Julianna Costa 4 semanas de prazer

Page 108

colocar algumas roupas antes de me seguir. Ou talvez estivesse explicando para a vagabunda aonde estava indo… A porta se abriu. – Dominique? Mas ainda não… Eu me enfiei dentro de sua sala e me abaixei no sofá. Tinha plena convicção de que, assim que ele colocasse o pé do lado de fora, me veria pelas janelas de Andy. Ela ainda estava com a porta aberta, me encarando em uma tentativa desesperada de encontrar um sentido naquela cena absurda. Meu coração batia na minha garganta, e eu sentia as lágrimas caindo ininterruptas de meus olhos inundados. Escutei Holt chamando meu nome, dessa vez mais alto e mais perto. Andy olhou pela janela e eu soube que ele já estava fora de casa. – Por favor, me esconde. O que era aquilo? O que era aquela dor? Aquela falta de controle? A falta de discernimento? Fazia anos que eu não chorava daquele jeito. Anos que eu não sentia vontade de derrubar uma lágrima sequer. E agora… Eu não conseguiria olhar para ele. Não sem perder dois terços da minha dignidade. – Por favor, Andy – juntei as mãos e implorei. Ela ainda mantinha a porta aberta, confusa. Se Holt começasse a andar pela rua me procurando, iria me encontrar encolhida e encharcada de lágrimas na casa de uma desconhecida. Aquilo ia ser muito mais do que eu podia suportar. – Me esconde, por favor. Ela fechou a porta com cuidado e apagou a luz da sala, antes de se ajoelhar ao meu lado. Eu enfiei minha mão boa na boca e mordi. Tinha um choro incontrolável chegando e eu não sabia o que poderia fazer quando ele chegasse. Abracei meus joelhos e senti Andy esfregando minhas costas. Apoiei a testa nas mãos e chorei em silêncio. Era hora de admitir. Eu estava irreparavelmente apaixonada por Holt.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.