Julianna Costa 4 semanas de prazer

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– Mas também pode acabar gastando todas as suas energias com uma coisa sem solução. Gastar tempo que seria melhor empregado em seus verdadeiros objetivos do que com uma coisa que… Só vai te tirar da sua zona de conforto e… Para quê? – Porque o risco pode valer a pena. Pode ter algo incrível te esperando no final. – Ela não tirava os olhos do livro e eu aproveitava a oportunidade para observar seu rosto. Cada linha. Ela era uma mulher linda. Uma mulher linda que não me queria. – Eu acho que se você está bem como está, tentar inovar é perda de tempo. Senti alguma coisa dentro de mim murchar. Precisava ter certeza. Puxei Dominique para mim. Meu nariz estava quase tocando no dela. – É isso que você acha? Eu a encarei e vi seus olhos escuros se arregalarem. – Holt… Eu… – Você também me beijou, Dom. – Holt… – Você me beijou e foi só… Perda de tempo para você? – Não foi isso que eu quis dizer. Eu estava pensando em… – De repente, eu percebi que o problema estava resolvido. Minha dúvida estava esclarecida e eu não queria ouvir nem mais uma palavra. Aquele era o tipo de discussão que só ia insuflar ainda mais o seu monstruoso ego. Sim, eu estou louco por você. Quero te abraçar, te beijar e fazer amor com você. E você… Você não dá a mínima. – Me desculpe por ter me esquecido – disse levantando, e deixei que ela voltasse ao seu livro. – Você só está aqui por causa do vídeo. É tudo com o que você é capaz de se importar: você mesma. Assim que cheguei às escadas já estava sentindo um gosto amargo de arrependimento na boca. Fui cruel. Eu a tinha chantageado para que viesse até aqui, não foi? E agora estava exigindo que ela sentisse por mim o mesmo que eu sentia? Era injusto. Mas eu já tinha massageado o seu ego o suficiente por uma noite sem ter que voltar para assumir que estava arrependido. Hoje, eu ia ser infantil. Precisava extravasar. Tinha Dominique atravessada na minha garganta. E aquele maldito fogo que ardia por dentro, consumindo tudo que eu tinha para dar. Estava morrendo de raiva. Sabia que era irracional, mas não se discute com raiva. Só se age. E eu tinha um fogo que precisava ser apagado. Se não por Dominique, por outra pessoa. Do jeito que eu estava, qualquer mulher teria que servir.


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