ARQUITETURA
s idéias que renovam a arquitetura de nossos A dias, se revestem de tal vigor que transformam a nossa época em uma das datas maiores da história dessa arte. Com efeito, a integração de homem, arte e ciência; a fôrça do poder inventivo; o tipo de relações que a arquitetura mantém com as outras artes expressam um estado de espírito, um novo humanismo, dir-se-ia, em uma escala não conhecida desde o Renascimento. No século XIX, a música e a pintura tinham sido capazes de renovar-se e de expressar condignamente a sua época - a arquitetura viveu a sua hora mais pretenciosa e vulgar - e escapa do totaZ desprezo da crítica e da história, por fôrça de um grupo de engenheiros que souberam puramente criar uma poética nova que transcende a técnica para ser arquitetura: Eiffel, Paxton e Roebling. Criavase a arquitetura contemporânea. A Segunda· Bienal não poderia esquecer êsse movimento - e monta a Exposição Internacional de Arquitetura que apresenta as idéias novas, com trabalhos procedentes de países de cinco continentes - e sente-se satisfeita de exibí-la junto à pintura e escultura, como manifestações do mesmo espírito de cultura do mundo moderno. E' significativo que, dentro da exposição, a atração maior seja a obra de uma das mais nobres figuras da arte contemporânea: Walter Gropius. Sua obra e exemplo, de artista, de professor e de homem, sintetizam a renovação plástica, a integração artística e o espírito de liberdade incondicional que anima o homem de hoje. Sua vida é um testemunho de fé nesse homem. S. Paulo orgulha-se de receber Walter Gropius. SALVADOR
CANDIA
Diretor-Secretário do Museu de Arte Moderno de São PouJo
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