Cvampiro9 1

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se sobre mim? Eu vi o sêmen pegajoso nas tábuas do assoalho, brilhando à luz da lua, espiei pela janela e agradeci a Deus por aquela lua. Eu precisava daquela lua. Talvez pudesse escapar dali com aquela lua. Fiz o sinal-da-cruz. Pus a mão no terço sob a camisa. (Este não é bento, mas terá de servir.) Rezei rapidamente, cheio de vergonha, uma avemaria, e pedi perdão à Santa Virgem, com minhas próprias palavras, por invocá-la apenas quando tudo parecia perdido. Então descobri para meu horror que minha calça ainda estava aberta. Tinha rezado para a Virgem Maria exposto daquele jeito. Cobri-me imediatamente e rezei mais três orações antes de encontrar o caminho para a escada e descer para o primeiro andar. Peguei a bandeja de ouro com sua pequena floresta de velas de cera, tirei meu isqueiro do bolso e rapidamente acendi todos os pavios. Carregando minha pequena bandeja de luz, saí pela porta da Ermida e olhei lá para fora. Sim, a lua estava lá, dava para ver daquele ponto elevado, mas o pântano era completamente negro, e quando eu saísse daquela clareira, quando entrasse naquele negrume, a lua talvez não servisse de nada. Claro que eu não tinha uma lanterna ou um lampião. Não tinha planejado aquilo! Na verdade, se alguém tivesse me perguntado se eu iria passar a noite na ilha de Sugar Devil, eu teria respondido que não, que era loucura. — Esperem até eu arrumar este lugar — eu disse em voz alta. — Terei eletricidade por toda parte. E estas janelas terão vidro. Talvez tenham telas também. E este assoalho de tábuas será coberto de mármore que o pântano não poderá consumir com a sua umidade infernal. Não, isso aqui será um palácio romano, com mobília romana ainda mais elaborada, e o fo- 308 -


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