Caderno de Letras 2-3 ciclos

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Agrupamento de Escolas Martim de Freitas

2ยบ e 3ยบ ciclos

Ano letivo 2011/2012


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É o fim de Sindbad, o marinheiro

Aflito, Sindbad gritou e gritou, mas o barco já era uma miragem. Na manhã seguinte, deu por ele a boiar na água da piscina de um belo castelo, rodeado por egípcios ou japoneses. Bem, eram egípcios. Abriu bem os olhos e perguntou a um homem: – O que estou eu a fazer aqui? – O nosso rei ordenou-nos que o salvasse, senhor – respondeu o homem. Sindbad, com respeito, implorou ao homem para ir ver o rei, mas qual não foi o seu espanto quando viu um dos seus amigos a pedir ajuda, pois estava a morrer de febre. Sindbad ajoelhou-se e pediu ao seu deus para o salvar, tal como o tinha salvado a ele, mas era tarde de mais, só lhe restando chorar a morte e a pedir perdão tristemente. Sindbad foi falar com o rei e explicou-lhe a sua história. O rei ficou sensibilizado e deu-lhe a mão da filha em casamento. Viveram felizes, ou melhor, muito felizes, sobretudo depois da chegada do seu filho. Alguns anos mais tarde, o rei morreu e Sindbad governou o Egito com a ajuda do seu filho e mulher, prometendo nunca mais gastar o dinheiro em coisas que não são importantes. Sim, aprendera que apenas a felicidade importava realmente. Depois de Sindbad ter falecido, o seu filho lembrava-se sempre das palavras do pai e nunca deixou ninguém morrer à fome no reino e aproveitou bem o seu dinheiro.

Catarina Morais Empadinhas, nº 4, 5ºB

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Num texto com cerca de 15 linhas, conta o que aconteceu depois de a pequena escultura ganhar vida.

A Deusa pensou: “Vou criar mais esculturas e dar-lhes vida”. Conseguiu construir milhões delas, mas não se estava a aperceber de que, com o passar do tempo, as esculturas de barro ficavam ainda mais espertas. Começaram a inventar fábricas, a abater árvores e a criar poluição. Um deles, Paul Vielle, até criou a primeira pólvora sem fumo. Quando a Deusa se apercebeu de que aquele planeta parecia um monte de lixo, ficou triste com o que criou e foi-se embora dali. Mas ficou ainda mais triste por abandonar aquele belo planeta que já não era belo. Por isso, voltou e ordenou às esculturas que parassem, mas já era tarde, eles estavam mais espertos do que ela imaginara. Tentou tudo o que podia para os fazer parar, mas não as queria matar, por isso, um dia, voltou para a sua morada celeste.

Daniel Costa, nº 8, 5ºC

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Continuação da história “O jardim da praça” De repente, aparecem dois ladrões encapuzados que começam a vandalizar o jardim. Começaram por ir à carrinha onde vinham e tiraram a serra que foi utilizada para cortar as árvores. Depois arrancaram as flores que eram lindas, de seguida mataram os dois peixes gordos e atiraram paus para o lago. Com o barulho que estavam a fazer, uma senhora que morava num prédio ao lado apercebeu-se de que se tratava de um assalto e foi espreitar da varanda da sua casa. Viu que eram ladrões e chamou imediatamente a polícia. Esta

foi

imediatamente

para

o

local

e

tomou

conta

da

ocorrência.

Conseguiram apanhar os ladrões e ficou tudo bem, mas nem tudo porque o jardim tinha ficado todo estragado. A câmara decidiu então construir um novo jardim e ainda acrescentar mais duas diversões no parque infantil. Quando o jardim ficou arranjado, pronto para ser utilizado, as crianças ficaram muito contentes e o parque ficou cheio de diversão. O parque estava magnífico e toda a gente que lá entrava saía contente. 5ºC

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Jardim da Praça

Naquele jardim calmo, vazio e sem ninguém, lá estava eu, sentada num banco. De repente, passa ali um idoso que se senta ao meu lado, suspira e diz: -Belo jardim! Depois é que reparo que era cego: -Desculpe incomodá-lo, acabei de reparar que você é cego! -Sim e depois? -Acabou de dizer que este jardim era belo, como é que sabe? -Ah, ah, ah, pelo som dos peixes do repuxo que não pára de cair. Por ser cego tenho a audição muito apurada. -Como é que consegue identificar os sons? -Quando era pequeno, jogava à bola, descalço, neste jardim. Às vezes, a bola era chutada para dentro da fonte e lá íamos nós buscá-la. Chegávamos a casa e levávamos um raspanete das mães. Depois de o idoso se ir embora, fiquei a saber que não era preciso ver para apreciar a natureza. Daniela Lopes, nº 9, 5ºC

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A deusa e o boneco Depois de o boneco ganhar vida, ele começou a falar e a mover-se. -Olá - disse o boneco. -Olá - respondeu a deusa. -Como te chamas? - perguntou o boneco. -Maria e tu? -Eu não sei. Porque é que não me dás um nome? -Está bem. E que tal Mário? -Adoro esse nome. Agora o que é que queres fazer? -Eu quero jogar à apanhada. -Então vamos brincar. E lá foram jogar à apanhada. A deusa estava muito contente, porque finalmente tinha um amigo com quem falar e brincar. Diana Valença, nº 10, 5ºC

A LENDA DE DESPEREAUX (Recreação) Era uma vez, um corajoso cavaleiro, Maurício, e um príncipe chamado Daniel. Ambos gostavam de uma princesa chamada Susan Perrachan, que era filha do rei D. Harry Potter Perrachan, que por sua vez era casado com D. Ratazana Potter Perrachan. Daniel, um príncipe que tinha uma grande ligação com a música, todos os dias ao entardecer, chamava Michael Jackson para cantar até ele adormecer, ao contrário de Maurício, que não tinha gostava de música. Um dia, algo de súbito aconteceu, um belo príncipe chamado Despereaux chegou ao reino de Ratázia e pediu Susan em casamento. Susan, indecisa, disse: -Vocês são uns tontos. Façam uma luta e quem ganhar fica comigo! Então a luta começou no campo de batalha do castelo. O Maurício e o Daniel morreram em dois segundos e Despereaux ficou com a princesa. No dia do casamento, tinham feito uma saborosa sopa. Despereaux, para cheirar a sopa foi à cozinha, subiu a um banco e ao chegar-se para a frente caiu na panela. Morreu e este foi o fim de Despereaux. João Nuno Silva, nº 14, 5ºC 6


O rapaz que manteve sempre a cabeça erguida

Era uma vez um rapaz de 23 anos que jogava num clube de futebol muito fraco em Inglaterra. A sua posição era de ponta de lança e era o melhor jogador da equipa. O número de Pedro era o 77. Ele adorava a banda Red Hot Chili Peppers e quando viajara para Inglaterra, porque era natural de Portugal, teve oportunidade de ver um concerto deles e não deixou escapar essa boa ocasião. Pedro sempre quis jogar em Portugal, mas como ainda não tinha tido uma verdadeira possibilidade de mostrar o seu talento em nenhum clube, não conseguia arranjar emprego que lhe permitisse realizar o seu sonho. O sonho de Pedro era ter um Ferrari, porém o seu salário era apertado e com todas as contas que tinha para pagar pouco era o que lhe restava no final do mês. Ele também tinha o defeito de acordar tarde. Um dia, acordou tão tarde que faltou a um treino muito importante e, como é óbvio, o mister deu-lhe um valente “puxão de orelhas”. Certo dia, em pleno treino, Pedro recebeu a notícia de que iria jogar num clube da Liga Portuguesa, a Académica. Preto e branco eram as cores desse clube com história e tradição, cores neutras, mas muito usadas. O voo de Pedro partiu às 15h e 30m de Londres e chegou por volta das 16h e 30m a Lisboa. Quando se foi apresentar no clube português disse que era muito engraçado e divertido, e claro, para dar graxa, que era um bom jogador de futebol. A Académica, também conhecida por Briosa, ofereceu ao Pedro um salário de 30000 euros, muito diferente dos 2000 euros que ganhava em Inglaterra. Ele não deixou escapar essa oportunidade e disse muito rapidamente que sim. Os adeptos gostaram muito de Pedro, que logo no primeiro jogo marcou os dois golos que deram a vitória à Briosa por 2-0. E esta foi a história de um rapaz que, apesar de a vida lhe pregar algumas rasteiras, nunca caiu e manteve sempre a cabeça erguida.

Martim Amaro, nº15, 5ºF 7


Composição da prova de aferição de 2008 Um dia de manhã, quando acordei, fui à rua ver como estava a minha cadela. Ela é castanha, pequena e amiga, principalmente das crianças. Chama-se Iris. Quando a vi lembrei-me de ir passear com ela para os pinhais atrás da minha casa. De seguida, subimos as escadas que vão dar ao meu quintal. Ela teve um pouco de medo, mas tudo se resolveu. Quando cheguei a casa, fui chamar o meu irmão e o meu primo que ainda estavam a dormir, para irmos treiná-la. Conseguimos ensiná-la a sentar, correr até nós, entre outras coisas. Já terminado o treino, limpámos-lhe a casota, demos-lhe banho e, claro, brincámos com ela. Já com a barriga a dar horas, fomos almoçar com a Iris. Fomos para o jardim e jogámos à bola, à apanhada… E foi assim o nosso dia maravilhoso! Bárbara da Silva Lopes Coelho, nº6, 6ºC

O GATINHO FERIDO Olá, eu sou a Eduarda! Hoje, estou com o meu amigo preferido, o meu cão Bolinhas. Eu e ele somos muito amigos, levo-o para todo o lado e fazemos várias coisas juntos. Vou contar-vos uma aventura que tivemos. Naquele dia, eu e ele concordámos ir passear à floresta da nossa aldeia. Preparei tudo, o Bolinhas também me ajudou, estávamos os dois prontos. Depois das coisas preparadas, eu e ele partimos para a floresta, levámos tudo o que era necessário: água, comida, GPS, protetor solar, etc. Estávamos tranquilos a passear pela floresta, quando de repente ouvimos um barulho muito suave, parecia um pedido de socorro. Então, eu e o Bolinhas, pé ante pé, fomos ver de que se tratava, espreitámos por entre as folhas e.... estava lá uma gatinha lindíssima, mas com uma pata ferida e parecia ter fome, pois não parava de miar. Eu e o Bolinhas pegámos na gatinha e no GPS e fui mostrar a gatinha à minha mãe para ver se ela podia fazer alguma coisa por ela, mas não pôde. Logo de seguida, fomos rapidamente para o veterinário que tratou a gatinha e esta ficou a salvo. Ficámos muito felizes e quando chegámos a casa chamamos-lhe Kika. E todos vivemos muito felizes! Eduarda Silva, nº 8, 6º C 8


A Viagem A minha cidade é muito barulhenta! Carros para aqui, carros para ali... Já chega de pressão. De manhã à noite parece que a minha cabeça é uma autoestrada, ouço a toda a hora: «Pipii…». Infelizmente, tenho de aguentá-lo, o que não é nada bom. Por isso decidi: vou aproveitar para ir à descoberta de sítios melhores, em que o tal barulho dos carros não exista, mas sim a beleza de som que fazem os passarinhos e toda a sua natureza à volta. E fui! Andei, andei, andei...desde minha casa até àquele lugar. Nem sabia que a 4km, mais ou menos, do sítio onde vivo, tinha tal paisagem, tal ambiente, tal frescura... Decidi acampar, montei a tenda junto de um lago e dumas árvores, sentei-me confortavelmente e usufrui daquele mundo mágico que se encontrava em meu redor... Tirei fotos, sim, porque ia ser de certeza um momento a recordar. Após observar, quis ir mais longe; então, fiz uma caminhada com o objetivo de saber um pouco mais sobre esta floresta magnífica. Nem vão acreditar! Sabem quando gostamos muito de algum lugar e lhe chamamos Paraíso? Acho que encontrei um sítio assim! Eram passarinhos a cantar, coelhinhos a saltar, gazelas a correr e muitos mais bichinhos... Por momentos pasmei, o tempo parou e eu sorri, parecia que estava a sonhar. Nunca tinha visto o outro lado da minha cidade, de divertido só conhecia os centros comerciais... Agora sei que problema tinha na cabeça e chamava-se ignorância. Permaneci ali dois dias, quase parecia um daqueles animais. Convivi tanto com todos, sabem como? Aproximaram-se de mim e quase me juntaram à família, mas não, para eles era a amiga diferente. Fui muito feliz naquele sítio, mas eis que chegou a hora da despedida. É claro, o meu lugar não era ali, todas as crias pertencem à mãe e ao pai... Arrumei as coisas e regressei. Quando contei toda aquela aventura, a minha família, encantada, disse: -Um dia, iremos lá visitar os teus amigos! Matilde Andrade, nº19, 8ºA 9


A vida não vale nada, mas não há nada que valha uma vida… Uma vida, um nada, até lhe darmos valor. Há pessoas que desperdiçam as suas vidas todos os dias com

um

simples

gesto, como dar um passo

em

frente

sabendo que não há nada

debaixo

para

nos suportar, como experimentar

droga,

por mera curiosidade. A vida é algo tão complexo, um nada que abrange tanta coisa! Como é que esperam que eu a resuma num simples texto? Neste mundo vazio e tão cheio de vida, há tão poucas pessoas que percebem o verdadeiro significado de Vida! Para mim, a minha missão na Terra é percebê-lo, e só vou partir quando tiver o pergaminho com a resposta. Ou talvez a resposta não esteja num pergaminho, mas sim no ato de viver. Um sorriso, uma gargalhada… Um abraço, um simples “gosto de ti”… Isso para mim basta-me para ser feliz. Por isso, é-me difícil perceber o porquê de tanta tristeza num planeta em que um gesto tão simples pode fazer uma pessoa feliz… Mas talvez isso faça parte de ser criança… Se nós humanos só percebemos o dia por causa da noite, a felicidade por causa da tristeza, a sabedoria por causa da ignorância, serei eu capaz de perceber a vida sem a morte? Filipa Almeida, nº7, 8ºC

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Para sempre, num reino misterioso… Numa terra muito distante daqui, vivia uma rapariga que passava as noites junto ao mar. A rapariga tinha uma forte ligação com a praia porque a sua mãe a abandonara quando ela tinha apenas seis anos. Partiu num barco e disse-lhe: “Um dia voltarei”. Tinham então passado sete anos e a mãe nem uma única vez tinha aparecido. Certo dia, estava a rapariga a olhar para o mar, quando avistou uma embarcação que vinha na sua direção. Aproximou-se do mar e de repente começou a ser puxada pela maré. Por muito que se debatesse, não lhe valia de nada. Foi então sugada para dentro das profundezas. O mais estranho é que ela conseguia respirar debaixo de água sem qualquer dificuldade. Enquanto era puxada, uma luz brilhante começou a aparecer, vinda do fundo, e tornava-se cada vez mais brilhante. Quando reparou, estava num sítio magnífico. Era uma cidade marítima, completamente submersa. A rapariga estava estupefacta com tudo o que via e foi conduzida por dois guardas a um castelo. Lá dentro, reconheceu de imediato a sua mãe, que estava na mesma: olhos azuis turquesa, cabelo louro platinado, longo e encaracolado, com o mesmo belo sorriso de há sete anos. Vestia um longo vestido cor de esmeralda e no pescoço tinha um colar de pérolas. A mãe explicou-lhe que se tinha apaixonado por um terrestre, tiveram uma filha (que era ela) e tivera de voltar porque o seu povo precisava da sua ajuda. Perguntou-lhe se não gostaria de ficar com ela, pedido ao qual a rapariga acedeu logo. Ficaram então as duas, mãe e filha, finalmente juntas para a eternidade num reino misterioso. Cláudia Pinheiro, nº 9, 9ºB

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Encontro com o meu Herói Estava um dia soalheiro, os pássaros cantavam, a erva crescia e lá estava a eu, a tentar ganhar coragem para andar os últimos metros que me separavam do meu grande herói. Era fácil de distinguir a sua cicatriz em forma de raio na testa, mesmo àquela distância. Comecei a andar rapidamente na sua direção. Cheguei junto dele, os seus óculos estavam ligeiramente tortos e usava a sua capa de feiticeiro. A emoção era enorme. Finalmente tinha encontrado o meu grande herói! Nem podia imaginar quantas horas foram necessárias para o encontrar, mas finalmente estávamos frente-a-frente. Grande problema: eu não sabia o que dizer! -Olá!- cumprimentou-me ele. -Olá!- respondi. - Sou uma grande fã sua. Será que me podia dar um autógrafo? -Um autógrafo? Sabes, eu estive a observar-te nestes últimos tempos, é impressionante a tua persistência, mereces mais do que isso. O que achas de irmos para uma grande aventura? E que tal… procurar o medalhão? -O medalhão? Aquele que tens de procurar para derrotar o quem-nós-sabemos?perguntei eu, para ter a certeza. -Sim, esse mesmo. O que achas disso? -Adoraria ir contigo!- respondi, entusiasmada. E assim parti para a maior aventura de Harry Potter…

Zoé Moreira, nº 20, 9ºE

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Contos de terror, mistério e imaginação Sr. Pira Vamo

João estava aborrecido. Tinha de passar a sua tarde de domingo a conversar com o seu novo vizinho, o senhor Pira Vamo. Desceram a rua e tocaram à campainha. O seu som parecia um grande prato a bater num outro «bbaaaaammmmmmm»! Abre-se a porta e aparece o sr. Pira Vamo. Era um homem alto, magro, pálido e trazia

uma

capa

preta

meio

escondida atrás das costas. Entrámos e ele disse: - Vai para casa estudar. Eu e a tua mãe queremos conversar a sós. João como sempre não foi estudar. Pensou e tornou a pensar que o seu vizinho lhe fazia lembrar qualquer coisa. Ligou o computador e resolveu pesquisar: «Sr. Pira Vamo». Apareceu-lhe uma folha amarela que dizia «Procura-se Pira Vamo. Cuidado! Todos os que se aproximarem correm risco.» Pegou numa folha em branco e escreveu várias vezes Pira Vamo, Pira Vamo, Pira Vamo. Foi trocando as letras e apareceu-lhe «Vampirao». João gritou muito alto. Nessa mesma noite, levou uma estaca à cintura e dois alhos. Aproximou-se da janela do Sr. Pira Vamo e espreitou. Viu o vizinho com uma faca na mão…. a barrar manteiga no pão! Deu um suspiro de alívio e foi-se embora. No dia seguinte, a mãe voltou para casa com um ar pálido e duas marcas vermelhas no pescoço. Até que viu o mais espantoso: olhou pela janela e viu o vizinho desaparecer diante dos seus olhos como se estivesse nevoeiro. E nunca mais ouviu falar do Sr. Pira Vamo, ou seja, Vampiro.

Alexandre Almeida, nº1, 5ºE

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A aposta Há muitos e muitos anos atrás, um grupo de amigos fez uma aposta: entrar no cemitério à meia-noite e passar de um lado ao outro. Os cinco saltaram o muro e começaram a caminhar pelo cemitério dentro. A certa altura, ouviram vozes e sons, desatando a correr em direção à porta de saída. Quando lá chegaram, aperceberam-se de que faltava um deles, o Daniel. Gritaram pelo seu nome e nada! Até que António, João e Farrusco, os mais aventureiros, decidiram ir à sua procura. Começaram a caminhada e qual não foi o seu espanto, quando ouviram uma voz de socorro. Não hesitaram em segui-la. Era o Daniel que estava a ser puxado para dentro de um jazigo. Quando o viram, António, João e o Farrusco correram na sua direção e puxaram-lhe os dois braços com toda a força para o tirar dali. Quando o conseguiram, olharam para o lado e viram mãos e pés a saírem de mais alguns jazigos próximos, em direção aos três. Andavam por todo o lado!! Tiveram de pensar rapidamente numa solução para saírem daquele cenário horrendo. O João, o mais pensador, teve uma brilhante ideia. Como gostava muito de música e sabia cantar, pois era vocalista de uma banda rock, lembrou-se que se os pusessem a dançar, talvez conseguissem escapar. Então começaram os três numa verdadeira cantoria e passado pouco tempo estava tudo a dançar. Nesse instante, aproveitaram e deram uma bela corrida até ao muro. Saltaram para o outro lado e continuaram a correr. Quando já estavam afastados do cemitério, pararam e disseram: “Se contado ninguém acredita!”. Foi uma noite para esquecer ou, quem sabe, para recordar mais tarde.

João Gonçalves, nº 9, 5ºE

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O MISTÉRIO DA VELHA MANSÃO

No dia 31 de outubro, dia de Halloween, estava uma manhã muita fria, e previa-se um resto de um dia também frio. Um grupo de amigos, constituído por três rapazes, Pedro, Alexandre e André, planeavam tudo para a noite de Halloween. - Vamos de casa em casa, até ao fim da rua.disse o Pedro. - Concordo - afirmaram o Alexandre e o André – mas, atenção, não vamos para o lado do cemitério, pode-se tornar assustador. Encontraram-se todos às 21 horas, vestidos a rigor com suas capas pretas e dentes postiços, grandes e assustadores. Traziam na mão uma abóbora com uma vela a arder no seu interior, e a noite estava a condizer, havia nevoeiro e até a lua estava escondida. Começaram pelas casas mais próximas e receberam vários doces. Prosseguiram caminho e, afastando-se, chegaram à mansão do velho general, que se dizia estar assombrada. -Eu cá não me aproximo daquela mansão... - afirma o Alexandre amedrontado dizem que vive ali um fantasma. - E aparece nas noites de Halloween. - goza o Pedro. -Não sejam medricas! O velho general também tem que nos dar um docinho. disse o André já a enfiar na boca alguns doces. Entraram no jardim da mansão, que era escuro e cheio de sombras, e aproximaram-se da campainha. Ao tocar só ouviram um grito assustador, a porta entreabriu-se e de lá de dentro surgiu um gato preto. -Eu vou-me já embora. - diz o Pedro amedrontado. -Alexandre, diz alguma coisa. - ordenou o André abanando o colega que estava sem reação. -Olhem, olhem o que está ali. É UM FANTASMA!- gritou o Alexandre, apontando para um vulto branco que surgia de entre os arbustos. Todos fugiram deixando para trás as guloseimas. Ainda não tinham chegado ao portão quando ouviram uma grande gargalhada. O velho general apareceu coberto com um lençol e estendeu-lhes um saco de doces. -Sou velho mas também gosto de brincar e fazer partidas. -gracejou. Os três amigos nem conseguiram responder, tal era o susto que tinham levado. Miguel Pedro Caridade, nº18, 5ºE 15


Um dia, duas adolescentes combinaram ir ao centro comercial. — Ei, vamos experimentar o novo teste facial que saiu há pouco tempo?! As alegres raparigas dirigiram-se ao shopping e regressaram a casa todas contentes. Espalharam o creme facial e, após colocação, olharam uma para a outra e repararam que ambas tinham ficado com escaras no rosto. Começaram a gritar, apavoradas e aterrorizadas, enquanto a sua pele era corroída e o produto tóxico se unia com o ADN humano. Assim começou uma epidemia de zombies que se alastrou por toda a cidade. Entretanto, no outro extremo da cidade, reuniam-se três amigos: Valdemar, Júlio Rente e Pedro Antunes. Valdemar era engenheiro químico numa empresa de cosméticos e descobriu secretamente o efeito da substância XP, utilizada por um grupo de criminosos. Preocupava-se sobretudo com as propriedades contaminantes da molécula que, emanada dos tecidos em putrefação, entrava sub-repticiamente pela mucosa nasal transformando pessoas normais em assassinos sanguinários. Júlio Rente, condutor de veículos militares especializados em guerra, foi contactado por Valdemar para uma missão especial. Veio ao encontro com grande expectativa e ansiedade, pois sabia que o amigo não era homem de brincadeiras. Pedro Antunes, cinquenta e cinco anos, militar com longa experiência no exército, particularmente dotado de competências no manejo de armas, contrastando com a sua robusta figura, apresentava-se sempre com um rasgado sorriso. Viera ao encontro dos amigos à espera de uma grande jantarada. Algo, contudo, o intrigara. Numas velhas instalações do parque de autocarros da Câmara Municipal de Condeixa, os militares tinham construído um bunker onde guardavam veículos militares e armamento. Chegado ao ponto de encontro e, ao deparar-se com a expressão no rosto dos amigos, ficara sem apetite. Valdemar expusera aos amigos como descobrira o produto tóxico e de como desconfiara de um grupo de fanáticos que acreditavam no fim do mundo. Introduziu a mão no bolso interior do casaco, sacou de um pó verde que tinha dentro de uma saca de serapilheira e exclamou: — Água oxigenada tetra iónica em pó! — E prosseguiu explicando — Quando aplicada sobre as escaras, anula o efeito tóxico e é absorvida pelos tecidos, tendo um efeito reparador e cicatrizante. É o antídoto ideal para o XP.

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Júlio Rente tirou o telemóvel e fez uma ligação à Internet para se inteirar das notícias. O caso das pessoas zombies já agitava o noticiário das vinte horas. Pedro Antunes, baixando a voz, segredou: — Temos de agir. Há uma maneira de se espalhar o antídoto de uma forma eficaz, utilizando difusores em massa. No hangar militar, que fica a menos de cem metros daqui, há um helicóptero FH18 preparado para pulverizar os campos. Tu, Júlio, deves saber o código de acesso. Estás preparado? Júlio acenou que sim com a cabeça. Valdemar esclareceu que escondera nos arbustos próximos do hangar uns sacos com o antídoto, bem como trouxera o jipe carregado com sacos. Pedro Antunes coçou a cabeça e exclamou: — Temos pouco tempo. Vou ligar ao general, pô-lo ao corrente da situação e pedir-lhe autorização para que os meus homens possam espalhar-se pela cidade dentro dos meus carros blindados e conectarem o reservatório com o antídoto à metralhadora. Assim, dois homens em pé, em cada carro, empunharão espingardas 114 e duzentos homens, vestidos com fatos especiais e armados com Snipers, infiltrar-se-ão nas zonas de tumultuo. Os três amigos ergueram-se e abandonaram o local de encontro. As imagens em direto, na televisão, eram já de um caos destruidor e assassino, com gente a morrer e a rastejar pelo chão banhado de sangue. Foram três dias e três noites bastante árduos. Valdemar ainda conseguia ouvir os tiros das Snipers que foi necessário disparar para os zombies que se tentavam aproximar dele. Sentia-se nauseado com o cheiro a putrefação e tinha as mãos anestesiadas e dormentes de pressionar os difusores. Sentiase, contudo, satisfeito porque a missão terminara com êxito. Nisto, sentiu um aperto no pescoço por causa de um zombie que tentava comê-lo mas, no segundo seguinte, a cabeça do zombie rolava no chão, resultado de um tiroteio vindo do helicóptero FH18 que Júlio pilotava. Agora, sim, a missão estava terminada!

Rui Breda Perdigoto, nº 18, 6º E

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E Era um dia muito importante em Little Rocks, uma pequena cidade no sul de Inglaterra. O grande mágico Houdini preparava-se para dar um maravilhoso espetáculo no Teatro Municipal, a convite do Presidente da Câmara, o senhor Bigbrain. O mágico Houdini era uma pessoa com muita energia e notáveis conhecimentos sobre praticamente tudo. Era inteligente e o que mais gostava de fazer era MAGIA. Tinha cabelos castanhos, olhos azuis esverdeados, um nariz pequeno e andava sempre sorridente, com a sua capa negra a esvoaçar. Ele gostava de fazer desaparecer lenços, moedas, pratos, etc e, depois, tudo aparecia de novo. No final deste esplêndido espetáculo, o mágico iria fazer o truque mais esperado por todo o público: fazer-se desaparecer! Assim, entrou numa grande caixa e a sua assistente girou-a uma e outra vez; tocaram os tambores e … Houdini já não estava na caixa! A sala encheu-se de aplausos e todos esperavam, emocionados, pelo fim do belíssimo número de magia. Mais duas voltas e o mágico voltaria a aparecer no interior da caixa. Contudo, esperaram, esperaram e tal não aconteceu. O grande e famoso mágico tinha mesmo desaparecido! Perante tal mistério, decidiram chamar Mister Totó, um reputado detetive inglês, famoso por descobrir todos os enigmas, mesmo aqueles mais intrigantes. Usava cabelo muito curto, um bigodinho preto, um chapéu e uma gabardina castanha, tão usada que quase não tinha mangas, tantos eram os mistérios em que tinha participado… Mister Totó começou então a investigar o complicado caso do mágico desaparecido e, após muito pensar, decidiu ir a casa de Houdini para tentar descobrir alguma pista que o ajudasse a descobrir onde ele se teria metido. Pé ante pé, entrou na casa e começou a investigar. Quando já estava para sair viu uma mesa com várias gavetas fechadas à chave. Intrigado, lá conseguiu abri-las e, qual não foi o seu espanto, quando descobriu que, no seu interior, estavam folhas cheias de complexas equações matemáticas, totalmente incompreensíveis… “Porque teria um simples mágico tantas fórmulas matemáticas?”— pensou, coçando o queixo. Decidiu então levá-las para que o Dr. Duck, cientista do laboratório da polícia, as visse e as tentasse interpretar. Após várias horas de investigação, o Dr. Duck chegou a uma brilhante conclusão: as complicadas equações eram, nada mais nada menos, do que uma fórmula ultrassecreta para construir uma máquina que controlasse o tempo. O mágico Houdini era, na realidade, o Professor Vilosevic Loestrova, um brilhante cientista russo, famoso 18


em todo o mundo por ter inventado um aparelho tão avançado e original. Muitas potências mundiais desejavam ter aquela máquina para, claro está, poderem fazer vir sol ou chuva, de acordo com as suas necessidades e, por isso, deviam ter raptado o Professor. Foi então que o Mister Totó decidiu seguir mais uma pista… Após longa investigação, descobriu o nome de uma organização secreta que há muito tempo tentava descobrir a fórmula do controlo do tempo: os Fanaticosdotempo.com. Certamente tinham sido eles a levar o Professor Vilosevic! Finalmente descobriu que, no dia seguinte ao desaparecimento do mágico, tinha saído um avião secreto para uma pequena ilha no meio do Pacífico. Era uma ilha de montanhas e vulcões, florestas e perigosos pântanos… Encheu-se de coragem e lá foi ele, no seu helicóptero, em busca do professor desaparecido. Chegou à ilha e, muito silenciosamente, aterrou mesmo em cima de um vulcão! Tal não foi o seu espanto, quando descobriu o Professor preso a uma grande árvore, com a boca tapada e meio adormecido. Conseguiu soltá-lo e levá-lo para o seu helicóptero. Porém, quando estavam quase a levantar voo, surgiu o chefe da organização e, para sua admiração, viu que era, afinal, o Presidente da Câmara de Little Rocks, organizador do espetáculo. Conseguiram fugir e salvar a famosa fórmula da máquina do tempo, deixando presos todos os Fanaticosdotempo.com. O professor não sabia como agradecer… tinham salvado a sua grande invenção! Emocionado, decidiu dar ao Mister Totó uma gabardina novinha em folha, para usar nas suas aventuras.

Tiago Batanete Marques, nº 21, 6ºE

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O Baile das Bruxas

Todos os anos se realiza um grande acontecimento, para o qual são convidados a ir todas as bruxas, sob a pena de serem bastantes castigadas: “O grande Baile da Bruxa Zarolha”. Para esta tão grande festa são convidadas todo o tipo de bruxas, dos mais diversos países, falando todas as línguas. Na sala, onde as bruxas são bem recebidas por alguns animais da bruxa Zarolha, existe uma mesa com as mais diversas comidas “horripilantes” ingeridas por aqueles seres. Quando chegaram à sala ficaram maravilhadas com a variedade de pratos: formigas fritas, tarte de aranhas, musse com xixi de gato e etc. – Ai! Bendito seja o meu devoto monstrinho… Temos de começar já a “atacar”!! - Exclamou esfomeada a bruxa Pimpolha. – Não Pimpolha! Temos de esperar pela rainha Zarolha, é má educação não esperar por ela. - Disse Armadolha sobressaltada. – Ah! Já nem me lembrava… - respondeu ela. Passado algum tempo, a sala já estava cheia, quando a rainha das bruxas, Zarolha, chegou. – Boa noite, minhas velhas amigas! Muito obrigada pela vossa presença. Trouxe também uns monstros meus conhecidos para animarem a nossa festa! Em poucos segundos, começaram todos a comer, mas havia um problema: os monstros foram mais rápidos que as bruxas e depressa a zaragata se instalou naquele terrível espaço. Não descansaram enquanto a comida não acabou, mas, quando a ceia terminou, começaram a dançar: rap e rock. Alguns dos monstros faziam parte de uma pequena orquestra, que por acaso atuou naquela tão privilegiada festa. Tocavam com panelas, caixas de legumes, funis e todos os instrumentos mais estranhos para tal função. A primeira música que tocaram foi um rap, e logo todas as bruxas começaram a dançar. Muito entusiasmada estava a rainha Zarolha e o rei Estrúcio, rei dos monstros, a dançar uma musiquinha já antiga, quando de repente, o teto da sala se começou a mexer… De súbito, um bocado de teto que era um pouco de chão do sótão do palácio, caiu mesmo em cima do par de dançarinos! E ainda por cima o velho candeeiro, bastante pesado para o teto de madeira, estava mesmo naquele local.

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Os dois gritaram para que lhes acudissem, mas as bruxas e os monstros só se riam, e não os ajudavam… O tempo passava e eles ali debaixo sem conseguir sair! O problema era que eles já estavam a ficar espalmados! Como as bruxas estavam muito zangadas com a Zarolha, por ter convidado os monstros que lhe comeram a “maravilhosa” comida e, não querendo mostrar o seu lado guloso, decidiram pregar-lhe uma partida! Planearam tudo e resolveram o seguinte: como eles estavam bastante espalmados, decidiram pô-los num quadro para colocar na parede! – Não!! Não podem fazer isso! - gritava Zarolha. – Sim!! - diziam as bruxas. E assim foi! Tiraram todos os bocados de madeira de cima deles e colocaramnos dentro dos quadros, cada um em cada um… Quando acabaram de fazer tal trafulhice, pegaram nos seus instrumentos voadores e foram voando para os seus países. E agora já sabem! Quando quiserem, já podem ir visitá-los ao museu “Enfeitiçado” no Reino das Bruxas!

Francisca Sousa, nº 3, 6ºG

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Um conto de terror Era uma vez um rapaz chamado Bruno que, após a morte da sua mãe, ficou a viver com a avó materna numa casa muito pequena da aldeia. Perto dessa aldeia havia um grande bosque, lugar para onde Bruno gostava de ir e onde viviam dois rapazes que Bruno considerava seus amigos. As pessoas da aldeia costumavam criticá-lo pela sua maneira estranha de vestir, gozando com ele e chamando-lhe drogado e esquisito. A avó também não gostava da sua maneira de vestir, gritando constantemente para ele cortar a crista, deixar de usar aquelas roupas pretas cheias de alfinetes, as botas horríveis, as correntes do pescoço e os alfinetes das orelhas. Esta era a maneira de vestir de Bruno e ele não se conseguia imaginar de outra maneira. Bruno já não conseguia ouvir a avó, pois era todos os dias a mesma coisa depois do jantar. Assim, logo que podia, fugia para perto dos seus amigos do bosque. Certa noite, quando se dirigia para junto dos seus amigos, pareceu-lhe de longe ver um vulto. Parou e ficou à espera. Passados alguns minutos, chamou pelo nome dos amigos na esperança de que fossem eles na brincadeira. Como não lhe responderam, Bruno tirou do bolso um punhal que trazia sempre consigo. Este punhal pertencera ao seu avô paterno, e Bruno tinha-o encontrado numa gaveta no quarto da avó. Quando se preparava para enfrentar o que quer que fosse que ali andasse, foi atacado por trás. Sentiu uma forte dor nas costas e uma pancada na cabeça. Quando acordou já era dia, mas quando se tentou mexer, sentiu que estava amarrado. Também sentiu muitas dores na cabeça e nas costas. Começou a gritar para ver se alguém lhe poderia acudir. Durante muito tempo não ouviu nem viu ninguém, até que alguém lhe colocou um prato com comida no chão. Bruno foi alimentado assim durante uma semana. Mais tarde e, sem qualquer explicação, acordou no meio do bosque já desamarrado. Fugiu o mais rapidamente que conseguiu para casa, trancandose no quarto. Quando ouviu barulho em casa e se apercebeu de que era a sua avó, correu para lhe contar o sucedido. Esta quando o viu começou a gritar de medo e a dizer que ele estava morto. Sem perceber o que se estava a passar, Bruno entrou em pânico, gritando à avó que era ele e que tinha sido raptado. Depois de muita gritaria a avó pregou uma grande estalada na cara de Bruno. Dizendo que tinha de ter a certeza de que era mesmo ele, pois segundo a polícia o corpo dele tinha sido encontrado, bem como os seus amigos do bosque. Foi então que Bruno percebeu que não tinha sido só ele a ser raptado, a avó 22


também lhe disse que os corpos tinham sido encontrados sem sangue e envoltos em cinza, e que parecia que tinha sido um ritual de bruxaria. No dia seguinte, todas as pessoas da aldeia o olhavam com um ar esquisito, ficando a cochichar quando este virava costas. A polícia entretanto foi chamando Bruno para lhe fazer perguntas sobre o local onde este tinha estado preso e sobre a pessoa que estava com os seus amigos e que eles pensavam que era Bruno. Este explicou tudo o que se tinha passado e o que ouvia enquanto esteve preso. A polícia seguiu todas as pistas que Bruno deu e acabou por descobrir que aqueles que Bruno pensava serem seus amigos não passavam de bruxos que o tinham raptado com o intuito de fazerem um ritual de bruxaria e que, provavelmente, algo tinha corrido mal. Mas havia a questão de Bruno ter sido libertado por alguém o que era impossível de explicar. Foi então que quis tentar saber realmente o que se estava a passar. Procurou no bosque se encontrava alguma pista e foi quando encontrou o seu próprio punhal, que se tinha perdido. Mais à frente encontrou uma taça cheia de sangue bem como algumas peças de roupa que reconheceu como sendo dos seus amigos. Continuou caminho pelo bosque dentro, viu uma gruta e entrou muito cautelosamente. Conforme ia penetrando na gruta, começou a sentir um cheiro muito estranho e muito forte. Caminhou mais um pouco e viu uma luz que tremia ao longe. De repente avistou os seus amigos amarrados em cima de umas mesas. À sua volta estavam várias pessoas da aldeia, incluindo o polícia e uma rapariga muito feia. Esta gritava para que parassem com aquelas mortes, mas ninguém lhe dava importância nenhuma. Bruno parou sem saber o que fazer naquela situação. Pensou que agora estava tudo explicado. Os olhares estranhos das pessoas não se deviam ao facto de Bruno se vestir de maneira diferente, mas sim por estes acharem que Bruno e os seus amigos eram bruxos também e que estavam ali para lhes tirarem todos os poderes. A rapariga sentiu que alguém os espreitava e foi ver. Descobriu Bruno que, assustado, ainda tentou fugir. Ela bateu-lhe com um pau na cabeça que o fez desmaiar de imediato. Bruno nunca mais acordou. Foi morto naquela noite, mas ficou naquela aldeia a assombrar todas as pessoas que lá viviam. A aldeia ficou completamente deserta, pois toda a gente dizia ser assombrada e que à noite se ouviam vozes vindas do bosque de três rapazes a conversar e a rir. Bruno Coelho, nº6, 6ºG

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Um dia com outro qualquer! … Ou talvez não! Estava eu a jogar um jogo, e, não sei o que aconteceu… mas… desmaiei! Quando dei por mim, estava no meio de uma batalha campal entre monstros horríveis e humanos. Vendo aquele horripilante cenário, cheio de sangue e morte e medonhas criaturas, não tive outro remédio, senão esconder-me. - Como é que eu vim aqui parar? – Pensei eu. De qualquer modo, estes pensamentos não me serviam de muito… Tinha era de sair dali vivo, porque uma coisa era certa: aqueles seres hediondos e sanguinários não eram para brincadeiras. De repente espirrei e de imediato vi uma sombra a aproximar-se, sentia o arfar de um desmesurado peito e o ar tornou-se ainda mais pestilento. - Já me tramei! – Pensei, cheio de medo… Sentia o meu coração bater apressadamente e, completamente desnorteado, olhei em volta, vi uma espada partida, mas ainda cortante, que trazia um braço decepado ainda agarrado! Fechei os olhos e controlando os vómitos tirei aquele pedaço de cadáver, segurei aquela que parecia ser a minha única esperança e preparei-me para o pior! … A sombra aproximava-se cada vez mais… e um corpo disforme saltou para cima de mim, com um machado que tinha na ponta um crânio humano espetado, gritando: - AAAARRG!!!! Desviei-me… Atirei-lhe poeira para os olhos e desferi-lhe um golpe que o deixou estendido por terra, sem vida. Mais criaturas monstruosas correram ao meu encontro… - Desta vez estou frito! – pensei eu. …. Mas de repente uma chuva de setas caiu sobre eles… nem queria acreditar na sorte que tive… no meio de tudo isto apareceu um cavaleiro que me disse: - Vem comigo! Sem pensar duas vezes, lá fui em direção a um castelo que se via ao longe. Quando chegámos, esclareceu que estavam em guerra com o Senhor das Trevas, o Lord Garmedon, e que eu era o único que os poderia salvar da destruição e da chegada de uma Era das Trevas interminável! Assim havia previsto o oráculo. Não entendia nada, mas na verdade eu faria qualquer coisa para sair dali! Na manhã seguinte, um homem gravemente ferido, entrou no castelo e bramou: - Acudam! Ele voltou! Lord Garmedon voltou, incendiou a nossa aldeia e massacrou-nos a todos! Eu fui o único que consegui escapar! – ao ouvir isto, fiquei furioso!

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- Maldito cão! – Disse enraivecido – Descanse! As ações dele não ficarão impunes! Vou avisar o conselho de guerra já! Dito isto, fui a correr chamar os generais e rapidamente organizámos um plano. Pela calada da noite atacamos, mas infelizmente fui ferido e capturado. Os monstros do Lord Garmedon levaram-me até ele, que me esperava com um sorriso maligno naquela fenda gretada, que era a sua boca. Todo o local estava decorado de morte… havia macabros triunfos de guerra por todo o lado: os tapetes eram escalpes humanos, os candeeiros eram cabeças em decomposição com larvas que caiam dos tetos como se fossem chuva… os sofás eram de pele… humana…. - És tu o “pirralho” que me vai vencer? Perguntou ele com uma voz cavernosa. - Sim! – disse, com um tom seguro e decidido, tentando não pensar no ambiente tétrico e nauseabundo que me rodeava – Já vais ver de que o “pirralho” é capaz de fazer! – e, sem pensar, mandei um valente pontapé num dos monstros que ao desequilibrar-se cortou as cordas que me prendiam as mãos. A dor que senti no meu corpo ferido foi alucinante! Mas eu tinha que sair dali! Continuei a lutar com uma força sobre-humana e venci seis dos seus melhores capangas. Até que Lord Garmedon bradou: - Muito bem! Agora és só tu e eu! Prepara-te para morrer franganote! A luta foi renhida! Lord Garmedon era um excelente guerreiro, vários foram os golpes que senti no meu corpo, … mas nunca desisti, … continuei sempre a lutar… mas ele conseguiu derrotar-me! Olhei para a janela e vi os meus guerreiros a serem massacrados, torturados… mas a sorte ainda não me tinha abandonado! Lord Garmedon também estava ferido … mortalmente… quando a besta tombou, cortei-lhe a cabeça. Fui até à varanda e mostrei-a aos meus valentes companheiros de armas. Como por encanto, um raio de esperança percorreu o campo de batalha e deu alento aos meus homens que conseguiram vencer aqueles monstros, que agora se sentiam perdidos sem o seu líder! Senti-me fraco, um líquido quente empapava toda a minha roupa, olhei com mais atenção e vi que um dos meus braços tinha sido arrancado… e as minhas entranhas estavam penduradas, fora de mim… larguei a cabeça e com a minha única mão tentei que os meus intestinos voltassem ao lugar… Na sala, dois cães disputavam e roíam o meu braço decepado… ainda com um pedaço de espada partida mas ainda cortante … no céu os abutres pairavam sobre mim… e à sala chegava até mim uma terrível sombra acompanhada pelo ruído do arfar do seu peito… o ar cada vez mais pestilento… - Diogo! Estás bem? – Perguntaram. Acordei! Estava de volta à realidade…ou não?! Diogo Manaia, nº7, 6º G 25


UM MAGUSTO MORTAL -Já é de dia! – exclamei eu ao abrir os olhos. A noite tinha passado a correr. Pela primeira vez na vida, não comecei o dia com o “só mais cinco minutos!”. A escola ia fazer um magusto durante toda a semana. Todos os dias iria comer umas belas castanhas assadas. Como já devem ter percebido, adoro castanhas assadas. É a melhor semana de aulas. E sexta-feira, a festa que a escola iria organizar, seria o melhor dia do ano letivo. Caso não saibam, nesse dia a escola organiza um magusto onde os pais e filhos podem conviver alegremente, sempre com o quentinho das castanhas no peito. Esta foi a primeira sensação que senti, mas em poucos segundos lembrei-me que a semana iria passar tão rápido como as outras. Mal eu sabia que iria ser a semana mais longa da minha vida. Tomei o pequeno-almoço rapidamente e fui para a escola. As aulas passaram a correr. Finalmente era a hora do almoço! Infelizmente, hoje saíamos para almoço só depois de cada uma das turmas e, ainda por cima, fiquei no final da fila. Mas não me importei, desde que comesse umas castanhas. Toda a alegria foi sugada da minha expressão e alma, quando vi um aluno a tirar a ultima taça de castanhas. A hora de almoço foi deprimente. Ouvi o toque e fui para a aula de História. Passaram cinco minutos, quinze minutos, meia hora e a única coisa que eu ouvia era o eco das dúvidas dos alunos e o professor a explicar a matéria. No entanto, uma coisa despertou-me a atenção. Numa questão de dez segundos, o meu amigo Diogo transformou-se numa castanha, com pernas, braços com garras enormes e dentes incrivelmente aguçados. Seguiu-se o Tomás e o André. Logo os meus amigos se transformaram em castanhas assassinas. Fugi e fui a correr até ao gabinete do diretor. Quando lá cheguei, perguntei-lhe: - Senhor Diretor, mas o que é que aconteceu? Por que razão os meus amigos se transformaram em castanhas?! Ao que ele me respondeu: -Bem, a explicação é um pouco bizarra. Aliás, muito bizarra. Como sabes, este ano tem chovido muito pouco, o que fez com que as castanhas não crescessem bem. Então, nós juntamos um produto radioativo, o que deve ter causado uma doença. O magusto de sexta-feira iria dar-nos dinheiro para ajudar a melhorar a escola. Eu não pensei nas consequências… Mal o diretor acabou de falar, as castanhas começaram a bater nas portas, exibindo os seus afiados dentes. Assistimos perplexos a um apocalipse zombie… que dizer, de castanhas! Eu e o diretor pegámos nas armas e fomos procurar os meus pais. Depois de os encontrarmos fugimos juntos, sempre com uma enorme esperança de sobreviver. Gonçalo Costa, nº 9, 6ºG 26


Uma noite de Halloween Hoje é dia de Halloween, o primo Simão e as suas duas irmãs, Rita e Inês, vêm dormir cá a casa. Eu e a mãe fizemos um plano para a nossa noite se tornar ainda mais divertida e interessante… O que mais anseio é pela leitura que a mãe vai fazer do diário do velho avô Artur! -Triimmm!Triiimmm! -Mãe, não te preocupes, eu vou abrir! Devem ser os primos. Ao abrir a porta vejo que realmente eram os primos. Estávamos todos muito animados e fomos de imediato ver o tal plano… -Que fixe vai ser a nossa noite!- disse a Rita entusiasmada. Então, lá fomos a correr ter com a mãe para ela começar a ler o diário… Assim foi: -Dia 31 de Outubro, 1944. Hoje, segunda-feira, dia de Halloween, e noite muito escura, eu e os meus amigos; Zé, Raul, Alberto e Manuel vamos manter a tradição de ir pedir Doces ou Travessuras a todos os habitantes da aldeia. A viagem estava a ser, como sempre, longa, mas ainda mais animada do que o habitual…Tão animada que, de repente, quando nos apercebemos estávamos perdidos. Começamos a andar e apenas havia uma encruzilhada, como não sabíamos para onde ir, o Raul deu-nos a ideia de tirarmos à sorte. Então, fizemos o jogo do par ou impar e calhou-nos em sorte o caminho da direita e lá fomos nós … Uns quilómetros mais à frente avistamos umas luzes, fomos ao encontro delas e quando lá chegamos… Era um cemitério, a porta estava aberta, logo, o Alberto, que era o mais curioso, entrou! De repente, começa a sentir-se uma brisa arrepiante… Olhamos uns para os outros e entramos… Fomos em direção ao Alberto, mas não o vimos e perguntámos uns aos outros onde é que ele estaria. Amedrontados e bem juntinhos, começamos a sussurrar chamando pelo Alberto… Ao fundo vimos um vulto, uma coruja começa a cantar e, no meio daquela aflição, juntamo-nos ainda mais e o vulto caminhava na nossa direção… Cada vez mais aterrorizados, ouvimos uma voz rouca que nos perguntava a razão de ali estarmos. Assustados, gritámos. A voz dizia para termos calma, mas nós ainda gritávamos mais… Logo atrás de nós vimos outro vulto que nos dizia: -Sou o Alberto! Sou o Alberto! Tenham calma! Corremos para ele e ele disse: -Aquele é o meu pai! E nós espantados perguntamos: -O teu pai?! Ele respondeu: -Sim, é o meu pai. Ele é o coveiro. Aliviados, pedimos ao pai do Alberto que nos trouxesse para a aldeia de novo. Embora com muitas emoções chegamos ao fim o nosso dia (de Halloween) sãos e salvos! Vitória, vitória, acabou-se a história! Depois de lida a história era hora de ir para a cama. -Meninos é hora de ir para a cama! A mãe tapou-nos e deu-nos um beijinho, mas adormecer estava difícil, pois continuava com um friozinho na barriga… Mas mesmo assim: -Bons sonhos! Ana Carina Rodrigues Gomes, nº1, 6ºH 27


A Maldição A minha história fala sobre uma menina chamada Joana, a qual era filha única. Por isso, brincava sempre sozinha. Joana tinha o seu cantinho preferido para brincar, no seu grande e verdejante jardim nas longas tardes de Verão. Com a chegada do Outono, as folhas a cair, o vento a soprar sobre as árvores, os tons acastanhados e alaranjados da paisagem fazem um «convite» a Joana. Perto da casa de Joana há um bosque. Certo dia, Joana decidiu ir passear, vestiu-se, tomou o pequeno-almoço, e, de repente, foi à janela e viu e umas nuvens muito negras e vento. Mesmo assim, Joana decide vestir o casaco, o gorro, as luvas e as suas botas preferidas. Quando entrou no bosque, o tempo começou a piorar, ficou mais escuro, o vento começou a soprar mais forte, levando Joana a correr para se abrigar do mau tempo. Nisto começa a chover, Joana com medo começa a correr, e, de repente, vê um velho e abandonado barracão, e pensou: «Vou abrigar-me naquele barracão». Joana quando vai tentar abrir a porta, esta abre-se sozinha, deixando Joana assustada, mesmo assim ela entra. Já dentro do barracão a porta fecha-se sozinha, Joana dá um pulo de medo, encostando-se de imediato à parede. Joana tenta acalmar-se, mas é muito difícil, com os ruídos que o vento fazia, e com as vozes que de repente começa a ouvir, Joana entra em pânico. Nisto ela avista uma sombra, que se move com uma rapidez brutal. Mesmo assim, decide seguir a sombra, que ia deixando pegadas de sangue, e cantando uma canção de embalar. Quando dá por isso, Joana vê a sombra ir em direção a um objeto que lhe é familiar, um trator que era igual ao da lenda que se contava antigamente na aldeia do seu bisavô, segundo a qual todos os donos daquele trator morriam misteriosamente. Ao ouvir uma voz familiar que a «convida» para subir ao trator, ela, por impulso, sobe para o trator. Lá fora o tempo piora, fazendo as tábuas do chão tremer, as telhas do barracão voaram e com a força do vento uma árvore acabou por cair em cima do barracão. Nesta cena assustadora o trator liga-se sozinho, os faróis apontam na direção de uma cadeira onde está sentada uma menina que é igual a si com um aspeto de morrer de medo, com os olhos e a boca costurados e ossos à vista. Joana dá um grito medonho, enquanto o trator já está em direção à arvore com toda a velocidade tirado- lhe a vida. Com a morte de Joana e a destruição do trator a maldição acabou, mas terá acabado para sempre… ? Ana Sofia Simão, nº 3, 6º H

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Conto de Terror

Há muito, muito tempo perto de um lago escocês chamado Loch Ness vivia uma família com dois filhos. Esta família, como todas as outras que lá viviam, passava os dias cheia de medo devido a uma lenda que contava que, nesse lago, vivia um monstro. Esse monstro nunca tinha sido visto, mas as histórias eram tão reais, que todos acreditavam que algum dia esse animal poderia aparecer. Os dois irmãos eram os únicos que não acreditavam na história e, por isso, riam-se e gozavam com os medos dos vizinhos e até dos seus pais. Os pais do Nuno e do Tomás estavam sempre a avisá-los para eles não brincarem perto do lago, mas como eles eram rebeldes e não acreditavam na história, o sítio predileto das brincadeiras era à beira do lago. Certo dia, os irmãos resolveram ir brincar às escondidas, apesar do dia estar escuro e chuvoso, e da mãe os ter avisado de que não os queria longe de casa. A brincadeira entre os dois estava animada, até que, de repente, ouviram uns estalidos que não sabiam de onde vinham. Colocaram-se à escuta para tentar perceber o que se estava a passar. O silêncio era total, o dia estava cada vez mais escuro e não se via ninguém. Encolheram os ombros e continuaram a brincar, pois devia ter sido algum animal que por ali tinha passado. O Nuno e o Tomás riam e corriam, quando o chão estremeceu e ouviram um rugido que parecia um trovão. Ficaram aterrorizados, mas não conseguiam ver de onde vinha o barulho. Olhavam para a esquerda, olhavam para a direita e nada viam, mas sentiam que alguma coisa estava muito perto, porque havia um vento quente e ao mesmo tempo um cheiro nada agradável. Um pequeno bafo fez com que olhassem para cima e o que viram deixou-os paralisados de medo. Mesmo por cima deles, estava um bicho enorme parecido com um dinossauro, que os olhava de uma maneira ameaçadora. Começaram a gritar e a correr em busca de auxílio, mas depressa o monstro os apanhou, com as suas garras levou-os à boca e mastigou-os lentamente. O pai dos rapazes ao ouvir os gritos de terror, pegou na sua arma e foi em direção ao lago o mais depressa que podia. Ao chegar ainda disparou alguns tiros, mas foi em vão. O monstro desaparecia nas águas escocesas. Depressa se deu conta de que os seus filhos tinham desaparecido, e teve a certeza de que as histórias que o povo contava eram verdadeiras. A notícia depressa se espalhou por todos os habitantes e o que para muitos era lenda passou a ser uma realidade ameaçadora. Gonçalo Correia, nº 10, 6°H 29


A Noite Do Terror Era uma vez, num dia de Halloween, uns miúdos que andavam a pedir doces, quando viram uma casa muito assustadora, escura e arrepiante... Os miúdos decidiram entrar na casa para ver se recebiam mais alguns doces. Abriram a porta, mas não viram ninguém, prosseguiram caminho naquela casa que não parecia ter fim. Ouviram um barulho repentino. Já estavam a ficar assustados. Com o medo foram para a saída. Mas... a porta fechou-se de repente. Apavorados gritaram. A correr tentaram encontrar uma saída. Aceleraram o mais que puderam, mas, de repente, apareceu alguém. Quando foram ver era um morto-vivo. Gritaram: - Ai, socorro!.. Fugiram o mais rápido que puderam, mas ao fim do corredor apareceu um vampiro. Tentaram desviar-se, mas, quando se viravam, aparecia um novo monstro. Tentaram enfrentar os monstros, mas a única hipótese que tinham era fugir. Conseguiram esconder-se num canto daquela casa enorme. Só pensavam numa maneira de fugir daquele pesadelo. Estavam a morrer de medo. Espreitaram para ver se havia alguma abertura, mas nem, uma nem uma esquina que estivesse livre. Os monstros estavam por toda a casa, de baixo a cima. Eles tentaram encontrar algum objeto que servisse para fazer frente aos monstros. E não foi fácil, mas lá encontraram alguma coisa e lá saíram sem serem descobertos. Pensaram num plano para conseguirem livrar-se dos monstros e daquela maldita casa. Os miúdos fizeram um plano e era a única oportunidade que eles tinham de sobreviver. O plano era atrair os monstros, um de cada vez, e depois matá-los ou prendê-los. Mas o plano não iria funcionar como previsto. Alguns dos miúdos tinham sido mortos outros tinham sido transformados em vampiros. Mesmo assim, a maioria deles tinha-se escondido num quarto escuro como a noite. Nesse mesmo quarto, quando se viraram admiraram-se. Aquele quarto estava cheio de armas das quais eles precisavam para escapar daquela casa maldita. Pegaram nas armas todas que conseguiram, abriram a porta e começaram a atacar os monstros. Espetaram estacas de madeira no coração dos vampiros, facas, espadas e tudo o que tiraram naquele quarto. Conseguiram matar os monstros todos que existiam naquela casa. Depois da luta toda a casa estava cheia de sangue. Quando eles saíram daquela casa era mais ou menos meia-noite. Voltaram para as suas casas e prometeram nunca mais pedir doces numa casa assim. Luís Felipe Sousa Peixoto, nº 14, 6ºH 30


A noite fantasmagórica Era noite de Halloween e em Londres parecia todo normal, havia meninos mascarados a dizer doce ou travessura, abóboras assustadoras, etc. Mas não era uma noite como todas as outras, é que nessa noite um meteorito muito esquisito tinha caído a uns 100 metros de Londres. Dentro desse meteorito estavam fantasmas, zombies, bruxas e lobisomens, resumindo, tudo seres fantasmagóricos. Em Londres as crianças, muito contentes, começaram a ouvir um gemer e gargalhadas assustadoras. Depois, as pessoas começaram a ver, por todo o lado, seres muito assustadores, entre eles ia um zombie muito pequenino que chegou perto de um menino e disse: -Queres brincar comigo? -Quem és tu? - Perguntou muito assustado o menino. -Sou o Toninho. E tu? -Eu sou o Mateus. -Queres brincar comigo? -Sim. Os outros seres fantasmagóricos imitaram o Toninho e todos foram brincar, todos menos os Lobisomens, que eram os reis de todos os seres fantasmagóricos. E começaram a matar todos os outros seres fantasmagóricos, mas deixaram o Toninho para último, quando iam para matar o Toninho, o Toninho e o Mateus disseram: -Porque é que estás a matar todos os seres fantasmagóricos? -Porque eles estão a trair-nos. -Só porque nós estamos a brincar com os humanos? - Disse o Toninho -Vocês tem razão. Amanhã não estamos cá e temos de aproveitar este dia. E nessa noite de trinta e um de Outubro os humanos e os seres fantasmagóricos conviveram como nunca tinham convivido.

Tomás Craveiro, nº 20, 6º H

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Uma aventura na casa velha Era uma vez, há muito, muito tempo, um velho senhor que vivia isolado numa casa antiga e grande, numa vila quase deserta, porque não tinha muito dinheiro e a sua família o abandonara. Um dia, três irmãos pequenos tiveram curiosidade e decidiram investigar a casa. Equiparam-se com lanternas e resolveram ir em busca de aventura. Quando chegaram, abriram a porta devagar, mas esta rangia mesmo muito, provocando um som estridente e assustador que ecoava pelas numerosas divisões. Contrariando as suas expectativas, a casa tinha um aspeto acolhedor, embora um pouco sujo. Ao olharem com mais atenção, depararam-se logo com um fantasma, ou pelo menos era isso que eles pensavam. Afinal, era apenas um cobertor branco pendurado num cabide. Avançaram cautelosamente e vislumbraram uma sombra bastante assustadora, que quase os fez desistir da sua aventura. No entanto, era o gato preto do velho senhor que estava a contemplar a lua e, assim, projetava uma enorme sombra na parede. Os irmãos continuaram sempre com muito cuidado e dirigiram-se para o primeiro andar da casa. Com a respiração ofegante, resolveram entrar numa sala com manuscritos muito antigos, mas pressentiram que havia alguém, para além deles, naquela sala. Bastaram uns segundos para que uma figura alta e magra aparecesse por entre aquela pilha de livros, pergaminhos e manuscritos. Ultrapassado o medo inicial e uns breves momentos de grande tensão, todos se apresentaram. Quando decidiram investigar o casarão, os três rapazes não imaginavam que o proprietário era, afinal, um homem fantástico, amável e genuinamente bom. Um homem condenado à solidão, que poderia perfeitamente ser o avô que nunca tinham conhecido. Tornaram-se amigos inseparáveis desde esse dia e, quando o estado de saúde do seu amigo se deteriorou, convidaram-no para ir viver para casa deles. Quando morreu, foi um dia muito triste para os três jovens, mas, por outro lado, ficaram felizes porque sabiam que tinham mudado a vida àquele pobre velho, do mesmo modo que ele tinha mudado as suas vidas para sempre.

David Nogueira da Rocha, nº 6, 7º A

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Terror engraçado Todos os anos, no dia-das-bruxas o João e o Manuel realizam, cada um, uma atividade proposta pelo outro. Por exemplo: o ano passado o João propôs ao Manuel que fosse pedir doces a um vizinho muito resmungão e que afugentava as crianças. Este ano, na noite das Bruxas e à hora combinada, lá estavam os dois amigos prontos para se desafiarem, até que o Manuel pergunta: - O que vais propor que eu faça este ano?- Estive a pensar, e acho que tens duas opções! - respondeu o João. - Então quais são? - desafiou o Manuel. - Bem, como a primeira é muito difícil … - Não, eu quero saber as duas propostas! - interrompeu o Manuel exaltando- -se. - Está bem. A primeira é ires dar uma olhadela naquela casa que, não sei como, apareceu aqui há coisa de uma semana e a mim parece-me que está assombrada! - Então e a segunda? - perguntou Manuel já assustado. - A segunda é ires limpar a caixa de areia do meu gato! - “Bolas”, não tenho escolha senão ir àquela casa horrível!”- pensou o Manuel. - Quanto à proposta que tenho para ti, é ires comigo à casa assombrada! - Não, não! - replicou o João – Isso é batota! Tu tens é medo! - Já se está a ver que ia dar discussão, mas ao fim de algum tempo, chegaram a um acordo: iriam os dois juntos. Logo que chegaram, abriram a porta. Lá dentro, encontraram um carrinho de madeira. Subiram para cima dele e, nesse mesmo instante, ouviram uma voz dizendo: “Por favor apertem os cintos de segurança.”. Eles apertaram os cintos e começaram a sua viagem dentro da casa “assombrada”. Ao longo do percurso, foram ouvindo uns ruídos de bruxas, fantasmas e ao mesmo tempo apareciam uns bonecos e fantasias. Os meninos, não sabendo do que se tratava, ficaram horrorizados e cheios de medo. Mas o que mais os assustou foi uma face de um boneco com a boca aberta e o carrinho a entrar a toda a velocidade dentro dela, já no final do percurso. Nesse momento, fecharam os olhos com muita força, pensando que iriam morrer. Quando o carrinho parou, ouviu-se uma voz: “Senhores passageiros, a vossa viagem pela montanha russa fantasia terminou. É favor de tirarem os cintos e pagarem a vossa viagem.”. Ao ouvir aquilo, os meninos desataram a rir e admitiram um ao outro que eram um pouco “medricas”. Afinal estavam no recinto da feira que abriria na semana seguinte. Foi “terrivelmente” divertido!!! Jaime Domingos Marques, nº10, 7ºA 33


A noite de TERROR Era uma vez, uma aldeia longínqua onde viviam muitas crianças. Era uma aldeia muito animada, pois com aquelas crianças todas havia brincadeiras e risos em cada esquina, porém havia um menino, que se chamava André, que não se dava com ninguém. Ele era uma criança calada e tímida, que muitos apelidavam de “o Monstro”. Numa manhã de nevoeiro, as ruas da aldeia pareciam desertas, não se ouvia o som das folhas e a estrada estava livre e medonha. Os habitantes recolheram-se nas suas casas e não se viam crianças na rua. Só o André andava a vaguear pelas ruas, quando, ao virar duma esquina, uma mão lhe aparece à frente e o apanha. Ele fica estupefacto com o que vê, porque um lobisomem o agarra e lhe morde a carne, transformando-o num terrível monstro. De repente, instala-se um grande impasse, como se o tempo parasse. Desde essa noite o pânico apodera-se da aldeia, pois todos as noites de lua cheia o André aparecia e aniquilava quem lhe aparecesse à frente. Fez da sua casa a casa assombrada onde viviam vampiros, zombies, aranhas e fantasmas. A pouco e pouco, este lobisomem transforma os habitantes da aldeia em Zombies prontos a matar, mas, no meio disto tudo, ainda há sete pessoas que sobrevivem, nomeadamente o xerife da aldeia. Eles descobriram que estes zombies reagiam a carne viva e não a carne morta, por isso o xerife pegou num zombie e matou-o para lhe poder tirar carne para se besuntar. Disfarçando assim o seu cheiro humano, o xerife foi à procura de uma carrinha para poder levar as seis pessoas que faltavam. Sai do seu esconderijo e passa no meio dos zombies como se nada fosse. Num stand que havia na cidade ele conseguiu arranjar uma carrinha e partiu a alta velocidade para resgatar os outros. Este plano correu às mil maravilhas, só que havia um pequeno problema, o André, pois ele não era zombie, mas um lobisomem, ou seja, o xerife não conseguiria escapar dele como escapou dos zombies. Então, de repente, quando nada o fazia prever, o André cai em cima do capô da carrinha, parte o vidro e tenta tirar os passageiros da carrinha, mas o xerife, que estava a conduzir, andou com a carrinha aos ziguezagues e o André caiu desamparado na estrada. Foi aí que o xerife exclamou: - Temos que assaltar uma loja de armas, para combatermos os Zombies e o Lobisomem! 34


Andaram até a loja de armas mais próxima que ficava na aldeia ao lado. Quando lá chegaram, pegaram em todas as armas que havia e distribuíram-nas. Arrancaram a velozmente para a aldeia. Como a carrinha era de caixa aberta, o xerife mandou quatro pessoas para trás com armas para os matarem e outro para o tejadilho. Assim que chegaram à aldeia, só se ouviam tiros, mas felizmente correu tudo bem, dado que tinham conseguido eliminar todos os Zombies que instalavam o terror naquela aldeia. Só restava o grande problema, o André. Ele, sim, era o causador de esta tragédia e estava escondido na casa assombrada à espera do xerife e dos outros para lhes fazer uma emboscada. No entanto, os homens do xerife já previam o que iria suceder, por isso pegaram no melhor armamento que tinham trazido da loja de armas, incluindo um arco com uma flecha que imobilizava lobisomens. Equipados, entraram na casa, prontos para o derradeiro confronto. A casa abandonada e cheia de teias de aranha parecia tirada de um filme de terror. Entraram pé ante pé, como se tivessem medo de que alguma coisa vinda do chão os surpreendesse. Ao entrarem no hall o xerife ordenou-lhes: -Vão dois para o piso de cima e dois vêm comigo, os outros esperam aqui na entrada! E assim foi. Eles deram início à sua busca, o xerife começou pela sala e depois passou para a cozinha. Subitamente, abriu a porta da despensa e adivinhem quem lá estava... o André. De imediato, puxou da arma contra o lobisomem e disparou… A partir desse dia a aldeia nunca mais foi o que era.

João Gante Sequeira, nº 15, 7ºA

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A minha melhor história Amanheceu. O som e o cheiro do mar penetravam na minha cabeça. Não entendia onde estava porque via tudo muito desfocado e aquele cheiro tão intenso enjoava-me. Era tudo muito estranho, tinha a certeza de me ter deitado na minha cama. Esforcei-me para me levantar o que consegui depois de muitas tentativas falhadas. A imagem começou a tornar-se nítida diante da minha cara. Pensei estar no paraíso de tão espetacular que era o local. Continuava de pé reparando agora que estava em cima de uma jangada que flutuava num mar límpido e com pouca ondulação. A praia estava apenas a poucos metros de distância, com a sua areia branca, palmeiras, tudo o que uma praia paradisíaca tem, mas… ali estava, não podia ser! Mas era: um monte de algas que se mexia. Foi com esta… coisa que tudo começou. Senti um medo terrível. Nunca na vida tinha visto algo assim. Eu, com o meu sentido cómico, e de certa forma para me tranquilizar pensei ter descoberto uma nova espécie animal. Olhei mais atentamente e logo o medo me percorreu o corpo. Tentei esconderme, mas não poderia fazê-lo na água de tão translúcida que era, estava demasiado longe para fugir por terra e, também, muito perto para fugir a nado. Hesitei. Fugir na direção oposta? Avistei algumas pedras junto da jangada, do lado mais próximo da costa e também... da coisa. Arrisquei. Logo que as alcancei, atirei-as contra o monte de algas. Estavam elas prestes a atingi-la quando esta mudou de forma. O que antes era um monte de algas, passou a ser um monte rochoso com a forma de um gorila. As pedras que eu arremessei atingiram-no, no entanto não fizeram diferença, pois substituíram outras pedras do seu corpo. Eu continuava na jangada, pensei que ia morrer. Um formigueiro percorreu o meu corpo e, sem intenção, saltei. O Gorila vinha em direção a mim e depois do salto comecei a vê-lo e à jangada de cima. Pensei ter morrido e que caminhava em direção ao Céu. Sim, eu ia em direção ao Céu, não por estar morto, mas sim por me ter transformado num imponente Homem-Pássaro. O Gorila, como era de esperar, transformou-se novamente, mas agora numa águia gingante. Eu pensei que, como me tinha conseguido transformar num Homem-Pássaro, conseguiria transformar o meu corpo. Tentei fazer que nas minhas mãos aparecessem lâminas e, por mais espantoso que pareça, consegui. Voei em direção à Águia e espetei-lhe as lâminas na cabeça. A Águia estava morta. Ao cair na água fez um enorme ‘splash’, transformou-se numa gigantesca bola fluorescente que veio muito lentamente na minha direção. Tive um terrível pressentimento. De repente tudo na ilha ganhou vida e se transformou em animais monstruosos voadores. Uma guerra ia começar. A bola ainda não me tinha alcançado, por isso lanceia contra os animais que logo morreram. Contudo era tarde demais, um deles tinha já lançado um enorme arpão que me atingiu. Desta vez não tivera tanta sorte. Estava a cair quando finalmente alcancei o chão do meu quarto. A minha mãe, o meu pai e a minha irmã não estavam em casa. Telefonei-lhes. Tinham ido à polícia. Não me tinham encontrado... Tiago Lé, nº 21, 7ºA 36


A AK47 e a mala de couro Não havia casos para resolver, na esquadra da polícia do Texas. Por estranho que pareça, nem um único caso. Paul e o seu colega Bob estavam cansados de estar sentados sem nada para fazer, até que, de repente, recebem informações de um assalto a uma loja de armas, em que o vendedor tinha ficado ferido. Não era um caso emocionante, mas a falta de crimes era tal que os dois agentes estavam entusiasmadíssimos. Quando chegaram ao local do crime, estiveram horas à procura de pistas, mas não encontraram nada, quase que parecia que nunca lá tinha estado nenhum assaltante. Apenas tinha sido roubada uma AK47, que segundo o vendedor estava numa velha mala de couro, o que era muito estranho, pois com tantas armas poderosas por onde escolher a AK não seria a escolha de ninguém. - Este crime não faz sentido. Este sítio, tem as melhores armas que existem, porquê uma AK47? - Perguntou Paul. - Se calhar apenas gosta de AK’s, acho que estás a perder muito tempo a pensar nisto. Respondeu Bob. - Duvido, este caso ainda vai dar que falar. Depois de saírem da loja foram interrogar o vendedor que ainda estava traumatizado com o assalto. - Conte-nos tudo o que se passou. – disse Paul, que tinha por hábito dirigir os interrogatórios. - Eu estava sentado ao balcão a limpar uma arma e lembro-me de ver um braço vestido com um casaco preto e luvas pretas que disparou uma pistola. Com o tiro desmaiei e é tudo o que me lembro. O interrogatório não lhes deu nenhuma informação nova e Bob não acreditava que houvesse algo por descobrir mas Paul estava determinado e não desistiu. Paul andava a ter alucinações com o crime e por isso decidiu voltar ao local durante a noite para ver se lhe tinha escapado alguma coisa. Mas foi o seu maior erro, pois, quando estava a analisar o chão para ver se encontrava alguma pegada, foi estrangulado por trás. No dia seguinte Bob recebeu uma chamada a dizer que o seu colega tinha sido encontrado morto. Quando lá chegou viu Paul morto no chão, esventrado e com o coração arrancado. O que viu deixou-o cheio de vontade de se vingar. Depois de passar semanas a investigar, Bob chegou à conclusão de que os criminosos não queriam a AK47, mas sim alguma coisa que também estaria naquele saco, agora só faltava saber o que era. 37


Primeiro pensou que fosse tráfico de droga, mas depois achou que devia ser algo mais importante. Bob estava cheio de saudades do colega e melhor amigo por isso decidiu ir ao apartamento dele, e foi aí que por acaso o telemóvel que era de Paul recebeu uma simples mensagem da operadora, mas foi o suficiente para Bob encontrar uma mensagem na caixa de saída que Paul lhe ia enviar que dizia “não é a AK está mais qualquer coisa na mala, deve ser alguma carta para os assaltantes isto cheira-me a conspiração”. Subitamente, tudo fez sentido na cabeça de Bob: o irmão do vendedor, que era veterano da guerra e perdera a perna em combate, tornou-se antiamericano. Ele teria dado a AK ao irmão para ele a vender, usando assim a loja do familiar para deixar indicações a terroristas. Com isto foram interrogar o irmão do vendedor, mas ele não confessava, o que deixou Bob furioso, e este sem pensar pegou na sua cadeira e bateu com ela no terrorista, matando-o. Após ver que tinha matado o terrorista Bob ficou sem saber o que fazer, e com medo de ser preso queimou o corpo e deitou as cinzas ao rio. Bob tinha conseguido encobrir o assassinato, mas continuava sem ter provas para confirmar a sua teoria. Assim decidiu fazer uma emboscada, organizou um desfile da polícia inteiramente americano. Mas as coisas não podiam ter corrido pior, os terroristas perceberam o esquema e entraram às escondidas no desfile. E quando o comissário da polícia estava a discursar, um dos terroristas cortou-lhe o pescoço. Bob e os outros polícias dispararam sobre ele, mas não impediram a morte trágica das centenas de pessoas que estavam a ver o desfile.

João Pedro Costa, nº17, 7ºB

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Contos de Natal De repente, o Pai Natal esqueceu-se dos presentes Era noite de Natal. Os bolinhos estavam na mesa. A árvore estava enfeitada. Carolina e Catarina estavam ansiosas. Adoravam o Natal. A mãe avisou-as: «Vão para a cama, senão o Pai Natal não vos dá presentes!». E elas foram, muito animadas. A meio da noite, ouviram um estrondo. Carolina acordou Catarina e disse: — Catarina, Catarina…, acorda, acho que ouvi o Pai Natal a cair do céu! Catarina acordou, sobressaltada, dizendo: — Pai Natal, onde, onde?! — A cair do céu, dorminhoca. Vem ver comigo. Muito apressadas, antes que se fosse embora, vestiram o robe e correram. Lá estava ele deitado em cima da neve branca, muito dorido. As meninas acolheram-no, deram-lhe chocolate quente e bolachas. — Pai Natal, está bem? – perguntou, preocupada, Catarina – a minha irmã ouviu um estrondo e pensou que fosse o senhor! — Eu estou bem – disse o velhote – é que… os meus duendes, que estão no Polo Norte, mandaram um alerta, avisando que me esqueci dos presentes para dar ao lar. — E qual é o problema? É só voltar à fábrica e trazê-los para cá – afirmou Carolina, falando como se não tivesse acontecido nada. — Pois, esse é que é o problema, o trenó só anda com pó mágico! — Ah!... – disseram as duas em coro. Passaram horas a pensar no que fazer, até que … Catarina disse: — Já sei. — Já sabes? – perguntaram eles, muito intrigados. — Sim, já sei. Nós as duas temos vários brinquedos. É só dizer quantas crianças são e leva um presente para cada uma. — Excelente ideia! – disse o senhor, pondo um sorriso naquela cara cheia de rugas. — Diga lá, quantos são? — Deixa cá ver … 18, são 18 crianças. — Boa! Deram-lhe bonecas, peluches, carrinhos de brincar e muito mais … O Pai Natal ficou espantado. Já vira muitos brinquedos, mas numa só casa nunca!... Como o lar era ali perto, o senhor foi a pé. Depois, ligou aos duendes para o irem lá buscar. Agradeceu-lhes e foi-se embora, para o cimo do planeta Terra. Daniela Santos Neves Rodrigues, nº 3, 5ºA 39


De repente o Pai Natal esqueceu-se dos presentes Era uma vez um menino chamado Eduardo que vivia na Serra da Estrela. Era dezembro e ele passava os dias a brincar na neve. Quando caía, em vez de chorar, ria-se. Um dia, na noite de três de dezembro, pôs-se a contar os dias que faltavam para o Natal: – 1,2,3,4,5,6,7,8,9,10… 22… faltam 22 dias para o Natal. Como ainda não estava na hora de ir para a cama, pôs-se a escrever a carta ao Pai Natal: ”Vou-lhe pedir muita paz e alegria para todo o mundo e também uns brinquedos.” Enquanto isso, no Polo Norte, o Pai Natal estava muito atarefado a preparar as prendas, até que lhe chega a carta do Eduardo. – Pai Natal, temos ainda mais coisas para fazer! – disse o duende. O Pai Natal respondeu: – Está bem. Este é o ano mais atarefado de todos, não é duende? – Sim, é. Sabe quantas prendas ainda faltam fazer? – Não. Quantas? – Deixe-me cá ver … 999 999 999. – Isso é muito! E ainda dizem que estamos em crise. Ho, ho, ho! – Vamos, Pai Natal? Não há tempo a perder! – Sim, vamos. No dia seguinte, o Eduardo acordou mais cedo, levantou-se e foi ver televisão. Eis que viu num programa um estendal mágico que funcionava assim: primeiro, pendurava-se a roupa; segundo, quem quisesse podia ir visitar o Pai Natal, só custava 1€. Então, o Eduardo foi acordar os pais e perguntou-lhes: – Mãe, pai, podem comprar-me um estendal mágico antes do Natal? – Não sei, quanto custa? – questionou o pai. – Custa 1€. – Está bem. Quando voltar a dar o reclame chamasme. – Ok. Alguns dias mais tarde, passou o tal reclame e ele chamou o pai, que lho comprou. No Natal, quando o Pai Natal passou, esqueceu-se das prendas do Eduardo. Então, achas que ele foi visitá-lo através do estendal mágico? Ivo Alexandre Dos Santos Gomes, nº 5, 5º A 40


UM NATAL DIFERENTE No dia 24 de dezembro, eu, os meus primos e a minha irmã estávamos a escrever a carta ao Pai Natal enquanto os meus pais, avós e tios faziam o jantar. De repente, ouvi um barulho: ”miau”! – O que foi isto? – perguntei aos meus primos. Sem esperar resposta, e já muito ansiosa, dirigi-me para a porta da entrada e disse: – Vamos ver! – Espera, espera, Rafaela, temos de avisar que vamos lá fora, porque se te acontece alguma coisa eles não sabem e depois…– disse a minha prima Mariana. – Pois é! Mãe, anda connosco lá fora – gritei eu cheia de pressa. – Porquê? - perguntou a minha mãe. – Eu ouvi um barulho e quero ir ver o que é – respondi com vontade de ir ver o que se passava. – Que barulho foi? – quis saber a minha mãe . – Não sei, pareceu ser “miau, miau” – disse preocupada. Abri a porta e continuei a ouvir o barulho, pelo que segui o som. Nisto, vi uma mantinha junto de um caixote de lixo. Quando a levantei deparei-me com um gato, uma gata e uma ninhada de cinco gatinhos bebés. – Oh! Mamã, podemos ficar com eles? Vá lá! – pedi eu olhando para aqueles gatinhos fofinhos. – Sim, mas tens de tratar bem deles. – Está bem, está bem – referi eu, à procura de uma caixa para os meter. De repente, começou a chover e os gatinhos estavam a tremer de frio. Corremos, corremos e chegámos a casa. Entrámos, pousei a caixa no chão, tirei a mantinha, coloquei os gatinhos no chão e eles correram para junto da lareira para se aquecerem. – Oh! Tão fofinhos, mamã! – disse eu a olhar para eles. 41


Depois, eles dirigiram-se a mim e eu fiz-lhes festinhas, ao mesmo tempo que pensava nos nomes que lhes havia de dar. Vi também que eram o pai, a mãe, três gatinhos e duas gatinhas. – Mãe, já sei os nomes: o pai chama-se Bernardo e a mãe Marta, um gatinho chama-se Piky, o outro Tomy e o outro Jony, uma gatinha chama-se Mia e a outra Quica. – Boa ideia, filha – disse a minha mãe. – E boa escolha – retorquiu a minha avó. – Também acho – referiu o meu avô. Depois pus-lhes as coleiras ao pescoço. De repente, tocou o sino “dlim-dlão, dlim-dlão!”,dando a meia-noite. – Depressa, vão para a cama – disse o meu pai – se não o Pai Natal não vem! Fomos deitar-nos e, passados cinco minutos, viemos para a sala e vimos os presentes debaixo da árvore de Natal. Corremos até lá e abrimo-los. Era tudo o que eu queria! Mas a coisa que eu mais queria era uma guitarra. De repente, a campainha tocou. Fui ver e era uma guitarra preta e branca. – Este é o Natal mais feliz da minha vida – gritei eu para os gatinhos. – Finalmente, um Natal diferente!

Rafaela dos Santos Carneiro, nº 10, 5ºA

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Éramos pobres, mas o Natal era sempre uma alegria em nossa casa Era uma vez uma família pobre que quase não tinha dinheiro para sustentar os filhos. Eles viviam numa casa, no meio da floresta. Era um sítio de que eles gostavam muito. Entretinham-se a subir às árvores, a criar animais e a brincar com eles. No outono eles começaram a ficar um pouco tristes, sem nada para fazer. Então, decidiram convidar os primos para lá ficarem até ao Natal. Os primos levaram o presépio e a árvore de Natal encaixotados para os montarem com os familiares. Três semanas antes do Natal, começaram a preparar tudo. No dia da ceia de Natal, logo de manhã cedo, o pai decidiu tentar “caçar” um peru ou um frango para a refeição. Quando as crianças acordaram, foram para a rua brincar com a neve e a mãe foi apanhar batatas da sua pequena plantação para o jantar. Entretanto, as crianças e a mãe foram para dentro, pois começava a ficar frio. Passado pouco tempo, o pai voltou com um frango. A mãe preparou o frango e a batatas e os meninos foram comer. Depois do jantar, e antes de irem para a cama, foram colocar-se em volta do presépio, cantando músicas de Natal e relembrando os natais passados em grande alegria. À meia-noite em ponto, foram para a cama e sonharam com o presépio e a árvore de Natal. No dia seguinte, quando acordaram, foram para a neve brincar. Durante o Natal, eles ficaram muito alegres com a companhia dos primos, no entanto, estes tiveram de se ir embora e os dias, para eles, já não foram passados com a mesma alegria. Ainda assim, ficaram alegres porque pensaram nos meninos que não tinham primos.

Eduarda Ramos, nº 5, 5º B

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Éramos pobres, mas o Natal era sempre uma alegria em nossa casa Era dia 24 de dezembro, ou seja, o dia da ceia de Natal. A família era um pouco pobre, mas certamente isso não impediria o Natal de ser alegre e divertido. Na noite passada, uns amigos simpáticos tinham trazido um pouco de bacalhau que dava para nós os cinco: eu, pai, mãe, um irmão e uma irmã. Ainda tínhamos batatas e com sorte arranjámos couves, cenouras e ovos. Como não tínhamos árvore de Natal, o pai trouxe uma nespereira sem frutos. Enfeitámo-la na mesma com grinaldas, bolas e chocolates que a minha mãe pendurou, mas os últimos não aguentaram muito tempo devido ao facto de serem doces e estarem recheados com menta. De repente, a mãe chamou-nos para a mesa. Cada um de nós sentou-se num banquinho à volta da mesa redonda onde estavam velas, pratos, comida e guardanapos. Apesar de pobre a minha mãe sabia cozinhar otimamente e a comida foi para todos um delírio. Só havia um bolo, por isso foi num instante que o comemos. Naquela casa era costume os pais darem apenas um presente aos três filhos e estes oferecerem apenas um presente aos pais. Logo deveria haver dois presentes, mas só lá estava um, aquele que era dos filhos para os pais. Os filhos ficaram desiludidos. Como os pais não fizeram caso e eram normalmente os filhos que davam primeiro, tudo aconteceu de acordo com o que era habitual: os pais sentaram-se no pequeno sofá e abriram a sua prenda. Era um cartão de boas-festas muito lindo e dois chocolates de morango, doces como os abraços que os filhos lhes deram após verem a sua felicidade perante estes fofinhos presentes. – Agora – disse o pai em voz baixa, – como já não temos muito dinheiro, não vos podemos dar presentes este ano, mas vamos descer a rua e tocar a todas as portas e ver se por acaso alguém tem algo que no queira oferecer. Achámos a ideia bastante divertida, mas também tivemos algum receio por causa do frio que estava lá fora, pois não tínhamos casacos nem sapatos quentes. Começámos a descer a rua e logo na primeira casa em que entrámos, tiveram pena de nós e deram-nos uns cachecóis e uma fatia de bolo-rei a cada um. Não tocámos na segunda casa do beco, pois esses vizinhos costumavam passar o Natal em Lisboa, apesar de terem tudo enfeitado. Faltavam duas casas até chegarmos à nossa e, nessa altura, lembrei-me que aquelas visitas rápidas pareciam os “bolinhos e bolinhós”. Numa das casas não fomos lá muito bem recebidos, mas na outra fomos muito bem recebidos, uma vez que comemos outra ceia, mais composta, e desembrulhámos livros, os CD, agendas e brinquedos. Alguns ficaram para nós. Em seguida, assistimos a um espetáculo de música e dança dado pelos filhos da senhora Amélia e dessa vez saímos quentes e felizes, ainda a dançar. Em nossa casa acendemos uma fogueira no jardim e contemplámos um por um os nossos presentes. Estávamos todos felizes e, já quase a dormir, pensámos: “Será que este ano o simpático velhinho Pai Natal virá com um presente na mão?” Segredo, ninguém sabe. Inês José Melo Marques, nº 7, 5ºB 44


Éramos pobres, mas o Natal era sempre uma alegria em nossa casa Era uma vez uma menina chamada Celmira. Ela tinha longos e encaracolados cabelos castanhos, uns bonitos olhos cinzentos, uns lábios vermelhos e perfeitinhos, um vestido de remendos azuis e também uns sapatos de remendos azuis. Numa bela manhã, Celmira deliciou-se a olhar para a sua casa. Esta era de cor branca e possuía um telhado vermelho, e tinha seis janelas, quatro quartos, sete portas, uma cozinha, uma sala e duas varandas. Nesse dia de inverno, a cidade estava toda coberta de neve e não havia aulas. Celmira tinha um irmão gémeo chamado Salvador. Como ele ainda não acordara, Celmira foi chamá-lo para irem brincar. Em seguida, foram pedir à mãe duas cenouras, catorze botões, duas grandes camisolas e dois gorros velhos. Pegaram nas coisas e lá foram fazer dois bonecos de neve, anjinhos na neve e patinagem no gelo. A menina fazia acrobacias lindíssimas com o seu irmão. Quando chegaram a casa foram fazer a árvore de Natal. Era uma árvore branca, com uma estrela radiante no cimo. Tinha várias bolinhas vermelhas penduradas e vários passarinhos. Também tinha luzes e fitas coloridas. Em baixo, tinha os presentes e o presépio. O presépio era constituído por Maria, José, Jesus, o anjo Gabriel, os reis magos, o boi e a vaca. Por fim, chegou a hora de jantar, que era peru recheado com arroz e batatas fritas. Comeram e deram graças ao Senhor. Chegou a hora dos presentes. Estavam todos no sofá. Até que... – Dling-dlong ! – soou a campainha. – Quem será? – perguntou Celmira. – Ho, ho, ho! Feliz Natal! – ouviu-se. – Pai Natal! – gritaram Celmira e Salvador. Todos trocaram as prendas e assim foi mais um Natal.

Matilde Pedroso Soares Freitas Moreira, nº 15, 5ºB

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ÉRAMOS POBRES, MAS O NATAL ERA SEMPRE UMA ALEGRIA EM NOSSA CASA

A noite começou bem cedo, com a minha mãe num frenesim, como se fosse correr a maratona nos Jogos Olímpicos; o pai, com o seu ar sério, rematou uma estrela na árvore de Natal, e cá em baixo um amontoado de bolas, obra de arte da minha irmã de palmo e meio! As ruas, que antes do inverno pareciam carreiros de formigas, agora estavam desertas. Na mesa, um manto acastanhado como a madeira, uns copos sujos e os talheres espalhados. Estava tudo um caos! – Ainda faltam as cadeiras, ainda falta embrulhar os presentes, ainda falta fazer o bolo-rei, … Eram pessoas a correr para este lado, para aquele, para o outro! A campainha não parava de tocar: eram primos daqui, primos dali, primos de acolá, tios, tias, avós… À meia-noite, nós, os mais novos, tivemos de ir para o meu quarto, porque era a “hora do Pai Natal”. Claro que eu, como já não sou nenhum bebé, não acredito em cantigas, e o Tomás lá na escola tinha dito que o “gorducho de barbas” não existia! Havia presentes de todos os tamanhos e formas: grandes, pequenos, redondos, quadrados; e de todas as cores: vermelhos, verdes, azuis, amarelos… Dentro dos presentes só trapos e roupas velhas, mas eu não me importava porque era Natal! Mas, junto da chaminé, havia um presente enorme que tinha um cartão que dizia: “Para o bom menino, do Pai Natal”. A minha bateria! Era o meu desejo e o meu segredo, o mesmo que nunca me atrevera a contar a ninguém, muito menos aos meus pais, que detestam barulho. Ouvi sinos a tocar e, como dizem que quando um sino toca um anjo ganha asas, fui à janela ver se avistava algum! Acima do telhado vi um objeto voador não identificado com um gorducho barbudo ao leme! Ele acenou-me com a mão direita, piscou-me o olho esquerdo e rumou às estrelas com uma gargalhada sonora: - Ho! ho! ho! Vicente Curado, nº 20, 5º B 46


Era dia vinte de dezembro. Um sorriso brilhante pairava em toda a gente. As pessoas começavam a enfeitar a árvore de Natal, a comprar os presentes e até a fazer as filhós. Pedro partira há já uma semana para os mares da Noruega para pescar o tão predileto bacalhau, que não podia faltar a ninguém na ceia de Natal. A sua família estava atarefada e ansiosa, pois, em princípio, seria no dia seguinte que o marinheiro voltaria e venderia o bacalhau nos mercados. Um pouco mais para Norte, um bacalhoeiro era assolado por ventos e tempestades horríveis. — Estás pronto? — perguntou um marinheiro com a voz desfeita pelo vento. — Podes soltar! — avisou Pedro com o vento frio a bater-lhe na cara e queimando-lhe o rosto. Então um bote foi lançado com o marinheiro lá dentro para ir buscar o bacalhau.Com uma corrente tão forte, o bacalhoeiro chocou contra um rochedo enorme e afundou-se. Só sobreviveram o marinheiro Pedro e o seu filho mais velho, que partira com ele para a pescaria. Agora, os dois, no bote, esperavam que a tempestade acabasse para seguirem a bússola e remarem até à costa norueguesa. Após quatro dias de solidão, agora dia vinte e quatro de dezembro, a família estava desesperada, pois Pedro e seu filho ainda não tinham chegado. — Pai, pai, acorde! — pediu Francisco. — Diz, filho.— disse Pedro. — Está ali uma traineira.— avisou o Francisco. Sem pensar duas vezes, Pedro levantou-se, pegou num foguete de sinalização e disparou para o ar. — Está ali alguém! — disse um marinheiro da traineira ao capitão. — Recolham-nos! — ordenou o capitão. Após o salvamento… — Vocês são portugueses? — Somos, sim. — Nós levamo-los até à costa norueguesa e damos-lhes bilhetes de avião para Portugal. Felizes, mas estourados pelo cansaço, Pedro e Francisco voltaram para a sua família e passaram uma ceia de Natal muito feliz. Rui Breda Perdigoto, nº 18, 6ºE 47


Um Natal diferente O Natal estava a chegar, mas a Maria estava triste! Era uma menina alta, magra, bonita, mas com as lágrimas a correrem-lhe pela cara abaixo. Nessa tarde correu para o lago e chorava, chorava. De repente, ouviu uma voz. Perguntou assustada: — Quem és tu? Quem és tu? — Não te preocupes, sou uma fada e chamo-me Hortelã. Vim conceder-te três desejos para teres um Natal maravilhoso. — A sério?! — Sim. — Mas tu chamas-te Hortelã?! — Sim, qual é o problema? — É que esse nome é esquisito. — Sabes, nós, as fadas, usamos nomes como Orquídea, Avelã… — Ah! E vocês comemoram o Natal? — Claro, mas com costumes diferentes dos humanos. — Como são esses costumes? — Olha, por exemplo, não usamos luzes de Natal mas sim ramos de flores, todos atados uns aos outros. Em vez de bacalhau com natas, comemos fruta cozida. — Ah! Posso ir passar o Natal convosco? — Não sei, tenho de perguntar à rainha das fadas. — Está bem! Fico à tua espera junto ao lago. Hortelã foi falar com a rainha e disse-lhe umas mentirinhas sobre a Maria. E, graças a essas mentirinhas, a rainha autorizou que esta levasse a menina para a festa de Natal das fadas. O dia de Natal chegou e a Maria estava ansiosa para ir para o reino das fadas. Hortelã chegou e disse-lhe que ela tinha de ficar pequenina para poder entrar no seu reino. No mesmo instante, transformou-a e ela ficou do tamanho de uma borracha. — Vamos, se não chegamos atrasadas! Chegadas ao reino das fadas, assim que abriu os olhos Maria disse: — Que lugar tão bonito, podia viver aqui para sempre! Lá, tudo era mínimo: as ruas, as casas, as pessoas…! — Vamos para minha casa. Quando lá chegaram, Maria ficou boquiaberta pois era um lugar mágico! A casa era muito pequenina, redonda, pintada de cor-de-rosa, com duas janelas e uma varanda pintada de azul, parecia a casa dos gnomos que aparecem nos livros das crianças. Tinha um telhado vermelho, às pintinhas brancas. À volta, havia um jardim com muitas flores de várias cores e uma relva muito verde. Entraram e Maria, assim que viu a mesa da sala cheia de comida, desatou a comer. A noite estava a ser fantástica! Quando chegou a meia-noite, a hora de dar os presentes, voaram para o paço da rainha, onde todas se reuniam. — Ah! Que lugar bonito, parece o castelo da Euro Disney! Esta noite está a ser fantástica! Entretanto, algumas fadas começaram a cantar e outras a dançar. Maria estava tão contente que não queria voltar para casa. Acabou por adormecer na casa de Hortelã. Esta, levou-a para casa e deitou-a na cama. De manhã, quando acordou, a menina pensou mesmo que tudo o que vivera no reino das fadas não passara de um sonho. Susana Chen Zhou, nº 20, 6ºE 48


UM NATAL DIFERENTE

Era uma vez o Pai Natal que estava na sua casa a preparar-se para a sua época. De repente, um duende entra pela casa a dentro e avisou: — Depressa, senhor! A fábrica de brinquedos está a ARDER!!! O seu destino depende de si, ou melhor, dos bombeiros! — Não pode ser! O que aconteceu? Anda, Rodolfo, chama as outras renas e vamos sair já daqui! Com a pressa com que o Pai Natal falou, o Rodolfo não percebeu uma única palavra do que ele disse e ficou quieto, sem se mexer. — Eu disse “Chama as outras renas”. — Repetiu-se o seu dono mas, desta vez, devagar. Aí sim, o Rodolfo lá percebeu e cumpriu a tarefa. Cinco segundos depois, o nosso amiguinho generoso já estava no trenó, pronto para partir. Entretanto as renas chegaram, o “Papá do Natal” puxou as rédeas e pôs o pó de fada para voar até à fábrica. Enquanto voavam, o Pai Natal já cantava: — É Natal, é Natal, estamos a voar, Para aqui, para ali, para alegrar... Quando finalmente chegaram, o São Nicolau entrou pela porta adentro e viu que a fábrica de brinquedos estava destruída. — Oh, não! Agora, como vamos distribuir os brinquedos se a máquina está des... — falava, mas o enxofre tóxico fê-lo desmaiar. Como o Pai Natal tem duas personalidades, ele e o São Nicolau, o último separouse do corpo do Pai Natal e distribuiu os presentes que tinham sobrevivido. A partir daí, o São Nicolau passou a ser conhecido como SN – o Super Nicolau.

Vasco Silva Cabrita, nº 22, 6ºE

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De repente, o Pai Natal esqueceu-se dos presentes… Era véspera de Natal e as manas Ana Filipa e Ana Matilde tinham convidado os seus melhores amigos, João Miguel e Francisco, também irmãos, para irem lá passar o Natal com os seus pais. Estavam os quatro à volta da lareira a ler um livro de Natal, quando ouvem o barulho de alguém a ficar entalado nalguma coisa. Vão buscar água, apagam a chama, espreitam para dentro da lareira e veem duas botas pretas a espernear e um rabo vermelho. Saíram de casa e depararam-se com o seguinte: o trenó do Pai Natal e um gordo de barbas brancas entalado na chaminé. Subiram até lá e ouviram a D. Rita, mãe de Filipa e Matilde, dizer: — O que estão a fazer no telhado, posso saber? — Estamos a… a… a ver as estrelas, é isso! — respondeu Matilde. — Aproveitem que estão aí e limpem a chaminé! — Está bem, D. Rita. — retorquiu João M. — Vocês são cegos?! — perguntou o “Pai Natal”. — Tirem-me daqui! — Está bem, mas escusas de ser tão mal-educado. — Quem é que está a ser mal-educado? — interveio a mãe. — Também acho, - repetiu o Pai Natal, num tom de gozo — quem está a ser mal-educado? — Ninguém, ninguém! — disse Filipa. — Pipa, ajuda aí — disse João Miguel, apontando para o braço do senhor, entalado. Depois de ter sido solto, o senhor perguntou: — Sabem quem eu sou? — É difícil não saber… — gozou Matti. — Chamo-me Nicolau Santos e fui contratado para fazer de Pai Natal.— disse ele ignorando o comentário da Matilde. — Se a minha irmã mais nova ouvisse isso, passava-se! — afirmou Francisco. — Continuando, todos os anos, dia 24 de dezembro, à noite, eu e as minhas reninhas partimos, deixando paz, alegria, bonecas e carrinhos nas casas das pessoas. — Mas ainda só são dezanove horas, que fazes aqui?! — Venho fazer a minha viagem de revisão. Mas agora tenho de ir, adeus! Pegou no telemóvel, clicou numa tecla e os quatro amigos sentiram um arrepio e desmaiaram. Quando acordaram estavam num país lindo, cheio de nuvens e rebuçados gigantes. Viram o Pai Natal e este disse-lhes: — Bem-vindos ao País dos Sonhos, onde todos os sonhos se podem tornar realidade… Viram também dois sacos: um com prendas e outro com cartas. Na verdade, o das cartas era bem maior que o das prendas, devia ser por causa da crise. Bip, Bip, Bip, Bip… — tocou um relógio. — Tenho de ir, portem-se bem. — despediu-se o Pai Natal. Sentiram-se a voar e foram parar mesmo à porta de casa. Foram dormir e, no dia seguinte, antes de abrirem os presentes, foram ler o jornal que tinha como notícia principal: «Pai Natal despedido por ter trocado prendas com cartas. Novo Pai Natal: Roberto Mendes.» Beatriz Cardoso, nº 5, 6º F 50


Era Natal e nunca me senti tão só… A lareira aquece e a lenha estala. Encontro-me no meu quarto, na noite de Natal, no inverno gelado. Sentada num canto, estou banhada em lágrimas e tristeza, só, pelo que eu fiz… Era dia de Natal e a família, mais a mãe do que o resto, estava ensonada, depois de, no dia vinte e três de dezembro, estarmos a fazer os planos para a festa de Natal (este ano era em nossa casa), mas, mesmo assim, todos muito apressados: a avó a fazer as delícias de Natal, a mãe a enfeitar tudo o que era sítio, não sei para quê e eu, o meu irmão e o pai a tirarmos a neve branca da entrada de casa. Eu estava completamente estafada e os meus olhos dirigiam-se para o peru recheado, infelizmente, só para a ceia de Natal! Então bebi um copo de água e fui ver televisão. Olhei para cima da mesa e vi uma “coisa” reluzente, muito cristalina, cá para mim era uma joia. Eu tinha de perguntar à minha mãe o que era, era tão bonita! Já era quase de noite e a avó ainda não tinha feito os doces. Então, a minha mãe foi ajuda-la. A única coisa que eu ouvi foi: — Vai para o teu quarto, Luísa, não destabilizes! Fiquei zangada que dei um pontapé na mesa. Que desgraça, aquela “coisa” tinha caído! Desesperada, fui, de novo, perguntar à minha mãe o que era aquilo, pois podia ser caríssimo! Já com mais paciência, a minha mãe disse: — É o presente da tua tia Amélia, não o estragues! Por falar nisso, vai pedir ao Jorge para o embrulhar. Claro que eu não fui dizer nada ao meu irmão, limpei aquela barafunda e fui a correr para o meu quarto. Entretanto, os convidados chegaram e o meu coração começou a bater muito depressa!… A mãe e a avó tinham ido verificar se estavam todos os presentes debaixo da árvore e se o meu pai não tinha comido nada! Eu estava feita! A minha mãe descobriu…Pôs-me de castigo, na noite de Natal! Fiquei tão só! Agora já sabem a minha angústia. Ah! Alguém bate à porta! É a minha mãe a dar-me um beijo molhado e a pedirme desculpa por ter sido tão dura. Afinal, era noite de Natal! Ainda bem, eu queria provar o peru!

Joana Moura, nº 12, 6º F

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Um Desastre Natalício Era noite de Natal e estava eu a jantar com a minha família. Adoro esta noite. Para além de estarmos com familiares que nunca vemos, recebemos um miminho do Pai Natal. Começámos a ver televisão e a falar alegremente, pois toda a família estava reunida. Tocam as doze badaladas da meia-noite. Corremos para a sala de estar e abrimos a boca, surpreendidos. Apenas estava uma prenda debaixo da árvore. A expectativa de todos subiu, com a esperança de receber aquele presente. - É para… é para ti, filho – disse o meu pai, ao ver a etiqueta da prenda. - Ao menos que tenha ido para a criança – exclamou alguém que não consegui detetar. Nem tive a coragem para a abrir, diante de tanta desiludida gente. Despedi-me dos convidados e fui-me deitar. Abri a prenda e era o livro que tinha pedido, “Herança”. Abri-o e a primeira página estava em branco, assim como todas as outras. Comecei a folhear o livro e, por volta da página 429, estava uma gravura. Essa gravura despertou-me a atenção, pois era tridimensional. Toquei-lhe e fui sugado lá para dentro. Estava no Pólo Norte, mesmo à frente do Pai Natal, que proclamou: - Bem-vindo, Gonçalo. Estava à tua espera. - Mas onde estou, o que se está a passar? - Bem, como deves ter percebido, ainda não entreguei as prendas. Eu só as posso entregar com a ordem de Deus, mas temo que algo tenha acontecido, pois Ele ainda não falou comigo. Há muito tempo, Deus mostrou-me umas mensagens codificadas na Bíblia. Diziam: “Apenas o Gonçalo Costa poderá salvar o mundo das trevas intermináveis. Só ele poderá abrir as portas do Céu.” Eu sei onde ficam essas portas, mas não as consigo abrir. O Pai Natal levou-me à porta: - Naquela porta estão umas inscrições. Se alguém as disser corretamente elas abrem-se. Estava lá escrito: “ODIHLOCSE O UOS EU”. Pensei um bocado e exclamei: - Eu sou o escolhido! As portas abriram-se. - Bastou-me dizer ao contrário. Espreitei e estava o Diabo ao pé de Deus. Ele estava amarrado e amordaçado. O Pai Natal disse-me que para mandar o Diabo para o Inferno, tinha de dizer: ”Vai para o Inferno” ao contrário e agarrar-me ao seu pescoço. Apanhei-o desprevenido e agarrei-o. A sua pele ardia. Depois exclamei: - ONREFNI O ARAP IAV! Houve um raio de luz e fechei os olhos. Quando os abri estava deitado na minha cama, o meu livro tinha palavras e estavam todos a gritar. Já lá estavam as prendas. Teria sido um sonho? Eu acho que não. Gonçalo Costa, nº 9, 6ºG

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Conheci o Pai Natal Era véspera de Natal e eu e a minha família estávamos sentados à mesa, a comer um delicioso bacalhau com natas, feito pela minha mãe, quando o meu pai disse: - Meninas, tomar banho e cama! - Oh, pai! Já? – Perguntei desanimada – Ainda é tão cedo. - Pois é! – Disse a minha irmã, que também não estava a gostar da ideia. - Mas quanto mais cedo forem para a cama, mais cedo vem o Pai Natal! – Exclamou a minha mãe, bastante sorridente. - Está bem. – Disse eu. Agarrei rapidamente a camisola da minha irmã e puxei-a com toda a força, correndo para o meu quarto. Já no fim do banho e de vestir os pijamas, eu e a minha irmã estivemos a pensar num plano para ver o Pai Natal. - Podíamos fingir que estamos a dormir e à meia-noite vamos para a sala, devagarinho, e esperamos por ele. – Sugeri. - Boa ideia, mana! – Disse a minha irmã. – Fazemos isso, mas agora vou deitar-me. - Sim. Mas não adormeças que à meia-noite vou chamar-te! – Disse rapidamente. Deitei-me na cama e esperei, esperei, até que vi a porta do corredor a abrir e fechar, de seguida. Pensei «Fixe! Os meu pais vão agora para a cama!». E era mesmo. Levanteime, liguei a luz e vi as horas: eram onze e cinquenta! Apaguei a luz e fui buscar a minha irmã. - Carolina! Carolina!? – Chamei à porta do quarto dela. Como ninguém me dizia nada, aproximei-me da cama e vi que estava a dormir. Acordei-a, abanando-a muito. - Ah! Que foi? – Perguntou ela. Chiu! Adormeceste! Vamos para a sala. – Disse eu, a tentar falar baixinho. Fomos com o máximo cuidado possível para não acordarmos os nossos pais. Tentámos abrir a porta com silêncio e ao fechar também. Ufa! Já tínhamos chegado à sala. - Mana! Olha, o Pai Natal ainda não veio. – Disse a Carolina contente. - Fixe! Ainda podemos vê-lo. - A mãe colocou as bolachas e o leite na mesa como lhe pedi! Que bom. Agora vamos fazer o quê? – Perguntou ela. - Adormecer é que não. Ah! Podemos jogar “Quatro em Linha” – Sugeri. - Boa ideia. Mas eu é que vou ganhar! – Exclamou a Carolina, muito convencida. Jogámos até à meia-noite e meia e depois ouvimos um barulho. - Ai! – Gritou a Carolina, encostando-se a mim, com medo. - Será o… - Disse eu. 53


- … Pai Natal? – Continuou ela. Pum! Algo caiu na lareira. Abri-a e de lá saiu um barrigudo, vestindo de vermelho com grandes barbas brancas! - Pai Natal! – Gritámos nós, alegres, abraçando o “barrigudo”. - Ai! O que é que vocês fazem em pé a estas horas? – Perguntou ele, chateado. - Estávamos à tua espera. – Disse eu. - Ai sim? Mas não posso demorar! – Disse ele. - Conta-nos tudo sobre ti. – Pediu a Carolina. Assim foi, contou-nos tudo e deixou os nossos presentes debaixo da árvore. - Vão para a cama, meninas, é muito tarde! – Disse ele. - Bebe o leite e come as bolachas que preparámos para ti. – Pediu a Carolina. Ele bebeu o leite e comeu as bolachas num abrir e fechar de olhos. - Ainda se engasga, até eu como mais devagar! – Disse eu no meio de uma risada. - Pois é! – Exclamou a Carolina, rindo, também. - Sim. Tenho que ir! Até para o ano! – Despediu-se o Pai Natal. – Obrigado. - Obrigada! Adeus Pai Natal! – Dizemos nós as duas ao mesmo tempo. Voltámos para os quartos e adormecemos ao primeiro minuto. Acordamos, de manhã e contamos tudo aos nossos pais. Abrimos as prendas e vivemos um Bom Natal! Mariana Martins, nº 17, 6º H

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O NATAL EM PERIGO Era uma noite de Dezembro, e já estava tudo preparado para a época na casa dos Flinns. A casa estava toda enfeitada de luzinhas de natal, presépios … e na sala estava uma luminosa, brilhante, alta e bonita árvore de natal. A família dos Flinns era formada pelo Marco, o irmão mais novo, Elena, a irmã do meio e Pedro, o irmão mais velho. Marisa e João são os seus pais. Está tudo silencioso, estavam todos a dormir à espera do Pai Natal. Mas, de repente, algo caiu em cima do telhado, mas ninguém notou. - Ai! Que desastre! – disse uma voz da janela do quarto do Pedro. Como ele era sempre muito curioso, foi à janela e olhou para cima. Era o pai natal! E parecia que o seu trenó estava com problemas. - Oh, meu Deus! As prendas caíram e metade das renas perdeu-se no nevoeiro. Quem me vai socorrer? – lamentou-se ele. - Eu posso ajudar – disse o Pedro que, como era mais velho, não se deixou vencer pela curiosidade. - Tente lembrar-se dos locais onde deixou as renas. E assim foi. Primeiro eles foram a Lisboa, onde estava uma rena a voar em cima do Pavilhão Atlântico, depois partiram para o Porto, onde uma voava em círculos para lá das nuvens, e finalmente a Coimbra onde o Rodolfo foi logo ter ao pé do trenó, por cima da Martim de Freitas, com os presentes agarrados à boca da rena. - Obrigado por me ajudares, de todos os meninos bons do mundo és o melhor – agradeceu o Pai Natal. O Pedro ficou contente por ouvir isso e regressou a casa. - É Natal ! É Natal ! – gritou o Marco todo contente. Todos foram ver o que estava debaixo da árvore, e, com espanto, Pedro encontrou num presente um papelinho do Pai Natal a agradecer a sua ajuda. Nuno Vieira, nº 18, 6º H

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Éramos pobres mas o Natal era sempre uma alegria em nossa casa Olá, sou o duende Melvin e estou cá mais uma vez para vos contar uma história de Natal! Era véspera de Natal em casa da família Richard, em Londres, e os pais de Natalie e de Peter estavam a tentar encontrar alguns presentes baratos para os seus filhos, mas não encontraram nada. Na outra manhã, Peter e Natalie estavam ansiosos para saber o que tinham recebido, mas … nada. Que grande desilusão! Não havia nada para eles. Já era o segundo Natal sem prendas. Logo Peter e Natalie perguntaram o que se passava ou o que tinha acontecido aos pais. Estes disseram que não tinham dinheiro e que nem o tradicional bolo-rei podiam comprar. O menino ficou muito triste. Então, foi para o seu quarto. De noite, chegaram o tio James e a tia Stella sem presentes para dar, pois também eram pobres. A única coisa que havia na mesa era o pão e a água. Enquanto todos ceavam, Peter estava no quarto a pensar na sua infância, altura em que o pai tinha emprego, a família tinha dinheiro e ele recebia sempre brinquedos. Só agora reparava nos sacrifícios que o pai fazia para lhe dar aquilo tudo e ter uma casa. Peter também se lembrou do amor que os pais lhe davam. Então, encheu-se de coragem e juntou-se à família na ceia de Natal. Quando acabaram de comer, foram fazer a árvore de Natal e contar histórias. Peter, então, ganhou coragem e disse: – Neste Natal aprendi uma lição! Não interessam as prendas que recebemos mas sim o amor, a família e a união. Além disso, eu diverti-me muito a construir a árvore de Natal e a ouvir histórias. Peter percebeu o que é o Natal! E eu, o duende Melvin, tenho de ir fazer presentes para os receberes no próximo ano. Volto no próximo Natal com mais uma história! Adeus, amigo!

Alexandre Seixas Cruz, nº 1, 6º I

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Éramos pobres mas o Natal era sempre uma alegria em nossa casa Eu sou pobre desde que a minha mãe morreu. Ela fazia tudo: trabalhava, fazia o comer, lavava a roupa …. O meu pai, antes de isso acontecer, não trabalhava, mas quando ela morreu teve de arranjar um emprego. Desde aí, faço tudo sozinha. Eu e o meu pai não somos muito chegados, porque ele chega tarde a casa e eu só o vejo de manhã quando vou para a escola. A minha avó, de vez em quando, vem a minha casa ajudar-me a fazer qualquer coisa que eu não consiga, pois só tenho sete anos. – Pai, ajudas-me a fazer a árvore de Natal? – perguntei eu. – Agora não posso. Tenho que trabalhar – respondeu o meu pai. – Por favor! – implorei-lhe, já com pouca ou nenhuma esperança. – Está certo, hoje à noite eu ajudo-te a enfeitar a árvore de Natal. – Combinado. Pai, não te esqueças que ainda temos que comprar a árvore – disse eu. – Telefona à avó. Escolhe uma pequena e barata. Nós não somos ricos! Viram? O meu pai está sempre, sempre a trabalhar, quase não tem tempo para mim. A última vez que ele me disse isso acabou por nem sequer estar comigo no dia de Natal e também não me deu nenhuma prenda. Aliás, não era isso que eu desejava, eu só queria que fôssemos como a maioria das famílias do meu bairro e que, no dia de Natal, cantássemos e dançássemos todos em conjunto. Ao fim da manhã, a minha avó apareceu. As duas fomos a uma loja que existia no bairro. Nós trouxemos a árvore para casa. Era muito pequena, mas eu gostava muito dela e tinha a sensação de que ela também gostava de mim. O meu pai e a minha avó também gostaram muito dela. Nessa noite, eu, o meu pai e a minha avó montámos a árvore e enfeitámo-la com purpurinas e cachecóis da avó. – Está maravilhosa! – exclamei. Quando olhei em volta, vi que o meu pai estava novamente sentado na mesa da cozinha a trabalhar num daqueles seus projetos. Já não me preocupei muito, porque fizera comigo a árvore e é só isso que interessa! No dia 24 de dezembro, eu e a minha avó fizemos um dos meus pratos favoritos: bacalhau e batatas cozidas com algumas verduras e muito azeite. – Avó, porque é que o pai está sempre a trabalhar? – perguntei-lhe.

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– Querida, o teu trabalha muito para ganhar dinheiro para te sustentar. Ele compra-te os livros para a escola, a roupa … e é tudo muito caro. – Então o pai faz isso por mim? – inquiri. – Sim, querida – respondeu a avó muito pacientemente. Aproximei-me do meu pai e disse-lhe: – Pai, este ano podemos cantar canções natalícias e dançar alegremente? – O quê? – Sim, pai. No dia de Natal vejo as pessoas do nosso bairro a dançar, a cantar e todos se riem. – Se quiseres podemos fazer isso. – Obrigada, pai. Tenho tantas saudades do tempo em que fazíamos coisas juntos. Mais tarde, eu e o meu pai fomos para a cama. Durante a noite, eu saí da cama para ir beber água e de repente … Sabem o que vi? Um presente para mim. Sem hesitar, fui buscar uma folha e desenhei-me a mim e ao meu pai a darmos as mãos. Em seguida, embrulhei-o e pu-lo na árvore. De manhã, acordei e fui ao quarto do meu pai. Depois de o acordar, dirigi-me com ele para junto da árvore. Aí, dei-lhe o meu presente, que ele adorou, e ele deu-me o dele. Quando abri o embrulho que me entregou, vi uma fotografia nossa. Além de nós, via-se a imagem da minha mãe. Por fim, como prometera, fomos cantar músicas de Natal e dançámos muito felizes.

Carolina Bezerra, nº 7, 6º I

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Éramos pobres, mas o Natal era sempre uma alegria em nossa casa Era uma vez uma família pobre, mas muitíssimo unida. O pai era carpinteiro e a mãe costureira. Os filhos eram estudantes, claro. Em 2010, quando se aproximava o Natal, lá pelo dia três de dezembro, o Manuel, que era o pai, começou a fazer a estrutura do presépio que todos os anos colocavam em cima da lareira. A Fernanda, a mãe, começou a costurar os fatos das peças do presépio e as botas para os colocar na lareira para o Francisco, a Maria e o Pedro poderem receber um brinquedo pequeno mas dado com muito carinho. Os filhos estavam muitíssimo contentes, porque já se aproximava a chegada do ajudante do Menino Jesus, o Pai Natal. Eles, na escola, estavam a fazer umas coisas muito engraçadas: postais, presépios feitos com material reutilizado e ainda sempre-em-pés. Os irmãos da Fernanda já começavam a pensar o que levar para casa dela: – Um peru? Um bolo-rei? Alguns sonhos? – Já sei! Vamos levar um leitão – exclamou o irmão mais velho de Fernanda. Os avós juntaram-se para decidir o que dar aos filhos e aos netos: – Para o nosso filho, uma impressora, e para os nossos netos, uma PS3. – Não, para o Manuel, uma televisão, e para eles uma PS2 – disse a avó. – Não, porque a PS2 já eles têm e além disso é mais cara. A nossa reforma não dá para tal – afirmou o avô. No dia 24, estavam todos ansiosos pelo jantar de Natal. Por volta das oito horas da noite, os familiares começaram a entrar. A Maria já estava cansada de cumprimentar as pessoas e de receber tantos beijos, as suas bochechas até já estavam dormentes. As crianças estavam todas a jogar no quarto do Francisco com a PS3 nova que os avós lhe tinham dado. Os homens estavam na sala a ver futebol e a beber cerveja, enquanto as mulheres estavam na cozinha a acabar de preparar a comida. A Fernanda dizia: – O leitão está pronto, as farófias e o bolo-rei escangalhado também, só falta a salada. Quando o relógio tocou, todos foram para a mesa. O jantar foi perfeito e cheio de alegria. No fim de comerem foram jogar à apanhada e depois foram dar uma volta a pé. No dia seguinte, todos se reencontraram e falaram da fantástica noite que haviam passado. O almoço foi igualmente fantástico, e no fim todos se despediram e foram para suas casas. Isto quer dizer que não é preciso ser rico para o Natal ter muita alegria. Gonçalo Lopes, nº 10, 6ºI 59


Vou então contar-vos como é a minha vida. Tenho uma família pequena, o avô e a avó, o pai e a mãe e os meus irmãos mais velhos, o Luís e a Margarida. Nós vivemos numa casa igualmente pequena. O quarto da avó Celeste e do avô Alfredo só tem uma cama, um armário e um espelho, porque a avó não vive sem o seu espelho. O quarto do pai Francisco e da mãe Ana é como o dos avós, mas em vez de ter uma cama, o pai trocou-a por jornais de futebol. A casa de banho é ao lado. O meu quarto é também o dos meus irmãos. Nele existe uma cama de casal para todos, embora às vezes durma no chão porque eles ocupam muito espaço, e dois armários, o que partilho com a minha irmã e o do meu irmão. O Luís tem um só para si pois diz que nós somos desarrumadas e ele é muito arrumado. Mas tê-los não nos vale a pena porque cada um só tem um par de sapatos, uma camisola e umas calças. A sala e a cozinha juntam-se. Um sofá, uma mesa onde comemos (raramente a usamos porque não costumamos comer) e um fogão. Parecemos ricos, mas não, somos muito pobres. Nós estudamos em casa porque os meus pais não têm dinheiro para andarmos na escola. A nossa professora é a avó e eu gosto mais dela como professora do que gostaria se fosse o avô a ensinar-nos, porque este está sempre a contar histórias que diz que aconteceram, mas eu não acredito. E vocês? Acreditam que ele viu extraterrestres e que é amigo deles? Pois… eu não. A mãe trabalha numa casa de gente “fina”, ela é cozinheira e empregada e o meu pai trabalha como camionista. O nosso dia preferido é o dia de Natal e não deixamos de sentir felicidade nesse momento por sermos pobres. Conheço meninos que recebem muitos presentes e não são felizes. O nosso presente é estarmos todos juntos em frente à lareira, que me esqueci de dizer que tínhamos na sala. É verdade, também não temos árvore de Natal, mas fechamos os olhos e imaginamos uma, a maior e a mais bonita de todas. Só com isso ficamos felizes. É o melhor dia do ano porque vêm sempre muitas pessoas entregar-nos comida. Faço amigos todos os Natais. Neste Natal, uns senhores que nos costumam levar a comida deram-nos um cão ainda bebé, mas os meus pais disseram que não tínhamos dinheiro para a sua comida, as vacinas e os tratamentos do veterinário. No entanto, os senhores foram muito simpáticos: afirmaram que traziam a comida, que no-la iam levar todos os Natais e que pagavam o veterinário. Depois disso, os meus pais aceitaram. O cãozinho que recebi é o meu melhor amigo. Conto com ele para tudo. Todos podemos ser felizes, mesmo sendo pobres. E eu agradeço ao Menino Jesus e às pessoas que me trazem a comida todo o carinho que nos dão.

Maria Laura Veiga, nº13, 6ºI 60


Éramos pobres, mas o Natal era sempre uma alegria Faltava uma semana para o dia de Natal, mas os presentes ainda não estavam prontos. No Polo Norte, o Pai Natal e os seus ajudantes trabalhavam muito, mas perecia que nada resultava, teria o Natal terminado? As árvores ainda não tinham dado presentes, havia muito calor… Ao contrário das outras árvores, nas de Natal só crescem presentes se estiver muito frio. Este Natal, uma bruxa que odiava crianças fez uma poção para que o frio se transformasse em calor, assim os presentes não cresceriam, pois só haveria calor, um calor abrasador. O Pai Natal não podia fazer nada contra a bruxa, então escreveu a todas as crianças do mundo, dizendo-lhes o que se passava. Depois de pendurar o tal bilhete à porta das crianças, espreitou pela janela da última casa. Estavam todos a festejar. Pareciam pobres, pois não tinham muita comida, nem roupas adequadas ou sapatos, estavam vestidos com trapos e descalços. No entanto, continuavam a festejar, pois para eles o Natal parecia ser muito importante. O Pai Natal bateu à porta. Foi abri-la um menino muito simpático que, quando olhou para a cara do Pai Natal, o abraçou e foi chamar a família. Entraram todos para aquela casa e o Pai Natal começou a contar o que se passava… A família ficou triste, mas propôs-se logo para ajudar. O Pai Natal dizia que era perigoso e que não haveria de resultar, mas tentaram. A filha mais nova iria com o Pai Natal falar com a bruxa. Quando chegaram à casa da bruxa, bateram à porta e como ninguém respondeu entraram. A bruxa estava a ler a sua bola de cristal, mas aceitou falar com a menina. A menina falou com ela e ela ficou tão comovida que fez outra poção, a que fazia com que o calor se transformasse em frio. No final de tudo, o Pai Natal festejou o Natal com aquela família. Inês Carvalho, nº 21, 6º I

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Escrita a partir de uma pintura Mágoa do meu coração

Num dia frio de Inverno, como de costume, levantei-me para ir preparar o banho do meu filho. Enquanto aquecia a água, senti um aperto no coração, pois estava habituada à ajuda do meu marido. Respirei fundo. Ele tinha partido para a guerra. Não sabia como iria explicar tal coisa ao meu filho. Enquanto lhe dava banho, ele estranhou a falta do pai, e foi então que disse: - Mamã, onde é que está o papá? Recostei-me na cadeira e olhei para Martim. - O papá vem já... O Tareco, aquele simpático e lindo gato, estava muito sossegado a olhar para o vazio. Era como se soubesse que o pai tinha partido. Passaram dois dias e Martim continuava a questionar-se pela falta do pai e isso preocupava-me, pois ainda não sabia como o iria contar. Por fim, declarei: - O teu pai partiu em viagem e só volta daqui a algum tempo. Ele, depois de ouvir tal notícia, começou a olhar para mim com um ar triste e vazio. Ficou semanas calado sem dizer uma única palavra. Até que num dia chuvoso, bateram à porta...

Adriana Pinto, nº 1, 7º F Mafalda Agante, nº 10, 7º F

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O Eremita Vivo nesta gruta. Não preciso de mais nada se não o necessário a uma vida. Estou bem assim. Na vida, nós fazemos coisas. Algumas desejamos nunca ter feito. Outras desejamos reviver milhões de vezes nas nossas cabeças. Mas todas elas fazem de nós quem nós somos, e no fim mostram todos os detalhes sobre nós. Se nós anulássemos um que seja não seríamos a pessoa quem somos. Apenas vive, comete erros, pois são eles que te dizem o que deves fazer no futuro, fica com maravilhosas memórias, mas nunca nalgum segundo que seja adivinhes quem és, ou tens sido, e o mais importante é para onde vais. No entanto… nunca irei perceber porque é que acabei assim ou a razão pela qual acabei. Nunca vou perceber porque é que este mundo é tão difícil e ninguém se importa. Nunca irei perceber como é que as pessoas dizem que amam alguém e depois deixam-na por outra pessoa qualquer. Nunca irei perceber imensas coisas, como porque é que as pessoas mentem, fazem batota ou roubam. Porque é que são rudes, más, horríveis e pouco atenciosas. Nunca irei perceber porque é que a pena e a culpa nunca desaparecem. Nunca irei perceber o amor ou o ódio. Nunca irei perceber a vida. Beatriz Rosendo, nº3, 8ºB

Patrick Caulfield, THE HERMIT, 1967

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Quadros 41, 42, 43, 56, 57, 58 Há muitos, muitos, muitos anos Vivia a bruxa má, Num castelo bem distante Muito longe de cá. Tinha uma filha muito bela, Chamada Raponzel Com os cabelos muito longos Do tamanho de um carrossel Prendeu-a no cimo, No cimo de um castelo Por ter um cabelo, tão belo. Apareceu um príncipe, Num cavalo montado Ouviu o seu lamentar E ficou logo enamorado. Lançou os seus cabelos Para o príncipe trepar, Largou o cavalo E subiu para a salvar. Passaram-se muitos dias, E o príncipe apaixonou-se Pela sua Raponzel E logo…casou-se. Morreram os dois, Ficaram lembranças Apenas as pedras, Vidas já sem esperança.

Inês Leal, nº11, 8ºB Joana Almeida, nº13, 8ºB

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Os Vegetais foram à escola, Chris Orr Certo dia, tudo mudou Tudo se virou de pernas para o ar As crianças ficaram em casa E os vegetais foram estudar.

Desde a batata ao tomate Do tomate à batata Todos estavam presentes Nesta enorme zaragata.

O professor teve um ataque Pensou que ia morrer Os vegetais por outro lado Não paravam de se mexer.

Não sabiam fazer nada Nem contar, nem escrever Tiveram de ficar na escola Para tudo aprender.

Já ao fim do dia Regressaram ao seu lar Felizes e contentes Por já saberem estudar. Andreia Mendonça, nº 1, 8º B Joana Veiga, nº 15, 8º B 65


Cabeça de Ken Garland, Frank Auerbach

O teu rosto esquálido e recortado na tela, gravado por sulcos permanentes, fazme descobrir o que mais negro há no mundo. E revolto-me pela fome que existe. E sofro pensando se serás tu uma das vítimas da Somália? E revolto-me sabendo que há quem provoque tal sofrimento sem pensar. E sofro, será que há mais como tu? E revolto-me talvez por me aperceber da gravidade da situação e sentir-me quase impotente. E sofro, sofro simplesmente, sofro de olhar para ti e será? Será que estou certa? Será que és mesmo quem julgo? Será que és um mero ator da sociedade? Será que te faço sofrer por pensar o que não devo? E revolto-me. E sofro. E todas estas dúvidas me consomem lenta e penosamente. A minha empatia por ti cresce a cada segundo. A minha revolta aumenta. A minha sinceridade liberta-se. E eu revolto-me, sofro, questiono, sinto e descubro-me cada vez mais profundamente. Porque causas tu este efeito em mim? Talvez um dia decifre este mistério, ou talvez me vá com ele no coração… Talvez um dia descubras o que sinto, ou talvez também te vás na ignorância, sem nada descobrir, assim como eu… Afinal o pouco que temos em comum pode ser o nosso tormento.

Diana Carvalho, nº 6, 8ºB 66


Cabeça de Ken Garland, Frank Auerbach O teu rosto, esquálido e recortado na tela, gravado por sulcos permanentes, fazme descobrir o que mais negro há no mundo. E revolto-me, serás tu mais um que sofre com as injustiças do mundo, serás tu um dos prejudicados pelos resíduos tóxicos que despejam na tua vida? Serás tu um infiltrado? Um resistente? E revolto-me com eles. Com os que sem piedade ignoram milhares de vidas, por um lado inconscientemente, porque um dia o mal será deles também. Porque se esquecem que juntamente contigo, vivem no mesmo mundo, que envelhece contigo, caro rapaz da Somália. Cada pequena ruga na tua face demonstra algo diferente, algo cada vez pior. Porque vida sem consideração não é vida. E revolto-me porque vida intoxicada não é vida. É apenas algo que foi desprezado e ignorado, sem razão lógica. Será que me ouves? Será que eles ouvem o teu sofrimento? Talvez. Mas simplesmente ignoram-no.

Joana Sayal Abreu, nº 16, 8ºB

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Leitura recreativa A minha escritora de sempre Eu tenho milhares de livros de vários autores de entre eles alguns de Sophia de Mello Breyner Andresen. Quando era pequena, a minha mãe sentava-se ao pé de mim e da minha irmã e contava as histórias desta autora. Contava-nos a “A Fada Oriana”, que foi o livro de que mais gostei, “A Floresta”, “A Árvore”, “O Rapaz de Bronze”, “O Cavaleiro da Dinamarca” … Na minha estante, não escapa nenhum! Sempre imaginei Sophia de Mello Breyner com o cabelo encaracolado e cinzento, mas curto, e com um sorriso na cara que convence todas as pessoas a gostarem dela. Acho que poderia ser de estatura média e usar uns pequenos óculos. Usava vestidos e cintos que dão um aspeto de juventude! Agora já sei ler muito bem, pelo que todas as noites pego no meu livro e aconchego-me na cama e leio três capítulos no máximo. Adoro ler, mas agora, que já não posso conhecer Sophia de Mello Breyner, sonharei sempre com ela! A história “A Fada Oriana” emocionou-me, porque acho uma pena que só pela própria beleza as pessoas deixem de ajudar os outros. Foi a melhor história que escreveu. Espero que a volte a ver nos meus sonhos!

Catarina Morais Empadinhas, nº 4, 5ºB

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Um livro que eu li A namorada japonesa do meu avô, de José Fanha, Ed. Gailivro

Registo de impressões de leitura / Resumo do conteúdo da obra Imagina-se um avô viúvo a passar o seu tempo nas redes sociais, como o Facebook por exemplo, ou no Youtube. Parece coisa de loucos!!! Mas é essa a história que nos conta A namorada japonesa do meu avô. Era uma história perfeita. O avô Jaime e o neto Zezinho nutriam uma grande amizade um pelo outro. Eram inseparáveis e confidentes. De acordo com o José, Jaime era “o melhor avô do mundo” e “contava histórias desaparafusadas”. Mas discordavam num ponto: Zezinho passava muito tempo no computador e o avô não gostava disso. Infelizmente, nem sempre tudo correu bem, pois a avó Emília padecia de uma doença grave que já se tinha espalhado pelo corpo. E chegou o triste dia em que foi internada. Jaime ia ao hospital todos os dias com o seu violino para tocar baixinho à sua querida amada. Assim, os dias não pareciam tão tristes! O tempo ia passando e Emília enfraquecia cada vez mais até… morrer. Antes, a avó teve a sua última conversa com o neto e disse-lhe que quando as saudades apertassem e sempre que quisesse, podia falar para a sua fotografia. Durante alguns dias após a morte da avó, Zezinho não fazia outra coisa senão pegar na fotografia e falar com ela. O rapagão passava horas a contar-lhe as coisas que lhe tinham acontecido. Quanto ao avô, andava pela casa de um lado para o outro sem dizer uma palavra. Mais parecia um fantasma. Às vezes, virava-se para a parede e punha-se a tocar uma música muito triste no violino. Foi para o acordar daquela tristeza que o neto decidiu ensinar-lhe a usar o computador e a Internet. A pouco e pouco, Jaime entusiasmou-se quando descobriu que podia ouvir músicas antigas no Youtube. A seguir, ficou mais entusiasmado ainda quando percebeu que podia ter um endereço eletrónico e enviar mensagens sem envelopes nem selos. Depois de uma data de trapalhadas, o avô Jaime aprendeu tudo 69


sobre o computador. Desatou a enviar mails para o Presidente da América e até para o Papa. Um certo dia, a tristeza voltou porque ninguém tinha respondido aos mails do avô Jaime. Foi então que Zezinho resolveu arranjar-lhe uma namorada. Para isso, inscreveuo no Facebook. Talvez tenha sido a pior ideia, pensou dias depois Zezinho. Pois, quando Jaime percebeu como funcionava essa rede social, não largou mais o computador dia e noite e Zezinho quase não tinha acesso para as suas consultas e para os seus jogos. Alguns dias depois, o avô já tinha 429 amigos. Um dia, anunciou que tinha uma namorada, Sakura que quer dizer Flor de Cerejeira em japonês (pois a senhora era japonesa apesar de falar e escrever português). Passavam dias a postar poemas um para o outro. Há muito tempo que ele não andava feliz. Só que esta felicidade não durou muito tempo, pois Sukura tinha acabado o namoro. O avô andava desesperado. Zezinho fez-lhe ver que as verdadeiras namoradas são aquelas que conhecemos pessoalmente, que estão ao nosso lado, que nos dão carinho e beijinhos, enfim, uma pessoa presente no dia-a-dia. Convenceu-o então a conhecer melhor a vizinha, a Dona Luísa.

O que mais me agradou neste livro A história fala-nos dos tempos atuais e dos novos hábitos. Hoje, tanto as pessoas da 3ª idade aderem às redes sociais como as jovens. O principal objetivo é manter contactos com os amigos e familiares, fazer novos amigos, fugir à solidão, comunicar com o mundo inteiro! Os computadores são úteis e divertidos, mas não podem substituir pessoas, não podem ocupar o lugar dos amigos e da família, nem podem tomar o lugar da praia, do campo, de um livro. Há que saber dosear.

João Francisco Peixoto, nº 16, 6ºD

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Texto poĂŠtico

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Eu ando nos escuteiros Os escuteiros são divertidos Divertidos são os palhaços Os palhaços estão no circo O circo é divertido Divertida é a minha família Família que eu amo Amo como a uma rosa Rosa vermelha Vermelha como o sangue Sangue que é a vida Vida somos nós!!

Recebi uma carta carta que tinha mensagem Mensagem do meu amigo Amigo era o Daniel Garrafa de água Água transparente Transparente é a janela Janela minha preferida

A borracha apaga Apaga e fica branco Branco é uma cor Cor onde tudo começou Ana Matilde Matos, nº 3, 5ºC

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Eu tenho um balão Balão vermelho vermelhão Vermelhão como o coração Coração que eu tenho Tenho de estudar Estudar para o teste Teste de matemática Matemática que tenho na escola Escola em que ando Ando e corro Corro atrás do autocarro Autocarro cheio de pessoas Pessoas há no mundo Mundo em que vivo Vivo em minha casa Casa quente e aconchegada Aconchegada como a cama Cama onde eu durmo Durmo muito bem Bem é o que eu quero fazer. Daniela Lopes, nº 9, 5ºC

Eu vi um gato Gato é meu Meu é o lápis Lápis é com que escrevo Escrevo nas linhas Linhas fazem uma página Página faz um caderno Caderno é onde desenho Desenho muitas linhas Linhas são o que o desenho tem. Daniela Lopes, nº 9, 5ºC

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Redondo como assim? Assim como uma bola. Bola de futebol. Jogar o quê? O quê é que eu não sei! Sei eu, futebol. Futebol é um jogo!

O Mar é grande. Grande como a minha casa. Casa dos meus avós pequena!! Pequena como uma moeda de 5 cêntimos.

Inês Neves, nº 11, 5ºC

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O poema que eu fiz Quando a escola acaba Acaba e vou de férias Férias para descansar Descansar do cansaço das aulas Aulas é para aprender Aprender a estar calada Calada é fazer silêncio Silêncio é ternura Ternura é o calor do verão Verão é quente Quente é onde eu durmo Durmo na cama fofinha Fofinha é a minha mãe.

O Dia de S. Martinho Com elas vem o S. Martinho. A castanha é um fruto do outono. S. Martinho é festejado a 11 de novembro. Todos se juntam e assam castanhas. As pessoas costumam enfarruscar-se. No S. Martinho é costume provar o vinho. Há convívio entre as pessoas, brincadeiras e diversão. As castanhas são uma delícia à volta do fogão.

Castanhas tão boas, Gostosas e quentinhas, Comprem meus senhores, Estas castanhinhas.

Castanhas, castanhas, Que grandes que são, Quentes e boas, Aquecem o coração.

Comíamos castanhas, À volta da lareira, Aproveitei o momento, Para fazer esta brincadeira.

Castanhas assamos, À volta da fogueira, Comemos e brincamos, Até nos dar a soneira. Mariana Martins, nº 22, 5ºC 75


Eu adoro os meus pais pais que me amam amam ate ao fim do mundo mundo gigante gigante de amor amor de pais.

Eu tenho uma amiga amiga que se preocupa comigo comigo esta sempre contente contente e divertida divertida a brincar.

Eu tenho um amigo amigo muito especial especial porque brinca comigo comigo é o melhor cão do mundo. Maria Inês Fernandes, 5ºC

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Egas Moniz, vamos lutar!

- Espada, escudo, preparar Pois amanhã ireis lutar Afonso, põe-te confiante nesta batalha Vais ser triunfante.

D. Afonso pensou E muitos soldados matou Não gostou dessa ideia Mas um erro remedeia.

-Vamos parar de atacar Venham, vamos embora! E, então, assinou O tratado de Zamora.

Uma grande data ficou Na história:1143 Se não sabes esta data Não és bom português. Alexandre Almeida, nº1, 5ºE

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A amizade é um conto com várias letras e páginas e com a tua ajuda transforma-se em lágrimas. Elas formam um rio que corre sem parar por mais sinuoso que seja vai dar sempre ao mar.

Com a amizade vais aprender o que a vida tem de melhor dar e receber sem pensar no pior.

A amizade tem o poder de tudo curar ela é doce como o mel temos que a preservar. Matilde Marques, nº16, 5ºE

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Palavras que beijam… -Bom dia, meu doce adorado… E os meus olhos abrem-se bem São as primeiras palavras do dia Saem da boca da minha mãe!

São mais do que simples palavras São gestos cheios de ternura Têm sabor a beijos Que recebo com ternura.

Adoro-te ou gosto de ti! Não custa nada a dizer São abraços que se recebem Nunca fazem sofrer.

Tantas são as palavras que beijam Vamos todos repensar Se as reproduzirmos Tudo melhor vai ficar!

Miguel Caridade, nº18 5ºE

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Um belo mistério Muda tudo: O vento, O mar E o sentido de duas palavras duras. Andreia Saldanha, nº1, 6ºA

No belo mar Chovem Palavras duras No cais incerto Sem segredos Bárbara Rolim, nº2, 6ºA

Chuva

Já não escuto a chuva Que corre na alma Que parte com gosto E volta sem mistério

Carolina Teixeira, nº3, 6ºA

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No cais senhoras esperam as palavras dos barcos no mar guardando palavras duras aguardando pelo luar trazendo tristeza no seu olhar à espera de um simples AMAR… Um dia irá chegar e com ele irei ficar. Diogo Gerardo, nº 6, 6º A

O cais parado Senhoras do mar Janelas derradeiras Barcos não saem do cais. Cigarras contam horas E locais ventosos onde Jornais voam. Guilherme Simões, nº 7, 6ºA

Duras palavras Fecham barcos molhados Respirar o mar.

Ivo Martins, nº 9, 6ºA

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Tão belo é o mar Como o mistério dos barcos Como os segredos da chuva Que vemos das janelas

Joana Ferreira, nº10, 6ºA

Alma

Na alma cresce Um mistério belo Que corre pelas janelas Como a chuva molhada

Mariana Flores, nº16, 6ºA

Cruzeiro Mar belo misterioso, Que fechas janelas Com duras palavras E locais onde as cigarras escuto As horas voam com o vento. Tomás Neves Dinis, nº 17, 6ºA

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Poema

Com mãos fazem a guerra Com poemas se faz a paz E como a casa é um lar Sentimos a paz a cantar.

Filipa Oliveiros Paiva, nº10, 6ºB

O Amor

O nosso amor é como uma flor a desabrochar. Os teus olhos dois botões abertos duas rosas. Acende um fósforo põe em chamas o teu frágil coração.

Já dei a volta ao mundo para te encontrar, fui a todas as floristas à procura da rosa perfeita para te oferecer e escalei o Everest só para te ver.

Poma coletivo 6º ano, turma G

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Acrósticos

Amiga

Maluca

Nunca está triste

Às vezes

Alegre

Rabanadas, não gosto Ginástica Adoro Reclamo muito Impaciente Determinada Ah! Já acabei!

Carinhosa

Social

Amiga

Oh! Que engraçado

Tímida

Fixe

Inteligente

Incrível

Atenta

Amável, quando quer

Diogo

Muito simpático

Interessante

Inteligente e muito

Oh! Que rapaz

Guloso

Giro e

Único

Orgulhoso

Enorme e Leal

Ana Margarida, nº 2, 6º H

Cátia Jesus, nº 4, 6º H

Diogo Silva, nº 8, 6º H

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Lindo Ultra-mega Interessante e muito Simpático

Feliz Estudante, muito Leal e muito Inteligente Perfeito como é E um rapaz todo jeitoso Luís Filipe Peixoto, nº 14, 6º H

Magra, nunca engorda Alta, cada vez mais Risonha, todo o dia Inteligente, de vez em quando Amarga, nem sempre

Bisbilhoteira, sim Esparguete, não gosto Amiga de todos Trabalhadora, às vezes Rezar, ai não é do meu agrado Irritante à noite Zzzzzz, adoro dormir Maria Beatriz Carvalho, nº 15, 6º H

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O momento dos sentimentos do coração Uma noite escura Uma luz brilhante Tristeza e amor Calma e agitação Um mergulho de pena E um riso de dor Um dia brilhante E a escuridão fechada A pena da raiva E uma linha de dor No meu coração A tristeza da pena Que não sentirei José Miguel Loureiro, nº 13, 6º H

P–R–T–O–A PRATO PORTÃO TROPA PORTA PARTO TRAPO

A mulher do tropa teve um parto.

RAPTO

Passado uma semana, houve um rapto

PATRÃO

E a única coisa que foi encontrada foi um trapo.

OPTAR PATROA

Tiago Lé, nº 21, 7ºA

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O Lápis

Apanha-me o Sol brilhante para a sua luz dourada e intrigante eu poder admirar. Apanha-me a lua e as estrelas para as noites serem mais belas e para tudo brilhar. Apanha-me um sonho de criança para o levar na lembrança e para a vida alegrar. Apanha-me um lápis para escrever sobre um país onde o Sol não para de brilhar, onde a Lua e as estrelas fazem as noites mais belas, e onde os sonhos de criança andam sempre na lembrança, de quem por este país passar. Um país numa folha de papel, onde eu estou a rabiscar.

Rodolfo Dinis Simões, 7º B

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Assim belo, Assim leve, Assim maravilhoso.

Nas tuas ondas vejo a aventura de uma vida, Nas tuas ondas vejo o chamar da aventura. Na tua água salgada, Sinto a doçura de um reencontro, Sinto o sabor da minha infância, Sinto a doçura de um novo amor.

Assim belo, Assim leve, Assim maravilhoso, Assim meu …

O que fará o amor acontecer? Hoje sonharei contigo e nas nuvens vou ficar a voar . O brilho do teu sorriso é como uma história de encantar . Há uma estrela que está dentro de mim, Chegou à terra e só tem olhos pra ti. É a pergunta que mais quero fazer… O que fará o amor acontecer?

Melanie de Azevedo, nº 18, 8ºC 88


CASA, MAR, ÁRVORE, DIAS, LUZ, VERDE, TARDES DE VERÃO, SUSPIRAR DA BRISA, PEIXES, CARANGUEJOS

Junto da casa, Estava uma árvore Durante os dias E durante o suspirar da brisa Sentia-se o calor das tardes de verão A seguir à casa, está o mar Com o reflexo do sol. Via-se a luz verde, Via-se os peixes a nadar E os caranguejos a escavar Para dentro da areia. Tiago Ferreira, nº 26, 9ºC

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3 irmãos, 3 duquesas e um pobre coitado Prefácio Entra Haydn. As luzes centram-se nele, este vira-se para a audiência. Haydn: Sejam bem-vindos, "Signore e signori". Para os ignorantes, significa "senhoras e senhores" em italiano. Hoje vou contar-vos uma história nunca antes contada. Esta história tem de tudo: amor, traição, palermice e, sobretudo, muita aventura. Antes de começarmos com a nossa história, gostaria de vos fazer uns breves avisos: é favor permanecerem sentados durante o espetáculo. Agradecemos que não utilizem os vossos telemóveis. No caso de um desastre natural de proporções apocalíticas agradecemos que fiquem sentados e que esperem que Deus os venha buscar. Avisamos ainda que, no caso disto acontecer, o valor do bilhete não será reembolsado. Mas, de resto, (com grande sorriso) desejamos-vos um bom espetáculo! Sai de cena.

Ato I Cena I Viena, palacete do Sr. Salieri, 18:30. Sr. Salieri encontra-se nos seus aposentos, sentado no seu cadeirão virado para a janela. Entra o seu fiel servo vergando-se numa respeitosa vénia. Fiel Servo: (ainda vergado) Chamastes-me, senhor? Sr. Salieri: (falando com voz fria e grave) É claro que chamei, idiota desmiolado! De outra maneira, o que haverias de fazer aqui? Só me serves por medo, não por lealdade. Conta! Que é para isso que eu (não) te pago! Resultou ou não resultou? Fiel Servo: O veneno está a surtir efeito, senhor. Sr. Salieri: Muito bem... É a primeira coisa acertada desde há muito tempo. Fiel servo: Muito obrigado pelo elogio, mas houve uma grande confusão. Sr. Salieri: (Como se toda a sua esperança desaparecesse de um momento para o outro) Estava a ver que tinha corrido tudo demasiado bem... O que é que fizeste desta vez idiota? Fiel Servo: Não fui eu, senhor! Foram uns "artistecos" de rua. Sr. Salieri: Quem são eles? Fiel Servo: Os seus nomes, meu senhor, são... 91


A cena fica congelada. As luzes centram-se no fiel servo e ele vira-se para a plateia. Fiel Servo: Será que lhe devo dizer?... Por um lado, ele é meu amo e, se não lhe disser... digamos apenas que tenho muito amor ao meu pescoço. Mas, por outro lado, coitados dos miúdos, são só rapazes a tentar realizar o seu sonho. Sonho... o que é, afinal, um sonho? Será apenas uma mera ilusão da nossa mente, que se debate desde o começo dos tempos sobre o sentido da vida humana? Que sente remorsos quando tiramos ao outro aquilo que não é nosso... Aliás, o que é que perdemos? Quanto mais, até ficamos a ganhar! Mas a mente... distingue-nos dos outros animais, dá-nos um título que nenhum rei pode dar ou tirar, torna-nos "animais racionais", capazes de distinguir o que está bem e o que está mal. E, agora, é isso que tenho que fazer. Dizer, ou não dizer... Eis a questão... Sr. Salieri: (desconfiado) Então? Andas demasiado pensador para um servo... Saem ambos de cena e entra Haydn. Haydn: Talvez seja melhor recuarmos um pouco na história para compreenderem melhor. Sai de cena. Cena II

Viena, rua, séc. XVIII, tarde de sol. Tommaso, Giovanni e Paolo estão num concerto de rua. A multidão começa a apinharse junto dos três irmãos. (Tommaso, Giovanni e Paolo tocam diversos instrumentos: Tommaso, clarinete, Giovanni, violino e Paolo, flauta.)

Multidão apinhada: (bate palmas entusiasticamente) Urra! Viva! (deixa moedas no chapéu de Paolo que está no chão). A multidão antes apinhada sai de cena. Os 3 irmãos abraçam-se. Tommaso: (Olhando para o conteúdo do chapéu, excitadíssimo) Boa! Com tanta moeda só temos de voltar a tocar amanhã à tarde! Começam a andar e Giovanni repara num cartaz. Chama os irmãos. Giovanni: (entusiasmado) Paolo, Tommaso! Reparem nisto! 92


Tommaso começa a ler o cartaz. Tommaso: “Devido à demissão de um violinista, de um clarinetista e de um flautista da orquestra do grande Mestre Mozart, filho de Leopold Mozart, aceitamos a entrada de qualquer músico, profissional ou amador, que toque violino, clarinete ou flauta para ocupar lugar na nossa orquestra. As audições começarão amanhã às 16 horas.” Paolo: (tom neutro) Não é por nada, mas acho que devíamos ir. Giovanni: (com ar sarcástico) A sério? Isso nem me passou pela cabeça! Tommaso: Já vão começar? Discutam noutra altura! Agora temos de nos preparar para a audição, porque isto é uma oportunidade de uma vida. Os irmãos, entusiasmados, saem da rua a correr e pulando de alegria. Paolo (já com os seus irmãos fora de cena) apanha o chapéu que lhe caiu e sorri para a audiência. Em seguida, sai atrás dos irmãos.

Cena III O relógio no cimo da igreja adianta-se 24 horas e gente envergando capas negras entra em cena "à medida que o tempo passa" e vai-se juntando à entrada da igreja. Os irmãos entram, agora envergando capas negras, e juntam-se aos outros candidatos.

Tommaso: Então, irmãos? Estão prontos? Giovanni: (nervoso) Já podíamos estar prontos há mais tempo… Paolo: (gritando para que o outro o pudesse ouvir) Ei, Tommaso, é a primeira vez que vejo o Giovanni tão nervoso desde a vez em que se estreou em Milão! (vira-se para Giovanni). A miúda era gira, mas não era o teu tipo. Alguém os chama para entrarem. Giovanni: (suspirando) Aqui vamos nós! Boa sorte, irmãos! Sobem as escadas, passam por uma porta que dá para os bastidores e entram por outra com o sentido contrário. Na plateia estão sentados um violinista, um flautista, um clarinetista e Mozart - avaliadores Mozart: Muito bem. Primeiro queria felicitar vos e elogiar a vossa coragem. Estou entusiasmado, vamos então começar! Tommaso, Paolo e Giovanni atuam e tocam os três excecionalmente bem. Mozart: Agora, se nos permitem, temos de nos reunir. 93


Paolo: (nervoso, mas audível) Ai, ai, ai... Na ultima vez que um júri fez isso, (dirigindose aos irmãos) não sei se se lembram, o Giovanni ficou tão nervoso que, ou foi impressão minha, ou eu vi qualquer coisa nas calças dele... Após algum tempo o júri regressa com o veredicto. Mozart: É com muito prazer que vos anunciamos os resultados... Mozart: Os vencedores são: Para clarinitista- Tommaso Para flautista- Paolo Para violinista- Giovanni Os meus sinceros parabéns a todos e vemo-nos daqui a dois dias, no nosso 1º ensaio, às 19h30m. Tommaso: (entusiasmado) Boa! Finalmente vamos receber mais que 10 tostões por semana! (dá gritos de alegria) Mozart: Não me lembro de alguém ter dito uma coisa dessas! A cena pára e as luzes centram-se em Giovanni, no momento em que este se vira para a plateia e lhe fala. Giovanni: Nunca vos aconteceu que, quando estão à espera de um certo evento, o entusiasmo toma conta de vós e, subitamente, desvanece-se num redemoinho de incertezas e solidão quando este acontecimento tão esperado chega? Não estou bem e não sei se o deveria dizer aos meus queridos irmãos. Estou a viver o sonho… Tommaso: Então, Giovanni? Andas muito pensativo! Estás bem, irmão? Paolo: Se está bem? É claro que não está bem! Está com cara de quem se…

Cena IV

Viena, rua, dia do ensaio, 16h30m Os três irmãos encontram-se na rua a conversarem sobre o primeiro ensaio. Chega o bobo com as três duquesas. As pessoas murmuram. Bobo: Abram alas! Abram alas! Deixam passar estas três lindas duquesas! Deixem passar! Giovanni: Ulalá! Tommaso: Olha-me para aquela cara! Parece feita de seda... Giovanni dá uma estalada no pescoço de Paolo. 94


Sofia: Ei, Ammarilli! Aquele não é o Tommaso, o irmão do Giovanni? Ammarilli: (ar envergonhadamente natural) Giovanni? Que Giovanni? Sofia: Oh, tu sabes! (com malícia) Aquele Giovanni! Ammarilli: (com o mesmo ar) Não faço a mínima ideia do que estás para aí a falar. O povo sai de cena, deixando o bobo, os três irmãos e as duquesas sozinhos. Bobo: Minhas senhoras, precisais de alguma coisa? Ammarilli: (com dignidade) Por agora, seria muito bom se nos deixasses a sós com estes dois cavalheiros. Bobo: Eu devo estar a ter alucinações, pois eu conto três! Deve ser do peixe que ontem me destes ao jantar, minhas senhoras. Estava um bocadinho podre... Ammarilli: Como eu disse, DOIS cavalheiros. O bobo sai de cena. Giovanni: Eu já não sou gente? Ammarilli: Da maneira como me trataste em Milão, deixa-me pensar... Não. Tommaso beija a mão de Sofia, Paolo a de Maria e Giovanni e Ammarilli continuam a olhar-se nos olhos. A cena congela e aparece Haydn. A luz centra-se neste. Haydn: (atrapalhado) Lembram-se daqueles avisos que eu vos fiz no início da peça? Parece que aquela parte dos desastres naturais tinha qualquer coisa contra... hmm... como é que vocês lhe chamam? Ah, sim! Contra os direitos humanos, ou lá o que são! É que, sabem, eu só nasci em 1732, por isso... bom, mas por causa desta polémica toda (nem percebo porquê!) dos desastres naturais, vamos ter que passar à frente a discussão de Giovanni e de Ammarilli a fim de evitar qualquer tipo de lesões, tanto físicas como psicológicas. (suspira) Estou velho demais para fazer estas coisas... Haydn sai e a cena recomeça. Giovanni: Desculpa, Ammarilli. Eu amo-te. Ammarilli dá-lhe uma estalada com toda a força. Ammarilli: Também te amo. Beija-o. Paolo: (para Maria) O Giovanni sempre teve este efeito nas mulheres. Num segundo, estão a agredi-lo e no outro já o estão a beijar! Se eu tivesse a sorte que ele tem, eu juro que... 95


Maria interrompe-o, beijando-o também. Tommaso: (esperançado, para Sofia) Bom, eu... Sofia beija-o. Entra o bobo. Bobo: Então e eu? Também não mereço uma beijoca? (repara numa mancha avermelhada no chão) Aquilo ali é sangue? Sofia: A Ammarilli esteve a discutir. Bobo: AAAAHHHHH! Entendo. E quem foi o pobre coitado? Paolo e Tommaso: Foi o Giovanni. Bobo: (canta) Giovanni, Giovanni, seu pobre coitado! O melhor a fazeres era ficares deitado! Giovanni: Isso nem sequer faz sentido! Bobo: Sou um bobo - a minha existência também não faz sentido! Saem todos de cena.

Ato II Cena I Catedral, fim do ensaio, meia-noite, Viena. Mozart está a falar com as três duquesas. Mozart: Minhas damas, eu lhes garanto que o espetáculo vai ser fenomenal! Especialmente com os três novos músicos que eu arranjei aqui há uns tempos. Maria: (interessada) A sério? E eles são... Giros? Sofia: (indignada) Maria! Mas que falta de respeito! Mozart: Não faz mal! Mas talvez eu não seja a pessoa indicada para responder a essa pergunta, não sei se me entendeis... Maria: (envergonhada) Claro que não. Desculpai-me, Mestre Mozart. Ammarilli: Bom, agora, se não vos importais, gostaríamos de nos retirar, que já se vai fazendo tarde. Mozart: Com certeza. Tenham uma boa noite. (beija a mão de cada uma delas) As três duquesas saem de cena. Em seguida, entram os três irmãos. Tommaso: Chamastes-nos, Mestre? 96


Mozart: Sim, chamei-vos. E algum de vós sabe porquê? Paolo: Não, não sabemos, mestre. Mozart: (falando para os irmãos, em especial para Giovanni) Eu agora estive a falar com umas três belas senhoras. Devo dizer que fiquei encantado com o charme de uma, em especial; é claro que não devo ter sido o único… Paolo: (pondo a mão no ombro de Giovanni) Ele já te topou, irmão! Eu se fosse a ti ia o mais depressa possível arranjar um bilhete no Air Force One! (imita o som de um avião a levantar voo). Tommaso: (sussurrando) Paolo, eu, se fosse a ti, ficava calado; ainda pensam que sabemos mais do que devemos, não sei se me entendes… (sorri para a plateia) Giovanni: Com todo o respeito, Mestre, mas creio que não foi por esse assunto, (falando rapidamente) que nos chamaste, devo acrescentar, já está resolvido há tempo suficiente para nunca mais falarmos dele, durante muito tempo, (retoma o fôlego). Mozart: Claro que não. Só vos queria felicitar pelo vosso excelente ensaio. Foi, de facto, impressionante. Tommaso: Obrigado, Mestre. E, agora, a sério. O que é que nos quer perguntar? Mozart avalia-os com o seu olhar. Depois a cena congela e vira-se para a audiência. Mozart: Ainda me lembro da primeira vez que pisei um palco. Era tão pequeno e, ao mesmo tempo, modéstia à parte, tão talentoso! E agora? Conheci-os há muito pouco tempo… Mas sei que posso confiar neles. Será que lhes devo contar o meu tormento? Já tenho grande fama, mas o que será das gerações futuras? Quero que elas me conheçam, quero que não se esqueçam do seu passado! Se calhar, tenho sonhado demasiado… Sonho... o que é, afinal, um sonho? Será apenas uma mera ilusão da nossa mente, que se debate desde o começo dos tempos sobre o que será bom e o que será mau? Que sente remorsos quando tiramos ao outro aquilo que não é nosso... Aliás, o que é que perdemos? Quanto mais, até ficamos a ganhar! Mas a mente... mente aquela que nos distingue dos outros animais, que nos dá o título que nenhum rei pode dar ou tirar, mente aquela que nos dá o título de "animais racionais", "os únicos animais que conseguem distinguir o que está bem e o que está mal". E, agora, é isso que tenho que fazer. Dizer, ou não dizer... eis a questão... Mozart: Vou ser objetivo: o que eu quero é que as gerações futuras não se esqueçam do seu passado. Paolo: E o que é que vós quereis que façamos? Mozart: O que eu quero que façam é isto: eu vou deixar-vos parte da minha herança.

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Os três irmãos começam a correr de um lado para o outro. Subitamente, param. Tommaso: Estais maluco, Mestre?! Giovanni: Isso é uma grande responsabilidade! Paolo: Eu nem a roupa suja sei pôr no cesto, quanto mais… Não, desculpe. Não dá. Mozart: Dá, sim! Eu quero que vocês passem as minhas partituras originais de geração em geração! Os irmãos dizem que não com a cabeça. Mozart: Vá lá, eu imploro-vos! Não como vosso Mestre, mas como vosso amigo. Os três irmãos: Não! Mozart: Por favor! Os três irmãos: Não! Mozart: Vá lá! Eu pago-vos, se for preciso! Paolo: (agarra nos ombros de Mozart) AAAHHH! Sendo assim… Giovanni: Paolo! Tommaso: Mestre, eu aceito. Giovanni: Estás maluco?! O que é que te deu? Tommaso: Vá lá, Giovanni! É nosso Mestre! Paolo: Eu também aceito. Tommaso: Já só faltas tu, Giovanni. Olha, nervoso, para o Mestre e para os irmãos e vice-versa. Giovanni: Oh! Pronto está bem! Mozart: Eu sabia! Eu sabia! Obrigado, muito obrigado! E, agora, se não se importam, vão para a cama, que já se vai fazendo tarde. Saem todos de cena. Cena II Catedral, 18h45m do dia seguinte, Viena. Haydn entra a rir-se e fala para a plateia. Haydn: (ainda a rir-se) Ah, é demais! (recompõe-se ao ver a plateia) Desculpem-me. Estive agora a falar com Beethoven e contou-me uma piada de partir a rir. E as pessoas diziam que ele tinha mau génio! Mas, enfim… Lembram-se da 1ª cena? A 1ª de todas? Bom, chegámos finalmente a essa parte; como já viram parte dela, só precisamos de a

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começar, mais ou menos, (tira um comando do bolso) daqui. (carrega num botão e a cena recomeça) Haydn sai e as luzes mostram Salieri e o seu fiel servo. Salieri: (desconfiado) Então? Andas demasiado pensador para um servo... Fiel Servo: É só que… Só consegui envenená-lo depois da meia-noite, senhor. Salieri: O quê? Seu insolente! Idiota! Palerma! Fiel Servo: Foram os três novos músicos da orquestra dele, senhor! Estiveram a fala com ele até tarde, de modo que eu só consegui pôr-lhe o veneno umas horas mais tarde do que o planeado! Salieri: Agora, por causa do teu erro, está tudo atrasado! Fiel Servo: Mas não arruinado, senhor! Salieri: Sim, lá isso é verdade,… Mas agora o mais provável é descobrirem o que ele tem, seu rato de esgoto! Fiel Servo: O que vai fazer agora, senhor? Salieri: Agora, vou ter que sair da cidade e rezar para que ele morra. Fiel Servo: Vemo-nos em Paris, então, senhor? Salieri: Infelizmente, sim. Salieri sai de cena e só depois é que o Fiel Servo sai.

Cena III Catedral, um dia antes do concerto. Giovanni e Ammarilli entram em cena de mãos dadas. Giovanni: Já não me sentia assim desde que te conheci em Milão. Ammarilli: Sabes, eu estou a pensar em ficar por aqui. Giovanni: A sério? Isso é mau! Ambos se riem. Giovanni: Sabes, eu gosto muito desta catedral. Ammarilli: Então e porquê? Giovanni: O ambiente que se cria aqui é perfeito. Ammarilli: Perfeito para o quê? Giovanni: (coloca-se frente a frente com ela e agarra-lhe nas mãos, olhando-a nos olhos) Perfeito para um casamento. (ajoelha-se) Ammarilli, desde que te vi em Milão, não houve um único sonho em que tu não aparecias. Já ando há um tempo a tentar 99


dizer-te isto e acho que agora é o momento ideal: Ammarilli, queres casar comigo? (estende-lhe a aliança) Ammarilli: Eu, eu, … Aparece Haydn. Haydn: Então? Do que é que estás à espera? Beija-o! Ammarilli beija-o e saem todos de cena

Ato III Cena I

Aposentos de Mozart, 21:30, dia antes da estreia do concerto Mozart chama Paolo, Tommaso e Giovanni. Mozart: Não sei o que se passa comigo, estou com febre e não me sinto nada bem… Tommaso: E … como é que vamos tocar amanhã o concerto? Mozart: Foi por isso que eu vos chamei. Para mim, para além de bons músicos, vocês são bons amigos. Tommaso: Obrigado pelo elogio, mestre, mas todo este trabalho, todos os ensaios, todas as horas perdidas em casa a estudar foram em vão? Mozart: Não, não foram! Um de vocês vai substituir-me amanhã na posição de maestro.

A cena pára. Paolo vira-se para a audiência. Paolo: O mundo tem estas injustiças, todos nós temos uma função neste planeta, mas será que o mundo já não precisa de Mozart? Será que ele já cumpriu a sua missão? A cena recomeça. Mozart: Serei substituído por aquele que mostrar que mais quer esta oportunidade. Paolo: Mestre, eu preciso tanto desta oportunidade como a música precisa da semicolcheia. Tão rápida, com tanta emoção. Esta figura musical dá à música vivacidade, alegria, paixão, aventura. Primeiro parece difícil porque é muito rápida mas,

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com o passar do tempo, o entusiasmo “ganha o braço de ferro” com a dificuldade e sai vitorioso. Mozart: Muito bem, jovem Paolo. Sem dúvida que mereces o lugar, mas primeiro tenho de ouvir o que os teus outros dois irmãos têm a dizer. Giovanni: Concordo com Paolo, a música precisa de vivacidade, mas a música não é só vivacidade, precisa de outras coisa que a relaxem, que a acalmem, que a embalem… Eu estou a falar da mínima. É uma ajuda preciosa pois pode ligar andamentos: Se dissermos a alguém que a mínima é emocionante, pensa que estamos malucos, mas a verdade é que a mínima pode ser emocionante porque a mínima pode ser bonita, às vezes penteia-se com um vibrato, outras maquilha-se com um grupetto. Mozart: Sem dúvida também um belo discurso, digno da minha proposta, mas ainda falta ouvir Tommaso. Tommaso: Concordo com os meus irmãos, mas a figura mais importante da música é, certo e sabido, a pausa. Mozart: A pausa?! Mas como te atreves a dizer tal coisa? Tommaso: Mas é que a pausa serve para… Mozart: (interrompendo) Não te quero ouvir mais (tosse). Sai já dos meus aposentos. E para além de não me substituíres, não irás tocar na orquestra! Tommaso sai. Na rua encontra Paolo Tommaso: (limpando as lágrimas dos olhos) Então, qual de vocês é que ficou? Paolo: Fiquei eu, mas isso agora não é importante. Porque é que falaste da pausa? Tommaso: Vou pedir-te um favor, Paolo. Paolo: Diz… Tommaso: Amanhã, pede aos músicos para não fazerem as pausas e, assim, vão perceber porque é que eu disse aquilo. Paolo: Certo irmão, está prometido!

Cena II

Dia do concerto, 21:35, Teatro de Viena Paolo, Giovanni e os restantes músicos entram. Tommaso está na plateia. Mozart encontra-se no seu camarote. Paolo: Lembrem-se do que eu vos disse! A música começa.

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Como combinado nenhum dos músicos fez a pausa. Mozart: Há aqui algo que não me soa bem… Membro da audiência: O que é que se passa? O violinista está a desafinar! 2º Membro da Audiência: O flautista não entrou a tempo! 3º Membro da Audiência: Alguém ajude o trompetista, ele está com a cara muito roxa. Mozart: Já sei o que é! Alguém que diga a Paolo que os músicos não estão a fazer as pausas! AH …

A cena pára. As luzes viram-se para Haydn: Haydn: Isto soa-me a outro déjà-vú. É isso mesmo… Mozart apercebeu-se de que as pausas serviam para os músicos descansarem e para que pudessem ter noção do tempo. É verdade, as pessoas às vezes precipitam-se e cometem erros. Sem silêncio o som não faz sentido.

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A CASA DE BANHO EM QUE VIVI (Alusão à obra de Ilse Losa) Autor: Alexandre Rafael Costa Cristóvão, 7ºA

Agradecimentos Alfredo, 7ºA Por me ajudar nos pormenores da história

Personagens: Sanita, Papel Higiénico, Toalha, Champô e Sabonetes. Local: Casa de Banho e Sala de Estar Ação: Discussão sobre quem tem mais importância História Secundária O Papel Higiénico apaixona-se pelo Guarda-Chuva da entrada e Guardanapo, seu inimigo tambémI Ato / Apresentação II Ato / Discussão III Ato / Conclusão Apresentação – As personagens conhecem-se, falam sobre as origens, as funções e as formações (Universidades e Cadeiras). Discussão – As personagens discutem sobre quem é mais importante, os conhecimentos e a composição. Conclusão – “Queda do Império” Clímax: O Papel Higiénico e o Guardanapo lutam e derretem na Sanita.

Exterior/Dia/Manhã/1ºDia Cena I Num dia de primavera, em que os pássaros voavam harmoniosamente ao sabor do vento e as flores se enchiam de cheiro e cor, Miguel, um homem prático, foi comprar produtos de higiene para a sua casa. Demorara um bom bocado, já que foi ao Pingo Doce porque estavam com uma promoção de 50% de desconto em compras superiores a 100€! Após chegar a casa, arruma tudo no sítio, impecavelmente. Para a Casa de Banho, comprara Papel Higiénico, uma Toalha, Champô e Sabonetes. 103


Interior/Cozinha/Dia/Manhã/1ºDia Cena II Seguidamente foi para a cozinha preparar o almoço. Ele adorava usar bacalhau e leguminosas nas refeições, davam-lhe bastantes dores de barriga mas compensava. Entretanto na Casa de Banho:

Interior/Casa de Banho/Dia/Manhã/1ºDia Cena III Papel Higiénico (Zangado) Essa doeu! Aquela criatura não tem o direito de me pegar assim. Sanita (Irritada) Quem és tu para o criticar, és só um papel num rolo. Papel Higiénico (Zangado) Olha quem fala! Não sou eu que sou uma sanita. Não fazes nada, estás sempre sentada à espera de “clientes”.

Sanita (Entusiasmada) Para tua informação faço mais que tu! Tirei um mestrado na Universidade de Aveiro sobre ”Como ser uma Sanita”! Papel Higiénico (Convencido) Grande coisa. Nada se compara à Universidade de Viseu. Foi lá que tirei o doutoramento… (interrompido) Sanita (Engraçada) Da casmurrice só se for. Não mereces a minha atenção. Papel Higiénico (Zangado) Nem tu a minha. Quem diria, chego ao meu local de trabalho com colegas horríveis. Está bonito! Sanita (Entusiasmada) Como te chamas?! Toalha (Inofensiva) Eu chamo-me Toalha. Sanita (Curiosa) O que te traz por cá? 104


Toalha (Inofensiva) Pela mesma razão que os outros, fui comprada. Sanita (Curiosa) És boa no teu trabalho? Toalha (Feliz) Claro, fui a melhor da Universidade de Beja! Sanita (Entusiasmada) Que bom, parece que és bastante profissional. Toalha (Convencida) Se sou. Aposto que não há melhor. Sanita (Desentendida) Então! Já chega. Toalha (Convencida) O que é que se passa tens medo? Sanita (Dececionada) Nãaao! Primeiro o Papel Higiénico é rude, tu achas-te a melhor. Enfim, meninos da cidade. No meio daquela confusão o Champô, uma pessoa…quer dizer…um produto nervoso e tímido ficou num canto assustado, enquanto os outros discutiam. Estiveram a discutir o dia inteiro … entretanto no dia seguinte: Interior/Casa de Banho/Dia/Meio-Dia/2ºDia

Cena IV Papel Higiénico (Casmurro) Que cheiro é este? Não se pode estar aqui dentro. Esta Casa de Banho cheira tão mal! Sanita (Triste) Hoje o Miguel comeu bacalhau ao almoço. Digamos que não se sentiu muito bem … fiquemos por aí! Papel Higiénico (Preocupado) Como é que ele se limpou? (…Pensar...) (Assustado) Nãaaaaaaaaaao! Sanita (Contente) Quem ri por último ri melhor! Papel Higiénico 105


(Zangado) Terei a minha vingança, vais ver! Toalha (Casmurra) Quem me acordou do meu sono de beleza? Sanita (Traiçoeira) Olha que de bela não tens nada. Que toalha é que usa rímel e batom na cara, ou seja lá o que tu tens. Champô (Triste) Porque é que vocês estão sempre a discutir? Não é natural! Papel Higiénico (Zangado) Cala-te Hippie! Não sabes do que estás a falar. És como o Ferb, mas há uma pequena diferença…ele não diz porcaria. Vou-me embora. Champô (Triste-Chorar) Eu só tentei ser simpático. Sanita (Maternal) Deixa estar, ele não quis ofender-te propositadamente…acho eu.

Interior/Hall/Dia/Meio-Dia/2ºDia Cena V Guarda-Chuva (Alegre) Olá, como estás? Papel Higiénico (Envergonhado) Eu estou bem, obrigado por perguntares! Guarda-Chuva, não aguento mais, o meu amor por ti que é tão grande! Ouve o que eu tenho para te dizer: Amor ardente. Amor ardente. E mar. Contar-te longamente as misteriosas maravilhas do verbo navegar. E mar. Amar: as coisas perigosas. És a luz do meu dia. A Lua da minha noite. O estrume das minhas plantações. (Manuel Alegre-adaptado) Guarda-Chuva (Zangada) Seu palerma! E eu pensei que fosses um bom Papel-Higiénico. Papel Higiénico

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(Desentendido) Eu não escrevi isto, deve haver algum erro! Fui sabotado… (interrompido) Guarda-Chuva (Frustrada) Vais-me dizer que foi o Pai-Natal ou melhor, a Fada dos Dentes. Papel Higiénico (Triste) Esquece, não sei o que dizer. Guarda-Chuva (Zangada) Bem me parecia. Vou-me embora. Guardanapo (Malvado) Era uma vez um Papel-Higiénico feliz. Depois deste infeliz incidente, o Papel-Higiénico vai para a sua casa localizada à direita dos Pirenéus da casa de Miguel mais conhecido por caixote do lixo.

Interior/Casa de Banho/Dia/Meio-Dia/2ºDia Cena VI Papel Higiénico (Angustiado) Porquê? Champô (Engraçada) Parece que o leão não passava de um gatinho inofensivo com riscas amarelas e olhos azuis-claros que deitava muita pelugem com patas firmes, mas com uma traseira partida… (interrompida) Sanita (Desentendida) Estás a passar das marcas. Isso começa a não fazer sentido. Ficaste fora do contexto. LOL! Champô (Inofensiva) Tens razão, devia ter ficado pelo gatinho inofensivo. Sanita (Aborrecida) Enfim… Olheiras era o único adjetivo com que poderíamos caracterizar a Sanita, o Champô, os Sabonetes e a Toalha devido à choradeira do Papel Higiénico à noite. Nesse mesmo momento em que eles, sonolentos, tentavam dormir, o Guardanapo e o exército planeiam um ataque-surpresa contra o Papel Higiénico e os seus aliados.

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Interior/Cozinha/Dia/Manhã/3ºDia Cena VII Guardanapo (Concentrado) Perceberam. Vocês vão pelo sofá, vocês pela mesa, vocês pela televisão, vocês pelas cadeiras e os restantes Snipers pelo candeeiro. Boa Sorte, soldados! Entretanto na Casa de Banho… Sabonetes (Preocupados) Preparem-se que a guerra vai começar. Sanita (Desconfiada) Quem falou? Sabonetes (Preocupados) Nós os dois. Sanita (Desconfiada) E vocês são? Sabonetes (Preocupados) A vossa salvação. Vocês podem não ter dado pela nossa presença, mas nós demos pela vossa. Escutem, tanto eu como o meu colega estivemos na guerra. Oiçam o nosso plano… Depois de várias horas a planear, os Produtos da Casa e Banho “foram à guerra”. Felizmente podiam andar livremente na casa devido às horas. Quando eles entraram na sala, estes esconderam-se no computador. Devido à emoção por favor, leiam mais rapidamente…

Interior/Sala de Estar/Dia/Noite/3ºDia Cena VIII Guardanapo (Gritando) À carga! Sabonetes (Preocupados) Escondam-se! Champô, ataca os Snipers (facas). Papel Higiénico, atrai o Guardanapo para a Casa de Banho. Toalha, atacas os garfos na televisão. Eu ataco as colheres e o meu colega ataca os pratos. Guardanapo (Concentrado) Snipers, ataquem o computador e o Champô. Colheres, atirem granadas contra a Toalha. 108


Champô (Preocupada) Preciso de ajuda, mais reforços, cubram-me. Bum! Sabonetes (Preocupado) Reforços a caminho. Guardanapo (Concentrado) Ataquem os reforços! Toalha (Desajeitada) Champô, vai pela esquerda que eu vou pela direita. Champô (Concentrada) Roger that! Toalha (Desajeitada) Roger quê? Champô (Concentrada) Afirmativo. Toalha (Desajeitada) Ok. Enquanto a guerra decorria, o Papel Higiénico conseguiu atrair o Guardanapo para a Casa de Banho. Guardanapo (Misterioso) Parece que nos encontramos outra vez. Papel Higiénico (Furioso) Igualmente. Enquanto falavam o Papel Higiénico consegue levar o Guardanapo para o tampo da Sanita. Papel Higiénico (Contente) Adeus! Papel Higiénico empurra o Guardanapo para o interior da Sanita, mas infelizmente este consegue agarrar o Papel Higiénico. Passado uns minutos só restou…NADA! Sabonetes (Preocupado) Onde está o Papel Higiénico? Bum! Champô (Preocupada) Cuidado Toalha. Bum! Bum! Bum! 109


Champô (Traumatizada) Toalha! Não! Sabonetes (Irritado) Esquece-a. Ela já foi. Continua a atacar os Snipers. … Lança a granada para o móvel. Bum! Sabonetes (Feliz) Muito Bem! Vamos acabar com isto, equipa. Aos três lançam as granadas. Champô (Preocupada) E se falharmos? Sabonetes (Irritado) É o fim. Um, dois, três! Bum! Bum! Bum! Bum! Bum! Bum! Champô (Traumatizada) Estou viva ou morta? Sobrevivi “LIKE A NINJA”. Sabonete? Nãaaao. Sanita, os Sabonetes não reagem. Acho que estão mortos e a Toalha também. Sanita (Traumatizada) O Guardanapo e o Papel Higiénico também. Parece que só sobrevivemos nós. No dia seguinte, Miguel ficou espantado por tudo estar partido e desarrumado. Ficou confuso e desmaiou. Só passado umas horas é que encontraram Miguel deitado no chão inconsciente.

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Banda desenhada

Introdução  Era

um vez 10 pássaros chamados angry birds.  Eles eram muito amigos até chegarem os porcos verdes que roubaram os seus ovos.  Os pássaros ficaram muito zangados e ...

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Miguel Henriques nยบ19, 7ยบA Tomรกs Rodrigues nยบ22, 7ยบA 113


Textos de opinião Textos de opinião produzidos pela aluna Inês Sofia Antunes do 8ºB no âmbito do Projeto de escrita da Faculdade de Psicologia da Universidade de Coimbra e colocado em prática pelos professores da EB 2.3.Martim de Freitas

Chocolate O chocolate é uma guloseima muito apetitosa e deliciosa que, sendo doce, é extremamente saborosa e apreciada por quase todas as pessoas de qualquer faixa etária. Esta doce substância é importante na minha vida, especialmente o chocolate negro, dado que o chocolate pode-nos “consolar” e “impulsionar”, dando-nos esperança e alento para determinadas decisões ou momentos da vida. Por outro lado, quando consumimos chocolate, esta substância pode tornar-se viciante e consumido em demasia o chocolate é prejudicial à saúde, podendo conduzir a doenças como a obesidade, caries dentárias, colesterol alto, diabetes, entre outras. Negro, branco ou de leite, com avelãs ou licor, o chocolate apesar de poder fazer mal à saúde ajuda à concentração em alturas de testes ou exames e, sobretudo, é delicioso…

Achas que os alunos deveriam ser obrigados a praticar pelo menos um tipo de desporto? Na sociedade atual feita de Fast Food e sedentarismo, como ver televisão ou permanecer sentado no sofá o dia todo, eu concordo que os jovens de hoje deveriam ser obrigados a praticar pelo menos um desporto ou atividade física. Creio que o devem fazer uma vez que é saudável e a prática desportiva, complementada com uma alimentação saudável, previne doenças graves como a obesidade e doenças cardiovasculares e outras relacionadas com os nossos músculos e ossos, como a osteoporose quando envelhecemos. A prática desportiva desenvolve a nossa capacidade de organização do tempo e a qualidade de trabalhos em grupo especificamente na interação com os outros, jovens e adultos. O desporto faz evoluir a nossa capacidade de saber perder. A atividade física contribui ainda para aliviar o stress quotidiano constituindo uma forma de descontrair e relaxar no dia-a-dia. Finalmente, parece-me que com o desporto, principalmente os de grupo, se criam relações de amizade e companheirismo entre os praticantes. De facto o exercício faz bem à saúde e é muito importante para manter um vida saudável e aumentar a esperança e qualidade de vida, pelo que concordo que os jovens de hoje deveriam ser obrigados a praticar pelo menos um desporto ou atividade física.

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Achas que os alunos da tua idade deveriam ser obrigados a viver um ano com uma família inglesa para aprender o idioma? No mundo atual onde o inglês é a língua mais falada, é importante para os jovens que dominem esta língua. No meu entender, os jovens para além das aulas dadas em ambiente escolar devem ter a oportunidade de decidir se querem viver com uma família inglesa por um determinado período de tempo. Defendo o carácter facultativo desta iniciativa, uma vez que considero que nem a obrigatoriedade nem a proibição seriam solução. Não deveria ser obrigatório, uma vez que os pais podem não concordar ou autorizar. Por outro lado, na sociedade atual desenvolveram-se diversos perigos, e a segurança dos jovens pode não estar assegurada. Considero ainda que o período proposto, um ano, é demasiado extenso, e assim propunha que este período fosse reduzido a três meses. Penso que esta iniciativa não deveria ser abandonada uma vez que esta é uma experiência enriquecedora e interessante, revelando uma oportunidade para aprender e conhecer a cultura inglesa. Apoio assim o carácter facultativo da questão desde que toda a segurança do aluno seja assegurada e que a estadia não ultrapasse os três meses. Creio que, embora ainda sejamos imaturos, cada um deve decidir o seu futuro mediante discussão prévia e análise dos prós e contras em ambiente familiar. Considero ainda que cada um deve pensar no melhor para o seu futuro e se considera que o inglês é, ou não, um idioma importante, ou até mesmo fundamental, para a sua futura carreira. Assim, após análise de todas as razões apresentadas considero que cada jovem deveria escolher se deseja passar determinado período de tempo com uma família inglesa para aprender o idioma.

Achas que os alunos da tua idade deviam escolher as disciplinas que gostariam de ter na escola? Na minha opinião esta é uma questão de difícil resposta, uma vez que acredito, por um lado, que os alunos deveriam escolher as suas próprias disciplinas, mas, por outro lado, esta ideia não seria viável curricular e economicamente. Por um lado, acho que o deviam fazer pois assim teriam as suas próprias ambições, iriam ao encontro da sua vocação. Os alunos poderiam escolher assim as disciplinas que achariam mais importantes para o seu desenvolvimento e para a sua carreira futura. Escolhendo as próprias disciplinas teriam mais interesse pelas mesmas, pois deveriam, em princípio, gostar das disciplinas, os alunos estariam mais concentrados e as notas seriam mais altas. Por outro lado, acho que se fossem os alunos a escolher as suas disciplinas, escolheriam apenas as disciplinas de que mais gostam, sem aprofundar conhecimentos noutras áreas. Acredito também que as pessoas mais novas, da minha idade, não têm maturidade suficiente para decidir que disciplinas querem e que futuro escolhem. Se todos os alunos escolhessem as suas disciplinas não seria possível a organização do ano escolar e de horários. Assim, acho que o currículo devia ser escolhido pela instituição e talvez fosse mais aceitável se se realizasse apenas a partir do secundário, quando os alunos têm mais maturidade e a sua ideia de futuro mais definida. 115


Procura-se…

Procura-se Um passarinho de um relógio de cuco amarelo

Fugiu no dia 23 de maio quando deram as 12h. Depois foi apanhado por um relógio de cuco. Se

o

encontrar

cucu@hotmail.com

mande ou

um

então

email ligue

para

para

o

911111111. A recompensa é uma espiga de milho. O cuco é o meu melhor amigo. Por favor encontre-o para podermos voltar a voar juntos pelos céus. Joana Pereira, nº 12, 5ºC

Procura-se

Anda à solta uma letra de jornal, é branca com contorno preto. Perdeu-se no dia 31 de dezembro (se calhar, foi passar o Ano Novo a outro lado). Ligue para o número: 967870900. Quem a encontrar, recebe o jornal já completo. Obrigada. Maria Francisco, nº 19, 5º C

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Procura-se Eu sou poeta e perdi a minha imaginação, ela é cheia de cor, escreve poemas muito bonitos e inventa histórias muito engraçadas para os meus filhos. Tem o hábito de passear, ela vai e vem, mas há 2 meses que não escreve poemas. Perdi-a na minha secretária no dia 25 de Maio. Se de repente vos der uma grande vontade de escrever poemas, por favor ligue para o 966349993 ou mande uma carta para: Rua dos poetas, lote 3, 2º esq. Recompensa: 40 euros e mais um poema Obrigada Mariana Ribeiro, nº 21, 5ºC

Anúncio Procura-se o silêncio do 5ºC. Tem 25 alunos, 8 rapazes e 17 raparigas e o seu silêncio é do tamanho de uma formiga. Perdeu-se neste ano letivo, a 15 de setembro de 2011, entre

paredes,

mesas,

cadeiras

e

blocos.

Quem encontrar o silêncio do 5ºC, ligue para o 239516875 e como recompensa tem direito a assistir a uma aula do 5ºC depois de ter encontrado o silêncio. Mariana Martins, nº 22, 5ºC

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