O médico de qualquer coisa: coletânea de histórias

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O MÉDICO DE QUALQUER COISA: COLETÂNEA DE HISTÓRIAS

ESCOLA BÁSICA PROFESSOR EGAS MONIZ Massamá


Ficha técnica

Título – O médico de qualquer coisa: coletânea de histórias Autores: Alunos do 2.º ciclo da Escola Básica professor Egas Moniz, Massamá Professora orientadora: Helena Martins Professora bibliotecária: Odete Ferreira de Almeida Ano letivo 2020/2021


INTRODUÇÃO Inspirados na obra “O médico do mar” de Leo Timmers que as turmas do 6.º B, D e F da Professora Helena Martins da Escola Básica Professor Egas Moniz, leram como motivação ao trabalho de projeto que iriam desenvolver ao longo do ano, sobre o tema “Portugal e o mar”, os alunos responderam positivamente ao desafio lançado pela professora. Concentraram-se, deram asas à sua imaginação e fizeram nascer médicos de quase tudo. Cada um deles com os seus pacientes muito peculiares teria de cuidar das patologias inauditas de que padeciam e que os atormentavam. Constam deste ebook as seguintes histórias: •

Médica da Antártida/ Carol (6.º F)

Médica do céu/Riana (6.º B)

A médica das criaturas espaciais/ Rocil (6.º F)

A médica do deserto/ Besar (6.º B)

A médica dos escritores/ Matmar (6.º D)

A médica da felicidade/ Riza (6.º D)

A médica do Mundo/ Brimos (6.º B)

O médico da música/ Peonso (6.º F)

O médico das plantas/ MarMar (6.º B)

O médico da selva/ Nardo (6.º F)

O médico de tudo/ William (6.º F)

O médico de tudo o que for preciso/ Nônô (6.º D)

As ilustrações estão aquém do que as crianças são capazes de fazer, mas a sobrecarga de trabalhos e as circunstâncias excecionais em que este ano letivo ocorreu, atrasaram os trabalhos de ilustração das histórias.

Embora esta faixa etária não possa concorrer ao Prémio de Literatura Pingo Doce, decidimos enviar o link do ebook que se elaborou, e sugerir a criação de um Prémio de Literatura para Crianças e de Crianças.


MÉDICA DA ANTÁRTIDA

Autora: Carol Ilustradora: Carol


Eu sou a médica da Antártida e vivo aqui na Antártida desde muito cedo. Mudeime para cá desde pequena. Sempre quis ser médica e sempre adorei animais, por isso, quando vi que aqui, poderia cuidar das criaturas do “gelo”, como por aqui as chamam, apaixonei-me logo pela ideia. Todos os dias, por volta das 10h da manhã, recebo muitos clientes com diversas queixas e dores. Normalmente, ou é: Um urso polar com a pata magoada; coxeou desde o Ártico,

uma foca com dor de cabeça,

ou até mesmo raposas-do-Ártico, perdidas, com dor de barriga.

Mas um dia, não foi como os outros… e comecei-o com um cliente não muito normal que por lá apareceu … - Olá… O que o traz aqui? - Olá! – respondeu ele num tom preocupado – eu preciso da sua ajuda …. É urgente! – afirmou o pinguim.


- Ah, ok … – respondi a hesitar – mas, do que precisa? - A minha família inteira está infetada por uma doença contagiosa e nós não fazemos ideia do que possa ser. Eu e o meu irmão fomos os únicos que conseguimos escapar. Por isso peço-lhe que me ajude! - Ok, eu vou ajudar! – afirmei preocupada, mas entusiasmada ao mesmo tempo. E lá fomos nós até à casa do Pinguim.

Ele levou-me para a casa dele para eu conseguir ver o que eles tinham.

Quando lá chegamos, o irmão dele estava à nossa espera à entrada de casa, para nos receber.


E eu não estava à espera da quantidade de pacientes que lá ia encontrar…. Eram cinco pacientes e eu nunca tinha tido que tratar de tantos pacientes ao mesmo tempo! Por isso, fiquei um tanto preocupada, mas mesmo assim continuei e não desisti. Eles estavam num igloo, muito pálidos, todos amontoados e quase congelados de frio. Analisei-os e fiquei muito confusa. Eu nunca tinha visto uma coisa assim. Fiquei semanas e semanas a estudar sobre diversas doenças, a ler artigos e até a ver jornais antigos sobre o assunto, mas nunca encontrava nada que se encaixasse com o que lhes estava a acontecer.

Depois de muito tempo de pesquisa sobre o que aquela doença poderia ser, percebi finalmente o que aquilo era. Era uma doença muito contagiosa e rara, mas o problema era que a planta para fazer o antídoto, era muito rara e difícil de encontrar. Por isso, procurei em todo o lado até a encontrar.

Quando a encontrei, fiquei muito feliz e, sem mais demora, fui logo a correr para a casa do Pinguim para eles tomarem o medicamento o mais rapidamente possível, pois já estavam muito doentes e por isso, tinha que ser rápida.


Tomaram logo o medicamento e começaram a ficar melhor. Fiquei muito mais aliviada por ter conseguido entregar-lhes o medicamento a tempo. - Muito obrigado, doutora! Nem sei como lhe posso agradecer! - De nada Pinguim! É o meu trabalho e eu adoro-o.


A MÉDICA DO CÉU

Autora: Riana


Era uma vez, num mundo muito distante, onde havia diversos tipos de médicos, os médicos dos humanos, do mar, da natureza, dos animais e por aí fora. Mas médica do céu, só havia uma. O nome dela é Riana, mas todos têm o hábito de a chamar de Mari. Mari F, que sou eu, é claro! Estava num dia de trabalho bastante complicado, havia muitos pacientes feridos e a precisar de ajuda, mas oiço uma voz a chamar-me. - Ei! A senhora doutora poderia ajudar me? Olhei para trás e surpreendi-me ao ver um anjo com uma expressão de dor, olhei para as suas asas e reparei que uma delas estava partida.

- Oh céus! Um anjo por aqui? A sua asa! – Disse a última parte com um tom de voz alterado e com uma cara de espanto – como aconteceu isso? - Eu estava com os meus amigos anjos a aprender a voar, só que, de repente, caí em cima de uma casa de nuvens… e… isto aconteceu… - Respondeu com uma cara triste. - Oh! entendo… vá, entre na minha avioneta, rápido, tenho que o levar para o meu hospital. - Como assim um hospital? No céu? Impossível… Como é isso possível? – questionou o anjo enquanto se sentava ao meu lado dentro da pequena avioneta. - É um segredo…. Digamos que construí esse hospital com um material extremamente raro e mágico.


- Humm!… entendi… E posso saber como se chama esse hospital? - Mas que anjo mais curioso fui eu encontrar! Estou a brincar! O hospital chamase Hospital do Céu… Olhe só, chegámos – Disse-lhe eu enquanto aterrava a avioneta em cima de uma nuvem e apontava para um grande edifício de dez andares com uma enorme porta de entrada e centenas de janelas. - Uau!... – Exclamou o anjo com um brilho nos olhos.

- Siga-me, senhor anjo! - Pode chamar-me de Miguel. - Ok, anjo Miguel! Eu e o anjo entramos no hospital, passamos por vários andares e corredores até chegarmos a uma pequena sala. A mesma, tinha dentro dela uma maca, uma mesinha de cabeceira do lado dela, umas máquinas e três cadeiras. - Pronto, pode deitar-se aqui de costas viradas para cima para eu poder examinar a sua asa? - Às suas ordens! – O anjo deitou-se na maca como eu tinha pedido. Comecei a examinar a sua asa e ela estava realmente partida. Então utilizei uma gaze, encostei-a na asa, e limpei-lhe o sangue. Quando já estava tudo limpo, eu enrolei a asa do pequeno anjinho com gesso. - Então, então? Como está a minha asa? Diga! Diga!


- A sua asa está realmente partida… - Já calculava… - Lamentou-se Miguel com a sua cara triste novamente. – O que vai fazer quanto à minha asa, doutora? - Bom… Eu vou receitar-lhe uns medicamentos para a sua asa. – Peguei num papel, escrevi a receita e ergui a minha mão na sua direção com um papel cheio de nomes de medicamentos. - Muito obrigada! - Não me agradeça, como já tinha dito, este é o meu trabalho, e já agora, evite ao máximo voar enquanto a sua asa não estiver 100% curada. Assim que o anjo saiu do hospital, continuei a minha patrulha no céu. Já era de noite e estava o céu escuro. No meio da escuridão eu avistei uma estrela solitária, sem brilho a dirigir-se a mim.

- Olá pequenina, precisas de ajuda? – perguntei enquanto lhe dava um sorriso agradável. - S-sim… - Gaguejava a estrela com uma cara tímida e triste. - Oh, pequena, estás com vergonha? - N-N-não… E-eu só… - Calma… então, do que precisas? - C-como você p-pode reparar, o-o meu b-brilho… ele… desapareceu.


- Sim…. Venha comigo e entre na minha avioneta. A estrela assim o fez. Segui o mesmo caminho que tinha feito com o anjo Miguel até ao Hospital. Como a estrela era muito tímida, não trocámos quase nenhuma palavra pelo caminho. Eu levei-a até uma outra sala idêntica à anterior. – Pronto, deite-se aqui! Apontei para a maca que se encontrava ao nosso lado. E assim, a estrela o fez. Comecei a examinar a pequena com cuidado, até descobrir uma pequena ferida numa das suas pontas; só aí é que me lembrei de que naquele mundo, quando alguma estrela tinha uma ferida, o brilho dela desaparecia até cicatrizar. Com isto, coloquei um autocolante na ferida. - Pronto, não é nada de mais, foi só uma pequena ferida. - Então, doutora… como é que eu perdi o brilho? - Neste mundo, algumas estrelas perdem o brilho quando se ferem… Tente não fazer muitos esforços até o seu brilho voltar… combinado? - Sim, sim. Obrigada, doutora! Passaram-se duas semanas, e quando eu estava na minha patrulha diária, um cometa passou ao meu lado e eu, pensei que seria apenas um, mas olhei para trás para ver se o mesmo não estava a ser seguido por outros, mas estava enganada. A única coisa que eu consegui ver naquele momento foi um cometa a acertar numa das asas da minha pequena avioneta. A avioneta começou a girar. - Socorro, socorro! – Gritei desesperada. - Oh! - oiço uma voz gritar, mas não consegui identificar o dono dela! Quem será? Outro cometa acerta na outra asa, eu e a avioneta começamos a cair, até que alguém me agarrou, fazendo com que eu parasse de cair. Olho para cima e vejo o Anjo Miguel com várias estrelinhas pequenas que formavam um escudo resistente por detrás (de nós). -M-Miguel! A sua asa, não pode f-fazer esforços - Doutora, você salvou a minha vida, isto é o mínimo que eu poderia fazer pela senhora… - E vocês, estrelas, não precisam de arriscar a vossa vida por mim, ninguém precisa! - Está errada, o céu inteiro precisa de você, você é quem cuida e salva as nossas vidas. - disseram todos em coro. Eu não disse nada, porque já estava a ficar enjoada de tantas voltas e curvas que estávamos a fazer para nos desviarmos dos meteoros, não demorou muito até os mesmos pararem de cair. Miguel levou-me até a uma nuvem que não estava destruída e pousoume lá.


- Muito, muito, muito obrigada por salvarem a minha vida. Muito obrigada mesmo! – Disse eu enquanto ficava cada vez mais maldisposta. - Nós não fizemos nada, você salva a vida de diversas pessoas todos os dias, isto foi o mínimo que poderíamos fazer pela senhora – disse uma estrela, e todos concordaram de seguida. - Obrigada. Espera, que horas são? Meu deus, tenho que ir trabalhar! - Não, não, … você tem é que descansar, eu cuido disso! - Como? - Eu sou um anjo, posso ajudar as pessoas. - Mas assim você fica fraco. - Não importa! Você está pior do que eu. - Ok, está bem! Você venceu. - Muito obrigada, estrelas, vocês podem levar a doutora para o seu hospital? - Claro que sim! – Disseram elas em coro. E assim fizeram. Passei toda a tarde deitada numa maca do meu hospital.


MÉDICA DAS CRIATURAS ESPACIAIS

Autora: Rocil


Planeei ir a Marte fazer uma visita e ver se os extraterrestres estavam bem. Então, assim foi, peguei na minha nave espacial e fui a Marte. Trato de tudo um pouco, vejo extraterrestres com fome, constipados, que cheiram pessimamente, entre outras coisas. Quando cheguei a Marte havia muito movimento. Todos os extraterrestres estavam a trabalhar. Fui vagueando por lá, até que vi um, muito triste, a vir na minha direção. Eu saí da minha nave e perguntei-lhe: - Porque é que estás triste? Ao que ele responde: -F ui excluído do meu grupo de amigos! E eu, já com umas ideias na cabeça, respondi-lhe: - Eles excluíram-te, não foi? Então agora, tu vais mostrar-lhes que não estás afetado e que tens outros amigos com quem estar. Um pouco receoso, mas com certezas respondeu: - Pode crer que sim! Obrigada médica das criaturas espaciais! - De nada. - respondi-lhe.

Orgulhosa por ajudar um dos extraterrestres, segui caminho na minha nave espacial por Marte. Ao fim de um tempo, bem lá ao fundo, avistei um extraterrestre a andar muito mal, com umas patinhas para cima e outras para baixo. Decidi ir ter com ele e pergunteilhe: - Porque estás a andar tão mal e todo dorido? Ao que ele responde: - Queimei-me numa brincadeira com os meus amigos! - Anda cá ao pé de mim. Tirei a minha caixa de primeiros socorros de dentro da nave, faiz uns curativos com genoclautobia” (medicamento usado em Marte), recomendei a pomada “clautelosafeten” (pomada das queimaduras em Marte). Depois de feito o tratamento, a queimadura ficou logo boa, com os medicamentos mágicos.


O extraterrestre olhou para mim e disse-me: - Obrigada médica das criaturas espaciais, sem si nunca teria ficado bom! - De nada, sempre às ordens! - respondi-lhe eu.

Orgulhosa e feliz por ter cuidado de mais um extraterrestre, segui caminho por Marte fora até que vejo um extraterrestre muito pensativo e fui ter com ele. Chego ao pé dele e pergunto-lhe: - Porque estás tão pensativo? E ele responde: -Estou a pensar nos extraterrestres dos meus sonhos, Não consigo arranjar uma forma de a convidar para sair. - Arranjas-te, com uma fatiota toda bonita, um raminho de “floquesotas” (tipo de flores em Marte), ganhas coragem e convidas a extraterrestre dos teus sonhos para sair. Aliviado respondeu-me: - Muito obrigada, nunca tinha pensado na situação vista dessa forma, nem sei como lhe agradecer. - Não tens de quê, vai lá arranjar-te. - respondi-lhe eu.


Orgulhosa e feliz por o ter ajudado, segui caminho. Fui andando e encontrei um extraterrestre desorientado sem saber para onde ir. Fui ter com ele e perguntei-lhe: -O que se passa para não saberes onde ir? - Estou perdido, sem saber como volto para casa. - Estás tão stressado que nem paraste para pensar, se parares um bocadinho vais conseguir lembrar-te do caminho para casa. Respira fundo e vais ver que te lembras. expliquei-lhe. - Agora que parei já me lembro onde moro. Muito obrigada. - disse ele. - De nada. - respondi-lhe.

Orgulhosa por ter ajudado todos estes extraterrestres, estava de saída para o meu planeta, até que ao dar à chave da nave, ela não levantou voo. Em pânico e sem saber o que fazer, chegaram os meus amigos extraterrestres. Pedi-lhes ajuda. Organizaram-se uns em cima dos outros, saltaram todos ao mesmo tempo e ao saltarem, a minha nave desencravou. Sem saber o que dizer, agradeci-lhes muito, pois ao que parece se ajudarmos os outros em pequenas coisas, esse gesto é- nos retribuído.


A MÉDICA DO DESERTO

Autora: Besar Ilustradora: Besar


Todos os invernos, acompanhada com a minha moto quatro vou até aodeserto para ajudar alguns dos animais que lá habitam.

Passado algum tempo, lá encontrava o meu primeiro paciente. - Então olá, amigo camelo! – exclamei eu. - Olá, Médica do Deserto. – disse o camelo preocupado. - O que é que se passa? – perguntei. - Olhe, hoje de manhã quando acordei, sentia-me um pouco inchadonuma das minhas bossas, e pensei em vir falar consigo… Acha que me pode ajudar? – perguntou o camelo. - Claro! Vamos lá ver o que se passa…. Então pelo que vejo estás umpouco inchado na bossa de trás, é verdade ou não é? – disse eu. - Sim exatamente. – disse o camelo.


- Hamm… acho que já sei o que se passa! – exclamei eu. - A sério?! Por favor, diga-me. - Pelo que vejo, tens uma picada de escorpião na tua bossa. - E… e é muito grave? - Não te preocupes, que eu trato já disso, basta dar-te uma pica pequenina para desinchar. - OK, muito obrigado! - Vai, é demorar a fazer efeito. - Não faz mal. – disse o camelo.

- Um paciente já está!

Ao continuar o meu caminho avistei algo e perguntei-me:

- O que será isto a mudar de cor? - Sou eu HIC! HIC! o camaleão HIC.


- Ahhh, e porque é que não paras de mudar de cor? - Acho que é por causa destes soluços, HIC! HIC! mas não sei comoparar, por isso vinha-lhe perguntar…

- Ok, enquanto falavas, fui analisando, e acho que não andas a bebermuita água, pois não?

- Não, não ando.

- Então, já sei como fazer com que tu pares de soluçar. – disse eu. - A sério?! - Claro que sim…só tens de beber mais água! – exclamei. - Oh! muito obrigado. - Agora, toma e bebe lá água, para veres como te sentes melhor. - É verdade, já me sinto muito melhor. - Ainda bem. - Então adeus, Médica do Deserto. – disse o camaleão muito contente. - Adeus! – exclamei eu. De repente ouço a menina Lama gritar:

- Ajudem-me, ajudem-me, magoei-me muito, ajudem-me, ajudem-me!Foi então, que fui a acelerar até ela.


- O que é que se passa menina Lama? - Eu estava a correr quando, tropecei numa pedra e caí. – disse-me ela. - Onde te magoaste? – perguntei. - Na pata direita, atrás. - Hamm… Acho que está partida. - Oh não! Assim não posso correr mais! – exclamou preocupada amenina Lama.

- Nada disso, só tenho de te pôr uma ligadura à volta da pata, e ficasmelhor. – disse-lhe eu.

- A sério?! Muito obrigada. – agradeceu a menina Lama. - De nada e uma boa tarde. – disse eu orgulhosa com o que tinha feito.

Já era tarde e tive de ir para casa. Mas, quando estava a ir para casa aminha moto quatro enfiou-se mesmo em cima de um banco de areia, então gritei: - Socorro! Socorro! Estou presa num banco de areia. Os animais que eu tinha ajudado anteriormente, foram neste momento meus heróis.


O camaleão agarrou-me com a sua língua grande, o camelo, já com a bossa curada, segurou no camaleão e a lama foi quem retirou a moto quatro do banco de areia. - Obrigada a todos, muito obrigada. – disse eu. - De nada, era o mínimo que poderíamos fazer por si – disseram todos osanimais que eu tinha ajudado, em coro. - Bem, acho que isto é uma despedida, até ao próximo Inverno. – Disseeu. -Adeus!! Esperamos aqui por si!! – Exclamaram os animais.


A MÉDICA DOS ESCRITORES

Escritor: Matmar Ilustração: Matmar


Era um dia normal no meu consultório quando apareceu um poeta que entre soluços declarou: - Ajude-me senhor médico Que eu preciso de um remédio Para a desarrumação Que está a minha imaginação! Abri uma gaveta de onde tirei um comprimido: -Tome. Coma isto e vai sentir-se melhor.

O poeta tomou o comprimido e voltou a falar normalmente: - O que me aconteceu, foi que as ideias que eu tinha para o meu próximo poema fugiram e deixaram a minha imaginação desarrumada. - Estou a entender. Acho que tenho a solução. – Afastei-me e voltei logo a seguir com um frasco na mão – Isto é creme para a sua imaginação, aplique um pouco todas as manhãs, no cimo da cabeça e vai ver que volta tudo ao normal. O poeta agradeceu e saiu a correr ansioso por experimentar a solução.

Enquanto arrumava o meu consultório surgiu outro escritor em pânico: - Bom dia, tenho um problema muito grave. As personagens principais do meu livro novo, “Romeu e Julieta” desentenderam-se e assim não posso continuar. - Bom dia, isso é mesmo grave. Onde estão as personagens?


- Estão dentro do meu livro. Tive de as pôr em páginas separadas... Aqui estão elas! - Bom dia meu senhor! - exclamou Julieta olhando para mim. - Bom dia pequenita. O que se passou contigo e com o Romeu? - O Romeu disse que ele é mais importante do que eu na história. Mas isso não é verdade, nós somos o casal mais popular da literatura!

Pensei um pouco, abri um livro que tinha em cima da mesa e declarei: - Já sei o que precisamos de fazer! Está provado que se eles conseguirem pensar em coisas que gostam um no outro volta tudo ao normal. Só precisamos de lhes ler uma parte da sua história e resolvemos tudo. Comecei a ler com uma voz suave. Alguns minutos depois Romeu e Julieta estavam de novo abraçados e atentos à história. O escritor pegou neles delicadamente colocou-os de novo no livro, mas, agora na mesma página. Agradeceu e saiu silenciosamente do consultório.

Depois do almoço surgiu outro escritor no consultório. - Boa tarde, estou com uma situação muito complicada entre mãos. – disse o escritor com uma pontada de pânico na voz. - Olá. O que se passa? Pode sentar-se e contar-me tudo. – disse calmamente. - O meu ilustrador partiu um pulso e não consegue trabalhar durante algum tempo até recuperar. A editora está a ficar chateada porque “Os 3 porquinhos” não são nada sem imagens! Fui buscar duas chávenas de chá de camomila e sentei-me em frente ao escritor.


- Sabemos que o livro não pode esperar. Mas… e se arranjarmos outro ilustrador? – disse pensativa. - Não! Trabalho com o Afonso há 25 anos, não posso simplesmente arranjar outro ilustrador - indignou-se o escritor. - Desculpe… E se fizesse um concurso para que as crianças enviassem desenhos e os melhores seriam as ilustrações; mais tarde faria outra edição com as ilustrações do Afonso. – exclamei triunfante. - Que bela ideia! Obrigado. - Agradeceu o escritor ao sair do consultório.

Enquanto arrumava as chávenas vi entrar J. K. Rowling. -Boa tarde, preciso da sua ajuda. – disse ela com um sorriso pouco convincente nos lábios. - Boa tarde, de que precisa? – exclamei animada pois era uma grande fã. - Estão a criar teorias obscuras sobre a minha saga de livros. - Eu sou um grande fã. Já ouvi várias teorias mas nunca alimentei nenhuma. Quais são? – disse excitada. - Estão a dizer que o Sirius quer matar o Harry e que afinal não é boa pessoa nem luta contra as trevas. - Isso é uma grande mentira! As pessoas inventam cada coisa. Mas não precisa de se preocupar, os seus fãs não vão nessas conversas. – Aconselhei. - Por causa dessa teoria os livros estão a vender menos. – explicou J. K. Rowling.


- Vá por mim, não se preocupe. Essas coisas passam, é normal. - Muito obrigada pelo conselho. Bom resto de dia! – disse ela mais contente.

- Pode dar-me um autógrafo? – pedi sorridente. Ela sorriu, pegou num papel, numa caneta e fez a sua assinatura. Saiu de lá com um pouco mais de esperança e um sorriso rasgado.

Enquanto admirava a bela letra que J.K. Rowling tinha, entrou um escritor exaltado. Não sabia quem era, não lhe reconhecia a cara de nenhuma biografia que alguma vez tivesse lido. Ainda assim o escritor parecia conhecer-me como a palma da sua mão. - Boa tarde cara médica, um outro especialista em problemas de escritores aconselhou-me a vir ter consigo, para que pudesse resolver um grande problema que me tem preocupado. - Boa tarde, muito prazer! Conte-me então esse tal problema. - É que uma das personagens do meu livro apanhou uma constipação. O especialista que me atendeu da primeira vez não sabia tratar de personagens, então, aconselhou-me a vir ter com o senhor. - Na verdade, tenho muita experiência com personagens. Até já curei uma personagem de um dos livros antigos da Martine.


-Então o que faço com a minha personagem? - Se ela apanhou uma constipação vai precisar de descansar e de um remédio. Como se chama a sua personagem? - Chama-se Beatriz, tem 11 anos e adora animais. Fui até ao meu armário antigo de madeira, abri as portas com cuidado. Elas rangeram e abriram suavemente. Tirei de lá um frasco pequenino com um líquido avermelhado lá dentro e entreguei-o ao escritor: - Isto é remédio para a constipação. Ela tem de o tomar todos os dias, durante uma semana. -Muito obrigada. – disse o escritor agradecido.

Estava a pôr óleo no armário que rangia, quando, uma escritora entrou no consultório a falar ao telefone. Estava a falar sobre um filme, parecia preocupada. Quando desligou o telefone apressou-se a dizer: - Boa tarde, peço desculpa pelo incómodo, poderia ajudar-me? Fiz um gesto para que ela se sentasse numa cadeira. - De que precisa minha senhora? – disse eu com simpatia. - Eu escrevi um livro sobre um filme, o “Frozen”, só que a personagem principal perdeu os seus poderes o que fez com que também os perdesse em todos os filmes e aplicativos em que existe. Preciso que a ajude a recuperar- explicou a escritora ainda muito preocupada. Para sua surpresa, não fiquei preocupada. - Isso tem uma solução simples. Que poderes é que tinha a personagem?


- Conseguia controlar o gelo e a neve. Fazer aparecer gelo, bonecos de neve e qualquer outra coisa relacionada, fazendo um simples movimento com as mãos.

Abri a gaveta da secretária, peguei num frasco com um pó azul-claro e entreguei-o à escritora. -Dissolva isto em água e dê a beber à personagem. Vai recuperar os poderes em poucas horas. -Muito obrigada! Os poderes também voltarão a existir no filme? - Com certeza! Informe a produção de que o assunto está resolvido! – exclamei confiante. A escritora saiu, deixando o médico a olhar para os outros frascos coloridos que tinha na gaveta.

Começava a entardecer quando peguei na minha mala para ir embora. Não sabia que estava tanto frio, pois de manhã tinha estado sol. Cheguei a casa com muito frio e dores de garganta. Decidi tomar um banho quente, jantar e ir dormir cedo. No dia seguinte, os escritores que havia recebido no dia anterior foram até ao consultório para me informar que já estava tudo resolvido ou que estavam a recuperar bem. Ficaram chocados quando não me encontraram. Até que o porquinho mais velho exclamou: - Se calhar está em casa, pode ter acontecido alguma coisa! Enquanto se dirigiam a minha casa ninguém falou, estavam demasiado preocupados. Tocaram à campainha e estacaram embasbacados quando se depararam com um gato alaranjado que puxava pela maçaneta. Tinha saltado e dado uma puxadela até que Julieta lhe pegou e empurrou a porta. Encontraram-me caída numa poltrona em frente à lareira.


- Bom dia. – tossi com dificuldade. - O que se passa? – perguntaram em coro. Expliquei-lhes, entre espirros e tossidelas, o que tinha acontecido e os escritores ficaram assustados. Começaram a pensar no que haveriam de fazer. - Podemos dar-lhe comprimidos. – Sugeriu um deles esperançoso. - Não adianta, já experimentei. – tossi. - Tem febre? – perguntou um escritor. - Sim, muito alta. – disse. Estavam todos quase sem esperança quando…

- Podemos escrever uma história em que a médica esteja saudável?... – Sugeriu um escritor. - Sim!!! – concordaram todos. Durante esse dia esmeraram-se para escrever uma história em que eu estivesse saudável. Nessa história, eu estava no meu melhor. Estive no Japão, na Austrália, fui à praia, a restaurantes e a concertos. Durante este tempo estive, na verdade, a fazer festas ao gato e adormeci pouco depois. Eram já quase 17 horas quando terminaram a história. Começaram a ler-ma e, no final, eu andava aos pulinhos brincando com o gato. Os escritores saíram felizes depois de tomarem um chá.


No dia a seguir passaram pelo consultório e encontraram um postal com umas palmeiras. O postal dizia: “Obrigada pela ajuda! Estou numas férias com o Nacho (o meu gato) nas Bahamas. Segui os vossos conselhos e relaxei. Espero encontrar-vos quando voltar. Areia e abraços!” Ficaram muito contentes com aquele bilhete. Enquanto se dirigiam às suas respetivas casas, iam conversando alegremente e planeando também tirar umas férias do mundo da literatura. Uma semana mais tarde, quando voltei, fui recebida pelos muitos escritores que tinha ajudado e por novos clientes que precisavam de ajuda. Ainda hoje, o consultório dos escritores, recebe diariamente dezenas de clientes que representam o futuro da literatura.


A MÉDICA DA FELICIDADE

Autora: Riza


Muitas pessoas acreditam que não se precisa de felicidade para se viver. Eu discordo completamente, porque além de mais sou a pessoa que espalha a felicidade, convenço todas as pessoas a acreditarem na alegria! Acordo um bocadinho mal-humorada, porque ninguém, mesmo ninguém consegue acordar com um sorriso no rosto. Mal tomo um banho ponho um sorriso no rosto e aí começa o meu dia de trabalho. Saí de casa, fui ao meu consultório chamado ´´Happy``. Às vezes é complicado pensar em resoluções de problemas para mantermos as pessoas felizes, mas, digamos que é o melhor trabalho que alguma vez tive e alguma vez vou ter!

Happy

c

Encontrei o meu primeiro o paciente: - Nada me corre bem! – dizia um poeta. Estava sem imaginação para escrever! O que podia eu fazer? Tive, então, uma ideia para pôr um sorriso naquela cara. Fiz um teatro completo de marionetas, para que o poeta tivesse alguma inspiração com a história que fiz. - Boom!! A caverna tinha explodido! – disse eu enquanto fazia o teatro. Até que de repente:


- Acabei! Consegui terminar e tudo graças a si! Muito, mas muito obrigado, agora já posso publicar! - De nada, sempre que precisar de uma dose de alegria é só chamar-me! - Chamarei quando for preciso.

Um cliente bem-sucedido. Logo a seguir, entrou um panda bebé, a pedir ajuda. - Por favor, alguém, eu preciso de ajuda, perdi a minha mãe e agora estou sozinho! Um panda triste e sozinho! O que faria eu para encontrar a mãe? Talvez telefonar para ela, mas não tenho o número de telefone, talvez se levasse o panda ao último lugar em que tinha visto a sua mãe, … mas ele não sabia onde tinha sido. Ah, já sei! Vou a casa de todos os pandas que conheço e, talvez a encontre! Procurei por várias horas, talvez minutos até que finalmente a tinha encontrado! - Mãe, mãe, sou eu abre a porta! – exitava o pequeno panda, já com saudades da mãe.


Ninguém abria, será que estávamos na casa errada, não era possível! Esperamos vários minutos para ver se alguém aparecia. - Filho! – dizia a mãe do panda que tinha acabado de chegar da polícia. -Pensava que te tinha perdido! – diziam os dois pandas um ao outro. - Muito obrigada, doutora, sem si não tinha encontrado o meu filho! - Não é preciso agradecer estou só a fazer o meu trabalho!

Mais dois clientes felizes. O que faria agora? Tive que esperar. Ouvi chamarem por mim, mas, não sabia de onde. Era uma árvore; parecia estar a sofrer muito, só não sabia o porquê. - Houve um incêndio nestes últimos dias, perdi a minha família toda e, só sobrevivi porque os bombeiros chegaram a tempo. Tenho estado muito sozinha nestes últimos dias, só preciso de companhia. – disse a árvore. - Não estejas triste. Tudo se vai resolver! Eu tenho a ideia perfeita para o teu problema! Era simples, só tinha de replantar árvores ao redor dela, mas para crescerem demoraria anos, como é que ia fazer. Depois de pensar no assunto, lembrei-me que tinha uns pós ´´Mágicos`` que traziam a felicidade a todos, e como a árvore estava muito triste e só, isto podia funcionar! - Estás pronta! - Sim, estou! – disse a árvore muito animada.


- Plim! – De repente apareceram três árvores mesmo à sua frente! O problema estava resolvido! - Olá! – disseram as três árvores em conjunto. - Estou muito grata médica, mesmo muito! – acrescentou a árvore muito agradecida! Agora, aquelas três árvores seriam como família para ela. O meu coração estava quentinho.

O dia estava a acabar e vi um livro da minha prateleira a brilhar. Fui ver o que era; ele tinha um problema! Um livro a pedir ajuda, pode ser muito estranho, mas era verdade! Pedia-me que terminasse a história; mas eu não era escritora e não consegui ajudar a resolver o problema. No entanto, é claro que tentei! - Por favor, doutora, diga-me que consegue ajudar-me, preciso mesmo da sua ajuda! Como a minha história está inacabada, sofro sempre que me abrem, não sei o porquê, mas só sei que é muito doloroso. - Desculpa, já pensei em todas as possibilidades e não consigo descobrir uma forma de te ajudar! Desculpa, mesmo muito! Fui-me embora com o coração partido. Queria desaparecer e só aparecer no dia seguinte. Estava realmente triste e desanimada com o que tinha acontecido com o livro e eu nem conseguia ajudar! - Levanta-te, não podes ajudar toda a gente, por isso nós os quatros vamos ajudar-te, a ficares tão feliz como nós ficamos com a tua ajuda! – exclamaram o poeta, a árvore e os dois pandas concordaram também. - Tens de ser forte! Eu escrevo o resto do livro, a árvore dá as imagens e os dois pandas vão fazer a capa e tudo vai ficar melhor! – disseram os quatro motivados.


Começaram a trabalhar no resto do livro. Senti-me tão grata como nunca me tinha sentido. - Acabámos! – disseram todos em sintonia. Tinham todos feito um excelente trabalho, um trabalho que eu não conseguiria fazer sem eles. - Muito obrigada a todos pelo que fizeram, sinto-me muito grata pela vossa ajuda! Naquele momento apercebi-me que quando fazemos o bem, podemos ser retribuídos de várias formas, e eu fui retribuída da forma mais espantosa de sempre, pela bondade dos outros. É por isso que sou médica da felicidade! Não só para fazer as pessoas felizes, mas também para quando precisar de ajuda, essas mesmas pessoas me ajudarem e me darem apoio quando for preciso. Por isso, devemos sempre fazer o bem porque um dia tudo o que fizemos será retribuído!


MÉDICA DO MUNDO

Autora: Brimos Ilustradora: Brimos


Todos os dias, eu saio de casa para dar um passeio pelo mundo para ver se alguém está anecessitar de ajuda. E lá estava o meu primeiro paciente o dia - Ai, Ai! Alguém por favor me ajuda! Disse afloresta em desespero. - Ó floresta, o que se passa? Perguntei eu áfloresta. - Médica Briana, eu estou em chamas, pode me ajudar-me? Disse a floresta ainda em chamas.

- Claro! Eu disse enquanto tirava uma varinhamágica do meu bolso. - Muito obrigada.

Começo a acenar a minha varinha mágica, e façocom que comece a chover para que o fogo se apague e continuo a passear. Até que eu medeparo com um cão que estava doente.


- Olá cão, o que é que te aconteceu? - perguntei ao cão. - Olá médica, eu hoje comi um pedaço de lixo queencontrei na rua e agora não me sinto muito bem, pode ajudar-me? - disse o cão. - Sim! Deixa-me ver o quê que eu tenho para tedar… Ah! Encontrei! Toma estes comprimidos mágicos que te vais sentir muito melhor num instante. -disse eu. - Muito, obrigado! Sinto-me muito melhor. - Disse o cão.

Depois de o ajudar, continuei o meu passeio, eencontrei o mundo em perigo por causa de umvírus chamado covid 19.


Experimentei simpatizar com o covid 19, mas elenão era amigável, então tentei pará-lo, mas eu não conseguia sozinha. Pedi ajuda às pessoas do mundo, a todos os animais do mundo, a todas as criaturas mágicas do mundo e à mãe natureza e todos juntos conseguimos parar o covid 19.

- Muito obrigada a todos por me ajudarem! Disseeu muito feliz! - Sem problemas! Disseram todos. Nós também queremos agradecer por se preocupar connosco.


MÉDICO DA MÚSICA

Autor: Peonso Ilustrador: Peonso


Todas as manhãs eu recebia notificações de pessoas que tinham os seus instrumentos avariados. Nesse dia pensei em comprar os meus instrumentos. Mas os que eu queria não havia. Então fui a uma loja onde havia muitos instrumentos, mas pelo caminho encontrei alguns instrumentos num lixo perto; só que estavam todos avariados. Levei-os para casa. Havia um piano, uma flauta, um trompete, e um djembê. Comecei por ajudar o piano. - Médico da música, eu tenho duas notas que não funcionam, o mi e o dó. - Ok, eu vou buscar a minha mala de primeiros socorros! Quando cheguei com a mala abri-a… Vrom! Prom! Vrom! Prom! Saíram de dentro da mala, dois braços de ferro com as duas notas do piano e trocaram-nas pelas que ele tinha. Logo de seguida disse: - Estavas estragado porque as tuas peças eram de azulejo e não de plástico, logo, eram mais pesadas. - Muito obrigado, Senhor doutor!! - De nada!

Logo depois, aproxima-se o segundo paciente, o trompete e diz: - Médico da música eu Qofm! Qofm! Qofm! Eu estou constantemente a tossir e estou há muito tempo Qofm! Qofm! Qofm! - Ok, eu vou tratar isso!


Quando abri a mala… Vrom! Prom! Vrom! Prom! saíram de lá dois braços, um batia nas costas do trompete e o outro dava-lhe água. - Estavas estragado porque estavas engasgado, logo fazia-te tossir muito. -Muito obrigado, senhor doutor!! - De nada!

Aproximou-se do terceiro paciente, a flauta que lhe disse: - Médico da música, eu não sei o que tenho; só sei que quando as pessoas tocam uma nota, sai outra nota qualquer. Eu tinha umas amigas e elas tocavam super bem, mas o meu som parecia que saía diferente. - Preciso de entender melhor porque sai esse som, mas vou tratar disso! Abri a mala... Vrom! Prom! Vrom! Prom! e saiu um braço muito fino de ferro com uma pinça que tinha um bocado de plástico. - Estavas estragada porque tinhas um buraco a mais, logo as tuas notas saiam diferentes. - Muito obrigado, senhor doutor!! - De nada!!


Aproximando-se o quarto e o último paciente, o djembê disse: - Médico da música! Médico da músicaaa… Eu não sei porquê mas eu às vezes, às vezesss … faço eco. - Vou precisar de te examinar bem para perceber, mas vou tratar disso! Depois de o examinar, abri a mala e… Vrom! Prom! Vrom! Prom! Saiu um braço que segurava uma vacina com um produto. -Tu não estavas estragado, ao fabricarem-te deve ter acontecido alguma coisa que te fez ouvir muito eco e, até há uns momentos, estavas a ouvi-lo, mas isso era só da tua cabeça. Por isso, distraías-te e tocavas mal. - Muito obrigada senhor doutor!! - De nada!


No final disto, eu e os instrumentos organizamos uma banda, criámos várias músicas, todas elas muito divertidas. Afinal de contas, se fizeres coisas boas és retribuído com coisas agradáveis.


O MÉDICO DA SELVA

Autor: Nardo Ilustrador: Nardo


Eu gosto muito de animais e acompanhei o Dr. que ia cuidar dos animais da selva. Assim que entramos na selva, o primeiro animal que encontramos foi o leão, o rei da selva, que disse ao Dr. que tinha um dente estragado. O Dr. mandou-lhe abrir a boca e tirou-lhe o dente, o leão agradeceu e foi- se embora muito feliz.

- Sabias que o rugido do leão pode ouvir-se até uma distância de oito quilómetros, e que ele consegue correr a uma velocidade de 80 km/hora, mas em curtas distâncias? - Não, respondi-lhe eu. Continuando a nossa viagem encontramos uma manada de zebras. Uma delas queixou-se que tinha um espinho numa pata. O doutor depressa lhe tirou o espinho para que a zebra pudesse acompanhar a sua família sem dor…


- As zebras parecem-se com os cavalos, mas têm listas brancas e pretas. As listas das zebras servem para se protegerem dos parasitas. - explicou-me o doutor. A minha viagem com o doutor da selva estava a ser animada e eu estava a gostar muito. Chegamos entretanto, à zona dos gorilas e havia uma mãe gorila com um filhote que estava com dores de barriga… - Deve ter sido do leite! disse a mãe gorila. O doutor examinou-o e disse-lhe que estava tudo bem, bastava dar-lhe umas bananas e ficava bom.

- Sabias que os gorilas são animais inteligentes e que cada um deles têm, assim como nós, uma impressão digital única. É curioso, não é? - Que maravilha! – exclamei eu. Ali mais à frente num rio, vimos os crocodilos, animais muito perigosos. Um deles aproximou-se a dizer que lhe doía um dente, o doutor deu-lhe uma injeção e disse-lhe, que ia passar muito rapidamente.


- Sabias que os crocodilos conseguem suster a respiração debaixo de água mais de uma hora? São também muito rápidos a nadar apesar do seu tamanho e peso. – contoume o doutor. Andamos mais uns minutos e encontramos um rinoceronte que estava muito triste, sentado junto a uma rocha. - Que tens tu? Perguntou o doutor… - Ó doutor, estou com problemas nos meus olhos, vejo mal e estou sempre a bater nas rochas, pode ajudar-me? - Claro que sim, respondeu-lhe o doutor, vou examinar os teus olhos e ver o que se passa… hum… disse o doutor, caro rinoceronte tu precisas de óculos. Aqui tens, com isto vais ver melhor e já podes correr sem bater nas rochas.


- Vou contar-te mais uma curiosidade. O rinoceronte é um animal muito curioso, parece ainda do tempo dos dinossáuros pelo seu aspeto e é o segundo maior mamífero terrestre a seguir ao elefante, a sua pele é muito grossa e resistente e os seus chifres nunca param de crescer. - UHA! Que espetáculo! – exclamei eu. Chegamos depois ao habitat dos elefantes, havia um elefante bebé que estava com dores numa das suas grandes orelhas. O doutor viu-lhe a orelha e o que é que viu, um pássaro no buraco da sua orelha. Tirou-lhe o pássaro de dentro da sua orelha e o elefante ficou logo sem dores e muito contente, abanando as orelhas ao doutor em sinal de agradecimento, foi muito giro…


De seguida, o elefante virou-se para mim e contou-me que o elefante é o animal de maior porte da selva, e o maior mamífero terrestre. Alimenta-se de plantas e folhas, chega a comer 125 kg e 200 litros de água por dia. - Fantástico! – comentei no fim da sua explicação. Para terminar a nossa viagem de consulta aos animais da selva, passamos no território dos búfalos. Um deles estava muito furioso e zangado, o dia tinha-lhe corrido mal. O doutor deu-lhe uma injeção com um aclamante para o acalmar e ficou tudo bem.

- E agora – disse o doutro – para terminara nossa viagem vou contar-te outro segredo. Os búfalos são animais parecidos com os bois. São animais muito fortes e muito perigosos, fazem frente aos leões. Vivem em manadas e os pássaros são seus amigos, comem os parasitas que transportam na pele. - Gostei tanto da nossa viagem! Eu acho que também quero ser médico da selva quando for crescido. E assim deixamos todos os animais da selva felizes e tratados das suas doenças. Foi muito engraçado esta viagem com o doutro da selva.


O MÉDICO DE TUDO

Autor: William Ilustrador: William


Eu sou um médico que trata de tudo mas de uma maneira um pouco estranha, trato desde extraterrestres, a naves, estrelas e muito mais. Eu sei sempre tratar dos problemas de todas as coisas. Tenho sempre uma solução. Um dia deparei-me com um passaréulo (o pássaro galáctico) que muito ansioso disse: - Olá médico de tudo! Eu quero ser um peixaréulo (acho que não preciso de explicar o que este é), eu quero respirar dentro de água e nadar. - Ok! Acho que te consigo ajudar. Então pensei, pensei e tive uma ideia. Decidi implantar barbatanas, guelras e olhos que vissem através da água, mas isso se ele quisesse, pois havia um botão em que se ele carregasse voltaria a ficar um pássaréulo. - Obrigado médico de tudo! Finalmente consegui realizar o meu sonho. - disse o passaréulo muito alegre. Pois sim, eu tinha umas ideias um pouco peculiares, mas ajudavam sempre os meus clientes e isso era o que mais me importava.

Outra vez aconteceu também uma outra coisa muito diferente: eu estava a andar pela galáxia à procura de pessoas para tratar e de imediato… - Médico de Tudo! Preciso da tua ajuda! É urgente! – Era o Sol com um ar muito cansado. - Preciso de ajuda, pois estou a ficar muito exausto de ter que estar a iluminar os planetas todos, as minhas forças estão a acabar e não tarda eu vou parar de dar luz e acabar com a vida nos planetas. - Ok, eu vou tentar ajudar-te.


Como era o médico de tudo pensei, pensei e tive uma ideia. Comecei a mexer nuns pós luminosos e acabei por fazer um comprimido muito, mas muito, luminoso e disse para o Sol o tomar. Mal ele o tomou ficou muito energético, quente e luminoso. - Muito obrigado! Devo-te tudo. – disse o sol muito energético e feliz.

No entanto, houve uma vez em que o problema do paciente era muito mais complicado, e deu-me muito trabalho para o conseguir resolver. Num dia normal, igual a qualquer outro, estava a andar pela galáxia e vi um planeta que estava muito doente, e como fiquei preocupado, fui até ele e perguntei: - Olá, eu sou o médico de tudo, porque estás assim? E o planeta a tossir diz: - Olá! Eu sou a Terra. Estou muito doente, pois os humanos, uma espécie que vive em mim, poluem-me muito. Não estou a aguentar, estou muito doente e não sei se vou conseguir sobreviver…


Interrompi-a com medo do fim da história e disse: - Eu acho que te consigo ajudar, mas de momento estou sem ideias. Amanhã volto aqui e tu dizes-me se alguma das ideias que eu trouxer pode funcionar. Se sim pomo-la em prática, pode ser? - Ok pode ser! – diz a Terra com um sorriso a nascer. - Até amanhã. Eu fui para a minha casa onde fiquei a pensar em ideias, mas eram todas sem nexo, por exemplo: Pedir aos marcianos para matar os humanos, visto eles não gostarem nem um pouco deles, por lhes invadirem o planeta com câmaras de uma empresa qualquer chamada NASA. Mas eu acabei por desistir desta ideia, pois um médico serve para tratar e não para matar. Então, tive uma ideia espetacular. Como sabia muito sobre poções e medicamentos, decidi fazer um pó que se dissolvia na água e a ideia era a seguinte: Colocava este pó no mar, em rios e noutros sítios onde esse tal ser humano iria buscar a água para beber. Mas esse pó continha um medicamento que se a pessoa o tomasse, teria de fazer tudo o que o criador dissesse para ela fazer, e neste caso seria limpar a Terra. Logo de manhã, fui ter com a Terra e apresentei-lhe a ideia e ela disse: - Que ideia fantástica! Vai funcionar com certeza! - Vamos pô-la, então, em prática!


Chegou o dia do plano entrar em ação e como eu tinha forma humana, foi fácil. A única coisa que eu tinha de fazer era colocar o pó no mar e imediatamente, o mesmo iria espalhar-se e chegar a todos os sítios com água. Atirei o pó para a água e teletransportei-me para a minha casa. Só que eu estava na praia, logo toda a gente que lá estava viu aquilo, foi o suficiente para surgirem um milhão de teorias da conspiração… No fim, a Terra ficou tratada, os seres humanos cumpriram o seu dever e atualmente continuo a tratar dos meus pacientes, e tenho uma clínica em que trato de tudo, como sempre.


A MÉDICA DE TUDO O QUE FOR PRECISO

Autor: Nônô


O que é que vocês acham que é um médico? Bem, muitos de vocês responderiam que ser um médico, é ser uma pessoa que cuja profissão é ser médico, o que significa tratar doentes, de seres vivos! Bem… ou também possam dizer, que um médico é um médico e mais nada! Mas vocês têm muita coisa a aprender! “-O quê?! Como assim?!-responderiam“. Sabem, um médico é um aventureiro! É uma pessoa que está sempre disposta a ajudar alguém! Procurar um novo paciente mesmo que isso implique procurar, nas profundezas mais escuras do oceano; pelos recantos mais escondidos de uma floresta; pelo deserto mais quente do planeta; por uma lista de contactos esquecidos há muito tempo numa gaveta; pela cidade onde as pessoas têm medo de sair à rua; pelo nosso lindo céu azul que nos enche de esperança…

Saí da minha casa, com a profissão às costas, a cumprimentar todos. -Bom dia! -disse eu -Bom dia. Só bons dias para aqui e para lá. Fui então, até à minha clínica, vesti a bata, preparei tudo e esperei pelo meu paciente que tinha marcado para as 10:30 da manhã, a consulta. “vamos lá ver se chega a horas” - pensei eu-. Bem, aquele meu paciente realmente costumava atrasar-se, mas tinha a certeza de que hoje, chegaria cedo! -Bom dia, senhora doutora. Desculpe se cheguei atrasado. -Bom dia! Por acaso chegou mesmo na hora marcada “por milagre” pensei eu-. Então vamos lá ver… A sua dor de cabeça já está melhor? -Eu fiz tudo o que a senhora doutora disse… -Se calhar tem andado um pouco stressado, parece-me isso, não é verdade? -Eu ando com muito trabalho, sim. -Então, tire um dia de folga e descanse. Vamos fazer então os exames, que você veio cá fazer! Depois… -Muito bem… -disse eu- A única coisa que precisa de fazer, é descansar, e vai ver que ficará melhor. -Certo, senhora doutora, obrigado. Depois de o ver com um sorriso na cara, reparei que naquele dia, não tinha mais nenhuma consulta marcada na minha clínica.


Sempre gostei de flores, fui então espreitar, se as minhas estavam bem florescidas. Elas estavam um pouco chochas “-O que se terá passado? - pensei -“ Dei-lhes água, melhorei a sua exposição ao sol, fiz de tudo. Então decidi pedir ajuda à Senhora florista, da loja de flores aqui da esquina. Sabem, aquela florista que sabe sempre bem do que fala e quando aparece um cliente começa uma conversa, que é quase difícil de acabar. Não sabem? Deixem estar, não precisam de saber. Entrei então na florista da esquina, e disse: -Bom dia, como vai? -Vou bem graças a Deus. -disse a senhora florista- O que precisa? Já não vejo a Senhora doutora há algum tempo! -Realmente, eu já não vinha cá há muito tempo! As minhas flores estão meio chochas… -Ah! Não se preocupe, as suas flores são, é umas interesseiras! Elas de certeza que querem a sua companhia. Houve uma vez que eu estive uma semana sem lhes dar água, mas como essa tinha sido uma semana de chuva, não tinha havido grande importância, mas mesmo assim, elas ficaram murchas. E sabe porquê? Porque queriam atenção! Bem, a conversa continuou. Como eu disse, quando se começava uma conversa, com esta florista, era muito difícil de a acabar e com esta conversa toda, percebi, que a única coisa que as minhas flores precisavam era de carinho. Espera aí! Será que elas têm sentimentos?! -Olhe, a Xaninha tem estado chocha. -disse a Senhora floristaAinda continua com a sua energia Duracell, mas olhe, que se notam diferenças. E aqui é a altura em que vocês perguntam: “-quem é a Xaninha?” A Xaninha? Primeiro que tudo Xaninha com -X, não com -Ch. Bem, a Xaninha é a cadela da Senhora florista, é um maltês, é cheia de energia, quase que nunca ficou quieta na sua vida. Neste momento, deve ter uns 5 anos. É cheia de pelo! Não sei se sente calor com aquele pelo todo, mas deveria sentir! -Ainda bem que continua com a sua energia Duracell! -disse euSe não continuasse com toda essa energia, quando é que a Senhora florista ia rir-se às gargalhadas de a ver pular, saltar e ladrar! -Ela não anda muitos saltitona, não. Sabe, se me conseguiria ajudar, Senhora doutora? Ficaria muito agradecida! -Claro que eu posso ajudar, senão, para que é que serviria uma médica! -Pois é… -disse ela- A Xaninha está lá no escritório. Se quiser vê-la agora…


- Ok, obrigada! Fui lá então e entrei na sala. Estava ela deitada de forma que não fizesse pressão na pata de que estava coxa. -Olá, Xaninha! -disse eu para ela- Então, está tudo bem com a tua patinha? Posso vê-la? Foi então, que ela se levantou, caminhou em minha direção e ruçou-se mim. Virei a patinha dela, que estava coxa, e vi que estava lá enfiado uma pequena partícula de alguma coisa. É que já estava mesmo bem enfiada na pata! -Vou só buscar ali, na minha mochila, uma pinça e uma compressa, OK? -Auf, auf. – Ladrou a XaninhaQuando voltei. -Pronto já fui buscar o que tinha de ir buscar. Dás-me a tua patinha? Eu tentei tirar a partícula com o maior cuidado possível. Tirei com a pinça e pus a compressa na ferida. -Parece que era um pecado de vidro -disse eu- Já está tudo bem vais recuperar, logo, logo! No mesmo momento, a Xaninha ficou muito feliz e saltou para cima de mim. (Quebra de tempo.) -Pronto Senhora florista! A sua cadelinha está bem! Ela tinha um vidro enfiado na pata. Já o tirei e ela vai recuperar rápido. -Muito obrigada, Senhora doutora. -De nada. Até mais. Cheguei a casa e fui cuidar das minhas flores. No dia seguinte, acordei, tomei o pequeno-almoço, vesti-me e fui ver televisão. Estava a dar aquele programa “mundo animal”, que dá na SIC, bem cedo, aos fins de semanas. Mostraram as lindas florestas que havia pelo mundo e fiquei a pensar porque é que eu não iria numa aventura, para descobrir novos pacientes para tratar.


Pensei sobre o assunto e cheguei á conclusão que não era preciso ir muito longe, para encontrar alguém para tratar. Que era só olhar em volta, que se encontrava alguma coisa. Por exemplo fazer uma campanha para angariar dinheiro para uma instituição ou chamar a vizinhança para fazer uma limpeza às praias. Por acaso, eu gostei das duas ideias mas eu escolhi fazer a segunda. Afinal de contas, o nosso planeta também está doente, e cabeme a mim, fazer o possível para ajudar! Fiz uns panfletos todos bonitinhos a dizer: “Participa na limpeza das parias e ajuda a salvar o planeta!” Também tinha umas ilustrações e a data do dia, que era para o próximo fim de semana no sábado. Entreguei-as á vizinhança. No dia. -Olá a todos! Ainda bem que vieram! Queria agradecer por virem! Vamos passar ao trabalho! Eu conhecia maior parte das pessoas que estavam no evento. Éramos quase todos vizinhos. Estavam lá adultos e crianças, também. E veio também o senhor da minha consulta, a Xaninha e a senhora florista. Trabalhamos todos muito! Encontramos tanto lixo pela areia! Enchemos muitos sacos de lixo, que até já perdi a conta! No final de tudo quando todos tinham ido embora, pois já era de noite, eu fiquei lá mais um pouco. No dia seguinte acordei com dores de cabeça e com febre. -Ai, ai, ai. -dizia euEu tinha uma consulta marcada na minha clínica para as 10:00 da manhã, com o meu paciente atrasado, aquele da semana passada. -Parece que eu é que vou chegar atrasada desta vez, ou se calhar nem vou. Passou-se o tempo e veio o meu paciente até à minha casa. (A porta da minha casa estava aberta por isso ele conseguiu entrar) -Você está bem senhora doutora?! -disse ele. Ele ficou todo preocupado e ajudou o possível. No dia seguinte já todos da vizinhança sabiam que estava doente. Veio então a senhora florista com um raminho de flores, sempre calada sem dizer um piu, para não incomodar. Veio a Xaninha, também, mas, desta vez muito calminha. Veio muita gente me ajudar. Eu fiquei muito feliz por ver que todos se preocupavam comigo. Eu acabei por melhorar dias depois, e aí percebi que, às vezes as pessoas mais atrasadas são, logo as primeiras que vêm ajudar. Que as pessoas mais faladoras são capazes de fazer


silêncio, se for para ajudar alguém. Que os mais inquietos são os que fazem o seu melhor para não perturbar. E que em geral, quando ajudamos alguém, as pessoas ajudam de volta.



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