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ADEGA
A D E G A ADEGA
BRINDE COM SAQUÊ
Os izakayas, casas japonesas para tomar saquês, trazem rótulos diversificados e ambiente propício para relaxar e curtir o happy hour
Tradicionais bares japoneses, os izakayas durante muitos anos ficaram restritos ao bairro da Liberdade, em São Paulo. São verdadeiros botecos, assim como aqueles que permeiam as ruas em Tóquio, onde as pessoas bebem saquê e degustam porções de comida nipônica. Hoje esses “nipo botequins” ganharam novos adeptos e estão em diversos locais do país, com a oferta de deliciosos aperitivos para acompanhar aquele momento de descontração após o trabalho.
Um desses espaços é o Minato Izakaya, um ambiente que traz dois balcões com vinte lugares e cardápio escrito à mão. Os clientes são recebidos com um divertido “Irashai Mase”, que quer dizer “bem-vindo” em japonês, falado em alto e bom som pelo chef Sergio Kubo. Ele fica ali, entre os balcões, preparando as delícias que acompanham as doses de saquê ou uma cerveja
O Wasabi Martini Yaegaki é um drink preparado com wasabi e saquê Yaegaki
gelada. “Aqui servimos em média oito rótulos de saquês, além das cervejas. Também apostamos no shochu, que é uma versão coreana do saquê, mais encorpada e acompanhada de gelo”, explica Fábio Koyama, sócio do Izakaya.
Já o Momotaro, do chef Adriano Kanashiro, apresenta uma arquitetura japonesa com traços mais cosmopolitas. No cardápio, algumas inovações são servidas em pequenas porções. O sushi de atum com foie gras acompanha molho teriyaki. Entre os destaques da carta de saquês, está o Daiginjo: “Essa é uma bebida extremamente refinada. O grão de arroz utilizado sofre polimento de mais de 50% e a maior parte é 100% artesanal. É considerado o máximo na arte da produção de saquês”, explica Augusto Cesar Oliveira, gerente do local.
SÓ NO JAPÃO EXISTEM MAIS DE 40 MIL RÓTULOS DE SAQUÊS, MUITOS DELES EXPORTADOS PARA TODO O MUNDO
UMA DOSE DE SAQUÊ
Celso Ishiy, sommelier especializado em saquê que atua na importadora Tradbras, explica que existem vários tipos da bebida. Há uma classificação pela adição ou não de álcool destilado no saquê fermentado. No Honjozo, por exemplo, “é acrescentada uma pequena quantidade de álcool destilado, mas não pode ultrapassar 30%, e esse controle só existe no Japão. Utiliza 70% do grão de arroz”. Outra opção é o Junmai, que “significa ‘puro, verdadeiro’ e é considerado o verdadeiro saquê sem adição de álcool etílico”, explica Celso. Mas existem muitas outras classificações.
O crescimento dos izakayas por todo país se deve, entre outros fatores, ao aumento do consumo do sa-
O saquê é uma bebida milenar e há uma forte tendência no crescimento dos saquês premium
Uma das delícias do Momotaro, o sashimi de peixe branco com ovas de masago
O saquê premium Taisetsu é o único produzido dentro de um iglu no extremo norte do Japão

quê pelos brasileiros. Essa categoria de bebidas está sendo cada vez mais apreciada no país. “O saquê vem agradando cada vez mais o paladar do brasileiro e seu consumo só cresce no Brasil. Devemos isso ao aumento no número de restaurantes japoneses e ao interesse pelas caipirinhas feitas com a bebida”, afirma a saquê sommelier Yasmin Yonashiro.
“O saquê varia de 13 a 20% de teor alcoólico. Existem mais de 24 tipos e mais de 13 categorias: só no Japão, mais de 40.000 rótulos”, explica Yasmin. “Essa gama de tipos, além de temperaturas de consumo, proporcionam tanta variação que certamente uma cairá no gosto de cada consumidor brasileiro”, completa.
POR JESSICA KRIEGER
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HOSPEDAGEM ASSINADA

Conheça hotspots luxuosos em três partes do globo que levam a assinatura de renomadas marcas da moda
Os valores de uma marca demoram a ser construídos e, uma vez que são concebidos, devem ser notados em cada detalhe. É a expressão da essência que torna cada assinatura tão especial. Por isso, hospedar-se em locais pensados por grandes grupos com expertise na moda e no luxo pode ser uma oportunidade de vivenciar momentos singulares, com todos os mimos a que se tem direito. Confira a seleção da Revista Bergerson com três hotéis que prometem fazer da sua viagem uma verdadeira experiência.
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ESTILO ELEGANTE E ATMOSFERA AMIGÁVEL: PERFEITA COMPANHIA PARA A PAISAGEM SERENA DAS MALDIVAS
PARAÍSO AZUL

Cheval Blanc Randheli | República das Maldivas
O Grupo LVMH (Louis Vuitton Moët Hennessy) é um dos líderes mundiais em produtos de luxo, que vão da indústria de bebidas a grifes de moda, passando também pela hotelaria. Nesse último segmento, a multinacional destaca-se pelas maisons Cheval Blanc, localizadas em dois pontos da França e, desde o final do ano passado, na República das Maldivas. A preocupação máxima do grupo em sua rede de hotéis é transmitir uma visão refinada e contemporânea da hospitalidade francesa a seus clientes. A palavra de ordem aqui é savoir-faire.
Nas 45 villas do Cheval Blanc Randheli, não é diferente. O estilo elegante do design e a atmosfera amigável são a perfeita companhia para a paisagem serena do arquipélago das Maldivas. Com a visão criativa do celebrado arquiteto Jean-Michel Gathy, cada espaço exalta o paradisíaco entorno azul oferecido pelo céu e pelo mar. Obras do artista Vincent Beaurin dão o toque colorido aos aposentos, projetados em cores calmantes e com materiais naturais. Nos serviços, a arte de receber está sempre presente. Um mordomo particular fica à disposição para auxiliar com as malas, preparar passeios e até mesmo surpreender os hóspedes com iguarias durante o dia.
O hotel oferece uma grande variedade de experiências, customizáveis de acordo com o estilo de cada cliente. Além do relaxamento proporcionado pela vista e pelo spa, o local é um convite para mergulhar (as expedições são ofertadas de dia ou à noite), pescar ou apreciar o pôrdosol num iate privativo. Cada jornada pode ser acompanhada de deliciosos piqueniques assinados pelos chefs do Cheval Blanc. A gastronomia da maison, aliás, é outro destaque: há restaurantes e bares de culinárias variadas que prometem surpreender.


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DESTINO OPULENTO
Palazzo Versace Dubai | Emirados Árabes Unidos
A Versace traduz o estilo italiano de forma inovadora e sofisticada, sempre atenta à qualidade de seus produtos. Aberto em 2000, o Palazzo Versace, em Gold Coast, na Austrália, foi o primeiro hotel assinado por uma marca do ramo da moda, abrindo o caminho para esse tipo de negócio. Agora, a grife prepara um segundo endereço para expressar seu compromisso com o luxo e a beleza. O destino escolhido é Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, com inauguração planejada para o ano que vem.

Ser uma extensão natural do lifestyle proposto pela marca é a meta do Palazzo Versace Dubai. Projetado para ficar de frente para o mar e possuir belíssimos jardins no entorno, o hotel impressiona pela suntuosidade. São nada menos que 215 quartos, todos com o toque marcante e criativo de Donatella Versace, irmã

do fundador, Gianni Versace, falecido em 1997. No complexo, está previsto também um condomínio, com 169 residências que vão de um a seis quartos.
Cada aspecto da arquitetura, ambientes, decoração e ornamentação foram pensados para refletir a opulência dos grandes hotéis europeus. O exterior assemelha-se a um grande palácio tradicional, mas com reconhecíveis elementos árabes. Teto com adornos em ouro feitos à mão e intrincados mosaicos demonstram a atenção aos detalhes nos ambientes internos. Os móveis, tecidos e acessórios – incluindo as peças de arte – foram criados exclusivamente para o local.
Os hóspedes podem esperar o melhor da gastronomia, com restaurantes de culinária libanesa e italiana, lugares especiais para reuniões, como o salão de baile e o lounge executivo, e as melhores compras em boutiques Versace, além de spa e salões de beleza. Na área externa, uma piscina ladeada por areia natural, com bar e todas as amenidades de que o cliente precisar.

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COMO EM CASA

Portrait Firenze | Itália
Salvatore Ferragamo é considerado um gênio na arte de fazer sapatos. Mas o que talvez poucos saibam é que o italiano também deixou um legado extraordinário em hospitalidade. Ao fixar-se em Florença, no ano de 1937, abriu sua loja num grandioso palácio medieval, onde recebia astros do cinema, celebridades, diplomatas e outros notáveis da época. Dessa forma, em 1995, a família decidiu homenagear a herança deixada pelo designer de calçados com o lançamento da Lungarno Collection, uma empresa de hotelaria que hoje conta com endereços na Itália e na Grécia.
Florença é, não à toa, o destino em que a companhia melhor se fixou. São cinco hotéis na cidade, sendo o mais recente deles o Portrait Firenze, aberto este ano. O local homenageia o lifestyle florentino dos anos 50 e possui localização que não poderia ser mais apropriada: tem vista para a Ponte Velha, sobre o icônico Rio Arno. O empreendimento traz um novo conceito em hospedagem, contando com apenas 34 suítes e proporcionando atendimento intimista.
O LOCAL HOMENAGEIA O LIFESTYLE FLORENTINO DOS ANOS 50 E TEM VISTA PARA A PONTE VELHA, SOBRE O ICÔNICO RIO ARNO
No Portrait Firenze, todos os serviços são customizados de acordo com as preferências dos clientes. Uma equipe especializada cuida das amenidades oferecidas nos quartos ao planejamento de formas inovadoras para os hóspedes conhecerem a cidade. Para ressaltar a experiência, cada andar é decorado com fotografias dos tempos de ouro de Florença, que marcaram o nascimento da alta-costura italiana. O projeto é assinado pela arquiteta local Michele Bonan, que investiu em tons de cinza, branco e preto, enriquecidos com detalhes em dourado, móveis de madeira, tecidos luxuosos e banheiros em mármore Carrara. Cada suíte conta com cozinha particular, reforçando ainda mais a sensação de se estar em casa. POR THAIS MARQUES


OUTFIT OF THE DAY

Produções fashionistas com um toque de glamour! Uma produção elaborada, mas com ar cool, cabelo impecável, make natural glam e acessórios poderosos, é a receita para um look digno de it girl
Piercing em ouro branco com diamantes; Anéis em ouro; Anel em ouro com diamantes, diamantes chocolate e prasiolita; Pulseira em ouro; Pulseira em ouro com diamantes e diamantes chocolate; Pulseira em ouro rosé com diamantes; Relógio Bergerson; Blusa Cris Barros loja ParkShoppingBarigüi; Jaqueta de Couro Daslu; Calça Emporio Armani; Clutch Maison Martin Margiela

E D I T O R I A L EDITORIAL
Par de brincos em ouro; Gargantilhas em ouro com aplicação de ródio negro e diamantes; Anéis em ouro com aplicação de ródio negro e diamantes; Anéis em ouro; Anel em ouro branco com diamantes; Saia FIT; Cardigan VK Emporio; Blusa Daslu; Bolsa Chanel; Chapéu Acervo

Par de brincos e anel em ouro com aplicação de ródio marrom com diamantes, diamantes chocolate e turquesas; Bracelete em ouro; Joia de corpo em ouro com pérolas e turquesas; Relógio Rolex Day Date II; Blazer Cris Barros para Bazaar Fashion; Calça Cris Barros para Bazaar Fashion; Body de renda Intensify Me para Bazaar Fashion; Tênis Converse para Bazaar Fashion

Par de brincos e gargantilha em ouro rosé com safiras brancas; Gargantilha em ouro branco com diamantes; Anel em ouro branco; Anel em ouro rosé; Relógio Baume & Mercier Clifton Small Seconds; Casaco Carina Duek para Bazaar Fashion; Camisa Daslu; Saia de couro Cris Barros para Bazaar Fashion; Anágua de renda Intensify Me para Bazaar Fashion; Sapato Christian Louboutin; Bolsa Hèrmes

Par de brincos em ouro branco com diamantes e turmalinas verdes; Piercing em ouro branco com diamantes; Gargantilha em ouro branco com diamantes; Gargantilha em ouro branco com ródio negro e diamantes; Terço em ouro branco com cristal rutilado; Anel em ouro branco com aplicação de ródio negro, com diamantes, diamantes negros e esmeraldas; Relógio Breitling Superocean Heritage Chrono; Blusa Débora Mangabeira para Bazaar Fashion; Calça Osklen; Sapato Christian Louboutin acervo; Óculos Prada

Par de brincos e anel em ouro branco E D I T O R I A L EDITORIAL com safiras azuis e brancas; Riviera em ouro branco com diamantes; Anel em ouro branco com diamante; Pulseira em ouro branco com safiras azuis; Rivieras em ouro branco com safiras azuis; Riviera em ouro branco com granadas verdes; Relógio Longines Conquest Lady; Vestido Patricia Viera para Bazaar Fashion; Sapato Christian Louboutin; Bolsa Dries Van Noten; Lenço Hermés

Par de brincos em ouro com diamantes, diamantes chocolate e prasiolitas; Gargantilha em ouro; Anel em ouro rosé com safiras rosas; Anel em ouro branco com granadas verdes; Anel em ouro branco com safiras azuis; Anel em ouro branco com diamantes e rubi; Riviera em ouro branco com granadas verdes; Riviera em ouro com safiras laranjas; Riviera em ouro rosé com safiras rosas; Rivieras em ouro branco com safiras azuis; Riviera em ouro branco com esmeraldas; Riviera em ouro branco com rubis; Relógio Bergerson Retangular Bri; Vestido Armani; Bolsa Emporio Armani; Sapato Christian Louboutin acervo; Óculos Dolce Gabbana

Par de brincos em ouro com espinélios negros; Anéis em ouro com diamantes e espinélios negros; Corrente em ouro; Pingente em ouro com diamantes; Relógio Cartier Tank MC; Colete de pele VK Emporio; Blusa Cris Barros loja ParkShoppingBarigüi; Calça Jeans Empório Armani; Bolsa Hèrmes; Óculos Miu Miu

Par de brincos e gargantilha em ouro com diamantes e topázios London; Anel em ouro com diamantes; Anel em ouro com diamantes e diamantes chocolate; Relógio Victorinox Infantry; Saia Cris Barros loja ParkShoppingBarigüi; Blusa Empório Armani; Lenço Moschino; Bolsa Reed Krakoff

Produção: Malu Meyer Styling: Ana Cardoso e Cesar Martins Beleza: Thiago Straub Assistente de Fotografia: Victor Augusto Assistente de Produção: Eve Ramos Camareira: Eloá Xavier Agradecimento: Brooklyn Café
DESIGNARTECULTURA DESIGN/ARTE/CULTURA
UNIVERSO INSTIGANTE
Linhas orgânicas e panos de vidro denotam a arquitetura contemporânea

Obra do artista plástico Abraham Palatnik, um dos favoritos de Fernanda
O mercado das artes vive em plena ebulição, atingindo, mais do que nunca, colecionadores jovens, cultos e apaixonados
Colecionar: agrupar, adir, juntar. No universo das artes, colecionar vai além do simples ato de reunir objetos. Trata-se de uma verdadeira atividade cultural, de preservação do desenvolvimento humano e registro de seu tempo. “Comecei a colecionar a partir do momento que passei a visitar galerias com maior frequência, para indicar obras de arte aos meus clientes”, diz a arquiteta Fernanda Cassou, 28 anos. “Sempre gostei muito de arte, admiro o trabalho de diversos artistas e a vontade surgiu de forma natural”, completa. Como muitos
colecionadores de sua geração, Fernanda começou a comprar arte mirando em nomes consagrados no métier. Logo seu interesse se aprofundou para novas apostas: “Minha primeira aquisição foi uma escultura de mesa do Ascânio MMM (português radicado no Brasil, que se dedica à escultura há mais de meio século) e, mais recentemente, uma foto da Romy Pocztaruk (gaúcha selecionada para próxima Bienal de São Paulo)”.
Aquarela de Gonçalo Ivo, pintor, ilustrador e professor que pinta continuamente há quase 30 anos

Há uma classe emergente de colecionadores surgindo de todos os cantos do mundo que está transformando o mercado de arte com sua disposição em investir, independentemente das intempéries da economia. “Acredito que estamos passando por uma evolução e quebra de paradigmas, relacionadas especificamente ao acesso à informação. A internet é um dos facilitadores dessa nova geração de colecionadores”, afirma Guilherme Simões de Assis, diretor da SIM Galeria, voltada para arte atual e talentos da nova safra. “A arte era vista como algo muito distante, de difícil acesso e de elevado valor. A formação de uma coleção era er-
A arquiteta Fernanda Cassou diante da obra que considera a mais simbólica de sua coleção: uma tela de Paolo Ridolfi, presente da mãe e da irmã

roneamente relacionada a grandes fortunas ou mesmo à aristocracia”, completa. Guilherme cita o exemplo da icônica Vogel Collection, constituída a partir dos anos 60, por Herbert e Dorothy Vogel, ele carteiro e ela bibliotecária de Nova York, que durante a vida adquiriram mais de cinco mil obras.
Mas como nasce um colecionador de arte? “Acredito que um apreciador se tornará um colecionador motivado, antes de mais nada, pelo despertar da curiosidade, pela vontade de ampliar o conhecimento acerca do universo artístico”, afirma Guilherme.
DESIGNARTECULTURA DESIGN/ARTE/CULTURA
Obra do artista português Ascânio MMM, que hoje integra a coleção de Fernanda

Não raro surgem histórias de pessoas que começaram a se envolver com arte como passatempo, evoluem para o hobby, até passarem a dedicar grande parte de sua vida e seus recursos. O casal norte-americano Ethan e Thea Westreich Wagner chegou a publicar um livro sobre suas experiências. Ao longo de três décadas, eles reuniram cerca de 800 obras, que já estão prometidas ao Whitney Museum of American Art, em Nova York, e ao Centre Pompidou, em Paris. O Collecting Art for Love, Money and More (Phaidon) é um verdadeiro guia para o jovem colecionador, que aborda a arte como investimento, como colecionar com orçamento reduzido, as loucuras dos leilões e como identificar artistas com potencial de mercado.
“É nítida a tendência de jovens do mercado financeiro que se tornam colecionadores de arte, atraídos pela expectativa de diversificação de investimento”, aponta Guilherme. No Brasil, fundos de investimento em obras de arte também são uma tendência, a exemplo do atuante Brazil Golden Art (BGA). A filantropia, comum nos EUA e na Europa, também vem se
Livro Collecting Art for Love, Money and More, do casal norte-americano Ethan e Thea Westreich

GUILHERME SIMÕES DE ASSIS
Fotografia de Romy Pocztaruk, artista gaúcha que integrará a próxima Bienal de São Paulo

disseminando por aqui: “Há uma motivação em criar importantes coleções para que no futuro possam se transformar em fundações e museus”, explica. “Mas o que considero mais importante é que a coleção, em qualquer proporção que seja, possa refletir o olhar do seu colecionador.” Nesse quesito, o papel do galerista
O diretor da SIM Galeria, Guilherme Simões de Assis, acredita que a coleção deve refletir a personalidade do colecionador

é educar, instruir e criar mecanismos de acesso aos compradores: “Hoje nos vemos como conselheiros e pesquisadores de artistas e obras, para que possamos preencher as lacunas das coleções”, revela.
Já para Fernanda, a motivação está ligada unicamente às emoções: “Para mim a arte tem mais valor como prazer do que como investimento. Compro arte porque gosto e não porque penso em vender minhas aquisições no futuro e ganhar dinheiro com isso. Arte traz inspiração, prazer, beleza, história, admiração. A obra mais simbólica da minha coleção é uma tela do Paolo Ridolfi, presente que ganhei após realizar um trabalho para minha mãe e minha irmã”, conta. Se fosse para eleger três artistas os quais gostaria de continuar colecionando, ela cita Ascânio MMM, Gonçalo Ivo e José Bento. Na categoria dos atemporais, os favoritos da arquiteta são Abraham Palatnik, Anish Kapoor e Pablo Picasso
POR RAFAELA MERCALDO