Simplesmente JUDÔ #24

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EDITORIAL Simplesmente JUDÔ número 24 na área! Mais uma edição entregue men­ salmente, ratificando nosso compro­ misso com a divulgação da modalidade. Nesta edição, o Grand Slam An­ tálya, na Turquia. A campanha das seleções brazucas no Panamericando e Oceania das clas­ ses Sub­18, Sub­21 e Sênior em Lima, no Peru também mereceu destaque pelos resultados e performance dos ju­ docas na competição. Essa turma

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mandou muito bem na competição! A capa da revista faz homenagem a Felipe Kitadai, o peso ligeiro que fez história como competidor e agora es­ creverá novas páginas, agora como treinador na Áustria. Nossa missão na revista Simples­ mente JUDÔ sempre será trazer infor­ mações sobre judô dentro de nossas possibilidades. Simples assim.

Boa leitura.


O sol estava generoso na Costa Turquesa para o primeiro dia do An­ talya Grand Slam na Turquia, a edição de 2022. Se brilhou na cidade velha e nas intermináveis praias do sudoeste da Anatólia, também esteve muito pre­ sente no Antalya Sports Hall para os medalhistas das cinco categorias de peso envolvidas. A partir das 9h soou o primeiro ip­ pon, oferecendo o espetáculo que to­ dos os fãs de judô tanto amam. Para esta quarta prova da temporada, de­ 04

pois de Portugal, França e Israel, há que dizer que o palco estava cheio de judocas de topo, algo para fazer as de­ lícias dos amantes do desporto de todo o mundo, já que só neste primeiro dia de competição, 177 competidores esta­ vam em busca de medalhas. Na verdade, desde que as rodadas preliminares começaram pela manhã. Há uma explicação simples para isso: depois da febre dos Jogos de Tóquio, muitos atletas precisaram de um des­ canso, antes de atacar um novo ciclo


olímpico, cuja qualificação está prestes a começar. No entanto, desde Portugal no início da temporada, depois em Pa­ ris e Tel Aviv, já podíamos observar as forças presentes no World Judo Tour. Com o Antalya, as coisas se acalmam um pouco mais, com o retorno de vári­ os jogadores importantes dos últimos anos. Os japoneses não estiveram nesta competição. Eles têm uma boa razão para isso, já que ao mesmo tempo aconteceu o Campeonato Japonês por 05

categoria de peso. Nós os encontrare­ mos novamente muito rapidamente, porque em poucos meses o Campeo­ nato Mundial em Tashkent será o play­ ground deles. Alguns campeões ainda estão afinando seu retorno ao coração dos dojos nacionais, mas mais uma vez, o palco é lindo aqui em Antalya e foi um prazer ver. Os textos a seguir são de Nicolas Messner da Federação Internacional de Judô e as fotos são de Gabriela Sa­ bau e Lars Moeller Jensen.


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RESULTADOS FINAIS: 1. GANBAATAR Narantsetseg (MGL), 2. BAVUUDORJ Baasankhuu (MGL), 3. LAPUERTA COMAS Mireia (ESP), 3. NIKOLIC Milica (SRB), 5. LEGOUX CLEMENT Melanie (FRA), 5. VARGAS LEY Mary Dee (CHI), 7. AZAK Merve (TUR), 7. ERSIN Sila (TUR)

­48kg feminino: Dominação da Mon­ gólia Após a eliminação precoce da nú­ mero quatro do mundo, Catarina Costa (POR), que levou uma bela medalha de ouro em Portugal em janeiro, o sor­ teio abriu para um outsider, Ganbaatar Narantsetseg (MGL enfrentou nas se­ mi­finais Milica Nikolic (SRB). Na se­ gunda parte do sorteio, a segunda atleta mongol Baasankhuu Bavuudorj continuou sua boa temporada. Na se­ mifinal ela enfrentou Mélanie Legoux­ Clément nas quartas de final. A primeira metade da partida foi uma batalha de shido, duas para Bavu­ udorj, uma para Ganbaatar, ambos os atletas mantendo o controle perfeito, não entregando nada. Com trinta se­ gundos restantes, Ganbaatar também foi penalizada pela segunda vez. E Ba­ vuudorj cometeu um erro novamente e 08

recebeu a terceira penalidade, sinôni­ mo de desclassificação. No entanto, a Mongólia dominou totalmente a cate­ goria em Antália. No primeiro concurso da medalha de bronze, Mireia Lapuerta Comas (ESP) venceu Mélanie Legoux Clément (FRA) por ippon com um ura­nague. Pela primeira vez, o Chile teve uma atleta feminina presente em um con­ curso de medalhas em um evento do WJT. Mary Dee Vargas Ley (CHI) en­ frentou Milica Nikolic (SRB) pela meda­ lha. A primeira sequência no chão foi um aviso claro para Vargas Ley, para ter cuidado no ne­waza, pois Milica Ni­ kolic é especialmente forte ali, mas du­ rante a segunda sequência, a competidora sérvia imobilizou sua ad­ versária por ippon . O bronze foii para Nikolic, mas Vargas Ley se apresentou lindamente neste dia.


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RESULTADOS FINAIS: 1. YANG Yung Wei (TPE), 2. CHKHVIMIANI Lukhumi (GEO), 3. GARRIGOS Francisco (ESP), 3. BARATOV Dilshodbek (UZB), 5. LOPES Rodrigo Costa (POR), 5. PAPINASHVILI Jaba (GEO), 7. PANTANO Ângelo (ITA), 7. KARAKIZIDI Savva (GRE)

Masculino ­60kg :Prata olímpica de Yang Yung Wei confirmada em An­ talya Medalhista de prata dos últimos Jo­ gos Olímpicos de Tóquio, vencedor do Grand Slam de Abu Dhabi 2021, man­ tendo o ritmo e se tornando o número um do mundo, Yang Yung Wei (TPE) foi o grande favorito da competição e não perdeu a convocação para a final. Diante dele, Lukhumi Chkhvimiani (GEO). Yang Yung Wei marcou com um seoi­nage para waza­ari, vantagem que lhe deu a vitória. Esta é a segunda medalha de ouro em um Grand Slam para Yang Yung Wei. Rodrigo Costa Lopes (POR) dispu­ tou a segunda medalha de bronze com Francisco Garrigos (ESP). Nada foi marcado nos primeiros quatro minutos. No que inicialmente parecia estar no 12

gongo final, Garrigos prendeu seu opo­ nente que tocou para se render por ip­ pon, mas o vídeo confirmou que a imobilização realmente começou após o gongo. Ippon foi logicamente cance­ lado e a pontuação de ouro começou com apenas shido no placar. Quando o terceiro shido foi dado a Rodrigo Costa Lopes, Francisco Garrigos pôde final­ mente gozar da medalha de bronze. Na segunda luta pela medalha de bronze, Dilshodbek Baratov (UZB) e Jaba Papinashvili (GEO) disputaram o direito de se juntar aos outros atletas que já estavam no pódio. Depois de trinta segundos Papinashvili lançou um primeiro ataque, indo direto para sua cabeça e ele foi desclassificado, ofere­ cendo a primeira medalha em um grand slam para Dilshodbek Baratov.


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RESULTADOS FINAIS: 1. PUPP Reka (HUN), 2. KELDIYOROVA Diyora (UZB), 3. GIUFFRIDA Odette (ITA), 3. GNETO Montado (FRA), 5. BISHRELT Khorloodoi (MGL), 5. PIMENTA Larissa (BRA), 7. GILES Chelsie (GBR), 7. PRIMO Gefen (ISR)

­52kg feminino: Pupp vence em grande estilo para a Hungria A final parecia ser para a atleta francesa Astride Gneto, mas depois de um golden score sem fim na semifinal contra a húngara Reka Pupp, foi a hún­ gara que atravessou as portas para a final. Para a medalha de ouro, Pupp enfrentou a uzbeque Diyora Keldiyoro­ va. Diyora Keldiyorova assumiu a lide­ rança rapidamente com um primeiro waza­ari, mas quando a final se desen­ rolou, Pupp também marcou e voltou ao empate. No último minuto, a atleta húngara fez um dos lances mais espe­ taculares do torneio até então. Keldiyo­ rova foi lançada no ar antes de aterrissar de costas, nas mãos de um devastador o­soto­gari. Khorloodoi Bishrelt (MGL) se clas­ 16

sificou para a disputa do bronze contra Odette Giuffrida (ITA). Mas Giuffrida é uma competidora experiente que pode esperar o momento certo para atacar ou que pode jogar taticamente. Foi o que fez desta vez para ganhar uma no­ va medalha a nível Internacional. Não podemos dizer que Larissa Pi­ menta (BRA) falhou nas fases prelimi­ nares, mas ela teve que se curvar a Giuffrida nas quartas de final, para fi­ nalmente encontrar Astride Gneto (FRA) a caminho de um possível lugar no pódio. A Gneto levou 4 minutos e 48 segundos para vencer depois que Pi­ menta foi penalizada pela terceira vez, por sair da área de competição. Esta é a medalha número sete para Astride Gneto neste nível.


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RESULTADOS FINAIS: 1. VIERU Denis (MDA), 2. LIMA Willian (BRA), 3. FLICKER Tal (ISR), 3. NURILLAEV Sardor (UZB), 5. SAFAROV Orkhan (AZE), 5. YONDONPERENLEI Baskhuu (MGL), 7. BUNCIC Strahinja (SRB), 7. GAITERO MARTIN Alberto (ESP)

Masculino ­66kg: Vieru confirma sua posição O discreto Denis Vieru (MDA) me­ rece seu lugar como número um do mundo na categoria ­66kg. Seus resul­ tados regulares no mais alto nível e seu judô cheio de estilo lhe permitiram, ao longo dos meses, consolidar seu domínio da categoria. Em Antália, mais uma vez, classificou­se para a final on­ de enfrentou o sólido Willian Lima (BRA), que não deu chance aos adver­ sários nas eliminatórias. Menos ativo que seu oponente, Vi­ eru foi penalizado com um primeiro shi­ do no meio do caminho. Em seguida, Lima também foi penalizado, mas por um falso ataque. É com mais um pê­ nalti que Vieru entrou no período do golden score, antes de mais uma vez Lima ser punido por falso ataque. Não há mais erros permitidos, mas na ver­ dade o competidor brasileiro cometeu um e saiu da área de competição. Um 20

terceiro shido para Lima e a vitória foi para o número um do mundo. Com certeza não foi a melhor partida para Vieru, mas o campeão provou que mesmo não encontrando uma solução para arremessar, ele é capaz de admi­ nistrar a parte tática para colher mais pontos. O primeiro concurso de medalha de bronze, foram Tal Flicker (ISR), me­ dalhista de prata do Campeonato Euro­ peu de 2021 e Orkhan Safarov (AZE), vencedor do Baku Grand Slam do ano passado, que competiriam por um lu­ gar no pódio. Safarov não pôde com­ petir, então a medalha foi para Tal Flicker. A segunda partida pela medalha de bronze viu Baskhuu Yondonperenlei (MGL) e Sardor Nurillaev (UZB). Trei­ nado pela lenda do judô, Ilias Iliadis, Nurillaev concluiu com um juji­gatame reverso (chave de braço) para ippon e a medalha de bronze.


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RESULTADOS FINAIS: 1. KLIMKAIT Jessica (CAN), 2. CYSIQUE Sarah Leonie (FRA), 3. NELSON LEVY Timna (ISR), 3. LIMA Jéssica (BRA), 5. DEGUCHI Christa (CAN), 5. MONTEIRO Telma (POR), 7. GARANTIA Chen­Ling (TPE), 7. MOKDAR Faiza (FRA)

Feminino ­57kg: Klimkait mostra seu patch vermelho nas costas Durante muito tempo acreditou­se numa final entre as duas canadenses, Klimkait e Deguchi, mas esta última te­ ve de se curvar à bulldozer Cysique que, apesar de um pequeno shido, não deixou hipóteses para a sua adversá­ ria. É claro que todos sabem que Klim­ kait é uma especialista em seoi­nage e é claro que todos os seus oponentes sabem que a qualquer momento ela pode cair sob o centro da gravidade. Apesar de saber, Sarah Leonie Cysi­ que não conseguiu evitar o primeiro ataque da campeã canadense, que es­ perou pouco mais de trinta segundos para vencer por ippon. Klimkait está de volta com seu patch vermelho nas cos­ 24

tas e mostrou isso da melhor maneira possível em Antalya. Timna Nelson­Levy é uma aposta segura na seleção israelense. Ela en­ trou no bloco final contra Christa Degu­ chi. Ela foi derrotada por Timna Nelson­Levy que definitivamente era fi­ sicamente mais forte que a canadense. Telma Monteiro (POR) continua lá! A longevidade deste atleta é absoluta­ mente incrível, uma longevidade física e mental. Contra a campeã portugue­ sa, Jessica Lima (BRA) mostrou gran­ des feitos durante a sessão da manhã. Haveria apenas um dos dois no pódio. 24 segundos antes do final, foi Jessica Lima com um inteligente ko­soto­gari quem marcou o ippon da vitória pela primeira medalha em um grand slam.


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RESULTADOS FINAIS: 1. TERASHVILI Giorgi (GEO), 2. LOMBARDO Manuel (ITA), 3. CASOS ROCA Salvador (ESP), 3. PELIVAN Petru (MDA), 5. LEVIN Ido (ISR), 5. SMAGULOV Zhansay (KAZ), 7. Marca HRISTOV (BUL), 7. TSOUTLASVILI Michail (GRE)

Masculino ­73kg: Outsider Terashvili cria a surpresa O cabeça de chave número um, Zhansay Smagulov (KAZ) acreditou até o fim, mas foi impedido na semifinal pelo outsider Giorgi Terashvili (GEO). Contrariando todas as previsões, o ge­ orgiano enfrentou Manuel Lombardo (ITA), um competidor com um histórico muito mais rico, na final. Após ter engatado a perna para ar­ remessar com uchi­mata, o georgiano aproveitou para se reposicionar e man­ dar Lombardo para o teto da casa, pa­ ra um belo ippon. Após a medalha de bronze no Aberto da Europa de Praga, Ido Levin (ISR) teve a chance de conquistar sua primeira medalha no Circuito Mundial de Judô ao se classificar para o con­ curso da medalha de bronze contra Salvador Cases Roca (ESP), finalista 28

no último Grand Slam Portugal. O pri­ meiro waza­ari veio pouco mais de um minuto, de Cases Roca com um o­ uchi­gari. Ao atacar sem parar, Cases Roca tinha a sensação de que estava controlando, mas na verdade também estava se arriscando com ataques fal­ sos, cometendo erros. Com um o­soto­ gari canhoto, Ido Levin marcou o em­ pate do waza­ari. Pontuação Dourada! Tendo marcado com essa técnica, o is­ raelense a lançou novamente, mas com muito menos controle e mergu­ lhou de cabeça. Ele foi desclassificado e a medalha de bronze foi para Salva­ dor Cases Roca. Na segunda disputa de medalha de bronze Petru Pelivan (MDA) enfrentou Zhansay Smagulov (KAZ). Smagulov não conseguiu competir e por isso o vencedor da medalha de bronze foi Pe­ livan.


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RESULTADOS FINAIS: 1. RENSHALL Lucy (GBR), 2. OZBAS Szofi (HUN), 3. TIMO Bárbara (POR), 3. KRSSAKOVA Madalena (AUT), 5. BARRIOS Anriquelis (VEN), 5. BEAUCHEMIN­ PINARD Catherine (CAN), 7. LESKI Andréja (SLO), 7. QUADROS Ketleyn (BRA)

Feminino ­63kg: Segunda vitória consecutiva para Lucy Renshall A judoca britânica Lucy Renshall já venceu em Antalya no ano passado e se classificou novamente para a final. Para desafiá­la pelo ouro, ela encon­ trou Szofi Ozbas (HUN), que discreta­ mente sobe a escada dos resultados internacionais. Após um minuto e quarenta segun­ dos, Renshall impôs seu estilo com um ataque koshi­waza, do qual Ozbas es­ teve perto de escapar, mas não o sufi­ ciente para evitar um primeiro waza­ari. Apesar da pressão que colo­ cou no ombro da adversária, a atleta húngara não conseguiu marcar e a vi­ tória foi para Lucy Renshall pela se­ gunda vez consecutiva em Antalya. A medalhista de prata mundial de 2019, Barbara Timo (POR) enfrentou Anriquelis Barrios (VEN) por um lugar 32

no pódio. Com um waza­ari marcado no início da partida, Bárbara Timo achou que seria o suficiente para ven­ cer, mas pouco antes do final, Barrios também marcou. Tempo para golden score! Eventualmente Barbara Timo garantiu a vitória ao subir ao pódio. A partida entre Magdalena Krssa­ kova (AUT) e Catherine Beauchemin­ Pinard (CAN) decidiu quem completa­ ria o pódio. Com um soberbo movimento seoi­nage, Beauchemin­Pi­ nard assumiu uma forte liderança para controlar a partida. Mas Magdalena Krssakova executou um poderoso o­ soto­gari que arruinou todos os esfor­ ços de Beauchemin­Pinard. A atleta austríaca foi treinada pela ex­campeã olímpica Yvonne Boenisch, e a primeira medalha da delegação austríaca em Antália.


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RESULTADOS FINAIS: 1. SCHIMIDT Guilherme (BRA), 2. ALBAYRAK Vedat (TUR), 3. BOLTABOEV Sharofiddin (UZB), 3. UMAYEV Abdul Malik (BEL), 5. RESSEL Dominic (GER), 5. MANUKIAN Hievorh (UKR), 7. CASSE Matthias (BEL), 7. DJALO Alpha Oumar (FRA)

Masculino ­81kg: Brasil lidera o pó­ dio de medalhas com Schimidt A categoria ­81kg mais uma vez manteve todas as suas promessas. Com um certo número de grandes no­ mes presentes como o ilustre Matthias Casse (BEL), atual campeão mundial e Saeid Mollaei (MGL), medalhista de prata olímpica, sabíamos que tudo era possível. Na final, Guilherme Schimidt (BRA) e Vedat Albayrak (TUR) se en­ frentaram depois que todos os grandes favoritos tiveram que desistir. Foi o ca­ so de Mollaei na primeira rodada con­ tra um Dominic Ressel que estava em grande forma e Casse contra o mesmo adversário alemão na repescagem. Para a Turquia, a presença de Al­ bayrak na final foi importante porque coroa uma organização perfeita do evento até agora. Uma medalha garan­ tida para motivar a tropa só pode fazer bem, mas ele precisava estar atento ao competidor brasileiro que provou que 36

esse poderia ser o seu dia. Depois de dois minutos e trinta segundos, Albay­ rak assumiu a liderança com um waza­ ari, sob os gritos do público jovem. Tu­ do parecia estar bem para o campeão turco, mas depois de uma ação confu­ sa, ele pareceu esquecer de manter o braço junto ao corpo; um erro que Gui­ lherme Schimidt não deixou passar. Ele pegou aquele braço solitário e apli­ cou um ude­garami para ippon para obter uma vitória brilhante. Dominic Ressel disputou o primeiro bronze com Sharofiddin Boltaboev (UZB). No final, foi Boltaboev quem venceu com um soberbo o­uchi­gari para ippon. Para a segunda medalha de bron­ ze concedida nesta categoria, Abdul Malik Umayev (BEL) enfrentou a oposi­ ção de Hievorh Manukian (UKR). O ju­ doca belga venceu a luta no golden score e conquistou a sua primeira me­ dalha a esse nível.


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RESULTADOS FINAIS: 1. GAHIE Marie Eve (FRA), 2. GRAF Bernadette (AUT), 3. PORTELA Maria (BRA), 3. PINOT Margaux (FRA), 5. PETERSEN POLLARD Kelly (GBR), 5. BUTKEREIT Miriam (GER), 7. ERIKSSON Ida (Suécia), 7. RODRIGUEZ Elvismar (VEN)

Feminino ­70kg: Gahie está de vol­ ta! Embora as partidas às vezes fos­ sem apertadas, Marie­Eve Gahie (FRA) encontrou os recursos necessá­ rios para a vaga na final. Na final, Gahie enfrentou Bernadet­ te Graf (AUT). Não demorou muito pa­ ra as duas atletas entrarem em ação e durante um momento confuso, Graf foi a primeira a marcar com um ko­soto­ gake oportunista, mas apenas alguns segundos depois, Gahie produziu um momento de ação­reação incrivelmen­ te forte. Foi rápido, bonito e poderoso, sem chance para Graf e que grande retorno para Marie­Eve Gahie. Sem dúvida decepcionada com a derrota para Gahie, Margaux Pinot ain­ da poderia se contentar com uma me­ 40

dalha de bronze, mas para isso ela te­ ve que passar por Miriam Butkereit (GER), o que ela fez brilhantemente ao aplicar um juji­gatame por ippon que não deu chance para seu oponente. Saindo do tatame, Margaux Pinot apro­ veitou para dar autógrafos para os jo­ vens judocas presentes no local. Este é definitivamente um bom resultado para a campeã francesa. Na segunda partida pela medalha de bronze, Kelly Petersen­Pollard (GBR) enfrentou Maria Portela (BRA) e pode­se dizer com certeza que foi difí­ cil para Maria Portela vencer, mas ela o fez com um acerto muito bom con­ cluído com um rápido tani­otoshi para o waza­ari e a décima primeira meda­ lha em um grand slam para a brasilei­ ra.


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RESULTADOS FINAIS: 1. SILVA MORALES Ivan Felipe (CUB), 2. MAISURADZE Luka (GEO), 3. TOTH Krisztian (HUN), 3. MACEDO Rafael (BRA), 5. SMINK Jesper (NED), 5. KRIEBER GAGNON Louis (CAN), 7. USTOPIRIYON Komronshokh (TJK), 7. KOCHMAN Li (ISR)

Masculino ­90kg: Morales vence pa­ ra Cuba Felipe Silva Morales (CUB) enfrentou Luka Maisuradze (GEO) na final. Foi um jogo de homens fortes que assistimos na final. É apenas no início do último minuto, que o primeiro pênalti foi dado a Morales por passivi­ dade, mas alguns segundos depois ambos foram penalizados. Tempo para pontuação de ouro. A fisionomia da dis­ puta não mudou e claramente, a qual­ quer momento, a vitória poderia ir para um lado ou para o outro. Após um últi­ mo ataque de 50:50, Felipe Morales acabou jogando Maisuradze por ippon. No primeiro concurso de medalha de bronze Krisztian Toth (HUN) enfren­ tou Jesper Smink (NED). Após uma longa e disputada partida, Toth con­ 44

quistou a medalha de bronze, a décima para o campeão húngaro e a primeira como treinador de Miklos Ungvari, que se aposentou como judoca ativo no ano passado. Pela segunda medalha de bronze, Louis Krieber Gagnon (CAN), treinado por Antoine Valois­Fortier, foi combati­ do por Rafael Macedo (BRA). Louis Krieber Gagnon foi penalizado duas vezes e teve que correr alguns riscos, mas o risco de correr riscos é muitas vezes muito arriscado e este foi o caso do judoca canadense. Atacando a per­ na de trás, Rafael Macedo lançou um poderoso o­soto­gari baixo para um ip­ pon perfeito.


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RESULTADOS FINAIS: 1. WAGNER Anna­Maria (GER), 2. STEENHUIS Guusje (NED), 3. AUSMA Natascha (NED), 3. TCHEUMEO Audrey (FRA), 5. MALZAHN Luise (GER), 5. MALONGA Madeleine (FRA), 7. REID Emma (GBR), 7. AGUIAR Mayra (BRA)

Feminino ­78kg:Vitória Mental para Wagner Para Guusje Steenhuis (NED) tudo pa­ recia sorrir para ela em direção à final, onde foi contestada pela campeã mun­ dial de 2021, Anna­Maria Wagner (GER). Esta última revelou­nos as difi­ culdades que encontrou depois de ob­ ter o título mundial e a medalha olímpica. É claro que essa provação mental parece perfeitamente superada. Sendo menos ativa que sua opo­ nente, Guusje Steenhuis recebeu um primeiro shido pela passividade. No meio do caminho o judoca holandesa foi penalizada pela segunda vez por sair do tatame. É com essa diferença de dois shido que o período de golden score começou. O próximo shido foi para Anna­Maria Wagner. Aos quatro minutos dogolden score, Wagner foi penalizada pela segunda vez. O próxi­ mo shido ou arremesso determinaria a vencedora. Seis minutos de golden 48

score estavam quase chegando, quan­ do de repente Wagner contra­atacou Steenhuis com um poderoso ura­nage para ippon. Esta é uma bela vitória mental para a campeã alemã. Com um representante já no bloco final, a Holanda dobrou a vantagem e Natascha Ausma se classificou para a disputa da medalha de bronze contra a veterana Luise Malzahn (GER), uma partida que a holandesa venceu com um waza­ari marcado logo no início por uma mudança inteligente em direção. Estas duas são rivais há vários anos e contribuem para a emulação da categoria na França e mais uma vez Madeleine Malonga e Audrey Tcheu­ meo deveriam encontrar­se no tatami para disputar uma medalha, desta vez de bronze, mas Malonga não conse­ guiu competir e, portanto, a medalha foi para Tcheumeo.


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RESULTADOS FINAIS: 1. FONSECA Jorge (POR), 2. SHERAZADISHVILI Nikoloz (ESP), 3. KUKOLJ Aleksandar (SRB), 3. GASIMOV Elmar (AZE), 5. BUZACARINI Rafael (BRA), 5. REYES Kyle (CAN), 7. GONZALEZ Asley (ROU), 7. SANEBLIDZE Onise (GEO)

Masculino ­100kg: Fonseca imbatí­ vel! Torna­se um hábito, bom para ele, menos agradável para os outros; mais uma vez, o bicampeão mundial Jorge Fonseca (POR) apurou­se para a final. O judoca português impressiona sem­ pre. Um verdadeiro bloco inquebrável, ele mostra um poder incomparável en­ quanto é um bom técnico, muitas ve­ zes perfeitamente posicionado. Essa combinação de força e técnica o torna quase imbatível. Uma questão impor­ tante, no entanto, estava na boca de todos antes da final, pois estávamos felizes por encontrar Nikoloz Sheraza­ dishvili (ESP) lá. Qual campeão mundi­ al prevaleceria? Sabemos que Jorge Fonseca é um showman e voltou a provar isso na fi­ nal, mas de uma forma muito respeito­ sa. O poder de Fonseca parecia imparável e realmente era. Menor que 52

seu oponente, ele não hesitou em ata­ car a perna de trás para fazer Shera­ zadishvili reagir e cair sob o centro de gravidade para uma obra­prima de se­ oi­nage para ippon. Rafael Buzacarini (BRA) produziu judô efetivo para se classificar para a primeira partida pela medalha de bron­ ze contra Aleksandar Kukolj (SRB). Pouco antes do último minuto, Kukolj assumiu a liderança com um tani­ otoshi para o waza­ari, vantagem que manteve até o final da partida para conquistar a medalha. Para a segunda medalha de bron­ ze encontramos Elmar Gasimov (AZE) e o jovem Kyle Reyes (CAN). Reyes esteve muito perto de marcar, mas a ação seguinte foi para o crédito de Ga­ simov, com um enorme harai­goshi pa­ ra ippon. Já faz um tempo desde que vimos Gasimov em um pódio. A última vez foi em Düsseldorf em 2020.


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RESULTADOS FINAIS: 1. FONTAINE Lea (FRA), 2. HERSHKO Raz (ISR), 3. TOLOFUA Julia (FRA), 3. KAMPS Marit (NED), 5. AMARSAIKHAN Adiyasuren (MGL), 5. AIR Renee (GER), 7. CERIC Larisa (BIH), 7. OZTURK Crescent (ENG)

Feminino +78kg: Primeiro ouro para Fontaine em Antalya Não podemos mais dizer que Raz Hershko (ISR) é um dos azarões. Competição após competição, ela ga­ nha confiança e se dá a chance de su­ bir ao pódio. Depois de uma corrida séria e impecável, ela se classificou para a final contra Léa Fontaine (FRA), que havia derrotado sua própria com­ panheira de equipe Julia Tolofua na se­ mifinal. É muito interessante ver que a França está novamente presente na fi­ nal desta categoria, já dominada por outra francesa, Romane Dicko, ausen­ te em Antália. Existe uma verdadeira escola de judô para +78kg na França e os resultados mostram. Após um primeiro shido dado a Hershko por falso ataque, foi a vez de 56

Fontaine ser penalizada duas vezes por passividade, já que a atleta israe­ lense atacava sem parar para compen­ sar a diferença de tamanho. Mesmo que ela se esforçasse muito, ela não pôde evitar ser imobilizada por Fontai­ ne, no chão. Esta é a primeira medalha em um grand slam para a competidora francesa. Julia Tolofua, derrotada na semifi­ nal, teve que se contentar com a final menor contra Adiyasuren Aarsaikhan (MGL). Menos de um minuto foi neces­ sário para Tolofua vencer com uma imobilização para ippon. Na segunda partida pela medalha de bronze, Marit Kamps (NED) enfren­ tou Renee Lucht (GER). No entanto, como esta última não pôde participar, a medalha foi para Marit Kamps.


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RESULTADOS FINAIS: 1. TUSHISHVILI Guram (GEO), 2. YUSUPOV Alisher (UZB), 3. RAKHIMOV Temur (TJK), 3. GRANDE ANDY (CUB), 5. TERHEC Joseph (FRA)5. SIPOCZ Richard (HUN)7. KOKAURI Ushangi (AZE)7. TUROBOYEV Utkirbek (UZB)

Masculino +100kg: Tushishvili vence novamente Alisher Yusupov (UZB) não estava entre os favoritos da competição, mas o protegido de Ilias Iliadis teve uma corrida perfeita nas rodadas prelimina­ res e se classificou para a final contra o ex­campeão mundial e medalhista de prata olímpico, Guram Tushishvili (GEO). Demorou menos de um minuto pa­ ra Alisher Yusupov marcar um primeiro waza­ari com sumi­gaeshi combinado com uma inteligente mudança de dire­ ção. Essa pontuação não impediu o uzbeque, que um pouco mais tarde fez um segundo waza­ari, mas infelizmen­ te foi cancelado. Infeliz é a palavra pa­ ra Yusupov, pois Guram Tushishvili fez o que sabe fazer melhor, jogando para ippon com um tsuri­goshi caindo. 60

A disputa para o primeiro bronze foi entre Joseph Terhec (FRA), que se classificou para o concurso da meda­ lha de bronze contra Temur Rakhimov (TJK). Rakhimov era muito alto, muito forte e muito bom tecnicamente. Com uma preparação soberba, Rakhimov lançou um uchi­mata que não deixou espaço para fuga; ippon e uma meda­ lha de bronze. Para o último terceiro lugar em jogo em Antalya, Andy Granda (CUB) e Ri­ chard Sipocz (HUN) que se enfrenta­ ram. O período de pontuação de ouro foi necessário para determinar o ven­ cedor. Foram necessários mais três mi­ nutos para Granda marcar waza­ari com um o­uchi­gari circular, que lhe rendeu a terceira medalha de bronze do Grand Slam de sua carreira.


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Por: Assessoria de Imprensa da CBJ Fotos: Federação Desportiva Peruana de Judô

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A novíssima geração do judô brasileiro fez bonito no Campeonato Pan­Americano e de Oceania Sub­ 18 realizado em Lima, no Peru, em 09 de abril, sábado. Com oito ouros, cinco pratas e um bronze, o Brasil fi­ cou em primeiro lugar geral, manten­ do­se como a principal força do judô no continente americano. Os maiores destaques foram os campeões Isabeli Barreto (48kg), Bi­ anca Reis (57kg), Mari Silva (70kg), Emilly Santos (+70kg), Matheus Abreu (81kg), Alexandre Albano II (90kg), Vitor Fagundes (+90kg) e Caroline Soares (40kg), que sequer precisou lutar, pois era a única ins­ crita nessa categoria. “Fiz uma boa competição, con­ segui fazer tudo aquilo que eu treino e tive um bom resultado, o lugar mais alto do pódio”, comentou 64

Matheus Abreu, judoca do Instituto Reação, do Rio de Janeiro, que cha­ mou a atenção no pódio por uma pa­ lavra bordada em sua faixa: “Favela”. “A ideia é sempre representar to­ do mundo de todas as comunidades. Eu sou da Cidade de Deus, do Rio de Janeiro, e quero mostrar que to­ do mundo que vem de lá, de todas as favelas do Brasil inteiro e do mundo, que eles podem também. A favela está vencendo.” Um dos destaques no feminino, a meio­pesado Mary Hayse Silva, de apenas 16 anos, atleta do Clube Athletico Paulistano, de São Paulo, venceu todas as suas três lutas por ippon e comemorou muito sua pri­ meira conquista internacional. “Estou muito feliz! Meu sonho era representar a seleção brasileira.


Melhor que isso, impossível. Eu me emocionei muito quando tocou o hi­ no nacional brasileiro. E é isso. O trabalho está só começando. Agora, é foco nas próximas competições.” O Brasil ainda esteve em outras cinco finais, mas o ouro escapou. Agatha Benedicto (52kg), Guilherme Coronetti (50kg), Calebe Santos (60kg), Antonio Rocha (66kg) e An­ tonio Neto (73kg) ficaram com a me­ dalha de prata e o ligeiro Carlos Mikael dos Santos (55kg) ficou com a medalha de bronze. Foram, portanto, 14 medalhas de 16 possíveis. Dos convocados, apenas Júlia Mendonça (63kg) e Thayssa Assis (44kg) não foram ao pódio. Júlia se machucou no último treino antes da competição, já em Li­ ma, e foi cortada. Thayssa perdeu na estreia e, também por condições médicas, foi poupada da disputa pe­ lo bronze, terminando em quinto lu­ gar. O trabalho de renovação cons­ tante do judô brasileiro seguiu ren­ dendo bons resultados na equipe principal. Mas, uma nova safra de talentos está sendo preparada de olho no ciclo Paris 2024 e Los Ange­ les 2028. Depois das 14 medalhas conquistadas no sábado, pela equi­ pe Sub­18, a seleção brasileira Sub­ 21 foi ao tatame de Videna e brilhou no Campeonato Pan­Americano e da Oceania, conquistando 16 meda­ lhas (todas as categorias) nas dispu­ tas individuais, além do título da competição por equipes mistas de forma invicta. Com 17 atletas inscritos, o judô 65

brasileiro chegou à final de 11 das 14 categorias em disputa. Com 100% de aproveitamento nas finais, a seleção fechou o individual em pri­ meiro lugar geral, com 11 ouros, du­ as pratas e três bronzes. Destaque para as categorias 60kg e 78kg, que tiveram dobradinha para o Brasil. Ryan Conceição conquistou seu pri­ meiro título pan­americano ao ven­ cer Henrique Silva, assim como Beatriz Furtado venceu Eliza Ra­ mos, em revanche da final de 2021. Os outros títulos vieram com Alé­ xia Nascimento (48kg), Bianca Reis (57kg), Maria Eduarda Diniz (63kg), Luana Carvalho (70kg), Luana Oli­ veira (+78kg), Gabriel Falcão (73kg), Kauan Jorge dos Santos (81kg), Guilherme Morais (90kg) e Kayo Santos (100kg). Aléxia, Luana, Fal­ cão e Kayo sagraram­se bicam­ peões pan­americanos Sub­21. Fernanda Santos (52kg), João Jardim (66kg) e Vitor Fagundes (+100kg) perderam apenas uma luta cada, mas recuperaram­se e foram buscar as medalhas de bronze. Gio­ vana Galkowski (70kg) ficou em quinto lugar depois de cair para Sha­ von Gonzalez, dos Estados Unidos. Uma das atletas mais jovens da equipe, a peso Leve Bianca Reis, de 17 anos, voltará de Lima com ótimas lembranças. Ela foi destaque nas duas classes de idade, conquistando o título tanto no Sub­18, quanto no Sub­21. Ela também contribuiu com duas vitórias importantes na compe­ tição por equipes mistas e faturou sua terceira medalha em Lima.


“Eu tinha vindo aqui em Lima em 2017, eu era Sub­13 ainda, é muito bom lembrar, foi nesse mesmo giná­ sio. Mas, eu me senti muito bem, as meninas eram muito fortes, tanto no Sub­18, quanto no Sub­21, mas eu estava confiante, sabia que eu tinha treinado, dei meu máximo e deu cer­ to. Vou voltar para casa felizona”, comemorou a judoca da Academia Corpo Arte de Cultura Física, de Brasília, Distrito Federal. Na segunda­feira, 11, cinco paí­ ses participaram da competição por equipes mistas. Brasil e Peru saíram na chave direto na semifinal, en­ 66

quanto México, Chile e Austrália se enfrentaram em triangular para defi­ nir o outro semifinalista. Com vitórias de Gabriel Falcão (73kg), Maria Eduarda Diniz (70kg), Bianca Reis (57kg) e Kauan Jorge Santos (90kg), a seleção brasileira despachou o Peru por quatro a zero e se classificou para a final. O Méxi­ co levou a melhor no rodízio, mas não foi páreo para o Brasil, que con­ quistou o título com outro quatro a zero. Pontos marcados por Beatriz Furtado (+70kg), Bianca Reis (57kg), Gabriel Falcão (73kg) e Kayo Santos (+90kg).


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Por: Assessoria de Imprensa da CBJ Fotos: Federação Desportiva Peruana de Judô 69


O primeiro Campeonato Pan­Ame­ ricano do ciclo olímpico para Paris 2024 foi palco de mais um ótimo de­ sempenho do judô brasileiro que, des­ de as primeiras etapas do circuito mundial IJF, vem apresentando uma curva crescente de resultados. Neste final de semana, a seleção dominou o continental e fechou a disputa com 15 medalhas ­ 7 de ouro, 5 de prata e 3 de bronze ­ mantendo­se como princi­ pal força das Américas e Oceania, no­ vidade para este ano. Foram seis medalhas na sexta, primeiro dia de dis­ puta individual, e nove neste sábado, último dia de individual. Os atletas vol­ tam ao tatame no domingo, para a competição por equipes mistas, a partir das 11h30 (Brasília). 70

Os resultados simbolizaram a construção de uma equipe homogê­ nea, com novas caras se consolidando na disputa interna pela vaga olímpica para representar o Brasil nos Jogos de Paris 2024. Todas as quatro “dobras” que a CBJ levou à Lima subiram ao pódio: Jéssica Lima (ouro) e Rafaela Silva (bronze) trouxeram o melhor re­ sultado do 57 desde 2013; Guilherme Schimidt (ouro) e Vinícius Panini (pra­ ta) fizeram o melhor resultado do Brasil no 81kg; Eric Takabatake (ouro) e Willi­ an Lima (bronze), no pódio do 66kg; e Luana Carvalho (prata) e Maria Portela (bronze) dividindo o pódio do 70kg. To­ dos se enfrentaram nas chaves. A gigantesca Mayra Aguiar incluiu mais um recorde à sua coleção ao con­


quistar o sétimo título pan­americano e tornar­se a judoca brasileira mais vitori­ osa nesse tipo de competição. Venceu todas as lutas por ippon, recuperando a forma depois da “ressaca” olímpica. Essa foi apenas sua segunda competi­ ção desde Tóquio e a primeira com medalha no peito. “Eu não sabia que eram sete, não estava contando”, surpreendeu­se ao saber do heptacampeonato. “Fico mui­ to feliz, é um número bastante relevan­ te. Estamos aí nessa caminhada faz anos, desde os 14 anos com a seleção brasileira, disputando títulos, competi­ ções. Então, estou muito feliz por mais esse ouro. Me motiva bastante. Foi mi­ nha segunda competição pós­Olimpía­ das, não tinha competido já há bastante tempo. É muito bom poder chegar ao topo do pódio, anima bas­ tante para as próximas competições do ano. Devo ter umas quatro ou cinco até o final e saio daqui bastante animada”, avaliou Mayra, que tem 30 anos ainda e vai para o seu quinto ciclo olímpico. A novata Amanda Lima, por outro lado, apareceu como grata surpresa, vencendo atletas mais experientes e se firmando como uma das principais da categoria ligeiro (48kg) no continen­ te ao conquistar seu primeiro título pan­americano sênior. A última 48kg a subir no lugar mais alto do pódio no Pan foi Sarah Menezes, em 2016. Os outros dois ouros vieram com Larissa Pimenta (52kg) e Beatriz Sou­ za (+78kg), que já vêm dominando su­ as respectivas categorias e conquistaram, em Lima, o tricampeo­ nato continental. “Fiquei muito feliz com o resultado, com meu desempenho, com o foco que eu estava nas lutas, vim para de­ fender meu título e saio daqui muito fe­ liz de poder estar aqui representando o Brasil e trazendo essa medalha”, resu­ miu Beatriz. As pratas vieram com Panini (81kg), Marcelo Gomes (90kg), Rafael 71

Buzacarini (100kg), Rafael Silva (+100kg) e Luana Carvalho (70kg). Marcelo caiu no ippon do vice­cam­ peão mundial, Ivan Felipe Silva Mora­ les, de Cuba; Buzacarini parou no canadense Shady Elnahas, número 3 do mundo; Baby parou em shidos con­ troversos diante do cubano Andy Gran­ da; Panini também perdeu nas punições, mas para o compatriota Schimidt; e Luana fez grande competi­ ção de estreia, parando na experiente Elvismar Rodriguez, da Venezuela, também nas punições. Os bronzes foram conquistados por Rafaela Silva (57kg), Willian Lima (66kg) e por Maria Portela (70kg), que só perderam para adversários brasilei­ ros. Rafa parou em Jéssica, Willian em Eric e Portela em Luana, todos nas se­ mifinais. O Brasil ainda teve Ryan Concei­ ção (60kg), Ketleyn Quadros (63kg) e Daniel Cargnin (73kg) no tatame, na sexta. Ryan caiu na segunda luta e não avançou às disputas por medalhas em seu primeiro Pan. Já os medalhis­ tas olímpicos começaram bem, com vi­ tórias, mas terminaram em 5º lugar. Ketleyn caiu para Cindy Mera, da Colômbia, na disputa pelo bronze, e Daniel foi poupado da última luta de­ pois de sofrer uma pancada na costela durante a semifinal com Alonso Wong (PER). A equipe brasileira, atual campeã pan­americana, enfrentará a Austrália na primeira rodada válida pelas quar­ tas de final. Em seguida, pode pegar República Dominicana ou México. Um possível confronto com Cuba só viria numa final, caso os dois países avan­ cem em suas chaves. O Brasil vai es­ calar seus principais atletas para a disputa e ainda terá o reforço do peso pesado Juscelino Nascimento Jr, que só veio para a disputa por equipes. O judô brasileiro conquistou pela terceira vez o título de campeão pan­ americano por equipes mistas (2019,


2020 e 2022), neste domingo, 17, em Lima, no Peru, batendo a seleção de Cuba por quatro a zero na decisão pe­ lo ouro. A campanha do Brasil teve ain­ da vitórias sobre Austrália (4 a 1) e República Dominicana (4 a 0). Essa foi a quarta edição da competição por equipes mistas. O Brasil chegou à final em todas elas e só não levou o ouro na primeira, em 2018, único ano que Cu­ ba conseguiu vencer a equipe brasilei­ ra. O país voltou ao tatame da Videna com sua força máxima para buscar mais um ouro. Contou ainda com o re­ forço do peso pesado Juscelino Nasci­ mento Jr, que não lutou o individual, entrou mais descansado que o rival cu­ bano e venceu a luta decisiva na final que garantiu o quarto ponto para o Brasil sagrar­se campeão. Os outros pontos foram marcados com vitórias de Beatriz Souza (+70kg) sobre Naomis Elizarde por ippon; Mar­ celo Gomes (90kg) sobre Isael Diaz, com um waza­ari; e Maria Portela (70kg), que bateu Yusmari Reyes Laffi­ ta, por ippon. “É muito gostoso fazer competição por equipes e mostrando a força que a gente tem. Todos os atletas deram seu melhor ali dentro e é óbvio que o cami­ nho seria ser campeão, porque nós so­ 72

mos muito fortes, mostramos já nesse Campeonato Pan­Americano o quanto unidos e determinados estamos para chegar na medalha de ouro e em qual­ quer competição que a gente faça por equipes”, resumiu a capitã do time, Maria Portela. Nas preliminares, o Brasil bateu a Austrália com vitórias de Jéssica Lima (57kg), Guilherme Schimidt (90kg), Wil­ lian Lima (73kg) e Mayra Aguiar (+70kg). A Austrália descontou com Aoife Coughlan vencendo Luana Car­ valho (70kg). Contra a República Dominicana, a seleção foi dominante e não deu chan­ ces para os adversários. Willian Lima (73kg), Maria Portela (70kg), Marcelo Gomes (90kg) e Beatriz Souza (+70kg) fizeram os pontos do Brasil no confron­ to que terminou em quatro a zero. A competição por equipes mistas em campeonatos pan­americanos e mundiais foi introduzida no calendário do judô no Mundial de 2017 e no Pan de 2018. Desde Tóquio 2020, o evento faz parte do programa do judô e vale como a 15ª medalha em disputa (14 in­ dividuais). Por isso, a importância do tí­ tulo pan­americano para o Brasil. Os pontos servirão para ranquear o país para o Mundial por Equipes, em outu­ bro, em Tashkent, no Uzbequistão.


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RESULTADOS INDIVIDUAIS SUB 18

RESULTADOS INDIVIDUAIS SUB 21

OUROS (08)

OUROS (11)

40kg Carolina Soares 48kg Isabeli Barreto 57kg Bianca Reis 81kg Matheus Abreu 70kg Mary Silva +70 Emilly Santos 90kg Alexandre Albano II +90kg Vitor Fagundes

48kg Aléxia Nascimento 57kg Bianca Reis 63kg Maria Eduarda Diniz 70kg Luana Carvalho 78kg Beatriz Furtado +78kg Luana Oliveira 60kg Ryan Conceição 73kg Gabriel Falcão 81kg Kauan Jorge dos Santos 90kg Guilherme Morais 100kg Kayo Santos

PRATAS (05) 52kg Agatha Benedicto 50kg Guilherme Coronetti 60kg Calebe Santos 66kg Antonio Rocha 73kg Antonio Neto

PRATAS (02) 60kg Henrique Silva 78kg Eliza Ramos

BRONZE (01)

BRONZES (03)

55kg Carlos Santos

52kg Fernanda Santos 66kg João Jardim +100kg Vitor Fagundes 74


RESULTADOS INDIVIDUAIS SÊNIOR OUROS (7) 48kg Amanda Lima 52kg Larissa Pimenta 57kg Jéssica Lima 78kg Mayra Aguiar +78kg Beatriz Souza 66kg Eric Takabatake 81kg Guilherme Schimidt PRATAS (5) 70kg Luana Carvalho 81kg Vinícius Panini 90kg Marcelo Gomes 100kg Rafael Buzacarini +100kg Rafael Silva BRONZES (3) 57kg Rafaela Silva 66kg Willian Lima 70kg Maria Portela 75


Por: Assessoria de Imprensa da CBJ

Bruna Medeiros Neves, 4º Dan

Kamila Elisabete Lemos, 3º Dan

Erika Damasceno Cesar, 5º Dan

Leonardo Pontes Arashiro, 5º Dan

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Não foram só os atletas das equi­ pes de transição do Brasil que fizeram bonito no Campeonato Pan­Americano e de Oceania realizado em Lima, Peru, no último final de semana. Além das 31 medalhas conquistadas no tatame pe­ los judocas brasileiros, o país teve mais quatro judocas brilhando na arbi­ tragem do evento. As árbitras Kamila Lemos, Bruna Neves e Erika Damas­ ceno ao lado do árbitro Leonardo Arashiro foram aprovados no exame para a classe Continental e agora esta­ rão aptos a atuar em eventos como pan­americanos e sul­americanos. Os quatro prestaram exame duran­ te as competições, sendo observados de perto pelo diretor de arbitragem da Federação Internacional de Judô, Flo­ rin Daniel Lascau. Eles arbitraram di­ versas lutas nas fase preliminares e também foram escalados para atuar nas fases finais, o que indica bom de­ sempenho. Além da prova prática no evento, os árbitros passaram também por pro­ vas teóricas e de língua estrangeira (inglês/espanhol) para receberem o distintivo da FIJ de Árbitro Continental. Esse é um passo importante para os profissionais da arbitragem que alme­ jam chegar ao próximo nível na arbitra­ gem, a classe FIJ A (Árbitro Internacional), que pode atuar em eventos internacionais como Grand Slam, Mundiais e Jogos Olímpicos. O grupo aprovado neste exame re­ presenta o esforço da CBJ com políti­ cas de promoção de equidade de gênero e também com o processo con­ tínuo de formação e renovação da ar­ bitragem internacional, já que a média de idade dos quatro aprovados é de 35 anos. Kamila Lemos, de 28 anos, é a mais jovem do grupo. Perfis ­ Continental: Erika Damasceno Cesar, 5º Dan, 39 anos, FEMEJU “Ser Árbitra Continental significa ter mais responsabilidade que me possibi­ lita a arbitrar competições oficiais da IJF e estar mais próxima do grande so­ 77

nho de ser Árbitra Internacional FIJ A. O maior desafio foi vencer a ansieda­ de , bem como conseguir o montante necessário para estar no evento, mas com ajuda incondicional da Minha Fa­ mília, Entidade maior CBJ minha fede­ ração (Femeju) e meus padrinhos (André Mariano e Bruno Ramos), e amigos através de rifa isso foi possí­ vel." Leonardo Pontes Arashiro, 5º Dan, 43 anos, FPJ “Me dedico à arbitragem desde 1995, e a minha promoção a árbitro continental é um passo muito importan­ te para o sonho de todo e qualquer ár­ bitro que é um dia se tornar árbitro internacional. Meu maior desafio foi em manter a calma durante o exame, pois foram muitos anos de dedicação para chegar até aqui.” Bruna Medeiros Neves, 4º Dan, 31 anos, FJERJ “Significa a conquista da possibili­ dade de realização de um sonho maior em prol do judô, após anos de dedica­ ção, estudos, abdicação da família e muita superação. Dentre as maiores di­ ficuldades cito a abdicação da família em muitos momentos e o alto custo de investimento na carreira.” Kamila Elisabete Lemos, 3º Dan, 28 anos, FCJ "Significa a realização de um traba­ lho árduo durante anos e a possibilida­ de de atingir novos sonhos e objetivos, buscando transmitir ensinamentos e benefícios para o judo brasileiro. Fo­ ram vários desafios que dificultaram a realização dessa conquista, como a busca dos recursos para a realização do mesmo antes do evento e até ter que viver o estresse e a preocupação de estar com a bagagem extraviada fo­ ra do meu país. Mas tenho a sorte de ter amigos e parceiros do judô que me ajudaram em todo o processo, supe­ rando todas as adversidades. E minha família que sempre está do meu lado."


Por: Assessoria de Imprensa da CBJ

O judô brasileiro teve ótimos resul­ tados no Pan de Lima e não foram apenas as 16 medalhas conquistadas pela seleção que tiveram destaque. O país teve dois novos árbitros promovi­ dos à categoria FIJ A, a mais alta den­ tro da arbitragem internacional. Márcio Gomes, de Rondônia, e Luiz Emílio Vil­ lanueva, do Mato Grosso do Sul, parti­ ciparam do exame realizado pela Federação Internacional de Judô du­ rante o Campeonato Pan­Americano Sênior 2022 e foram aprovados à FIJ A 78

após o rígido processo seletivo. “Esse momento é a consagração de uma vida trabalhando pela arbitra­ gem. É a oportunidade que eu tenho de incentivar, promover os árbitros, e eu sendo o primeiro FIJ A do meu esta­ do acredito que isso vai fomentar mais a arbitragem, eles vão enxergar o ca­ minho e que dá para chegar lá”, disse Villanueva. “Aproveito para agradecer a todos que me ajudaram nessa cami­ nhada, meu primeiro Sensei, Reinaldo, que me ensinou o caminho da arbitra­


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gem, Sensei João Rocha, o presidente da FJMS, Sensei Ovídio, que me aju­ dou muito, além da minha família e, claro, do presidente da CBJ, Sensei Silvio Acácio, por confiar em mim.” Os candidatos foram testados atu­ ando em todas as áreas da arbitragem durante o Campeonato, seja no shiai­jo como árbitro central da luta, seja como árbitro de vídeo, e também passaram por provas teóricas e práticas. Todos foram avaliados pela direção de arbi­ tragem da FIJ representada por Florin Daniel Lascau, e pela coordenação de arbitragem da Confederação Pan­Ame­ ricana de Judô, representada pelo bra­ 79

sileiro Edison Minakawa, que também é coordenador de arbitragem da CBJ. “Foi uma experiência ímpar. Sou o primeiro FIJ A de Rondônia. Como co­ ordenador do estado é muito importan­ te. Agradeço à CBJ pela confiança e apoio, ao presidente Silvio por acredi­ tar, e à coordenação nacional de arbi­ tragem pela indicação. Não foi fácil, as exigências da FIJ são muitas para que se tenha excelência na qualidade e ca­ pacidade. Três candidatos não conse­ guiram, por exemplo. Eu fico muito feliz pela conquista e agora é começar um novo caminho”, resumiu Márcio Go­ mes.


Felipe Eidji Kitadai, paulista nasci­ do em 28 de julho de 1989, filho de ju­ doca, teve uma carreira vitoriosa na modalidade. Ingerssou na seleção bra­ sileira de judô em 2009, suprindo uma lacuna que existia na seleção brasilei­ ra, no peso ligeiro. Nos Jogos Pan­ americanos Guadalajara 2011, ele trouxe a primeira medalha para o país na categoria após 24 anos. No ano se­ guinte, nos Jogos Olímpicos de Lon­ dres, conquistou o bronze logo no primeiro dia de competição e com uma peculiaridade singular: Era o dia de seu aniversário de 23 anos! E assim, iniciamos mais uma ho­ menagem a um judoca da seleção bra­ sileira que fez e faz história na modalidade, contando um pouco dessa

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Fotos IJF 81


história. Kitadai se transferiu de São Paulo para ser atleta do Clube Sogipa, em Porto Alegre ­ RS. Foram inúmeras conquistas durante o seu período co­ mo competidor. Agora em 2022, Kitadai decidiu en­ cerrar sua carreira competitiva ao acei­ tar o convite da Associação Austríaca de Judô para ser o técnico da seleção júnior daquele País. Depois de contratar a treinadora e campeã olímpica Yvonne Bönisch no início de 2021, a Associação Austríaca de Judô anunciou oficialmente seu no­ vo treinador, o brasileiro Felipe Kitadai, que visitou Viena para os acertos fi­ nais, e que cuidará da preparação, co­ mo técnico nacional, da seleção júnior (Sub­21 e Sub­23). Na seleção brasileira, Kitadai fez parte de uma das gerações mais vitori­

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osas do judô brasileiro, defendendo as cores do Brasil ao lado de outros gran­ des atletas, como Luciano Corrêa, Tia­ go Camilo, Leandro Guilheiro, Rafael Silva e Charles Chibana, seu grande parceiro. Foram 13 anos vestindo o judogi do Brasil e representando o país sem­ pre com muita coragem, honra e supe­ ração. Seu estilo de luta agressivo, técnico e incansável o fez conquistar, além da medalha olímpica, sete títulos continentais e mais de uma dezena de medalhas em etapas do Circuito Mun­ dial IJF. Em 2010, ainda iniciando sua cami­ nhada com a seleção, ele chocou o mundo do judô ao vencer uma das len­ das da modalidade, o japonês Tadahiro Nomura, único tricampeão olímpico de judô, na Copa do Mundo de Roma. Kitadai ainda representou o Brasil


nos Jogos do Rio 2016 e ficou em séti­ mo lugar após cair na repescagem. Es­ pecialista em superação, ele acreditou até o último hajime que poderia classi­ ficar­se também para os Jogos de Tó­ quio. Em 2019, venceu de forma contundente o Grand Slam de Baku e conseguiu o único resultado que o classificaria para o Mundial de Tóquio. Mas, com o adiamento dos Jogos o ca­ minho ficou mais difícil para o judoca e ele não conseguiu chegar a sua tercei­ ra participação olímpica. Em homenagem à história e contri­ buição de Kitadai ao judô nacional, a Confederação Brasileira de Judô outor­ gou­lhe a faixa vermelha e branca de 6º Dan, uma das graduações mais al­ tas e prestigiosas do judô. “Comecei o judô com o incentivo total dos meus pais aos 5 anos, faixa branca, sem pretensão alguma, e hoje me emociono em ver tudo o que con­ quistamos. Eles estavam comigo em todos perrengues, me ergueram nos momentos mais complicados, celebra­ ram comigo a nossa medalha olímpica e, hoje, em mais essa conquista, a pro­ moção à Kodansha. O judô é o cami­ nho suave, mas não é nada fácil. Mas, com certeza, ele é muito gratificante” disse Kitadai. “Agora, chegou a hora de seguir em frente. Estou diante de novos desa­ fios. Encerro minha carreira de atleta e assumo uma nova empreitada. De co­ ração, serei eternamente grato ao judô”, escreveu em carta de despedi­ da. “Conquistei muito mais que meda­ lhas e títulos. Fiz amigos, construí uma família e criei laços que nunca mais 83

vão se desfazer. Fui muito feliz, me di­ verti muito com o judô e espero ter, com meu trabalho e dedicação, contri­ buído na história desse esporte fantás­ tico”, finalizou o judoca. Perfil Kitadai Felipe Kitadai do Brasil ganhou o bron­ ze nos Jogos Olímpicos de Londres 2012. Ele terminou em sétimo nos Jo­ gos Olímpicos de 2016. Kitadai ganhou ouro nos Jogos Pan­Americanos em 2011 e prata em 2015 em Toronto. Ele competiu em Campeonatos Mundiais desde 2010, 5º em 2015. Ele venceu o Campeonato PanAm seis vezes 2011­ 2016 e foi Campeão Mundial Militar em 2015. Ele conquistou a medalha de ou­ ro no Grand Slam em Baku em 2019 e o bronze por equipe mista mundial em Tóquio em 2019. Aposentou­se em 2021 e agora é oficialmente treinador júnior na Áustria.



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