Revista Simplesmente JUDÔ #23

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EDITORIAL Simplesmente JUDÔ número 23 sendo entregue! Mais uma ação em prol da comunicação e divulgação da modalidade, dentro de nossas possibi­ lidades. Seguimos firmes em nosso propósito. Nesta edição, o Grand Slam de Tel Aviv, em Israel. No Brasil, o treinamento de campo internacional, em Pindamonhangaba que reuniu várias delegações e foi mui­ to bem realizadae o Meeting Nacional Sub 18 e Sub 21 que definiu a base sa

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seleção brasileira. A capa da revista presta homena­ gem a Rafael Buzacarini, o meio pesa­ do titular da seleção brasileira. Contamos um pouco de sua história e trajetória até chegar na seleção e dis­ putar até o momento duas olimpíadas. Nossa missão na revista Simples­ mente JUDÔ sempre será trazer infor­ mações sobre judô dentro de nossas possibilidades. Simples assim. Boa leitura.


Israel é um país de judô, sem dúvida. Há anos, tanto as equipes femininas quanto as masculinas se apresentam no circuito interna­ cional e, para qualquer competi­ dor, encontrar um judoca israelense é sempre sinônimo de partidas apertadas e complicadas. Isso se deve à detecção precoce de talentos e a um sistema federal liderado pelo presidente Moshe 04

Ponte, que provou seu valor. A ob­ tenção de resultados em grandes competições internacionais é ga­ rantia de sucesso no cenário naci­ onal e, portanto, também é garantia de um público entusiasta e conhecedor. Desde os primeiros minutos da edição de 2022 do Grand Slam de Tel Aviv, que decorreu em três dias nas imediações da grande


metrópole, pudemos verificar que o público estava presente e, de fa­ to, muito feliz por estar de volta. Na verdade, depois dos meses complicados que o mundo do des­ porto passou, redescobrir este ambiente, como aconteceu recen­ temente em Portugal e França, aquece o coração de todos os amantes do desporto. A partir das 11h da manhã, as arquibancadas 05

ficaram bem abastecidas, para acompanhar as atuações dos atle­ tas israelenses, é claro, mas tam­ bém dos competidores das outras 33 nações envolvidas. A matéria das próximas pági­ nas foi escrita por Nicolas Mess­ ner e Jo Crowley da Federação Internacional de Judô e as fotos são de Gabriela Sabau e Emanu­ ele Di Feliciantonio


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RESULTADOS FINAIS: 1. BOUKLI Shirine (FRA), 2. MILANI Francesca (ITA), 3. BAVUUDORJ Baasankhuu (MGL), 3. FIGUEROA Julia (ESP), 5. NIKOLIC Milica (SRB), 5. RISHONY Shira (ISR), 7. STOJADINOV Andrea (SRB), 7. VARGAS LEY Mary Dee (CHI)

­48kg feminino: Boukli para a França abre sua temporada com ouro Embora Shirine Boukli (FRA) tenha sido selecionada por sua federação pa­ ra participar das Olimpíadas de Tóquio no ano passado, sem dúvida ela ainda não estava pronta para o nível global. A partir daí, cada vitória obtida no cir­ cuito foi um passo em direção aos Jo­ gos de Paris 2024, que o judoca espera que sejam mais alegres. En­ quanto isso, aqui em Tel Aviv, ela se classificou para a final, tendo nocaute­ ado a israelense Shira Rishony nas se­ mifinais. Ela ainda teve que lutar pela medalha de ouro contra Francesca Mi­ lani (ITA), que venceu as duas sérvias na categoria nas eliminatórias. Boukli parecia ser a primeira em ação quando ela empurrou seu opo­ nente para sair e ser penalizado por is­ so. Para sua primeira competição do ano, a judoca francesa já parecia estar 08

em boa forma. No meio do caminho, a italiana foi penalizada pela segunda vez por passividade antes de Boukli se envolver com um o­soto­gari para um waza­ari claro, registrado quando Mila­ ni caiu de lado em um ângulo de 90°. Então Boukli ganhou a medalha de ou­ ro, a segunda consecutiva aqui em Tel Aviv. A primeira partida pela medalha de bronze viu Baasankhuu Bavuudorj (MGL) e Milica Nikolic (SRB) se enfren­ tarem. Como Nikolic não conseguiu competir, o bronze foi para Baa­ sankhuu Bavuudorj. Julia Figueroa (ESP) e Shira Rishony (ISR) tiveram quatro minutos para decidir a segunda medalha de bronze. Depois de uma partida muito disputada Figueroa executou uma bela rotação e marcou com um soberbo se­ oi­nage para conquistar o bronze. Isra­ el terá que esperar um pouco mais pela sua primeira medalha.


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RESULTADOS FINAIS: 1. LESIUK Artem (UKR), 2. NARBAYEV Bauyrzhan (KAZ), 3. BYAMBAJAV Tsogt­Ochir (MGL), 3. SHAMSHADIN Magzhan (KAZ), 5. TSJAKADOEA Tornike (NED), 5. HUSEYNOV Karamat (AZE), 7. AGHAYEV Balabay (AZE), 7. ENKHTAIVAN Sumiyabazar (MGL)

Masculino ­60kg: Lesiuk conclui um belo dia com o ouro Na categoria ­60kg houve uma grande eliminação, já que nenhum dos favoritos da competição foi en­ contrado na final. O primeiro atleta qualificado foi Bauyrzhan Narbayev (KAZ), sem referência no World Ju­ do Tour. À sua frente estava um ucraniano que ficou em sétimo lugar nos Jogos Olímpicos de Tóquio, Ar­ tem Lesiuk. A primeira ação forte veio de Ar­ tem Lesiuk com um poderoso soto­ makikomi, mas o pouso foi inferior a 90° e, portanto, não houve pontua­ ção. Esta foi então uma repetição no ataque seguinte, desta vez marcan­ do ippon para dar a vitória a Lesiuk, depois do que deve ser chamado de um dia muito bonito de judô. A primeira partida por uma me­ 12

dalha de bronze foi entre Tornike Ts­ jakadoea (NED) e Tsogt­Ochir Byambajav (MGL), outra partida muito disputada, onde nenhum dos atletas parecia capaz de encontrar a menor oportunidade de arremessar, até quase dois minutos no placar de ouro. Foi nesse momento que Tsogt­ Ochir Byambajav escolheu cair sob o centro de gravidade de seu opo­ nente com um sumi­gaeshi que ele controlou até o waza­ari e uma vitó­ ria limpa e clara. Na segunda partida pelo bronze, Magzhan Shamshadin (KAZ) e o ca­ beça de chave número um Karamat Huseynov (AZE) se enfrentaram por um lugar no pódio. Huseynov, no en­ tanto, não pôde participar e Shamshadin levou o concurso para ganhar a medalha de bronze.


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RESULTADOS FINAIS: 1. GNETO Astrid (FRA), 2. TAKEDA Ryoko (JPN), 3. GIUFFRIDA Odette (ITA), 3. PUPP Reka (HUN), 5. PRIMO Gefen (ISR), 5. KELDIYOROVA Diyora (UZB), 7. KALETA Aleksandra (POL), 7. BALHAUS Mascha (GER)

­52kg feminino: Astrid Gneto é a chefe Astride Gneto, de fato, seguiu um curso impecável nas rodadas prelimi­ nares. Acima de tudo, ao mostrar o seu poder, eliminou o favorito do público, Gefen Primo (ISR), nas meias­finais, após um jogo acirrado que foi decidido nos penalties. Havia uma grande questão antes da final: Gneto seria capaz de controlar a judoca japonesa em constante movi­ mento e salto, que até agora venceu todas as suas lutas impondo um ritmo impossível aos seus adversários. Cla­ ramente, quando a luta começou, a ju­ doca francesa mostrou que era ela quem mandava no tatame. Foi com uma combinação perfeitamente execu­ tada de ko­uchi com o­uchi­gari que Gneto venceu, empurrando Takeda de costas para um ippon indiscutível; um segundo ouro para a França. 16

A primeira luta pela medalha de bronze ficou indecisa entre a dupla me­ dalhista olímpica, Odette Giuffrida (ITA) e Gefen Primo (ISR), que sem dúvida sonhava com um metal diferente aqui em Tel Aviv. Giuffrida estava muito per­ to de tentar um ataque com um braço reto. Um minuto no placar de ouro e a campeã italiana acabou sendo derrota­ da por sua oponente com sode­tsuri­ komi­goshi para um waza­ari. Decepcionada com seu fracasso nas semifinais, a cabeça de chave nú­ mero um, Reka Pupp, estava na dispu­ ta pela medalha de bronze contra Diyora Keldiyorova, que representa o futuro do judô feminino no Uzbequis­ tão. Depois de apenas 12 segundos, um ataque perdido em seus joelhos de Keldiyorova, Pupp atacou um uchi­ma­ ta, imediatamente combinado com o­ uchi­gari na outra direção por ippon e uma medalha de bronze.


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RESULTADOS FINAIS: 1. SHMAILOV Baruch (ISR), 2. NAJAFOV Yashar (AZE), 3. IADOV Bogdan (UKR), 3. GANBOLD Kherlen (MGL), 5. KYRGYZBAYEV Gusman (KAZ), 5. BOUBA Daikii (FRA), 7. Flicker Tal (ISR), 7. GAITERO MARTIN Alberto (ESP)

Masculino ­66kg: Shmailov faz o pú­ blico explodir de alegria Israel participou de sua primeira e única final do dia e sua primeira do tor­ neio, com a qualificação de Baruch Sh­ mailov que incendiou o público da arena, mas o degrau mais importante a subir ainda permanecia, contra Yashar Najafov (AZE), que emergiu das profundezas do empate e que tam­ bém se classificou para a final com um judô super­afiado e espetacular. Com ambos os competidores sen­ do grandes arremessadores, o público, que ficou tão animado quando Shmai­ lov pisou no tatame, esperava que al­ gum judô espetacular acontecesse. Cantando, aplaudindo como se fossem dezenas de milhares, os torcedores is­ raelenses de judô foram definitivamen­ te o terceiro ator da final e ficaram tão felizes quando logo no início do placar de ouro seu herói tentou um ko­soto­ gari sem cessar, mas como um acro­ 20

bat, ele imediatamente seguiu com uma excelente virada para o ippon. Ini­ cialmente um pouco incrédulo, Yashar Najafov teve que aceitar sua perda. O público explodiu de alegria. A primeira medalha para o país anfitrião é uma medalha de ouro! Bogdan Iadov (UKR) e Gusman Kyrgyzbayev (KAZ) ainda tiveram a chance de ganhar uma medalha na pri­ meira partida para uma medalha de bronze. Faltando menos de um minuto, Bogdan Iadov marcou um ippon limpo com ko­soto­gake. Discretamente, mas com seguran­ ça, Daikii Bouda (FRA), que terminou no pódio em Paris há duas semanas, abriu caminho pela competição para enfrentar Kerlen Ganbold (MGL) pelo segundo terceiro lugar da categoria, mas mais uma vez o francês competi­ dor terminou no pé do pódio com uma terceira penalidade na pontuação de ouro. Bronze para Kerlen Ganbold!


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RESULTADOS FINAIS: 1. GNETO Priscila (FRA), 2. LIPARTELIANI Eteri (GEO), 3. MOKDAR Faiza (FRA), 3. NELSON LEVY Timna (ISR), 5. SILVA Rafaela (BRA), 5. PODOLAK Arleta (POL), 7. KOWALCZYK Julia (POL), 7. LEMOS Thayane (BRA)

Feminino ­57kg: Gneto vence tatica­ mente e traz terceira medalha de ouro para a França Timna Nelson Levy (ISR) foi a me­ lhor colocada. Em casa e já vencedora do torneio no passado, ela tinha uma pequena vantagem, que no entanto não foi suficiente para vencer a outra Gneto do torneio, Priscilla (FRA), me­ dalhista de bronze nos Jogos Olímpi­ cos de Londres em 2012, que qualificado para a final. Esta não foi a final mais espetacu­ lar do dia, mas o que se pode dizer, sem dúvida, é que Gneto controlou perfeitamente a tática para empurrar seu adversário para ser penalizado três vezes. O objetivo é vencer por ip­ pon, mas quando isso não é possível, a tática pode desempenhar um papel importante e com certeza a seleção fe­ minina francesa entendeu isso. Imitan­ do a irmã mais nova com a medalha de ouro no pescoço, Priscilla conquistou o terceiro título do dia para a equipe francesa. 24

Para enfrentar Gneto na final, foi Eteri Liparteliani (GEO) quem se saiu melhor após a vitória contra a segunda judoca francesa da categoria, Faiza Mokdar. A primeira medalha de bronze seria decidida entre Rafaela Silva (BRA) e Faiza Mokdar (FRA). Voltar ao seu me­ lhor nível é um verdadeiro desafio, que Silva vive agora. Nunca em condições de colocar realmente em perigo a sua adversária francesa, foi penalizada três vezes, oferecendo a medalha de bron­ ze ao jovem Mokdar. Arleta Podolak (POL) voltou ao blo­ co final do WJT após alguns anos de lutas, mas está cada vez mais regular no circuito novamente. Para a medalha de bronze, ela enfrentou Timna Nelson Levy. Fisicamente mais forte que Po­ dolak, Nelson Levy não tentou real­ mente usar sua técnica, mas se saiu bem ao pressionar a competidora polo­ nesa a ser penalizada. Por hoje, isso foi o suficiente para ganhar uma meda­ lha.


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RESULTADOS FINAIS: 1. HEYDAROV Hidayat (AZE), 2. NOMONOV Obidkhon (UZB), 3. SMAGULOV Zhansay (KAZ), 3. BUTBUL Tohar (ISR), 5. WANDTKE Igor (GER), 5. ESPOSITO Giovanni (ITA), 7. VENNEKOLD Lukas (GER), 7. MAKHMADBEKOV Somon (TJK)

Masculino ­73kg: Bem­vindo de volta Hidayat Heydarov Como cabeça de chave, Hidayat Heydarov teve uma boa chance de se classificar para a final e não perdeu a chamada, embora as partidas fossem às vezes tensas. Na outra metade do sorteio, devido à ausência de última hora de Rustam Orujov, o caminho es­ tava aberto para um azarão. Obidkhon Nomonov, treinado pela lenda Ilias Ilia­ dis, não deixou de entrar na brecha e também se classificou brilhantemente para enfrentar o azeri pela medalha de ouro. Aos 1:16 da prorrogação, Heydarov executou um espetacular koshi­guruma para um waza­ari que valeu a medalha de ouro. A última vez que o campeão azeri ganhou ouro em um grand slam foi em 2019. Bem­vindo de volta, Hey­ darov! Igor Wandtke (GER) e Zhansay Smagulov (KAZ) se enfrentaram na pri­ 28

meira partida por uma medalha de bronze. Pouco antes do final da parti­ da, o judoca alemão foi penalizado pe­ la terceira vez, entregando a medalha a Zhansay Smagulov, sua terceira me­ dalha em um grand slam. Campeão mundial de cadetes em 2015, Giovanni Esposito (ITA) já está bem estabelecido na categoria sênior, mas teve uma luta árdua pela frente para ficar com o bronze, contra o atleta local Tohar Butbul (ISR), incentivado em voz alta pela torcida local. Ao inter­ valo, Butbul liderava por um waza­ari sob os aplausos do público, mas Gio­ vanni Esposito estava exercendo uma pressão incrível sobre seu oponente, que foi penalizado duas vezes e ficou feliz que o gongo ecoou no local, rapi­ damente coberto pelo público explosão de alegria. Esta é a medalha número 6 para Butbul em um grand slam.


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RESULTADOS FINAIS: 1. HORIKAWA Megumi (JPN), 2. HOWELL Gemma (GBR), 3. OZBAS Szofi (HUN), 3. DEKETER Manon (FRA), 5. SIMEOLI Nádia (ITA), 5. BEAUCHEMIN­PINARD Catherine (CAN), 7. BAZYNSKI Nadja (GER), 7. BARRIOS Anriquelis (VEN)

Feminino ­63kg: Megumi Horikawa conquista o primeiro ouro para o Japão Provavelmente não a atleta japone­ sa mais famosa, Megumi Horikawa se viu na final da categoria depois de ter eliminado todas as suas adversárias na primeira fase da competição. Ela é a vencedora de um grand slam anteri­ or, mas foi em 2012 em Tóquio, dez anos atrás. Na final, ela enfrentou Gemma Howell (GBR), que pela pri­ meira vez na carreira se deu a oportu­ nidade de ganhar um Grand Slam de ouro. Muito poder estava envolvido, mas ainda assim eles não conseguiram marcar e tiveram que enfrentar a regra do shido: dois para Horikawa, três para Howell. Então o ouro foi para o Japão. Na primeira partida pela medalha de bronze, encontramos a jovem Szofi Ozbas (HUN), campeã olímpica da ju­ 32

ventude há alguns anos e campeã mundial júnior em 2019. À sua frente estava Nadia Simeoli (ITA)l. Apesar de reviravoltas na luta, Ozbas poderia fi­ nalmente desfrutar de sua segunda medalha de bronze em um Grand Slam. Depois de uma carreira promisso­ ra, Manon Deketer (FRA), eliminada nas semifinais, enfrentou a medalha de bronze dos Jogos de Tóquio, Catherine Beauchemin­Pinard (CAN). Sem medo de enfrentar a medalhista olímpica, a francesa arriscou e fez uma luta séria até o último minuto, quando executou uma chave de braço lindamente, não dando chance para Beauchemin­Pi­ nard, que teve que bater. Depois da medalha de bronze em Paris há duas semanas, este é um resultado muito bom para a jovem de 23 anos Deketer.


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RESULTADOS FINAIS: 1. CASSE Matthias (BEL), 2. ALBAYRAK Vedat (TUR), 3. CHOUCHI Sami (BEL), 3. GAUTHIER DRAPEAU François (CAN), 5. MUKI Sagi (ISR), 5. BORCASHVILI Shamil (AUT), 7. PANINI Vinicius (BRA), 7. DE WIT Frank (NED)

Masculino ­81kg: Campeão Mundial Casse lidera o pódio de medalhas A hierarquia foi perfeitamente res­ peitada em ­81kg onde os dois primei­ ros cabeças de chave, Matthias Casse (BEL) e Vedat Albayrak (TUR) se en­ contraram na final de uma categoria particularmente difícil. Em seu estilo poderoso e estável, com seu seoi­nage ou seu sumtemi­ waza, Casse passou pelas fases de eliminação sem realmente se colocar em perigo. Mestre dos nervos, cansou todos os adversários um a um para voltar a chegar à final de uma prova do circuito, demonstrando a sua grande consistência a este nível. Vedat Albayrak também fez mila­ gres desde o início do torneio, até as semifinais, onde se viu contra Sagi Mu­ ki. O israelense está em fase de retor­ no às competições e obviamente ainda não recuperou toda a capacidade de seu talentol, onde foi derrotado por Ve­ 36

dat Albayrak. Foi uma final tensa, com dois dos homens mais fortes do momento na categoria. Após quase quatro minutos de golden score, Matthias Casse con­ cluiu com um estilo único de juji­gata­ me para ippon, concluindo um grande dia de judô. Houve uma disputa interessante entre Sami Chouchi (BEL) e Sagi Muki pela primeira medalha de bronze. As coisas pareciam estar em boas mãos com Sagi Muki, quando de repente Chouchi caiu sob o centro de gravida­ de de seu oponente com um yoko­gu­ ruma que surpreendeu totalmente Muki e o deixou deitado de costas. Na disputa pela segunda medalha de bronze, François Gauthier Drapeau (CAN) enfrentou Shamil Borchashvili (AUT). Depois de quase quatro minu­ tos de golden score, François Gauthier Drapeau conquistou sua segunda me­ dalha de Grand Slam.


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RESULTADOS FINAIS: 1. TANAKA Shiho (JPN), 2. VAN DIJKE Sanne (NED), 3. GAHIE Marie Eve (FRA), 3. PETERSEN POLLARD Kelly (GBR), 5. COUGHLAN Aoife (AUS), 5. POLLERES Michaela (AUT), 7. RODRIGUEZ Elvismar (VEN), 7. BUTKEREIT Miriam (GER)

Feminino ­70kg: com Tanaka, o Ja­ pão conquista o segundo ouro Sanne Van Dijke (NED) foi outra fa­ vorita da competição que não deixou de chegar à final, depois de derrotar Marie Eve Gahie, que ainda luta para voltar à sua melhor forma. Para enfren­ tar a atleta holandesa estava a judoca japonesa Shiho Tanaka. Depois de uma final bastante equi­ librada, trinta segundos do final Shiho Tanaka executou um uchi­mata no esti­ lo tradicional para marcar waza­ari e conquistar a segunda medalha de ouro para sua delegação. O primeiro concurso de medalha de bronze viu Marie Eve Gahie compe­ tindo contra Aoife Coughlan (AUS). Imediatamente, Gahie mostrou seu po­ der e executou a técnica mais perigo­ sa, mas claramente ela estava perdendo a finalização para poder 40

marcar. Foi o suficiente para forçar sua oponente a ser penalizada, o que ela foi duas vezes.No golden score Gahie definitivamente era fisicamente mais forte. Como não conseguiu pontuar, o resultado final dependeu do terceiro pênalti que não demorou muito para a australiana. Esta é a medalha número sete em um grand slam para Gahie. No segundo concurso de medalha de bronze Michaela Polleres (AUT) en­ frentou Kelly Petersen Pollard (GBR). No meio do caminho, Petersen Pollard marcou um primeiro waza­ari com uma técnica de koshi­waza. Na verdade, Mi­ chaela Polleres poderia ter evitado, mas ficando atrás de seu oponente, ela foi jogada. Então Petersen Pollard manteve sua vantagem até o final para ganhar sua terceira medalha de bronze em um grand slam.


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RESULTADOS FINAIS: 1. MEHDIYEV Mammadali (AZE), 2. MAJDOV Nemanja (SRB), 3. SILVA MORALES Ivan Felipe (CUB), 3. ZGANK Mihael (TUR), 5. SMINK Jesper (NED), 5. SHEROV Erlan (KGZ), 7. KOCHMAN Li (ISR), 7. MUZAPPAROV Yersultan (KAZ)

Masculino ­90kg: Mehdiyev ganha seu segundo ouro em GS Já em segundo lugar em Paris há menos de duas semanas, o azeri Mammadali Mehdiyev, número um aqui em Tel Aviv, está em boa forma, com certeza, evidenciado por sua entrada na final mais uma vez. Se Nemanja Majdov (SRB) não estava entre os grandes favoritos da com­ petição, não é um estranho, já que foi campeão mundial em 2017 em Budapeste. Aqui ele está de volta ao mais alto nível e isso é uma boa no­ tícia. Não há mais erros permitidos! Levou mais de dois minutos de pror­ rogação para Mehdiyev finalmente encontrar uma maneira de derrubar seu oponente com ura­nage; sem discussão! Isso era ippon. Jesper Smink (NED), vencedor 44

do primeiro Grande Prémio de Por­ tugal, logo no início da época, volta a marcar presença no bloco final, frente a Ivan Felipe Silva Morales (CUB), sétimo em Paris no início do mês, por um lugar no pódio. Depois de uma partida intensa, onde apesar de os dois atletas terem sido penali­ zados com dois shido cada, foi Ivan Felipe Silva Morales quem conquis­ tou a medalha com um waza­ari de um o­uchi­gari. Mihael Zgank (TUR) e Erlan Sherov (KGZ) lutaram pela segunda medalha de bronze. Tendo apenas um shido em seu nome, Mihael Zgank marcou um primeiro waza­ari com soto­makikomi. Ele levou duas tentativas para concluir com uma imobilização por ippon. Esta é a ter­ ceira medalha em um Grand Slam para Mihael Zgank.


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RESULTADOS FINAIS: 1. PACUT Beata (POL), 2. BOEHM Alina (GER), 3. SAMPAIO Patrícia (POR), 3. BELLANDI Alice (ITA), 5. STANGHERLIN Giorgia (ITA), 5. STEENHUIS Guusje (NED), 7. STEVENSON Karen (NED), 7. TURCHYN Anastasia (UKR)

Feminino ­78kg: Estreia de Beata Pa­ cut A categoria começou em grande com a eliminação precoce de Madelei­ ne Malonga (FRA). Cruelmente des­ provida de ritmo, sua força foi inútil contra Patricia Sampaio (POR) que deixou a tempestade passar na abertu­ ra da partida antes de rolar a francesa alta e derrubá­la por ippon. Foi uma desilusão para Malonga que terá de re­ gressar ao trabalho para encontrar o nível que é realmente dela e que a le­ vou a ser campeã do mundo há 3 anos. Aproveitando a abertura de es­ trada pelos portugueses, foi finalmente Alina Boehm (GER) que aproveitou pa­ ra chegar à final, frente a Beata Pacut (POL), campeã europeia de 2021. Durante a luta foram inapazes de arremessar, foram os pênaltis que fize­ ram a diferença e foi Beata Pacut quem ganhou sua primeira medalha de ouro em um Grand Slam. 48

Patricia Sampaio (POR) qualificou­ se para a disputa da medalha de bron­ ze frente a Giorgia Stangherlin (ITA), sem referência neste nível de competi­ ção para o momento. Depois de um primeiro waza­ari marcado com um so­ to­makikomi, ela mais tarde derrotou Stangherlin por ippon para ganhar sua primeira medalha em um grand slam. Na segunda luta pela medalha de bronze, Guusje Steenhuis (NED) e Ali­ ce Bellandi (ITA) brigaram pelo pódio. Alice Bellandi rapidamente assumiu a liderança com um magnífico seoi­nage que foi recompensado com um ippon, mas o vídeo mostrou que o pouso não era totalmente plano nas costas, então foi rebaixado para waza­ari. Alice Bel­ landi continuou pressionando seu opo­ nente. Foi uma obra­prima de um tai­otoshi baixo para um ippon claro que eventualmente lhe deu a vitória e uma primeira medalha em um grand slam.


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RESULTADOS FINAIS: 1. SULAMANIDZE Ilia (GEO), 2. KORREL Michael (NED), 3. KOTSOIEV Zelym (AZE), 3. PALTCHIK Peter (ISR), 5. SANEBLIDZE Onise (GEO), 5. SERBAN Eduardo (ROU), 7. GASIMOV Elmar (AZE), 7. BATKHUYAG Gonchigsuren (MGL)

Masculino ­100kg:Jovem Sulamanid­ ze deixa sua marca em Tel Aviv Foi sem dúvida a categoria mais esperada do dia, com a entrada tran­ quila de Peter Paltchik. Apesar do apoio impecável do público e do 'Peter, Peter, Peter' que foi entoado por eles, Paltchik não conseguiu chegar à final, sendo eliminado por Michael Korrel (NED) na semifinal. Este último encon­ trou à sua frente na final Ilia Sulama­ nidze (GEO), com apenas vinte anos e já semeou o número dois no torneio. Se a primeira parte da partida foi bem equilibrada, de repente Ilia Sula­ manidze executou o perfeito o­soto­ otoshi que mandou Michael Korrel para o chão por ippon. Esta é a medalha nú­ mero um em um grand slam para o ge­ orgiano. A primeira medalha de bronze viu o confronto de Onise Saneblidze (GEO) e Zelym Kotsoiev (AZE). Depois que 52

Saneblidze recebeu seu terceiro shido, a vitória e a medalha de bronze foram concedidas a Zelym Kotsoiev. 155º no ranking mundial, Eduard Serban (ROU) enfrentou a estrela local Peter Paltchik (ISR) pela segunda me­ dalha de bronze. Dificilmente foi possí­ vel falar com o vizinho quando Peter Paltchik entrou no local e foi preciso al­ guma coragem para Serban competir sob tanta pressão mas ele subiu no ta­ tame e competiu em sua partida mais importante até agora, colocando todo o seu coração nisso e empurrando Palt­ chik para a pontuação de ouro. Eventu­ almente Eduard Serban foi penalizado pela terceira vez, a vitória foi para Palt­ chik. Isso liberou toda a pressão come­ morativa que o público queria compartilhar e todo o estádio cantou por muitos e longos minutos para reco­ nhecer seu campeão.


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RESULTADOS FINAIS: 1. DICKO Romane (FRA), 2. SOUZA Beatriz (BRA), 3. HERSHKO Raz (ISR), 3. TOLOFUA Julia (FRA), 5. AMARSAIKHAN Adiyasuren (MGL), 5. MARATOVA Nazgûl (KAZ), 7. YAMAKAWA Camila (BRA), 7. BERLIKASH Kamila (KAZ)

Feminino +78kg: Golden Romane Dicko Para sorte de Romane Dicko (FRA), ela não seguiu o exemplo da compatriota Malonga e venceu sem preocupações las eliminatórias e foi para a final da categoria +78kg. Depois de eliminar Julia Tolofua nas semifi­ nais, em uma partida franco­francesa, ela enfrentou Beatriz Souza (BRA) na final. As duas atletas fizeram uma final bem equilibrada até os últimos momen­ tos, com Beatriz Souza oferecendo uma boa oposição à campeã francesa. A parte mais importante para ela era não cometer nenhum erro, como em Paris há duas semanas e ela não co­ meteu. Esperando pacientemente, ela derrubou Souza para prendê­la com um ushiro­kesa­gatame para ippon. 56

Desta vez, a medalha é feita de ouro. O público israelense teve uma últi­ ma chance de apoiar um atleta nacio­ nal para uma medalha com Raz Hershko (ISR) que se classificou para a disputa da medalha de bronze contra o terceiro colocado em Portugal há al­ gumas semanas, Adiyasuren Amar­ saikhan (MGL). A partida foi longa, incluindo o período de pontuação de ouro, mas Raz Hershko finalmente conseguiu aproveitar a medalha na frente de seu público, que lhe deu uma enorme salva de palmas. Nazgul Maratova (KAZ) e Julia To­ lofua (FRA) lutaram pela segunda me­ dalha de bronze. Depois de rolar sua adversária, Julia Tolofua concluiu com uma imobilização para conquistar sua quarta medalha em um grand slam.


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RESULTADOS FINAIS: 1. TUSHISHVILI Guram (GEO), 2. SILVA Rafael (BRA), 3. RAKHIMOV Temur (TJK), 3. HEGYI Stephan (AUT), 5. GRANDA Andy (CUB), 5. BUGHADZE Onise (GEO), 7. KHAMMO Yakiv (UKR), 7. ERDENEKHUU Munkhjargal (MGL)

Masculino +100kg: Guram Tushish­ vili conclui o Grand Slam de Tel Aviv com ouro Foram dois regulares em gran­ des eventos internacionais e colecio­ nadores de medalhas que se encontraram na final. De um lado, o gigante brasileiro Rafael Silva, duas vezes medalhista olímpico e múltiplo medalhista mundial. Do outro, forte e rápido como um raio, estava Guram Tushishvili (GEO), campeão mundial de 2018 e medalhista de prata em Tóquio no ano passado. Um con­ fronto dos Titãs estava à vista. Mesmo que uma partida envol­ vendo Rafael Silva sempre pareça David contra Golias, todos sabem que neste caso David é incrivelmen­ te poderoso. Mais uma vez, Guram Tushishvili provou isso cansando 60

seu oponente até ser penalizado pe­ la terceira vez, para ganhar o ouro. Andy Granda (CUB), terceiro em Tbilisi em 2021 e Temur Rakhimov (TJK), terceiro em Abu Dhabi no final de 2021, lutaram pela primeira me­ dalha de bronze. Depois que Andy Granda foi penalizado pela terceira vez, a medalha foi para Temur Rakhimov, a terceira do gênero para Rakhimov. Stephan Hegyi (AUT), medalhis­ ta de bronze em Antalya em 2021 e Onise Bughadze (GEO), 113º do mundo, deram­se a chance de subir ao pódio. Para ganhar sua terceira medalha em um Grand Slam, Stephan Hegyi teve que passar por baixo do oponente e realizar um tai­ otoshi canhoto para waza­ari e ele conseguiu.


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Por: Assessoria de Imprensa da CBJ ­ Fotos: Anderson Neves

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O Meeting Nacional de Judô, reu­ niu em Porto Alegre (RS), nos dias 12 e 13 de março, 380 atletas de 95 clu­ bes brasileiros em dois dias de comba­ tes no ginásio do Colégio La Salle ­ Santo Antônio. A disputa, organizada pela Confederação Brasileira de Judô com apoio da Federação Gaúcha de Judô foi a última etapa de formação das seleções brasileiras que represen­ tarão o país no Campeonato Pan­Ame­ ricano Sub­18 e Sub­21, em Lima, Peru, em abril. A cerimônia foi prestigiada também pelos presidentes de Federações Regi­ naldo Fonseca (PI), Euder Lima (SE) e pelo anfitrião Luiz Bayard (RS), que ressaltou a importância desse evento para o judô gaúcho. O Meeting faz parte do processo de formação das seleções brasileiras Sub­18 e Sub­21. A primeira etapa foi a Seletiva Nacional Sub­18 e Sub­21, que aconteceu em janeiro, em São Paulo, e classificou os oitos melhores judocas de cada categoria de peso pa­ 64

ra o Meeting. Além disso, a CBJ pôde fazer indicações técnicas, assim como as Federações estaduais de judô pu­ deram indicar até 16 atletas (8 homens e 8 mulheres) para a disputa. SUB 21 Os judocas da classe Júnior (Sub­ 21) buscaram pontos decisivos no ran­ king nacional classificatório para o Campeonato Pan­Americano. Depois de um longo dia de combates de alto nível técnico, o Clube de Regatas do Flamengo subiu ao lugar mais alto do pódio na classificação geral graças ao trio de ouro formado por Eduarda Diniz (63kg), Eliza Ramos (78kg) e Kauan Jorge (81kg), que repetiram os resulta­ dos da Seletiva há um mês, em São Paulo. “Nós estamos numa missão muito grande há alguns anos de fortalecer as categorias de base do Flamengo e es­ sa conquista só solidifica o trabalho muito sério que a gente em executado dentro do clube. Essas conquistas da Maria Eduarda Diniz, da Eliza e do


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Kauan Jorge credenciam todos eles, que foram campeões da Seletiva tam­ bém, para irem ao Campeonato Pan­ Americano, conquistando mais experi­ ências e, com um futuro, se Deus quiser, olímpico”, avaliou Rosicléia Campos, uma das técnicas da equipe do judô rubro­negro. Com dois ouros, de Gabriel Falcão (73kg) e Renan Furtado (90kg), o Insti­ tuto Reação (RJ), ficou na segunda co­ locação geral, seguido pelo Esporte Clube Pinheiros (SP), que faturou um ouro com Fernanda Santos (52kg). Mais oito clubes fizeram campeões no Júnior, mostrando o equilíbrio e a diversidade de talentos pelo Brasil. No feminino, destaques para Aléxia Nasci­ mento (48kg/Judô Futuro/MS), Bianca Reis (57kg/Corpo e Arte/DF), Anna Sil­ va (70kg/São Caetano/SP) e Karla Oli­ veira (+78kg/Judô Clube Rocha/MS), todas campeãs em suas categorias. No masculino, os demais desta­ ques foram Chrystian Silva (60kg/Pai­ neiras do Morumbi/SP), João Jardim (66kg/Espaço Marques Guiness/DF), Kayo Santos (100kg/Minas Tênis Clube/ MG) e Daniel Bolezina (+100kg/Pais, Alunos e Amigos de Blumenau/SC) que levaram o ouro em suas categori­ as. 50kg ­ ROSA, Matheus ­ SP 55kg ­ PEREIRA, Yago ­ RS 60kg ­ PAES, Pedro ­ MG 66kg ­ ROCHA, Antonio ­ MA 73kg ­ NETO, Antonio ­ RJ 81kg ­ DE ABREU, Matheus ­ RJ 90kg ­ BARBOSA, Jesse ­ RJ

SUB 18 O segundo e último dia de disputas do Meeting Nacional de Judô foi da classe Juvenil (Sub­18) que buscaram medalhas na segunda competição na­ cional da base em 2022. Depois do Flamengo liderar no Sub­21, outro clu­ be também do Rio de Janeiro fez boni­ to na competição. Com cinco ouros e duas pratas, o Instituto Reação sagrou­ se campeão geral da classe Sub­18. Uma nova geração de judocas forma­ dos pelo projeto social de Flavio Can­ to. O segundo lugar no quadro de me­ dalhas ficou para o Grêmio Náutico União (RS), que conquistou dois ouros, uma prata e um bronze. Já o terceiro lugar ficou para Associação Brasileira A Hebraica de São Paulo (SP), que fatu­ rou um ouro e duas pratas. O Paineiras do Morumby (SP), Mi­ nas Tênis Clube (MG), Corpo Arte de Cultura Física (DF), Associação Nagai (RJ), Academia Monte Branco de Judô (MA), Club Athletico Paulistano (SP), Associação Budokan de Judo Karate Clube (RJ) e a Umbra/Vasco (RJ) tam­ bém fizeram campeões. Com os resultados da Seletiva e do Meeting os líderes do ranking nacional Sub­18 classificaram­se para o Pan­ Americano da classe. 60kg ­ SILVA, Chrystian ­ SP 66kg ­ JARDIM, João ­ DF 73kg ­ LIRA, Gabriel ­ RJ 81kg ­ DOS SANTOS, Kauan ­ RJ 90kg ­ FURTADO, Renan ­ RJ 100kg ­ SANTOS, Kayo ­ MG +100kg ­ SILVA, Daniel ­ SC

+90kg ­ FAGUNDES, Vitor ­ RS 40kg ­ OLIVEIRA, Maria ­ RJ 44kg ­ ASSIS, Thayssa ­ RJ 48kg ­ NUNES, Mariana ­ RJ 52kg ­ BENEDICTO, Agatha ­ SP 57kg ­ REIS, Bianca ­ DF 63kg ­ MENDONÇA, Julia ­ RJ 70kg ­ SILVA, Mary ­ SP +70kg ­ SOARES, Ana ­ RJ

48kg ­ NASCIMENTO, Alexia ­ MS 52kg ­ SANTOS, Fernanda ­ SP 57kg ­ REIS, Bianca ­ DF 63kg ­ DINIZ, Maria ­ RJ 70kg ­ SILVA, Anna ­ SP 78kg ­ RAMOS, Eliza ­ RJ +78kg ­ OLIVEIRA, Karla ­ MS 66


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Por: Assessoria de Imprensa da CBJ ­ Fotos: Lara Monsores

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O judô brasileiro recebeu, em março de 2022, seis seleções estran­ geiras, em Pindamonhangaba (SP), para um período de dez dias de treina­ mento em camping organizado pela Confederação Brasileira de Judô em parceria com o Comitê Olímpico do Brasil. Cerca de 160 atletas de Brasil, Holanda, França, Bélgica, Argentina, Portugal e Paraguai participaram da atividade, desfrutando de um treino de muita qualidade e de uma estrutura de apoio que impressionou atletas e trei­ nadores estrangeiros. “Eu já estive muitas vezes no Bra­ sil. Então, quando soube que teria um treinamento de campo de novo em Pin­ da eu disse ao meu técnico ‘precisa­ mos ir’. É bom para a equipe, bom para o sentimento de equipe, é legal. Vir fazer bons treinos, treinos pesados num bom ambiente e com bom clima faz muito bem para o corpo“, afirmou o campeão mundial da Holanda, Noel Van T’End (90kg), que buscou o treino no Brasil para retomar a forma após

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recuperar­se de lesões sofridas depois dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. A número um do mundo das pesos pesados, Romane Dicko, da França, também é fã dos treinamentos de cam­ po de Brasil. Ela esteve aqui em outras edições de campings realizadas antes da pandemia e explicou porquê preten­ de voltar sempre que possível. “Foi muito bom, tivemos muitas parceiras (de treino), é ótimo. E faz sol também, é diferente da França, de Pa­ ris. Fomos muito bem recebidas pelos brasileiros e brasileiras, o clima é bom, comemos bem, o treino de judô é bom. Então, de verdade, eu volto quando vo­ cês quiserem”, assegurou a medalhista de ouro (equipe) e prata (individual) em Tóquio 2020. Para o técnico da seleção feminina francesa, Christophe Massina, o Brasil oferece um cardápio diversificado de estilos de judô, com grande volume de bons atletas e um ambiente favorável para que suas atletas treinem bem. “Foi um super estágio porque tive­


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mos muitas possibilidades de fazer muitos combates, muitos parceiros di­ ferentes que praticam judô muito bem. Além disso, o cenário é magnífico. Isso permite de trabalhar de forma diferente e é algo realmente interessante para a gente vir aqui”, avaliou. Esse tipo de intercâmbio é muito comum no judô, mas ficou inviável nos últimos anos no contexto da pandemia. Por isso, para a seleção brasileira foi uma ótima oportunidade. “A França veio com as principais atletas, então, não tem como não apro­ veitar ao máximo esse treinamento”, considera Beatriz Souza (+78kg), res­ saltando a presença das três pesados francesas em Pinda, Dicko, Julia Tolo­ fua e Lea Fontaine. “Treinar com ad­ versária não é muito uma novidade para mim, foi minha vida no ciclo pas­ sado todo”, brincou Bia referindo­se à sua companheira de clube, Maria Sue­ len Altheman, que disputou a vaga pa­

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ra Tóquio com Bia. “Acho que o mais importante é o psicológico das atletas, de poder pegar no quimono de uma melhor do mundo, ver que não é um bicho de sete cabe­ ças, conseguir pegar, movimentar, en­ trar golpes. Isso eleva a confiança de uma forma muito positiva”, considera Sarah Menezes, técnica da seleção fe­ minina do Brasil. “Acho que foi um ótimo treinamen­ to, a equipe brasileira vai chegar muito bem preparada agora para a competi­ ção na Turquia e foi também um treina­ mento visando ao Campeonato Pan­Americano”, concluiu Kiko Pereira, treinador da seleção masculina do Bra­ sil. Com o sucesso da primeira edição de 2022, a CBJ já planeja fazer um se­ gundo camping, em maio. Dessa vez, já está confirmada a presença da sele­ ção principal (feminina e masculina) da Alemanha.


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Fotos IJF 75


Rafael Buzacarini é uma atleta da seleção brasileira de judô da categoria peso meio­pesado (­100kg masculino) e que representou o Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio 2016 e Tóquio 2020. Rafael Augusto Buzacarini nasceu em Barra Bonita, interior de São Paulo, e começou a praticar judô com apenas cinco anos, incentivado pelos pais. To­ mou gosto pelo esporte e logo iniciou sua carreira séria na modalidade. Se mudou para São Paulo para dar continuidade ao sonho esportivo e pas­ sou a defender a Associação de Judô Vila Sônia. Em 2012, se destacou no cenário nacional ao ser vice­campeão do Campeonato Brasileiro sub­23 . No ano seguinte, Rafael chegou à seleção brasileira, quando tinha 22 anos, e logo conquistou uma medalha de bronze no Grand Prix de Qingdao, na China. No mesmo ano, faturou ain­

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da dois bronzes na Universíade em Kazan, na Rússia. Os resultados continuaram apare­ cendo e Rafael foi colecionando mais medalhas. Conquistou mais dois bron­ zes em 2014, no Grand Prix de Dussel­ dorf, na Alemanha, e no Campeonato Pan­Americano de judô. Em 2015, Rafael faturou seu pri­ meiro vice­campeonato internacional ao levar a medalha de prata do Grand Prix de Paris, na França, e foi cam­ peão do Campeonato Brasileiro. Essas conquistas somadas às do início de 2016, duas pratas nos Grand Prix de Samsun, Turquia, e Almaty, Cazaquis­ tão, o credenciaram para a disputa dos Jogos Olímpicos do Rio 2016. Em sua estreia em Olimpíadas, Ra­ fael, na categoria até 100 kg, terminou na nona colocação. O desempenho chamou atenção do Clube Paineiras do


Morumby e então Buzacarini passoua defender o clube paulista. No ano seguinte, mais um bronze, desta vez no Grand Prix de Tbilisi, na Geórgia. No final de 2018, mais uma medalha de bronze no Grand Prix de Cancun, no México, além de dois quin­ tos lugares. Foi em 2019, porém, que a carreira de Rafael deslanchou. Logo no início do ano, faturou duas pratas, nos Grand Prix de Tbilisi e Antalaya, na Turquia e fechou o ano com mais um vice­campeonato, desta vez no Grand Prix de Brasília. Em 2020, começou a temporada embalado, conquistando o bronze no Grand Prix de Tel Aviv, Israel, e um quinto lugar no GP de Dusseldorf, na Alemanha. Desde a pausa gerada pela pandemia, no entanto, não obteve re­ sultados expressivos. Atualmente o atleta defende o Es­ porte Clube Pinheiros, também da ca­ pital paulista.

Hobbies: Viajar, ficar com a família Ídolo no esporte: Carlos Honorato, Aurélio Miguel e Kosei inoue Estilo musical preferido: Sertanejo Prato favorito: Strogonoff de frango Clube que representa: Esporte Clube Pinheiros ­ SP Educação: Fisioterapia Como começou na carreira: Eu era bastante agitado quando era pequeno e minha mãe decidiu me colocar em um esporte para gastar a energia Co­ mecei o judô com 05 anos e gostei. Objetivos: Ser medalhista olímpico e o melhor na minha categoria 77

Ponto forte: Batalhador e persistente Se não fosse atleta, seria: Engenhei­ ro Melhor lugar para treinar: São Paulo Frase/citação: “É a vontade que faz o homem grande ou pequeno” (Friedrich Schiller) Alguns Títulos ­ Prata no Grand Slam de Brasília 2019 ­ Bronze no G.Prix de Tel Aviv 2019 ­ Prata no G.Prix Antalya 2019 ­ Prata no G.Prix Tbilisi 2019 ­ Prata no G.Prix Almaty 2016 ­ Prata no G.Prix Samsun 2016 ­ Prata no Grand Slam Paris 2015 ­ Bronze no Pan­Americano 2014 ­ Bronze no G.Prix Dusseldorf 2014 ­ Bronze no G.Prix Qingdao 2013



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