Uma outra aproximação: dois casos de autoconstrução nas periferias de São Paulo

Page 111

tráfico de drogas. E por isso, segundo ela, lá há muitos cemitérios. Em sua sala no primeiro andar, há um forro de gesso decorado com sancas. Quando perguntei sobre esse forro ela contou que ele rachou devido às explosões que ocorrem na pedreira que há a alguns metros do loteamento. Mencionou que costuma freqüentar, além do parque Ibirapuera, o SESC, “O SESC é minha segunda casa”, principalmente o SESC Pompéia, que é o que ela mais gosta. Sobre Leandro ela conta que, na busca por um ofício, ele freqüentou um circo, o Ciro Kamia, em que foi colocado para vender cachorro quentes e depois foi “promovido” ao tiro ao alvo. Sua irmã mais velha, Tiana, defendia-o na escola. E quando falava sobre as músicas dele comenta do pensamento rápido que ele têm. Contou uma história para ilustrar que o filho começou a se virar sozinho. Leandro chegou da escola com uma recomendação da professora para que levasse um vidro para a escola para fazerem um trabalho. Quando chegou em casa e pediu à mãe o vidro, a mãe disse que não lhe daria nenhum vidro porque era perigoso para as crianças. Na escola, a professora lhe puniu por não levar o objeto, ao que ele respondeu reproduzindo os ensinamentos da mãe. Encontro dia 09.06.2011, quinta-feira 10h30 até 15h30 – no SESC Pompéia

111

Marcamos um encontro em uma quinta-feira, por sugestão dela no SESC Pompéia, lugar que ela freqüenta por gosto e pelos cursos que faz. Perguntei qual é esse curso, e ela contou que é um curso de estamparia às quartas-feiras e mostrou alguns desenhos que pretendia trabalhar nas aulas. Disse que no dia anterior ficou no SESC até as 19h, duas horas depois do término da aula, que acaba às 17h, isso porque fica conversando com os colegas e


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.