6 de abril 2013 | Jornal de Saúde Pública | 7
Tempos de mudança Saúde: Conhecer o risco Dr. José A. Madaíl Ratola Coordenador da Unidade de Saúde Familiar Moliceiro USF Moliceiro – E, por que não, simpatia? USF Valongo – Uma equipa centrada na saúde da pessoa.
A Reforma na Saúde é importante que seja continuada e consolidada; já muito foi feito, mas há muito mais ainda por fazer. Esta Reforma visa melhorar os cuidados de saúde aos cidadãos, tendo em conta o que estes sentem como legítimas expectativas e as reais possibilidades do País. É uma equação difícil.
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desenvolvimento tecnológico e científico, com oferta de meios de diagnóstico e de terapêutica cada vez mais sofisticados, o acesso à informação, o aumento da esperança de
vida e a consequente patologia crónica associada fizeram disparar os encargos financeiros para a sociedade; no outro lado da equação há recursos débeis e disputados, associados a estagnação do crescimento económico e a uma demografia suicida. Partindo apenas destes considerandos, e limitado pelo texto, atrevo-me a apresentar algumas ideias, não originais, apoiadas em alguns exemplos, alguns com resultados já demonstrados. O discurso científico e público em saúde deve apontar para caminhos de qualidade e bem-estar, não ligados a uma longa vida, medida por anos, a qualquer custo e sofrimento; torna-se necessário debate público que permita a abertura cultural da sociedade para outras formas de autodeterminação, não culpabilizáveis para o indivíduo, família ou sociedade, para além do testamento vital. Os recursos na Saúde são finitos, serão sempre uma fração da riqueza nacional e a sua utilização, em bens de equipamento e de consumo, deverá ser bem explicada aos cidadãos, para desenvolver corresponsabilização; numa reforma, antes de retirar um benefício
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(um atendimento mal equipado na proximidade, ou um hospital, etc.), deverá ser explicada a vantagem que há na sua substituição, por um outro benefício, mais integrador e eficiente, evitando assim a politização e a “rua”; a informação dos custos de qualquer ato em saúde, mediante a emissão de fatura descritiva, dá satisfação porque desfoca a atenção da taxa que lhe cabe pagar. O processo clínico do doente integrado e acessível em todos os níveis e lugares de atendimento permitiria a partilha de decisões de diagnóstico e terapêutica entre os diversos intervenientes – especialistas hospitalares, outros técnicos de saúde e o médico de família, gerando eficiência e racionalidade; é bem conhecida a repetição de exames de diagnóstico porque a base não é comum e a quantidade excessiva de medicamentos que muitos pacientes utilizam que, para além dos custos financeiros, terão outros decorrentes da dificuldade de gerir tantas possibilidades de interação medicamentosa; a racionalidade impõe-se. Finalmente, acrescento que olho para o mundo de dentro de uma Uni-
dade de Saúde Familiar (USF) que considero um modelo bem-sucedido de mudança na Saúde, a nível dos cuidados de saúde de proximidade. O segredo da USF é o trabalho em equipa multiprofissional, com objetivos concretos na promoção e prevenção da saúde e tratamento da doença nas pessoas utilizadoras dos serviços, associado a incentivos motivadores. Os resultados satisfazem prestadores e utilizadores e a avaliação por entidades independentes confirmam uma adequação com o necessário processo de mudança, em curso, na Saúde. Considero a USF um modelo a copiar ou fornecedor de alguns princípios a adotar em outros níveis de cuidados ou mesmo outros setores de serviços. Artigo com a colaboração:
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