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Entrevista
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particularmente porque é uma situação diferente da que estão habituados. Este tipo de vivência que as pessoas levam acaba por ser transmitida aos amigos. Não direi exactamente o mesmo dos espanhóis porque são mais parecidos connosco. Mas eles adoram a nossa gastronomia. Vêm porque nos conhecem bem e porque gostam de Lisboa. Briefing | Sente a falta de algum projecto para melhorar a oferta e a imagem de Lisboa? PO | Ganhamos a Volvo Ocean Race, uma prova muito importante que nos vai posicionar como um destino incontornável no Turismo Náutico e nas competições ao nível do mar. Estes eventos são importantes para não estarmos sempre a comunicar os Jerónimos e a Torre de Belém. Precisamos de novos motivos para estar sempre a reinventar a cidade e a sua comunicação. Daí a existência destes eventos. Foi por isso que criámos o Festival dos Oceanos. Mas a sinto falta de um projecto supra. Briefing | Como, por exemplo, os Jogos Olímpicos? PO | Isso era fantástico! Adorava ter os Jogos Olímpicos em Lisboa. Era óptimo ter as Olimpíadas, manter o aeroporto da Portela, acrescentar o TGV. Como não tenho responsabilidades políticas, posso dizer aquilo que entendo ser verdade. Briefing | A oferta cultural e museus deixa-a satisfeita? PO | Obviamente que falta sempre qualquer coisa. Acho que devemos ser ambiciosos, mas também devemos saber congratular-nos com aquilo que temos. Ainda há pouco tempo abriu o Mude, o museu da Moda e do Design que está a correr muito bem. Penso que há uma falha na nossa cidade que é o não aproveitamento do Pavilhão de Portugal. É uma pena, temos ali um pavilhão com a assinatura de um grande arquitecto português reconhecido em todo o mundo, aquela pala... Custa-me um bocadinho passar lá. Sinceramente custa-me! Fizemos lá agora o Festival do Peixe, mas isso O novo agregador do marketing.
“Lisboa não é uma cidade monumental, como Paris ou Londres, pelo que nunca nos posicionámos nesse campeonato. Nunca foi essa a nossa ambição. No entanto, é uma cidade capital que tem características únicas, como ter praia a 20 minutos do centro. Não conheço nenhuma capital europeia com praia tão próxima”
é uma coisa pontual. Sei que houve a ideia do Conselho de Ministros, mas penso que pode estar perfeitamente noutro sítio. Eu dali faria um núcleo museológico obviamente, qualquer coisa ligada à arquitectura seria fantástico. Briefing | A questão da Red Bull Air Race teve um fim feliz? PO | O assunto está resolvido e, no meu entender, muito bem resolvido. Ainda bem que a polémica interna não ultrapassou as fronteiras. Só ajudando-nos uns aos outros é que conseguimos fazer disto um país. Tenho pena da sensação de haver alguma vergonha da capital e da sua importância. Nenhum país civilizado tem isso. Um país civilizado defende, ama e orgulha-se da sua capital. Em Portugal é exactamente o inverso. Custa-me muito ouvir determinadas coisas, que são má onda. Briefing | Quais são os mercados em que a ATL mais aposta? PO | Quando constatámos que a crise ia ser uma realidade, apostá-
mos em mais dois mercados, onde aumentámos o investimento: Brasil e Espanha. Em Espanha optámos por uma campanha nos órgãos regionais e todos os meses temos anúncios com as nossas propostas culturais. Tem dado frutos. Desde Outubro verificámos um crescimento de 2,5 por cento no mercado espanhol. E isto em tempo de crise. O mercado brasileiro é outra conversa. Não se pode vir passar o fim-desemana a Portugal, é mais caro. É uma determinada classe que viaja. Os nossos valores no Brasil não tiverem o mesmo crescimento verificado em Espanha, mas vamos crescer. Tivemos recentemente aqui em Lisboa a rodagem da telenovela “Viver a vida” da Globo. Eles filmaram no Parque das Nações, no eléctrico 28, nas Ruínas do Convento do Carmo, no Castelo, Jerónimos, Pastéis de Belém, Parque Eduardo VII. Alguns manequins e estilistas da Moda Lisboa também participaram. Também participou um actor português. Este
trabalho vai dar um impulso muito grande ao nosso destino. Estas imagens vão ser transmitidas nas duas últimas semanas da novela no Brasil, que vai englobar a cidade de Lisboa. “Viver a vida” está com uma audiência de 35 milhões de espectadores. Ainda por cima, os últimos episódios são mais vistos. Destes 35 milhões, 13 milhões pertencem às classes A, B e C1. Trata-se das classes às quais nos queremos dirigir. Estes episódios vão ajudar a alterar a percepção que os brasileiros têm de Lisboa, de Portugal e dos portugueses. Briefing | Se tivesse que definir Lisboa num tuite, com um máximo de 140 caracteres, o que escreveria? PO | Meu Deus! Deve ter sido por isso que eu nunca aderi ao Twitter... Mas não preciso de tantos caracteres. Acho sinceramente que a nossa cidade é imperdível. Lisboa é uma cidade imperdível para quem gosta de viajar e de conhecer.
Você Sabia Que Roger Federer, melhor tenista do mundo, quando esteve em Lisboa para o Estoril Open, aproveitou para fazer um tour pela cidade. o percurso teve início em Santo Amaro, num eléctrico, e terminou no recinto do Estoril Open, num autocarro histórico (de 1952), do Museu da Carris. Pela 4.ª vez, o Hotel Dom Pedro Palace é o hotel oficial das estrelas do Rock In Rio 2010. Os actores brasileiros Bárbara Paz e Rodrigo Hilbert estiveram em Lisboa a filmar acções da telenovela “Viver a Vida”. A actriz Catherine Deneuve, quando vem a Lisboa, frequenta os restaurantes Bica do Sapato e Pap´Açorda. A nova loja da Prada inaugura em Junho, em plena Avenida da Liberdade. A vocalista dos Lamb, Lou Rhodes, vai actuar no Museu do Oriente, em Lisboa, no dia 20 de Maio, para a apresentação do novo álbum a solo “ One good Thing”. Em 1998, Lisboa foi visitada por 1,6 milhões de turistas. Em 2009 por 3,5 milhões.
Maio de 2010
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