Educação e ações afirmativas: entre a injustiça simbólica e a injustiça econômica

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O intenso debate transnacional, em torno da categoria raça, situa-se no interior de um momento histórico, o pós-Segunda Guerra Mundial, no qual o modo de olhar, refletir e conceber a questão social passou a sofrer profundas transformações por influência marcante dos movimentos sociais identitários, no caso específico as várias organizações, em diferentes partes do globo, que lutavam e lutam contra o racismo. Tal influência, no fundamental, pode ser resumida à denúncia pública e às lutas sociais contra a discriminação racial e o racismo enquanto fatores geradores de desigualdades sociais. Os movimentos sociais passaram a exigir medidas preventivas e compensatórias que coibissem práticas discriminatórias e racistas. Nos vários Estados nacionais observam-se, em função de suas distintas dinâmicas sociais, variados ritmos no estabelecimento de políticas públicas que operem transformações efetivas na situação de segmentos populacionais discriminados e racializados negativamente. No entanto, o que chama a atenção é que, se por um lado existe um reconhecimento quase que incondicional da necessidade de equacionamento do problema racial para o desenvolvimento de processos sociais que levem à constituição de democracias mais efetivas, por outro lado, em relação às ciências sociais observa-se um profundo dissenso em torno da validade científica, das conseqüências sociais e

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