Bi-alética

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Capa: Ana Laura

Diagramação: Leo Aguiar

Textos: Alê Barreto; Ana Cazumba; Leo Aguiar; Quiara Camargo

Ilustração: Gabo; Leo Aguiar



ARTITAS QUE COMPÕE A CARTILHA Alê Barreto (ela/dela) @alebarreto.p São Paulo - SP Poeta, pedagoga, estudante de comunicação e organizadora do Slam Capão. Moradora do capão redondo, começou na poesia em 2017 e tem como tema principal de sua escrita a bissexualidade.

Ana Cazumbá (ela/dela | elu/delu) @ana.cazumba Salvador - BA Artista bissexual e trans não binárie. Escreve há dois anos, começou a mostrar suas poesias para o mundo há um ano. Além da poesia, também escreve histórias com representatividade LGBTQIA+, tem um conto e uma coletânea de poesias publicados no wattpad.

Ana Laura (ela/dela | elu/delu) @analauraarte_ Poa - RS Artista, bissexual, voluntária no Delas Design e escoteira com muito orgulho. Sonha com um mundo com mais tolerância e educação, um país mais justo, e como profissional, quer ser designer gráfica e empreendedora. Libriana, sua cor favorita é rosa e secretamente ainda dorme com um ursinho de pelúcia.


ARTITAS QUE COMPÕE A CARTILHa Gabo (ele/dele | elu/delu) @gaboseiras Fortaleza - CE Quadrinista e ilustrador, este ser humaninho se percebeu bi aos 11 anos, trans não binário aos 13 e recebeu diagnóstico de autismo aos 18. Um ser quimérico que veio abalar as estruturas da sociedade. Nordestino Fortalezense que ama animais e que é um xuxuzinho.

Leo Aguiar (ele/dele) @eileoaguiar São Paulo - SP Aquariano, poeta, fotógrafo, ilustrador e tudo mais que a vida permitir. Organizador do Slam Capão (Batalha de poesia falada) e idealizador do #PapoReto (programa via lives do Instagram, para trocar uma ideia com artistas e produtores que vem movimentando a cena cultural nas quebradas).

Quiara Camargo (ela/dela | ele/dele) @ quiquicamargo Ponta Grossa - PR Poeta marginal e estudante de jornalismo na UEPG. Acredita na poesia e na arte como potência de revolução para os marginalizados e como mulher preta Bissexual cria arte para pensar em novas vivências e possibilidades.


ser bissexual é se reafirmar pra si e pros outros todos os dias. a dúvida de fora geralmente abala a certeza que temos dentro.


SUMÁRIO


INTRODUÇÃO

A Bissexualidade foi apagada, resumida, incompreendida, definida erroneamente como binarista, por aqueles que queriam negar a atração por todos os gêneros, característica natural da Bissexualidade. Essa cartilha é uma continuação das falas dos Bissexuais de 1990 e de todos aqueles que vieram antes. É a própria definição que o manifesto prega, é um grito que repete “Estamos cansados”, mas ao menos não estamos sozinhos. Somos comunidade. Não somos parte, metade, mas todo. E por sermos completos nos definimos por nós mesmos. Esse é um espaço para que Bissexuais se encontrem e encontrem os seus, para que aqueles que ainda questionam tenham acesso à informação, sejam eles parte ou não da nossa comunidade. E para os que insistem em nos apagar, limitar nossa existência ou negar nossas vivências, esse material é para que entendam de uma vez por todas o poder revolucionário da Bissexualidade. A arte, a existência e a militância Bissexual RESISTEM.

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BISSEXUALIDADE HISTÓRICA! Estamos cansados Então senta Que eu vou te falar Vou te explicar O nosso lugar Nossa história começa Muito, muito antes Do surgimento do tumblr Na década de 70 Um termo médico Reapropriado Reinventando O que antes servia pra definir Patologia Passa a nomerar nossa experiência Vivida frente a supremacia Monossexista Mas não faça analogias Entre o termo bi E lógica binarista Já escrevemos cartas Manifestos e agora cartilha Estamos cansado Nunca fomos binarista Ser transfobico não é nosso legado 9


Fomos demonizados Intimidados Fomos marcados Corpos ensanguentados Altos índices de suicídio Fomos negados A raça das doenças sexuais Não temos lados Há relatos De práticas bissexuais Desde muito tempo atrás Como exemplo o shodu no Japão e Grécia com suas bacanais Os valores sociais são fluidos Tanto quanto a vida A bissexualidade é Uma atração não uma inimiga E minha opressão não gira em torno De quem eu amo Não é sobre minha vida afetiva É sobre mim em todos aspectos Mas isso? Isso é papo pra outra poesia Afinal estamos cansados de falar Enquanto vocês reclamam da “nossa gritaria” - Alê Barreto

*As datas são aproximadas, pois as informações sobre esses acontecimento são muito antigas e/ou vagas e em casos como o manifesto bissexual aconteceram de forma gradual sem uma data principal. **Na página 22 dessa cartilha você pode encontrar uma fonte de onde esses dados foram retirados.

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EXISTIR TAMBÉM É RESISTIR Tenho muito orgulho de quem eu sou,mas às vezes é difícil estar na minha pele É difícil quando eu ainda tenho que exigir respeito de pessoas que parecem viver em outro século Eu tenho que gritar o tempo todo que não estou confuse e que não sou metade uma coisa e metade outra, sou apenas bissexual Eu tenho que pedir pra respeitaram meu pronome e reforçar que a minha não-binariedade é válida É foda ter que lembrar o tempo todo que eu sou uma pessoa,ainda mais quando a pele que eu hábito é preta E essa não é uma poesia sobre querer aceitação,eu não preciso que uma pessoa cis hétero me aceite,tudo que eu quero é poder existir em paz sem ter que ouvir seu papinho bifobico e transfobico Eu sou resistência, mas cansa ter que resistir o tempo todo quando às vezes você só quer descansar um pouco,sem ter que tomar cuidado ao andar na rua ou ter que lutar pelos mínimos direitos E agora os mesmos que estão foda-se pra gente o ano todo,no mês do orgulho quer vim levantar a nossa bandeira e pagar de aliados, e tem uns que nem fazem questão de esconder o incômodo ao nos ver em destaque A minha existência é linda e eu não vou permitir que me digam ao contrário, é linda apesar de toda essa luta e merece respeito como qualquer outra Eu luto pelo meu direito de amar,mas luto mais ainda pelo de existir. - Ana Cazumbá 11


TOQUE: DO AFETO AO DESEJO A ideia de promiscuidade associada à bissexualidade, afasta a possibilidade de afeto. “Sinto falta do carinho, Do tato! Me faz falta o nosso afeto, De fato! Quero mais uma vez sentir nosso toque, Ser tátil”

Essa série de ilustrações surge para mostrar que somos dignes de afeto e desejo, ao representar pessoas sem identificar seus respectivos gêneros. Visto que, nós bissexuais, somos plurais e nos relacionamos com pessoas plurais, independente do gênero.

- Leo Aguiar

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TUTORIAL DE COMO FAZER UM BISSEXUAL FELIZ 1º Pegue um ser humano. 2º Elu deve se atrair por todos os gêneros e não deve ser panssexual (favor não confundir). 3º Preferencialmente deve ser apaixonade pelas cores rosa, roxo e azul e saber que o rosa não representa a atração por meninas e sim a atração pelo mesmo gênero, o azul não representa a atração por meninos, mas sim por gêneros diferentes ao delu e o roxo a intersecção das atrações, formando assim a bandeira bi. (Se elu não souber, por favor conte). 4º O uso de All Star, mudanças de cabelo recorrentes, uso de acessórios e barra da calça dobrada, além de promiscuidade são opcionais e vão do gosto de cada bissexual. 5º Elu também deve estar consciente, assim como as pessoas a sua volta que a apesar do símbolo BI ser duas luas crescentes, a bissexualidade não é uma fase e as luas apenas representam a atração por todos os gêneros e vem para substituir os triângulos nazistas, usados anteriormente. (Se elu não souber ou tiver sofrendo com bifobia internalizada, socorre ê bissexual primeiro). 6º Se você deseja ver ê bissexual extremamente feliz também evite falar perto delu que bifobia não existe, reproduzindo assim bifobia. 7º É necessário tomar muito cuidado também, para não reproduzir binarismos. Se lembre que a bissexualidade é a quebra de binarismos e que setembro não é o mês sete. 8º Você pode contar para elu que a bissexualidade foi um termo médico 14


reapropriado pela comunidade e que no passado ela já se referiu ás pessoas intersexo. Mais tarde foi definida como uma patologia ligada à sexualidade, até isso mudar com a ajuda de diversos militantes, ativistas e pesquisadories e chegar na definição atual: um rótulo político para pessoas que se atraem por pessoas de todos os gêneros. Obs: para produzir bis de balada (em um futuro sem Pandemia), leve ê bissexual (se for da vontade delu) para arrasar em uma balada, porque essa é a única forma. Aproveite, tenha certeza que ê bissexual presente na sua vida estará feliz, consciente e ciente que é amade, respeitade e que não tem absolutamente nada de errado com elu, que sua sexualidade não é binarista, nem transfobica e que assim como tantos outres que viveram antes, elu é ume belíssime Gillette da sua forma, esteja elu ou não reproduzindo os estereótipos. - Quiara Camargo

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APAGAMENTO BISSEXUAL Há algo de muito disruptivo e contra binário na bissexualidade, e o fato de sempre relacionarem a bissexualidade ao sufixo “Bi”, esquecendo toda a jornada sócio-histórico-política do movimento bissexual, dizendo que esta seria então uma sexualidade binárista é um dos frutos do apagamento bissexual, assim como a noção de bissexuais, promíscuos, transfóbicos, traidores... A bissexualidade por si só é uma quebra de binariedade, ela não é a soma de heterossexual e homossexual, pelo contrário é um ponto fora da curva que enfrenta tal dualidade e bagunça o pensamento de “o que não é heterossexual, é automaticamente homossexual e vice versa”, sendo então muito perigosa ao conceito de família nuclear e monogâmica. Portanto é interessante a alguns grupos que a bissexualidade não seja vista, e se for vista que seja vista de forma ruim, algo não desejável, uma fase de transição, ou algo relacionado, para que não seja entendida como uma possibilidade viável e valida, assim mantendo a monossexualidade e o conceito de família monogâmicos seguros, longe da ameaça bissexual. Para exemplificar como ocorre esse apagamento vou citar 2 documentos. O primeiro é o “The epistemic contract of bisexual erasure.” (O contrato epistêmico do apagamento bissexual), Kenji Yoshino, 2000. Nesse documento é feito um estudo do apagamento bissexual na sociedade americana, e nas páginas 6 e 7 esse apagamento é evidenciado através de pesquisas online nos principais jornais, revistas e resumos acadêmicos que revelam uma grande disparidade nas vezes que aparecem os termos “bissexualidade” e “homossexualidade”, sendo a bissexualidade menos citada. O segundo documento é o “O impacto da mídia telenovelista na perspectiva de apagamento da bissexualidade.”, Kelly Lopes da Cruz, 2019. Nesse segundo documento a pesquisa é focada nas produções 16


telenovelistas brasileiras, apontando as novelas como importante meio de consumo cultural, e evidenciando que ao longo dos anos as telenovelas passaram a integrar mais a comunidade LGBTQIA+, porém tendo bissexuais como o grupo menos representado entre gays, lésbicas e bissexuais, além da retratação estereotipada e o apagamento da sexualidade desses poucos personagens bissexuais retratados. A partir dos documentos acima citados conseguimos perceber que 1) A bissexualidade é apagada de meios acadêmicos, 2) a bissexualidade é apagada culturalmente. Sendo então, não citada ou citada de forma pejorativa, causando assim um afastamento das pessoas, o que propicia um ambiente de fácil difusão de desinformação sobre o tema. E esses são apenas alguns exemplos de um vasto sistema de apagamento bissexual. “Não podemos questionar coisas das quais, não sabemos da existência”

- Alê Barreto, 2021 Referências: CRUZ, Kelly Lopes. O impacto da mídia telenovelista na perspectiva de apagamento da bissexualidade. 2019. 62 f. TCC (Graduação) - Curso de Serviço Social, Universidade Federal de São Paulo, Santos, 2019. YOSHINO, Kenji. The epistemic contract of bisexual erasure. Stanford law review. 2020. Vol. 52. 353 f. Stanford Law School. *Na página 22 dessa cartilha você pode encontrar mais informações sobra as fontes citadas acima.

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QUADRINHO POR: GABO

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NÃO MONOGAMIA E BISSEXUALIDADE Existe um estereótipo irreal de que toda pessoa Bissexual gostaria de viver um poliamor ou que Bissexuais jamais estariam completamente satisfeitos em um relacionamento exclusivo com um dos gêneros, já que estariam sempre sentindo falta de outro gênero, seja ele o mesmo gênero ou o dito oposto.* Esse discurso recai no falocentrismo e bifobia, além de não compreender por completo o que é a não monogamia política. A não monogâmia política, luta contra a hierarquização dos relacionamentos que privilegia a família nuclear especialmente a família heterossexual através do casamento, além de incentivar o controle de corpos, especialmente corpos considerados femininos através do cerceamento da sexualidade e da imposição da cisnormatividade e da maternidade e paternidade. Sendo a monogamia vista aqui como uma das ferramentas capitalistas de manutenção da propriedade privada e que enxerga nos corpos também uma propriedade, um sistema que nega afeto á corpos dissidentes, que universaliza discursos e que apenas protege aos interesses da família cisheteropatriarcal branca e da burguesia, o que vai muito além de um relacionamento exclusivo ou não, já é possível perceber que não se nasce não monogâmico, pois a não monogamia é a negação de algo imposto e não apenas um traço de personalidade. É importante lembrar que existe uma diferença considerável entre a não monogamia política e o poliamor, sendo possível que mesmo um trisal de Bissexuais seja considerado monogâmico, dependendo do espaço político social, desde que exista controle sexual e afetivo dos envolvidos. Seriam então todos os Bissexuais não monogâmicos? Não, de forma alguma. Há Bissexuais que se encontram em relações exclusivas e 19


monogâmicas e negar essas vivências é atender a norma monossexual que acredita que Bissexuais são metade homo e metade hétero e sua sexualidade mudaria de acordo com o gênero de seus parceiros, Essa norma impõe que para alguém ser considerado verdadeiramente bissexual deve estar simultaneamente se relacionando com os dois gêneros binários, negando assim a existência de outros gêneros e reafirmando o interesse por mais de um gênero. Falar sobre não monogamia e Bissexualidade é entender as problemáticas do sistema cisheteropatriarcal que controla corpos e não sobre universalizar as vivências possíveis. bissexuais existem de diversas formas não podendo ser enquadrados de acordo com o número ou gênero de seus parceiros afetivo-sexuais. Para entender mais é importante que tanto Bissexuais, quanto não Bissexuais ouçam pessoas não monogâmicas Bissexuais que falam sobre o tema e estejam dispostos a olhar para além dos estereótipos misóginos, bifobicos e falocêntricos impostos socialmente. - QUIARA CAMARGO Referências: MIRANDA, Nana; JUNIOR, Newton; BISPO, Simone. Monogamia, monossexismo e bissexualidade. Não mono em foco, 2020. Manifesto Bissexual, 1990. *Na página 22 dessa cartilha você pode encontrar mais informações sobra as fontes citadas acima.

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CONTEÚDOS EXTRAS Aponte a câmera do seu celular para os QR-code. (ou clique no QR-code, caso esjeta visualizando em formato digital)

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LINK DAS REFERÊNCIAS (Links clicáveis, caso esjeta visualizando em formato digital)

Bissexualidade histórica! -Alê Barreto Canal Verylibitchies. bissexual. Disponível e8C80VEfY&t=249s

A transfobia desenfreada da história em: https://www.youtube.com/watch?v=7-

LEWIS, Elizabeth Sara. NÃO É UMA FASE: CONSTRUÇÕES IDENTITÁRIAS EM NARRATIVAS DE ATIVISTAS LGBT QUE SE IDENTIFICAM COMO BISSEXUAIS. 2012. 267 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Letras, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - Puc-Rio, Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: https://www.maxwell. vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=20671@1

Apagamento bissexual -Alê Barreto

CRUZ, Kelly Lopes. O impacto da mídia telenovelista na perspectiva de apagamento da bissexualidade. 2019. 62 f. TCC (Graduação) - Curso de Serviço Social, Universidade Federal de São Paulo, Santos, 2019. Disponível em: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/60720. YOSHINO, Kenji. The epistemic contract of bisexual erasure. Stanford law review. 2020. Vol. 52. 353 f. Stanford Law School. Disponível em: https://www.ilga-europe.org/sites/default/files/yoshino_2000_the_ epistemic_contract_of_bisecsual_erasure.pdf

Não monogamia e bissexualidade -Quiara Camargo

MIRANDA, Nana; JUNIOR, Newton; BISPO, Simone. Monogamia, monossexismo e bissexualidade. Não mono em foco, 2020. Disponível em: https://naomonoemfoco.com.br/monogamia-monossexismo-ebissexualidade/. Manifesto Bissexual, 1990. Disponível em: https://medium.com/@ avaadore/manifesto-bissexual-449500cd3bf. 22


AGRADECIMENTOS

Esse projeto contou com a ajuda de artistas bissexuais e não teria sido possível sem cada uma das mãos que nos impulsionaram no hoje e no ontem, cada artigo publicado, cada estudo feito sobre bissexualidade e cada ativista que veio antes da gente, que se dedicou a espalhar informações e falas de orgulho sobre a bissexualidade, que fez luta política, para que hoje pudéssemos nos reconhecer enquanto pessoas bissexuais e mais do que isso, ativistas bissexuais carregando um legado muito anterior a nós, um legado de integração com a comunidade trans, de rompimento da Cisheteronormatividade, de luta pelo direito de sermos e exercermos a nossa sexualidade livremente. Agradecemos a cada pessoa que entrou em contato com este material e de forma carinhosa o leu, cada pessoa que repasso ou repassará as informações que aqui receberam, cada mão que possibilitou a construção desse projeto, agradecemos a luta bissexual e a cada bissexual que não deixa essa luta morrer diariamente. Sejamos força, sejamos carinho, abrigo, rede de apoio uns aos outros, mas sejamos principalmente LUTA.

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