A dificil outrina do amor de deus d a carson

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da santidade de Deus contra o pecado. Onde não há peca­ do, não há ira mas sempre haverá amor em Deus. Onde o Senhor, em sua santidade, confronta os rebeldes que le­ vam a sua imagem, deve haver ira, ou Ele não é o Deus ciumento que afirma ser, e a sua santidade está impugna­ da. O preço de enfraquecer a ira de Deus é, igualmente, diminuir a sua santidade. Este ponto é tão importante que devo ir um pouco adi­ ante. É difícil ler as páginas das Escrituras sem perceber que a ira de Deus, embora seja uma função de sua santidade contra o pecado, tem em si um poderoso elemento afetuo­ so. Assim, distanciar Deus grandemente da ira com base em uma forma de impassibilidade, logo lança sombras à sua santidade. Alternativamente, esta assim chamada ira, despersona­ lizada e sem emoção, é redefinida como um antropopatismo que na verdade está falando sobre os efeitos impessoais, im­ parciais e inevitáveis do pecado em uma pessoa ou cultura. Este foi o caminho de C. H. Dodd durante a década de 1930. O sentido na época, como agora, é que a significância da cruz muda. Se Deus não está realmente irado, é difícil ver por que qualquer lugar deva ser preservado para a propiciação. Mas voltaremos a este ponto. Além do mais, neste caso, retroceder para a distinção entre a Trindade eminente e a Trindade regrada seria de­ sastroso. Esta é a tática da argumentação de que Deus, na forma como Ele é em si mesmo (a Trindade imanente) é imune à ira, enquanto que Deus quando interage com os rebeldes (a Trindade regrada) mostra a sua ira. Mas devido ao fato da ira de Deus ser uma função de sua santidade, isto nos deixa em uma posição dúbia: podemos pensar que o Senhor esteja menos preocupado em manter a sua santida­ de do que com a sua interação com a ordem criada e caída.

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