Jornal O Broas|2018/2019 - 2.ª Edição

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Stefano Guerra - Tiago Sousa

Jornal da Escola S/3 S. Pedro - 402874 - Vila Real Ano XIX

Ano Letivo de 2018/2019

http://jornal-o broas.blogspot.com/

Astrid Silva | 10.º J

Educação Ambiental foi o domínio mais trabalhado em Cidadania e Desenvolvimento, no Segundo Período deste ano letivo. Foram dinamizados projetos que se debruçavam sobre temas ambientais: - Parlamento dos Jovens, subordinado ao tema geral Alterações Climáticas e aos temas específicos Salvar os Oceanos (no Ensino Básico) e Reverter o Aquecimento Global (no Ensino Secundário); - Justiça para Tod@s, criando-se um caso que envolvia um crime de poluição e o tão atual plogging; - Rotas de Cidadania da Câmara Municipal de Vila Real com propostas para a resolução do grave problema que afeta toda a comunidade - os dejetos dos cães que ficam nas ruas e jardins pois os donos dos animais não os apanham. A Astrid Silva, do 10.º J, com a sua sensibilidade e talento desenhou e coloriu esta ilustração que retrata a situação caótica do ambiente em Portugal e no Mundo. É admirável e contundente na mensagem que transmite. No Terceiro Período, curtíssimo, trabalhou-se o domínio da Sexualidade. Ocorreram palestras, jogos, debates, entre os quais, o estatuto de homens e de mulheres na nossa sociedade. Tudo isto e muito mais está nesta edição do teu jornal à espera da tua leitura. A Coordenação

Índice Cidadania e Desenvolvimento - 02

Sombra Silêncio - 16

Livro de Curso - 32

Editorial - 03

Cidadania Hoje - 18

Direitos, Conceitos e Preconceitos - 34

A Cidadania no EP - 04

Cidadania e Ensino Profissional - 20

Educação Ambiental - 36

Dia das Línguas - 22

Parlamento dos Jovens - 42

Projeto ECO… - 26

Cidadania e Intervenção - 44

Marcha para o Sucesso - 27

Logo Teatro - 46

Visita aos BVCB - 29

Justiça para Tod@s - 48

Os Nossos Heróis - 30

Imagem e… Escola - 50

Direitos Humanos - 06 Eutanásia… - 08 Pensamento Crítico - 12 Interculturalidade - 13 Educação Inclusiva - 14


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Refletir a Escola

idadania e Desenvolvimento

O ano letivo encerra-se e com ele o primeiro ano de implementação de Cidadania e Desenvolvimento. Trabalharam-se domínios para desenvolver uma cidadania esclarecida, responsável e interventiva, como é próprio, ou deveria ser, das democracias. Viver em sociedade tem regras que devemos respeitar, ou contestar se as considerarmos injustas. Viver com os outros não é fácil, é uma aprendizagem ao longo da vida. Vejo com apreensão a falta de diálogo entre as novas gerações. Nos intervalos, encontro sempre grupos de alunos que não interagem porque estão focados nos respetivos telemóveis. Aproximo-me deles e digo: “E se deixassem os telemóveis e falassem uns com os outros?” Deitam-me um olhar fugaz, esboçam um prenúncio de sorriso...e continuam com o olhar preso no artefacto que lhes ocupa as mãos e a mente. No jornal Expresso de 22 de junho, na rubrica “Há Homem”, assinada por Luís Pedro Nunes, é abordada esta questão da omnipresença e poder dos telemóveis na vida dos jovens. O título “Geração Muda e o fim da conversa” identifica as consequências da realidade que hoje é vivenciada. Vale a pena citar alguns excertos que referem o desconforto dos jovens quando alguém, mesmo familiares, lhes ligam, eles preferem mensagens. “É desagradável ver o visor a dar sinal de pessoa a ligar. É um ato intrusivo. Inoportuno, a qualquer hora que seja.” Noutra passagem refere “(…) esta geração não comunica sem ser por mensagens escritas - nas quais por sua vez expressa sentimentos por emojis.” Esclarece que esta forma de comunicar: “Não é um diálogo. É troca de fragmentos de dois monólogos. (…). Por isso, é tratada por «geração muda». Não fala sequer entre si quando chega a algum lugar - dado que se agarra ao smartphone como uma gárgula da catedral a olhar para o colo.” Outra consequência resultante de tanto olhar para o visor do telemóvel é a incapacidade de entender as “expressões faciais e a linguagem corporal dos outros.” O problema é preocupante e muitos diagnósticos e prognósticos têm sido feitos. Há escolas, muitas delas privadas, que proibiram a entrada de telemóveis nos respetivos estabelecimentos de ensino. Não sei se esta medida radical é a mais correta, até porque, cada vez mais, o telemóvel é utilizado como uma ferramenta de ensino e de aprendizagem. Considero que o domínio Media, ou outro que possa ser criado dentro desta vertente, deve ser mais trabalhado no próximo ano letivo. Será útil ouvir os alunos a pronunciarem-se, dentro deste domínio, sobre o excesso de horas que passam ligados ao telemóvel e afins. Não será fácil levá-los a reconhecer que isso é um problema. Será interessante determo-nos nas possíveis propostas que eles apresentarão para solucionar, talvez o mais correto seja minimizar este “flagelo” das sociedades contemporâneas. Rosalina Sampaio | Coordenadora de Cidadania e Desenvolvimento


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Editorial

Cidadania – Uma prioridade na agenda escolar

A Educação para a Cidadania constitui, nos tempos de hoje, um desafio e um compromisso para todos os responsáveis na formação dos públicos escolares. Trata-se de um desafio, que embora pareça consensual na sociedade portuguesa, cria ainda algumas resistências, confundindo-se, não raro, “formação” com “formatação” dos nossos jovens. De facto, formar verdadeiramente as novas gerações é, acima de tudo, fomentar o desenvolvimento moral e cívico dos nossos alunos, despertar em cada um deles o raciocínio crítico e prepará-los para uma intervenção mais ativa e responsável na sociedade civil. A escola pública que, por definição, acolhe todos os alunos, é assim um pilar incontornável e fundamental de socialização pública da criança, pois deve assumirse como um espaço privilegiado de educação para a cidadania, um lugar onde se cultiva o respeito pelo outro e onde se aprende a viver juntos. Sabemos que a educação para a cidadania comporta novas exigências, em particular, no que toca ao trabalho do professor que deve privilegiar a promoção de ambientes educativos capazes de educar alunos no contexto do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória e contribuir com eficiência, eficácia e qualidade para a mudança que vai acontecendo na sociedade. Trata-se, pois, de construir diariamente práticas capazes de desenvolver competências para o exercício de uma cidadania responsável, orientada para a procura do bem comum e para a construção de um mundo mais justo, equilibrado e equitativo. Neste sentido, cada sala de aula, na sua diversidade, deve ser uma autêntica lição de humanidade. Num momento em que finalizamos mais um novo letivo marcado por muito trabalho, algumas mudanças, inúmeras dificuldades, muitos desafios, mas também muitas alegrias… felicito e agradeço o empenho, profissionalismo, competência e dedicação de todos os atores educativos à causa comum que é a Educação dos nossos jovens. Uma palavra especial de agradecimento, apreço e estímulo para todos aqueles que tornaram realizável mais uma edição do nosso Broas.

Grata a TODOS! Tenham umas excelentes férias! A Vossa Diretora Rita Mendes


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Descobrir a Nossa Comunidade

Cidadania no Estabelecimento Prisional (Segunda parte)

No âmbito do estudo da vida nas prisões, em especial no Estabelecimento Prisional (EP) de Vila Real, depois da presença, na Escola, da Diretora do EP, Drª. Celeste Martins e do Chefe dos Guardas Prisionais, José Carlos, no decurso primeiro período – registada na 1.ª edição do jornal – foi possível concretizarmos a ideia de contarmos com o testemunho de dois cidadãos a cumprir, atualmente, pena de prisão. Para o efeito, e coligidas as interrogações dos alunos, e com edição dos responsáveis da atividade, enviámos, dada a impossibilidade legal da presença física, no EP de Vila Real, das turmas do 7.º e 10.º anos implicadas nesta iniciativa, dez questões para serem respondidas por dois reclusos que aceitassem o nosso desafio. Agradecendo a inestimável colaboração da Sra. Diretora do EP de Vila Real, bem como dos nossos concidadãos que aceitaram responder a este nosso sincero interesse, concluímos, assim, uma abordagem tão sistemática quanto possível – que incluiu leitura de ensaio recente sobre a situação das prisões portugueses, seleção de excertos de jornais e peças televisivas sobre a atual situação nas prisões nacionais, bem como análise de breves períodos de série televisiva portuguesa dedicada ao tema – e que pretendia, entre outros, poder dar um pequeno contributo para a mobilização da empatia dos alunos para estas questões (e, sobretudo, para com as pessoas nelas envolvidas) e, outrossim, conhecerem, de modo concreto, os dilemas que se colocam à polis, neste contexto.

Eduardo Columbano e Henrique Garcia| 12.º D

Questionário 1. Conte-nos quem é. 2. Como foi o primeiro embate com a realidade prisional (a entrada na prisão, o conhecimento das suas regras, o primeiro dia, a primeira noite?). 3. No momento da prática do crime que o levou a ser detido, acreditou que não seria intercetado pelo sistema de justiça português? 4. Considera que ser recluso mudou a sua maneira de ser? Em que medida/de que forma? 5. Conseguiu criar amizades no interior do Estabelecimento Prisional? 6. O que é mais difícil para si, na vida diária no Estabelecimento Prisional? 7. Que avaliação faz da comida que lhe é servida, dos serviços médico, psicológico, espiritual que lhe são disponibilizados, do tratamento dos guardas prisionais? 8. Como crê que a sociedade olha para as pessoas que estão detidas? Está comprometido, e tem esperança, na sua rápida reinserção na sociedade, no mundo do trabalho, na vida associativa, cultural, desportiva? 9. Se pudesse mudar algo no Estabelecimento Prisional em que se encontra, o que seria? 10. O que pensa da própria pena de prisão? O que mudaria se pudesse voltar atrás? Considera justa a situação em que se encontra?

Hélder, cidadão português, recluso no Estabelecimento Prisional de Vila Real: “Não tenho dúvidas de que a minha reinserção na sociedade vai ser positiva” 1. Chamo-me Hélder, tenho 37 anos, sou casado e pai de 2 filhos. (…) 2. O embate com a realidade prisional foi horrível, é um mundo à parte, parece que caímos num buraco sem saída, a primeira noite foi em branco, não sabia o que fazer. 3. Quando cometi o crime, não pensei nas consequências.


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Descobrir a Nossa Comunidade

4. A minha reclusão fez de mim mais Homem, mais maduro e a pensar a vida de uma maneira diferente, muito mais responsável. 5. Fiz alguns bons amigos reclusos que levarei lá para fora. 6. O mais difícil (…) [são] as saudades da família, dos amigos, em especial dos meus filhos e da minha esposa porque estão a sofrer muito. (…) 7. Só tenho a dizer bem de todos os guardas, nunca me faltaram ao respeito (…) 8. Não tenho dúvidas de que a minha reinserção na sociedade vai ser positiva. (…) 9. O que eu mudaria no EP era mais tempo para falar ao telefone com a família, mais horas de visita por semana, mais condições para praticar desporto e mais condições para os reclusos trabalharem. (…) 10. Só tenho que assumir que errei e lutar por uma oportunidade. (…) e fazer as pessoas que tanto sofrem por minha causa muito felizes.

Paulo, cidadão português, recluso no Estabelecimento Prisional (EP) de Vila Real: 1. Sou o Paulo, um rapaz transmontano que estava cheio de sonhos (…) privado da liberdade com vinte e poucos anos. Seria suposto aproveitar a vida, constituir família, trabalhar ou acabar os estudos. (…) 2. O primeiro embate com a realidade prisional foi intenso, fiquei bastante assustado e com muita ansiedade (..). Nunca me irei esquecer do primeiro dia em que fui obrigado a partilhar o espaço com pessoas desconhecidas e que, à partida, não sabia porque motivos estariam ali comigo; uma coisa tinha a certeza: elas tinham feito algo muito grave… (…). O que eu me recordo é de estar a pensar se seria um sonho ou se aquilo me estaria mesmo a acontecer. 3. No momento da prática do crime, não pensamos em mais nada (…) Estar a prejudicar e estragar a vida às pessoas que trabalharam uma vida toda para poder proporcionar uma boa vida aos seus filhos e às pessoas mais chegadas…(…) 4. Tornei-me numa pessoa mais católica, rezo muito a Deus, peço-lhe que isto passe o mais rapidamente possível e que me ajude a ficar uma pessoa melhor (…). Basicamente, ficamos mais sensíveis, pensamos mais nas consequências que os nossos erros causaram não só a nós como às pessoas que nos rodeiam. (…). 5. Se eu não achasse que seria correto fazer amizades no EP também as pessoas lá fora poderiam não querer ser meus amigos por eu ter tido uma parte mais infeliz na minha vida. 6. O mais difícil para mim é não poder fazer mais desporto (…). Também considero difícil não podermos ter mais privacidade (…). 7. Podemos não comer como em nossa casa, o que é normal, visto que isto não é um hotel. 8. Em relação à sociedade, creio que as pessoas ainda olham para nós um bocadinho de lado e, se calhar, com uma certa “pena” (…) Nós próprios é que temos de dar provas lá fora para que as pessoas voltem a confiar em nós (…). 9. O que eu mudava neste EP era o aspeto da higiene (…) [e] que nos dessem a oportunidade de dar mais uso ao campo de futebol. (…). 10. Prejudiquei muita gente e os mais prejudicados foram as vítimas, não eu. (…) Mudaria tudo, não voltaria a fazer nada do que fiz. A minha situação é mais do que justa, as pessoas não podem passar impunes. Tenho que pagar por aquilo que fiz para poder sentir-me melhor. Cidadania e Desenvolvimento | EMRC

Cristiana Silva e Elisa Cardoso | 12.º F

“Mudaria tudo, não voltaria a fazer nada do que fiz”


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A Informática e os Direitos Humanos

ireitos Humanos

Os Direitos Humanos são naturais (nascem connosco) e inalienáveis (ninguém os pode tirar) a todos os seres humanos, independentemente de etnia, género, nacionalidade, idioma, religião ou qualquer outra condição. Neste contexto, os alunos da disciplina de Aplicações Informáticas, do 12.º ano, em articulação com o jornal O Broas, trabalharam esta temática fundamental. Apresentamos alguns dos trabalhos, dos muitos que foram realizados.

Bárbara Reis e Marta Lagoa| 12.º A

Diogo Carvalho e Tiago Lameirão | 12.º A António Lopes e Mário Travassos| 12.º B


A Informática e os Direitos Humanos

Jorge Lousada e Maria João Fernandes | 12.º D

Diogo Fontainhas e Leonor Campos| 12.º D

João Costa e Mariana Santos| 12.º A

Catarina Moreira e Inês Guedes | 12.º F

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Todo o ser Humano tem direito à Igualdade e à Liberdade. Cristiana Silva e Elisa Cardoso | 12.º F

André Legoinha e Inês Coelho| 12.º A


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Juliana Pereira e Luís Costa | 12.º A

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Eutanásia - Tema Fraturante

Minha Luz: (re)Pensar o Morrer com Dignidade

O livro A minha luz: (re) Pensar o morrer com dignidade, de Luís Filipe Fernandes, enfermeiro há 35 anos, atualmente no Serviço de Cirurgia II do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, habitual membro de comissões científicas e palestrante em Congressos Médicos e de Enfermagem, com Graduação em Gestão de Serviços de Saúde e experiência em Serviços de Internamento e Cuidados Intensivos, incluindo uma passagem de 8 anos pela Suíça, é um ensaio breve mas incisivo no qual, partindo de uma mundividência judaico-cristã católica, e explicitamente lendo e interpretando a realidade partindo desse prisma – declaração de interesses feita -, se implica em uma reflexão sobre a dignidade do morrer, atendo-se, com um saber de experiência feito, à candente problemática que nos anos mais recentes vem marcando o debate no espaço público português e sobre a qual somos chamados a formar, com a maior abrangência de posicionamentos possível, e de modo fundamentado, uma convicção: deverá a prática da eutanásia ser despenalizada, em Portugal? A obra A minha luz: (re) Pensar o morrer com dignidade oferece-se, assim, podemos dizê-lo, com duplo carácter testemunhal, no sentido de elaborada, a par e passo, a partir de uma forte marca da fé que permeia o autor e, outrossim, pela condição profissional do mesmo que o faz lidar, sistematicamente, com o fim da vida. Neste contexto, inclusive, encontramo-nos face a alguém que está em privilegiada posição para concretizar, com a sua problematização do que está em causa com a possível despenalização da prática da eutanásia, aquelas duas máximas que, porventura, conjugadas, nos levarão além: não há nada de mais prático do que uma boa teoria, e nada tão teorético como uma boa prática. Evidentemente, em uma sociedade plural – composta por cidadãos filiados nas mais diversas doutrinas, filosofias, correntes de opinião – impõe-se-nos praticar aquilo que John Rawls chamou a “razão pública”: dar razões, passíveis de serem partilhadas/compreendidas por todos, com argumentos sem recurso a “doutrinas abrangentes”. Neste âmbito, e nesta muito sintética apresentação, destacaria quatro argumentos, contrários à despenalização da prática da eutanásia, inscritos neste livro, os quais, independentemente das múltiplas filiações que certamente poderemos identificar nesta sala, em cada um dos que aqui nos encontramos, poderão ser compreendidas e, eventualmente, partilhados por muitos de nós, a saber: - a ideia de ajudar outrem a morrer, ou infligir-lhe a morte porque este se encontra em sofrimento, ou porque a sua


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Eutanásia - Tema Fraturante

qualidade de vida é (agora) menor é afirmar que a vida não tem um valor intrínseco mas está subordinada a determinadas qualidades. - a ideia de ajudar outrem a morrer, ou infligir-lhe a morte porque este se encontra em sofrimento, ou porque a sua qualidade de vida é (agora) menor é afirmar que a vida não tem um valor intrínseco mas está subordinada a determinadas qualidades. O que é um perigo na possível transformação do modo como se olha um doente. Mais, neste caso, que mensagem se estará a passar, por exemplo, aos que padecem de alguma deficiência?; - nos projetos de lei apresentados no Parlamento português com vista à despenalização da eutanásia fala-se em “sofrimento” - o requisito de “sofrimento extremo” ou “inultrapassável” como um dos necessários para a pessoa ser eutanasiada, caso tais diplomas merecessem aprovação – em vez de “dor”, de modo propositado, e com o seguinte fito: o sofrimento é mais subjetivo e ambíguo, logo menos sindicável (alargando-se, desta sorte, a esfera a partir da qual se decidiria sobre o colocar termo à existência); - não podemos correr o risco de que a morte passe a ser encarada como resposta à doença e ao sofrimento, e se generalize ou banalize (essa mesma resposta); - equivaler um direito a morrer com um direito à vida é, manifestamente, um absurdo. Nesta sessão entre homens e mulheres livres, gostaria que houvesse verdadeiro diálogo, interpelações onde receio não existisse de expressar e confrontar entendimentos diversos e até opostos que sei existirem nesta sala, acerca desta matéria. Talvez consigamos ajudar-nos mutuamente a rever noções que tínhamos por adquiridas, a repensar algum argumento ou a tornar mais consolidado o ponto de vista a que aderíamos até aqui, através de uma sincera exposição ao contraditório. Concluo, revisitando, com Michel Renaud, o primeiro dos quatro argumentos elencados por Luís Filipe Fernandes, assim, traduzido, radicalmente, pelo filósofo (ajudando-nos a situar fronteiras que possivelmente podem separar pontos de vistas que todos trazemos connosco): "Para os adversários da eutanásia, a dignidade humana é ontológica. Isto é, nunca um ser humano pode perder a sua dignidade, qualquer que seja a sua situação física, mental. Para os proponentes da eutanásia, a dignidade humana é um dado que se pode chamar fenomenológico que depende também fortemente das situações concretas, que se avaliam pelos critérios e aspetos exteriores de sofrimento físico e moral e de dependência, de tal modo que se chega a afirmar que uma pessoa pode ter perdido toda a sua dignidade." Pedro Miranda | Professor de EMRC


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Eutanásia - Tema Fraturante

utanásia - Reflexão Partilhada

A eutanásia é um assunto em discussão na maior parte dos países do Mundo, e Portugal não é exceção. Na Europa existem apenas quatro países em que esta prática é legal. Os argumentos a favor incluem o direito individual à decisão e o fim do sofrimento de certos pacientes que se encontram em estado terminal. Este sofrimento pode não estar apenas associado à pessoa em causa, mas também às pessoas que a rodeiam. Nestes casos extremos, a eutanásia pode até ser considerada um “alívio” para todas as partes. Uma das ideias mais fortes, até mesmo chocante, que serve de suporte à eutanásia considera que as pessoas em situações extremas, com danos cerebrais irreversíveis, casos graves de paralisias ou doenças degenerativas, podem estar a viver uma verdadeira tortura. Pessoalmente, concordo plenamente com esta visão: considero que nenhuma pessoa deverá ter uma opinião decisiva em relação à vida de outro individuo. Estes casos não são tão claros quando se trata de doença mental, como, por exemplo, de uma depressão. Já surgiram casos destes na Bélgica que originaram muita discussão e eu concordo que, mesmo nestes casos, com o devido acompanhamento, a eutanásia deve ser considerada. Este é um tema que continuará a dar que falar e a fazer parte dos temas fraturantes da nossa sociedade. Guilherme Teles | 9.º B

Jorge Lousada e Maria João Fernandes | 12.º D

Um não prudente à eutanásia A eutanásia é um tema que não deveria ser discutido da forma como é, isto porque é impossível sabermos o estado de sofrimento, psicológico ou físico, de uma pessoa que esteja à beira da morte. Até podermos ter uma ideia de como ela pode ser, deveremos guardar alguma prudência na expressão de uma opinião definitiva - mas só saberemos tal se, ou quando, passarmos por ela! De facto, podemos ter uma certa posição sobre a matéria agora, mas, no futuro, se viermos a vivenciar a situação, existe uma possibilidade de mudarmos a nossa posição e opinião e, de seguida, isso geraria uma “polémica espiritual” connosco mesmos, pois seria estranho ter-se uma posição antes e agora ter-se outra, sabendo que somos a mesma pessoa, com os mesmos valores e crenças, mas apenas com idade e experiência de vida diferentes. Contudo, se eu tivesse de escolher, a eutanásia deveria ser proibida. Na lei, não existe um artigo ou secção que permita o suicídio assistido ou a eutanásia (que são, relativamente, a mesma coisa), devendo, neste âmbito, e em caso de dúvida sobre uma eventual aprovação da despenalização da eutanásia, recorrer-se à máxima “in dúbio pro vita”, que significa, literalmente, “na dúvida, a favor da vida”. (…)


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Eutanásia - Tema Fraturante

Aqueles que são a favor da eutanásia também têm argumentos com razões que me tocam, como é o caso da pessoa não ter o dever de viver a sofrer. Este exemplo é lógico e aceitável, contudo, colocando no prato da balança os argumentos de um lado e do outro, em síntese, assumo uma posição contra a eutanásia. Francisco Pinto | 9.º B

Por que sou a favor da legalização da eutanásia Em Portugal e na maior parte dos países do mundo, a eutanásia ainda é considerada crime, mas, na minha opinião, a eutanásia deve ser legalizada. No meu ponto de vista, a vida é um direito e não uma obrigação. Por isso, as pessoas devem ter a possibilidade de acabar com um sofrimento que não tem nenhum sentido e que é colocado por outras pessoas. O Estado não deveria controlar a vida, a morte e as decisões das pessoas, pois, assim, contradiz o conceito de liberdade de cada um, limitado-o, na medida em que a pessoa não pode ser responsável pelas suas escolhas livremente. [A eutanásia] "É um último recurso, uma última liberdade, um último pedido que não se pode recusar a quem se sabe estar condenado", afirmou o Movimento Direito a Morrer com Dignidade. José Saavedra | 9.º B

Por que sou contra a legalização da eutanásia A eutanásia não deve ser legalizada. Eu acho que o conceito, visto de forma literal, fornecer o direito à morte a alguém que está num sofrimento tremendo e não a consegue obter sozinho, é algo louvável, mas acho que este conceito não pode ser posto na prática legalmente, pois seria, o Estado, que tem como função proteger e zelar pelos seus cidadãos, a legalizar uma espécie de homicídio consentido. Do meu ponto de vista, os projetos lei apresentados na Assembleia da República em junho último, e que tivemos ocasião de estudar nas aulas de EMRC, pareciam-me incompletos e inviáveis para aprovar um assunto tão importante como a eutanásia, chegando, mesmo, a ser contraditórios. Acho que o Estado, em vez de tentar resolver o problema “da forma mais fácil”, devia tentar arranjar melhores condições para pessoas nestas situações de sofrimento. Acredito e vejo com “bons olhos” o conceito da eutanásia, mas acho que este não pode ser posto em prática e que a eutanásia não devia ser legalizada. Para uma eventual legalização, defendo que o assunto devia ser mais bem estudado e, como consequência desse estudo, melhores projetos lei seriam apresentados. Antes de se focar na morte do cidadão, o Estado devia tentar melhorar ao máximo as condições de vida do mesmo para que o desejo da morte seja mínimo. Maria Sofia Lopes | 9.º D

Joana Cabo e Mafalda Monteiro| 12.º A


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Pensamento Crítico

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ode o Rendimento Básico Incondicional (RBI) contribuir para uma sociedade mais justa? “O RBI é uma prestação atribuída a todos os cidadãos (universal, imparcial, livre de obrigações ou requisitos). Argumentos a favor “Sendo uma prestação universal, não está associado à condição de falta de recursos, perdendo, assim, o seu carácter humilhante e estigmatizante. Ao assegurar os bens essenciais ao máximo número de pessoas, permitiria combater a pobreza e, assim, contribuir para uma sociedade menos injusta”. Tomás Marafão

“Ao contrário do Rendimento Básico de Inserção, o RBI não é retirado quando as pessoas conseguem emprego, isso motiva-as a procurar emprego”. Tomás Pinto

Promove a erradicação da pobreza e a autonomia de todos os cidadãos.” Rafaela Carvalhais

“Com esta medida, o Estado assegura os bens mínimos essenciais ao maior número de pessoas – princípio maxmin – o que permite acabar com a pobreza.” Pedro Rodrigues

“No futuro, devido essencialmente às tecnologias, deixarão de existir postos de trabalho para todos. Por esta razão, é preciso começar a pensar num rendimento básico para aqueles que não vão ter a possibilidade de trabalhar”. Tomás Cardoso

“Como no futuro se prevê que haja poucos empregos, haver pessoas que não querem trabalhar, podendo viver do RBI, libertaria postos de trabalho para os que querem trabalhar”. Nuno Matos

Argumentos contra “Aqueles que estão dispostos a receber os benefícios do RBI, sem contribuírem em nada para ele, estão a explorar aqueles que trabalham. Viola o princípio segundo o qual todos devemos contribuir na medida das nossas capacidades para a produção de riqueza. Ficar isentos da obrigação de trabalhar promove o ócio e a preguiça (modos de vida moralmente incorretos).”

José Morais e Maria Martins | 12.º B

Francisca Carvalho

Esta prestação, universal, igual para todos, colide com o princípio da diferença de Rawls, que propõe dar a cada um segundo a sua necessidade. Ora, dar o mesmo a todos significaria que os ricos continuariam ricos e, embora os pobres estivessem menos pobres, não estaríamos a contribuir para uma sociedade justa. Mariana Correia

“Os Estados teriam que aumentar os impostos, o que diminuiria o respeito pela liberdade individual e o direito à propriedade de que fala Nozick.” Patrícia Fernandes

“Dar a mesma quantia a todos promove a continuação das desigualdades sociais, não é uma aplicação do princípio da diferença de Rawls”. Diogo Pires Alunos do 10.º E | Filosofia e Cidadania e Desenvolvimento


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Interculturalidade

ong Kong ficou mais perto

Caros alunos da Escola Secundária São Pedro! * Sou o Harry, de Hong Kong! Já fiz o ano de intercâmbio em Portugal. Muita gente me tem perguntado por que escolhi Portugal. Na verdade, eu gosto muito da língua e das praias portuguesas. Aconteceu que também gosto muito da comida portuguesa. Mas nunca pensei que vinha para Vila Real. Aqui nada tem a ver com a minha casa em Hong Kong que adoro. A paz e o “lento” daqui acalmam-me para conseguir fazer as coisas que prefiro. Infelizmente, em Hong Kong, não conseguia ver as estrelas no céu, por causa da poluição. No entanto, aqui posso ver tantas, cada noite! Estudar cá na São Pedro também é muito diferente do que lá, em Hong Kong. Vocês têm testes quase cada semana e lá temos o exame grande, das duas semanas, cada “termo” (três por ano). Não sei qual é melhor! Mas parece que fiquei mais tranquilo cá! Já me acostumava aos uniformes da escola em Hong Kong! Quando soube que aqui em Portugal, normalmente, não tem os uniformes, fiquei “chocado” e contente ao mesmo tempo! A barreira linguística ainda é um problema para mim! Acho que consigo terminar este ano letivo! Obrigado a todos os colegas que me ajudaram e aos professores que cuidaram de mim. Sem eles, acho, até agora, ainda não falava português. No final, eu encorajo vocês a fazer um intercâmbio quando conseguirem. É uma experiência fantástica! Vão aprender muito sobre as vossas vidas! Harry Wong | aluno do intercâmbio da AFS

* A coordenação do jornal O Broas manteve, o mais possível, o texto original, limitando-se apenas a pequenas alterações para dar sentido à comunicação.


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Educação Inclusiva

Direito à Educação

José Queirós e Pedro Mourão | 12.º B

O Procurador do Ministério Público (MP), Dr. Luís Bravo, foi concludente – “não existe qualquer motivo válido para que uma criança deixe de frequentar o ensino obrigatório” –, enfatizando a importância insubstituível e irremovível da educação escolar na construção pessoal e societária: “SEM ESCOLA, NÃO HÁ DEMOCRACIA” O caso concentrou as atenções do país em setembro último: um Tribunal português aceitava o “abandono escolar de jovem cigana em nome da tradição”. Adolescente de 15 anos, a frequentar o 7.º ano de escolaridade, em uma localidade alentejana, abandonara a escola, dizendo-se desmotivada e colocando-se, afinal, em posição de cumprir o desiderato, entre a sua comunidade, de chegar casta ao (seu futuro) casamento. O Tribunal de Fronteira sancionaria a decisão dos pais, indicando que outras experiências ou percursos, que não os escolares, poderiam ser igualmente (re)compensadores e, bem assim, que a instrução obtida, até então, pela aluna seria a bastante para que esta pudesse prosseguir atividade profissional inserida no seu meio. O estudo, no Ensino Secundário, prosseguido pelos alunos, na disciplina de Filosofia confinaos com os desafios que o relativismo ético e cultural coloca ao (hodierno) cimento societário e questiona-os sobre a necessidade de um quantum de universalismo de valores para que uma argamassa impeça a completa fragmentação ou atomização social. Na introdução ao tema, a aluna Rafaela Carvalhais, em uma exposição marcada por um grande domínio das matérias em causa e uma capacidade de expressão assinalável, balizaria pontos a sopesar na intervenção e debate que se seguiriam. Principiando, com finalidade pedagógica, a explicação acerca da natureza e missão do MP – entre as quais se conta a defesa da coletividade e dos interesses dos menores; procedendo ao distinguo entre o papel e as funções de um juiz e de um magistrado do MP; assinalando o procedimento, com indicação do respetivo quadro normativo, em que ocorre a participação ao/do MP em situações em que menores estão em risco – a saber, quando, uma pessoa ou instituição comunica à CPCJ que um menor se encontra em perigo e, em verificando, esta instituição, esse risco da situação que o envolve, e não conseguindo encontrar, entre os pais/ responsáveis do/pelo menor, a concordância para aplicação de medidas protetoras deste, remete o processo ao MP para eventual prossecução do caso em tribunal, com aplicação de medida contra a vontade dos pais (mas note-se: “é bom ter presente que este tipo de processos não é contra ninguém. Não é contra os pais, nem contra as crianças. Estes processos são a favor das crianças, o que se pretende é proteger a criança, é adotar medidas que vão ao encontro dos seus interesses”); elencando o tipo de medidas que poderiam ser adotadas, com vista à defesa dos interesses da criança e sublinhando que a retirada desta à sua família seria decisão em última ratio, o Dr. Luís Bravo, na manhã de 3 de maio, no Anfiteatro da Escola, perante um vasto auditório de alunos e professores do ensino Secundário, registou que uma das situações em que ocorrem processos de promoção e proteção de menores é o abandono escolar, sendo que este – “não é característico de um específico grupo social, não é um problema que se reduza à comunidade cigana, ou a comunidades imigrantes. É um problema que está associado a famílias de precária situação económica e, sobretudo, a famílias que valorizam pouco a escola”.


Educação Inclusiva

Perante o verdadeiro caso-escola da adolescente de 15 anos que abandonou a escola em nome da tradição (da sua cultura), duas questões surgem, ao Procurador do MP, como determinantes: “será lícito que uma criança não frequente a escola para que assim respeite a cultura própria do meio em que está inserida?” e “em caso negativo, que tipo de medidas se podem aplicar para obrigar a criança a frequentar a escola?”. A resposta que dará à primeira das interrogações que formulou será perentória: “não existe qualquer motivo válido para que uma criança deixe de frequentar o ensino obrigatório”. E, aludindo à arquitetura constitucional portuguesa, tornará claro porque assim pensa: “O Estado português considera que sem educação não há democracia e é por essa razão que a nossa Constituição, a nossa lei fundamental, estabelece que todos os cidadãos têm direito à educação e que o Estado tem o dever de a assegurar a todos. No artigo 73.º, n.º 2 da CRP pode ler-se: «O Estado promove a democratização da educação e as demais condições para que a educação, realizada através da escola e de outros meios formativos, contribua para a igualdade de oportunidades, a superação das desigualdades económicas, sociais e culturais, o desenvolvimento da personalidade e do espírito de tolerância, de compreensão mútua, de solidariedade e de responsabilidade, para o progresso social e para a participação democrática na vida coletiva»”. Ou seja, “a educação não é vista apenas como um serviço a que os cidadãos poderão aceder apenas para sua realização pessoal. A educação não é valorizada de um ponto de vista individualista, no sentido da não discriminação do acesso.” Pelo contrário, o exercício do direito à educação é visto no âmbito de um quadro mais amplo: para que a nossa sociedade possa ser mais igualitária (a nível económico, social, cultural); para que as pessoas se respeitem umas às outras, para que se possa criar vínculos de solidariedade entre todos e para que seja possível participar na vida coletiva (desde uma associação de pais até a uma Assembleia da República) o Estado português considerou que era absolutamente essencial que todos nós frequentássemos um ensino comum. A recusa do determinismo social encontra-se estabelecida, com a escola entendida – nos mundos e horizontes rasgados que proporciona aos alunos, no corpo de disciplinas, conhecimentos, aptidões, competências, formação do humano, do futuro profissional e do cidadão que visa – como lugar axial na construção do homem livre: “o conhecimento é, portanto, um lugar de liberdade. Nas palavras do Professor Sampaio da Nóvoa, o conhecimento é o que permite que amanhã possamos ser diferentes do que somos hoje (…). Permitir que uma criança cigana não vá à escola porque já sabe ler e escrever, e porque isso é suficiente para que possa trabalhar numa feira, é perpetuar as desigualdades, é impedir que essa criança desenvolva o seu espírito e coartar a possibilidade de no futuro vir a ser diferente do que é hoje. É também impedir que essa criança questione os valores da sua comunidade, impossibilitando assim que a mesma seja também suscetível de mudança. A decisão do tribunal de Fronteira olvidou por completo este aspeto. Na decisão, referiu-se que a formação adquirida permite a “integração social no seu meio de pertença”. Ora, o que se pretende não é apenas isso, é a integração, se assim quiser, em qualquer outro meio. Citando mais uma vez o Professor Sampaio da Nóvoa, o processo educativo é abrir a criança a novos mundos, nem que seja para depois regressar ao seu mundo de origem”. Pedro Miranda | Professor de EMRC Teresa Morais e Pedro Areias | Filosofia Cidadania e Desenvolvimento

Manuel Baptista e Rafael Lima | 12.º A

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A Complexidade do Ser Humano

arlos Poças Falcão – Sombra Silêncio (Apresentação)

Carlos Poças Falcão (CPF) nasceu em Guimarães, em 1951. Licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra, exercendo a advocacia durante alguns anos. Abandonaria este ofício para se dedicar à docência e à escrita. Não vê televisão, nem está nas redes sociais, “pois os olhos ficam presos e a alma não tolera a serpente das imagens que emite servidão”. De CPF dirá o também poeta e prestigiado crítico Manuel de Freitas, no Expresso de 1 de Dezembro de 2018, tratar-se de “um dos mais importantes e discretos poetas portugueses contemporâneos”, no que é corroborado, por Diogo Vaz Pinto, a 7 de Dezembro, no jornal I, em um ensaio no qual assinala que CPF vem trilhando “um dos mais significativos percursos poéticos da nossa poesia”. O livro do qual escutaremos alguns poemas, ditos por João Vaz Ribeiro, Sombra Silêncio, foi eleito, pelos críticos literários do jornal Público, como o “Livro de Poesia do ano”, em 2018, em Portugal. E é finalista do Prémio para Melhor livro de poesia do ano, atribuído pela Sociedade Portuguesa de Autores. Sobre Sombra Silêncio, o crítico Hugo P. Santos fala de um livro que é uma “busca por uma possibilidade de sentido para o humano, enquanto carne e espírito”, uma poesia que se interroga, uma escrita que é causa e consequência da inquirição do humano e do transcendente. O sujeito poético, nestes termos, apresenta-se-nos, pois, despido perante a “violência da questionação”. Esta poesia reflete, sem receios, acerca da condição humana, sem obliterar a desumanidade que, na maior parte das vezes, a define. Ainda seguindo o crítico do Público, “a reflexividade e a meditação de teor metafísico nunca [nesta obra] transporta o poema para os terrenos indesejáveis da soberba, do proselitismo ou da afetação”. E isto, porque “o carácter intelectualista, ou mesmo especulativo, desta poesia não traduz uma vontade impositiva de persuasão”. Poesia que fala dos cães, dos arrabaldes, da tensão alta – é desse terreno, desse chão que (então) se perscruta o transcendente. Se os poemas iniciais de Sombra Silêncio indiciam uma filiação bastante expressiva – «uma espera silente e confiada» -, de contornos claros, com o «objeto» de indagação, Deus, a adquirir certa proximidade, compreenderemos, ao longo do trajeto do sujeito poético que, a dado momento, e para usar a expressão de Manuel de Freitas, sobressai um “inequívoco desalento”. E, todavia, não se dá, neste – no sujeito poético -, ainda assim, um mergulho no desespero: «A graça, no entanto, guia ao eixo os descaminhos”.


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A Complexidade do Ser Humano

Do que se trata, refere Diogo Vaz Pinto, é de preferir a lucidez à impaciência, no que aqui parece, de algum modo, permitir acolher uma “teologia negativa” (isto é, aquela corrente teológica que, ao longo dos tempos, sublinhou que sobre Deus apenas pode dizer-se o que Ele não é) [e cito]: “o poeta diz-nos que o que nos faz tremer é que essa «escuridão profunda não se deixa imaginar». Esse limite, que nos devasta de cada vez que tentamos vislumbrá-lo, mostra que a morte se impõe, afinal, contra o próprio mundo, e, na sábia inversão que fez Leopoldo María Panero, o que parece é que é a vida que nesse instante se lança contra o nosso ser”. Sombra Silêncio, nas palavras do próprio autor, é a reunião de poemas muito esparsos no tempo, no espírito e no estilo, alguns dos quais remontam a finais dos anos 80 do século passado. Poemas, quase meia centena, que são, regista Vaz Pinto, “uma integração da sua voz à densidade dos ritmos que ressoam desde tempos ancestrais”, uma voz, dirá António Guerreiro, de uma extraordinária “exuberância imagética” que segue o caminho inverso do da secularização. Por detrás destes versos, desoculta Carlos Vaz Marques, em “O livro do dia” (na TSF), há um “programa insubmisso”: o de resistir e construir uma armadura “contra a vozearia do mundo” (“calar e apagar, desconectar, desaparecer”). O jornalista e editor qualifica Poças Falcão como “eremita do tempo moderno, ele bebe a cerveja no último reduto e vai pelas ruelas, em vez das avenidas, perdendo os autocarros, o metro, os mensageiros que fluem sem ter rosto pela solidez do mundo”. O poeta Manuel de Freitas destaca o “nível elevadíssimo destes poemas”, o “rigor desta escrita”, em suma, “um livro magnífico” do qual extrai dois versos em forma de síntese: “O horror é a matéria deste ar que respiramos/mas os pulmões adâmicos foram feitos para a beleza”. Nos 25-30 minutos desta atividade, escutámos poemas desta obra selecionados e lidos por João Vaz Ribeiro, engenheiro (e, já agora, quase arquiteto também), alguém com vasta experiência enquanto diseur de poesia, nomeadamente a alunos de todos os níveis de ensino. A intervalar conjuntos de quatro poemas ditos por João Ribeiro, escutámos, ainda, outros poetas – Adélia Prado, Sophia Andresen, Hélia Correia, José Augusto Mourão, José Tolentino de Mendonça – pela voz dos nossos alunos, também intérpretes desta manhã de poesia. Pedro Miranda | Professor de EMRC (em articulação com a Biblioteca Escolar e Cidadania e Desenvolvimento)


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Cidadania Participativa? Talvez Não!

idadania Hoje

No passado domingo (dia das eleições europeias), 68,6% dos portugueses não foram às urnas exercerem o direito de voto. Miguel Sousa Tavares (MST), no seu comentário na estação televisiva TVI, disse várias frases polémicas como “as respostas deles [jovens] iam no sentido de «não gosto de política, sou mais de computadores». Chamam-lhes a «Geração Z», mas Z de quê? De Zero?!”. Partindo desta polémica, o Professor de EMRC deu conhecimento dela aos seus alunos e solicitou-lhes que expressassem o seu parecer sobre o tema. Alguns dos textos elaborados, no âmbito de refletir a Cidadania participativa, inerente à democracia, estão aqui presentes. MST tem razão, porque realmente devia existir menos abstenção e a campanha devia ser feita para os jovens. Porém MST coloca a culpa toda nos jovens e isso está errado. Ele também se esquece que nem todos os 68,6% que se abstiveram são jovens, e quase todos os adultos que não votaram estão sempre a criticar o Governo. E também é normal que os jovens que viveram os ataques às Torres Gémeas e a Troika não gostem de política e se queiram abster. A “geração dos computadores” tem contribuído e muito para a evolução da economia e podem não votar mas contribuem para melhorar o país de outras maneiras. A meu ver, MST tem a total razão em tudo aquilo que diz menos quando coloca a culpa toda nos jovens. Compreendo, contudo, que esteja mais zangado com estes, porque na época da ditadura ele já era vivo e adorava ter este direito que 68,6% dos portugueses desperdiçaram. António Mestre | 7.º C

Na minha opinião, MST referiu aspetos com que concordo e outros com os quais discordo. Por um lado, acho que tem razão quando diz que a “Geração Z” está mais preocupada com os computadores, pois, hoje em dia, os jovens passam muito tempo online, sem se preocuparem com o que acontece no mundo. Por outro lado, não concordo com o seu comentário sobre os jovens não lerem livros ou jornais, não saberem nada sobre História e não gostarem de música clássica, porque ainda há muitos jovens que sabem e gostam daquilo que referi. Por exemplo, a minha irmã, que está quase a fazer 18 anos, lê livros e jornais regularmente, é muito interessada em História e adora música clássica, principalmente quando estuda. Do meu ponto de vista, os jovens não têm tanto interesse em votar, pois os partidos não fazem campanha com aspetos que interessem a estes. Também acho que gerações mais velhas têm muito mais interesse em votar, porque viveram em tempos de ditadura, ou seja, não podiam votar. Mas lutaram por isso.

António Portela | 12.º A

Sara Lopes | 7.º C

Nenhum homem recebeu da Natureza o direito de mandar nos outros.


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Cidadania Participativa? Talvez Não!

Primeiramente, MST diz-nos que a chamada «Geração Z» é uma geração com nenhum interesse pelos livros, jornais, política internacional, história e música clássica. Eu estou de acordo, pois o conhecimento e a cultura são a base da comunicação numa sociedade bem estruturada. O conhecimento é a nossa arma mais forte. O jornalista e comentador afirma que os jovens são muito apáticos a tudo o que os rodeia. A meu ver, MST está errado porque há muitos jovens interessados na nossa cultura e inúmeros jovens estimulados pela internet, onde também se podem abordar assuntos sérios. Depois, este diz-nos que a campanha eleitoral devia ser dirigida aos jovens. Nesse caso, concordo com o jornalista porque se um assunto atraísse a mentalidade jovem, como a tecnologia ou a salvação do planeta, mereceria mais empenho da «Geração Z». Manuel Fernandes | 7.º C Eu concordo com MST, pois os estudantes muitas vezes estão mais ligados às tecnologias do que propriamente às coisas que acontecem fora das mesmas ou às histórias do passado. Hoje em dia, os jovens encontram-se fora dos assuntos, principalmente na área da política e não se interessam pelos assuntos abordados. Mas, por outro lado, penso que ainda existe um pingo de gente que realmente se interessa e quer saber dos problemas do mundo e também tem a necessidade e a obrigação como bons cidadãos de irem eleger as melhores pessoas para representar o país, a cidade… Inês Rainho | 7.º.B Geração Z: eu não concordo com o que MST disse sobre o Z em «Geração Z» (Z de Zero de interesse). Eu não acho que todas as pessoas, cuja idade é compreendida entre 18 e 24 anos, devam interessar-se pelas mesmas coisas. Se algumas pessoas gostam de ficar no computador, isso não quer dizer que sejam desinteressados. História e Música clássica: MST argumenta que a «Geração Z» não tem interesse em História ou música clássica. Na minha opinião, os jovens não deveriam gostar todos de História e música clássica. Porque é que idolatram tanto História e música clássica? Qual é o mal de uma pessoa gostar de outros tipos de áreas, como ciências ou línguas, ou gostar de outros tipos de músicas como rap ou ópera ou música pop? MST afirma que os jovens não leem jornais. Alguns jovens podem ver telenotícias e porque devem todos ler jornais? Os jovens não se podem informar de outra forma? Talvez o comentador não conheça nenhum jovem que leia jornais e por isso pensa que nenhum lê jornais.

MST está correto, no sentido em que os jovens de hoje em dia devem estar mentalizados que votar é importante e não devem fingir que isto não lhes diz respeito. O voto deveria ser obrigatório para que os jovens pensassem melhor sobre a eleição. Mas, por outro lado, MST exagerou no sentido em que os jovens não são ignorantes pelo facto de não se interessarem por algumas das coisas que ele acha importantes, ou coisas que apreciava quando era mais novo. Eu acho que os jovens de hoje podem ter futuro, mas, com pessoas a criticarem-nos desta forma torna-se mais difícil os jovens interessarem-se pela cultura e pela política. Se alguém os incentivasse e acreditasse neles, poderiam ir mais longe. Marta Azevedo | 7.º B

Francisco Penelas e Vasco Fonseca| 12.º F

Beatriz Teixeira | 7.º.B


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Cidadania e Ensino Profissional

écnico de Apoio Familiar e de Apoio à Comunidade

Os alunos do Curso Profissional Técnico de Apoio Familiar e de Apoio à Comunidade (TAFC), a funcionar pela primeira vez, neste ano letivo, é constituído por um grupo muito simpático de dez raparigas e um rapaz. Participaram em múltiplas atividades que contribuíram para desenvolver competências a nível do saber-fazer, do saber-estar e do saber-ser. Destacamos algumas das que despertaram maior entusiasmo: colaboração na organização da Marcha para o Sucesso; na reposição da Sinalética no âmbito da Segurança e Situações de Emergência; dinamização da Mostra Escolar; exposição “Ambiente, Saúde e Sustentabilidade”;…

Fotografia: Olga Carvalho

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Nas aulas no exterior orientadas para o conhecimento das instituições da comunidade, das suas funções e funcionamento, “descobriram”: -

o Laboratório do Pioledo; o Hospital da Luz; o Centro Paroquial de Mateus; a instituição “Nós Cuidamos”; o Centro de Ciência; o NucliSol; A PSP, GNR e Polícia Judiciária; Pré-escolar do Colégio S. José; Câmara Municipal de Vila Real;…

Outras atividades que os alunos muito apreciaram foram a ida ao teatro ver o UTADArtes, visita ao Centro de Saúde, a Brigada de Manutenção ”Faço Lixo o Mundo Lixo”, o Suporte Básico de Vida. A preparação das atividades passou pela formulação de questões para colocar aos profissionais das instituições visitadas para conhecer diferentes contextos laborais e diferentes profissões. O que mais gostaram foi das instituições que interagiam com utentes, aquelas que mais despertaram emoções. Olga Carvalho | Coordenadora de Curso


Cidadania e Ensino Profissional

lunos alho e a v r a C a fias: Olg Fotogra

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Dias das Línguas

Literatura que me inspira

Astrid Silva| 10.º J

Os alunos de Português, dos vários níveis de ensino, foram desafiados a fazer trabalhos criativos inspirados em obras literárias estudadas na escola ou lidas em casa. Poderiam fazer desde pinturas, fotografias, passando por colagens ou outras formas criativas. Vários foram os trabalhos entregues e expostos na semana dos “Dias das Línguas”, o que vem, mais uma vez, demonstrar o potencial criativo dos nossos alunos. São muitos os “artistas”, só precisam de alguém que os desafie e os ponha à prova e assim nascerão “obras valerosas”.

Astrid Silva| 10.º J

Maria Dias | 8.º D

Letícia Pinto| 10.º C


Elisa Cardoso | 12.º F

Inês Rainho | 7.º B

Ana Daniela Barreiro | 12.º B

O Broas23 Dias das Línguas

Catarina Seco | 10.º B

Inês Coelho | 12.º A


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Dias das Línguas


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Cinema e Contestação

ontestar também é um ato de Cidadania

O filme: O Clube dos Poetas Mortos de Peter Weir, conta a história de um grupo de jovens com um novo professor (Keating) que os ensina a ver e pensar por si mesmos e falalhes de um antigo clube: O Clube dos Poetas Mortos, onde, numa gruta, declamavam e refletiam sobre a poesia. Inspirados, os jovens recriam o grupo. O professor ensina-lhes ainda a frase: Carpem Diem, isto é, aproveita o dia, pois não vives para sempre; podendo ser aplicada se nós não deixarmos as oportunidades passarem ao lado nem esperar que estas caiam do céu; devemos seguir os nossos sonhos e deixar a nossa marca no mundo. Mais tarde, Neil segue o seu sonho de ser ator, sendo protagonista da peça de teatro “Sonho de uma Noite de Verão” de Shakespeare. No entanto, o pai que o tinha proibido de fazer parte do Grupo de Teatro, não aceita este sonho. Assim, Neil acaba por se suicidar. Podemos dizer que as aulas do novo professor eram importantes, pois este, em vez de dar simplesmente a matéria como qualquer outro professor, potenciava outras capacidades nos alunos, tais como: espírito de reflexão, aproveitamento máximo da vida...Exemplo disso é a 1.ª aula. Nesta, manda-os rasgar as páginas de um livro que explicava a poesia (algo que não pode ser explicado) de modo a que cada um dos alunos formasse a sua própria opinião em relação a esta. Outro exemplo é quando o professor mostra aos jovens fotografias dos antigos alunos da escola já falecidos, de forma a reforçar a expressão Carpem Diem e seus ideais. Nestas fotografias, os jovens alunos pareciam imortais, cheios de vida e sonhos, mas, o certo é que haviam morrido e isso é o fim de todos nós. No final, o professor é despedido por ter encorajado Neil a seguir os seus sonhos, pois, segundo os seus superiores hierárquicos, esta sua atitude motivou aquele trágico desfecho. Além disso, os pais dos alunos reagiram mal a esta nova forma de ensino, pois não a compreenderam, e, tal como a maioria dos professores daquela escola, queriam excelência, perfeição e que os seus filhos apreendessem apenas os conteúdos, pois já tinham a vida destes toda planeada. José Rocha | 8.º B


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Projeto ECO...

nossa casa é um planeta No Eco-Escolas, trabalharam-se vários temas: alguns obrigatórios (resíduos, energia, água) e outros facultativos (biodiversidade, geodiversidade, alimentação saudável, mobilidade, floresta e mar). Para aprofundar e sensibilizar para a correta separação de resíduos realizou-se a sessão "A nossa casa é um planeta" , dinamizada pela Resinorte, em articulação com o Município. Estiveram presentes os alunos das turmas do 8.º C, 10.º D e 10.º L1.

F

azer brinquedos

Os alunos do 7.º A, utilizando como recursos o material eletrónico e elétrico, que as pessoas colocaram no ponto Eletrão, situado à entrada da Escola, construíram brinquedos diversificados e criativos. A espécie de robô, aqui apresentada, é um dos exemplares desta atividade inserida no projeto Eco-Escolas.

co - vestuário

A Nisa Machado, do 9.º E, na Gala Miss e Mister Escolas, desfilou com o seu maravilhoso vestido, homenageando o património natural, o verde envolvente da cidade, o Marão, o Alvão, os jardins, as flores, o azul da água de rios e riachos e das borboletas do Alvão…! Este vestido foi concebido e executado pelos alunos do Clube Eco-Escolas com a preciosa ajuda da avô da Nisa e...voilá: de uma cortina nasceu esta obra de arte. Esta atividade decorreu, no dia 2 de maio, no âmbito do Mês da Juventude & Eco, dinamizado pelo município vila-realense.

Cláudia Costa |Coordenadora do Eco-Escolas

Fotografia | Cláudia Costa

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Promover o Bem - Estar

archa para o Sucesso

Organizada pelo Grupo de Educação Física, com a colaboração da Direção da Escola e dos Diretores de Turma, realizou-se a Marcha para o Sucesso. Mais do que as palavras importam, aqui, as imagens. Ei-las!

Grupo Disciplinar de Educação Física

do lha sga E ula : Pa a i f a ogr Fot


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Segurança na Escola

imulacro

Prever, Prevenir e Proteger, mitigando os riscos e promovendo a segurança, passa pela sensibilização de todos para a necessidade de conhecer e adotar medidas de autoproteção em caso de acidente e para a urgência de rotinar procedimentos de segurança, pelo que toda a comunidade educativa é corresponsabilizada no cumprimento das normas de segurança. Após reajustar o Plano de Emergência às condições atuais da Escola (revisão do plano de evacuação, verificação da sinalética), foi realizado, dia 30 de abril, um Simulacro “Evacuação Geral em Situação de Emergência” para exemplificar e rotinar atitudes a tomar durante uma evacuação de emergência e testar as novas portas de emergência (no 1.º piso e no 2.º piso). Após a evacuação geral, foi realizada uma reunião de avaliação com o objetivo de estabelecer um plano de ação de melhoria, tendo em conta as lacunas detetadas e concluiu-se que devemos continuar a investir na cultura de segurança para benefício de todos e de cada um dos elementos da comunidade escolar.

Fotografia: Paula Esgalhado

Fotografia: Paula Esgalhado

Olga Carvalho | Coordenadora do Plano de Segurança da Escola


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Aprendizagem para a VIDA

isita aos Bombeiros Voluntários da Cruz Branca

No dia 31 de maio, alguns alunos da Escola Secundária São Pedro realizaram uma visita de estudo ao quartel dos Bombeiros Voluntários da Cruz Branca, de Vila Real, durante a qual foram muito bem recebidos pelos operacionais ali presentes. Os guias explicaram-lhes, detalhadamente, os procedimentos perante vários tipos de emergência/acidentes, bem como a utilidade de diversos tipos de equipamento. Os alunos e professores puderam perceber como funciona o equipamento para desencarceramento, para socorrer uma vítima soterrada, para salvar alguém que tenha caído a um rio ou lagoa, para socorrer quem se encontre dentro de um edifício em chamas, etc. Os participantes na visita tiveram, ainda, oportunidade de ser informados sobre alguns exercícios que os bombeiros daquela corporação efetuam, nas instalações da sua sede, para se prepararem cada vez mais e melhor na resolução das situações infelizes ou mesmo trágicas que nos vão acontecendo. Viram ambulâncias novinhas em folha, camiões muito bem equipados, fizeram testes de hipoglicémia, medição dos níveis de oxigénio, do batimento cardíaco, pressão arterial…. mas a melhor parte foi mesmo uma voltinha num dos camiões! Com direito a gincana e tudo! Os alunos estiveram sempre interessados e participaram com entusiasmo em todos os desafios que lhes foram colocados. O sorriso constante nos seus rostos foi a prova de que o dia e a visita tinham valido a pena. Foi um dia feliz!

Um grande BEM HAJA aos Soldados da Paz da nossa cidade.

Muito obrigado e continuem o bom trabalho!

Carmelina Dias | Luís Pombo - professores


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Os Nossos Heróis

orge Miguel Elias Lousada

Jorge Miguel Elias Lousada de 17 anos, aluno da Escola Secundária São Pedro a frequentar o 12.º ano do Curso de Ciências Socioeconómicas, tem um percurso escolar com classificações, tanto internas como externas, ao nível de excelência. Participou, em janeiro, na primeira fase das Olimpíadas da Economia, tendo alcançado a melhor classificação dos alunos do nosso Distrito, o que lhe deu direito a participar na final portuguesa das VI Olimpíadas da Economia que decorreram na Universidade de Coimbra, nos dias 26, 27 e 28 de abril. De entre os 47 finalistas, o Jorge Lousada alcançou o primeiro lugar, pelo que vai representar Portugal nas International Economics Olympiad (IEO) que se vão realizar em julho em São Petersburgo, na Rússia. O intuito com que se realizam estas Olimpíadas é o de unir dois mundos - aproximar a ciência económica ao melhor do espírito olímpico, e, ao mesmo tempo, juntar os jovens do ensino secundário aos do ensino superior. Este jovem talento vai com certeza dignificar o nome de Portugal. Parabéns, Jorge! Rosalina Ferreira | Professora de Economia

Em Coimbra, assistimos a uma palestra intitulada «Felicidade na Escola» e a empresa Delta, um dos patrocinadores, colocou um problema que os concorrentes tiveram que resolver. A equipa que vai à Rússia representar Portugal é constituída por cinco alunos (4 rapazes e 1 rapariga). Vão estar em concurso 24 países de todos os continentes. A atração que tenho pela Economia veio do facto de a minha família ter uma empresa de decoração, tendo eu sempre trabalhado nela durante as férias e de alguma influência do meu pai, que é economista. No meu futuro, gostava de fazer um Erasmus num país do norte da Europa e ampliar a empresa familiar. Jorge Lousada | 12.º D


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na Margarida Guedes A natação apareceu na sua vida quando tinha apenas 4 anos de idade e nunca mais se separaram. Esta modalidade desportiva exige-lhe sacrifício, disciplina, muitas horas de treino, muitas piscinas feitas e a fazer, mas também a gratifica com o reconhecimento do mérito a nível nacional e internacional, muitas medalhas ganhas, algumas de ouro. As viagens, o conhecimento e convívio com outros nadadores do Mundo inteiro são, também, muito enriquecedoras. Esteve presente, a representar Portugal, em países como a Hungria, Chipre, Colômbia, Geórgia. O último grande desafio foi no Rio de Janeiro, Brasil, onde no WCS ISF de Natação alcançou o: 1.º Lugar 50 metros mariposa 3.º Lugar 4x100 livres femininas

Esteve uma semana lá, do outro lado do Atlântico, dois dias de viagens, dois dias de treino e dois dias de provas e o resto do tempo livre foi para passear e conhecer um pouco desta grande metrópole. A adaptação ao clima foi fácil porque lá é, nesta altura, inverno. Impressionou-a a beleza daquela Natureza pujante, luxuriosa, as cores vibrantes de pássaros e flores. Impressionou-a a pobreza extrema: pessoas a viver debaixo das pontes, a multidão que pede nos semáforos, crianças de quatro, cinco anos, a fazer malabarismos em troca de algumas moedas para poderem comprar comida. Os seus projetos futuros passam por tirar o curso de Gestão, na UTAD, para continuar a ter as mesmas condições desportivas na prática da Natação.

Fotografia: Paula Esgalhado

Fotografia: Rosa Peixoto

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Os Nossos Heróis

Obrigado por representares brilhantemente a nossa Escola!


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A Escola e os seus Rituais

ivro de Curso

A Quinta Gala de entrega do Livro de Curso do 12.º ano realizou-se no dia 12 de junho, pelas 17 horas e trinta minutos, no jardim da nossa Escola, e contou com a presença dos alunos, professores, pais e Encarregados de Educação, bem como outros familiares e membros da comunidade. Presentes na Mesa de Honra o senhor Vereador do Pelouro da Educação e Ensino, a Presidente do Conselho Geral, a Senhora Diretora, o Presidente da Associação de Pais e de Encarregados de Educação, o Presidente da Associação de Estudantes e a Presidente da Associação de antigos alunos e professores. Há cinco anos, surgiu o projeto de guardar a memória do percurso escolar num livro feito pelos alunos para os alunos. Pioneira e única nesta iniciativa, a Escola conta com o empenho dos alunos, dos professores, da Direção e restantes membros da Comunidade Escolar, tendo todos contribuído para que a Gala fosse um sucesso. As apresentadoras, Bárbara Brito e Cunha e Mariana Sousa, alunas do 10.º A, deram as boas vindas a todos e anunciaram os intervenientes, quer dos momentos mais sérios, dos discursos, quer dos momentos mais descontraídos, da música. O talento dos alunos da Escola fez as duas horas de festa passarem rápido entre os aplausos aos alunos do 10.º E que dançaram a Erva cidreira e o Sariquité (danças tradicionais aprendidas nas aulas da Professora Paula Ferreira) às jovens cantoras Rafaela Cabral, Maria Teresa Vasconcelos, Sofia Monteiro e à Banda dos alunos Ana Silva, Francisco Penelas e Francisco Silva. Foram vários os discursos proferidos: uns breves, outros mais longos, uns improvisados e outros trabalhados, mas os mais entusiásticos e emotivos foram os da autoria das duas alunas que estavam a representar os colegas do 12.º ano, a Sofia Lopes e a Mariana Morais dos Santos, o do Presidente da Associação de Estudantes (João Matias) e o dos Professores (Fátima Campos).


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A Escola e os seus Rituais

Houve tempo ainda para homenagear alunos que se distinguiram no desporto, na ciência e em outras atividades extracurriculares. Assim, foram chamados ao palco os alunos: - Ana Margarida Guedes, que representou a Escola no Brasil no Campeonato do Mundo de Natação da International School Federation, tendo ganhado uma medalha de ouro (50 m Mariposa) e uma de bronze (Estafeta 4 X 100 m livres); - Jorge Lousada que representou a Escola nas Olimpíadas da Economia, obtendo o 1.º Prémio a nível nacional e vai representar Portugal na Rússia, em julho; - António Teixeira Lopes e Mário Travassos que fizeram parte de uma equipa de sete alunos do 11.º e 12.º anos da Escola Secundária São Pedro que concorreu ao Beamline for Schools (BL4S), dinamizado pelo CERN, em 2018, com o projeto Particle EsPIONage. Obtiveram um Diploma de Participação com Menção Honrosa e foram ainda convidados para participar no MEFT IST: a desafiar os limites da ciência e da tecnologia no ISTL. A escola ganhou ainda um detetor de Cosmic Pi que será instalado por uma equipa do CERN; - Leonor Teixeira, do 7.º A, vencedora das Olimpíadas Escolares de Ortografia, e Rui Silva, do 11.º A, que representou a Escola na Final Nacional do Concurso do PNL, cuja cerimónia decorreu em Braga no dia 18 de maio. A festa culminou com a chamada ao palco de todas as turmas do 12.º ano para a entrega dos livros de curso. Houve lágrimas, muitas palmas e sorrisos por ver concluída esta importante etapa da vida. Seguiu-se um “Douro de Honra” que teve lugar na Cantina da Escola, onde se degustou, entre outras iguarias, um excelente bolo comemorativo, oferecido pela Padaria Serrana. Está escrito no livro de curso: Somos as memórias que fazemos, vivemos das memórias que lembramos e sublinhou-se que a nossa Escola não é só um espaço de aprendizagem e formação é também um espaço de convívio e festa. Celebrou -se o sonho: o que se concretizou e o que está para se concretizar. Foi intenção dos professores de Português, envolvidos nesta atividade, relevar aqueles que se entregaram generosamente ao trabalho, que não esperaram que os outros o realizassem por eles, que alimentaram o entusiamo de aprender, que contribuíram para que este espaço (a sua casa durante seis anos) fosse mais humano, mais eficiente, mais capaz. Apesar dos constrangimentos inerentes às obras na Escola o evento foi muito positivo e excedeu as expectativas, tendo São Pedro contribuído com a sua parte. Os Professores responsáveis pelo Projeto


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Domínio - Sexualidade

ireitos, Conceitos e Preconceitos

Em Cidadania e Desenvolvimento, no Terceiro Período, o domínio mais trabalhado foi a Sexualidade. Realizaram-se palestras, jogos, diversas atividades. A turma do 7.º C debateu a (des)igualdade de direitos entre homens e mulheres e os conceitos, preconceitos e estereótipos que existem e são inculcados a todos, mesmo antes do nascimento: a ditadura do rosa e bonecas para as meninas e do azul, carrinhos e bolas para os meninos. Quando foi lançada a temática, num debate-turma, ficou patente que há preconceitos que já estavam entranhados. Alguns rapazes afirmaram que se recusavam a vestir uma T-shirt cor-de-rosa e consideraram que não era próprio dos rapazes brincarem com bonecas. Neste contexto, organizados em grupos, analisaram informação e debateram aspetos da discriminação entre homens e mulheres. Criaram palavras de ordem e ilustrações que passaram para t-shirts: azuis para as meninas e rosa para os meninos. No final, cada grupo apresentou o seu trabalho à turma, envergando as T-shirts. Entre as conclusões obtidas destacaram-se: - as cores que usamos não definem a nossa sexualidade; - gostar de bonecas, carros ou bolas não define a sexualidade; - os preconceitos são a base da discriminação; - os preconceitos que a sociedade impõe devem ser combatidos; - o combate aos preconceitos desenvolve a tolerância face à diferença; - a tolerância face à diferença cria sociedades mais justas.


Domínio - Sexualidade

Alunos do 7.º C

Ficha Técnica Propriedade - Escola S/3 S. Pedro - Vila Real

http://www.esec-s-pedro.rcts.pt

Coordenação de Redação e Imagem - Lurdes Lopes | Rosalina Sampaio Colaboradores permanentes - professores: Cláudia Costa | Fátima Campos | Olga Carvalho | Pedro Miranda | Teresa Morais Colaboradores permanentes - alunos: António Mestre | Astrid Silva | Bernardo Félix | | Sofia Lopes | Alunos do 7.º ano | alunos do 10.º E | alunos de EMRC | Delegados e Subdelegados do 7.º e 10.º anos | Alunos de Aplicações Informáticas B do 12.º ano Redação e Ilustrações - Alunos | Professores | Funcionários

Fotografia - Paula Esgalhado | Olga Carvalho | Teresa Morais

Revisão de Textos - Fátima Campos Impressão - Pedro Oliveira Responsável pelo blogue - Lurdes Lopes 2.ª Edição de 2018/2019

http://jornal-o-broas.blogspot.com/

Diogo Carvalho e Tiago Lameirão |

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Domínio - Educação Ambiental

ra Preciso Agradecer às Flores

As flores Era preciso agradecer às flores Terem guardado em si, Límpida e pura, Aquela promessa antiga Duma manhã futura. Sophia de Mello Breyner Andresen

XI Olhos postos na terra, tu virás no ritmo da própria primavera, e como as flores e os animais abrirás nas mãos de quem te espera.

Agora as aves voltam Agora as aves voltam, são nos ramos altos a matéria mais próxima dos anjos – ousarei eu tocar-lhes, fazer delas o poema? Eugénio de Andrade


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Domínio - Educação Ambiental

Agora Abre-te, Primavera! Tenho um poema à espera Do teu sorriso. (…)

Primavera Depois do Inverno, morte figurada, A primavera, uma assunção de flores. A vida Renascida E celebrada Num festival de pétalas e cores. Miguel Torga

a vida ra em cad e v a im r p Há uma a: em cada vid ra e v a m ri p Há uma orida, -la assim fl tá n a c o is c ara cantar! é pre u voz, foi p e d s o n s u nca pois se De rbela Espa

Fotografia: Paula Esgalhado

Flo

Os alunos do 7.º B, na disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, em articulação com a Biblioteca Escolar, prepararam uma atividade de boas vindas à Primavera, que teve como grande objetivo chamar a atenção para a importância da defesa do ambiente. Recolheram do chão o que as árvores deixam cair (flores, folhas, sementes, galhos…), juntaram-lhe outros elementos naturais, como, cascas de caracóis vazias, seixos, conchas… e fizeram instalações artísticas. Embelezaram a Menina a Ler, dando-lhe um ar primaveril e leram os poemas de escritores portugueses, aqui reproduzidos.

Todos gostaram desta bela manhã de Primavera!

Alunos do 7.º B


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Domínio - Educação Ambiental

ota da Cidadania - A Rua é de Todos

Os passeios limítrofes à Escola estão sempre sujos de dejetos caninos. Muitas pessoas que passeiam os cães não têm o hábito de limpar o que os seus animais fazem. Põe em causa a saúde pública e o ambiente, para além de ser desagradável para todos. Partindo desta situação e com vontade de invertê-la, os alunos do 7.º C, nas aulas de Cidadania e Desenvolvimento e em colaboração com o Eco-Escolas, desenvolveram um projeto inserido na iniciativa Rota da Cidadania da Câmara Municipal de Vila Real. O projeto desenvolveu-se nas seguintes fases: Primeira fase - Construção, em trabalho de grupo, de frases/slogans para sensibilizar as pessoas a mudar comportamentos; Segunda fase - Seleção, em todos os grupos, da melhor frase/slogan; Terceira fase - votação, por todos os alunos da turma, das quatro frases/slogans de maior impacto e mais concisas. Frases/Slogans vencedores 1.ª - Não deixe o seu cão sujar e serem os outros a limpar! (25 votos) 2.ª - Limpe os dejetos do seu animal para o ambiente não ficar mal! (18 votos) 3.ª - Quanto menos suja for a sua vida, melhor será vivida! (17 votos) 4.ª - Para a sua rua não cheirar mal, limpe o que deixa o seu animal! (8 votos); Quarta fase - elaboração de cartazes com as frases vencedoras e ilustração. O projeto contribuiu para desenvolver uma cidadania e civismo responsáveis. A comunicação à comunidade era a escrita das frases nos passeios, o que seria inovador, teria grande impacto visual e pedagógico e contribuiria, ainda, para embelezar os passeios próximos da Escola. Porém, não foi possível, e assim os cartazes vão ser plastificados e expostos no gradeamento da Escola. Coordenadora de Cidadania e Desenvolvimento | Coordenadora do Eco-Escolas

Cláudia Costa | Coordenadora do Eco-Escolas

Nota - O projeto Rota da Cidadania estabelece a elaboração de um pergaminho que cada escola tem de apresentar a outra. A nossa Escola recebeu o pergaminho da Escola do Bairro de S. Vicente de Paulo e apresentou e entregou o seu no colégio de S. José.


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raffiti Cooperativo

O Graffiti Cooperativo é um método de aprendizagem cooperativa que promove o pensamento crítico através da argumentação e assunção de posições fundamentadas face a questões controversas. Passos do método: 1. Divisão dos alunos em grupos cooperativos de 4 elementos. 2. Distribuir uma folha de cartolina dividida em quatro partes com indicação da tese a discutir no centro. 3. Cada aluno do grupo, com marcadores de cor azul, escreve na sua parte da cartolina os argumentos com que defende a tese. 4. Troca de cartolinas com os outros grupos (os alunos do novo grupo escrevem com marcador de cor vermelha as objeções aos argumentos avançados pelo 1.º grupo). 5. As cartolinas voltam ao grupo inicial. 6. Discussão sobre a validade e pertinência das objeções/contra-argumentos. 7. Conclusão com apresentação pelo porta-voz do grupo dos argumentos e contraargumentos referenciados.

Teresa Morais

Coordenadora de Cidadania e Desenvolvimento | Professora Bibliotecária

Teresa Morais

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Domínio - Educação Ambiental


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Domínio - Educação Ambiental

uvens de Palavras

Existem várias ferramentas/aplicações digitais com as quais se pode construir nuvens de palavras, estratégia de aprendizagem eficaz para identificar palavras, conceitos referentes a um determinado tema. Não é obrigatório que assumam a forma de nuvem, embora seja a mais frequente. Na descoberta e exploração do domínio Educação Ambiental de Cidadania e Desenvolvimento, em colaboração com a Biblioteca Escolar, os alunos do 7.º ano e as turmas do 10.º E e 10.º L construíram “nuvens” com formas curiosas e palavras fundamentais quando falamos em Educação Ambiental. As palavras que mais se repetem são as que estão em maior destaque -são as fulcrais, aquelas a que devemos prestar maior atenção.

Cidadania e Desenvolvimento | Biblioteca Escolar


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S

Infográficos… TIC

alvar os Oceanos

Menção honrosa

1.º Prémio

Um dos maiores problemas ambientais é a poluição dos oceanos. Partindo desta premissa, os alunos do 7.º ano desenvolveram um trabalho de criação de infográficos com o tema “Salvar os Oceanos”. Este projeto resultou da articulação entre as disciplinas de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e de Cidadania e Desenvolvimento e a colaboração da Biblioteca Escolar. Todos os trabalhos realizados foram apreciados por um júri, coordenado pela Professora Bibliotecária. Este júri atribuiu o primeiro prémio aos alunos Gonçalo Fundo e Francisco Madureira, do 7.º A e a menção honrosa aos alunos José Pedro Morais e Lara Sousa, do 7.º D.

Parabéns a todos os alunos participantes no desafio!


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A

Parlamento dos Jovens - Ensino Básico

lterações Climáticas - Salvar os Oceanos

Os deputados eleitos em janeiro para o Parlamento dos Jovens do Ensino Básico foram: 1.º Deputado - António Pedro Correia Mestre 2.º Deputado - Jaime da Costa Gouveia 3.ª Deputada - Maria Teresa Lobo de Vasconcelos, assim como a Rafaela da Silva Cabral, que foi eleita vice-presidente para a mesa. Estiveram todos presentes na Sessão Distrital, que se realizou no IPDJ, no dia 18 de fevereiro. A deputada Maria Manuel Rola, do Bloco de Esquerda, esteve presente para esclarecer as questões que as escolas tinham formulado sobre o tema. Em seguida, as treze escolas do Círculo Eleitoral de Vila Real apresentaram os seus projetos de recomendação, realizando-se, depois, o debate na generalidade e a votação para eleger o projeto de recomendação deste Círculo Eleitoral. No debate na especialidade, eliminou-se, aditou-se e alterou-se o texto de medidas. O projeto de recomendação do Círculo Eleitoral de Vila Real ficou assim: 1. Desenvolvimento de políticas locais (ao nível das autarquias) para o desenvolvimento de parcerias com grupos/associações locais para fomentar o repovoamento das florestas. Desenvolvimento de políticas de subsídios aos proprietários de florestas/matas para manutenção e melhoramento das mesmas. 2. Desenvolver políticas de incentivo à aquisição de automóveis elétricos, diminuindo os impostos sobre a compra dos mesmos e aumentar a rede de abastecimento. 3. Proibição de fabrico e venda de materiais plásticos como: pratos, copos, talheres e até mesmo palhinhas. Inês Rainho | 7.º B


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Parlamento dos Jovens - Ensino Secundário

everter o Aquecimento Global

As alunas Renata Gaspar e Rita Simões, deputadas do Círculo Eleitoral de Vila Real, acompanhadas da aluna Sofia Lopes, como jornalista, e do professor Pedro Areias, deslocaram-se à Assembleia da República, nos dias 20 e 21 de maio, para participarem na Sessão Nacional do Parlamento dos Jovens, focado, este ano, na temática das alterações climáticas. Nas comissões parlamentares, foram discutidas os projetos de recomendação dos distritos de Aveiro, Braga, Coimbra, Lisboa e Vila Real, bem como da região autónoma dos Açores, e, de seguida, escolhidas as propostas mais adequadas para a construção do projeto-base a apresentar aos restantes deputados da Assembleia da República. Devido a diversos imprevistos, a comitiva do Círculo Eleitoral de Vila Real apresentou-se aos trabalhos muito após o seu começo, sendo altamente prejudicada. Esta situação suscitou um debate acerca dos problemas enfrentados pelas regiões do interior, particularmente do Interior Norte. Enquanto decorria o trabalho nas comissões, os jornalistas tiveram uma visita guiada pelo Parlamento. O dia terminou com um divertido espetáculo na sala dos Passos Perdidos e um agradável convívio nos jardins, através de uma iniciativa de street food, com diversas escolhas para os presentes. O dia seguinte foi marcado pelo debate das propostas apresentadas pelas quatro comissões parlamentares, conseguido graças à eliminação ou alteração das múltiplas propostas. Houve igualmente espaço para uma sessão de questões aos deputados dos diferentes grupos partidários, da parte da manhã, incidindo em temas tão díspares como os desafios colocados à educação, a corrupção e os problemas ambientais. Os jornalistas tiveram uma conferência de imprensa com o Presidente da Comissão da Educação e Ciência, Alexandre Quintanilha. Após o almoço foram prosseguidos os trabalhos matinais e votadas as medidas que constariam no projeto a apresentar aos deputados da Assembleia da República. Diversos discursos emotivos de despedida foram proferidos por todos os círculos eleitorais, pois muitos dos deputados, como foi o caso de Vila Real, encontravamse no seu último ano do secundário. Foram assim passados dois dias de muita aprendizagem, convívio e divertimento. Sofia Lopes | 12.º G


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O

Cidadania e Intervenção

uvir a Voz dos Oceanos - teatro

Narrador - Cansados da loucura humana que destrói o planeta Terra com uma voragem vertiginosa, os cinco oceanos decidiram reunir-se para debater os seus problemas, resultantes da insanidade e ganância dos Humanos.

Nota - Esta pequena peça de teatro, sobre a situação atual dos oceanos, foi escrita pela professora Rosalina Sampaio para trabalhar o domínio Educação Ambiental, de Cidadania e Desenvolvimento. O Grupo de Teatro da Escola dinamizado pelas professoras Cláudia Costa e Teresa Bamond coreografaram, ensaiaram e levaram a cena no dia 14 de junho, no Auditório da Escola, perante uma plateia composta por alunos do 7.º ano, professores e utentes do Centro de Atividades Ocupacionais do NucliSol Jean Piaget. Os atores foram: Inês Pinto, Leonor Dias e Matilde Miranda, do 7.º A, Dinis Lima e Amélia Vasconcelos, do 9.º E, professoras Ana Barros, Cláudia Costa e Teresa Bamond. Estiveram todos magníficos! Bravo! Chapeau!!!

Fotografia | Paula Esgalhado

Atlântico – Os petroleiros, ai os petroleiros, esses monstros que cruzam as minhas águas e que têm provocado desastres imensos, marés negras quando derramam crude, por acidente ou negligência. É horrível ver como ficam partes do meu vasto corpo, as águas e formas de vida sufocadas por aquela mancha negra e pestífera que mata tudo em que toca. Quem não se lembra do desastre do Prestige, tragédia horrível, trazendo a morte às minhas águas e praias da Galiza? As aves e todos os outros seres cobertos de negro, as praias de areia branca escondidas por uma camada escura e oleosa. Que desgraça! Outro mal que me aflige é a pesca desenfreada que leva à extinção da vida que há em mim. Muitas espécies que me habitam estão em risco: o bacalhau, nas minhas águas frias, a sardinha, nas minhas águas temperadas, o marisco, nas minhas águas quentes, nada escapa à sofreguidão humana que quer sempre mais, mais e mais… (…)


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M

Cidadania e Intervenção

anifesto/Ultimato

Nós, os 5 Oceanos, reunidos nesta 1.ª Cimeira queremos deixar claro, a vós Humanos, que: - Não vamos tolerar mais a vossa ingratidão e incúria para connosco; - Tendes que acabar, já, com a nossa exploração e poluição; - Estabelecei medidas eficazes para reverter a nossa atual situação; - Exigimos um pedido de desculpas a nós e aos seres maravilhosos que nos habitam, pela falta de respeito e prejuízos causados; - Se vós, Humanos, não cumprirdes estes pedidos, nós, Oceanos, decretamos que: Não haja mais maresia! Não haja mais ondas no mar! Não haja mais nascer e pôr do sol no mar! Não haja mais matizes de azul, verde, ouro e prata nas águas do mar! Não haja mais golfinhos a saltar e a brincar, nem baleias a mergulhar no mar! Humanos, ainda é tempo: Salvem-nos se querem ser salvos!!! (Palmas)

Surpresa Neptuno - Eu sou aquele poderoso deus dos mares a quem os Romanos chamaram Neptuno, ouvi-vos, meus filhos desventurados e a vós, Humanos, ordeno: Respeitai e salvai os oceanos, eles são a fonte da vida. Se eles morrerem também vós perecereis! A continuardes, ordenarei, terminantemente que: Não haja mais passeios dos Humanos à beira-mar, nem festas na praia Não haja mais banhos dos Humanos no mar! (…)

Fotografia | Paula Esgalhado

Coordenadora de Cidadania e Desenvolvimento


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L

Logo… Teatro

ogótipo Teatro

Maria Vaz | 12.º B

Ana Lea Monteiro | 12.º B

Inês Aires | 12.º B

Iago Sarmento e Tiago Cardoso | 12.º E

Desenhar um logótipo para o Clube de Teatro da nossa Escola foi um dos desafios concretizados na disciplina de Aplicações Informáticas B, do 12.º ano. A seleção coube a um júri constituído por elementos diversificados, coordenados pela Bibliotecária da Escola. O logótipo, realizado pela aluna Maria Vaz, do 12.º B, foi o escolhido, dentre de um conjunto de trabalhos muito criativos, o que dificultou a tarefa do júri. Nestas páginas, estão alguns desses trabalhos realizados pelos alunos e que vale a pena divulgar.

Beatriz Matos | 12.º A

Daniela Barreiro | 12.º B

Maria João Fernandes | 12.º D


Logo… Teatro

Inês Lopes e Sara Oliveira | 12.º C

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Luís Costa | 12.º A

Rita Brás e Sara Antunes | 12.º E

Elisa Cardoso | 12.º F

Inês Coelho| 12.º A

Rafael Lima | 12.º A

Catarina Correia | 12.º D

Catarina Correia| 12.º B

Diogo Carvalho | 12.º A

Leonor Campos | 12.º D


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C

Justiça para Tod@s

rime Ambiental no Alvão

Paula Lousa | Professora de História

José António Fagundes Carrajola nasceu na localidade de Lamas de Ôlo, a 5 de novembro de 1953, numa família em que ambos os progenitores foram emigrantes na Alemanha, durante 36 anos. José António é o mais novo de três irmãos (uma rapariga e dois rapazes) e foi criado entre duas culturas: a alemã e a portuguesa. Passava sempre as férias em Portugal, na casa dos avôs paternos e, a partir de 1978, na casa que os pais mandaram construir na aldeia. Amava a Serra do Alvão que conhecia muito bem devido às suas longas caminhadas. Passou a praticar plogging (caminhadas com recolha de lixo) para limpar o Alvão de uma das suas maiores pragas: o despejo de entulho, eletrodomésticos e mesmo móveis. Sensibilizado com os atentados ao ambiente que a Serra sofria, continuadamente, comprou mesmo uma carrinha de caixa aberta para carregar maior quantidade de lixo e as peças maiores. Nas suas caminhadas, era acompanhado pelos seus três cães (Nero, Alcibíades e Agripina – gostava muito de História, sobretudo do Império Romano) e, por vezes, um dos seus quatro sobrinhos. Nunca casou, mas vivia, há 32 anos, em união de facto com Josefina Amélia Freamunde Cabriola. Não tinham filhos. A reforma chegou aos 58 anos, depois de ter trabalhado 38 anos na filial de uma multinacional alemã, na cidade do Porto. Todos os seus fins-de-semana eram passados em Lamas de Ôlo. A reforma e o facto de ter herdado a casa dos pais levaramno a fixar residência nesta aldeia do Alvão. Dinamizava caminhadas de exploração e conhecimento da fauna e flora da Serra. Influenciou outras pessoas que começaram a juntar-se a ele no plogging. Toda a gente o conhecia como grande amigo do ambiente e do Alvão.Na madrugada de 15 de dezembro de 2017, às 06:00, José Carrajola, acompanhado pelo sobrinho, Filipe Durão Carrajola Simanco, que tinha à altura 22 anos, saíram para ver se identificavam quem andava a deixar móveis velhos perto do rio Ôlo, numa zona com pouca visibilidade da estrada. Chegados ao local esconderam a carrinha e aguardaram atrás de um fraguedo granítico. Às 06:45, ainda estava um pouco escuro, mas ouviram e conseguiram ver uma velha carrinha que lançava um fumo negro, pestilento.


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Justiça para Tod@s

A carrinha estacionou e dois homens saíram e começaram a tirar mesas e cadeiras velhas da carrinha e a lançá-las por uma pequena ravina abaixo. Esta tarefa durou cerca de trinta minutos. Quando estavam a acabar, José António e o sobrinho surpreenderam os homens que manifestaram grande espanto e tentaram disfarçar. José António disse-lhes, sem agressividade, que abandonar lixo na Serra era crime e que ia denunciá-los se eles não recolhessem tudo que tinham lançado na ravina. Os homens tentaram negar o óbvio e o mais velho ameaçou-os, afirmando: “É melhor estarem caladinhos se não querem arranjar graves problemas e terem uma vida curta.” José António retorquiu que não tinha medo de ameaças e já tinha telefonado para a brigada da SEPNA da GNR, responsável pela defesa do ambiente. Quando ouviram isto os dois homens entreolharam-se e disseram: “Vamos embora.” Foram para a carrinha e o mais velho abriu o porta-luvas e, num instante, apareceu com um revólver na mão e disparou, primeiro sobre José António e depois sobre o sobrinho. O mais novo arrancou com a carrinha. O sobrinho foi ferido na coxa esquerda, arrastou-se para ver o tio e verificou que tinha levado um tiro no coração e grandes golfadas de sangue saiam do seu peito. Telefonou para a GNR que apareceu, com o INEM, passado meia hora. O tio faleceu enquanto esperava pela ambulância. O sobrinho esteve internado 15 dias e ficou com sequelas do tiro que levou. Foi este caso que a turma do 10.º J trabalhou para levar a julgamento, sexta-feira, dia 14 de junho. Presidiu ao julgamento o Meritíssimo Juiz de Direito Rui Paulo Ferraz, coadjuvado pelo Excelentíssimo Procurador Alfredo Chaves e pela oficial de justiça Isabel Dias. O réu, Joaquim Sabroso Alma Grande, depois de ouvida a única testemunha presente no local dos crimes e as testemunhas abonatórias da vítima e do arguido, foi condenado pelos crimes de homicídio simples, ofensas, poluição e uso e porte de arma ilegal, a uma pena única, em cúmulo jurídico, de treze anos e seis meses. O desenvolvimento do projeto teve o apoio da professora de História A, Paula Lousa, da Diretora de Turma, Elisabete Teixeira, do professor Pedro Miranda, do advogado Dr. Pedro Carvalho. A todos, muito obrigada!

Isabel Dias | Oficial de Justiça

Rosalina Sampaio | Coordenadora de Cidadania e Desenvolvimento


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Diogo Lameirão e Rafael Santos | 12.º A

Ivo Fernandes |12.º F

Diana Oliveira e Maria Vilela | 12.º E

O granito da fachada principal da nossa Escola foi colorido e embelezado pelos alunos que frequentaram a disciplina de Aplicações Informáticas B no 12.º ano. Com o recurso ao programa de edição de imagem Photoshop, criaram “entradas” vanguardistas, que vale a pena admirar:

Beatriz Morais e Margarida Basílio | 12.º D

einventar a “Entrada” da Escola

Iago Sarmento e Tiago Cardoso | 12.º E

R

Imagem e… Escola


Imagem e… Escola

Ana Guedes e Mariana Costa |12.º E

Diana Oliveira e Maria Vilela |12.º E

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Leonor Campos e Diogo Fernandes |12.º D

Cristiana Silva e Elisa Cardoso |12.º F

Francisco Penelas e Vasco Fonseca|12.º F

José Claro e Rafael Fernandes |12.º F Inês Aires e Inês Canelas |12.ºB


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