Da imagem ao texto multimodal

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Ficha técnica Título Da imagem ao texto - multimodalidade

Edição Biblioteca da Escola Secundária Camilo Castelo Branco, Vila Real Coordenação geral do projeto Adelaide Jordão Coordenação das imagens Carlos Santelmo

2 Coordenação e revisão dos textos Adelaide Jordão e Sónia Silva Imagens Alunos 11G

Textos Alunos 10H, 8C, 8I Imagem de capa e conceção gráfica Adelaide Jordão Projeto

Camilo 2027 – Encontros de Leitura(s) | Rede de Escolas aLeR+2027 Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) | Pano Nacional de Leitura (PNL 2027) 2017-2019


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Os alunos precisam de ser capazes de ler textos multimodais. Um leitor proficiente de textos multimodais mais provavelmente serĂĄ um produtor mais efetivo de textos multimodais. Georgina Barton

E comer um fruto ĂŠ saber-lhe o sentido. Alberto Caeiro


Da imagem ao texto multimodal é uma ação integrada no Projeto Camilo 2027- Encontros de Leitura(s), implementado no âmbito da integração da Escola na Rede Nacional de Escolas aLeR+2027 (que decorreu ao longo do ano letivo 2018-2019) e da aplicação do referencial Aprender com a Biblioteca Escolar. As duas iniciativas foram promovidas e apoiadas pela Rede de

Bibliotecas Escolares (RBE) e pelo Plano Nacional de Leitura (PNL2027). Os desenhos foram realizados pelos alunos de Artes da turma G, do 11º ano, na disciplina de Desenho. Trata-se de um exercício integrado no tema “Natureza morta”. Os textos foram produzidos pelos alunos da turma H, do 10º ano, e das turmas C e I do 8º ano, na disciplina de Português, em sala de aula, e na Biblioteca Escolar, em contexto de tutoria. Trata-se de textos multimodais produzidos com finalidades diversas (a partir da leiturainterpretação livre das naturezas mortas produzidas pelos alunos ferramenta de design gráfico Canva.

de Artes), com recurso à

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RAPARIGA LENDO

Entre o livro e a laranja, uma sombra. Entre os lábios e as pálpebras, uma cor. Entre os braços e os seios, o branco. Na flor que os dedos prendem, um perfume. No risco dos cabelos, uma luz. No ar com que sonha, um lume. Na página que lê, um desenho. Na testa descoberta, um sonho. E na cabeça, o que só ela sabe. Nuno Júdice (1949 - )


e dou outra passada. O quadro está indo, e eu vou, e os dias vão-se. Dou uma passada. O quadro está pronto. "Cadê SARDINHAS?" Tudo o que sobrou são letras, "Estava exagerado", diz Mike. E eu? Um dia começo a pensar sobre uma cor: laranja. Eu escrevo um verso sobre laranja. Não demora a tornar-se uma página inteira de palavras, não de versos. Então, mais uma página. Deveria ter POR QUE NÃO SOU PINTOR Eu não sou pintor, sou poeta. Porquê? Eu acho que preferiria ser pintor, mas não sou. Bem,

tantas coisas mais, não de laranja, de palavras, de como laranja é horrível, e a vida. Dias vão-se. É assim mesmo em prosa, eu sou poeta de verdade. Meu poema está pronto e eu ainda não mencionei

por exemplo, Mike Goldberg começa um quadro. Eu dou uma passada. "Senta e bebe alguma coisa",

laranja. São doze poemas, eu chamo de LARANJAS. E um dia numa galeria eu vejo o quadro de Mike, chamado SARDINHAS.

ele diz. Eu bebo; nós bebemos. Eu dou uma olhada. “Você pôs SARDINHAS neste." "É, precisava de alguma coisa ali." "Ah." Eu vou e os dias vão-se

FRANK O'HARA (1926-1966) (tradução de Ricardo Domeneck)

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A vida é cheia de contrastes, uns bons e outros maus!... Ao olhar para esta imagem, observamos como a natureza reflete esse contraste em simples peças de fruta. O verde do ananás e do kiwi sugere a imaturidade, a aventura e irresponsabilidade, características de determinadas fases da nossa vida (adolescência/juventude). Contrastando assim com o amarelo do limão, que simboliza a maturidade que devemos ter na idade adulta. O vermelho da maçã representa não só a maturidade mas também o amor e o sofrimento e que ele pode provocar. O cinzento do ananás pode associar-se à tristeza, vivida por alguns de nós na fase final da vida, a velhice. Contudo, se nos centrarmos apenas no essencial da imagem, a cor, concluímos que existe harmonia entre as diferentes cores. Portanto, é possível viver em harmonia com as diferenças.

8ºC | Joana Peixoto, Margarida Teixeira, Rodrigo Silva

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O primeiro homem a comparar as maçãs do rosto de uma jovem a uma rosa era obviamente um poeta; o primeiro a repetir isso era possivelmente um idiota. Salvador Dali

Toda a história humana prova que desde o dia em que Eva comeu a maçã, a felicidade do faminto homem pecador depende em grande parte do almoço. Lord Byron


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Rómulo rema no rio. A romã dorme no ramo, a romã rubra. (E o céu). O remo abre o rio. O rio murmura. A romã rubra dorme cheia de rubis. (E o céu). Rómulo rema no rio. Abre-se a romã. Abre-se a manhã. Rolam rubis rubros do céu. No rio, Rómulo rema. Cecília Meireles


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Numa tarde de outono, fui apanhar fruta ao meu quintal. Colhi umas maçãs amarelas deliciosas, uvas, suculentas, figos bem maduros e umas pêras muito apetitosas. Regressei a casa e coloquei toda a fruta numa cesta. De repente, vieram-me à mente as lembranças de todo o trabalho que tive… Senti que todo o meu esforço tinha sido recompensado. Finalmente, poderia comer, no aconchego do meu sofá, esta fruta tão saudável. 42

8ºI | Ana Margarida, André Palheiros, Beatriz Barreiro, Jacinta Alves


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Maçã Por um lado te vejo como um seio murcho Pelo outro como um ventre de cujo umbigo pende ainda o cordão placentário És vermelha como o amor divino

Dentro de ti em pequenas pevides Palpita a vida prodigiosa Infinitamente E quedas tão simples Ao lado de uma mulher Num quarto pobre de hotel

Manuel Bandeira

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Terror Era uma noite escura de inverno de 1980, uma família, que vivia numa pequena casa isolada da sociedade, teve o pior dia da sua vida. O marido chegou a casa, depois de uma longa viagem da cidade até casa. Estava embriagado pois tinha ido festejar o seu excelente dia de trabalho. Houve uma grande discussão entre o marido e a mulher. Sua filha, de apenas sete anos, assistia a tudo do cimo das escadas... O marido rapidamente pegou numa faca, que estava ao lado da fruteira, e cruelmente assassinou a sua mulher. A menina, que estava a assistir a tudo, corru para os braços de sua mãe morta e... com apenas sete anos teve o mesmo destino de sua mãe. Alguns dias depois, como o homem não foi trabalhar, um colega seu ficou preocupado e decidiu ir a casa dele. Foi então que encontrou a filha e a mulher mortas no chão! Chamou de imediato a polícia e fugiu


dali. Quando a polícia chegou, vasculhou a casa, acabando por encontrar o corpo do homem que se tinha suicidado no dia seguinte após ter assassinado a sua família. Alguns anos mais tarde, cinco miúdos tentam conhecer a casa, curiosos, pois tinham ouvido várias histórias sobre o que lá tinha acontecido. Entraram na casa, subiram ao segundo andar para investigar e encontraram uma faca ensanguentada. Um dos cinco ganhou coragem e foi até ao sítio onde tinham morrido aquelas pessoas todas. Chegando à cozinha, encontrou uma fruteira em cima da mesa com frutas frescas, o que significa que alguém lá tinha estado há pouco tempo. De repente, a fruteira caiu e o rapaz ouviu a voz da rapariga que lhe dizia para saírem da casa e riu-se. Juntou-se ao grupo, mas, ao correrem, passaram por u piso de madeira movediço e caíram à cave… …Muitos anos se passaram e eles nunca mais regressaram.

CONTINUA…

8ºC | Hugo Mourão, Luís Correia, Rodrigo Rodrigues

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