Caderno Especial Macatuba 116 anos

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Especial de Macatuba

Caderno Especial Macatuba 116 anos - do jornal SabadĂŁo do Povo - 11 de junho de 2016

ParabĂŠns

Macatuba

116 anos


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Como se estivessem nas mãos do oleiro, vidas se transformam A experiência pessoal, inúmeras vezes, é a melhor forma para que as pessoas enxerguem o quanto podem ser importantes na vida das outras. Com Valdecir José Lemes,fundador e coordenador da Comunidade Terapêutica Casa do Oleiro foi assim. Hoje, a entidade, que fica na Fazenda Santo Antônio do Campinho, atende dependentes químicos e busca ampliar sua atuação na região. Até agora, cerca de 270 residentes passaram pelo local. “A Casa do Oleiro surgiu dentro de um processo de internação que passei no decorrer de minha vida, como usuário de drogas. Em 2009, quando estive em tratamento no Esquadrão da Vida, em Bauru, me espelhei em um jovem que tinha um ótimo comportamento e um bom relacionamento com Deus, comecei a ter amizade com ele, e começou a despertar a minha vida espiritual. Comecei a ter um relacionamento com Deus, fazíamos pequenas vigílias de madrugada, períodos de

Reuniões de partilha e amizade orações, orava muito pela minha esposa e filhas, quando Deus começou a falar, em meu coração, que deveria orar pelos dependentes das drogas. Assim começou a Casa, lugar de transformação de vidas, que hoje tem pouco mais de cinco anos”, lembrou Valdecir. A Casa do Oleiro atende usuários de drogas, hoje principalmente, no apoio espiritual, mas conta com atendimento de profissionais psicólogos, dentistas, médicos em

geral. “Objetivo é mostrar que existe vida após as drogas e encaminhar para um emprego assim que terminarem o processo de tratamento, que é de sete meses”, disse Valdecir. A parceria com voluntários começa a se fortalecer, o que melhora ainda mais a atuação de todos. “Estamos começando a nos reunir também com o Comad, CAPS, igrejas e associações para juntos nos fortalecermos e podermos ajudar mais o nosso município, não

só no combate ao uso, mas também na prevenção”, avaliou. Por ser entidade sem fins lucrativos, quem quiser ajudar a Casa do Oleiro tem mecanismos legais para isso. “Empresas e pessoas que quiserem nos ajudar podem entrar em contato. Toda ajuda é bem vinda, como a doação de alimentos, roupas, produtos de higiene e limpeza. Temos empresas de Lençóis Paulista e Macatuba que já nos ajudam”. Um dos projetos em

andamento é a adaptação de tanques para criação de peixes, que deve contribuir muito com a manutenção da Casa. “Vamos criar tilápias para o nosso consumo e também comercializar, para o nosso auto-sustento, aproveitando a bela represa que temos, com abundância de água de ótima qualidade”, adiantou o coordenador. Com planos para o futuro, ele pretende manter e ampliar o atendimento que oferece atualmente. “Queremos ajudar qualquer pessoa que precisar, de qualquer região. Hoje temos 30 leitos e estamos com 18 residentes, que é como nos o chamamos. Temos residentes de Lençóis, Macatuba, Bauru, Pederneiras, São Paulo, Barra Bonita, entre outros municípios. Um dos maiores planos para o futuro está a criação da versão feminina e para menores da Casa. “Assim que tivermos bom alicerce, com uma boa qualidade de tratamento e situação financeira, va-

mos lutar para a Casa do Oleiro feminina por que nossa região está necessitando deste trabalho, além de atender menores de idade, dentro do que determina a lei”. Por enquanto, um dos eventos da Casa do Oleiro é a Terceira Passeata do Amor Contra as Drogas, que será realizada no próximo dia 25, dentro da programação de aniversário de Macatuba. A passeata sai do estádio Amadeu Artioli, às 15h, seguindo pela Avenida Coronel Virgílio Rocha, com destino à Praça Mario Galassi. “Lá serão apresentadas peças teatrais, louvores, testemunhos de pessoas que tiveram dificuldade com as drogas e hoje estão libertas. Tragam cartazes,faixas de frases contra o uso de drogas estamos convidando a todos sem separação de igrejas, credo ou religião”, convidou Valdecir. A passeata também irá marcar o Dia Internacional do Combate às Drogas, lembrado anualmente, no dia 26 de junho.

Casa do Oleiro aprimorou condições de atendimento e hoje abriga pessoas vindas de várias cidades do país; clima é de transformação pessoal


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Saindo da praça de volta à vida A iniciativa de um macatubense e seu olhar humanitário para pessoas que viviam à margem da sociedade contagiou, há cerca de três anos, outras pessoas. Hoje o Grupo União faz um trabalho de redução de danos junto a dependentes do álcool e de drogas, que vivem em situação de rua, e com apoio do CAPS, de Macatuba, e outros profissionais, estão, aos poucos, retomando sua cidadania. A ideia de levar um simples café da manhã para os homens que “moravam” na praça Cristo Rei, no Jardim Bocaiuva, foi de Sílvio Sérgio Pereira, funcionário público lotado na Delegacia de Policial, da cidade. Porém, para fazer a coisa certa, Fivo, como é conhecido, procurou orientação com Fábio Luiz de Campos Trentin, enfermeiro e coordenador do CAPS (Centro de Atenção Ppsicossocial). O grupo era conhecido da região por permanecer na praça, sempre consumindo bebida alcóolica, e causar constrangimento aos moradores próximos e pessoas que passavam pelo local, por seu comportamento. A princípio, para Fivo, o objetivo era apenas garantir que aquelas pessoas se alimentassem dignamente

ao menos uma vez no dia. Mas, com o envolvimento de todos, ao invés de simplesmente serem levados para outro local, as pessoas passaram a serem tratadas com respeito e amizade. “A gente tem que arregaçar as mangas e ajudar. São pessoas doentes, que precisam ser tratados”, afirmou Fivo. “Não queríamos varrer a “sujeira social” para debaixo do tapete, simplesmente tirando essas pessoas dali e levando para outro lugar”, completou Fábio. O resultado foi que, com o passar do tempo, além do café da manhã, os moradores da praça passaram a ter acompanhamento psicológico, de assistência social e médico por intermédio do CAPS, que tem atendimento também voltado a este público. Além disso, os voluntários Marlí de Lucca Passos, Alberto Matiello Dias e José Vitor Mariano passaram a ajudar Fivo em suas ações, que incluem orientação espiritual aos participantes. Devido ao grau de dependência, foi preciso tempo, dedicação e paciência até que o grupo percebesse que tinha nos voluntários pessoas de confiança, dispostas a ajudá-los a retornarem suas vidas, especialmente através do tratamento con-

Local é ponto de encontro por homens atendidos pelo Grupo União tra a dependência química. “O que fizemos foi mostrar o que tínhamos para oferecer, formar um vínculo. Eles passaram a respeitar nosso trabalho, ao invés de temer, porque antes eu só ia até a praça quando havia determinação de internação compulsória. Conseguimos internar muita gente na Casa do Oleiro, que nós dá um suporte muito grande. Outros foram encaminhados para hospital psiquiátrico, muitos se perderam e outros continuam lá. Mas, estes, na nossa presença, demonstram respeito. Só não podemos forçar a fazer o que não

Cada cidadão de Macatuba constrói sua história com amor, dedicação e trabalho, por isso, todos nós hoje temos muito a comemorar. Parabéns povo macatubense!

Marcos Olivatto

querem. É preciso que eles queiram mudar de vida”, afirmou Fábio. O trabalho tem apoio também da Pastoral da Sobriedade. Atualmente, a média de atendidos é de 20 homens. “Eles estão aparecendo, buscando ajuda para tratamento”. E o trabalho começa a ter efeito também nas famílias dos atendidos. “Na maioria das vezes, a família se cansou de tentar ajudar, pois são anos e anos de dependência, mas apesar de termos quem ainda fica na praça, muitos estão conseguindo voltar para seus familiares. Eram pessoas invisíveis que estão

voltando para a sociedade”, contou Fábio. A nova fase do projeto é oferecer atividade laboral para o grupo, através da criação de uma horta comunitária, cujos produtos cultivados por eles seriam destinados gratuitamente para suas próprias famílias. “Este seria o próximo passo. Temos o vínculo com eles, então quem quiser trabalhar vai poder”. Segundo Fábio, a horta tem apoio da Prefeitura Municipal. Além disso, os voluntário também atuam para quebrar o preconceito que a sociedade criou em torno do grupo

de ocupantes da praça. “Isso acontece, quando descobrem o histórico, a história de vida de cada um. Apesar da imagem de homens fortes, sem trabalhar, ali na praça ser ainda impactante socialmente, estamos tentando mostrar que são pessoas doentes, que precisam de tratamento”. O efeito da redução dos danos, de acordo com Fábio, deve ser medido oficialmente através de índices que os voluntários pretendem reunir, tendo como fonte registros das polícias Civil e Militar e do Pronto Socorro, entre outros. “Muitos me falam que é loucura, que estamos enxugando gelo, mas enquanto vejo que um ou dois tiveram resultado, acredito que o terceiro ou quarto virão. Mas, se eu apenas ficar olhando, o gelo apenas vai derreter e ninguém vai fazer nada. Nossa redução é natural, não é clássica, é redução no consumo e nos conflitos. Precisamos comprovar que está funcionando para nos orientar e buscar outros apoios”, concluiu Fábio. “É prazeroso ver os primeiros resultados e estamos vendo os resultados. Quando a gente se apega a Deus, tudo dá certo. O remédio é o amor ao próximo, assim sempre há resultado”, afirmou Fivo.

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Câmara de Vereadores apoia projetos solidários e assistenciais A Câmara de Vereadores é responsável por aprovar, ou não, os projetos apresentados pela administração municipal voltados para atendimento da população carente da cidade. Na semana em que Macatuba completa 116 anos, o presidente da Câmara da cidade, Marcos Góes comenta sobre a importância do papel de entidades e ações sociais e voluntárias, voltadas para amparo de famílias carentes. “As ações preenchem lacunas deixadas pelo poder público, não são importantes apenas para as pessoas menos favorecidas, mas quando colocadas efetivamente em prática, possuem a capacidade de melhorar a qualidade de vida de toda população”, diz. Sabadão do Povo: Este é um ano de mudanças para os município, devido às eleições. Qual sua expectativa em relação ao que pode melhorar em Macatuba, a partir do ano que vem? Marcos Góes: É imprescindível que o novo prefeito mantenha diálogo constante com os vereadores. O Executivo tem que estar afinado com o Legislativo, o próximo prefeito tem que procurar mais o Legislativo, precisa ter uma comunicação maior com os vereadores para fazer uma boa administração. Já se passaram três anos e meio do mandato, e o que sentimos na população é a falta de manutenção, até mesmo

dinamizado as coisas; de ter fechado a gestão com transparência e ter feito o mais transparente possível. Fazer com que o povo tenha mais participação. Fazer com que esta Casa seja não só seja dinâmica mas, também, auxiliar com que os vereadores façam os seus mandatos com muito respeito.

dos os serviços básicos, principalmente nas áreas de Saúde e Educação. Precisamos com urgência de um novo Distrito Industrial, a população precisa de empregos, a geração de renda no município é uma grande preocupação, pois o jovem que se forma aqui tem que sair para conseguir entrar no mercado de trabalho. SdP: O que acredita que seja o maior desejo ou necessidade do macatubense em relação a essas mudanças? MG: Uma administração séria, baseada no desenvolvimento industrial e comercial, manutenção dos serviços básicos, mas com promessas que podem ser cumpridas. Acredito que metas a curto prazo levam a metas a longo prazo, ou seja, primeiramente teremos que “arrumar” a casa. A cidade carece de muitas coisas. Tenho andado nas ruas e as pessoas me perguntam sobre as promessas do prefeito, como casas populares, UTI, creche 24 horas, novo Distrito Industrial e tantas outras promessas não cumpridas. O maior anseio da população é uma vida melhor, garantia do básico em Educação e Saúde e novos empregos, novas empresas. Isso é essencial para desenvolvimento de qualquer município. Claro que devemos considerar que o país passa por uma séria crise econômica, mas o bom administrador

Marcos Góes: apoio da Câmara a boas práticas deve saber administrar nas horas boas e ruins. SdP: Como foi cumprir o papel de presidente da Câmara em seu primeiro mandato? Pode ajudar de alguma forma as entidades e grupos que promovem ações sociais? MG: Foi uma gestão de responsabilidade e seriedade. Foi feito o possível para pautarmos os trabalhos dentro das normas e preceitos da ética política. Um desafio muito grande, mas encaro esta situação com naturalidade, pois não estou sozinho nesta empreitada, temos o apoio dos colegas e principalmente da comunidade. Atualmente respondo pela presidência, mas antes de tomar qualquer decisão temos a humildade de ouvir os outros pares. En-

tendemos que o mandato não é nosso, e sim, da população macatubense. Dentre muitos projetos, destaco a Rádio Câmara que deu acesso a toda a cidade, assim, as pessoas que não têm como se deslocar, ouviram os vereadores pelo rádio. Foram aprovados muitos projetos de subvenção para ONG São Francisco, APAE, Associação de Pais e Mestres, dentre outras. A Câmara Municipal está sempre atenta em seu dever de legislar e fiscalizar, mas também cada vereador sempre está em busca de emendas com deputados estaduais e federais. Em suma, fecho este ano o mandato com alegria. Feliz por ter instalado a Rádio Câmara, projetos como Aluno Nota 10, de ter

SdP: O quanto acredita que seja importante para a cidade, especialmente para a população mais carente, as ações sociais dos grupos e entidades locais? MG: As ações sociais são de suma importância, ações voltadas ao bem da comunidade têm potencial, gerando ganhos para todos os envolvidos, assumindo a responsabilidade de desenvolver projetos sociais que caberiam ao governo, mas que este não consegue cumprir. Vale dizer que as ações preenchem lacunas deixadas pelo poder público, não são importantes apenas para as pessoas menos favorecidas, mas quando colocadas efetivamente em prática, possuem a capacidade de melhorar a qualidade de vida de toda população, como por exemplo, a diminuição da violência proporcionalmente à ampliação do sistema público educacional de qualidade. Uma população educada, respeita mais o meio ambiente, os idosos, as crianças, as leis, os limites de cada um, enfim colaboram na construção

de um mundo melhor. SdP: Em que acredita que o município se desenvolveu nestes últimos anos e em que ainda precisa melhorar, em relação às ações voltadas para as pessoas mais carentes? MG: Acredito no município e na vida como uma grande engrenagem, que precisa de todas as peças para funcionar. Com base nisso, o município precisa melhorar em diversas áreas, deve-se pensar no desenvolvimento industrial, tenho informações que existem empresas com ótimo grau de desenvolvimento, sem local para expandir suas atividades, mas infelizmente o município não possui local para oferecer, ou seja, trava o empresário, trava a população que não tem emprego, trava o comércio local, por isso uma grande engrenagem. Claro que deve existir políticas públicas direcionadas à população carente, mas com certeza, essa população carente deseja não só ajuda mensal, mas um emprego decente, lazer, educação e saúde de qualidade, somente assim, construiremos um município forte e bem alicerçado. Quero agradecer a todos pelo apoio nesses anos como vereador, e nesse biênio como Presidente da Câmara, enfatizar que a Casa está de portas abertas para todos munícipes, queremos ouvir e lutar a favor do clamor popular.


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Amor em Rede também em Macatuba Cerca de 15 voluntárias e colaboradoras se dedicam à produção de guardanapos, tapetes, toalhas e outras lindas peças que são a principal base dos recursos da Associação das Voluntárias de Macatuba, entidade que há 19 anos mantém o atendimento de pacientes em tratamento com câncer. Izabel Aparecida Gimenes Daré, ou Cida Daré, presidente da entidade, e Maria Bernadete F. Arantes, explicam que a Rede mantém um consórcio, onde as pessoas retiram em produtos o valor que pagam durante o ano. A entrega é feita duas ou três vezes ao ano, como aconteceu na útlima quartafeira, dia 1º. Todo material, como linha, pano e barbante são doados pela própria entidade e quem quer ajudar apenas empresta o

talento e a mão de obra. Com o que arrecada, a entidade atende com leite, cesta básica, vitaminas, fraldas geriátricas e cesta de frutas cerca de 30 pacientes na cidade. Também fornece medicamentos, quando não há disponível na Farmácia do Povo e custeia a realização de exames e dietas especiais quando o paciente tem esta necessidade. O que garante uma expressiva melhora na qualidade de vida dos pacientes. “Às vezes, quando demora muito para fazerem exames, a gente também ajuda. A gente mantém a característica da rede, de atender em tudo o que o paciente precisa”, explicou Cida. Atualmente, a redução na ajuda de voluntárias e colaboradores é o maior problema enfrentado pelo grupo solidário. “Nós temos muita

Ação voluntária para uma causa muito nobre: o bem estar e a vida do próximo credibilidade em doações, o que pedimos as pessoas doam mesmo, graças a Deus. Mas, realmente temos muita dificuldade com a mão de obra, que diminuiu muito,

muito mesmo”. O temor das voluntárias é que daqui há algum tempo não existam mais pessoas que se dediquem ao crochê, bordado e pintura em tecido.

“Este trabalho não pode ter fim. O artesanato é a principal atividade que precisamos de apoio. A gente sobrevive com isso. Não temos jovens que fazem esta atividade, nossas

voluntárias são idosas, na maioria, por isso temos medo que chegue uma época que isso tudo acabe”, ressaltou Cida. Mas, quem ainda se mantém produzindo voluntariamente, segundo Bernadete, faz o trabalho com muito amor, como mostram as peças produzidas. Como a voluntária de Borebi tem ajudado a entidade com a produção do crochê. “A pessoa não precisa nem vir aqui. A gente leva na casa da pessoa todo o material para ela produzir dentro dos seus horários”. Semanalmente, as voluntárias se reúnem às quartasfeiras, na sede para tratar dos assuntos da entidade. “É muito gratificante nosso trabalho, porque nos sentimos uteis. Tenho um amor enorme por este trabalho e não me vejo longe da entidade”.

Os trabalhos produzidos são todos revertidos ao projeto: dedicação, cuidado e carinho para ajudar ao próximo

Parabéns MACATUBA, pelos 116 anos! Parabéns povo macatubense! LENÇÓIS PAULISTA - BOREBI - MACATUBA

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Esporte e adrenalina salvam jovens em risco Apesar da Polícia Militar ser responsável pela segurança dos cidadãos, a distância entre os policiais e a comunidade, muitas vezes, é difícil de ser superada apenas com boa intenção, então é preciso agir. É isso que o policial militar Cabo Emerson Ângelo Harberkon vem fazendo em Macatuba, há cerca de dois anos e meio, com o Projeto Impacto de Artes Marciais oferecido a jovens, adultos e crianças. Segundo seu idealizador, o projeto é voltado para toda a população, mas especialmente para jovens que tenham algum tipo de envolvimento com drogas. As aulas de Jiu Jitsu impõem para os partici-

Alunos do Projeto Impacto, desenvolvido pantes a disciplina das artes marciais, que deve nortear a conduta dos interessados. Quando as aulas começaram, em uma antiga garagem da sede da Polícia Militar, a ideia era apenas aproximar PM e comunidade, mas com apoio do CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente) e do Conselho Antidrogas do município, a iniciativa foi sendo norteada para atender também jovens que tivessem envolvimento ou corressem risco em relação as drogas. Para Harberkon, o esfor-

ço físico imposto nas aulas e a adrenalina que o praticante de artes marciais consegue liberar, algumas vezes, dão uma sensação tão boa que substituiu o uso de drogas. E é esse tipo de satisfação que o projeto quer oferecer através do esporte. O policial conta que a iniciativa deu tão certo que jovens internos da Casa Abrigo, que antes tinham repulsa à Polícia Militar hoje são amigos do Cabo, devido a frequência das aulas. Além disso, a procura cada vez maior de jovens interessados

em participar fez com que Harberkon tivesse que contar com outros professores, Denis e Bruno, além de outros três voluntários. As aulas acontecem de segunda a quinta-feira, das 18h às 21h. Nas sextas são oferecidas aulas de muai tai. “A gente quer isso, que as pessoas possam superar seus problemas e consigam ampliar seus horizontes”, orienta o professor policial. Atualmente, cerca de 60 alunos frequentam as aulas, que são totalmente gratuitas. Como a procura é cada vez

maior e os resultados apareceram, o objetivo é ampliar o projeto, levando as aulas para as escolas do município e assim possibilitar que mais jovens e crianças participem. “Estamos sempre empenhados em mostrar o valor das pessoas como cidadãos. Mesmo quem se envolveu com algum tipo de crime, tem que ver que existe uma possibilidade, uma oportunidade de mudar de vida. Estamos valorizando quem é bom e quem quer melhorar”. Como resultados do projeto que já podem ser medidos, o professor menciona dois exemplos. O primeiro são os ótimos resultados que os participantes alcançam em competições dentro e fora de Macatuba. “Além de treinar, é importante para essas crianças

e jovens mostrar o quanto se desenvolveram no esporte e na vida, de forma geral”. O outro resultado é prático e tem reflexo na sociedade. O policial conta que houve uma significativa melhora nas reclamações por perturbação do sossego, desde que as aulas começaram. “Antes, quando íamos apurar uma ocorrência deste tipo, éramos hostilizados. Hoje, quando chegamos aos locais tudo se resolve com mais tranquilidade e apenas com diálogo. Os participantes do projeto se preocupam com seu próprio comportamento, por medo de serem afastados das aulas”, contou. Para Harberkon, o projeto se transformou em uma alternativa social importante para jovens que corriam um sério risco em seu futuro.

Aulas dão oportunidade a jovens e adultos

Para os pequenos, com todo carinho Enquanto Macatuba comemora seu aniversário, o macatubense Adão Valério já pensa no mês de outubro, quando espera realizar a Festa do Dia das Crianças pelo 14º ano seguido. O voluntário realiza a maior festa em comemoração ao Dia das Crianças, apenas com doações que arrecada com sua Equipe Carisma. Ele conta que, além das bençãos de Deus sempre pode contar com os comerciantes e moradores da cidade, que se unem em doações

para garantir que todas as crianças que queiram ir ao CART no dia 12 de outubro tenham um dia especial, para comer cachorro quente, algodão doce e pipoca, e tomar refrigerante, enquanto se divertem umas com as outras. No ano passado, Adão lembra que foram cerca de quatro mil crianças, e para elas cerca de cinco mil pães e 160 quilos de salsicha, além de bala e outras guloseimas. A festa começou como uma brincadeira entre ami-

Festa no ano passado repetiu sucesso; organizadores já buscam apoio

gos, que lamentavam que as crianças da cidade não tivessem um dia especial. Hoje, além de Adão e Vera Lúcia de Souza, que é da equipe Carisma, cerca de 50 outros voluntários se unem no dia da festa para atender a criançada. A data 12 de outubro é sempre respeitada, segundo Adão. Assim, a festa ode ser em um sábado ou em uma segunda-feira, não importa. Em qualquer dia da semana as crianças terão o seu dia especial, se depender do esforço dos voluntários.


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Programação tem esporte, música e caminhada contra drogas Para comemorar os 116 anos de Macatuba, amanhã, a partir das 9h, haverá desfile cívico com tema Jogos Olímpicos, da Grécia Antiga à Modernidade. Alunos e professores das escolas do município percorrem a avenida Coronel Virgílio Rocha. Mas, a programação de aniversário tem a maior previsão de eventos na segunda-feira, dia 13, dia do aniversário da cidade e feriado em Macatuba. A partir das 8h, na quadra de esportes do Mário Rosa e Campo do Nenzão (Jardim Esperança e Sonho Meu) acontece o Festival Esportivo dos 116 anos da cidade. Às 19h30 será celebrada missa solene em Ação de Graças, na igreja Matriz de Santo Antonio, e a partir das

21, na praça da igreja acontece show de música com a banda Dona Encrenca. Após o feriado, na terça-feira, dia 14, tem Festival do Livro, a partir das 8h, no Teatro Municipal. A Copa Regional de Futebol Society acontece no dia 18, no Campo do Santa Rita e, no mesmo dia, tem work shop de artes marciais e dança, no ginásio de esportes Brasílio Artioli, a partir das 9h.

No dia 19 tem encontro de carros antigos, no Centro de Lazer do Trabalhador, e no dia 25, às 15h, 3ª Caminhada do Amor, saindo do estádio Amadeu Artioli (Campão). No dia 26, tem Cultura na praça Alfredo Belphman e encerrando a a programação, no dia 29, às 10h, inauguração do Espaço de Leitura Abigraf, na praça do projeto Mário Rosa, no Jardim Esperança.

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A Eletro Santa Clara está junto de você, macatubense! Parabéns pelo aniversário de 116 anos dessa cidade maravilhosa

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Água Viva:

O futuro endereço da busca pela libertação Em breve, Macatuba deve contar com uma Casa de Passagem que vai ampliar e qualificar o atendimento que já é prestado a pacientes dependentes de álcool e drogas. A Associação Água Viva pretende concluir, até o final deste ano, a casa do projeto Resgatando Vidas, obra retomada há cerca de três anos, pouco depois da nova diretoria assumir a entidade, e que é mantida exclusivamente por doações múltiplas e a colaboração dos associados. A atual presidente Maria de Lourdes Francisco da Silva contou que a Associação existe há cerca de 15 anos, mas há cinco, com a mudança da então diretoria, ela e o marido João Ribeiro Sobrinho sentiram que deveriam dar continuidade à proposta de ajudar dependentes químicos a se livrarem da doença e a homens e mulheres retomarem sua dignidade e cidadania perdidas. A presidente conta que na época que a antiga

diretoria ia devolver para Prefeitura de Macatuba a área onde está sendo construída a casa, ela teve uma experiência espiritual, que apontou o caminho que deveria seguir para ajudar quem precisava. “Estava na igreja adorando Jesus Eucarístico, quando sai, atravessando a praça, vi um homem desmaiado em um banco, sujo, exalando mau cheiro e com moscas saindo de sua boca. Quando vi aquilo, virei o rosto e fiquei com nojo. Na mesma hora foi como se ouvisse Jesus me dizer: ‘Ei, estou aqui. Olha para mim. Você dizia que me amava e agora virou o rosto para mim?’. A partir disso, partilhei o que tinha sentido com meu marido e resolvemos assumir o trabalho de vez, com outras pessoas que também tiveram chamados para trabalhar”, contou Lurdinha. Desde então, voluntários e associados também se empenham em concluir a obra. Mas, enquanto isso não acontece, o grupo

não esmorece e mantém o acompanhamento e encaminhamento para internações pessoas interessadas em se livrar da dependência. Toda quarta-feira, se encontram com pacientes e familiares na reunião de partilha, na capela Santa Rita. O projeto é desenvolvido em parceria com a Pastoral da Sobriedade, e tem apoio do CAPS, Centro de Saúde, Santa Casa e Prefeitura. Porém, para ter sucesso, segundo Lurdinha, é fundamental a participação da família. “Se a família não estiver preparada para recebê-los, quando retornam da recuperação, por exemplo, fica mais difícil manter a sobriedade. A família fica destruída e se torna codependente, por isso precisa de recuperação e cura também”. Na Associação, são cinco frentes de trabalho: prevenção, intervenção, recuperação, reinserção e atuação politica. Quando há necessidade de internação, elas são feitas geralmente em Pirajuí, onde

Sede, em construção, pode ser referência regional ficam o Lar Dom Bosco e Lar Santa Maria. Já foram encaminhadas cerca de 30 pessoas, mas que se recuperaram totalmente foram três. Atualmente, o proje-

to acompanha cerca de 15 pessoas, de todas as classes sociais, idades, com família ou em situação de rua. “O problema do álcool e das drogas está em toda a sociedade,

mesmo Macatuba sendo pequena. Não é um problema de cidades grandes e atinge todos os níveis sociais”, explica Lurdinha. “Queremos que a Casa da Passagem seja um endereço referência para quem precisa e busca ajuda. Que possa ajudar pessoas de toda a região, com terapia ocupacional, psicólogo, orientação espiritual. Mas, para isso precisamos de ajuda da comunidade. A sociedade precisa entender que a dependência é uma doença, e aprender que sozinhas as pessoas não conseguem se curar”, concluiu.

Plantar e colher cana de açúcar com SUSTENTABILIDADE. Esse é o nosso desafio e o nosso compromisso com o meio ambiente. PARABÉNS MACATUBA!

A FORÇA DA NOSSA REGIÃO


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Parabéns, Macatuba , pelos seus 116 anos !

A Zilor deseja à nossa cidade muitos anos de prosperidade e conquistas.


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