Olho de peixe

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MEMÓRIA ABERTA

CURADORIA - CELSO OLIVEIRA

OLH de PEIXE



MEMÓRIA ABERTA

CURADORIA - CELSO OLIVEIRA

OLH de PEIXE

FOTOGRAFAR É PRECISO


Juazeiro do Norte - CE

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OLH de PEIXE OLHO de PEIXE é uma publicação editada pela KA Editorial. EDITORES Assaoka e Celso Oliveira DIRETOR DE ARTE Assaoka

Celso Oliveira começou a fotografar aos 17 anos, primeiro no Rio de Janeiro, onde nasceu, depois São Paulo e, em 1980, como peregrino em busca do seu destino, chegou ao Ceará. Soube, então, que aqui era o seu lugar. Carioca de nascimento, mas cearense na alma. 40 anos já se passaram. Sempre fotografando, incentivou uma geração de fotógrafos, aqui em Fortaleza. Celso, desde sempre, buscou arriscou-se em desconhecidas regiões,

EDITOR DE FOTOGRAFIA Celso Oliveira e Assaoka

cavoucou escondidas mensagens,

FOTOGRAFIAS Celso Oliveira

mergulhou em obscuras lentes para, assim, transcender a fotografia. Desafiou

COLABORAÇÃO Eder Chiodetto Tiago Santana Verve Comunicação EDITORAÇÃO Ka Editorial PRODUÇÃO Andre Carneiro

construiu e desconstruiu imagens, e

e imprimiu impossíveis ângulos e muitos estranhamentos. Foram muitos os caminhos percorridos por este incansável fotógrafo. Em seu arquivo, repousam mais de 200.000 imagens. Há alguns anos vem digitalizando suas imagens, e são essas imagens que compõem o mosaico desta edição da revista Olho de Peixe.

IMPRESSÃO Gráfica LCR

E aqui começa o desafio. O desafio da edição.

Ka Editorial Rua Dr. Gilberto Studart, 1520 Fone: 85 9777-3433 ka.assaoka@gmail.com

Uma teoria da Gestalt esclarece que “há uma passagem direta entre a forma

cofoto@gmail.com 85 8927-1625 Fortaleza, dezembro de 2014

final da imagem e a expressão daquela subjetividade que a desencadeou, em outras palavras, não é a subjetividade que vai explicar a imagem, mas a é imagem que vai dar acesso aquela subjetividade” (Zilda Tereza Cotrim em seu livro: O Lúdico na obra de Abraham Palatinik). Por vezes, o artista orbita em torno de seu centro de criação de forma tão intensa que torna difícil a empreitada de trazer à tona suas subjetividades, seus

EDITORIAL

KA

debates interiores a fim de expor o trabalho. Como diz Eder Chiodetto, “Expor, publicar, tornar-se público, implica necessariamente em uma tradução de si mesmo para o outro. O exercício de edição é semelhante a um jogo. É preciso embaralhar, rever a ordem, testar combinações no intuito de buscar simbolismos que se desprendem das imagens no momento em que elas são vistas lado a lado. Paralelamente, é necessário ter um olhar simultâneo sobre todas as imagens para perceber se as partes se organizam como um todo, um organismo”. Bom jogo! A. Assaoka

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Fortaleza - CE

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Fortaleza - CE

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Rio de Janeiro - RJ

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“O caos é uma ordem por decifrar.” José Saramago É comum ouvir que o curador tem como função construir pontes que estabeleçam a comunicação entre as obras dos artistas e o público. A curadoria, no entanto, não é apenas um exercício de tradução, pois esta comunicação pode se dar sem a mediação do curador, pelo menos em certos níveis de vínculo e entendimento. No entanto, cabe ao curador auxiliar para que se realize da forma mais enriquecedora possível para ambos, seja pelo didaEder Chiodetto

tismo, pelas conexões históricas, estéticas, pelo questionamento gerado a partir da montagem da mostra ou, principalmente, pelos desdobramentos que sugere a partir das premissas inerentes à obra de arte. Toda curadoria é um projeto de comunicação e, portanto, exige do curador um posicionamento político, uma tomada de decisão a respeito de suas crenças e valores. Trata-se da articulação de um discurso ideológico em que são realizadas opções estéticas, conceituais e políticas claras para impactar o público de determinada forma. Não há neutralidade possível e nem se deve almejá-la. Na comunicação com o público, o posicionamento da curadoria deve ficar claro. Segundo Bruce Fergunson, “as exposições são sempre retóricas, meios ideológicos, independentemente da sua forma particular. Por esta razão, as exposições fazem parte da indústria da consciência, ferramentas complexas de persuasão que visam prescrever um conjunto de valores e relações sociais às suas audiências”. O discurso curatorial deve, portanto, se efetuar no delicado limite de conseguir problematizar certas questões para o espectador sem, no entanto, criar um direcionamento demasiado restritivo para a leitura da obra de arte, o que equivaleria a sequestrar sua polissemia inata. Algumas vezes, o excesso de didatismo pode ferir a livre fruição do imaginário do público. Em outras, a falta de didática implica na falta de generosidade em abrir portas de acesso. Nunca se deve sinalizar, de forma peremptória, uma única e restritiva direção, mas sugerir um caminho deixando claro que se trata apenas de uma possibilidade entre muitas outras. O curador nunca deve perder de vista a potência simbólica e labirínti-

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ca da obra de arte sobre a qual se assentam as intencionalidades do artista e os enigmas próprios segredados na obra, que permanecem à espera de decifrações e as tornam, assim, símbolos que, no embate com a intuição e cultura do espectador, tendem à infinitude. Afinal, nestes símbolos abertos e inesgotáveis residem a magia e o devir do fazer artístico. A ação do curador deve ser mediar, da forma menos ruidosa possível, os pontos de contatos entre a poética do artista e o imaginário do espectador. Quando demasiadamente impositivas, as hipóteses da curadoria podem incorrer no risco de ignorar a capacidade de imaginação e outras interpretações possíveis por parte do público, além de sua livre fruição com a obra. É preciso pensar a obra como estímulo, como ponto de partida, como trampolim. As estratégias de persuasão que o curador elabora, além de pontes, devem ser trampolins cuja altura permita um salto seguro. Mas não excessivamente seguro. É como segurar um pássaro sabendo que pesar a mão pode matá-lo e que afrouxá-la demais pode deixá-lo escapar. Após esta experiência mútua, é preciso que o pássaro voe firme e livre pelo espaço sem limites. Se nesta metáfora o pássaro é o espectador, e a mão que o retém suave por instantes é a obra do artista, certamente o espaço infinito, sem limites, no qual o pássaro voa é a arte, e o voo, a possibilidade da transcendência. Estamos falando de arte, de expansão do campo sensorial, de saberes segredados que as obras guardam em si como enigmas a serem desvendados, espaços simbólicos que se renovam a cada pessoa que as interrogue. Por isso, não podemos conformar um projeto curatorial a um saber apenas racional. É fundamental ter consciência disto e articular as questões sem abrir mão da intuição. O caminho que leva ao ofício da curadoria passa necessariamente pelo estudo disciplinar e pelo conhecimento da obra de diversos artistas e pesquisadores. Joan Fontcuberta, artista e teórico catalão, é uma das fontes de inspiração e reflexão que me levam a adentrar nos labirintos de símbolos e possibilidades inesgotáveis da fotografia. Eder Chiodetto 11


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Fortaleza - CE

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Cobija - BolĂ­via

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Rio de Janeiro BelĂŠm - PA - RJ

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Maranguape - CE

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Rio de Janeiro Fortaleza - CE - RJ

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Rio de Janeiro BelĂŠm - PA - RJ

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S達o Paulo - SP

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Rio de Janeiro Mosqueiro - PA- RJ

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Rio Rio de de Janeiro Janeiro -- RJ RJ

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Rio de Janeiro - RJ

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S達o Luiz do Paraitinga - SP

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Zona da Mata - PE

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Rio de Janeiro Fortaleza - CE - RJ

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Rio de Janeiro - RJ

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TracunhaĂŠm - PE

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Cruzeiro do Sul - AC

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Rio de Janeiro - RJ- CE Juazeiro do Norte

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