Cvampiro2 1

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Quantos meses se passaram? Na vertigem do poder do Dom das Trevas. As noites perambulando juntos por becos e canais — não receava mai s a escuridão — e o eterno êxtase da matança, e jamais, jamais de almas inocentes. Não, sempre o malfeitor, a mente perscrutada até que nela se revelasse Tifon, o assassino de seu irmão, e depois beber o mal da vítima humana e sua transmutação em êxtase enquanto o Mestre indicava o caminho, compartilhando o banquete. E depois a pintura, as horas solitárias com o milagre da nova habilidade, com o pincel às vezes movendo-se como que sozinho sobre a superfície laqueada, e os dois pintando furiosamente sobre o tríptico, os aprendizes mortais dormindo entre potes de tinta e garrafas de vinho, e apenas um mistério perturbando a serenidade, o mistério das viagens intermináveis do Mestre, tal como no passado, que deixava Veneza de vez em quando. Sua ausência agora era muito mais terrível. Caçar sozinho sem o Mestre, deitar sozinho na adega após a caçada, esperando. Não ouvir o som metálico da risada do Mestre nem as batidas de seu coração. — Mas aonde você vai? Por que não posso ir com você? — Armand suplicava. Não compartilhavam o segredo? Por que esse mistério não era explicado? — Não, meu adorável, você não está preparado para este fardo. Por enquanto, deve ser como tem sido por mais de mil anos, só meu. Algum dia você me ajudará com o que tenho de fazer, mas só quando você estiver preparado para o conhecimento, quando você tiver demonstrado que de fato deseja saber, e quando for poderoso o bastante para que ninguém jamais possa tirar o conhecimento de você contra a sua vontade. Até lá, entenda, não tenho outra escolha a não ser deixá-lo. Eu vou cuidar Daqueles Que Devem Ser Conservados, como sempre fiz. Aqueles Que Devem Ser Conservados.


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