sendo importante incentivar o uso misto que funcione em diferentes

Em relação as vias de tráfego de veículos, podem ser consideradas adequadas. Porém, necessitam de manutenção e na rua que efetivamente ocorrerá a intervenção é importante pensar em pavimentações que incentivem o tráfego mais lento dos veículos, como o paralelepípedo. Por fim, essas foram as principais análises realizadas para o Trabalho de Conclusão de Curso I (TCC), sendo realizado também uma primeira proposta em forma de bolhas, sendo as próximas etapas incluindo a de projeto realizadas no TCC II.

horários, impulsionando a vigilância cidadã tão defendida por Jane 103


DIAGRAMA CONCEITUAL DE AÇÕES

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

104


105

6. ÚLTIMA PARADA


6.1 DIRETRIZES DO PROJETO

na área. Dessa forma, se pretende atingir o grande objetivo da proposta de intervenção que é valorizar novamente a área e fazer com que as pessoas voltem a utilizar o local com lazer adequado,

6.2 PILARES E MOTIVAÇÃO

além de permitir que as pessoas vivenciem a cidade com qualidade

O direito de viver a cidade de garantir a caminhabilidade, valorizar

e valorizar o patrimônio ali existente.

o patrimônio cultural que marca a história da cidade, garantir diversidade de usos e dar identidade para o local de forma a integrálo novamente na dinâmica do centro são os pilares da intervenção

6.3 DIRETRIZES E DESAFIOS DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

urbana proposta. Mas o que realmente importa são as pessoas, a relação entre si, o que desejam para acidade, o que leva a definição

6.3.1 DIRETRIZES

do primeiro conceito ESPAÇOS PARA PESSOAS, onde possam

As diretrizes propostas anteriormente no capítulo 3 no tópico de

vivenciar a cidade com qualidade, se exercitar, passar o tempo, com um grande número de atividades que atendam todas as idades.

potencialidades e vulnerabilidades foram levados em conta para as diretrizes do projeto sendo acrescido mais algumas.

O segundo conceito está relacionado ao que já EXISTE NO LOCAL e o principal objetivo dessa proposta a valorização da antiga estação ferroviária. É necessário mostrar a importância do patrimônio para a sociedade já que, o patrimônio permite o resgate da memória e da identidade de um local. Portanto, é de interesse de todos que sejam revitalizados para que sua história perdure pelo tempo. Sendo importante lembrar que onde ocorre a intervenção não é uma tela em branco sendo de extrema importância levar em

Trazer usos diversificados para a área através da sua requalificação;

Valorizar a história do local;

Valorizar a área por meio de novos usos e incentivar a valorização da cultura, lazer e do turismo local;

Propor paisagismo adequado e que favoreça o conforto térmico da área;

Reinserir a estação no cotidiano da cidade, transformandoa em museu ferroviário;

Reestruturar a via que será realizada a intervenção urbana.

consideração e trabalhar com o que já existe na área, conciliando e resolvendo as potencialidades e fragilidades citadas anteriormente

106


Incentivar o fluxo de veículos de média e baixa velocidade; •

Privilegiar o pedestre com espaços públicos de qualidade, incentivando o uso em horários diversificados do dia;

Propor um mirante com vista para o rio Itapemirim e o pico do Itabira de modo a valorizar os visuais relevantes;

 

Instalar banheiros públicos: Implantar posto informação turística próxima a estação;

Propor meio de transporte não motorizado através da

Levar tecnologia e inovação ao local, sem apagar suas referências históricas e culturais;

Se tornar uma referência urbana;

6.4 PROJETO 6.4.1 PROGRAMAS EXISTENTES

ciclovia.

6.3.2 DESAFIOS Fazendo um levantamento das atividades existentes na região é 

Trazer para o local diversidade de usos;

Unidade;

Resgatar e revalorizar o sentimento de pertencimento;

Ser um convite ao convívio das pessoas no centro;

Valorizar a história, mas modernizando a área;

Utilização plena de todo espaço;

Conciliar a intervenção com os eventos que ocorrem

possível enxergar potencialidades, de forma que o programa proposto valorize o existente, além de propor o novo. Próximo a área de intervenção existe a praça de Fátima que oferece diversas atividades como áreas recreativas e de esporte para pessoas de diferentes idades que apesar de estar em um estado precário atualmente só necessita de uma reforma para se tornar um local atrativo novamente.

Academia

eventualmente na área; Parque

107


as outras categorias de forma a garantir a diversidade de usos e a Pista de skate

Área de teatro

movimentação no local em diferentes horários do dia, se tornando uma área pública de referência para Cachoeiro. GRÁFICO 08: Proposta de usos

PROPOSTA DE USOS Mesa de xadrez

Segurança Lazer Paisagismo

6.4.2 PROGRAMA DESEJADO Para identificar as demandas mais fortes por parte da população

Alimentação Mobilidade Locomotiva

7% 9%

Cultura Saúde

6% 18%

com o objetivo de definir os usos mais adequados para a área de

7%

intervenção foi computado em forma de gráfico as 65 respostas obtidas no formulário online da pergunta “Que tipo de atividades você gostaria que fossem exercidas na estação e no seu entorno

4% 33% 16%

para tornar mais atrativa para a população?”. As respostas foram agrupadas em 8 categorias: segurança (4%), alimentação (16%),

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

cultura (33%), lazer (9%), mobilidade (7%), saúde (6%), paisagismo (18%) e um número significativo de pessoas expressaram o desejo de ter uma locomotiva no local (7%). A partir dessa análise foi possível perceber que as pessoas mais desejam atividades relacionadas a alimentação, cultura e paisagismo. No entanto, ficou evidente que é importante inserir no local também

108

A partir dos desejos demonstrados na pesquisa e verificando também a real demanda do local foi elaborado uma tabela com o plano de necessidades para a intervenção urbana onde utilizou-se 7 dos critérios anteriores sendo eles, segurança, alimentação, cultura, lazer, mobilidade, saúde e paisagismo, garantindo a


diversidade de usos em toda a área e dando novas funções para o museu ferroviário. TABELA 10: Usos propostos

USOS PROPOSTOS Quiosques Área para food truck Área de piquenique Área para feiras de artesanato Mural sobre a história de Cachoeiro Espaço para apresentações Cultura culturais. Área de exposição. Área de apresentações culturais e filmes. Museu ferroviário. Parque infantil com brinquedos acessíveis Pet Park Entretenimento Jogos de mesa Fonte dançante Mirante na caixa d’água Ciclovia Paraciclos Mobilidade Melhorar o ponto de ônibus Alimentação

Saúde Descanso

Paisagismo

Alargar calçadas Garantir a acessibilidade Aulas de dança e esporte Mobiliários e áreas que tragam conforto para o usuário Nova arborização do local Pavimentação adequada

Fonte: Elaborado pela autora, 2019

6.4.3 PROPOSTAS EM BOLHAS DA ÁREA DE INTERVENÇÃO O processo de projeto iniciou-se pelo diagrama de bolhas para definir a localização a setorização dos usos da área de intervenção, de modo a tornar a região mais convidativa, com um fluxo adequado e usos bem distribuídos, de modo a incentivar a diversidade em toda sua extensão.

109


DIAGRAMA DE BOLHAS MUDANÇA VIÁRIA

Fonte: 110Elaborado pela autora, 2019.


DIAGRAMA DE BOLHAS 1° PROPOSTA DE USOS

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

111


6.4.4 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

Dessa forma foram selecionados alguns conceitos para nortear o projeto: história, conservação, vivência e integração. A partir desse pressuposto, a história da estação foi utilizada como balizadora do

O desenvolvimento do projeto tomou como base a teoria da conservação integrada difundida na Declaração de Amsterdã (1975) que propõe a integração do patrimônio cultural com o meio urbano. A partir das diretrizes difundidas pela Carta, adotou-se algumas diretrizes para a elaboração do projeto. Inicialmente foi pensado de que maneira a área poderia ser valorizada eliminando a partir do desenho urbano seus maiores defeitos - a questão da presença de usuários de drogas, a falta de calçadas para o incentivo ao pedestre e de que maneira tornar o edifício histórico o ponto focal da rua. Sem esquecer de que é uma área subutilizada na maior parte do tempo, apesar de estar em uma área central com comércio próximo. Eventualmente, ocorrem comemorações nessa rua sendo assim a proposta deve comportar ainda esse tipo de ocupação eventual. Pautado nas considerações do tópico D da Carta:

projeto sendo retomada a partir de materiais e áreas culturais e de contemplação, a vivência se baseou na reformulação da estrutura da área e da inserção de novos usos que contribui para a conservação do patrimônio existente, integrando a área novamente no contexto do centro da cidade. O ponto inicial da proposta se se deu na reformulação da estrutura viária, sempre pensando na valorização do pedestre e no incentivo da diminuição do uso do veículo através de calçadas mais largas favorecendo assim a caminhabilidade o piso escolhido para isso foi as placas pré moldadas de concreto drenante que possui uma superfície monolítica garantindo a acessibilidade plena e uso pontual de deck de madeira dormente ripada, foi pensado também no conceito de traffic calming que busca manter a velocidade mais baixa em ambientes urbanos o que contribui para tornar a vivencia entre pedestres e ciclistas melhor é uma alternativa para que as ruas sirvam de forma democrática para todos, incentivando a busca por

“A conservação do patrimonio arquitetônico deve ser considerada não apenas como um problema marginal, mas como objetivo maior do planejamento das áreas urbanas e do planejamento físico territorial” (PG: 02)

outros meios devido aumentar a segurança para quem opta por deslocamentos não motorizados. Sendo a implantação do traffic calming cercada de diversas medidas para garantir a moderação do tráfego no caso da

112


intervenção proposta será feita a mudança no traçado da via com o

FIGURA 92: Perfil viário.

alargamento das calçadas a inserção de uma ciclovia sendo está passando para perto do muro ao chegar próximo à estação para não prejudicar o ambiente histórico e o estreitamento da via de tráfego de veículos com apenas um acesso para a área, também será adotada a rua compartilhada ou seja as calçadas e a via estarão no mesmo nível contribuindo também para a diminuição da velocidade, além de ter sido escolhido o piso intertravado para via que é mais trepidante que o asfalto fazendo com que se reduza a

FONTE: Elaborado pela autora, 2019

velocidade. As vagas de estacionamento serão realocadas para um terreno vazio próximo à área. FIGURA 91: Esquema da mudança viária proposta

PROPOSTA VIÁRIA

CICLOVIA FIGURA 92: Perfil viário.

ATUALMENTE

RUA

FONTE: Elaborado pela autora, 2019

113


A vivência do espaço foi pesada através da valorização da história

teatro entre outras, como apoio foi projetado um deck que possui

do local e a partir da inserção de novos usos e por consequência na

alguns mobiliários fixos mas também uma grande área livre que

ambientação dos espaços, buscando dessa forma que as pessoas se

pode ser ocupada da melhor maneira para cada atividade.

apropriem da área de forma que se torne importante e as pessoas

FIGURA 93: Área de foodtruck

sintam que fazem parte daquele e espaço e que por isso precisam preservá-lo, sendo esse também um tema abordado pela Carta de Amsterdã no trecho “Uma política de conservação implica também a integração do patrimônio na vida social.” (pg.6) e também no tópico que diz:

“O patrimônio arquitetônico não sobreviverá a não ser que seja apreciado pelo público e especialmente pelas novas gerações. Os programas de educação em todos os níveis devem, portanto, se preocupar mais intensamente com essa matéria.” (pg.2)

Sendo assim foi implantada uma área livre destinada para a ocupação de foodtruck, feiras de alimento e artesanato além de poder ser ocupado em dias de festa, esse local possui alguns equipamentos fixos para dar suporte as atividades. Como apoio a toda extensão da área de projeto nesse local foi implantado um banheiro feminino, masculino e acessível. Um dos pontos muito sugeridos pelos entrevistados foi a questão cultural e de esportes para isso foi pensado em um palco onde poderá ocorrer apresentações culturais, exibição de filmes, aulas de dança, música 114

FONTE: Elaborado pela autora,2019.


FIGURA 94: Banheiro.

FIGURA 96: Deck de apoio.

.FONTE: Elaborado pela autora,2019.

FONTE: Elaborado pela autora,2019.

FIGURA 95: Deck de apoio a noite.

FIGURA 97: palco.

FONTE: Elaborado pela autora,2019.

FONTE: Elaborado pela autora,2019

115


Próximo aos usos anteriores foi posicionada uma área verde com 2

FIGURA 98: Viradouro do trem.

pergolados e mesas de piquenique sendo uma área destinada a esses usos, mas também para a prática de ioga e relaxamento a sombra das árvores, nesse local foi posicionado o resquício do antigo Viradouro do trem que faz parte do patrimônio remanescente do local. Em sequência foi posicionado o primeiro Playground infantil existindo outro no lado oposto da área próximo ao ponto de ônibus, sendo assim os dois possuem a mesma linguagem com piso emborrachado colorido conforme o projeto e mobiliários fixos de apoio aos pais e de sombreamento. E apesar de possuir brinquedos rotineiros como balanço, escorregador, gangorra entre outros também foi pensado em outros mais lúdicos para que a criança se apropriasse da forma que achar mais

FONTE: elaborado pela autora,2019 FIGURA 99: Área de piquenique.

adequado com aberturas e diferentes alturas, também foi implantada uma fonte dançante, uma brincadeira com água para minimizar o clima de Cachoeiro que funcionará eventualmente, o primeiro parque ainda conta com a representação de um trem, sendo uma referência lúdica a estação ferroviária. Também foi implanto um pet park que contempla uma área gramada com brinquedos para os animais e bancos e lixeira de suporte para seus donos.

FONTE: Elaborado pela autora,2019

116


FIGURA 100: Playground 01.

FIGURA 102: Playground 01.

FONTE: elaborado pela autora,2019.

FONTE: elaborado pela autora,2019.

FIGURA 101: Playground 01.

FIGURA 103: Pet park.

FONTE: elaborado pela autora,2019.

FONTE: elaborado pela autora,2019.

117


FIGURA 104: Playground 02.

FIGURA 105: Área de jogos.

FONTE: elaborado pela autora,2019.

FONTE: elaborado pela autora,2019.

Para atrair também o público mais jovem além do palco que

FIGURA 106: Quiosque.

oferecera diversas atividades foi pensado em um pergolado de jogos que contará com mesas de xadrez, futebol de mesa e tênis de mesa. No projeto também foi espalhado por toda a extensão da intervenção quiosques que possuam usos que funcionem em diferentes horários do dia para garantir a movimentação da área e a vigilância cidadã aumentando a segurança da região, os usos propostos para esses são de, cafés, barzinho, restaurante, lanchonete entre outros que se integram bem à dinâmica do centro. Para as áreas que possuem quiosques foi projetado equipamentos urbanos que dão apoião a esse uso como mesas, bancos e lixeiras.

118

FONTE: elaborado pela autora,2019.


FIGURA 107: Quiosque.

Para dar suporte ao turismo e a estação ferroviária foi posicionado próximo a ela um ponto de atendimento ao turismo e venda de souvenirs e também uma área cultural para a exposições itinerantes que valorizem a cultura e a arte com sua estrutura interna móvel de forma que possa ser ocupado de diferentes maneiras. É importante frisar que todos os equipamentos citados anteriormente como bancos, mesas, lixeiras, pergolados, quiosques entre outros seguem todos a mesma linguagem que será melhor abordada nos capítulos subsequente.

FONTE: Elaborado pela autora,2019.

FIGURA 109: Área de exposição.

FIGURA 108: Quiosque.

FONTE: Elaborado pela autora,2019.

FONTE: Elaborado pela autora,2019.

119


FIGURA 110: Área de exposição.

Alguns usos foram mantidos porém requalificados para trazer maior conforto para os usuários como foi o caso da banca de revistas já existente que passou a ter um designer mais moderno seguindo a linguagem dos outros equipamentos tais como o ponto de ônibus que além de melhoras sua estrutura e inserindo tecnologia que facilite o monitoramento e horário dos ônibus, foi realizado um recuo para os ônibus pararem sem atrapalhar o fluxo de carros, atrás do ponto de ônibus foi posicionado paraciclos. Ademais, foi proposto um recuo para os carros de aplicativos buscarem passageiros com segurança e uma floricultura que se

FONTE: Elaborado pela autora,2019. FIGURA 111: Atendimento ao turista.

integra ao paisagismo da área. FIGURA 112: Banca de jornal.

FONTE: Elaborado pela autora,2019. FONTE: Elaborado pela autora,2019.

120


FIGURA 113: Ponto de ônibus.

FIGURA 115: Floricultura.

FONTE: Elaborado pela autora,2019

FONTE: Elaborado pela autora,2019

FIGURA 114: Recuo para ônibus e veículo de aplicativo.

Em relação ao patrimônio remanescente na área foi levado em consideração um trecho da Carta de Amsterdã que diz:

“(...) Ficou demonstrado que as construções antigas podem receber novos usos que correspondem às necessidades da vida contemporânea (...)” (pg.3)

Com isso foi proposto que o prédio da estação ferroviária hoje subutilizado com apenas duas alas destinadas ao museu, outra ao administrativa e o primeiro pavimento não possuindo nenhum tipo FONTE: Elaborado pela autora,2019

de uso seja inteiramente destinado a memória da ferrovia, a

121


proposta é que além do museu convencional com a exposição de

FIGURA 116: Caixa d’água.

pesas antigas também tenha áreas interativas por meio da tecnologia que conte a história de Cachoeiro e também das ferrovias levando modernidade para o museu e prendendo a atenção da nova geração que é tão ligada a tecnologia. Em frente ao museu foi pensada uma área de contemplação em um deck de madeira feito com dormentes ferroviárias ripadas e mesclando de forma lúdica água e vegetação que além de mexer com os sentidos como audição e olfato também contribui para a diminuição da temperatura no microclima local. Outro elemento que passou a ter um novo uso foi a caixa d’água que passou a ser um mirante que busca valorizar a vista para a área de intervenção do alto e os visuais para o rio Itapemirim e o pico do Itabira, seu aceso se dá de

FONTE: Elaborado pela autora,2019 FIGURA 117: Área de contemplação.

maneira cessível pelo elevador panorâmico e também por uma parede de escalada em uma de suas laterais. E a antiga área de espera do trem que anteriormente possuía uma cobertura de telhado colonial e atualmente só existia os ferros estruturais foi adotado uma cobertura vegetal para remeter ao que era antes e se tornar um local sombreado para o descaço e convivência.

FONTE: Elaborado pela autora,2019.

122


FIGURA 118: Estação ferroviária.

FIGURA 120: Antiga área de espera do trem.

FONTE: Elaborado pela autora,2019.

FONTE: Elaborado pela autora,2019.

FIGURA 119: Estação ferroviária.

Além disso, durante toda a extensão do projeto, foram pensadas áreas de permanência e descanso com banco e vegetação para amenizar o clima do local e ser um convidativo para as pessoas. Também foi inserida uma nova iluminação mais adequada para a região.

FONTE: Elaborado pela autora,2019.

123


124

FIGURA 121: Área de permanência.

FIGURA 123: Área de permanência.

FONTE: Elaborado pela autora,2019.

FONTE: Elaborado pela autora,2019.

FIGURA 122: Área de permanência.

FIGURA 124: Área de permanência.

FONTE: Elaborado pela autora,2019.

FONTE: Elaborado pela autora,2019.


Para a realização e financiamento do projeto foi adotada outra

Com isso, o grande objetivo de toda a proposta pode ser atingido -

diretriz proposta pela carta de Amsterdã:

a valorização do patrimônio cultural de forma a entregá-lo novamente na dinâmica do centro da cidade de modo a tornar o

“Para fazer face aos custos de restauração, planeja mento e conservação das construções e sítios de interesse arquitetônico ou histórico, uma ajuda financeira adequada deve ser colocada á disposição dos poderes locais e de proprietários particulares; além disso, para estes últimos, incentivos fiscais deverão ser previstos.” (pg. 2)

local um espaço de vivência para população, além de um espaço público de referência. Nos tópicos seguintes será melhor detalhado as diretrizes de escolha de vegetação, paginação, iluminação, mobiliário entre outros.

A partir disso é proposto que o investimento feito para a realização do projeto parta da iniciativa privada, já que a cidade de Cachoeiro possui muitas empresas grandes como de laticínios e marmorarias. Essas empresas geram impactos ambientais pela extração do mármore sendo uma forma de compensação para sociedade, além de propor também incentivos fiscais para ocorrer esse financiamento. Por fim, o projeto buscou trazer diversidade de usos para garantir a vigilância cidadã tão defendida pela autora Jane Jacobs, fazendo com que o local seja ocupado em diversos horários do dia, e os conceitos já ditos em capítulos anteriores do livro “Cidade para Pessoas” de Jan Gehl que visa a construção de espaços pensados para as pessoas, que sejam atrativos, que supram as suas necessidades fazendo que se sintam integrantes daquela paisagem.

125


6.4.5 PLANTAS E CORTES

126


Playground com fonte dançante

Mirante na antiga caixa d'água

Parte do antigo Viradouro do trem.

Atendimento ao turista e venda de souvenirs Criado para valorizar a vista para o Rio Itapemirim e para o pico do Itabira, acessado por elevador ou parede de escalada.

Área de foodtruck e feiras Área livre destinada a eventos ocasionais e ocupação por Foodtruck e feiras de alimento e artesanato

Traffic calming Estação ferroviária Os dois pavimentos serão destinados exclusivamente para o museu ferroviário, valorizando a história do local.

Área de piquenique

Floricultura

Área de jogos

Ciclovia Meio de transporte alternativo

Banca de jornal

10

11

12 12

14 10

13

06

07

08

05

09

02

19

12

17

10

07 08

21

18

16 15

01

Medida tomada para valorizar o pedestre, para isso ocorreu o estreitamento da via e a troca da pavimentação para piso intertravado além de por a via no nível das calçadas.

12

12

20

03 04

Playground com fonte dançante.

PLANTA BAIXA IMPLANTAÇÃO escala 1:1000

Área de contemplação Área de exposição

Espaço de apresentações Deck de apoio ao espaço de apresentação.

Ponto de ônibus

Área destinada para a realização de aulas de dança, exibição de filmes e apresentações artísticas e culturais.

exposição fixa sobre a história de Cachoeiro e etinerantes Pet parque

Eixo de valorização da estação, demarcado com espelho d'água, fonte, vegetação e balizadores

Muro com vegetação e arte

Paraciclo

O muro servirá como mural itinerante.

IMPLANTAÇÃO

PISOS

09 Pet park

13 Mirante na caixa d'água

17 Estação ferroviária

10 Áreas de descanço

14 Suporte ao turista

18 Vestígio da área de espera do trem.

07 Playground

11 Área de jogos

15 Área de exposição

19 Floricultura

08 Fonte dançamte

12 Quiosques

16 Área de contemplação

20 Ponto de ônibus

01 Área de foodtruck e feiras

05 Área de piquenique

02 Banheiros

06

03 Deck de apoio ao espaço de apresentação 04 Espaço de apresentaçôes

Vestígios do Viradouro do trem

21 Banca de jornal

Piso pré moldado de concreto drenante pigmentado de acordo com o RGB: 195,170,143. Piso pré moldado de concreto drenante pigmentado de acordo com o RGB: 115,104,91. Piso de madeira utilizando dormentes. Piso intertravado cinza claro. Piso podotátil cinza claro

PELOS TRILHOS DO TREM: REQUALIFICAÇÃO DO COMPLEXO DA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA EM CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM / ES

01 /06


A

A

B

B

2

1

PLANTA BAIXA PAISAGISMO escala 1:1000

Árvore existente

Mirindiba

Ipê amarelo

Ipê roxo de bola

1

Ipê branco

Guariroba

Araçá

2

PELOS TRILHOS DO TREM: REQUALIFICAÇÃO DO COMPLEXO DA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA EM CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM / ES

02 /06


-1,00

10

VEGETAÇÃO Ipê amarelo

Mirindiba

Ipê roxo de bola

Ipê branco

Araçá

Grama esmeralda

Lírio amarelo

Lantana

Jiboia verde

Árvore existente

11 +0,00

+0,00

Grama amendoim

+0,00

06

07

08

EQUIPAMENTOS 09

05 +0,00

01

02

Primavera

Deck de apoio ao espaço 04 Espaço de 01 Área de foodtruck e feiras 02 Banheiros 03 de apresentação apresentaçôes Vestígios do Viradouro 07 Playground 06 05 Área de piquenique do trem 08 Fonte dançamte

03

09 Pet park

10 Áreas de descanço

11 Área de jogos

PISOS 04

Piso pré moldado de concreto drenante pigmentado de acordo com o RGB: 195,170,143. Piso pré moldado de concreto drenante pigmentado de acordo com o RGB: 115,104,191.

Piso emborrachado pigmentado de acordo com o RGB: 195,170,143. Piso emborrachado pigmentado de acordo com o RGB: 115,104,191. Piso emborrachado pigmentado de acordo com o RGB: 115,104,191. Piso emborrachado pigmentado de acordo com o RGB: 115,104,191.

Piso de madeira utilizando dormentes. Piso intertravado cinza claro. Piso podotátil cinza claro

PLANTA BAIXA SETOR 01 escala:1/500

MOBILIÁRIO Área de jogos

Playground

Área de piquenique Pergolado

Banco

Espreguiçadeira

Poste 1

Poste 2

Balizador

Mesa

SETOR 1

+0,00

+0,00

CORTE SETOR 01 escala:1/250

Deck de apoio

Palco PLANTA BAIXA INDICAÇÃO DO SETOR escala 1:1500

PELOS TRILHOS DO TREM: REQUALIFICAÇÃO DO COMPLEXO DA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA EM CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM / ES

03 /06

Mesa


VEGETAÇÃO Ipê roxo de bola

Mirindiba

Árvore existente

Ipê amarelo

-0,60

12

Ipê branco

Araçá

Guariroba

Grama esmeralda

Grama amendoim

Lírio amarelo

Jasmim amarelo

Jiboia verde

-0,60 14

12

-1,10

10

12

17

13 +0,60

i=8,33%

18

Ipomeia

Primavera

Ave do paraiso

Curcúligo

+0,00

+0,00

EQUIPAMENTOS

+0,00 16

15

12

10 Áreas de descanço

12 Quiosques

15 Área de exposição

16 Área de contemplação

13 Mirante na caixa d'água 17 Estação ferroviária

14 Suporte ao turista 18 Vestígio da área de espera do trem.

PISOS Piso pré moldado de concreto drenante pigmentado de acordo com o RGB: 195,170,143. Piso pré moldado de concreto drenante pigmentado de acordo com o RGB: 115,104,191.

Piso de madeira utilizando dormentes. Piso intertravado cinza claro.

Piso podotátil cinza claro PLANTA BAIXA SETOR 02 escala 1:500

MOBILIÁRIO Quiosque

Museu da Estação Ferroviária

Pergolado

Banco

Mesa

Poste 1

Poste 2

Balizador

Mesa

SETOR 2

+0,60

-0,40 +0,00

- 0,60

CORTE SETOR 02 escala 1:250

Muro com arte

Área de contemplação PLANTA BAIXA INDICAÇÃO DO SETOR escala 1:1500

PELOS TRILHOS DO TREM: REQUALIFICAÇÃO DO COMPLEXO DA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA EM CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM / ES

04 /06


VEGETAÇÃO

-1,00 07

10

Ipê amarelo

Mirindiba

Ipê roxo de bola

Ipê branco

Araçá

Grama esmeralda

Alecrim

Lantana

Jiboia verde

Árvore existente

Grama amendoim

-0,20 21

18 19 18

i=8,33%

Primavera

-0,10

+ 0,00

Ipomeia EQUIPAMENTOS

+ 0,00

07 Playgound 10 Áreas de descanço + 0,00

20 Ponto de ônibus

19 20 12

12 Quiosques

18 Vestígio da área de espera do trem.

19 Floricultura

21 Banca de jornal

PISOS Piso pré moldado de concreto drenante pigmentado de acordo com o RGB: 195,170,143. Piso pré moldado de concreto drenante pigmentado de acordo com o RGB: 115,104,191. Piso de madeira utilizando dormentes. Piso intertravado cinza claro.

PLANTA BAIXA SETOR 03

Piso emborrachado pigmentado de acordo com o RGB: 195,170,143. Piso emborrachado pigmentado de acordo com o RGB: 115,104,191. Piso emborrachado pigmentado de acordo com o RGB: 115,104,191. Piso emborrachado pigmentado de acordo com o RGB: 115,104,191.

escala 1:500

Piso podotátil cinza claro Playground

Muro com arte

Ponto de ônibus

MOBILIÁRIO Pergolado

Banco

Mesa

Poste 1

Poste 2

Balizador

Mesa

SETOR 3

0,30

+0,00

+0,00

-1,00

CORTE SETOR 03 escala 1:500

Antiga área de espera do trem Banca de jornal

Paraciclo

PLANTA BAIXA INDICAÇÃO DO SETOR escala 1:1500

PELOS TRILHOS DO TREM: REQUALIFICAÇÃO DO COMPLEXO DA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA EM CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM / ES

05 /06


CORTE AA

Quiosque

Área de jogos

sem escala

Atendimento ao turista

Mirante

CORTE BB sem escala

Muro com arte e história da estação

Banca de jornal

Museu ferroviário

Quiosque

Bancos

Vestígio da antiga espera do trem

Ponto de ônibus

Quiosque

Área de contemplação

Área de exposição

Quiosque

PELOS TRILHOS DO TREM: REQUALIFICAÇÃO DO COMPLEXO DA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA EM CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM / ES

Pet park

Piquenique

Playground Palco

Área de foodtruck

06 /06


6.4.6 DIRETRIZES PARA AS CASAS SINGULARES

FIGURA 125 : Paletas de cores.

A partir do mapa de edificações tombadas e singulares e das tabelas de edificações tombadas e singulares - mostradas no tópico 3.3.6 denominado edificações de relevância histórica-, foram propostos diretrizes gerais para essas, apesar de elas não estarem todas em um mesmo período arquitetônico. Essa proposição busca preservar essas edificações e contribuir para a não descaracterização de sua arquitetura. Vale ressaltar que não é descartada a hipótese das edificações não sinalizadas como singulares utilizarem as diretrizes propostas com o objetivo de trazer maior harmonia para o local. Para o estudo das cores das fachadas buscou-se trazer a paisagem local como referência. O resgate de cores tradicionais para as edificações visa trazer harmônica e valorizar sua ambiência. Para isso, foi utilizada uma foto onde mostra o Rio Itapemirim e ao fundo a pedra do pico do Itabira referencial para quem chega em Cachoeiro. Para isso foi utilizado o aplicativo Adobe Capture que gerou as seguintes paletas de cores com os RGBs respectivos podendo ocorrer alterações na escala de saturação branco ou preta.

133


A partir da paleta definida, apresentam-se as recomendações para pintura das fachadas das edificações do entorno da estação ferroviária. As cores a serem aplicadas nos diversos elementos que compõe as fachadas devem seguir as relações abaixo: 1 – Os ornatos e frisos quando existentes devem ser pintados em tons contratantes que o fundo das paredes, de forma a valorizar esses elementos. 2 – Recomenda-se que os gradis e muros sejam pintados em cores contrastantes do que aquelas empregadas nas esquadrias ou seguindo as cores das paredes da edificação. 3 – As cores das esquadrias se essas forem relevantes para arquitetura da edificação podem se manter em tons mais claros, assim como os ornatos, ou em tons contrastantes com o fundo das fachadas. 4 – Quando houver necessidade de se utilizar porta de aço de enrolar, sua pintura deverá seguir a mesma cor usada nos gradis ou nas esquadrias. Algumas casas singulares:

Fonte: elaborada pela autora, 2019 134


FIGURA 126: casa singular.

FIGURA 128: Casa singular.

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019 FIGURA 127: casa singular.

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019 FIGURA 129: Casa singular.

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019 Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019

135


FIGURA 130: Casa singular.

Também foram elaboradas diretrizes para letreiros e anúncios. Dessa forma, recomenda-se que todos os anúncios indicativos ou publicitários nos prédios que compõem o entorno da estação deverão obedecer aos critérios descritos a seguir. A recomendação é que somente possam ser colocados anúncios perpendiculares e paralelos nas fachadas, sendo apenas permitidos os anúncios indicativos, ou seja, com o nome da loja ou das lojas que estão abrigadas na edificação. No último caso, deverá ser dividido o letreiro entre as lojas, ao critério dos anunciantes. É permitido o uso de iluminação nos letreiros. Os

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019 FIGURA 131: Casa singular.

mesmos podem ou não ter uma base. Caso não tenham, os elementos podem ser aplicados diretamente na fachada, mas de forma que não comprometa a estética da edificação que possa ser retirado posteriormente sem comprometer a fachada. Outras diretrizes são ainda estabelecidas: 1 – Serão permitidos somente letreiros no pavimento térreo. 2- Deverão ser fixados na parede, desde que respeite uma altura livre de 2,80m do passeio à face inferior do anúncio. 3– Será permitida a utilização dos seguintes materiais: acrílico ou similar e chapas de madeira, vidro e metal.

Fonte: Arquivo pessoal da autora. 05 de maio de 2019

136


4 – As dimensões do letreiro não poderão comprometer o entendimento da fachada (os elementos arquitetônicos que o compõem). 5 – Não poderá cobrir elementos construtivos que façam parte da morfologia original da fachada, tais como: colunas, portas de madeira e outros. Em relação aos toldos poderão ser fixos ou móveis, de materiais que não contraste com a fachada, podendo ser colocado apenas no térreo.

137


6.4.7 DIRETRIZES PARA A ESCOLHA DA VEGETAÇÃO

Árvore de rápido crescimento com flores amarelas de junho a dezembro, com altura máxima de 4 metros e diâmetro de 4 metros. É importante na recuperação de área degradadas pelo seu rápido crescimento e pela atração da avifauna, podendo ser plantada

A escolha das espécies de vegetação para a área de intervenção foi pensada de moda a trazer identidade através de cores e vegetações

isolada ou em grupo. No projeto foi utilizada de forma espalhada por toda a área.

distintas. Outro ponto de grande relevância foi buscar a maior parte da vegetação que tivessem um crescimento rápido e que não

Ipê- branco/ Tabebuia róseo alba

exigisse tanta manutenção, além de manter as que já existem no local. Para essa escolha foi utilizado o catálogo de espécies vegetais especificações da edificação escolar e as imagens de Simbologia

referência deste. ORNAMENTAIS Araçá/ psidium cattleianum

Árvore de rápido crescimento com flores brancas de agosto a Simbologia

outubro, com altura máxima de 10 metros e diâmetro de 5 metros. Possui florescimento exuberante que pode acontecer até mais de uma vez por ano também possuindo folhagem densa de cor azulada conferindo a ela grande beleza, tendo copa piramidal sendo indicada para taludes. No projeto, foi utilizada no talude existente.

138


Ipê-amarelo/ Tabebuia chrysotricha

Árvore de rápido crescimento com flores rosa de maio a agosto, com altura máxima de 12 metros e diâmetro de 10 metros. Quando está florida sua cor arroxeada possui uma beleza monumental com suas flores em forma de trombeta. E muito usada na arborização

Simbologia

urbana e quando utilizada isoladamente tem sua beleza destacada. No projeto foi utilizada de forma a dar identidade as áreas onde possui parquinho infantil. Mirindiba/ Lafoensia glyptocarpa

Árvore de rápido crescimento com flores amarelas de agosto a setembro, com altura máxima de 6 metros e diâmetro de 6 metros.

Simbologia

Sua copa projeta agradável sombra e seu florescimento é intenso. No projeto foi utilizada como identidade das áreas onde possuem quiosques. Ipê-roxo-de-bola/ Tabebuia impetiginosa

Árvore de médio a rápido crescimento com flores amarelas de junho a agosto, com altura máxima de 15 metros e diâmetro de 12 Simbologia

metros. Árvore de copa larga o que gera bom sombreamento, espécie de grande utilidade para áreas degradas devido seu desenvolvimento rápido. Foi utilizada no projeto onde necessitava de uma maior sombra.

139


PALMEIRAS Guariroba/ Syagrus oleracea

É caracterizado por poder ser plantado a pleno sol ou meia sombra atingindo de 3 a 4 metros de altura. Muito utilizado em áreas livres Simbologia

formando vedações, não floresce no Brasil, porém possui uma folhagem ornamental, especialmente ao sol. Utilizado como barreira na área em frente à estação. ARBUSTOS Alecrim/ Rosmarinus officinales

Árvore de crescimento moderado com floração de setembro a junho a agosto, com altura máxima de 15 metros e diâmetro de 5 metros. Muito utilizada para demarcação de áreas. Foram utilizadas na área em frente à estação como forma de destaque.

Simbologia

BAMBUS Bambuzinho/ Bambusa gracilis

Simbologia

É caracterizado por poder ser plantado a pleno sol atingindo de 1,5 metros de altura e 1,2 metros de diâmetro, possui floração azul, branca, roxa ou rosa durante todo o ano. É apropriado para criar maciços e ser plantado em canteiros, possui um perfume agradável e discreto. Foi utilizado próximo a floricultura.

140


Ave-do-paraíso/ strelitza juncea

É caracterizado por poder ser plantado a pleno sol atingindo de 2 de altura e 3 metros de diâmetro, possui floração amarelo durante a primavera e o verão. Possui aspecto pendente com florescimento intenso, deve ser podada a cada 1 ou 2 anos para estimular o Simbologia

florescimento, pode ser plantada em floreiras suspensas. Foi utilizado no mirante na caixa d’água. Primavera/ Bougainvillea glabra

É caracterizado por poder ser plantado a pleno sol atingindo de 1,8

Simbologia

metros de altura e 1,5 metros de diâmetro, possui floração laranja durante todo o ano. Pode ser plantada em maciços ou isolada e atraem beija-flores. Foi utilizado nas duas entradas da estação para dar destaque e identidade a essa. Jasmim amarelo/ Jasminum menyi

É caracterizado por poder ser plantado a pleno sol atingindo de 3 metros de altura e 2 metros de diâmetro, possui floração rosa durante o outono e o inverno. Bastante indicada para o plantio próximo de grades e muros por ter característica trepadeira, seu

Simbologia

florescimento é intenso e com autovalor ornamental. Foi utilizada em canteiros próximos a muro.

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FORRAÇÃO

É caracterizado por poder ser plantado a pleno sol atingindo de

Curcúligo/ Curcúligo capitulata

0,20 metros de altura e 0,10 metros de diâmetro. Tem um efeito ornamental marcante, com folhagem verde viva e produz flores pequenas e amarelas, não suporta pisoteio, mas se recupera Simbologia

rapidamente, ideal para ser plantada em taludes. Foi utilizada no talude da área de intervenção. Grama esmeralda/ Zoysia japônica

É caracterizado por poder ser plantado a meia sombra ou sombra atingindo de 0,80 metros de altura e 0,40 metros de diâmetro. Forma touceiras de folhagens verdes similares a folha de palmeira, pode ser utilizada como barreira e ser plantada em canteiros. Foi utilizado na área em frente à estação. Grama amendoim/ Arachis repens

É caracterizado por poder ser plantado a pleno sol atingindo de 0,10 a 0,15 metros de altura. Grama utilizado para gramados que não receberão pisoteio constante, não necessita de podas constantes. Foi utilizada em todas as áreas de grama da área de intervenção.

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Jiboia verde/ Philodendron hederaceum

É caracterizado por poder ser plantado a pleno sol atingindo de 0,60 metros de altura e 0,40 metros de diâmetro. As flores ocorrem nos meses mais quentes do ano flores amarelas e laranjas. Foi utilizada nos canteiros próximos aos quiosques buscando dar identidade ao local.

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Lantana/Lantana câmara

É caracterizado por poder ser plantado a meia sombra atingindo de 0,30 metros de altura e 0,40 metros de diâmetro. Pode ser usada

Simbologia

para cobrir grandes áreas a meia sombra, espécie de crescimento vigoroso, pode ser plantada também abaixo de arvores. Utilizada nos canteiros embaixo das árvores. Lírio amarelo/ Hemerocallis flava

É caracterizado por poder ser plantado a pleno sol atingindo de 0,50 metros de altura e 0,20 metros de diâmetro com inflorescência colorida o ano todo. Ideal para compor vasos e floreiras, atrai beijaflores. Utilizada nos canteiros dos bancos e mesas.

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TREPADEIRA Ipomeia/ Ipomea cairica

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Trepadeira de crescimento moderado com flores rosa-arroxeadas durante todo o ano, tolerante a pleno sol. ร รณtima para revestir muros e grades pelo seu crescimento vigoroso. Foi utilizada na รกrea onde antigamente se esperava o trem. A partir da escolha dessas plantas foi definido a identidade de cada รกrea disposta conforme a planta de paisagismo a seguir.

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6.4.8 DIRETRIZES PARA A ESCOLHA DAS CORES Para o estudo de cores da área de intervenção foi utilizado o aplicativo Adobe Capture que faz paletas de cores a partir de uma imagem, no caso desse estudo foi utilizado uma imagem da estação onde foi gerada algumas paletas de cores onde muitos tons se repetiam, mas apenas a paleta dois foi escolhida. A partir da escolha da paleta foi identificado a escala RGB de cada tom para ser usado no projeto de requalificação desde a paginação de piso, brinquedos do parque entre outros.

PALETAS DE CORES FIGURA 132: Paleta de cores.

Fonte: elaborada pela autora, 2019

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6.4.9 DIRETRIZES PARA A ILUMINAÇÃO

FIGURA 134: Poste geral.

Uma grande preocupação era melhorar a iluminação do local sendo assim, em toda a área de intervenção será utilizado os mesmos modelos de iluminação sendo essas, os postes com 2 braços que iluminam a calçada e a rua de baixo, postes em forma de cilindro com um designer moderno espalhados por toda a área além de balizadores que seguem o mesmo estilo, iluminação de destaque em pontos focais e para valorizar a estação será implantada uma iluminação de destaque. FIGURA 133: Poste com dois braços.

FONTE: Elaborado pela autora,2019. FIGURA 135: Balizador.

FONTE: Elaborado pela autora,2019.

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FONTE: Elaborado pela autora,2019.


6.4.10 DIRETRIZES PARA OS MUROS

Outro piso utilizado nos parques foi o emborrachado que também será pigmentado de acordo com a escala RGB definida em projeto

Para os muros existentes na área, foi pensado em ceder para artistas

sendo utilizado 4 cores distintas.

pintarem ilustrações sendo essas renovadas a cada 6 meses além, de um mural fixo baseado em fotos e arquivos antigos contando a história de Cachoeiro, desta forma, os usuários teriam acesso a esse conteúdo de uma forma artística e de fácil acesso. Apenas para a parte do muro que fica em frente à estação ferroviária foi adotado um muro verde, a fim de preservar o ambiente histórico.

6.4.11 DIRETRIZES PARA O PISO Considerando a área de intervenção como uma área de vivência e

Também foi utilizado nos decks a madeira dormente ferroviária em forma de ripas, e por último, foi adotado o piso intertravado em um tom de cinza claro na via de tráfego de veículos com o objetivo de que os motoristas institivamente diminuam a velocidade pela mudança do piso.

7.4.12

PROJETO

DE

MOBILIÁRIO

URBANO

de passagem, o piso foi pensado com um material que promovesse

O mobiliário urbano da área segue todo no mesmo padrão de forma

conforto, acessibilidade e segurança aos usuários. Optou-se assim

a dar uma unidade para a área sendo usado um padrão desregular

por utilizar piso pré-moldado de concreto drenante, que possui uma

de ripas de madeira que remetem a paginação de piso e os mesmos

superfície monolítica, ou seja, garantindo a acessibilidade, outro

materiais, sendo estes mobiliários pergolados, lixeiras, paraciclo,

ponto e que ele drena com rapidez a chuva sem criar poças e

placas de identificação, mesas e bancos. Esses elementos quando

garantido a caminhabilidade no local. Será utilizado em 2 cores

estruturais no caso em pergolados e algumas bases de banco e

pigmentados de acordo com o RGB indicado na planta e paginados

mesas devem ser executados de acordo com o projeto em ferro que

de acordo com a mesma. Sendo importante ressaltar que a

remetem ao período da industrialização e as estradas de ferro

paginação é linear buscando fortalecer a linearidade da área e

porem galvanizados na cor cinza escuro e as coberturas e assentos

remeter a estrada de ferro. Para a ciclovia foi utilizado o esmo piso

dos bancos em madeiras dormentes ferroviárias cortadas em

porem em um tom de bege que é contrastante com os outros pisos.

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formato de ripas. Também foi utilizado o concreto para a

FIGURA 138: Banco sem encosto.

estruturação de bancos, tampos de mesa e canteiros. FIGURA 136: Paraciclo.

FONTE: Elaborado pela autora,2019. FONTE: Elaborado pela autora,2019.

FIGURA 139: Espreguiçadeira.

FIGURA 137: Banco com encosto.

FONTE: Elaborado pela autora,2019.

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FONTE: Elaborado pela autora,2019.


FIGURA 140: Mesa.

FIGURA 142: Pergolado.

FONTE: Elaborado pela autora,2019.

FONTE: Elaborado pela autora,2019.

FIGURA 141: Mesa.

FIGURA 143: Lixeira.

FONTE: Elaborado pela autora,2019.

FONTE: Elaborado pela autora,2019.

149


FIGURA 144: Parklet..

FONTE: Elaborado pela autora,2019. FIGURA 145: Totem.

FONTE: Elaborado pela autora,2019.

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6.4.13 PROJETO DE EQUIPAMENTOS

FIGURA 147: Atendimento ao turista.

Todos os equipamentos da área seguem a mesma linguagem e utilizam os mesmos materiais dos mobiliários sendo esses o concreto, a madeira dormente ripada e o ferro galvanizado em cinza escuro sendo em alguns locais também implantado o mármore branco remetendo ao título da cidade de capital do mármore no Brasil. Para dar essa unidade além dos mesmos materiais foi adotado também um padrão desregular de ripas tanto de madeira quanto de mármore que remete a paginação de piso fortalecendo a identidade do local. FIGURA 146:Área de exposição.

FONTE: Elaborado pela autora,2019. FIGURA 148: Atendimento ao turista.

FONTE: Elaborado pela autora,2019. FONTE: Elaborado pela autora,2019.

151


FIGURA 149: Banca de jornal.

FONTE: Elaborado pela autora,2019. FIGURA 150: Banheiro.

FIGURA 151: Floricultura.

FONTE: Elaborado pela autora,2019. FIGURA 152: Floricultura.

FONTE: Elaborado pela autora,2019. FONTE: Elaborado pela autora,2019. FIGURA 153: Ă rea de jogos.

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FIGURA 155: Palco.

FONTE: Elaborado pela autora,2019. FIGURA 154: Mirante.

FONTE: Elaborado pela autora,2019. FIGURA 156: Quiosque.

FONTE: Elaborado pela autora,2019. FONTE: Elaborado pela autora,2019.

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7.4.13 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A preocupação com acessibilidade também foi prioridade, buscando também tornar o local mais acessível por meio do desenho universal, visando melhorar a infraestrutura da área dessa

A proposta do trabalho de requalificação urbana do entorno da

forma sendo um atrativo e inclusivo para os cachoeirenses e

antiga estação ferroviária de Cachoeiro de Itapemirim visa resgatar

também para turistas.

a história da cidade, além de trazer vitalidade para a área que atualmente é subutilizada, apesar de se encontrar no centro da cidade e ter grande potencialidade. Para isso, buscou-se aumentar o número de atrativos da área de intervenção, por meio da implantação de calçadão, bares, restaurantes, cafés, atendimento ao turista, área de exposição, mirante entre outros, além de não

Com a implantação dos equipamentos busca-se que a área atenda a todos os públicos e seja um lugar de convívio e valorização do patrimônio cultural local. O intuito é que o projeto de requalificação traga nova vitalidade para a área, se integrando na dinâmica do centro, além de se tornar uma referência para todos.

prejudicar os usos corriqueiros. Ressalta-se, que durante todo o

O projeto ainda busca preservar os bem culturais dando novos usos

projeto, pensou-se na população local e usos que a integrassem ao

ou melhorado o já existente. E se preocupou ainda com bens que

espaço. Os usos propostos levaram em consideração as entrevistas

não possuam nenhum tipo de tombamento, mas tem algum valor

com moradores e seus anseios. Também houve a preocupação com

arquitetônico ou histórico, ao propor diretrizes para essas

festas tradicionais da cidade e um espaço no projeto para que elas

edificações, de modo a promover uma ambiência mais harmônica,

acontecessem.

valorizando a paisagem cultural local.

Na intenção de valorizar o patrimônio cultural ali existente, buscou-se resgatar os elementos da memória através dos elementos já existentes – como a estação ferroviária, a caixa d´água e o Viradouro -, além do uso de materiais que remetem a história do local – os dormentes utilizados nos decks e madeira dos pergolados e dos bancos. 154


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