Simplesmente JUDÔ #21

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EDITORIAL Chegou a Simplesmente JUDÔ nú­ mero 21. O judô não para. E nós tam­ bém não!Janeiro começou com tudo e eventos começaram a ser realizados abrindo a temporada 2022 de competi­ ções. Nesta edição, o Grand Prix de Por­ tugal, realizado na cidade de Almada, o primeiro evento da Federação Interna­ cional de Judô. No Brasil, a Seletiva Nacional Sub­18 e Sub­21, que definiu a nova geração de judocas para a se­

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leção brasileira, abriu o ano competiti­ vo da CBJ, que promete ser bastante intenso. Flávio Canto é o nosso homenage­ ado na capa desta edição. Um judoca com conquistas dentro e fora dos tata­ mis e com importante projeto social no Rio de Janeiro. Nossa missão na revista Simples­ mente JUDÔ sempre será trazer infor­ mações sobre judô dentro de nossas possibilidades. Simples assim. Boa leitura.


Organizar um torneio ao mais alto nível é um negócio sério, reservado a profissionais. É a primeira vez que Por­ tugal organiza um torneio World Judo Tour, mas o país tem experiência com outros eventos e isso ajuda. Bem­vindo a Lisboa, onde o judo começa em 2022! Do torneio podemos dizer que são 301 atletas, 179 homens e 122 mulhe­ res, que lutaram durante três dias. A competição teve início na sexta­feira às 10:00 , continuou no sábado e ter­ minou no domingo. Existem nomes ilustres, como Dis­ 04

tria Krasniqi. A Kosovar é campeã olím­ pica nos ­48kg, mas veio pelo título nos ­52kg, a categoria em que se sen­ te mais confortável. Há também os dois primeiros do ranking mundial em ­66kg, o coreano An Baul e o moldavo Denis Vieru. Isso cheira a uma final de alto quilate. O belga e campeão mundi­ al, Matthias Casse, aparece como o claro favorito nos ­81kg; vamos ver co­ mo foi nas próximas páginas. Já que estamos falando de cam­ peões mundiais, aí vem a surpresa. Anunciamos um possível confronto en­ tre o atual campeão nos ­100kg, Jorge


Por Pedro Lasuen ­ Federação Internacional de Judô

Fonseca, que também compete em ca­ início, destacamos as palavras do Dire­ sa, e o espanhol Nikoloz Sherazadish­ tor de Arbitragem da FIJ, Jeon Ki vili, seu colega nos ­90kg, que está Young, que disse: "É nossa responsa­ dando os primeiros passos na catego­ bilidade garantir que as regras, incluin­ ria dos pesados. do as recentes atualizações , são Temos uma curiosidade: a presen­ aplicados, para garantir que temos o ça do novo campeão francês na mes­ vencedor correto.” ma categoria. Seu primeiro nome é Nenhuma pressão então, como Joris e seu sobrenome é Agbégnénou, muitos diriam; é o que o judô tem em que certamente soa familiar para todos sua versão profissional: se fosse fácil, vocês. Ele é o irmão mais novo de Cla­ todos poderiam fazer bem. risse, cinco vezes campeã mundial e Veja como foram as disputas de medalhista de ouro olímpica. cada categoria de peso nas páginas a Para terminar bemPor: e continuar seguir. Assessoriacom de Imprensa da CBJ ­ Fotos: Lara Monsores o toque de seriedade reivindicado no 05


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RESULTADOS FINAIS: 1. COSTA Catarina (POR), 2. LEE Hyekyeong (KOR), 3. BERES Lea (FRA), 3. VIEU Melanie (FRA), 5. VENDAS Ellen (BEL), 5. GERSJES Âmbar (NED), 7. AVANZATO Ásia (ITA), 7. LIMA Amanda (BRA)

­48kg feminino: Golden Costa assi­ na para um sucesso português Que melhor maneira de começar a temporada do que entrando na final do primeiro grande prêmio do ano? Foi o que fez a talentosa Catarina Costa e fazê­lo em casa certamente teve um sabor ainda melhor para a judoca por­ tuguesa. Na final, ela encontrou Hyekyeong Lee, uma representante da delegação coreana bem­sucedida. Apoiada pelo público, concentrada e determinada, Costa começou a parti­ da com o ouro como única opção. No tempo normal, um pouco dominada pe­ la forte pegada da adversária, foi mes­ mo assim a jogadora mais ativa no tatame e Lee foi penalizada duas ve­ zes. Quando o golden score começou, Costa também foi penalizada, mas imediatamente após a penalidade, ela executou um de­ashi­barai perfeito pa­ ra um waza­ari que foi confirmado pela reprodução do vídeo. Lee pousou em todo o lado do corpo a 90 graus ou mais para trás. Não houve discussão. Catarina Costa declarou: " Vim aqui 08

para ter sensações. Estou longe de es­ tar a 100% mas a minha cabeça esta­ va certa, muito melhor do que o corpo. Ajuda sempre ter a torcida do seu lado mas hoje foi com certeza um vitória mental ” . A francesa Lea Beres (FRA) encon­ trou a belga Ellen Salens a caminho do pódio no primeiro concurso de meda­ lha de bronze. Ambas foram qualifica­ das pela primeira vez para o bloco final de um evento do World Judo Tour e desta vez foi Lea Beres quem venceu, depois que um terceiro shido foi dado a Salens durante o golden score. Então, oficialmente, Beres, que foi treinada pela campeã olímpica e mundial Lucie Decosse, é a primeira atleta da tempo­ rada 2022 a ganhar uma medalha. Mélanie Vieu (FRA) teve que se contentar com a disputa pela medalha de bronze contra a judoca holandesa Amber Gersjes. Imitando sua compa­ nheira de equipe, Melanie Vieu no pe­ ríodo do golden score encontrou uma oportunidade para derrubar sua adver­ sária.


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RESULTADOS FINAIS: 1. LEE Harim (KOR),2. AGHAYEV Balabay (AZE), 3. BYAMBAJAV Tsogt­Ochir (MGL), 3. NAKAMURA Taiki (JPN), 5. PANTANO Ângelo (ITA), 5. ENKHTAIVAN Sumiyabazar (MGL), 7. GARRIGOS Francisco (ESP), 7. BERNABEU RICO Jaume (ESP)

­60kg masculino: Harim Lee liderou no mais puro estilo À primeira vista, Balabay Aghayev parece um recém­chegado relativo, mas os especialistas em judô já sabem que o jovem azeri não é qualquer um, pois em outubro passado, durante o cinquentenário do Grand Slam de Pa­ ris, ele não só chegou à final como venceu na capital francesa. Portanto, não foi surpreendente encontrá­lo no­ vamente na final de um evento do World Judo Tour, onde enfrentou o co­ reano Harim Lee. Muito estável em seus pés, talvez um pouco confiante demais, Aghayev foi lançado pela primeira vez com um enorme morote­seoi­nage do mais pu­ ro estilo, para waza­ari. Apesar do pro­ testo de Aghayev, a técnica foi executada com perfeição, sem nenhu­ ma parada, para uma marcação válida. Pouco tempo depois, Lee reproduziu o mesmo esforço para o mesmo resulta­ do e uma vitória cristalina. No início da competição, o cabeça­ de­chave número um, o espanhol 12

Francisco Garrigos, foi eliminado pelo japonês Taiki Nakamura, antes de per­ der na repescagem para o mongol Tsogt­Ochir Byambajav. Certamente não foi o resultado que Garrigos espe­ rava, mas a temporada está apenas começando. Com exceção de Balabay Aghayev na final, outro competidor europeu ain­ da tinha chance de ganhar uma meda­ lha, já que Angelo Pantano (ITA) enfrentou Tsogt­Ochir Byambajav pela medalha de bronze. Infelizmente para o atleta transalpino, a pontuação de waza­ari não foi suficiente quando comparada com as duas pontuações de waza­ari de Tsogt­Ochir. Sumiyabazar Enkhtaivan (MGL) enfrentou Nakamura pela medalha de bronze. Este último havia eliminado Garrigos, mas não conseguiu chegar à final. O mongol novamente terminou em quinto ao ser derrotado por Naka­ mura por ippon, para ganhar uma pri­ meira medalha de GP para os japoneses.


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RESULTADOS FINAIS: 1. Distria KRASNIQI (KOS), 2. PULJIZ Ana Viktorija (CRO), 3. KOCHER Fabienne (SUI), 3. DIOGO Joana (POR), 5. LOPEZ SHERIFF Estrella (ESP), 5. SIDEROT Maria (POR), 7. TORO SOLER Ariane (ESP), 7. RYHEUL Âmbar (BEL)

­52 kg feminino: A Powerhouse Krasniqi está de volta Quando a atual campeã olímpica, Distria Krasniqi, mesmo que estivesse na categoria de peso inferior, está pre­ sente, definitivamente coloca pressão nos ombros das outras competidoras, mas a pressão é compartilhada porque ser a mulher a ser batida te coloca em uma posição de fragilidade mental que nem todos podem lidar. A Kosovar começou bem e passou as primeiras eliminatórias com facilida­ de, antes de defrontar Joana Diogo nas semi­finais. Diante de sua torcida, a campeã portuguesa superou a si mesma e marcou um waza­ari contun­ dente direto do sino. Krasniqi teve que reorientar e não perder a coragem, pa­ ra recuperar o controle da disputa. E ela igualou, um waza­ari cada, antes de marcar um ippon claro, des­ truindo as esperanças de Diogo. Kras­ niqi demonstrou assim toda a maestria que a levou ao topo do Olimpo no ve­ rão passado, mas também aprendeu 16

uma lição: no judô tudo é possível e você deve estar sempre vigilante, seja qual for o seu nível. Na final, contra Ana Viktorija Puljiz (CRO), com apenas um shido no tabu­ leiro, dado a croata, a máquina Kras­ niqi entrou em ação para produzir um o­soto­gari maciço que não deu hipóte­ ses a Puljiz . Krasniqi foi definitivamen­ te imbatível. Na primeira luta pela medalha de bronze, Fabienne Kocher (SUI) enfren­ tou Estrella Lopez Sheriff (ESP) para completar o quarteto de medalhistas. A judoca suíça provou ser a melhor das duas ao lançar seu oponente com um massivo o­soto­gari por ippon. Diogo viu­se finalmente em condi­ ções de subir ao pódio, frente à sua compatriota Maria Siderot e depois de mais de um minuto de golden score, Diogo marcou o waza­ari para ganhar mais uma medalha para Portugal no primeiro dia do Grande Prémio.


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RESULTADOS FINAIS: 1. VIERU Denis (MDA), 2. WAIZENEGGER Freddy (SUI), 3. IADOV Bogdan (UKR), 3. UM Baul (KOR), 5. FUKUDA Yamato (JPN), 5. BAYANMUNKH Narmandakh (MGL), 7. OLIVEIRA Gonçalo (POR), 7. IZVOREANU Radu (MDA)

­66 kg masculino: Os melhores re­ tornos de Vieru Baul An (KOR) não era apenas um dos favoritos, mas era o favorito núme­ ro um da competição. No entanto, não foi ele que se viu na final contra o outro cabeça de chave do torneio, o moldavo Denis Vieru, que teve partidas bastante difíceis para chegar à final. Foi mesmo o suíço Freddy Waize­ negger, 180º no ranking mundial, sem referência no circuito, que destronou o coreano para enfrentar Denis Vieru (MDA) pela medalha de ouro. Há vitóri­ as que marcam uma carreira, momen­ tos que deixam marcas. Para Baul An, essa derrota o deixará com um gosto de incompletude, enquanto para Wai­ zenegger, o cheiro será mais doce e agradável. Assim que a final começou, parecia que Denis Vieru estava claramente um nível acima de Freddy Waizengger desta vez. Apesar de seu desempenho inacreditável na semifinal, o judoca suí­ 20

ço não pôde fazer nada contra a força e as habilidades técnicas de Vieru. Es­ te último executou dois arremessos de waza­ari, com estilo, para conquistar o título. Denis Vieru declarou: " Sou o nú­ mero 2 do mundo e tenho 2 objetivos este ano: ser o número 1 e lutar em to­ das as finais. Hoje foi um passo adian­ te para isso. " Na primeira luta pela medalha de bronze, o japonês Yamato Fukuda (JPN) enfrentou a oposição de Bogdan Iadov (UKR) e o ucraniano não teve medo do adversário, avançando para conquistar uma brilhante medalha de bronze. Para a segunda medalha de bron­ ze encontramos Baul An, com desejo de vingança, contra o mongol Narman­ dakh Bayanmunkh. O campeão corea­ no não queria voltar para casa de bolsos vazios! Ele não deu chance a Narmandakh Bayanmunkh de ganhar a medalha de bronze.


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RESULTADOS FINAIS: 1. SILVA Rafaela (BRA), 2. CORNELISSE Pleuni (NED), 3. PARQUE Eunsong (KOR), 3. MONTEIRO Telma (POR), 5. KIM Jaeryeong (KOR), 5. FAWAZ Martha (FRA), 7. BOI Miriam (ITA), 7. ZEMANOVA Vera (CZE)

57kg feminino: Rafaela Silva, o re­ torno Ausente do circuito por muitos me­ ses, Rafaela Silva, Campeã Mundial em 2013 e Campeã Olímpica em 2016, retornou ao Circuito Mundial de Judô por ocasião do Grande Prêmio Portu­ gal 2022. Foi um bom momento para ela, pois a campeã brasileira chegou ao final, não sem dificuldade às vezes, mas contra atletas dispostas a dar tu­ do, para enfrentar Pleuni Cornelisse, que alinhou as vitórias na outra metade do sorteio. Como nas melhores horas de sua excepcional carreira, Rafaela Silva executou um movimento de quadril im­ pecável na beira do tatame, que ater­ rissou ela e sua adversária no meio da inscrição 'PORTUGAL 2022' para um magnífico ippon. É certo que Portugal ficará para sempre na memória de Sil­ va como um belo regresso. Jaeryeong Kim e Eunsong Park de­ 24

ram à Coreia outra chance de medalha quando os dois companheiros de equi­ pe se encontraram na primeira final pe­ la medalha de bronze pela vitória de Park. Para a última medalha de bronze do dia, o público português ficou en­ cantado por ver a grande Telma Mon­ teiro ainda a disputar uma medalha e que inicia agora um novo ciclo olímpi­ co, o que a poderá levar a uma sexta participação nos Jogos Olímpicos, em Paris em 2024, um recorde que a im­ pulsionaria para outro planeta. Montei­ ro opôs­se à francesa Martha Fawaz e durante a primeira parte da partida Fawaz mostrou­se mais forte e dinâmi­ ca do que sua adversária. Mas como um fênix, Monteiro encontrou a energia necessária para impulsionar os france­ ses em suas costas com força, veloci­ dade e controle para marcar um ippon com um o­soto­gari. Bravo campeão! Continue indo e colecionando prêmios.


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RESULTADOS FINAIS: 1. YULDOSHEV Murodjon (UZB), 2. CASOS ROCA Salvador (ESP), 3. GABA Joan­Benjamin (FRA), 3. LAVJARGAL Ankhzaya (MGL), 5. GUNJINLKHAM Sod­Erdene (MGL), 5. PELIVAN Petru (MDA), 7. LEVIN Ido (ISR), 7. TERASHVILI Giorgi (GEO)

­66 kg masculino: Não os suspeitos usuais

Não há nada de incomum em ver um uzbeque em uma final de judô. Ver um judoca espanhol em uma final tam­ bém é cada vez menos incomum. Ou­ tra coisa são os nomes. Murodjon Yuldoshev está mais acostumado ao sétimo lugar em torneios do que ao pó­ dio. Em Lisboa, o uzbeque disse algo como “basta, agora vais ver o que vais ver”. Salvador Cases Roca é um jovem espanhol bastante peculiar, pois não possui uma técnica notável como os grandes campeões. O que ele tem é uma boa base, um quadril forte e um braço sólido. Em Lisboa também teve o que se chama de um bom dia e che­ gou à final depois de uma jornada ba­ seada em ippons. De qualquer forma, foi uma final inédita para ambos no World Judo Tour e ninguém quis fazer uma previsão. Aqueles que apostaram em Yuldoshev estavam certos. O uzbeque venceu 28

graças a um poderoso uchi­mata. A Mongólia há muito vem construin­ do um futuro promissor, com uma pe­ dreira grande e diversificada. Os resultados são excelentes e enfrentar um desse time é garantia de dificulda­ de. Sod­Erdene lutou pelo bronze con­ tra outra promessa do judô, mas esta da França: Joan­Benjamin Gaba. Ao mesmo tempo jovem, rápido e dinâmi­ co, foi um combate com altas revolu­ ções, acelerado, quase expresso. O mongol assumiu a liderança com wa­ za­ari. A resposta foi espetacular com um harai­makikomi perfeito e bronze para o francês. Havia outro mongol es­ perando, candidato ao segundo bronze do dia. Seu nome é Ankhzaya Lavjar­ gal. Havia também um moldavo igual­ mente determinado, Petru Pelivan. Lavjargal venceu graças a um morote­ seoi­nage, a trinta segundos do final.


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RESULTADOS FINAIS: 1. VAN LIESHOUT Joanne (NED), 2. OBERAN Iva (CRO), 3. ZACHOVA Renata (CZE), 3. IVANESCU Florentina (ROU), 5. KRISTO Katarina (CRO), 5. CABANA PEREZ Cristina (ESP), 7. Melodia TURPIN (FRA), 7. SHEMESH Inbal (ISR)

­63kg feminino: Geração Y A judoca holandesa Joanne Van Li­ eshout tem 19 anos e quando sorri tem cara de menina gentil e responsável, uma boa aluna em quem qualquer ca­ sal confiaria para cuidar dos filhos. No tatami ela só sorri quando ganha e ulti­ mamente tem feito isso com frequên­ cia. Ela venceu o Campeonato Mundial Júnior em 2021 e abre 2022 com uma final no primeiro torneio do ano. Iva Oberan é croata, três anos mais velha, apenas um pouco mais ex­ periente no mundo sénior, mas com a mesma ambição. Ela não é campeã mundial, não no momento, mas já tem medalhas continentais. Cada uma che­ gou à final, pronto para entrar total­ mente no mundo dos sêniors! Van Lieshout resistiu a duas inves­ tidas de sua rival, mediu o tempo e lan­ 32

çou um rápido ko­uchi­gari. É um pri­ meiro ouro no World Judo Tour, então ela já é uma veterana! A primeira medalha de bronze foi para a checa Renata Zachova, que conseguiu deter outra jovem promessa da escola croata, Katarina Kristo. A atleta espanhola Cristina Cabaña Pé­ rez ia como um foguete rumo à final quando cometeu um erro na semifinal e ficou com mel nos lábios. Na disputa pelo bronze contra a romena Florentina Ivanescu, a espanhola cometeu o mes­ mo erro, perdendo a concentração após marcar waza­ari. Cabaña Pérez também concedeu um waza­ari e de­ pois um segundo. Ela ficou sem ouro e sem bronze porque Ivanescu soube aproveitar seu momento.


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RESULTADOS FINAIS: 1. CASSE Matthias (BEL), 2. MAKINEN Oskari (FIN), 3. KIM Jonghoon (KOR), 3. OINO Yuhei (JPN), 5. CHILARD Nicolas (FRA), 5. SCHIMIDT Guilherme (BRA), 7. RAJKAI Robert (HUN), 7. SVIDRAK Mykhailo (UKR)

­81kg Masculino: O alívio do campeão O belga Matthias Casse está au­ mentando seu recorde rapidamente: campeão mundial, bronze olímpico, nú­ mero um do mundo! Pode­se dizer que a vida sorri para ele. No entanto, havia uma mancha em seu currículo; Matthi­ as não é bom com os japoneses e per­ deu suas últimas quatro lutas contra eles. Em Lisboa veio o quinto, Yuhei Oino, que não é Nagase, mas o japo­ nês é sempre o japonês e não deve ser menosprezado. Casse ganhou co­ mo campeões, com um ippon autoritá­ rio, algo como uma mensagem do tipo: "Eu sou o chefe, caso alguém ainda não tenha ouvido". Era como tirar os saltos ou afrouxar a gravata depois de um dia inteiro no escritório. Por isso chegou à final focado, mas com menos peso nos ombros. Os nervos estavam do outro lado do tatami e sofridos por Oskari Makinen, um finlandês de 22 anos que surpreendeu a todos em Lis­ boa com uma vontade ilimitada e uma forma excecional. Como ele está em 36

115º no Ranking Mundial, ele não tinha nada a perder contra o chefe da cate­ goria e essas situações costumam ser as mais perigosas para os peixes gran­ des. Casse está construindo um cartão de visitas impressionante e como se is­ so não bastasse, ele olha os japoneses nos olhos novamente. A Coreia está a ser muito ativa em Portugal, a França também. O primeiro bronze foi acertado entre Jonghoon Kim e Nicolas Chilard. O coreano assu­ miu a liderança com waza­ari e depois passou a jogar o relógio com um bom trabalho em ne­waza. Tique­taque, ti­ que­taque, os franceses nunca encon­ traram um caminho porque os coreanos o fecharam. Para finalizar, um duelo entre Brasil e Japão. Guilherme Schmidt x Yuhei Oino lutaram. Terminou com a elimina­ ção do brasileiro. Foi importante para o Japão porque o país não brilha em Portugal com seus jovens atletas e is­ so é uma notícia de última hora.


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RESULTADOS FINAIS: 1. CVJETKO Lara (CRO), 2. GERCSAK Szabina (HUN), 3. PORTELA Maria (BRA), 3. TSUNODA ROUSTANT Ai (ESP), 5. HAN Heeju (KOR), 5. VISSER Jorien (NED), 7. ISSOUFI Kaila (FRA), 7. YEATS­BROWN Katie­Jemima (GBR)

­70kg Feminino: Vento de Conto Vê­se que no sábado no Grande Prémio de Portugal não havia necessi­ dade de ser favorito. A brasileira Maria Portela e a espanhola Ai Tsunoda fo­ ram os espantalhos anunciados, com sorteios relativamente acessíveis, ser semeado tem que ser para alguma coi­ sa, talvez um futuro de ouro. Essa era a teoria! Na prática, a Portela cruzou­ se com o holandês Jorien Visser. Já dissemos que a Holanda superou em muito os excessos do final do ano. Vis­ ser estava a caminho da final quando colidiu com Szabina Gercksak. A última vez que vimos o húngaro no pódio do World Judo Tour, Ronaldinho e John Terry ainda estavam ativos. Pouco ou nada se sabe sobre ela. Em Lisboa chegou ao último degrau com um judo poderoso, ofensivo e divertido para o público. Por sua vez, é claro que a Croácia não se limita à campeã mundi­ al Barbara Matic. Há mulheres de qua­ 40

lidade e todas já vimos isso em Portu­ gal. Para enfrentar Gercksak, a Croá­ cia enviou Lara Cvjetko, 20 anos, vice­campeã do Mundial de Juniores e prata em um Grand Slam que já está pendurado na parede de seu quarto. Assim, o regresso contra um represen­ tante da equipa croata em ascensão e como parece que o vento está sopran­ do a favor da Croácia, o ouro voltou a Zagreb após uma final francamente chata, decidida por um acúmulo de shi­ dos. Quanto ao bronze, Portela e Tsuno­ da trouxeram à tona o orgulho que os grandes atletas valorizam quando as coisas dão errado. Eles não queriam sair de mãos vazias e com sentimentos ruins em seus corpos. A brasileira der­ rotou a coreana Heeju Han e a espa­ nhola administrou o lado dela. Ouro e bronze não são a mesma coisa, mas uma medalha é uma medalha.


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RESULTADOS FINAIS: 1. SMINK Jesper (NED), 2. FALAR Cristão (ITA), 3. CRET Alex (ROU), 3. USTOPIRIYON Komronshokh (TJK), 5. MOCANU Iurie (MDA), 5. GOGOLADZE Imeda (GEO), 7. BUBYR Artem (UKR), 7. GOTONOAGA Dorin (MDA)

­90kg Masculino: Primeira vez para Jesper Smink Graças aos bons resultados obti­ dos no ano passado, Christian Parlati (ITA) alcançou o 11º lugar no ranking mundial com ­81kg. Nesta temporada, ele decidiu passar para a próxima cate­ goria, na qual não tem resultados até agora e, portanto, menos experiência. Bom para ele, pois para sua estreia no circuito internacional, chegou à final, onde foi contestado por Jesper Smink (NED), que até hoje nunca havia che­ gado à final de um evento do World Ju­ do Tour, embora já estivesse cinco vezes medalhista no circuito. A partida foi bastante equilibrada e os dois atletas estiveram ativos o sufi­ ciente para não ganhar uma única pe­ nalidade, até os últimos quarenta segundos quando Parlati lançou um o­ 44

soto­gari mal preparado que foi imedia­ tamente contra­atacado com o­soto­ gaeshi por Jesper Smink pela primeira vez. medalha de ouro nesse nível. 159º no ranking mundial, Iurie Mo­ canu (MDA) se classificou para a pri­ meira disputa de medalha de bronze contra Alex Cret (ROU), 71º do mundo. Este último marcou um primeiro waza­ ari antes de derrotar seu oponente por ippon, para uma primeira medalha de bronze neste nível. Imeda Gogoladze (GEO), sem ne­ nhuma referência no circuito até agora, conheceu um competidor mais conhe­ cido, classificado em 12º, Kom­ ronshokh Ustopiryon (TJK) na segunda prova de medalha de bronze. O tadji­ que marcou um waza­ari com um seoi­ nage durante a pontuação de ouro, pa­ ra ganhar a medalha de ouro.


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RESULTADOS FINAIS: 1. YOON Hyunji (KOR), 2. BELLANDI Alice (ITA), 3. LEE Jeongyun (KOR), 3. LANIR Inbar (ISR), 5. REID Emma (GBR), 5. PACUT Beata (POL), 7. TURCHYN Anastasia (UKR), 7. KURBANBAEVA Iriskhon (UZB)

­78 kg Feminino: Yoon, também pela primeira vez 12º do mundo, Hyunji Yoon (KOR) havia conquistado duas medalhas no World Judo Tour antes de chegar a Portugal, ambas de bronze. Ao entrar na final, ela teve a oportunidade de es­ crever uma nova linha em seu cartão de visita. Ela enfrentou a campeã mun­ dial júnior de 2018, Alice Bellandi, que mostrou um judô muito bom durante as rodadas preliminares. Rapidamente um shido foi dado a cada um para evitar agarrar e tanto Yo­ on quanto Bellandi começaram a ser mais ativos. Foi o coreano que parecia mais perigoso, perto de marcar algu­ mas vezes antes do italiano receber seu segundo pênalti. Na pontuação de ouro, Yoon concluiu com um soberbo waza­ari de um ura­nage para confir­ mar seu domínio. Esta é também a pri­ meira medalha de ouro da coreana em um Grande Prêmio. 48

Vencedora do Abu Dhabi Grand Slam 2021, no final da temporada pas­ sada, Emma Reid (GBR) esteve nova­ mente presente no bloco final mas desta vez na busca pela medalha de bronze. Ela enfrentou a segunda core­ ana da categoria, Jeongyun Lee, que até agora tinha duas medalhas de bronze no WJT. Depois de ter sido pe­ nalizada duas vezes, Lee marcou um waza­ari, mas ainda estava em perigo, pois mais um pênalti poderia significar o fim da partida, mas ela continuou atacando. Reid também foi penalizado duas vezes e Lee Jeongyun pôde co­ memorar sua segunda medalha de Grand Prix. Inbar Lanir (ISR), bronze em Abu Dhabi 2021, foi contestado pela cam­ peã europeia de 2021, Beata Pacut (POL). Não demorou muito para Lanir marcar um primeiro waza­ari com uma técnica de ko­soto­gari antes de imobi­ lizar seu oponente por ippon.


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RESULTADOS FINAIS: 1. FONSECA Jorge (POR), 2. SEU Daniel (SUI), 3. BERIASHVILI GIORGI (GEO), 3. SMITH III LA (EUA), 5. KUMRIC Marko (CRO), 5. Feira MISTA (AZE), 7. BUZACARINI Rafael (BRA), AGBEGNENOU Joris (FRA)

­100 kg Masculino: Fonseca, claro Todos esperavam um duelo entre o campeão mundial de ­100kg, Jorge Fonseca (POR), e o campeão mundial de ­90kg, Nikoloz Sherazadishvili (ESP), ambos coroados em Budapeste no ano passado, na segunda rodada em Portugal, mas depois que Nikoloz perdeu para Khangal Odbaatar (MGL), o caminho para a final estava aberto para o craque local Jorge Fonseca, que exibiu seu judô poderoso e explo­ sivo ao longo da manhã. Provavelmen­ te não na sua melhor forma, uma vez que os principais objectivos da tempo­ rada ainda estão longe, a bola de mús­ culo portuguesa executou, no entanto, algumas das técnicas mais espectacu­ lares do fim­de­semana. Fonseca é um showman e seu judô é sempre diverti­ do. Com certeza o público teve o mes­ mo sentimento. 52


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RESULTADOS FINAIS: 1. KIM Hayun (KOR), 2. BASTAREAUD Stessie (FRA), 3. AMARSAIKHAN Adiyasuren (MGL), 3. KAMPS Marit (NED), 5. ADLINGTON Sarah (GBR), 5. MARANIC Ivana (CRO)

+78 kg Feminino: Hayun Kim leva o ouro A última final feminina do torneio viu a medalhista de bronze do World Judo Masters, Hayun Kim (KOR), en­ frentando Stessie Bastareaud (FRA), que apareceu pela primeira vez nesse nível de competição. A final foi rápida quando Stessie Bastareaud aplicou uma técnica proibi­ da no braço da adversária e foi des­ classificada. Foi uma medalha de ouro para Hayun Kim. Sarah Adlington (GBR) e Adiyasu­ ren Amarsaikhan (MGL) se opuseram no primeiro concurso de medalha de bronze. Adlington entrou no período de pontuação de ouro com dois shido em seu nome, enquanto Amarsaikhan ti­ 56

nha apenas um. Depois de menos de um minuto de prorrogação, o mongol pegou o competidor britânico com um osae­komi­waza por ippon. Ivana Maranic (CRO) e Marit Kamps (NED) se enfrentaram para a segunda luta pela medalha de bronze. Como Ivana Maranic não pôde partici­ par, Marit Kamps foi designada a ven­ cedora da medalha de bronze. Pouco antes do bloco final, a atleta holandesa, Marit Kamps, também rece­ beu sua medalha de ouro do Campeo­ nato Mundial Júnior Olbia 2021, das mãos do Diretor de Arbitragem da IJF, Ki Young Jeon.


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RESULTADOS FINAIS: 1. KIM Minjong (KOR), 2. NAKAMURA Yuta (JPN), 3. NDIAYE Mbagnick (SEN), 3. SIPOCZ Richard (HUN), 5. PUUMALAINEN Martti (FIN), 5. KONOVAL Christian (USA), 7. ANDREEV Guerman (FRA), 7. KOKAURI Ushangi (AZE)

+100kg Masculino: Último ouro vai para a Coreia A seleção japonesa foi bastante discreta durante o fim de semana e até o último, nenhum de seus atletas che­ gou à final. Yuta NAKAMURA (JPN) acabou tendo a oportunidade de fazer ouvir o hino japonês, ao enfrentar Min­ jong Kim (KOR), medalhista de bronze no Campeonato Mundial de 2019. Foi Minjong Kim quem ganhou a úl­ tima medalha de ouro do dia. Após uma tentativa de uchi­mata, ele mudou de direção para cair sob o centro de gravidade de seu oponente com um surpreendente kata­guruma para ip­ pon. Mbagnick Ndiaye (SEN) represen­ tou orgulhosamente o continente afri­ cano no bloco final do peso pesado masculino, contra Martti Puumalainen (FIN), medalhista de bronze em Zagreb 60

no ano passado. Sem dar chance ao finlandês, Ndiaye executou um osoto­ otoshi perfeito para um ippon claro e uma primeira medalha em um grande prêmio para o gigante senegalês. Bra­ vo! Mbagnick Ndiaye disse: " Há 2 coi­ sas que explicam esta medalha: o tra­ balho árduo com os meus treinadores e o facto de competir contra os melho­ res há muito tempo. A partir de agora sei que posso fazer melhor, por isso espero que não seja o fim, mas apenas o começo. " Christian Konoval (EUA) tem ape­ nas 18 anos e já alcançou a medalha de bronze em um grande prêmio, con­ tra Richard Sipocz (HUN), medalhista de prata no último Mundial de Juniores. Após uma longa rodada de observa­ ção, Richard Sipocz marcou ippon para ganhar o bronze.


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Por: Assessoria de Imprensa da CBJ Fotos: Anderson Neves/ClickCerto 63


Ponto de partida do calendário de competições do judô brasileiro em 2022

O novo processo de formação das Seleções Brasileiras Sub­18 e Sub­21 de Judô teve início em 03 de fevereiro, quinta­feria, no SESI Osasco, em São Paulo e foi até domingo, 06 de feveiro. Como medida de prevenção à Co­ vid­19, o evento não foi aberto ao pú­ blico. O sorteio realizado na quarta defi­ niu as chaves de disputa da classe Sub­18. A cerimônia foi conduzida pela gerente de Competições da CBJ, Thia­ ra Bertoli, e prestigiada por autorida­ des, como o presidente da Confederação, Silvio Acácio Borges, por Marcel Miri dos Santos, diretor do SESI Osasco, Marcelo Theotonio, ge­ rente das equipes de Transição da 64

CBJ, e pelo coordenador nacional de arbitragem, Edison Minakawa. “Gostaria de desejar as boas­vin­ das a todos em nome do nosso supe­ rintendente Alexandre Pflug, que é nosso apoiador imediato do esporte. Hoje, o SESI tem 14 atividades esporti­ vas olímpicas e nessa sequência toda a gente tem a honra de recebê­los. É sempre muito bom a gente receber pessoas como vocês na nossa casa. O SESI está à disposição. Muito obrigado e uma boa Seletiva a todos”, disse o diretor do SESI, Marcel dos Santos. Ele aproveitou a oportunidade ain­ da para homenagear a CBJ entregan­ do o troféu de Mérito Esportivo do SESI ao presidente Silvio Acácio e aos


gerentes Thiara Bertoli e Marcelo The­ otonio. “Uma alegria muito grande poder estar dentro de uma estrutura como essa. Fui recebido há pouco na sala do Marcel e falávamos da estrutura que o SESI tem para alavancar o esporte. Ele acabou de citar a quantidade de modalidades que eles investem. E, pa­ ra nós, é uma tranquilidade muito gran­ de podermos ter uma parceria e já começar o calendário de 2022 com um dos maiores eventos dessa categoria”, elogiou o presidente da CBJ, Silvio Acácio Borges. A Seletiva Nacional é o ponto de partida do calendário de competições do judô brasileiro em 2022. Ela selecio­ nará os oito melhores atletas de cada categoria para a disputa do Meeting Nacional Sub­18 e Sub­21, que acon­ tecerá nos dias 12 e 13 de março. Além disso, a Seletiva é uma das eta­ pas que distribuirão pontos no Ranking Nacional das classes Sub­18 e Sub­21. Todos os critérios e detalhes do pro­ cesso das equipes de transição foram explicados na cerimônia do sorteio por Marcelo Theotonio. “Confesso que estava bastante an­ sioso por esse momento. Foi um inter­ valo muito longo para a retomada do nosso processo. E, hoje, oficialmente, estamos retomando as categorias de base através dos eventos de ranquea­ mento e classificação para campeona­ 65

tos pan­americanos e mundiais. Tive­ mos um número muito positivo de 800 atletas inscritos e tenho certeza que vai ser um evento muito bom”, pontuou Theotonio. No sistema de disputa da Seletiva Nacional Sub­18 e Sub­21 não houve cabeça­de­chave para a classe Sub­ 18, apenas separação por clubes. O sistema de disputa foi por eliminatórias (chaves) para categorias com mais de cinco atletas inscritos. A repescagem foi dos semifinalistas e houve uma dis­ puta entre os terceiros colocados para definir o terceiro e o quarto lugar para fins de pontuação no ranking nacional. Para as categorias que tiveram até cin­ co atletas inscritos, o sistema de dispu­ ta foi por rodízio. Na seletiva, não existe cerimônia de premiação e pó­ dio. Três atletas estavam dispensados da Seletiva Os três atletas Sub­21 que entra­ ram na seleção principal em 2022 ­ Ryan Conceição (60kg/A.Nagai/RJ), Luana Carvalho (70kg/Umbra/RJ) e Beatriz Freitas (78kg/ECPinheiros/SP) ­ foram dispensados da Seletiva Sub­ 21 por mérito. Freitas estava na Euro­ pa, onde participou do Grand Prix de Portugal e lutou o Grand Slam de Paris ocorrido no mesmo fim de semana da seletiva. Já Ryan e Luana estão se preparando para representar o Brasil no Grand Slam de Tel Aviv.


Instituto Reação lidera classificação final da Seletiva Sub­18 no feminino e no masculino

A Seletiva Nacional de Judô para a classe Sub­18, que definiu os classifi­ cados para o Meeting Nacional e tam­ bém para os inéditos Jogos Sul­Americanos da Juventude Rosário 2022. A competição reuniu ao todo, 480 atletas participaram da disputa nessa classe e o Instituto Reação, do Rio de Janeiro, liderou a classificação geral com três campeões, dois vices, um terceiro, um quinto e quatro séti­ mos colocados. Os oito melhores judo­ cas de cada categoria lutarão o 66

Meeting, marcado para os dias 12 e 13 de março, em Porto Alegre, Rio Gran­ de do Sul. Na quinta­feira, 03, primeiro dia de competição, entraram no tatame do Sesi Osasco, em São Paulo, os judo­ cas das categorias masculinas e, na sexta, as categorias femininas. No Sub­18, são oito categorias, já que nesta classe disputa­se o Superligeiro (50kg e 40kg) também, diferentemente do Sub­21 e Sênior.


Campeões da Seletiva Sub­18

50kg: Guilherme Coronetti Ass. Videirense de Judô/SC

63kg: Maria Avelino CR Flamengo/RJ

55kg: Carlos Santos AD São Caetano/SP

70kg: Mary Silva CA Paulistano/SP

60kg: Calebe Santos Clube Paineiras do Morumby/SP

+70kg: Emilly Santos Ass. Esportiva Juventus/PR

66kg: Ernane Neves AD Olhar Futuro/ADPM S.J.Campos

Classificados para Rosário 2022

73kg: Antonio Neto Instituto Reação/RJ

44kg: Thayssa Assis Instituto Reação/RJ

81kg: Matheus Abreu Instituto Reação/RJ

52kg: Agatha Benedicto Clube Paineiras do Morumby/SP

90kg: Alexandre Albano Instituto Nintai do Brasil/PR

63kg: Bianca Reis Corpo e Arte/DF

+90kg: Vitor Fagundes Grêmio Náutico União/RS

78kg: Mary Silva CA Paulistano/SP

40kg: Caroline Soares A.B.Hebraica/SP

55kg: Marcus Ramos Clube Paineiras do Morumby/SP

44kg: Thayssa Assis Instituto Reação/RJ

66kg: Ernane Neves AD Olhar Futuro/ADPM S.J.Campos

48kg: Isabeli Barreto Ass. Namie de Judô/SP

81kg: Matheus Abreu Instituto Reação/RJ

52kg: Agatha Benedicto Clube Paineiras do Morumby/SP 57kg: Bianca Reis Acad. Corpo Arte de Cultura Física/DF 67

100kg: Jesse Barbosa Umbra/Vasco da Gama/RJ


Flamengo e Grêmio Náutico União lideraram classificação final na Seletiva Sub­21 de Judô Gaúchos ficaram em primeiro no masculino, enquanto rubro­negros cariocas lideraram feminino Júnior

Mais de 300 atletas da nova gera­ ção do judô brasileiro passaram pelo tatame do Sesi Osasco, em São Paulo, para a disputa da Seletiva Nacional Sub­21, que definiu os classificados para o Meeting Nacional. Cerca de 150 clubes estiveram representados na dis­ puta e os grandes destaques dessa classe foram o Clube de Regatas do Flamengo, do Rio de Janeiro, e o Grê­ mio Náutico União, do Rio Grande do Sul, que lideraram a classificação final no feminino e masculino, respectiva­ mente. Com três campeões, o carioca rubro­negro ainda ficou em primeiro lugar geral. “Esse desempenho é fruto de um treinamento muito bem feito, muito bem adaptado baseado em conheci­ 68

mento científico. Fizemos um trabalho de sistema energético de acordo com cada atleta que a gente tem e também um trabalho estatístico de estudo. A gente estudou muito as atletas, estuda­ mos uma forma de fazer a transição do que as adversárias fazem pro nosso treinamento do dia a dia e tentar che­ gar mais próximo da realidade nesse treinamento”, explicou Vinícius Morato, o Taz, treinador do Flamengo. “Nós somos um clube formador de atletas. Pegamos eles desde criança vamos formando até chegar às catego­ rias de base, adulto. A gente tem uma equipe muito homogênea por causa disso, por formarmos o atleta desde muito cedo. Eu sempre digo que so­ mos uma família, porque eles se co­


nhecem desde muito cedo e temos uma união muito grande. Nós conse­ guimos fazer uma bolha com um grupo de atletas e treinamos todos os dias da pandemia. Só não treinamos quando o clube estava fechado. Então, quando viemos para essa competição, viemos muito tranquilos, pois sabíamos o

quanto trabalhamos por esse resulta­ do”, avaliou Rafael Garcia, técnico do Grêmio Náutico União. Os oito melhores de cada categoria classificaram­se para a disputa do Me­ eting Nacional de Judô, que acontece­ rá em Porto Alegre (RS), nos dias 12 e 13 de março.

Campeões da Seletiva Sub­21 48kg: Aléxia Nascimento Associação Atlética Judô Futuro/MS

60kg: Henrique da Silva Grêmio Náutico União/RS

52kg: Jaqueline Nascimento Minas Tênis Clube/MG

66kg: Paulo Rodrigues Kiai­Associação Canoense de Judô/RS

57kg: Bianca Reis Acad. Corpo Arte de Cultura Física/DF

73kg: Ryan Santos Acad. Espaço Marques Guiness/DF

63kg: Maria Eduarda Diniz CR Flamengo/RJ

81kg: Kauã Jorge Santos CR Flamengo/RJ

70kg: Giovana Galkowski SESI­SP/SP

90kg: Guilherme Morais A.D. São Caetano/SP

78kg: Eliza Ramos CR Flamengo/RJ

100kg: Kayo Santos Minas Tênis Clube/MG

+78kg: Luana Oliveira São João Tênis Clube/SP

+100kg: Vitor Fagundes Grêmio Náutico União/RS

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Flávio Vianna de Ulhôa Canto, o Flávio Canto, é um judoca que perten­ ceu a seleção brasileira de judô e den­ tre suas conquistas como competidor a medalha de bronze na olimpíada de Atenas em 2004. Nasceu em Oxford, Inglaterra, on­ de seu pai fazia doutorado em física nuclear. Aos 2 anos chegou ao Brasil, mas dos 9 aos 11 acompanhou a famí­ lia durante o pós doutorado do pai e passou a morar na Califórnia, nos Es­ tados Unidos, onde começou a surfar. Quando criança, devido à asma, come­ çou a praticar natação, mas aos 14 anos Flávio resolveu acompanhar seu irmão mais novo nos treinos de judô, também influenciado pelo campeonato olímpico de Aurélio Miguel em 1988.

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Flávio ingressou no judô com uma idade considerada avançada em rela­ ção aos praticantes do esporte. Pas­ sou a se dedicar e a treinar ainda mais que o normal, conseguindo integrar a seleção brasileira após cinco anos. Ao longo da carreira ganhou notori­ edade e respeito entre os atletas brasi­ leiros. Assumiu o posto número um da categoria no ranking mundial entre os anos de 2006 e 2007, sendo eleito pelo Comitê Olímpico Brasileiro como me­ lhor atleta de judô em 2006. Considerado um dos melhores do mundo em sua divisão de peso, deixou os tatames em 2011, quando foi con­ tratado pela Rede Globo e passou a comandar os programas "Corujão do Esporte" e o "Sensei", no canal Sportv.


Atuante ao lado de outros profissionais da emissora na área esportiva, passa a comandar, durante a Olimpíada Rio 2016, o programa "Balada Olímpica" ao lado da jornalista Carol Barcellos. O medalhista olímpico não somen­ te inspira crianças e jovens no judô, mas também investe em novos talen­ tos, dando oportunidade de inserção no esporte através do Instituto Reação, entidade sem fins lucrativos que atua em comunidades de baixa­renda no Rio de Janeiro. Canto começou a dar aulas de judô em um projeto social na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro. Algum tempo depois o projeto passou por sé­ rias dificuldades e foi cancelado. Para manter as aulas, Flávio fundou, junto

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com o seu técnico Geraldo Bernardes e amigos, o Instituto Reação, ONG sem fins lucrativos que atua em comu­ nidades de baixa renda no Rio de Ja­ neiro. Hoje o projeto conta com os pólos Rocinha, CDD ­ Taquara, Rocha Miranda, Pequena Cruzada, Cidade de Deus – Iniciação e Solar Meninos de Luz, no Rio de Janeiro. Em Mato Gros­ so conta com os pólos Três Barras e Cidade Alta. No Rio Grande do Norte conta com o pólo Tibau do Sul. Seu objetivo com o projeto é a pro­ moção do desenvolvimento humano e da inclusão social por meio do judô e de atividades complementares — pas­ seios culturais, atendimento fisiotera­ pêutico, aulas de inglês e reforço escolar, entre outras.


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O instituto atende cerca de duas mil crianças e jovens, entre quatro e 25 anos de idade, e tem assumido papel de destaque em competições, inclusive tendo revelado a campeã mundial júni­ or de judô em 2008 e campeã olímpica de 2016 nos Jogos do Rio Rafaela Sil­ va.

Principais Títulos de Flávio Canto: Bronze nas Olimpíadas de Atenas em 2004 Ouro nos Jogos Pan­Americanos de Santo Domingo em 2003. Quinze medalhas em Copas do Mun­ do. Ouro nos Jogos Sul­Americanos em 2002. Heptacampeão sul­americano (1995, 1996, 1997, 1998 e 2000,2002, 2004) Hexacampeão pan­americano (1997, 1999, 2003, 2004, 2006 e 2010) Prata nos Jogos Pan­Americanos de Winnipeg em 1999 Bronze nos Jogos Pan­Americanos de Mar del Plata em 1995 Quatro vezes vice­campeão mundial por equipes (98, 2007, 2010 e 2011)

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