Uma viagem pelo inglês no Pré-EscolarDe 2005 a 2010

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Uma viagem pelo inglês no Pré-Escolar De 2005 a 2010 Projecto de Sensibilização à Língua Inglesa nas Caldas da Rainha

Educadoras:

Mónica Paiva monicapaiva@gmail.com

Catarina Marim catamarim@hotmail.com

Coordenação e Supervisão de Estágio:

José Silva lopan27@hotmail.com

Sandra Tomé capri.81@hotmail.com

Joana Carvalho joanasscarvalho@gmail.com

Autoria e Coordenação Geral do Projecto:

Miguel Oliveira miguel@esecs.ipleiria.pt

Associação Nacional de Animação e Educação Caldas da Rainha, Agosto de 2010


ÍNDICE Introdução ………………………………………………………………………………………………….

3

Parte I – O Projecto 1. Apresentação do Projecto …………………………………………………………………………….. 2. Prática Pedagógica ……………………………………………………………………………………… 3. Metodologia do Projecto ……………………………………………………………………………… 4. Conteúdos e Actividades ……………………………………………………………………………… 5. Recursos Materiais ……………………………………………………………………………………… 6. O Blog ………………………………………………………………………………………………………..

4 4 5 6 7 7

Parte II – Avaliação do Projecto 1. As Educadoras de Infância …………………………………………………………………………… 1.1. Caracterização da População ……………………………………………………………………… 1.2. Avaliação com os Educadores ……………………………………………………………………. 2. Pais e Encarregados de Educação ………………………………………………………………… 2.1. Caracterização da População …………………………………………………………………….. 2.2. Avaliação com Pais e Encarregados de Educação ………………………………………… 3. As Crianças ………………………………………………………………………………………………… 3.1. Caracterização da População …………………………………………………………………….. 3.2. Avaliação com as crianças …………………………………………………………………………

8 8 10 13 13 14 20 20 21

Parte III – Discussão dos Resultados e Conclusões 1. Discussão de Resultados ……………………………………………………………………………... 1.1. Educadores ……………………………………………………………………………………………… 1.2. Pais e Encarregados de Educação ………………………………………………………………. 1.3. Crianças …………………………………………………………………………………………………..

25 25 25 26

Conclusão ……………………………………………………………………………………………………

27

Referencias Bibliográficas ………………………………………………………………….….....

28

2


Introdução O presente artigo resulta de um relatório realizado no âmbito de um estágio profissional desenvolvido por duas educadoras de infância entre Setembro de 2009 e Junho de 2010. As duas estagiárias deram continuidade a um projecto iniciado em 2005 tendo desenvolvido um estudo comparativo para aferir a evolução do projecto desde o seu início até ao ano de 2010. O Projecto de Sensibilização à Língua Inglesa na Educação Pré-escolar resulta de uma parceria entre a Associação Nacional de Animação e Educação (ANAE), pelo Município das Caldas da Rainha e pelos Agrupamentos de Escolas do mesmo concelho. A sensibilização à língua inglesa decorreu pelo quinto ano consecutivo nos Jardins de Infância das Caldas da Rainha, tendo como principal objectivo sensibilizar as crianças para uma língua estrangeira e para a existência de outras línguas e outras culturas. Decorreu em 48 salas de Jardimde-infância da rede pública, privada e IPSS, do mesmo concelho. À semelhança de anos anteriores, uma das preocupações da equipa que desenvolve o Projecto de Sensibilização à Língua inglesa nos jardins-de-infância do concelho das Caldas da Rainha prendese com a articulação entre a educação de infância e o 1º ciclo do Ensino Básico. É fundamental promover a continuidade das aprendizagens tentando que educadores e professores dos dois contextos trabalhem em equipa e partilhem informação acerca das aprendizagens das crianças, conteúdos trabalhados e metodologias aplicadas. Actualmente as pessoas necessitam de habilidades, recursos e estratégias para aprender com autonomia. A educação não deve fundamentar-se apenas na simples repetição de respostas, mas sim na formulação e construção de perguntas e conhecimentos. Como refere Vigotsky “a aprendizagem precede o desenvolvimento”, 1 e como sabemos as palavras são a base do pensamento lógico, abrindo assim um espaço para a realização/desenvolvimento conceptual. Este trabalho estará dividido em 4 partes: Apresentação do Projecto, Prática Pedagógica, Avaliação do Projecto e Outros Projectos. Apresentamos, ao longo deste relatório, alguma fundamentação teórica e alguns dos aspectos mais relevantes para melhoria do projecto, a avaliação do Projecto foi feita com base em questionários a crianças, educadores e encarregados de educação, e por fim a discussão de resultados e respectivas conclusões.

Palavras-chave: Língua Inglesa; Língua Estrangeira; Inglês; Educação Pré-escolar; Sensibilizar; Jardins-de-infância.

1

STRANDBERG, LEIF. Vigotsky, um amigo da prática - Redescobrir Vigotsky. Destacável Noesis nº77. Portugal. P. 18.

3


PARTE I – O PROJECTO 1. Apresentação

do Projecto

O Projecto de Sensibilização à Língua Inglesa na Educação Pré-escolar, desenvolvido em parceria pela Associação Nacional de Animação e Educação (ANAE), a Câmara Municipal das Caldas da Rainha, a Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Leiria (ESEL) e o apoio do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), decorreu pelo quinto ano consecutivo em 48 salas de Jardins-de-Infância das Caldas da Rainha (mais do que o previsto inicialmente pelo Projecto “Em relação ao número de grupos, planeámos uma aplicação do projecto em 40 salas de jardim-de-infância, ou seja, o projecto abrangerá aproximadamente 1000 crianças.”2). Foi um desdobramento (com mais salas), de ambas as partes, que enriqueceu o nosso trabalho e a sua gestão inicial. Este tem como objectivos: desenvolver competências ao nível da Língua Estrangeira em crianças em idade Pré-Escolar; aprimorar a prática em sala de aula e contactar com outros agentes educativos (já que este é um estágio profissional e esta é a nossa área); dar continuidade a um projecto que tem vindo a ser desenvolvido desde 2005; desenvolver competências relacionadas com métodos de avaliação e acima de tudo proporcionar às crianças momentos significativos de aprendizagem espontânea do inglês.

2. Prática Pedagógica O trabalho, feito ao longo do ano, foi sempre uma tentativa de reunião entre os Projectos Curriculares de Grupo (nos jardins-de-infância) e o trabalho por nós dinamizado, isto é, uma complementaridade entre as Actividades que se desenrolavam na sala e as actividades do projecto. Para tal, em Setembro tivemos uma breve apresentação com cada uma das Educadoras, onde elas nos explicaram o trabalho feito na sala, quantas crianças tinham, quantas se mantinham do ano anterior e quantas tinham entrado pela 1ª vez, as suas idades, o material que poderíamos utilizar em cada sala, contactos, etc. Estas apresentações também serviram para sabermos o local exacto de cada jardim-de-infância. Com o início do ano, alguns receios e dificuldades foram superados com a ajuda que tivemos de toda a equipa. Claro que os coordenadores tiveram um papel importante no começo/desenrolar dos nossos trabalhos. “O Educador não se pode esquecer que dele também depende grande parte ou a maior parte de “tudo ou nada” do educando, pois “pode ajudar a desenvolver nas crianças e nos adolescentes, seus alunos, a confiança em si mesmo e nos outros, o deslumbramento perante a vida e a

2OLIVEIRA,

Miguel. Projecto de Sensibilização à Língua Inglesa para a Educação Pré-Escolar. Portugal. P. 4.

4


aprendizagem, a vontade de deixar um testemunho benéfico no mundo. E, pelo contrário, pode também contribuir para destruir a chama da curiosidade de aprender, da vontade de viver, da confiança em si e nas suas possibilidades de crescer e de se aperfeiçoar”3”4 Em Outubro, quando se deu o início do ano lectivo para as nossas sessões de inglês, já tínhamos o trabalho preparado com planificações específicas e metodologias adequadas a um agradável início e desenrolar de sessões.

3. Metodologia Este Projecto tem como principal objectivo SENSIBILIZAR as crianças para uma língua estrangeira e para a existência de outras línguas e outras culturas. Decidimos dar ênfase à palavra “SENSIBILIZAR”, porque não é de todo nossa intenção ensinar formalmente a língua inglesa aos grupos de crianças, mas sim explorar conteúdos, palavras e conceitos, mostrar-lhes uma diferente forma de comunicação de uma forma lúdica e criativa. Para tal utilizamos a função lúdico-criativa na qual o jogo assume um papel fundamental sendo “uma actividade importante no processo de aprendizagem e no desenvolvimento das crianças. É bastante desejável que, na maior parte do tempo que as crianças passam na escola, elas joguem; porém, também sabemos que é preciso aprender cada um dos jogos e as situações em que se propõem: - Jogos de linguagem: rodas, canções, apresentações faladas, etc. - Jogos de construção, encaixes, jogos de mesa: relações entre objectos, os nomes, os conceitos lógicos. - Jogos simbólicos: recreação e imitação de situações vividas na escola (quando brincam de dramatizar situações vividas na escola, usam linguagem da própria escola; quando for sobre um restaurante, utilizam a linguagem própria de comunicação naquele lugar; ou quando brincam de mamãe, etc.).” 5

Não nos podemos esquecer de referir que estas actividades tiveram como base a abordagem comunicativa, isto é, foram utilizados jogos, canções, pequenos diálogos e histórias que conduziram as crianças à repetição espontânea. Assim, não teremos aulas (formais) com crianças com receios pois tenta-se sempre que a nossa influência seja positiva. Segundo Perrenoud o aluno está ligado a três tipos de influências: - “As primeiras provêm da família e do grupo social de que faz parte, ou, mais globalmente, do conjunto dos meios extra- escolares com que se relacionou no decurso da sua história de vida”; - “As segundas provêm das diversas turmas e dos sucessivos professores que teve durante o seu percurso escolar”; - “As terceiras provêm do seu grupo de pares, os outros alunos.”6

3SANTOS, 4SILVA,

M.E.B. Os Aprendizes de Pigmaleão, Colecção Educação. Instituto Estudos Desenvolvimento. Lisboa. 1985.

Rita Martins da. 10. Ensino/Aprendizagem: Relação Professor/Aluno. ALVES, José Matias – Práticas Pedagógicas nas Organizações Escolares – Cadernos Pedagógicos. 1993. 1ª Edição/Depósito Legal n.º64 806/93. Edições ASA. P. 37. 5 BASSEDAS, Eurália; HUGUET, Teresa; SOLÉ, Isabel. Aprender e Ensinar na Educação Infantil. Tradução: Cristina Maria de Oliveira. Artmed. Porto Alegre / 1999. ISBN 85-7307-517-1. P. 77. 6 PERRENOUD, Philippe. Ofício de aluno e sentido do trabalho escolar. 1995. Porto: Porto Editora. P. 202.

5


(…)“a criança sabe que, em casa, basta um pouco de sedução ou de provocação para captar a atenção dos pais; na escola, rapidamente descobre que isso não funciona, que aí não é uma personagem tão importante como para a sua família, que deve conter as suas ideias, os desejos, as alegrias, as raivas, porque os outros não estão dispostos a ceder a sua vez ou a interessaremse pelos seus estados de espírito.”7. Isto acontece-nos principalmente no início do ano lectivo, as crianças pensam que podem fazer tudo o que fazem em casa, esquecendo-se que temos por vezes mais de 20 à nossa volta e a atenção tem de ser partilhada por todos, por isso depressa descobrem que o que fazem em casa não funciona na escola. Expomos isto, pois tivemos algumas experimentações ao longo do ano, mas felizmente foram superadas. A necessidade de ligação com o 1º Ciclo não foi satisfeita, este ano, devido ao facto de, ao longo do ano, não terem existido reuniões para tal. De qualquer forma, associamos as actividades/temas dos últimos 3 anos (incluindo o presente ano lectivo), e apresentamos uma comparação de todas durante o IV Ciclo de Conferências da ANAE 8 . Este trabalho facilitará o desenvolvimento do próximo ano, tanto para as Professoras de AEC (Inglês) do 1º Ciclo, como para as Estagiárias que nos sucedem. Resumindo, o Educador, com a função que nós desempenhamos, tem o dever de desenvolver a expressão e a comunicação através da utilização de linguagens múltiplas como meios de relação, de informação, de sensibilização estética e de compreensão do mundo, como nos sugerem as Orientações Curriculares para a Educação Pré-escolar.

4. Conteúdos e Actividades Na tabela que se segue, iremos observar quais foram os temas de “partida” que utilizámos para a gestão das nossas sessões (do lado esquerdo) e os que acabámos por concretizar, devido aos Planos Curriculares de Grupo, as Planificações Anuais, etc.

Temas sugeridos

Temas concretizados

O corpo

Apresentação e Outono

Primavera

Os números de 1 a 10

Halloween

Dia da Mãe

As cores

São Martinho

Corpo Humano

Os animais

Natal

Animais

Os alimentos

Dia de Reis

Cores

A família e os amigos

Inverno

Idade

Vestuário

Carnaval

Estado do Tempo

Aniversários

Opostos

Formas Geométricas

O tempo

Páscoa

Profissões

A casa

Família

Palavra do Dia

Dia do Pai

7IDEM. 8

P. 204. PowerPoint em Anexo.

6


5. Recursos Materiais Em relação aos materiais didácticos resolvemos construi-los na sua maioria e recorrer a material que havia na sede da Associação. Inicialmente utilizámos 2 fantoches, um da ANAE e outro pessoal (Mónica). Estes seriam o nosso ponto de partida para atrair o interesse das crianças em relação ao Inglês e a tudo o que viria da Inglaterra (“terra natal” do Mac e do Johny, os sapos/fantoches), ao longo de todo o ano. Durante esse tempo fomos utilizando diferentes tipos de materiais: cartolinas (de diferentes cores), material impresso, fio de lã, musgami / Eva de várias cores, lápis, canetas, fotocópias, tesourais, xactos, bostik e muito papel autocolante (uma vez que plastificamos todos os materiais, não só pela questão da Gripe A, como pela sua durabilidade). Estes foram os materiais “base” para a construção dos mesmos. Além disso, utilizámos: livros disponíveis na ANAE (na sua maioria eram do agrado das crianças), Legos das salas dos jardins, computador portátil para mostrarmos filmes ou para ouvirmos canções que tirávamos do youtube.

6. O BLOG O Blog http://english-2-u.blogspot.com, foi um meio de comunicação/ligação com os Encarregados de Educação, Educadoras Titulares e Comunidade em geral, como uma forma de mostrarmos o trabalho que ia sendo feito, ao longo do ano, com as crianças. Publicámos todas as temáticas e imagens utilizadas, tal como as hiperligações para vídeos que utilizamos.

7


PARTE II – AVALIAÇÃO DO PROJECTO A avaliação do projecto de sensibilização à língua inglesa na educação pré-escolar tem por base questionários realizados no decorrer do presente ano lectivo. Estes contemplaram os educadores de infância, pais, encarregados de educação e crianças envolvidos no projecto. Procuramos ainda, sempre que possível, fazer uma análise comparativa com os dados obtidos através dos questionários aplicados nos anos lectivos de 2005/2006, ano de implementação do projecto, e de 2007/2008.

1. As Educadoras de Infância No presente ano lectivo foram entregues questionários a 48 educadoras de infância. Destes foram devolvidos 38, isto é, cerca de 79%. Com estes pretendíamos a avaliação do projecto por parte das educadoras e a sua opinião relativamente ao mesmo. O questionário era composto por questões fechadas, abertas e uma final em que poderiam complementar o mesmo. Relativamente às questões abertas foram quase sempre consideradas várias categorias para a mesma resposta, assim o número de respostas em cada pergunta poderá ser superior ao número total de educadoras. As categorias de análise consideradas para análise dos dados foram definidas depois de lidas as respostas dadas pelas educadoras. O número de educadoras tem vindo a aumentar, o que não só reflecte um maior número de salas de jardim-de-infância no concelho como uma maior procura por parte de instituições privadas e/ou de instituições particulares de solidariedade social. No seu início o projecto abrangia trinta e cinco salas, em 2007/2008 trinta e oito salas e no presente ano quarenta e oito, quarenta e três das quais da rede pública. Entre as 38 educadoras que responderam ao questionário este ano lectivo 22 pertencem ao Agrupamento de Escolas D. João II, 7 ao Agrupamento de Escolas de Santa Catarina, 8 ao Agrupamento de Escolas de Santo Onofre e 1 ao Jardim-de-Infância da Santa Casa da Misericórdia de Caldas da Rainha.

1.1. Caracterização da População Na tentativa de caracterizar o corpo docente nos questionários utilizados pedia-se que os docentes se identificassem relativamente ao género, idade, habilitações literárias e número de anos de contacto com o projecto. Da análise dos dados relativos à identificação verifica-se que todos os profissionais são do género feminino, tal como se verificou nos outros anos. Mas tendo em atenção a faixa etária em que se insere a maioria do corpo docente nota-se, ao longo dos 3 anos em análise, um ligeiro envelhecimento. Em 2005/2006 verificou-se que a maioria das educadoras estava entre os 36 e os 50 anos, em 2007/2008 entre os 41 e os 50 anos, e no presente ano a maioria das educadoras insere-se na faixa etária que vai dos 45 aos 50 ou mais anos, como pode ser comprovado pela leitura do Gráfico 1. Temos assim um total de 27 educadoras entre os 25 e os 50 ou mais anos, que representam cerca de 56% da população inquirida. 8


18

Número de Educadoras

20 15

9

10 5

4

5

1

0

1

0

0 <25

25-29

30-34

35-39

40-44

45-50

>50

N/R

anos

Gráfico 1 Faixa etária das educadoras, 2009/2010

No que concerne as habilitações literárias das docentes, no presente ano, um total de 31 detém o grau de licenciada, o que corresponde a cerca de 81% da população inquirida. Os dados relativos às habilitações literárias das educadoras de infância encontram-se sistematizados no Gráfico 2.

35

31

Número de Educadoras

30 25 20 15 10

6

5

0

1

Mestrado

N/R

0 Bacharelato

Licenciatura

Gráfico 2 Habilitações Literárias das Educadoras, 2009/2010

Comparado com os outros anos em análise, e como está explicitado no Gráfico 3, verifica-se que, em valor percentagem, o número de bacharéis diminuiu entre 2005/2006 e 2007/2008 e voltou a sofreu um ligeiro aumento em 2009/2010. Já a percentagem de educadoras licenciadas comportou-se de forma oposta, tendo aumentado entre 2005/2006 e 2007/2008 e voltado a decrescer, ligeiramente, em 2009/2010. Apenas em 2007/2008 houve uma educadora com o grau de mestre. 100 83

90

% Educadoras

81

74

80

Grau académico

70

Bacharelato

60

Licenciatura

50 40 30

Mestrado 26

N/R

10

16

14

20 0

0

3

0

0

3

0 2005/2006

2007/2008

2009/2010

Gráfico 3 Análise comparativa das habilitações literárias das docentes (valores em %)

9


Entre as educadoras que responderam ao questionário 32 já tinham tido contacto com o projecto em anos anteriores, o que corresponde a cerca de 82% das inquiridas. Como se pode verificar pelo Gráfico 4, entre estas destacam-se as 15 para as quais é já o 5º ano que participam no mesmo, ou seja, desde o seu começo, o que corresponde a cerca de 39% da população. 15

16

Número de Educadoras

14 12 9

10 8

6

6

4

4

2º Ano

3º Ano

4 2 0 1º Ano

4º Ano

5º Ano

Gráfico 4 Anos de contacto com o projecto

1.2. Avaliação com os Educadores Com questões relativas à avaliação do projecto tentámos compreender as expectativas e opiniões das educadoras relativamente ao projecto de sensibilização à língua inglesa na educação préescolar. Quanto questionadas sobre se no presente ano o projecto está a decorrer de forma positiva, a grande maioria respondeu positivamente, tendo havido duas que não expressaram a sua opinião, como pode ser verificado no Gráfico 5. Ao justificarem a sua escolha, 21 educadoras referiram a boa adesão do grupo de crianças, mais especificamente que estas gostaram, participaram e estiveram interessadas e motivadas. Houve ainda 11 que mencionaram a adequação das sessões ao PCG (projecto curricular de grupo) e 10 que salientaram o facto de as sessões terem sido bem dinamizadas, lúdicas e de acordo com os interesses do grupo. Uma vez que a questão em análise não foi colocada da mesma forma nos anos considerados para comparação, não é feita aqui qualquer referência a 2005/2006 e 2007/2008. 40

36

Número de educadoras

35 30 25 20 15 10 5

0

2

0 Sim

Não

Não respondeu

Gráfico 5 Respostas à questão Considera que no presente ano lectivo o projecto está a decorrer de forma positiva?

10


Relativamente à pertinência do projecto a totalidade das educadoras que devolveram os questionários consideram que é boa, 24 respostas, ou muito boa, 14 respostas, como pode ser verificado no Gráfico 6. A principal justificação apresentada pelas educadoras para a sua opção é, com 21 respostas, as crianças encontrarem-se numa idade propícia ao contacto com uma segunda língua, 9 referem ainda o facto de ser uma mais-valia para o futuro académico.

Número de educadoras

30 24

25 20

14

15 10 5 0

0

Fraca

Razoável

0 Boa

Muito boa

Gráfico 6 Pertinência/Importância do Projecto

Comparando com as respostas obtidas nos anos lectivos de 2005/2006 e 2007/2008 nota-se uma evolução positiva (em percentagem), nomeadamente em relação ao ano de implementação do projecto em que se obteve duas respostas negativas. Também deve referir-se que no presente ano não se obteve qualquer resposta em branco. A comparação entre as respostas obtidas nos diferentes anos encontra-se no Gráfico 7 (valores em percentagem). 97

100 90

100

83

% Educadoras

80 70 60

Sim/Boa/Muito boa

50

Não/Fraca/Razoável

40

N/R

30 20 10

6

11 0

3

0

0

0 2005/2006

2007/2008

2009/2010

Gráfico 7 Pertinência do projecto, evolução verificada nos três anos em análise

Outro dos pontos em análise foi a adequação da metodologia das sessões aos diferentes grupos de crianças. No presente ano lectivo 37 educadoras responderam afirmativamente, apenas uma deixou a resposta em branco. A maioria, 23, referiu que a metodologia é a adequada aos interesses e necessidades do grupo, nomeadamente à faixa etária em questão, às suas capacidades e motivação. Com 13 respostas foi indicado, como justificação, o facto de os conteúdos serem adequados ao PCG e com 12 respostas o facto de as sessões de inglês serem lúdicas e diversificadas. Este resultado replica o obtido em 2007/2008, que já era uma evolução face às respostas obtidas em 2005/2006, quando quatro educadoras disseram que não consideravam a metodologia indicada e outras quatro não responderam. Os resultados obtidos nos 3 anos podem ser verificados, em percentagem, no Gráfico 8. 11


97

100 90

% Educadoras

80

97

78

70 60

Sim

50

Não

40

N/R

30 20

11

11

10

0

3

0

3

0 2005/2006

2007/2008

2009/2010

Gráfico 8 Adequação ao grupo da metodologia utilizada nas sessões

Quando questionadas sobre a relação das crianças com o projecto, nomeadamente se estão a aderir e se estão motivadas, a grande maioria respondeu afirmativamente, como pode ser comprovado pela leitura do Gráfico 9. Apenas uma educadora respondeu “não” e duas não responderam. Nos anos lectivos em análise em nota-se, em percentagem, um aumento do primeiro para o segundo ano e depois um ligeiro decréscimo relativamente presente ano. A percentagem de “não resposta” também voltou a aumentar. Estes dados podem ser verificados no Gráfico 10. 40

35

Número de educadoras

35 30 25 20 15 10 5

1

2

Não

Não respondeu

0 Sim

Gráfico 9 Respostas à questão As crianças estão a aderir ao projecto?

97

100 90

92

83

% Educadoras

80 70 60

Sim

50

Não

40

N/R

30 20 10

6

11 3

0

3

5

0 2005/2006

2007/2008

2009/2010

Gráfico 10 Adesão/motivação das crianças nos três anos em análise

Sobre a pertinência de dar continuidade ao projecto, todas as educadoras consideradas para esta análise responderam afirmativamente. As justificações apresentadas foram diversas, destacando-se a indicação de fazer sentido numa lógica de continuidade (12 respostas) e uma mais-valia para o futuro académico das crianças (11 respostas). Estes resultados representam apenas uma ligeira 12


alteração face a 2007/2008, ano em uma educadora respondeu negativamente. No ano lectivo de 2005/2006 esta questão não foi colocada. A comparação dos dados, em percentagem, pode ser verificada no Gráfico 11. 100

97

100

90

% Educadoras

80 70 60

Sim

50

Não

40

N/R

30 20 10

3

0

0

0

0 2007/2008

2009/2010

Gráfico 11 Dados comparativos quanto à pertinência da continuidade do projecto

As educadoras foram ainda questionadas sobre a reacção dos pais face ao projecto. A maioria das respostas, 25, indicou que estes o consideram positivo ou muito positivo e estão muito satisfeitos com o mesmo. Nove das respostas indicaram que os pais demonstraram, em algum momento, interesse pelo projecto de sensibilização à língua inglesa. Contudo, sete educadoras referiram que os pais ou encarregados de educação nunca se manifestaram.

2. Pais e Encarregados de Educação A recolha de dados relativos à avaliação que pais ou encarregados de educação fazem do projecto foi realizada através da aplicação de questionários. Os inquéritos foram confiados às educadoras de infância de cada grupo, que se responsabilizaram por os entregar aos pais/encarregados de educação. Foram entregues 898 inquéritos dos quais foram devolvidos 481, correspondentes a 54% da população em estudo. Mais uma vez pretende-se fazer uma análise comparativa entre o presente ano lectivo e os anos de 2005/2006 e 2007/2008. Assim, deve ter-se em atenção que no ano de implementação do projecto os inquéritos foram entregues apenas a uma amostra da população em estudo.

2.1. Caracterização da população Uma vez que se pretendia fazer um estudo sobre a população em questão os inquéritos compreendiam dados relativos à identificação dos pais/encarregados de educação. Na análise destes resultados é necessário ter em atenção que não foram considerados os questionários preenchidos com os dados das crianças e não do encarregado de educação. Estes perfazem um total de 120 questionários, ou seja 25% dos questionários entregues, e surgem nos gráficos apresentados como N/C – não considerados. Como esta observação é particularmente relevante quando se comparam os dados obtidos nos diferentes anos não serão apresentados dados quantitativos para essa análise. 13


Na caracterização da população alva verificou-se que a grande maioria é do sexo feminino, situa-se entre os 30 e os 40 anos e possui o 3º ciclo ou o ensino secundário, como pode ser comprovado pelos Gráfico 12Gráfico 13Gráfico 14. 350

315

Número de respostas

300 250 200 150

120

100

46

50 0

Masculino

Feminino

N/C

Gráfico 12 Identificação dos Pais/Encarregados de educação quanto ao género

137

Número de respostas

150

120

118

100 51 50

37

18

0 20-24

25-29

30-34

35-40

>40

N/C

anos

Gráfico 13 Distribuição da população inquirida por faixas etárias

140

Número de respostas

120

116

120

1º Ciclo

100

2º Ciclo

90

3º Ciclo

80

Secundário Bacharelato

60 40

37

44

Licenciatura

40

Outro

28

N/C

20

6

0 Habilitações Literárias

Gráfico 14 Habilitações literárias dos pais/encarregados de educação

2.2. Avaliação com os Pais e Encarregados de Educação Para termos conhecimento da avaliação que pais e encarregados de educação fazem do projecto colocamos-lhes questões relacionadas com o projecto em si, mas também com a relação dos seus educandos com o mesmo.

14


Quando questionados sobre o conhecimento que tinham do projecto anterior à entrada do educando no jardim-de-infância 58% afirmaram que já o conheciam, enquanto 40% responderam negativamente, dados que se encontram no Gráfico 15. Comparando os três anos em análise notase uma tendência para o crescimento da percentagem de pais/encarregados de educação que já tinham conhecimento do projecto, como pode ser verificado no Gráfico 16. Nota-se que o ano de implementação do projecto foi aquele em que a maioria da população afirmou desconhecer o projecto. 70 58

60

% Respostas

50

40

40 30 20 10

2

0 Sim

Não

N/R

Gráfico 15 Conhecimento do projecto antes da entrada do educando para o jardim-de-infância

70

61

58

60

52

% Respostas

50

47 40

37

40

Sim Não

30

N/R

20 10

2

1

2

2005/2006

2007/2008

2009/2010

0

Gráfico 16 Conhecimento anterior à entrada do educando para o jardim-de-infância nos três anos em análise (valores em percentagem)

A grande maioria dos encarregados de educação afirmou ter conhecimento do objectivos do projecto de sensibilização à língua inglesa, num total de 75%, apenas 20% disseram não ter conhecimento dos mesmos. Ao analisar os dados dos três anos, presentes no Gráfico 17, nota-se que depois de um aumento do conhecimento dos objectivos do projecto entre os dois primeiros anos, no presente ano lectivo verificou-se uma ligeira descida (valores em percentagem). 90 80

81

75

70

% Respostas

70 60

Sim

50 40 30

Não 27

20 10

N/R

20

16 3

3

5

2005/2006

2007/2008

2009/2010

0

Gráfico 17 Conhecimento dos objectivos do projecto nos três anos em análise

15


Relativamente à opinião sobre a pertinência do projecto, a maioria dos pais/encarregados de educação considera que é boa (cerca de 42%) ou muito boa (cerca de 45%), apenas 8% classifica o projecto como razoável e 1 % como fraco. Entre as justificações apresentadas para as indicações de “fraca” ou “razoável” pertinência destacase a de não ser um projecto adequado à idade do filho/educando. Já as justificações apresentadas para uma pertinência boa/muito boa, referem principalmente a importância do contacto com uma segunda língua, a importância da língua inglesa na sociedade actual e também o facto de ser uma “base” para os anos seguintes (no contacto com a língua). Apesar de a percentagem de respostas dadas para fraca/razoável ter sido sempre baixa, verifica-se pela análise dos resultados dos três anos que no primeiro ano esta foi ainda mais reduzida, e nos outros dois anos os resultados foram semelhantes, o que pode ser observado no Gráfico 18.

60 48

% Respostas

50

43 42

42

40

45 Fraca

40

Razoável

30

Boa Muito boa

20 10

11 1

3

8 2

8 2

1

N/R 4

0 2005/2006

2007/2008

2009/2010

Gráfico 18 Pertinência/importância do projecto – dados dos três anos em análise

Os pais/encarregados de educação, quando questionados sobre o que será mais importante, no contacto com o projecto, para as crianças em idade pré-escolar, seleccionaram maioritariamente a possibilidade de estar em contacto com a língua inglesa. Com menor percentagem de respostas ficaram dizer palavras na língua inglesa e relacionar os conteúdos do PCG com os do projecto, um número mais reduzido de sujeitos seleccionou duas ou três opções. Estes dados podem ser confirmados pelo Gráfico 19, onde é notória a opção escolhida pela maioria dos encarregados de educação. 70

61

% Respostas

60 50 40 30 20

11

10

7

12 2

3

4

f

N/R

0 a

b

c

d

e

a) Estar em contacto com a língua inglesa; b) Diz er palavr as utiliz adas nas sessões, em inglês; c) Relacionar os conteúdos do PCG com os do pr ojecto; d) Outr os; e) Duas r espostas; f) Tr ês r espostas; N/R) Não r espondeu

Gráfico 19 Distribuição das respostas relativas ao que os encarregados de educação consideram mais importante para os seus educandos (valores em percentagem)

Nos anos anteriores foi também a possibilidade de estar em contacto com a língua que surge em primeiro lugar, como pode ser conferido no Gráfico 20. Para a leitura deste gráfico é necessário 16


notar que no presente ano lectivo foi introduzida uma nova opção para escolha foram consideradas respostas em que foram seleccionadas várias opções. Assim, optámos, na comparação dos dados dos 3 anos, englobar algumas respostas que discriminamos no gráfico relativo a este ano, na opção Outra; N/R. Por isto, não referimos aqui os valores percentuais encontrados. 80 70

% Respostas

60

Estar em contacto com a língua

50

Dizer palavras em inglês

40 30

Outros; N/R

20 10 0 2005/2006

2007/2008

2009/2010

Gráfico 20 Distribuição das respostas relativas à questão sobre o que é mais importante para as crianças em idade pré-escolar, em percentagem e para os três anos em análise.

Os questionários realizados no presente ano lectivo comprovam que uma larga maioria de pais/encarregados de educação conversam com os seus educandos sobre as sessões de inglês. Quando confrontados com a questão “Costuma pedir ao seu filho/educando que lhe conte o que “aprendeu” nas sessões de inglês” 88% respondeu sim e apenas 8% disse não o fazer, dados que podem ser conferidos no Gráfico 21. Estes resultados confirmam os obtidos em 2005/2006, apenas com uma ligeira descida no presente ano, de 90% para os 88% registados este ano, note-se que no ano de 2007/2008 esta questão não integrou os questionários. 100 90

88

80

% Respostas

70 60 50 40 30 20

8

10

4

0 Sim

Não

N/R

Gráfico 21 Resposta à questão Costuma pedir ao seu filho/educando que lhe conte o que “aprendeu”nas sessões de inglês (valores em percentagem)

Quisemos também saber se as crianças relatavam o que se passava nas aulas de inglês autonomamente e como o faziam. Pelas respostas obtidas, e como pode ser confirmado pelo Gráfico 22, existe uma ligeira maioria de crianças, cerca de 52%, que, autonomamente, relata as sessões de inglês, contra 42% que não o fazem. Este resultado difere significativamente dos resultados obtidos no primeiro ano do projecto, em que 75% dos inquiridos afirmaram que os seus educandos relatavam as sessões de forma autónoma. No ano de 2007/2008 a questão foi colocada de forma diferente e por isso não são apresentados aqui os resultados então obtidos.

17


60

52

% Respostas

50

42

40 30 20 6

10 0 Sim

Não

N/R

Gráfico 22 Respostas à questão O seu filho/educando relata autonomamente o que se passa nas sessões de inglês (valores em percentagem)

Relativamente à forma como é feito o relato das sessões, no presente ano lectivo, a maioria dos inquiridos, num total de 192, referiu que era pela verbalização de algumas palavras e expressões em inglês, resultado bastante superior a qualquer das restantes opções, como pode ser verificado no Gráfico 23. Nos outros dois anos em análise a maioria de respostas aponta para a utilização, por parte das crianças, das duas línguas, com 63% de respostas em 2005/2006 e 66% em 2007/2008, o que está de acordo com os resultados obtidos no presente ano.

Número de respostas

250 192

200 150 100 50

19

14

29 3

0 a

b

c

d

e

a) Relatando em português; b) Verbalizando algumas palavras e expressões em inglês; c) Outro; d) Duas respostas; e) Três respostas

Gráfico 23 Respostas obtidas para a questão “Como é que o seu educando relata o que se passa nas sessões de inglês?”

Este ano os pais/encarregados de educação voltaram a confirmar que a larga maioria das crianças está, segundo eles, a gostar das sessões de inglês, num total de 92%,como indicado no Gráfico 24. O 1% que indica que o seu educando não está a gostar corresponde a 7 repostas. Já em 2007/2008 os resultados obtidos foram muito semelhantes, apenas de notar, para o presente ano lectivo, um decréscimo na percentagem de respostas em branco. 100

92

90 80

% Respostas

70 60 50 40 30 20 10

1

7

0 Sim

Não

N/R

Gráfico 24 Respostas obtidas para a questão “O seu educando está a gostar das sessões de inglês?”

18


Para a grande maioria dos pais/encarregados de educação o projecto de sensibilização à língua inglesa está a corresponder às suas expectativas. Tal como em 2007/2008 a percentagem obtida situa-se nos 80%, apenas com um ligeiro decréscimo no presente ano, valores que representam um pequeno aumento relativamente ao ano de 2005/2006, dados presentes no Gráfico 25.

90

82

78

80

81

% Respostas

70 60 Sim

50

Não

40

N/R

30

18

15

20 10

15

4

3

4

2005/2006

2007/2008

2009/2010

0

Gráfico 25 Respostas dadas nos três anos em análise à questão “O projecto está a corresponder às suas expectativas”

Para cerca de 52% dos pais/encarregados de educação este não foi o primeiro ano em que os seus educandos contactaram com o projecto. Entre estes, 183 referiram que notam evolução na aprendizagem da criança, o que corresponde a cerca de 73% (relativamente aos que indicaram que os educandos já tinham tido contacto com o projecto). A maioria dos inquiridos indicou como aspecto em que nota maior evolução o aumento do vocabulário em inglês. No ano de 2007/2008 houve 186 respostas afirmativas para a mesma questão, o que está de acordo com os dados obtidos no presente ano. Contudo, deve notar-se que os critérios de tratamento de dados foram diferentes nestes dois anos. No presente ano lectivo os pais/encarregados de educação expressaram de forma significativa que consideram pertinente dar continuidade ao projecto iniciado há 5 anos. Cerca de 91% respondeu afirmativamente, contra 1% que não concorda e 8% que não respondeu (dados presentes no Gráfico 26). As justificações apresentadas para a continuidade do projecto estão próximas das indicadas para confirmar a pertinência do projecto. Assim, a maioria dos pais referiu a importância da língua inglesa e a preparação para os anos seguintes como justificações para a continuidade do projecto. Esta questão não estava incluída nos questionários dos outros anos em análise. 100

91

90 80

% Respostas

70 60 50 40 30 20

8

10

1

0 Sim

Não

N/R

Gráfico 26 Indicação da pertinência da continuidade do projecto

19


3. Crianças Os questionários dirigidos às crianças foram aplicados a uma amostra da população previamente definida e através de entrevistas individuais. Em cada sala tentou-se seleccionar seis crianças, três de cada género, variando ainda a idade e os anos de contacto com o projecto. Dadas as características de alguns grupos por vezes não foi possível definir a amostra pretendida. Foram realizados 286 questionários divididos pelas 48 salas de jardim-de-infância onde o projecto se encontra implementado. Entre estas salas 27 estão inseridas no meio rural, 16 em meio urbano e as restantes 5 pertencem à rede privada ou IPSS. Tal como nos questionários dirigidos às educadoras e pais/encarregados de educação, estes compreendiam uma parte relativa à identificação e outra destinada à avaliação do projecto. Os dados foram analisados globalmente, numa primeira abordagem, e depois considerando os diferentes meios, rural, urbano e as instituições privadas e IPSS.

3.1. Caracterização da População As 286 crianças entrevistadas estavam igualmente divididas quanto ao género, isto é, 143 do género feminino e 143 do género masculino. Predominaram as crianças com 4 e 5 anos, como se pode verificar no Gráfico 27, e a maioria contactou pela primeira vez com o projecto no decorrer do presente ano lectivo, segundo a distribuição representada no Gráfico 28. 120 97

Número de Crianças

100

92

80 60 60 37

40 20 0

3

4

5

6

(anos)

Gráfico 27 Distribuição da amostra quanto à idade 140

129

Número de Crianças

120 96

100 80

56

60 40 20

5

0 1º ano

2º ano

3º ano

4º ano

(ano de contacto com o projecto)

Gráfico 28 Número de anos de contacto com o projecto

20


A diferença do número de salas entre os diferentes meios e a rede privada/IPSS determinou uma diferença significativa no número de crianças entrevistadas em cada contexto. Como pode ser confirmado pelo Gráfico 29 o número de crianças entrevistadas em meio rural é significativamente superior a qualquer um dos outros, o que não deve ser confundido com o número total de crianças inseridas em cada contexto.

180

162

Número de Crianças

160 140 120

94

100 80 60

30

40 20 0 Rural

Urbano

Privado/IPSS

Gráfico 29 Entrevistas realizadas em contexto rural, urbano e privado/ipss

3.2. Avaliação com as Crianças As crianças começaram por responder sobre aquilo que mais e menos tinham gostado de aprender nas sessões de inglês. Quanto ao que tinham gostado mais a maioria referiu situações muito particulares. Na tentativa de organizarmos as respostas obtidas segundo categorias definimos “histórias, jogos, canções e outros” como possibilidades e obtivemos a distribuição apresentada no Gráfico 30. O número elevado de respostas classificadas como “outros” deve-se a indicações como “gostei de tudo; gostei da mascote; gostei de ti”. Nota-se contudo uma maior percentagem de respostas para “jogos”, estando as “canções” e as “histórias” muito próximas. Considerando os valores obtidos para os diferentes meios, presentes no Gráfico 31, a maior diferença verifica-se nos privados/IPSS onde se nota uma maior percentagem de crianças que prefere as histórias, logo a par dos jogos. 45

41

40 35 28

% Respostas

30 25 20

16

15

15 10 5 0 Histórias

Jogos

Canções

Outros

Gráfico 30 Respostas à questão O que gostaste mais de aprender/fazer nas sessões de inglês (valores em percentagem)

21


50 45 40 % Respostas

35

29

30

43

43

40 29

Histórias 23

25 20

15

17

16

15

23

Jogos Canções

13

Outros

10

10 5 0 Rural

Urbano

Privados/IPSS

Gráfico 31 Respostas à questão O que gostaste mais de aprender/fazer nas sessões de inglês, nos diferentes meios (valores em percentagem)

Na tentativa de determinar o que é que as crianças menos gostaram de fazer foram definidas as mesmas categorias de análise que em cima. Note-se que foi muito complicado obter uma resposta para esta questão, a grande maioria das crianças respondeu “gosto de tudo”, o que foi considerado como “outros” e o que se traduziu nus significativos 75%, como é possível verificar no Gráfico 32. Entre as três categorias definidas a “histórias” foi, com 14%, a que as crianças menos gostaram. Os resultados obtidos para cada meio não diferem significativamente dos gerais, como pode ser verificado no Gráfico 33, apenas se nota que as respostas dadas pelas crianças pertencentes às instituições privadas/IPSS foram mais específicas. 80

75

70

% Respostas

60 50 40 30 20

14 7

10

4

0 Histórias

Jogos

Canções

Outros

Gráfico 32 Respostas à questão O que gostaste menos de aprender/fazer nas sessões de inglês (valores em percentagem)

22


90

79

76

80

% Respostas

70

63

60

Histórias

50

Jogos

40

Canções

30 20

12

10

8

4

Outros

20

15

10 4

2

7

0 Rural

Urbano

Privados/IPSS

Gráfico 33 Respostas à questão O que gostaste menos de aprender/fazer nas sessões de inglês, nos diferentes meios (valores em percentagem)

As crianças tiveram também de responder a uma questão mais dirigida em que tinham de ordenar (por ordem de preferência) o que mais gostavam. Entre as opções “histórias, canções e jogos” foram os jogos a reunir a maioria das primeiras escolhas, num total de 54%, como pode ser comprovado no Gráfico 34. Entre os jogos indicados pelas crianças como o que tinham gostado mais destacam-se os jogos de memória e de movimento. Analisando os resultados obtidos nos diferentes meios, presentes no Gráfico 35 verifica-se que o meio rural e urbano estão próximos dos resultados gerais, em que os jogos recolhem a maior preferência, mas nos privados/IPSS a maioria das crianças indicou em primeiro lugar as canções e só depois os jogos. 60

54

50

% Respostas

40

30

29

17

20

10

0 Canções

Jogos

Histórias

Gráfico 34 Primeira escolha na questão O que gostas mais, canções, jogos ou histórias (valores em percentagem)

23


70 58

60

51

47

% Respostas

50 40

43 Canções

33

30

Jogos

24

Histórias

18

20

16 10

10 0 Rural

Urbano

Privados/IPSS

Gráfico 35 Primeira escolha na questão O que gostas mais, canções, jogos ou histórias, nos diferentes meios (valores em percentagem)

A última questão dirigida às crianças prendia-se com a continuidade da “aprendizagem” da língua inglesa, tendo-se perguntado se queriam ou não ter inglês no próximo ano. Como pode ser confirmado no Gráfico 36 a larga maioria das crianças, cerca de 96%, respondeu afirmativamente à questão, tendo sido quase sempre dada como justificação “porque eu gosto”. Os resultados obtidos para os diferentes meios estão de acordo com o resultado geral, como pode ser confirmado no Gráfico 37. 120 96

100

% Respostas

80

60

40

20 4

0

0 Sim

Não

Outro

Gráfico 36 Respostas à questão Queres ter inglês no próximo ano (valores em percentagem) 120

% Respostas

100

96

97

95

80 Sim 60

Não outro

40 20

4

1

5

0

3

0

0 Rural

Urbano

Privados/IPSS

Gráfico 37 Respostas à questão Queres ter inglês no próximo ano, nos diferentes meios (valores em percentagem)

24


PARTE III – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS E CONCLUSÕES 1. Discussão de Resultados 1.1. Educadores Os questionários dirigidos às educadoras de infância permitiram verificar que uma maioria muito significativa considera o projecto pertinente, a metodologia utilizada nas sessões adequada ao grupo de crianças, e que estas estão motivadas e aderem às propostas apresentadas. A totalidade das educadoras que responderam ao questionário considera pertinente dar continuidade ao projecto. Os resultados obtidos estão, salvo ligeiras oscilações, nomeadamente na faixa etária predominante, de acordo com os dados dos anos de 2005/2006 e 2007/2008.

1.2. Pais e Encarregados de Educação Os questionários devolvidos no presente ano pelos pais/encarregados de educação foram pouco mais de metade daqueles que foram entregues. Entre os que foram analisados destaca-se o facto de que em cerca de um quarto os dados relativos à identificação terem sido mal preenchidos, nomeadamente a idade, preenchida com os dados do filho/educando, factor que condicionou o tratamento dos dados. Neste ano lectivo notou-se um aumento no conhecimento do projecto e um ligeiro retrocesso no conhecimento dos seus objectivos. A grande maioria dos pais/encarregados de educação continua a achar o projecto pertinente ou muito pertinente e o facto de este possibilitar o contacto com a língua inglesa o mais importante para crianças em idade pré-escolar. Apesar de quase todos os pais/encarregados de educação indicarem que pedem ao seu filho/educando que conte o que se passou nas sessões de inglês, apenas 52% dizem que as crianças o fazem de forma autónoma, valor que difere significativamente dos 75% em 2005/2006. A grande maioria das crianças utiliza, tal como em 2005/2006 e 2007/2008 as duas línguas, português e inglês, nos seus relatos. Os pais/encarregados de educação indicaram, em larga maioria, que os seus filhos/educandos estão a gostar das sessões, o que confirma os resultados obtidos em 2007/2008. O projecto continua a corresponder às expectativas de pais/encarregados de educação e a grande maioria indica que considera pertinente a sua continuidade.

25


1.3. Crianças As entrevistas realizadas às crianças permitiram verificar que entre as suas actividades preferidas, realizadas no decorrer das sessões de inglês, se encontram os jogos. Uma maioria muito significativa das crianças não foi capaz de indicar o que menos gostou de fazer. Quando lhes foi pedido que indicassem ordenadamente o que tinham gostado mais, entre as canções, os jogos e as histórias, mais uma vez os jogos reuniram a maioria das preferências. Na análise feita considerando os diferentes meios as diferenças não foram significativas, apenas se notou que nos privados/IPSS as crianças indicaram, nas suas preferências, as histórias a par dos jogos. Enquanto educadores sabemos que a idade pré-escolar é um período fundamental no desenvolvimento da linguagem. Ao longo da nossa formação o nosso papel para esse desenvolvimento foi constantemente realçado. Este conhecimento, construído em torno da língua materna, ajudou-nos a compreender que estas crianças estão particularmente permeáveis à aquisição de uma língua e que a sensibilização a uma segunda língua, neste caso o inglês, é pertinente e possível. O trabalho desenvolvido ao longo do ano lectivo junto de cada grupo foi a confirmação disso mesmo.

26


Conclusão O educador deve tentar compreender as fases do conhecimento linguístico que a criança está a passar na altura, incentivando-a a desenvolver as suas capacidades, especialmente de uma forma lúdica e divertida. Assim, todo o nosso trabalho surgiu em torno do “lúdico-criativo” pois o nosso desejo não era que as crianças soubessem falar inglês fluente e correctamente, mas sim conseguir despertar a curiosidade para a existência de outras línguas e de uma cultura cuja língua é utilizada por pessoas de todo o mundo. A possibilidade de aplicar questionários aos diversos elementos da comunidade educativa permitiu-nos analisar e avaliar o trabalho que realizámos ao longo do ano e ainda tomar conhecimento da perspectiva que pais/encarregados de educação, educadoras titulares das salas e crianças tinham acerca do mesmo. Os resultados obtidos foram de um modo geral gratificantes na medida que sentimos que o nosso trabalho foi reconhecido. Foi um ano muito intenso de aprendizagens e desenvolvimento pessoal e profissional para todos os intervenientes. O facto de este projecto ser itinerante e abranger um grande número de salas de jardim-de-infância constituiu ao mesmo tempo dificuldades e motivos de crescimento e evolução. A cada dia os diferentes grupos de crianças sucediam-se e com eles os adultos responsáveis e os diversos contextos educativos. Esta diversidade de grupos e de crianças potenciou a procura (constante) de estratégias de gestão e de ensino/aprendizagem adequadas a cada grupo, já o privilégio de conhecer tantas educadoras, com percursos, ideias, metodologias próprias foi motivo de grande desenvolvimento.

27


Referências Bibliográficas BASSEDAS, Eurália; HUGUET, Teresa; SOLÉ, Isabel. Aprender e Ensinar na Educação Infantil. Tradução: Cristina Maria de Oliveira. Artmed. Porto Alegre / 1999. ISBN 85-7307-517-1. P. 77. COELHO, Raquel; OLIVEIRA, Luís Miguel. Relatório Final – Projecto de Sensibilização à Língua Inglesa para a Educação Pré-Escolar. ANAE. Julho de 2006. LOPES, Rita; NAPIERALA, Mafalda. A Aprendizagem Precoce de uma Língua Estrangeira Sensibilização à Língua Inglesa da Educação Pré-Escolar. Outubro de 2009. LOPES, Ana Sofia et. al.. Sensibilização à língua inglesa na Educação Pré-Escolar – Um projecto Itinerante no Concelho das Caldas da Rainha in VII Colóquio sobre Questões Curriculares – Globalização e (Des)igualdades: Os Desafios Curriculares”. Universidade do Minho. 2006. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar. Lisboa. 1997. OLIVEIRA, Miguel. Projecto de Sensibilização à Língua Inglesa para a Educação Pré-Escolar. Associação Nacional de Animação e Educação. Caldas da Rainha. p. 4. 2005. OLIVEIRA, Luís Miguel. Pensar a Infância em Inglês: Aprendizagem de uma Língua Estrangeira na Educação Pré-Escolar in II Congresso Internacional de Aprendizagem na Educação de Infância. Escola Superior de Educação Paula Frassinetti. 2007. OLIVEIRA, Luís Miguel et. al.. Sensibilização à Língua Inglesa na Educação Pré-Escolar: “Brincar” com o inglês no jardim-de-infância in Revista Educadores de Infância. N.º 27. Julho/ Agosto de 2007. PERRENOUD, Philippe. Ofício de aluno e sentido do trabalho escolar. Porto Editora. Porto. pp. 202 e 204. 1995. RIBEIRO, Cátia; SILVA, Mónica. Relatório de Estágio Profissional. Associação Nacional de Animação e Educação. Caldas da Rainha. Junho de 2008. SANTOS, M.E.B. Os Aprendizes de Pigmaleão, Colecção Educação. Instituto Estudos Desnvolvimento. Lisboa. 1985 - SILVA, Rita Martins da. 10. Ensino/Aprendizagem: Relação Professor/Aluno. ALVES, José Matias – Práticas Pedagógicas nas Organizações Escolares – Cadernos Pedagógicos. 1993. 1ª edição/Depósito Legal n.º64 806/93. Edições ASA. P. 37. SIM-SIM, Inês. Desenvolvimento da Linguagem. Lisboa: Universidade Aberta. ISBN: 972-674240-4. 1998. STRANDBERG, LEIF. Vigotsky, um amigo da prática - Redescobrir Vigotsky. Destacável Noesis nº77. Portugal. P. 18.

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