COMPETIÇÃO
BRASIL RIDE 2015
CORRIDA
DE DIAMANTE
HANS BECKING E JIRI NOVAK FORAM OS MAIS FORTES ESTE ANO NA BRASIL RIDE APÓS 600 KM NA CHAPADA DIAMANTINA, POR ENTRE ZONAS RURAIS E MUITO CALOR. [texto] Gustavo Coelho [Fotografia] Christian Correa, Armin Kustenbruck, Ney Evangelista, Fabio Piva e Sportograf
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om a participação de 500 atletas representando 23 países e 19 estados, a Brasil Ride 2015 foi realizada pelo sexto ano consecutivo com sucesso e aprovação dos principais protagonistas desta festa em duas rodas. E, após 600 km e 13.000 metros de ascensão acumulada, a competição conheceu os seus vencedores. Ninguém foi mais veloz que o holandês Hans Becking e o checo Jiri Novak. Com o terceiro lugar na etapa final e o tempo de 2h45m08, garantiram o bicampeonato na categoria Open. As brasileiras Raiza Goulão e Viviane Favery lideraram desde o primeiro dia na categoria “ladies” e confirmaram o título ao cruzar a linha de meta em 3h40m56.
A dupla Becking/Novak levantou o troféu da sexta edição da Brasil Ride com o acumulado de 26h34m04, uma vantagem de 45m38 para os segundos classificados em 2015, Hugo Prado Neto e Lukas Kaufmann. “Só queríamos sobreviver sem correr riscos. O objetivo era estar o máximo de tempo no pelotão da frente e conseguimo-lo.” destacou Hans Becking. Jiri Novak também comemorou o feito. “Sinto-me muito bem com esta conquista, tanto por conseguir completar a prova, como por conquistar mais um título com o Hans Becking. Todos os que conseguem completar as sete etapas são heróis”.
Experiência veio ao de cima Raiza Goulão e Viviane Favery
lideraram a Brasil Ride desde a primeira etapa. A dupla completou os 77 km da etapa final sem correr grandes riscos e conquistou o título com larga vantagem no tempo acumulado. No total, a diferença para as vice-campeãs Isabela Lacerda e Nina Baum foi de 3h20m25. “Vim para a Brasil Ride por causa dos pontos no ranking da UCI. Devido à quantidade de provas que realizei este ano, estava cansada”, revelou Raiza. Por sua vez, Viviane ajudou a sua companheira através da sua experiência. Esta foi a terceira participação de Viviane, especialista em provas de longa distância em BTT. “Considero esta jornada como uma missão de vir acompanhar a Raiza. Uma missão de muita responsabilidade. Estou muito bikemagazine 89
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emocionada. Acho que às vezes me subestimo. Eu trabalho, faço uma jornada dupla, moro em São Paulo e é muito difícil coincidir os treinos. Enfim, vou para casa muito mais forte, com uma bagagem que não se compra. São sete dias no limite”, finalizou Viviane.
Campeãs da América
Vencedoras em 2014 das categorias “american woman” e “ladies”, respetivamente, a brasileira Isabella Lacerda e a norte-americana Nina Baum conquistaram o seu segundo título da Brasil Ride, desta vez juntas para ‘conquistar a América’. Após as vitórias nas duas últimas etapas, Nina falou sobre a responsabilidade 90 01/2016
de ajudar Isabella na luta pelos pontos para os Jogos Olímpicos. “Achei que o ano passado tinha sido a corrida mais difícil da minha vida, mas este ano foi pior. A minha preparação não foi tão boa, mas ao mesmo tempo, tinha mais pressão porque eu corria com a Isabella. Ela é muito forte e queria muito os pontos para os Jogos Olímpicos. Não queria dececioná-la.”, desabafou Nina.
Brasil Ride festeja sucesso da sexta edição Ao partirem às 9h30 na manhã do sábado, 24 de outubro, 600 participantes da Maratona Brasil Ride, disputada num único dia, juntaram-se aos demais
LENDA DO BTT NO PÓDIO Campeão mundial de Cross Country de 1995 e medalha de ouro nas Olimpíadas de Atlanta em 1996, Bart Brentjens confirmou o favoritismo e conquistou o tricampeonato da categoria master, ao lado de Abraão Azevedo. “Ganhar é uma sensação fantástica. A Brasil Ride é uma prova longa e uma das mais difíceis. O Abraão foi um grande colega de equipa e nesta temporada fomos muito fortes, sempre entre os melhores da open” contou o holandês. Com o título conquistado ao lado Bart Brentjens, Abraão Azevedo colocou mais uma vez o seu nome na história da Brasil Ride. “Estou muito feliz por ter conseguido esta vitória. Duas vezes com o Paulete, uma com o Plínio e mais três com o Bart. É uma festa linda do BTT, sempre com a presença de brasileiros e vários estrangeiros”, declarou Abraão.
participantes da Brasil Ride e fecharam com chave de ouro este evento. O fundador desta prova, Mario Roma destacou as principais diferenças da ultramaratona. “O fundamental nesta edição, mais uma vez, é que foi uma prova completamente segura. Tivemos uma competição limpa com controlos antidoping e muita segurança para os ciclistas. Crescer como a competição cresceu, o facto de o nível dos atletas ter aumentado, e continuarmos sem acidentes graves, sem nenhum erro de percurso, comprova que tivemos uma competição em cheio”, avaliou Roma. O fundador da Brasil Ride não esconde o orgulho com o retorno positivo recebido por parte dos participantes. “Os betetistas estrangeiros, que viajam pelo mundo inteiro, estão de boca
aberta. Os representantes da UCI já disseram que a nossa pontuação é 9.9, e os atletas estão abismados com a qualidade das marcações, alimentação, estrutura, casas de banho, chuveiros. Os brasileiros surpreendem-se pelo tamanho da prova e os estrangeiros surpreendem-se pela qualidade”, completou Mario Roma. Comissário da UCI na edição de 2015 da Brasil Ride, o norte-americano Jim Crompton esteve pela segunda vez a trabalhar na prova. “Queremos ver a organização a melhorar a cada ano. A forma como está hoje é o que espero para um evento de classe S1”, referiu Jim. Os pontos UCI foram importantes para Raiza Goulão, Isabella Lacerda e Henrique Avancini, trio que luta
para representar o Brasil nos Jogos do Rio 2016. Henrique Avancini também ficou satisfeito com os pontos conquistados e elogiou a competição. “Esta foi a minha quarta participação na Brasil Ride, uma prova que sempre procurei colocar no calendário porque conseguiu elevar o BTT a outro patamar nestes seis anos. O evento realmente cresceu muito e ainda garantiu pontos importantes”, afirmou Henrique Avancini. Líderes em metade dos 600 km pedalados na competição, Daniel Geismayr e Hermann Pernsteiner saíram da Brasil Ride após não conseguirem completar a sexta etapa. Mesmo assim, não pouparam elogios à estrutura do evento. “Foi a nossa estreia na prova e ficámos bikemagazine 91
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JOÃO MOREIRA FORMOU PARTE DA EQUIPA IRBAL/ LOVE TILES/BIKE TEAM KAISER COM O AUSTRÍACO WOLFGANG KRENN, CONQUISTANDO COM ELE O SEXTO POSTO NA CATEGORIA OPEN, SAGRANDO-SE ASSIM O MELHOR PORTUGUÊS EM PROVA
FIM DO REINADO O alemão Simon Gegenheimer e a suíça Nathalie Schneitter quebraram uma tradição de quatro anos na Brasil Ride. A dupla tirou de Ivonne Kraft (Alemanha), a hipótese de conquistar o seu sexto título consecutivo na principal ultramaratona de BTT das Américas. E o título veio com total hegemonia: Simon e Nathalie venceram as sete etapas da competição. “Eu sabia o que me esperava aqui, mas cada vez que cá vimos estamos melhor preparados. Foi muito bom competir com a Nathalie, ela é muito forte e técnica, o que significou, para mim, poder acelerar nas partes planas e no resto não me preocupar”, comentou Simon. “A Brasil Ride foi muito difícil. Estou muito feliz, mas ainda mais por ter completado a prova”, avaliou Nathalie. Este resultado proporcionou à suíça o melhor tempo entre todas as mulheres inscritas. “Há outras ótimas mulheres na competição, muito habilidosas. Em algumas oportunidades, eu ia na roda do Simon, o que me ajudou a obter este excelente resultado”, concluiu.
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CARLOS MENDONÇA E BRUNO MIGUEL FIALHO CORDEIRO FORAM A DUPLA NACIONAL MAIS BEM COLOCADA, FICANDO EM 7º LUGAR DE MASTERS muito surpreendidos. A organização é realmente muito boa. Os voluntários são amigáveis e, quando precisamos de ajuda, o serviço de Suporte Neutro Shimano foi incrível. Nós precisámos dele e foi perfeito. O nível organizacional é dos mais altos, sem dúvida”, disse Hermann. “A marcação da prova era perfeita. Corri em diversas provas por etapas este ano e a Brasil Ride foi uma das melhores. Fizemos cerca de 300 km na frente e nunca tivemos dúvidas sobre o caminho a seguir. Muito bom mesmo”, concordou Daniel.
INTEGRADOS NA EQUIPA LUSO-PARAGUAIA PROTEIK MUNDIMAT GOLDNUTRITION, EMANUEL PIRES E ANTONIO ARNALDO MONTEIRO FORAM TERCEIROS NA CLASSE GRAN MASTER A principal ultramaratona de BTT das Américas já tem data definida em 2016, indo decorrer entre 16 e 22 de outubro. A próxima edição contará com um novo percurso, disputado num local diferente da Bahia. Fica atento ao nosso Facebook.
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