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Levantei-me e fui até ela, abracei seu pequeno e delicado corpo. Decidi que não a soltaria, por mais que ela resistisse. Mas ela não resistiu, e ambos choramos quase em silêncio, como se não pudéssemos parar. Mas ela não se entregou a mim. Não se perdeu em meu abraço. E então ela recuou. Afagou meus cabelos com ambas as mãos, inclinou-se para a frente e beijou-me nos lábios. Em seguida, afastou-se ligeira e silenciosamente. — Tudo bem, então, meu querido — ela disse. Eu balancei a cabeça. Palavras, palavras e palavras não pronunciadas. Não tinham utilidade para ela, nunca tiveram. Com seu modo lento e lânguido, os quadris movendo-se com graça, ela foi até a porta que dava para o jardim e olhou para o céu noturno antes de olhar de novo para mim. — Você tem de me prometer uma coisa — ela disse por fim. Um jovem e audacioso francês que perambulava por centenas de cidades, movendo-se com a graça de um árabe pelos lugares onde apenas um gato de rua poderia passar em segurança. — Claro — eu respondi. Mas nesse momento estava com o espírito tão abatido que não queria mais conversar. As cores esmaeciam-se. A noite não estava quente nem fria. Desejei que ela apenas se fosse, mas estava aterrorizado com o momento em que isto aconteceria, quando não poderia mais tê-la de volta. — Prometa-me que você jamais procurará acabar com tudo — ela disse — sem antes estar comigo, sem que antes estejamos juntos de novo. Por um momento, fiquei surpreso demais para responder. Depois eu disse: — Eu jamais vou procurar acabar com tudo. — Eu estava quase


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