Cvampiro2 2

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Arrumava-os como estavam antes. É preciso uma enorme força para fazer isto. Eles são como pedra flexível, se é que você pode imaginar isso. E se eu tenho essa força, você pode imaginar como deve ser a deles. — Você disse querer... se quisessem. E se eles quiserem fazer de tudo e não puderem mais? E se o limite do maior esforço dela fosse alcançar a porta? — Creio que ela poderia ter arrebentado as portas, se desejasse fazê-lo. Se eu consigo abrir ferrolhos com minha mente, o que ela não poderia fazer? Olhei para o frio e distante rosto deles, para suas faces estreitas e encovadas, para suas bocas grandes e serenas. — Mas e se você estiver errado? E se eles puderem ouvir cada palavra que estamos dizendo um para o outro, e isto deixá-los irritados, ultrajados... — Creio que eles ouvem sim — ele disse, tentando acalmar-me de novo, com a mão em cima da minha, o tom de voz abrandado. — Mas não creio que se importem. Se se importassem, eles se mexeriam. — Mas como você pode saber disso? — Eles fazem outras coisas que exigem uma força descomunal. Por exemplo, houve vezes em que tranquei o tabernáculo e eles destrancaram no mesmo instante e abriram as portas de novo. Sei que são eles que fazem isso porque são os únicos que poderiam fazer. As portas recuam e lá estão eles. Eu os levo para fora para ver o mar. E antes do amanhecer, quando chego para buscá-los, estão mais pesados, menos flexíveis, é quase impossível movê-los. Há vezes em que penso que eles fazem essas coisas para me atormentar por assim dizer, para brincar comigo. — Não. Eles estão tentando e não conseguem. — Não seja tão rápido em seu julgamento — ele disse. — Já entrei na câmara deles e encontrei indícios de coisas muito estranhas mesmo. E, é claro, tem as coisas que aconteceram no começo...


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