Sabedoria Popular AEG

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quem lhe acudisse no parto e não havia lá parteiras, a mulher acabou por morrer. E o homem, como desgosto, morreu também. Ficaram os dois ali, um lado do outro. Acontece que o menino sobreviveu, por milagre, claro, e andava a gatinhar por cima dos pais, com eles mortos no chão. Neste meio tempo, uma mulher chamada Imia, teve em sonhos a visão de que aquele menino estava ali sozinho e sem ninguém. Pegou, foi lá mal amanheceu, e viu aquele cenário. Pagou então a quem sepultasse os pais e levou o bebé com ela para o criar. E não só o criou e educou como ainda lhe deixou tudo quanto tinha, pois era uma pessoa rica. E ele, com os bens que herdou, mandou fazer a ermida no lugar onde está, em Paradela. (Paulo Ricardo Fernandes Vilaça, nº 24, 6ºE)

A lenda de São Longuinhos de Braga: Há uma curiosa tradição em Braga, pela festa de São João, envolvendo a estátua de São Longuinho e o Santuário do Bom Jesus do Monte. Nesta época, algumas raparigas namoradeiras andam à volta da estátua de granito, proferindo orações, com objetivo de apressar o seu casamento. De acordo com uma antiga lenda local, um lavrador muito rico, de nome Longuinhos vivia nos arredores da cidade, perto do Bom Jesus. Solteiro e recatado, era estimado por todos na comunidade. As raparigas solteiras não lhe eram indiferentes, uma vez que entreviam nele um excelente partido, embora nenhuma o impressionasse particularmente. Certo dia, Longuinhos apaixonou-se por uma rapariga chamada Rosinha, e entendeu que era o momento de partilhar a sua fortuna. Para esse fim, informou-se quem era o pai dela, e procurou-o. Identificou-se e comunicou-lhe as suas intenções, pedindo a mão dela em casamento. O pai dela, entretanto, mostrou-se um negociador difícil, e apenas cedeu quando

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