Jornal O Broas | 2017/2018

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Stefano Guerra - Tiago Sousa

Jornal da Escola Secundária São Pedro - 402874 - Vila Real Ano XVIII

O

Ano Letivo de 2017/2018

http://jornal-o broas.blogspot.com/

Broas festeja este ano a sua maioridade: 18 anos re-

pletos de palavras, imagens, poesia, ideias e emoções que João Almeida - Miguel Costa | 12.º C

são o sentir desta Escola. A Escola S. Pedro tem já 56 anos de vida neste edifício, atualmente a ser renovado e modernizado. É mais uma importante memória para aqueles que, neste momento, fazem parte desta comunidade e partilham com os milhares de pessoas que aqui estudaram ou trabalharam a mesma herança e prestígio. O tema que trabalhamos este ano foi Igualdade de Direitos. A ideia surgiu na sequência do Projeto Parlamento dos Jovens, que este ano teve como tema a Igualdade de Género: um Debate para Todos. Descobrimos, coincidência feliz, que a Câmara Municipal de Vila Real, também, tem vindo a desenvolver um Projeto dentro da mesma temática e, neste ano, escolheram como uma das áreas de intervenção as escolas com ensino secundário. É ouro sobre azul! O Mundo parece estar a despertar para a situação das mulheres, “a única maioria que é tratada como minoria”. As mulheres ganharam coragem para denunciar as diferentes formas de assé-

Bruna Costa e Liliana Alves | 12.º E

dio a que são sujeitas. Movimentos como o Me Too deram força e apoio e ajudaram a que o estatuto da mulher na sociedade esteja a ser debatido e as mentalidades a mudar. O Broas não esqueceu que o sexo masculino também é, em várias situações, discriminado e porque queremos uma sociedade mais justa, na qual todos se sintam iguais abordámos a Igualdade de Direitos de diferentes perspetivas. A Coordenação

Índice As Quatro Mulheres-Presidentes - 02 Tenho Direito a ... - 04 Igualdade de Direitos - 06 Igualdade de Género - 08 Descobrir Símbolos … - 10

Objetivo Igualdade - 12

O Meu Clube - 24

Justiça para Tod@s - 14

Gostar de Ler - 26

Parlamento dos Jovens - 16

Gostar de Escrever - 27

E as Obras Vieram - 18

Logos … - 28

Vivi em Vila Real - 20

España Tan Cerca - 30

Essência “Tica” Alma Portuguesa - 21

CDE - PEMA - 32

A Escola a Programar... - 22

Imagem e Cor - 34


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As Mulheres e o Poder

s Quatro Mulheres-Presidentes

A Escola Secundária São Pedro está no atual edifício há 57 anos. Neste mais de meio século, poucas foram as mulheres que estiveram no mais alto cargo de gestão de presidentes/Diretoras: antes da Revolução de 25 de abril, nenhuma mulher foi responsável máxima da Escola, após a Revolução estiveram quatro mulheres. Claro que houve sempre, ou quase sempre, mulheres na gestão, como vice-presidentes, assessoras, secretárias, mas o lugar lá no topo era para os homens… Porque este ano se trabalha a Igualdade de Direitos e porque têm decorrido inúmeras iniciativas, de diversas entidades públicas e privadas, a fazer campanhas de sensibilização para a discriminação de que as mulheres são ainda vítimas, nomeadamente, no acesso aos cargos de poder, O Broas relembra as quatro mulheres que já foram presidentes desta Escola.

Idalina Alves Boal Palheiros Presidente do Conselho Diretivo de 1978 a 1982. Foi professora de Matemática.

Maria Helena Carvalho Borges Lencart e Silva Presidente do Conselho Diretivo de 1982 a 1983. Foi professora de Física e Química.

Maria Adelaide Ferreira Almeida e Costa Presidente do Conselho Diretivo de 1984 a 1991. Foi professora de Ciências Naturais e Biologia.

Rita da Assunção Abreu Mendes Presidente da Comissão Administrativa Provisória no ano letivo de 2017/2018. Professora de Português/Francês.


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As Mulheres e o Poder

ais um ano letivo prestes a chegar ao fim …

A vida de uma escola não acontece em caminhadas isoladas mas antes através de um trabalho de equipa em que existe união e convergência de esforços, como se de uma família se tratasse. A escola é envolvimento, pertença e orgulho por tudo o que foi alcançado. O trajeto percorrido, ao longo deste ano letivo, não teria sido possível sem a sinergia de esforços, o elevado empenho e a resiliência dos profissionais desta casa (professores e assistentes técnicos/operacionais), dos nossos parceiros, das nossas associações (Pais e Encarregados de Educação/ Estudantes/ Antigos alunos e Professores), bem como da comunidade educativa em geral. De facto, o que foi feito, como foi feito e o que foi conseguido é fruto do trabalho e empenho de todos, porque, na verdade, todos são elementos determinantes na construção da identidade da nossa Escola. Aos Pais, queremos agradecer pela confiança depositada nesta instituição escolar que aposta na excelência e no rigor do ensino mas também, em simultâneo, na promoção de ambientes educativos capazes de garantir uma formação integral dos alunos, no contexto do novo “Perfil do aluno”. Aos alunos que dão vida e alma à Escola, queremos louvar o seu empenho e o seu trabalho no decurso deste ano. Partirão em breve para umas férias merecidas mais enriquecidos do ponto de vista académico mas também repletos de experiências vividas e partilhadas que, ao longo de mais um ano letivo, contribuíram para preencher mais uma página do grande livro da vida feito de sonhos e projetos. Afinal, o que nos une é pertencermos com orgulho à Escola Secundária São Pedro, uma Escola que é edificada por todos e para todos! A Comissão Administrativa Provisória


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Perceções do Masculino/Feminino

enho Direito a Não Ser Discriminado

Sou o único rapaz numa família que tem cinco raparigas (duas minhas irmãs e três primas) mais ou menos da minha idade. Quando éramos pequenos não me deixavam brincar com elas, sentia-me sempre muito sozinho e triste. A minha Mãe sempre me obrigou a arrumar o meu quarto, mas ao meu irmão que é mais velho não obrigava e era ela que o limpava e arrumava. Soube sempre que era uma grande injustiça! Ainda hoje falo nisso. Quando tinha cinco ou seis anos quis ter uma Hello Kitty (gosto muito de gatos), mas o meu Pai zangou-se e disse que “isso” era para as meninas e eu tinha que brincar com carros, andar de bicicleta e jogar à bola. Sempre fui uma Maria-rapaz, gostava de futebol, de carros e de tudo o que era “pertença” dos rapazes. Ver, da janela, o meu irmão a jogar à bola com os amigos, na rua, sem que eu pudesse participar, gerava em mim uma revolta muito grande. Num Natal, fomos às compras ao shopping, eu vi uma camisola muito bonita, cor-de -rosa e com flores pequeninas e gostei muito dela. Queria que ma comprassem e apesar de ter passado a tarde inteira a insistir, negaram sempre a minha vontade. Nunca entendi porque é que as flores e as pintinhas são para as meninas e os rapazes só podem ter riscas e quadrados. Não é justo! O meu irmão escolheu os desportos que quis praticar: esgrima e equitação. Eu quis seguir os

Astrid Silva | 9.º F

mesmos desportos, mas os meus pais disseram -me que não eram adequados para as raparigas e devia escolher desportos mais femininos, como, por exemplo, ballet ou ténis. Fiquei furiosa e senti-me discriminada. Quando eu e a minha irmã discutimos, os meus pais defendem-na sempre a ela por ser menina, mas a verdade é que ela é que começa as discussões e quando os meus pais estão a passar-me os “sermões habituais”, ela, às escondidas, faz troça de mim. É muito má! Alunos do 8.º A e B


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Perceções do Masculino/Feminino

enho Direito a Não Ser Discriminado

Os alunos do 10.º G participaram numa Oficina de Escrita dinamizada pela Professora Alexandra Alves, na Biblioteca Escolar. O tema era a Igualdade de Direitos e uns alunos descreveram situações em que se sentiram discriminados pelo facto de serem rapazes ou raparigas. São esses testemunhos que aqui tornamos visíveis. Pelo facto de ser rapariga, os meus pais não queriam que eu fosse à Escola, queriam que só o meu irmão fosse estudar. Felizmente, tomaram a decisão correta e, por vezes, penso que talvez tenha sido esta situação que levou à minha “paixão” pela Escola e por aprender. No ano passado, houve dois candidatos para a eleição do Delegado de Turma: um rapaz e uma rapariga. Era evidente que o rapaz era mais competente para exercer o cargo, mas as raparigas, em maior número, uniram-se e elegeram a rapariga. E esta não desempenhou bem o seu cargo. Quando acabei o 3.º ciclo, eu queria ir para Lamego tirar um curso de culinária, mas a minha Mãe não deixou por eu ser rapariga. Quando o meu irmão quis ir para o ensino profissional, a minha Mãe deixou. Senti-me injustiçada só porque sou mulher! Fomos a uma festa e, para entrar, formou-se uma fila que demorava a avançar. Quando já estávamos cansados, o Porteiro decidiu deixar entrar primeiro as raparigas. Protestámos, mas não valeu de nada, tivemos que esperar mais ainda. Não gostámos quando vamos na rua e os homens acham-se no direito de nos dizerem coisas, muitas delas desagradáveis, sobre o nosso corpo ou referindo-se à sexualidade. É humilhante. Há raparigas que, por desafio com outras, ou para se divertirem, fazem questão de nos provocar e, se nós não estamos interessados, fazem comentários maldosos sobre a nossa te de outras raparigas. É horrível. O meu avô é empresário agrícola e quando eu e o meu irmão íamos ajudar, por exemplo, na apanha da azeitona, ele pagava mais ao meu irmão do que a mim. Não gostei, sou rapariga, mas trabalhei tanto como ele. Alunos do 10.º G

Astrid Silva | 9.º F

orientação sexual quando passámos e à fren-


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Ser Mulher Hoje

gualdade de Direitos?

Sou rapariga. Serei mulher. Para mim, será sempre um motivo de orgulho. Não pude escolher, naturalmente, o meu género, contudo, gosto de pertencer ao sexo feminino, ao sexo que gera a vida, que luta diariamente pela mudança. São as mulheres o principal alvo de preconceito, não obstante todos os progressos já conquistados. As mulheres, para além dos desafios da vida diária, relacionados com o emprego, com a família e a própria saúde, enfrentam ainda uma grande batalha: o de se afirmarem numa sociedade formatada para aplaudir e apoiar o homem e colocar entraves às competências e iniciativas das mulheres. Perguntar a uma adolescente se alguma vez sofreu alguma espécie de discriminação baseada no género é como perguntar ao sol se irá voltar a nascer após uma noite cerrada: a resposta será afirmativa. Pode variar o número de vezes, o grau de intensidade ou até a gravidade das situações, mas a resposta será sempre “Sim”. O simples facto de tal prevalecer no mundo inteiro, mesmo nos supostos países desenvolvidos, mostra o muito que as sociedades ainda terão que alcançar. A desigualdade de direitos não se cinge aos salários inferiores, ao maior número de horas gastas em tarefas domésticas e à sua menor presença em cargos de alta chefia; engloba, para além disso, a educação imposta a cada um dos sexos. É desde pequenos que aprendemos que o azul é para os meninos e o rosa para as meninas, que os carros são dos rapazes e as bonecas das raparigas. Nas inocentes brincadeiras de crianças, as meninas tomam conta dos nenucos enquanto os meninos aventuram-se a ser bombeiros, polícias... Esperamos que os rapazes sejam sempre fortes e desafiadores e que as raparigas sejam discretas, embora propensas a zangas, choros, gritarias. É tudo uma questão de hormonas, certo? Entretanto, crescemos, deixamos de ser as crianças inocentes no jardim-de-infância e saltamos para o recinto da escola do Primeiro Ciclo. Nessa fase, eu e as minhas coleguinhas passávamos os intervalos a observar os rapazes a jogar futebol e, em simultâneo, cochichávamos sobre os “colares” e camisolas que havíamos recebido. A maior parte das nossas conversas, todavia, eram direcionadas para a maria-rapaz do ano, a rapariga de cabelo apanhado e franja desgrenhada, que vestia um fato de treino azul e brincava com os rapazes. “Como se atreve?”, diziam as minhas amigas. E eu, no meu cantinho, achava-a uma corajosa. Quem é que se lembrava de ir jogar com aquelas “chitas” humanas, sujeita a levar uma bolada dolorosa na face? Na minha opinião, é na adolescência que tomamos mais consciência do mundo em que vivemos. Atravessamos uma fase de maturação intelectual e começamos a juntar as peças do enorme puzzle que é a vida. Ouvimos as nossas avós aconselharem -nos a aprender a cozinhar, a engomar, a limpar o pó e cuidar da casa, não para nosso benefício pessoal, mas sim porque um dia nos será útil, no dia em que “casarmos e tivermos filhos”.


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Ser Mulher Hoje

Mães e avós, tias e primas, juntam-se aos domingos, depois de almoço, a arrumar a cozinha enquanto os homens vão ao café. Nós raparigas, se nos destacamos em qualquer tipo de atividade física, nunca temos o merecido reconhecimento já que “os homens são os verdadeiros desportistas”. O atrevimento de andar na rua de calções, mesmo num dia em que a cidade se assemelha a um forno, paga-se caro: ouvimos piropos e comentários, por vezes, obscenos que fazem crescer em nós sentimentos de humilhação e impotência. Sei que muitas mulheres vão remar sempre contra a corrente e fugir de ideias préconcebidas. A nossa sociedade tem apresentado, contudo, consideráveis progressos, evoluindo calmamente. Nas novas gerações, rapazes e raparigas já tiveram a mesma educação na escola e que incentiva à tão desejada igualdade de direitos. A educação em casa é que, em muitos casos, ainda é diferente. Parece que as raparigas têm mais obrigação de participar nas tarefas domésticas que os rapazes. Mas há progressos. A História ensina-nos que o mundo necessita da mudança, necessita daqueles que refletem sobre a sociedade e apresentam alternativas ao que está, daqueles que desafiam as regras estabelecidas e querem melhor. A sociedade preconceituosa tem que acabar. Com os nossos protestos em alta voz, as nossas ideias justas e defensoras da igualdade, a denúncia das testemunhas tantos séculos silenciadas, a coragem e a perseverança que temos, vamos contribuir para que homens e mulheres estejam a par e não uns mais à frente que outros (outras). E jamais cairemos nos rápidos! Sofia Lopes | 11.º F

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igualdade de género é um conceito definidor da busca de equilíbrio entre os

dois sexos. Rejeita a sociedade baseada na injustiça que tudo contamina, na discriminação incessante e na desvalorização. Quer o reconhecimento do que se é. Transformamos a ideia de igualdade num enigma de difícil compreensão e explicação. Mas afinal o que é a igualdade ou a desigualdade? O que define o início ou final da liberdade de cada ser humano? Independentemente de sermos homens ou mulheres devemos defender a equidade política, social e económica. Todas as opiniões devem ser válidas, todas as posições sociais devem ter igual importância, todos devemos ser valorizados pelas nossas capacidades e não pelas nossas características físicas. É necessária a mudança! Eu, mulher, devido à minha maneira de vestir, de andar, de pensar sou criticada. Sou desvalorizada por ser mulher, aconselham-me a focar-me na casa e nos possíveis filhos, a preocupar-me com a minha aparência e não com a minha opinião política, económica ou mesmo social. Sendo eu uma mulher devia impressionar os outros com as minhas competências culinárias e não académicas ou profissionais. Basta! Temos de criar uma comunidade onde todos, meninas e meninos, raparigas e rapazes, mulheres e homens usufruam dos mesmos direitos e deveres e sejam valorizados e suficientes por aquilo que fazem e são. Nesta causa Eu participo! Renata Gaspar | 11.º F


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Estatuto da Mulher

gualdade de Género A Igualdade de Género é assunto de extrema importância, debatido a nível global, afeta todos os países do Mundo, tema de debates, colóquios, agendas nacionais e internacionais. A definição de igualdade no dicionário espelha o objetivo de todas as

reflexões elaboradas acerca do tema: “o princípio de organização social segundo o qual todos os indivíduos devem ter os mesmos direitos, deveres, privilégios e oportunidades.”. Contudo, desde os primórdios da Humanidade, que as desigualdades com base no género ocorrem, afetando sobretudo as mulheres: consideradas inferiores, menos capazes, fracas. Focando-nos na discriminação da mulher, tanto a nível social como em termos de direitos políticos, encontramos relatos aterradores e muito claros ao longo do percurso da História. Nas civilizações clássicas, dadas como exemplos supremos de cultura, descobrimos a democracia ateniense, que não considerava as mulheres cidadãs. Elas tinham uma posição de inferioridade social em relação aos homens, dedicavam-se às tarefas domésticas, ao cuidado dos maridos e à criação dos filhos. As mulheres eram obrigadas a ser subservientes aos seus cônjuges e a prestar-lhes total fidelidade. Eram proibidas de conviver com indivíduos do sexo oposto, excetuando os seus parentes, após o casamento. Na Idade Média, a situação das mulheres não era melhor. Poucas sabiam ler ou escrever, no entanto, todas sabiam cozinhar, costurar e cuidar da casa. As mulheres do povo trabalhavam na agricultura, tecelagem e contribuíam para subsistência da família. Na Idade Moderna, com o capitalismo, a mulher começa a ter pequenas conquistas: desempenhava um papel crucial na economia familiar, auxiliando o marido nos negócios e empregando-se no serviço doméstico e nas oficinas têxteis. As mulheres pertencentes à aristocracia obtiveram igualmente direitos: administravam a casa e conquistaram o “direito” de discutir com os seus maridos assuntos como a filosofia e a literatura. Contudo, há retrocessos: registou-se um aumento do número de prostitutas, devido ao alastrar da pobreza. Na Idade Contemporânea, foram conquistados os maiores direitos para a mulher. Em 1893, a Nova Zelândia foi o primeiro país do Mundo a dar o direito de voto às mulheres, graças ao movimento liderado por Kate Sheppard. Em 1945, a igualdade de direitos entre homens e mulheres é reconhecida na Carta das Nações Unidas. A pílula contracetiva, que surgiu no início da década de 60, do século XX, originou a revolução dos hábitos sexuais e permitiu à mulher gerir a sua vida sexual e controlar o número de filhos. Devido à 1.ª Guerra Mundial, a mulher começou a trabalhar em empregos até então ocupados pelos homens. Não obstante as conquistas já efetuadas, a desigualdade de género prevalece, sendo mais visível nos países em vias de desenvolvimento, onde a igualdade é uma utopia. Em pleno século XXI muitos países continuam a recusar os direitos à sua população feminina. No domínio religioso, a mulher desempenha um papel de subalternidade face ao homem. Esta ideia está expressa na Bíblia, no Corão, em todos os textos religiosos que fundamentam as religiões. Os casos mais flagrantes de desrespeito são os do Hinduísmo e do Islamismo, sobretudo o fundamentalista. O primeiro é a religião mais praticada na Índia, as mulheres indianas estão no topo das estatísticas mundiais em termos de prostituição, assassinato, abuso de raparigas menores, mulheres vendidas como escravas e vítimas do vírus da SIDA.


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Estatuto da Mulher

Na religião islâmica, mais grave na vertente fundamentalista, considera-se a mulher um mero “objeto”. São chocantes os comportamentos: o homem pode bater na mulher, a poligamia é aceite, as mulheres estão proibidas de liderar e só se podem casar com autorização do pai. São consideradas “imperfeitas”, tanto em termos de mente como de testemunho, e não podem recusar ter relações sexuais com os seus maridos. No Ocidente é considerado violação, para os muçulmanos, é simplesmente um direito. Para alcançarmos a igualdade de género, algo que deveria estar assegurado, há muito a ser feito. Homens ou mulheres somos, todos, seres humanos. Em Portugal, há mais mulheres licenciadas que homens. Não obstante, os homens ganham mais 17,8% do que as mulheres pelo mesmo trabalho e no mesmo período de tempo. No campo da violência exercida sobre o sexo feminino, os dados são aflitivos. Segundo a OMS, estima-se que 35% das mulheres em todo o mundo já tenham sofrido qualquer tipo de violência sexual por parte do companheiro ou por parte dum desconhecido. Em Nova Deli, 92% das mulheres afirmam ter sido vítimas de violência sexual em espaços públicos. Toda esta desigualdade de géneros a que assistimos assenta em crenças, ideias, valores religiosos, sociais e políticos, atividades laborais discriminatórias e desigualdade salarial entre homens e mulheres, designadamente no mundo empresarial. Este problema cultural persiste. Sobretudo nos dois últimos séculos, várias organizações têm feito o possível e o impossível para o combater: desenvolvem ações de antidiscriminação e de política afirmativa quanto à igualdade de género. Destacamos a Organização das Nações Unidas e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), que defende que «todas as crianças tenham iguais oportunidades para desenvolverem os seus talentos». Dia 1 de janeiro de 2018, entrou em vigor, na Islândia, a primeira lei que proíbe que se paguem montantes inferiores às mulheres que ocupem o mesmo cargo e desempenhem as mesmas funções que um homem; as empresas que empreguem 25 ou mais trabalhadores ficam sujeitas a multas se não praticarem a igualdade de salários. Este é um dos fatores que leva a Islândia a ser, pelo oitavo ano consecutivo, o melhor país do mundo para as mulheres. A transformação e desconstrução das representações sociais acerca da mulher e do homem são um processo urgente, ainda que lento. É crucial desconstruir os estereótipos sociais, que desenham o homem como sendo forte, viril, desprovido de quaisquer sentimentos ou emoções, racional, e a mulher como um ser fraco, sentimental, tomada pelas emoções. Como findar estes abusos e discriminações baseadas no género? O processo passa pela educação, sendo que o sistema educativo se estrutura, também, como um espaço sensível e privilegiado no âmbito das questões do género, desde o ensino pré-primário até à universidade e à formação profissional. Assim, é necessário educar as crianças a respeitarem todo e qualquer ser humano, independentemente de fatores arbitrários, tal como o género. Em conclusão, nunca devemos deixar de lutar por um mundo mais igualitário. Como raparigas, futuras mulheres e, acima de tudo, seres humanos, merecemos habitar num lugar justo, com igualdade em todas as áreas da vivência humana. Lutamos pela concretização de uma utopia pintada nos desejos de todas as mulheres que foram presas, torturadas, até mortas, por defenderem os seus direitos. Rita Simões - Sofia Lopes | 11.º F


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A Mulher e a Religião

escobrir Símbolos Femininos de dizer Deus Numa estação (teológica), como a que vivemos, em que se vem acentuando a necessidade da passagem de um pensamento teológico especulativo a uma teologia narrativa (Maria Clara Bingemer, 2018), em que um dos loci theologici é a autoridade daqueles que hoje, mais nas fábricas, nas ruas, ou nas prisões – ou, tão recentemente ainda, nos lager e nos gulag – do que, porventura,

nos claustros se oferecem como mediação de uma absoluta responsabilidade pelo outro, modo de presença de Deus no mundo, biografia para (e com que) contar, quadrará bem que símbolos femininos de dizer Deus estejam cada vez mais presentes. De acordo com Isabel Gómez-Acebo (2014), o feminino aproxima-nos da terra e de tudo o que está relacionado com o ciclo da vida: gestação, nascimento, nutrição, morte, a ideia de proteção, abrigo, calor. As imagens paternas/masculinas falam-nos do lugar que temos de alcançar, como o céu, identificando-se, ainda, com a razão, o espírito e autoridade: “frente à obscuridade, à descida à intimidade e à lua do mundo materno, o masculino projeta a luz e o sol.” É preciso subir para alcançar os seus valores, que exigem um esforço que se mede e regula através da lei e da justiça” (2014, p.184). Se o masculino privilegia, pois, a transcendência e o feminino a imanência - e ainda que, evidentemente, devamos, aqui, sublinhar a necessidade de superar estereótipos e a universalidade potencial de cada uma das abordagens nas imagens/conceções de Deus (portanto, passíveis de estarem presentes quer entre homens quer entre mulheres; no entanto, tomados assim enquanto “tipos ideais”) -, esta será a hora de recuperar e relembrar o Deus-mãe que não julga os filhos com os mesmos olhos e a mesma medida com os outros o julgam (“Bernardo Claraval dizia que não havia pecados perante Deus mãe, pois para ela todas as coisas negativas eram travessuras infantis”, p. 187); o útero materno do calor e a presença tranquilizante da Mãe, a certeza da fidelidade materna (ideias implicitamente presentes na espiritualidade do Sagrado Coração de Jesus); as (maternas) dores do parto, presentes no Cristo que se oferece por amor, na gestação de uma nova Humanidade (um Deus que é pessoal e não impassível perante as dores do mundo); um Deus que atua quando o Espírito amolece os corações de pedra para que, como as mães, amamentem os famintos. Etty Hillesum – e no fragmento podemos ver o Todo - não quis descer do lager, a judia que podia ter fugido mas que preferiu cuidar dos moribundos no campo de concentração, que interessa lá viver mais um dia?, enquanto contemplava um jasmim, e, no entanto, não tenho culpa de não achar a vida desprovida de sentido, e, dirigindo-se ao Deus com quem dialoga em permanência, ousa dizer-Lhe que estará ali para O ajudar (quando Ele não a puder, de modo direto, ajudar a ela), Ele que de modo imediato não suspenderá as leis da natureza (deus-bombeiro).


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A Mulher e a Religião

Deus é a realidade da realidade, sempre presente no mundo), mas que operará sempre que eu assumir a responsabilidade ética pelo outro (o rosto do outro que me remete para o Outro e que me diz “Não matarás”). Como recorda José Tolentino de Mendonça (2018), um dos passos bíblicos que continua a fazer-nos estremecer dá-se quando Jesus exorta a samaritana: «Dá-me de beber» (Jo 4,7). Habituados a ir à fonte, esperando ser nós os saciados, somos confrontados com uma tarefa que continua a ser nova: assumir, por completo, em liberdade e responsabilidade (autonomia heterónoma), essa vocação de corresponder à mais íntima das sedes (intimior intimo meo, Agostinho) que trazemos connosco e procurar responder -lhe por inteiro. O Papa João Paulo I disse-nos que Deus é tanto Pai como Mãe, e estando para lá do sexo, convida-nos, neste tempo, a considerar a necessidade de sopesar o modo como nos temos detido a procurar contemplá-Lo (Deus que está, é certo, para lá de qualquer definição, imagem, conceito que Dele tenhamos – «de maior nada pode ser pensado», «se compreendes, não é Deus», sabendo-O, em razão crente que abarca a pessoa toda nas suas múltiplas dimensões não captadas pelo estrito positivismo, é certo, presente no Amor; «Deus é [como o] Amor» 1 Jo 4:8). Pedro Miranda | Professor de EMRC

A Igualdade de Género também foi trabalhada pelos alunos do 8.º ano, nas aulas de Oficina de Artes. Os materiais utilizados foram o gesso, kline, cartão e tintas acrílicas. Os resultados deste projeto são as obras de arte que aqui apresentamos. Helena Sousa - Leonor Ribeiro | Professoras de Oficina de Artes

Ficha Técnica Propriedade - Escola S/3 S. Pedro - Vila Real

http://www.esec-s-pedro.rcts.pt

Coordenação de Redação e Imagem - Lurdes Lopes | Rosalina Sampaio Colaboradores - professores: Leonor Ribeiro | Pedro Miranda | Sílvia Meireles | Teresa Morais Colaboradores - alunos: Alexandra Teixeira | Luis Valverde Araya | Renata Gaspar | Rita Simões | Sofia Lopes | Alunos do 8.º A - 8.º B - 10.º G e 11.º F - das disciplinas de História e História A | Alunos de Oficina de Artes do 8.º ano | Alunos do 12.º C - 12.º D - 12.º E da disciplina de Aplicações Informáticas B Redação e Ilustrações - Alunos | Professores | Funcionários Fotografia - Alexandra Teixeira | Fátima Campos | Teresa Morais Revisão de Textos - Fátima Campos |

Impressão - Pedro Oliveira

Responsável pelo blogue - Lurdes Lopes

http://jornal-o-broas.blogspot.com/


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Biblioteca Escolar

bjetivo Igualdade

A Escola desenvolveu e recebeu iniciativas da “batalha” pela Igualdade de Direitos. A Biblioteca da Escola coordenou muitas das atividades que decorreram e que envolveram um grande número de alunos. O Broas deixa aqui o registo de alguns desses momentos. Dia Municipal da Igualdade

A Câmara Municipal de Vila Real dinamizou uma palestra sobre Igualdade de Género e Profissões, inserida nas comemorações do Dia Municipal da Igualdade, na nossa Escola. Profissionais de áreas tradicionalmente femininas (enfermagem e bailado) e masculinas (GNR, PSP e Proteção Civil) deram o seu testemunho, partilhando as suas experiências e mostraram que é possível a homens e a mulheres escolherem as profissões que desejam. Mulheres Filósofas

A Biblioteca Escolar, em articulação com os professores de Filosofia que lecionam o 10.º ano, realizou pesquisas e elaborou cartazes sobre as Mulheres Filósofas, com informações biográficas, obras publicadas e área da Filosofia que mais as interessou. Neste último ponto, é curioso notar que a maioria das mulheres filósofas, sobretudo as contemporâneas, debruçou-se sobre a ética. Seguindo a ordem cronológica, a primeira das quinze mulheres filósofas pesquisadas foi Hipátia ou Hipácia de Alexandria (o Egito, na altura, pertencia ao Império Romano), mulher que desenvolveu estudos em diversas áreas do saber - Filosofia - Astronomia - Matemática… infelizmente, devido ao fanatismo religioso, acabou assassinada. Olympe de Gouges, filósofa e escritora francesa, viveu no século XVIII, foi ativista política, defensora dos direitos das mulheres... infelizmente, devido ao fanatismo político, foi guilhotinada. Felizmente, outras filósofas tiveram vidas menos trágicas. Um dado curioso é que não há nenhuma filósofa portuguesa, porque será?


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Objetivo Igualdade

1325 Durante a Semana Municipal da Igualdade, a Câmara Municipal de Vila Real proporcionou a algumas turmas da Escola Secundária São Pedro um ensaio comentado da peça 1325 baseado na obra 1325 mujeres tejiendo la paz, da espanhola Manuela Mesa Peinado, editada pela Fundación Cultural de la Paz, Madrid. A autora, especialista em educação para a paz e desenvolvimento e em estudos da paz, baseou-se na Resolução 1325 sobre a Mulher, Paz e Segurança da ONU, de 2002, e escreveu sobre 1325 mulheres que, pelo Mundo fora, contribuíram para a paz e o desenvolvimento. A dinamizadora da peça de teatro foi a Companhia de Teatro Peripécia. Foi uma sessão muito educativa e motivadora.

A Igualdade/Desigualdade de Direitos Na Biblioteca, os alunos do 10.º G participaram numa oficina de escrita, sendo esta atividade dinamizada

pela

professora

Alexandra Alves. Os alunos escreveram textos de opinião sobre a igualdade/ desigualdade de género. A professora de História A deu o contexto histórico ao tema, focando a evolução do estatuto das mulheres nas sociedades ocidentais e identificando alguns países que, na atualidade, ainda obrigam a mulher à sujeição ao homem. Os grupos apresentaram o seu trabalho e debateram-se as diferentes narrativas. Excertos desses trabalhos estão publicados neste jornal. No fim, debateu-se a adequação do título Igualdade de Género, tendo-se concluído que é muito redutor e que o objeto de discussão deve ser a Igualdade de Direitos (questão estudada na disciplina de Filosofia). Teresa Morais | Professora Bibliotecária


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Combater o Desrespeito pelos Direitos

rojeto Justiça Para Tod@s

A 3.ª edição do projeto Justiça Para Tod@s teve, como as anteriores edições, a participação da nossa Escola. O projeto é orientado pelos seguintes objetivos:

 Promover valores democráticos por reforço da compreensão do funcionamento do Estadode-Direito.  Reforçar o valor da participação cívica ativa, informada e responsável.  Criar canais eficientes de aproximação que proporcionem uma comunicação saudável entre jovens cidadãs(ãos) e o sistema judicial.  Despertar a consciência para a importância de analisar e compreender vários pontos de vista e promover soluções comprometidas com os Direitos Humanos.  Permitir, através de uma fórmula alternativa, introduzir no portefólio de aprendizagens básicas, a educação para a Justiça e os Direitos Humanos.  Ajudar a perceber como a lei pode promover a coesão social e provocar mudança social.

Nesta edição, foram os alunos do 11.º F e do 11.º G os que estiveram envolvidos, construído, com a coordenação das professoras de História A e da Professora-bibliotecária, um caso de violência no namoro, sendo as vítimas a namorada, Gardénia Aldara Sepúlveda e Saavedra e o seu pai e o arguido, o namorado, João Pedro Pinto Verdelho. A Doutora Ana Raquel Coxo fez o acompanhamento do projeto e efetuou uma análise detalhada do processo identificando 8 crimes no total, a saber: CRIME DE PERSEGUIÇÃO – Artigo 154.º-A, n.º 1 do CP Quem, de modo reiterado, perseguir ou assediar outra pessoa, por qualquer meio, direta ou indiretamente, de forma adequada a provocar-lhe medo ou inquietação ou a prejudicar a sua liberdade de determinação, é punido com pena de prisão até 3 anos ou pena de multa. + Penas acessórias: - Proibição de contacto com a vítima pelo período de 6 meses a 3 anos; - Obrigação de frequência de programas específicos de prevenção de condutas típicas de perseguição. “fiscalizava a vida”; “controlo”; “aparecia em casa de Gardénia”; “impunha a sua vontade no modo como Gardénia se vestia, penteava”; “não a deixava conviver com ninguém” CRIME DE AMEAÇA – Artigo 153.º, n.º 1 do CP Quem ameaçar outra pessoa com a prática de crime contra a vida, a integridade física, a liberdade pessoal, a liberdade e autodeterminação sexual ou bens patrimoniais de considerável valor, de forma adequada a provocar-lhe medo ou inquietação ou a prejudicar a sua liberdade de determinação, é punido com pena de prisão até 1 ano ou com pena de multa até 120 dias. “gritou-lhe que ela fazia o que ele queria e que não se atrevesse a contrariá-lo, porque nem sabia do que ele era capaz” «ameaçou o Pai “que se ia arrepender do que tinha feito”» CRIME DE OFENSA À INTEGRIDADE FÍSICA SIMPLES – Artigo 143.º, n.º 1 do CP Quem ofender o corpo ou a saúde de outra pessoa é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa. “deu-lhe uma bofetada”


O Broas15

Combater o desrespeito pelos Direitos

CRIME DE RAPTO – Artigo 161.º do CP Quem, por meio de violência, ameaça ou astúcia, raptar outra pessoa: - Precedida ou acompanhada de ofensa à integridade física grave, tortura ou outro tratamento cruel, degradante ou desumano; - Com intenção de cometer crime contra a liberdade e autodeterminação sexual da vítima; é punido com pena de prisão de 3 a 15 anos. “a ameaçou com um canivete e a obrigou a entrar para um carro”; “presa com cordas a uma cama” numa casa abandonada CRIME DE OFENSA À INTEGRIDADE FÍSICA GRAVE E QUALIFICADA – Artigos 144.º, al. d) e 145.º, al. b) do CP Quem ofender o corpo ou a saúde de outra pessoa de forma a provocar-lhe perigo para a vida em circunstâncias que revelem especial censurabilidade ou perversidade do agente, este é punido com pena de prisão de 3 a 12 anos. “hematomas e edemas por todo o corpo”; “sinais de desidratação”; “duas costelas fraturadas”; golpe profundo na zona do abdómen” CRIME DE VIOLAÇÃO – Artigo 164.º, n.º 1 do CP Pena de prisão de 3 a 10 anos “tinha sido violada” CRIME DE INJÚRIA – Artigos 181.º, n.º 1 e 183.º, n.º 1 do CP Quem injuriar outra pessoa, imputando-lhe factos, mesmo sob a forma de suspeita, ou dirigindo lhe palavras, ofensivos da sua honra ou consideração, através de meios ou em circunstâncias que facilitem a sua divulgação, é punido com pena de prisão até 4 meses ou com pena de multa até 160 dias. “insultou-o”; “chamou-o de pedófilo e violador da filha, à frente dos vizinhos”

O Que Fazer Perante uma Situação de Violência no Namoro? - Acabar a relação com o agressor aos primeiros sinais de atitudes persecutórias e violentas; - Recorrer aos pais, professores e outros profissionais da Escola (psicólogo, assistente social…); - Denunciar a situação junto das autoridades (Polícia, Ministério Público); - Contactar instituições de apoio à vítima APAV - 707 200 077 | apav.sede@apav.pt

www.apavparajovens.pt

A simulação do julgamento foi presidida pelo Meritíssimo Juiz de Direito, Maximiano do Vale e coadjuvada pelo Teresa Morais

Procurador do Ministério Público, Doutor Nuno Leitão. Os alunos desempenharam todos os papéis inerentes a um julgamento: arguido, vítimas, procurador, advogados, testemunhas e polícias. A Escola agradece a atenção, disponibilidade e amabilidade com que, muito pedagogicamente, os Senhores Magistrados orientaram todo o julgamento. Um agradecimento muito especial à nossa antiga aluna, Doutora Ana Raquel Coxo, pelo acompanhamento na criação e desenvolvimento do caso.”; Professoras Responsáveis


O Broas16 Igualdade

I

Parlamento dos Jovens - Ensino Básico

de Género—Va

gualdade de Género - um Debate para Tod@s

Pela primeira vez o projeto Parlamento dos Jovens teve o mesmo tema para o ensino básico e Ensino Secundário. No Ensino Básico, na nossa Escola, surgiram seis listas e a Sessão Escolar elegeu, como deputados à Sessão Distrital, os alunos: Ana Carolina Atenor Santos, do 8.º B - João Tomás Pereira Cardoso, 9.º B Pedro Eirô do Espírito Santo Rodrigues, do 9.º B. A deputada suplente foi a aluna Maria Amélia Silva Vasconcelos, do 8.º E, e o vice-presidente eleito para a Mesa da Sessão Distrital foi o aluno José João Castanheira Saavedra, do 8.º B. O projeto de recomendação que representou a Escola na Sessão Distrital tinha estas três medidas: 1. Realizar debates, palestras e outras atividades, no final de cada período de aulas, sobre a igualdade de género. 2. Acabar com a prática de identificar as meninas pelo cor-de-rosa e os rapazes pelo azul e alterar os símbolos de masculino e feminino devido à carga ideológica que comportam. 3. Tornar a educação mais igualitária, ensinando a todos as tarefas domésticas (cozinhar, coser, tricotar, limpar, noções de eletricidade, canalização, reparação de móveis…). A fundamentação para as medidas é a que se segue: De acordo com informação recolhida (Economia online, Televisão Independente 24 horas, Observador, Portugal 2020…) Portugal é dos piores países, da União Europeia, no que respeita à igualdade de género. Segundo o site Economia online, as mulheres têm um estatuto minoritário e o poder está, na maioria, nos homens. Num estudo de 2013, é afirmado: “Das 308 câmaras municipais (…) apenas 23 tinham na sua presidência mulheres.”


O Broas17

Parlamento dos Jovens - Ensino Básico

É preciso investir na educação para acabar com a discriminação de género e dar às mulheres, as maiores vítimas dessa discriminação, igualdade de oportunidades. É preciso acabar com a mentalidade que coloca em primeiro lugar e, antes de tudo, a noção da divisão entre homens e mulheres. Antes do género, somos todos seres humanos e é este facto que deve prevalecer. A constante divisão da Humanidade em homens e mulheres, o preconceito de que existe trabalho masculino e feminino, não ajuda a alterar mentalidades. É preciso acabar com a ideia de que a mulher é pertença do homem com quem é casada, ou vive. É preciso interiorizar que a mulher não é pertença de ninguém. As crianças, desde que nascem, são submetidas à construção mental e social que há comportamentos, brincadeiras, roupas… para rapazes e raparigas. Está errado ensinar assim, não deve induzir-se determinado tipo de comportamento só porque se é rapaz ou rapariga. Se o rapaz quer vestir um vestido, porque é que não pode fazê-lo? Se a rapariga quer jogar futebol e andar vestida como os rapazes, porque não pode fazê-lo? Todas as nossas medidas são preventivas e apostam na Educação. Vamos lá mudar mentalidades e tornar o Mundo um lugar mais justo! Alexandra Teixeira - 8.º A | jornalista da Sessão Distrital


O Broas18

E

Renovação da Escola

as Obras Vieram

As obras há tanto tempo almejadas e necessárias estão a decorrer graças a um protocolo de requalificação e melhoria. Esta obra tem apoios financeiros da: União Europeia, do Poder Central Português e Câmara Municipal de Vila Real. A Professora Fátima Campos, fotógrafa com milhares de fotografias da Escola, tem captado a evolução dos trabalhos e cedeu ao O Broas algumas das imagens do seu arquivo. Já repararam que a palavra obras tem exatamente as mesmas letras que a palavra Broas. É interessante, no mínimo!

1 de fevereiro

9 de fevereiro 6 de março

14 de fevereiro 8 de março


O Broas19

Renovação da Escola

7 de maio 26 de março

11 de maio

19 de abril

15 de maio

27 de abril 4 de junho

15 de junho


O Broas20

V

Viver a Multiculturalidade

ivi em Vila Real

Vivo como qualquer outro cidadão, integro uma família e frequento a Escola, rotinas que fazem parte do meu dia-a-dia. Só que há uma grande diferença - desde setembro, tenho vivido em Portugal, eu que sou da Costa Rica. Decidi viver, neste país, uma experiência de intercâmbio, cujos objetivos principais eram aprender o Português e, numa perspetiva mais profunda, conhecer a sua cultura. A cidade de Vila Real foi onde vivi e fui aluno da Escola Secundária de São Pedro. Por uma razão simples, mas de certo modo complexa, a minha vida mudou radicalmente, pelo facto de ter de lidar com uma cultura e uma língua desconhecidas. Assim como acontece ao longo da vida, este tempo tem tido momentos ótimos e outros um pouco difíceis. É percetível o desafio que significa estar cá, começando por viver em casa de pessoas que não conhecia e, fora desse espaço, conviver com colegas totalmente diferentes. É gratificante ter chegado a esta cultura que, embora não igual, tem características semelhantes à sociedade costarriquenha, sendo uma mais valia para ultrapassar as barreiras ou o chamado “choque-cultural”. Além disso, a proximidade com a língua espanhola serviu para perceber e dominar o Português com maior facilidade. O facto de viver em Trás-os-Montes significou um grande desafio, principalmente pelo frio do inverno. Os meses frios foram motivo para querer voltar ao meu país, nunca tinha experimentado temperaturas tão baixas, nem dias tão escuros, como os que surgiram entre outubro e março. Será esse, verdadeiramente, o único desgosto que levo de Portugal, porque no âmbito da comida, dos costumes, e da paisagem tenho pouco a desejar. Os portugueses são acolhedores e gostam de ajudar, aliás, alguns oferecem apoio antes de lhes ser pedido. Na vida quotidiana, estão sempre a correr e a avançar sem fazer uma pausa. Como acontece em qualquer sítio, a imersão social teve algumas dificuldades, no entanto, o carisma das pessoas que estiveram à minha volta permitiu uma integração agradável e satisfatória. É verdade que prefiro a culinária a que estava habituado, mas não posso negar que me delicio com os sabores da cozinha portuguesa. A primeira impressão surgiu perante a imensa variedade e oferta que existe de peixe, jamais tinha comido tanto na vida. A ideia pouco agradável que tinha sobre o bacalhau foi derrubada, ao provar os saborosos “Bacalhau à Brás” e “Bacalhau com Broa”. No Carnaval, conheci tanta comida gostosa, especialmente, a que se prepara com os enchidos transmontanos e o inesquecível azeite. A arquitetura tradicional portuguesa ficará nas minhas memórias, para o resto da vida. Habituado a cidades e bairros de desenho recente, poucas vezes tinha visto fachadas que me agradassem, até chegar aqui. Não interessa se foi no Norte, no Sul ou no Centro, mesmo que tivesse sono, os meus olhos estiveram abertos e dispostos para apreciar e desfrutar da paisagem construída. As casas em pedra, as ruas e os caminhos com formas e variações esplêndidas, deram uma maior riqueza e uma grandeza à marca que Portugal deixa em mim. Está quase na hora de partir deste belo país e da sua maravilhosa gente, não esquecerei cada momento vivido e cada pessoa importante que na minha vida se cruzou. Chegou a pior altura, fazer a mala, enquanto penso em voltar um dia. Luis Angel Valverde Araya


O Broas21

E

Viver a Multiculturalidade

ssência "tica" alma portuguesa

Luís Angel Valverde Araya, estudante costarriquenho, escolheu a cidade de Vila Real para, durante um ano, viver e conhecer a cultura portuguesa. Na Escola S. Pedro, o Luís conviveu, aprendeu a língua, a cultura, os costumes e fez amigos entre os colegas e professores. Desta experiência dá conta no livro Essência “Tica” Alma Portuguesa que foi escrevendo ao longo do ano e que apresentou terça-feira, dia 5 de junho. A este acontecimento aliou-se a homenagem que a família de acolhimento e a Escola São Pedro lhe quiseram prestar. Foram interlocutores, a Senhora Vereadora da Cultura, Drª Eugénia Almeida, a Presidente da Intercultura - AFS (Associação de Juventude e Voluntariado), a Presidente da CAP, Drª Rita Mendes, a professora de História A, Drª Rosalina Sampaio e, claro, o autor do livro. Narraram-se alguns dos divertidos “equívocos” da aculturação do Luís, o seu encantamento quando viu nevar, pela primeira vez na sua vida, e salientou-se o excelente percurso escolar efetuado, o domínio adquirido na Língua Portuguesa falada e escrita e o civismo e polidez, imagem que perdurará em todos, que contactaram de perto com o Luís, aluno brilhante e companheiro afável. Na sua intervenção o Luís focou as “dores de crescimento” que afetam os adolescentes, a ele inclusive, e como no seu desejo de solidão encontrou a escrita como porto seguro, primeiro sem entender a finalidade do que fazia e, depois, em Portugal, descobrindo a importância do que escrevia e o poder de catarse que a escrita possui. Nas suas palavras, portuguesas, confirmou a maturidade que já tem e que está para além do que é expectável num jovem de 17 anos. Cremos que esta experiência de atravessar o Atlântico, sem a família biológica, deixar a sua vida no novo mundo para viver, durante dez meses, uma nova vida no velho mundo também contribuiu para a profundidade das ideias reveladas. A festa de despedida foi muito emotiva. Nos colegas, nos professores, em todos os que tiveram o privilégio de mais de perto com ele conviver o Luís deixa saudades e uma excelente impressão. A Escola S. Pedro deseja-lhe muitas felicidades nas suas novas aventuras e, houve quem prometesse, que no dia em que ele tomasse posse como Presidente da Costa Rica, estaria lá! Promessa é promessa!

A CAP, a Biblioteca Escolar e a Coordenação d’O Broas


O Broas22

A

A Escola a programar….

Escola São Pedro a PROGRAMAR

Os alunos da nossa Escola participaram com sucesso na 2.ª edição do Movimento Código Portugal, campanha promovida pelo Governo com o objetivo de mobilizar, a nível nacional, para a importância da literacia digital e a computação. A Escola obteve a 7.ª posição, num total de 813 escolas participantes, com 3365 desafios solucionados. Na categoria “Escolas do 3.º ciclo com mais problemas resolvidos” conseguiram alcançar o 3.º lugar, com 1861 desafios resolvidos, e na categoria “Escolas do secundário com mais problemas resolvidos” posicionaram-se em 6.º lugar, com 1504 desafios resolvidos. As atividades foram realizadas entre 4 e 10 de dezembro e possibilitaram aos alunos acedendo à plataforma FCT NOVA CodingFest, disponível no site do Movimento Código Portugal, construírem pequenos programas de computador, através da combinação de blocos gráficos de código numa sequência de problemas simples. O Movimento Código Portugal está em linha com a Computer Science Education Week e com a Hora do Código e pretende estimular aquela que é já considerada uma nova forma de literacia para o século XXI, o código.

Parabéns a todos os alunos participantes!!


O Broas23

O

MAT + TIC

8.º ano a “Scratchar”

A parceria entre as disciplinas de TIC e de Matemática levou os alunos do 8.º ano a desenvolver projetos sobre os temas “Monómios e Polinómios” e

8.º B

“Funções” . Os alunos realizaram os seus trabalhos no programa Scratch.

8.º A

8.º D

8.º A

8.º B

8.º D

Trabalhos orientados pela Professora de TIC, Lurdes Lopes


O Broas24

V

O Meu Clube

amos dançar

A dança é uma forma de expressão que é fundamental para o desenvolvimento harmonioso e para o bem-estar das crianças, jovens e adultos. É uma atividade física, rítmica e expressiva que trabalha a criatividade, a concentração, a coordenação motora e o domínio espáciotemporal. Representa ainda uma ótima e cativante prática desportiva, que contribui para melhorar a postura e o equilíbrio. Está também provado que a dança incentiva um melhor desempenho escolar dos alunos. Foram estes os objetivos que conduziram à criação do Clube da dança da Escola Secundária São Pedro, iniciativa das professoras Cláudia Costa e Maria de Jesus Pádua, que reuniram um grupo “ainda jovem”, com um ano apenas. Foram exploradas diferentes atividades rítmicas expressivas, danças urbanas (Hip Hop, ...), danças sociais (Cha cha cha - Salsa - …), dança jazz, ginástica rítmica com aparelhos, ... Os ensaios foram sempre muito animados e coreografaram-se

espetáculos/participações

em vários momentos da vida escolar, propiciando alegria, ritmo e música, contagiando todos os presentes. Entre esses momentos estão: - Dia da hispanidade - Magusto Escolar - Dias das línguas. Muitos outros momentos de feliz e são convívio virão. Não te esqueças... contamos contigo no próximo ano!

As professoras dinamizadoras - Cláudia Costa e Jesus Pádua


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V

O Meu Clube

amos ao Teatro

Do sonho e vontade das professoras Cláudia Costa e Teresa Bamond, nasceu, no presente ano letivo, o Clube de Teatro da Escola. Encenou e apresentou a dramatização do livro, A Menina a ler sonha com o Mar, cujo lançamento ocorreu no Dia das Broas. Esta obra traduz uma homenagem à icónica e carismática estátua criada por Maurício Penha, que honrosamente personaliza a Escola Secundária de São Pedro há mais de cinco décadas. Em colaboração com a disciplina de Espanhol e respondendo à solicitação da professora Sílvia Meireles, no Dia de Cervantes, 23 de abril, foi realizada uma representação de D. Quixote de la Mancha. No final deste ano letivo, foi apresentado um teatro de marionetes, Reflexão de Einstein sobre a bomba atómica, no dia 6 de junho, pelas 22:00 horas, na Praça do Município, e repetiram, o mesmo teatro de marionetes, na IV Cerimónia da Entrega do Livro de Curso. O Clube de Teatro é um projeto que possibilita aos alunos desenvolver as suas capacidades artísticas, expressivas e emocionais em articulação com todo o conhecimento científico transmitido nas diferentes áreas disciplinares. Agradecemos a disponibilidade da CAP da Escola Secundária de São Pedro, da Biblioteca Escolar, das colegas que facultaram alguns materiais e sobretudo o empenho e dedicação dos nossos alunos.

Bem haja a todos e os nossos sinceros agradecimentos por terem embarcado nesta aventura inicial connosco!

As professoras dinamizadoras - Cláudia Costa e Teresa Bamond


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P

Gostar de Ler

lano Nacional de Leitura

Desde pequena que tenho uma verdadeira paixão pela leitura. Em criança, devorava todos os livros possíveis e imaginários, passava tardes quentes de verão na Biblioteca a ler, a respirar as palavras. Devo esta “tara”, em grande parte, aos meus pais, os maiores apaixonados pelas letras e pela escrita que conheço. Foram eles, juntamente com os meus professores de Português, que me incentivaram a participar no Concurso Nacional de Leitura. Este é o terceiro ano em que participo, e chegar à fase nacional é muito gratificante. As fases do concurso, nesta 12.ª edição, são quatro: escolar, municipal, intermunicipal e nacional. O Concurso teve, recentemente, o alargamento a todos os ciclos de ensino, do 1.º ciclo ao secundário. A fase escolar é a mais simples e acessível pois consta apenas do preenchimento de uma ficha, composta por diversas questões de escolha múltipla e uma pequena composição, acerca do livro escolhido pela Biblioteca Escolar. Este ano, o livro adotado foi A Crónica do Rei Pasmado, de Gonzalo Torrente Ballester. A fase municipal tem uma prova escrita e, para os três melhores desempenhos dessa prova, existe uma parte oral, que inclui a declamação de um poema sorteado e a argumentação sobre determinados temas que este ano foram o bullying e o cyberbullying, a consciencialização ambiental e a sociedade. O livro escolhido, para o ensino secundário, foi Número Zero de Umberto Eco, que retrata a manipulação dos mass media e o flagelo das fake news. A fase intermunicipal foi a mais desafiadora pois abrangia escolas de dezanove municípios diferentes e alunos que não conhecia, todos com o mesmo objetivo: o desejado bilhete para a fase nacional. Sernancelhe, vila situada no concelho de Viseu, foi o palco desta fase. Realizámos a prova escrita e presenciámos alguns momentos de convívio e animação. Assistimos às provas orais dos três alunos de cada ciclo que obtiveram os melhores resultados na parte escrita e, para felicidade minha, fui uma das selecionadas. O grau de exigência da prova oral foi muito elevado. Cada aluno retirava um papel de dentro de um saco, que continha excertos do livro escolhido: Cinco Réis de Gente, de Aquilino Ribeiro, natural de Sernancelhe, e expunha os assuntos retratados. Apesar da pressão ser grande todos os concorrentes falaram com uma fluência notável. O segundo momento de oralidade continha, mais uma vez, a declamação dum poema, desta vez à nossa escolha. Esta experiência foi enriquecedora e também absorvente. Ajudou-me a superar “medos”, como o de falar em público, e possibilitou a partilha da paixão da leitura. A participação neste concurso, embora tenha acrescentado uma sobrecarga de trabalho aos meus dias, foi dos melhores momentos do meu ano escolar! Sofia Lopes | 11.º F


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E

Gostar de Escrever

screver Portugal…

Portugal, o nosso país, atualmente, é alvo de uma visão depreciativa, pela parte dos estrangeiros e pela parte dos próprios portugueses. Mas nem sempre foi assim, esta “ocidental praia lusitana” já foi o maior império do mundo, tendo os seus padrões espalhados por quatro continentes e monopolizando, quase por completo, as rotas comerciais do chá, das espeXV e XVI. Então, qual é a causa geradora deste olhar pejorativo sobre um dos países mais antigos do mundo? A meu ver, a causa assenta nos próprios portugueses. Somos nós, insaciáveis e ambiciosos compulsivos, que esperamos sempre por mais, e nunca nos contentamos com o que temos. Somos filhos de uma nação de heróis, de lutadores de espadas e de penas, e, mesmo assim, deixamos a autocomiseração falar mais alto do que o orgulho em ser português. É verdade que nos dias de hoje estamos na chamada “cauda da Europa”, as inovações tecnológicas, as modas, até as músicas, antes de cá chegarem, já passaram por países como a França, a Alemanha ou o Reino Unido. Mas também é verdade que estamos em recuperação de uma crise económica que nos abalou a todos e que, no entanto, teve a sua origem, tal como as modas e as tecnologias, nos países nórdicos, mais ricos e supostamente mais evoluídos. Podemos estar atrasados em certos aspetos do agora, mas fomos pioneiros numa série de áreas quando os outros, estrangeiros, não o foram. Fomos pioneiros na abolição da pena de morte, fomos pioneiros na expansão marítima, até fomos pioneiros no fim da escravatura. Os Estados Unidos ainda a teriam por mais 100 anos. Posto isto, só quero demonstrar que não temos necessidade de buscar o que há lá fora, porque o que já é nosso por direito, herdado dos nossos antepassados que tanto lutaram por esta maravilhosa terra, é mais do que suficiente. É urgente impedir esta visão errada de que o que vem do estrangeiro é melhor, de que o que tem nomes franceses ou ingleses escritos na capa supera qualquer produto nacional. Já disse Eça de Queiroz, no ano de 1888, na voz do seu João da Ega, que “Aqui importa-se tudo. Leis, ideias, filosofias, teorias, assuntos, estéticas, ciências, estilos, indústrias, modas, maneiras, pilhérias, tudo nos vem em caixotes pelo paquete. A civilização custa-nos caríssima, com os direitos de Alfândega: e é em segunda mão, não foi feita para nós, fica-nos curta nas mangas…”. Pois passaram mais de 13 décadas e a crítica continua atual. Concluindo, há que deixar de ter pena de nós mesmos, deixar de invejar e tentar imitar os outros e passar a ter orgulho na nossa casa “à beira mar plantada” a que podemos chamar de peito feito de Portugal. Sou português, sou o vencedor de dois prémios Nobel, sou campeão europeu no futebol e na música. Sou o secretário-geral da ONU e a 5ª língua mais falada no mundo. Sou patrimónios materiais e imateriais da Humanidade. O nosso país é o que nós quisermos que seja, é o povo e as suas conquistas, e será as nossas conquistas no futuro, por isso, posso dizer que, para além de ser português, sou muito mais do que isso, sou Portugal. Miguel Figueira | 11.º C

Ivo Cardoso e Maria João Nunes | 12.º E

ciarias e do açúcar, o que tornava a nossa pátria numa superpotência económica nos séculos


João Coelho - Vítor Maçãs | 12.º D

De qual gostas mais? Luís Santos | 12.º C

plina de Aplicações Informáticas B, do 12.º ano.

Vicente Silvestre | 12.º D

Redesenhar o logótipo da nossa Escola foi um dos desafios concretizados na disci-

José Pimentel - Tiago Pereira | 12.º C

Patrícia Morais - Rafael Salgueiro | 12.º E

Ana Luísa Ferreira - Pedro Rodrigues | 12.º C

O

Miguel Batista - Pedro Areias | 12.º C

Andreia Batista - Joana Cancela | 12.º E

Guilherme Sousa - Mário Pinto | 12.º C

O Broas28 Logos...

Meu Logótipo é Melhor que o Teu


João Moreira - Diogo Matos | 12.º E Afonso Cardoso - Paulo Alves | 12.º C

Bruna Costa - Liliana Alves | 12.º E

Miguel Duarte - Francisco Ferreira | 12.º D

José Teixeira - Guilherme Vieira | 12.º E

João Almeida - Miguel Costa | 12.º C

O Broas29 Logos...

Andreia Rainho - Margarida Sousa | 12.º C

Trabalhos orientados pela Professora de Aplicações Informáticas, Lurdes Lopes

Mais logótipos em...


O Broas30

D

España Tan Cerca

ía de la Hispanidad Tal como todos los 12 de octubre, se celebra el Día de la Hispanidad, como una gran fiesta. Algunos alumnos del 8.º E nos presentaron un baile en español, con mucha energía y ganas de demostrar lo que valen, con la canción “Volar” de Álvaro Soler y una alumna de la misma clase, Mariana Fernandes, que cantó una canción en español. Otros alumnos del 9.º H e 8.º E leyeron historias sobre el origen de la Hispanidad a sus compañeros de varios grupos del 9.ºcurso y en la Biblioteca Escolar. A continuación, con la exposición realizada por los alumnos del 9.º F-G-H, descubrimos un poco más sobre la cultura española e hispanoamericana. Finalmente, degustamos la famosa paella en nuestro comedor.

1325 El pasado día veintitrés de noviembre, mi clase fue al teatro con nuestra profesora de Español y también con otra clase de décimo primer año a asistir al ensayo de la pieza de teatro 1325. Llegamos y entramos en una sala pequeña donde estaban tres actores, Noelia Domínguez, Ángel Fragua y Sérgio Agostinho. 1325 se inspiró del libro llamado 1325 mujeres tejiendo la paz, de Manuela Mesa Peinado, que fue editado por la Fundación Cultural de la Paz, Madrid. Asistimos a pequeñas escenas del espectáculo a través de la presencia de tres abuelas que viven en un espacio habitado por ropa y memorias. Ahí, se hace un recorrido histórico, con una pizca de humor, sobre la lucha en contra el racismo, los derechos de las mujeres y algunos conflictos bélicos, como el conflicto israelo-palestino. Fue un espectáculo muy divertido, que recomendamos, pues nos hizo reflexionar sobre los derechos de la sociedad, más propiamente de la condición de la mujer. Alumnos del 9.º G

Día de muertos Coco, 007, son películas que ponen en escena una fiesta bastante alegre y al mismo tiempo rinde homenaje a los difuntos: el día de los muertos. Con el objetivo de enseñar un aspecto de una las culturas más ricas del mundo latinoamericano, los alumnos de Español dibujaron calaveras y catrinas referentes al día de muertos. Intercambio navideño Con mucho entusiasmo e interés, los alumnos del 9.º F-G-H participaron a un intercambio epistolar con las escuelas de Régua y Lousada, que tienen español como segunda lengua extranjera. Se hicieron obras muy interesantes y se crearon buenas amistades entre ellos.


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España Tan Cerca

Aprendiendo las ciencias en La Coruña Los alumnos del 7.º D y 8.º E visitaron los museos científicos coruñeses el día 9 de febrero con mucha euforia e interés en descubrir los meandros del ser humano, la física, la ciencia y los animales en Domus, en Aquarium Finisterrae y la casa de las Ciencias…

Visita a Valencia, tierra de las naranjas y no solo… Cuando hablamos de Valencia, nos viene a la mente lo de las naranjas, del sol y de las playas. Sin embargo, Valencia es mucho más. De hecho, del 22 al 24 de marzo, los alumnos del 9.º F-G-H descubrieron una faceta completamente diferente de esta ciudad milenaria, cuyo puerto fue muy importante en la Historia. Se adentraron en las calles anchas, en las avenidas floridas y en la más innovadora Ciudad de las Artes y de las Ciencias. Lo pasaron fenomenal, asistiendo al espectáculo de delfines, a representaciones en el planetario (Hemisfèric) y en el cine 4D, y a exposiciones (Oceanogràfic) del área de las ciencias y de la astronomía. El guía que nos hizo conocer una parte de Valencia nos explicó toda la historia, los símbolos, la gastronomía tal como la paella o la horchata, una bebida exquisita, muy rica. Una experiencia inolvidable tal como sucede los años anteriores… D. Quijote de la Mancha Con el propósito del día del libro y de la conmemoración del 402.º aniversario de la muerte del escritor español mundialmente conocido, Miguel de Cervantes, la Biblioteca Escolar de nuestra escuela acogió a los alumnos del 8.º. E y 9.º G, que hicieron una pequeña representación teatral envolviendo a los famosos personajes de su obra universal “D. Quijote de la Mancha". Fue un momento bastante hilarante en que los alumnos demostraron una gran apetencia en la lengua castellana ¡y en la representación teatral! Muchas gracias. Sílvia Meireles - Professora de Espanhol


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C

Refletir a Escola

omunidade Desafios Educativos - PEMA

Práticas Eficazes Melhores Aprendizagens (PEMA) é um projeto da iniciativa da UTAD que envolve a Comunidade de Desafios Educativos da Escola O projeto abrange três anos letivos, de 2016/2017 a 2018/2019 e tem como principais objetivos os seguintes: - caracterizar as práticas dos professores no que respeita às relações professoraluno, avaliação das aprendizagens, qualidade do feedback e expectativas do professor; - implementar um programa-piloto com vista à melhoria das práticas para a promoção da aprendizagem e do sucesso educativo; - relacionar as práticas dos professores com o género, o nível socioeconómico e o percurso escolar dos alunos; - avaliar os efeitos do programa e a sua potencial replicabilidade. O projeto iniciou-se com duas turmas do 7.º ano da Escola S/3 Camilo Castelo Branco e quatro turmas do 7.º ano da Escola S/3 S. Pedro, no ano letivo de 2016/2017. Estas turmas envolvidas fizeram, no presente ano letivo, o 8.º ano. Os dados são recolhidos fundamentalmente através de questionários a professores e alunos e de observação/videogravação de aulas. A equipa que coordena o projeto fará o seu estudo e comunicará às escolas participantes os resultados e conclusões que obtiveram. Neste segundo ano do projeto, os professores que lecionam as turmas de 8.º ano tiveram formação com dois dos professores responsáveis pelo projeto: - Professor Doutor José Pinto Lopes; - Professora Doutora Maria Helena Santos Silva. Essa formação decorreu com sessões presenciais e outras online através da plataforma informática Sakay. Conheceram-se e trabalharam-se métodos de aprendizagem cooperativa e técnicas de avaliação formativa, fáceis de aplicar e com resultados muito positivos no sucesso escolar dos alunos. Teresa Morais - Professora Coordenadora da CDE

Maria Carvalho – Maria Inês Sousa


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IV Gala da Entrega do Livro de Curso

ivro de Curso - 2018

A tradição cumpriu-se! No dia doze de junho, realizouse

a

cerimónia

da

IV

Gala

da

Entrega

do Livro de Curso, que este ano foi apresentada por duas alunas do 9.º ano, Bárbara Cunha e Mariana Sousa. A Cerimónia teve lugar no espaço exterior, no Jardim da Escola e como São Pedro ajudou, foi um momento muito agradável, proporcionando um ambiente descontraído e familiar. Do programa, constava, para além dos vários discursos emotivos, quer por parte dos professores, quer por parte dos alunos, muita animação. Foram variados os talentos que se fizeram ouvir: a Banda "Três Pancadas", constituída por alunos do 10.º ao 12.º anos (Pedro Tibério, Francisco Silva, Ana Silva, Francisco Penelas e Bárbara Elisa) que fizeram covers das

músicas "All

Star” dos Smash Mouth, “Stray Heart” dos Green Day e "R U Mine” dos Arctic Monkeys; as alunas finalistas Joana Cancela e Catarina Ribeiro cantaram "O Homem do Leme” dos Xutos e Pontapés e Rebecca Lapa, acompanhada à guitarra por Francisco Silva, cantou a música de Elvis, "Can't help falling in love"; o grupo de Teatro da Escola, constituído por alunos do 8.º ano, (Bruno Fontinha, Dinis Lima, Amélia Vasconcelos e Verónica Amado), apresentou uma peça de Teatro de Fantoches sobre Einstein e as suas descobertas, orientada pelas professoras, Cláudia Costa e Teresa Bamond. Homenagearam-se os dois alunos que representaram, com excelência a Escola nas Olimpíadas da Língua Portuguesa e no Concurso Nacional de Leitura, respetivamente, José Lameirão Silva do 12.º D e Sofia Lopes do 11.º F, tendo esta última alcançado uma Menção Honrosa no mencionado concurso. Depois, as turmas foram chamadas ao palco para receberem os Livros de Curso e, após serem aplaudidos entusiasticamente, todos, alunos, pais, professores e assistentes operacionais, foram convidados a participar no "Douro d' Honra". Este teve lugar no Bar da Escola, muito bem decorado pela D. Arminda, assistente operacional desta Escola. Os professores de Português, apesar de todas as dificuldades inerentes à construção do Livro, continuam a defender que esta atividade é muito positiva, pois contribui para que a Escola seja cada vez mais um lugar que busca a excelência, mas também cada vez mais humano. Grupo de Português


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Imagem e Cor

einventar a Arquitetura da Tua Cidade…

Na disciplina de Aplicações Informáticas B, do 12.º ano, os alunos reinventaram edifícios da cidade de Vila Real. Procura identificar os monumentos que se fundiram nestas criações. Conseguiste?

Afonso Cardoso - Paulo Alves | 12.º C

Gonçalo Mata - Tiago Fontinha | 12.º D

E tu, como reinventarias a arquitetura da tua cidade?

Guilherme Vieira - José Teixeira | 12.º E

Miguel Batista - Pedro Areias | 12.º C

Daniel Sousa - Tiago Castanheiro | 12.º D


Alex Sousa - Diogo Gomes | 12.º C

Daniela Costa - Laura Almeida | 12.º E

Diogo Canadas - Gonçalo Borges | 12.º D

João Coelho - Vítor Maçãs | 12.º D

Bernardo Carvalho - José Claudino | 12.º C

Fernando Levy - Nuno Gouveia | 12.º E Trabalhos orientados pela Professora de Aplicações Informáticas, Lurdes Lopes

Mais trabalhos em...

Miguel Duarte - Francisco Ferreira | 12.º D

Diogo Matos - João Moreira | 12.º E


Igualdade de Direitos para Todos

Diogo Gomes | 12.ยบ C

Homens ou Mulheres, somos todos Seres Humanos!

O Broas defende a Igualdade de Direitos

Acompanha-nos em http://jornal-o-broas.blogspot.pt/


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