LS_000DR - Livro #03

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Nada aconteceu. A princesa, que estava vestindo uma lingerie preta que mostrava seus frágeis, finos e pálidos branços, parecidos com porcelana, continuava a dormir. Damon percebeu que as unhas de seus pequenos dedos estavam pintadas da mesma cor escarlate que seu cabelo. As duas grandes velas pretas num pilar exalavam um perfume sedutor, funcionando também como relógios: assim que elas queimavam, era possível dizer as horas. A iluminação era perfeita... Tudo estava perfeito... Exceto que Jessalyn ainda estava dormindo. Damon tossiu novamente, mais alto — e deu um tropicão na cama. A princesa acordou, levantando-se e, simultaneamente, tirou duas lâminas de seu cabelo. — Quem é? Tem alguém aí? — Ela estava olhando para todas as direções, menos para acerta. — Sou só eu, Vossa Alteza. — Damon usou sua voz baixa, mas cheia de necessidade não correspondida. — Você não precisa ter medo. — Acrescentou, agora que ela finalmente havia chegado à direção certa e o viu. Ele se ajoelhou ao pé de sua cama. Seus cálculos estavam um pouco errados. A cama era tão grande e alta que o peito e a faca ficaram muito abaixo da linha de visão de Jessalyn. — Veja, tirarei minha vida. — Anunciou ele, muito alto para se certificar de que Jessalyn estava acompanhando a encenação. Depois de um momento ou dois, a princesa foi com a cabeça em direção ao pé da cama. Ela equilibrou-se entre suas duas mãos, os ombros estavam mais próximos dela. A esta distância, ele podia ver que seus olhos eram verdes — um verde complicado consistido de muitos anéis e manchas. No início, ela apenas apenas sibilou para ele e levantou suas lâminas, cujos dedos mostravam as unhas vermelhas. Damon se aborreceu com ela. Ela iria aprender, com o tempo, que isto não era realmente necessário, que na verdade isto já tinha saído de moda há decadas atrás no mundo real, e só era mantido vivo por causa dos filmes antigo e de ficção. — Aqui, aos seus pés, eu me matarei. — disse ele novamente, para ter certeza que ela não perdera nenhuma sílaba, ou a frase inteira, desta conversa. — Você... Vai? — Ela ficou desconfiada. — Quem é você? Como entrou aqui? Por que você faria uma coisa dessas? — Cheguei aqui através de minha loucura. Fiz isso porque sei que é loucura e não posso mais conviver com ela. — Que loucura? E você vai fazer isso agora? — A princesa perguntou com interesse. — Porque, se não for, eu terei que chamar meus guardas e... Espere um minuto. — Ela interrompeu-se. Ela pegou a faca antes que ele pudesse detê-la e a lambeu. — Isto é uma lâmina metálica. — Ela lhe disse, jogando-a fora. — Eu sei. — Damon deixou cair a cabeça, para que seu cabelo cobrisse seus olhos, e disse dolorosamente: — Eu sou... Um ser humano, Vossa Alteza. Ele secretamente observou através de seus cílios e viu que Jessalyn se iluminou. — Eu pensei que você fosse só algum tipo de vampiro fraco e inútil. — disse ela distraidamente. — Mas agora que posso olhar para você... — Uma língua cor-de-rosa igual a uma pétala saiu e lambeu seus lábios. — Não há razão para disperdiçar as coisas boas, não é?


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