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Ao leitor Foto Pedro Rezende

Beach A

R e v i s t a

Co d o

L i t o r a l .

ANO VIII - Nº 88 - Outubro/2009 A revista Beach&Co é editada pelo Jornal Costa Norte Redação e Publicidade Av. 19 de Maio, 695 - Bertioga/SP Fone/Fax: (13) 3317-1281 www.beachco.com.br E-mail: beachco@costanorte.com.br Diretor - Presidente Reuben Nagib Zaidan Diretora Administrativa Dinalva Berlofi Zaidan

E mais...

Contagem regressiva

Edição

Eleni Nogueira (MTB 47.477/SP) beachco@costanorte.com.br

Moda 22 Diretor de Arte Roberto Berlofi Zaidan roberto@costanorte.com.br MegaPixel 24 Marketing e Publicidade

Investimento 32 Ronaldo Berlofi Zaidan marketing@costanorte.com.br

Fazenda Santana

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Depto. Comercial Gabriel Pinheiro Rota Gourmet

gabriel@costanorte.com.br

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Social 44 Fotos: Pedro Rezende Revisão: Adlete Hamuch Colaboração Aline Rezende, André Luis Ferreira, Bruna Vieira, Bruno Adriano, Cleusa Maciel, Cristiano Pires, Edison Prata, Eleni Nogueira, Fernanda Brito Paiva, Flávia Souza, Kuka Herrador, Lina Bastos e Marcus Neves Fernandes

As notícias referentes à exploração do pré-sal, na Bacia de Santos, são auspiciosas. A se traduzir em realidade as expectativas geradas nos bastidores, a prosperidade virá em forma de investimentos, de empresas estatais e privadas, em portos, aeroportos, terminais, estaleiros, rodovias, complexos hoteleiros, parques industriais (ufa!), e toda uma gama de serviços que demanda a moderna indústria petrolífera, com maciça geração de mão de obra. A euforia é tanta, que já há quem divida a história do litoral paulista entre os períodos pré e pós-sal, já que, segundo especialistas, nenhum dos ciclos econômicos do passado poderá ser comparado às enormes mudanças prenunciadas para a região. Quanto a isso, há poucas dúvidas. Mas, esse progresso gerado a partir de sal, óleo e gás, na verdade, começará a tomar corpo daqui, a pelo menos, três anos, e a ganhar músculos a partir de 2020. Tempo suficiente para que sociedade e governo se organizem e se preparem para o que está por vir. Já que, na esteira dos tão desejados petrodólares, virão também muitas demandas sociais, econômicas e ambientais. Planejamento, preparação de mão de obra especializada e pé no chão devem encabeçar a lista de prioridades daqui para frente, para que o futuro seja, sim, de riquezas, mas também de qualidade de vida, sustentabilidade e igualdade social. Eleni Nogueira

Circulação Baixada Santista e Litoral Norte

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Foto Pedro Rezende

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Foto André Luís Ferreira

Cartas

E mais... Entrevista

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Foto Bruna Vieira

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Planejamento 24

Ranchos Folclóricos Com cordiais cumprimentos, a diretoria da Casa da Madeira vem pela presente agradecer e parabenizar toda a equipe da revista Beach&CO pela matéria publicada na edição nº 86 (agosto/2009), referente às festividades dos 75 anos de nossa entidade,

Royalties 28

divulgando o trabalho dos Ranchos Folclóricos e a responsabilidade e empenho das comunidades portuguesas em manter acesa a tradição cultural através da música, da dança, da culinária e do artesanato.

Santos 32 José Maria Rodrigues Ferreira Filho

Imóveis 36 Formação profissional 38

Presidente da Casa da Madeira

Comunidades Tradicionais É com imensa satisfação que li a reportagem Comunidades Tradicionais (edição nº 85

Bambu 44

/julho) de forma a perceber que existem pessoas como vocês que enxergam esse segmento com tanto carinho como nós, aqui da Secretaria Municipal de Educação de Ilhabela.

Social 72

Agradeço imensamente a oportunidade de podermos, por intermédio dessa matéria, levar ao conhecimento de todos a dedicação dos nossos professores e profissionais envolvidos com a educação nas nossas comunidades tradicionais. Muito obrigada! Andrea Battesini - coordenadora da educação de jovens e adultos

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Foto Fernanda Brito Paiva

Nesta Edição... 56..Prêmio Máster para o Oásis

Spa & Home Resort

58..Moçambique, expressão

folclórica afro-brasileira

62..Aventura e história

em Paranapiacaba

66..A exótica Marrakech

das Mil e uma Noites

Capa

Foto Assessoria de Comunicação/PMU

Futuro reserva riquezas e desafios além-mar Foto DPI Imagens Ltda

Ubatuba pág. 50 Beach&Co nº 88 - Outubro/2009

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petróleo e gás Foto: arquivo Petrobras

Grandes

desafios para grandes

oportunidades

Previsões estimam em US$ 99 bilhões o total de recursos envolvidos na exploração do pré-sal, na Bacia de Santos, até 2020. Tal volume, a ser confirmado, mudará completamente o perfil físico, social e econômico da região. Mas, grandes obras geram grandes problemas, e as cidades envolvidas já discutem como enfrentá-los Por Lina Bastos Com reservas confirmadas de pelo menos 8 bilhões de barris de petróleo, o pré-sal brasileiro pode ser encarado como um enorme desafio, porém gerador de grandes oportunidades. Principalmente para os municípios localizados no litoral paulista, que divide com a costa fluminense a maior parte dessa riqueza natural. Graças a sua exploração e a investimentos que atingirão a marca de US$ 99 bilhões na Bacia de Santos até 2020, o mercado de trabalho e a geração de negócios na costa paulista prometem ser proporcionalmente grandes. Segundo estudo feito pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT), as atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural nesse reservatório serão responsáveis

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pela criação de aproximadamente 59 mil postos de trabalho na região, sendo que 13 mil serão gerados diretamente pela Petrobras. Aliado a isso, uma intensa movimentação da iniciativa privada faz com que grandes mudanças se avizinhem. Para atender à forte demanda do empresariado e reforçar a busca por aportes, o litoral paulista precisará dispor, até 2030, de pelo menos 3 milhões de metros quadrados em áreas industriais, conforme levantamento realizado recentemente pela Comissão Especial de Petróleo e Gás Natural (Cespeg), ligada à Secretaria de Desenvolvimento do estado. Para facilitar e organizar a atração de investidores, um relatório preliminar divulgado pela comissão divide o litoral em três regiões, separadas de acordo com suas vocações e limitações: Litoral Sul, Estuário de Santos e Litoral Norte. Os empreendedores devem estar atentos. A região do Litoral Sul tem pouquíssimas áreas com calado, mas apresenta condições privilegiadas para se firmar como grande corredor de acesso: tem uma boa rodovia duplicada e o governo estadual estuda a concessão da Rodovia Padre

Foto: Pedro Rezende

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Manuel da Nóbrega até a BR-116, em Miracatu. Por outro lado, é privilegiada por possuir um aeroporto, em Itanhaém, com boas possibilidades de voo. Só para se ter uma idéia, hoje a Petrobras já é responsável por cerca de 90% das operações realizadas no terminal. Enquanto isso, no Estuário de Santos, técnicos do governo apostam na instalação de, pelo menos, um estaleiro de grande porte, provavelmente em Cubatão, às margens do Canal de Pia-

a conditoral Sul apresent • A região do Li mo granpara se firmar co ções privilegiadas esso; de corredor de ac é na Santos, a aposta • No Estuário de taleiro de lo menos, um es instalação de, pe Cubatão, ovavelmente em pr e, rt po de an gr ; nal de Piaçaguera às margens do Ca a Sangócios na Baixad • Turismo de ne entos em grandes investim ir ra at ve de ta tis imos dois anos; hotelaria nos próx previSão Sebastião, a • De Bertioga a obiliário, rdadeiro boom im ve um de é o sã operação palmente, pela bancado, princi da UTG ício da operação industrial e o in ba. em Caraguatatu

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petróleo e gás çaguera, onde há uma área disponível de mais de 800 mil metros quadrados. Há outros dois terrenos de 150 mil metros quadrados para a construção de mais dois estaleiros de pequeno porte. Além disso, em consequência do cresci-

Em meio aos questionamentos que surgem com o novo marco regulatório do pré-sal; é fundamental a participação da sociedade

mento iminente no turismo de negócios na Baixada Santista, o setor hoteleiro promete investir R$ 83 milhões somente nos próximos dois anos em Santos. Já para a região do Litoral Norte, de Bertioga a São Sebastião, o relatório prevê um verdadei-

ro boom imobiliário, bancado, principalmente, pela operação industrial e o início da operação da Unidade de Tratamento de Gás em Caraguatatuba, que, conforme aposta o estado, irá agilizar a conclusão das obras nas rodovias Mogi Bertioga (SP-98), Manuel Hipólito Rego (SP-55), Osvaldo Cruz (SP-125) e Tamoios (SP-99). E a melhor notícia é que isso não é tudo. Atendendo (em parte) o pleito das prefeituras do extremo norte do litoral, a Petrobras prevê também compensações sociais e ambientais que, somadas, devem ultrapassar R$ 9 milhões nos próximos anos. Hoje, de fato, a Unidade de Negócio de Exploração e Produção da Bacia de Santos (UN-BS) já dá suporte a 22 comunidades pesqueiras na região, sendo 11 delas em Ilhabela. Além disso, só para a obtenção da licença de Mexilhão, a empresa dispõe de recursos da ordem de R$ 8 milhões, sem contar com a recente reforma na UTI da Santa Casa de Caraguatatuba, também custeada pela estatal.

Conferência estreita relações entre empresários do setor Foto: divulgação AGS3

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Foto: André Luís Ferreira

Feira reunirá 242 expositores, e espera movimentar mais de R$ 300 milhões

SantosOffshore

E nesse cenário promissor, assim como crescem as expectativas em torno dessa riqueza natural, aumentam os negócios do setor. Criada para divulgar essa cadeia produtiva aos empreendedores, a Santos Offshore Oil & Gás Conference chega este ano a sua terceira edição, que acontece, no Mendes Convention Center, entre os dias 20 e 23 deste mês em Santos. Graças às recentes descobertas e ao potencial já confirmado da Bacia de Santos, a organização do evento estima movimentar até R$ 330 milhões em negócios, valor muito superior ao apurado no ano passado, quando foram registrados R$ 200 milhões. Além disso, o número de expositores também cresceu (cerca de 15%), passando para 242 empresas na feira deste ano. Aos empresários que ainda têm dúvida se vale a pena investir e entrar nesse setor tão promissor, vale conferir o evento. Além da exposição propriamente dita, a conferência terá ainda um espaço que visa a estreitar o relacionamento entre as empresas que demandam serviços e as que oferecem, gerando um leque de oportunidades para que pequenos e médios empreendedores possam ingressar nessa cadeia produtiva. Na rodada de negócios do

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ano passado, os resultados foram surpreendentes, atingindo a marca de R$ 21,5 milhões. Com reuniões de aproximadamente 30 minutos, as empresas aproveitam para apresentar produtos e serviços, além de negociar com compradores que atuam na Bacia de Santos. Promovida em parceria com o Sebrae-SP, a rodada não deverá medir esforços para preparar essas empresas no atendimento a esse novo universo de clientes que chega juntamente com o petróleo. Hoje, mais do que nunca, em meio aos questionamentos que surgem com o novo marco regulatório do pré-sal, é fundamental a participação da sociedade, representada principalmente por investidores e instituições de ensino, na definição de novos empreendimentos e na preparação da mão de obra exigida por esse novo mercado. Uma região não pode querer somente os recursos provenientes dos royalties e demais compensações para crescer com sustentabilidade. É preciso agir e oferecer uma contrapartida hoje. Pensar em buscar infraestrutura, investimentos privados, cursos profissionalizantes, programas habitacionais e ampliação de escolas, creches e hospitais. Só assim, quando chegarem os petrodólares, a região já estará à altura de todo esse tesouro em seu quintal.

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petróleo e gás ENTREVISTA Foto: José Boaventura de Freitas/www.sxc.hu

Um raio X da era

pré-sal: hoje e amanhã José Luiz Marcusso, gerente-geral da Unidade de Negócio de Exploração e Produção da Bacia de Santos, da Petrobras, diz que a Bacia de Santos já gera cerca de 10 mil empregos. E, num futuro próximo, poderá mais do que dobrar esse número Por Marcus Neves Fernandes

Em entrevista exclusiva à revista Beach&Co, o engenheiro eletricista Marcusso elucida detalhes da exploração de petróleo e gás na região, além de abordar as questões sobre meio ambiente, empregos, investimentos, oportunidades de negócios, carências e potenciais da região. E dá uma dica para quem busca espaço no pré-sal: “Se eu pudesse 16

sugerir alguma coisa, esses cursos de nível técnico nas áreas de mecânica, elétrica e instrumentação, entre outros, têm grande potencial de colocação no mercado, seja na própria Petrobras ou nas empresas terceirizadas”. Na área de infraestrutura, o gerente anuncia que duas novas bases para helicópteros serão construídas na região. “Posso garantir que será entre a Baixada Santista e São Sebastião”. A seguir, os principais trechos da entrevista. Beach&Co nº 88 - Outubro/2009


Foto: Arquivo Petrobras

Quando, efetivamente, as jazidas do pré-sal da Bacia de Santos entram em produção? Na realidade, o pré-sal, em forma de teste, já está produzindo. O poço RJS646, no campo de Tupi, começou a produzir em 1º de maio, usando para isso um navio-plataforma de pequeno porte, chamado Cidade de São Vicente. Qual é o volume atual dessa produção? São cerca de 15 mil barris-dia, que compõem a primeira produção do pré-sal da Bacia de Santos, por meio do que chamamos de teste de longa duração (última etapa antes do início da produção comercial). E como este, vamos realizar outros 17 testes até o final de 2013, utilizando, inclusive, um segundo navio que irá chegar em maio de 2010. Além dos 18 testes, quando a produção em escala comercial terá início? A primeira produção em escala comercial do pré-sal está prevista para começar no final de 2010, por meio do navio-plataforma Cidade de Angra dos Reis. Serão 100 mil barris por dia de petróleo, além de 4 milhões de m³/dia de gás natural. Como se dará o escoamento dessa produção? Ela será escoada para Caraguatatuba, passando pelo campo de Mexilhão. Eu diria que Mexilhão é o projeto responsável pela nova era da Bacia de Santos. Por quê? Sem Mexilhão, não teríamos a unidade de Caraguatatuba e nem a Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato. O gás natural escoado de Mexilhão vai para Caraguatatuba. Mas não apenas para ele. Uruguá e Tambaú, no Rio de Janeiro, também vão escoar gás através de Mexilhão para Caraguatatuba. Isso sem falar no petróleo de Uruguá e Tambaú, cujo navio responsável pela produção, chamado Cidade de Santos, sai da China até 15 de novembro. Qual o volume de investimentos? Em 2010, toda essa infraestrutura até a costa de São Paulo compreende investimentos de US$ 12 bilhões, que inclui ainda o projeto Lagosta, Beach&Co nº 88 - Outubro/2009

Marcusso garante que projetos da Bacia de Santos têm preocupação com a sustentabilidade que fica a 5,7 km de Merluza, que, por sua vez, fica a 184 km de Praia Grande. O que isso representa na prática? Ele permite que no futuro todo o gás natural consumido na Baixada Santista seja de origem nacional. Lagosta já está em operação desde 25 de abril. Mas como existem obras ainda não concluídas na Refinaria de Cubatão, onde há uma unidade de processamento de gás em fase de ampliação, Lagosta está produzindo de forma reduzida. Em 2010, Lagosta e Merluza já devem abastecer toda a região. Por onde essa produção será escoada em São Paulo? Temos dois pontos na costa de São Paulo. 17


petróleo e gás E quanto à queima do gás? Os projetos estão sendo concebidos para que a queima seja praticamente zero.

Praia Grande e Caraguatatuba. Isso vai permitir que toda a oferta de gás para o estado de São Paulo atinja 22,2 milhões de m³ por dia. Hoje, isso representa mais do que importamos da Bolívia. Mas isso é a primeira fase, até o final de 2010. A partir de 2012 vêm, em série, os projetos das plataformas do pré-sal.

Como se encontram as obras na Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato, em Caraguatatuba? Todos os equipamentos já chegaram. Há 2.100 pessoas trabalhando e, em 2010, no pico da obra, teremos 2.800 empregados, cerca de 60% deles da região, participando de treinamentos e capacitação.

Existe uma preocupação do ponto de vista social e ambiental, com o desenrolar dessa produção. Qual a sua opinião a respeito? Todos os projetos da Bacia de Santos possuem uma preocupação muito grande no tocante à sustentabilidade. Um exemplo que o Ibama e a Petrobras deram foi na concepção do trecho inicial do gasoduto de Caraguatatuba até Taubaté, com 96 km. Toda a parte inicial dele se dará por meio de um túnel furando a Serra do Mar, com 5.200 metros. Esse túnel vai fazer com que o impacto na Serra seja o mínimo possível.

A Petrobras opera hoje três helipontos. Devemos implantar mais dois. Posso garantir que será entre a Baixada Santista e São Sebastião

Isso sem falar nas medidas compensatórias. Na Unidade de Caraguatatuba, por exemplo, a Petrobras está viabilizando projetos de apoio a 22 comunidades pesqueiras artesanais. Recém inauguramos, por exemplo, uma reforma na Santa Casa de Caraguatatuba. Sabemos que a exploração do pré-sal significa, por exemplo, emitir dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, um dos gases que mais prejudicam o equilíbrio ambiental. Que medidas estão sendo tomadas nesse sentido? Áreas como Tupi chegam a ter 12% de CO2. O projeto da Petrobras é reinjetar todo esse CO2, seja para armazenamento ou para recuperação suplementar de petróleo.

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Quando a unidade começa a operar? Isso se dará em três fases. A primeira, em maio de 2010, por meio de uma planta de pequeno porte, para 3 milhões de m³ de gás. Com isso, já será possível receber gás de Mexilhão, Uruguá e Tambaú. Tupi fica para o final do ano. O segundo estágio se dará em setembro, com a entrada em funcionamento do primeiro módulo de grande porte, para 7,5 milhões de m², o que nos fará atingir uma capacidade nominal de 10,5 milhões de m³. Por fim, o terceiro estágio de processamento acontecerá em dezembro de 2010, com um segundo módulo, também para 7,5 milhões de m³. Isso perfaz um total de 18 milhões de m³. Porém, a expectativa é processar até 10% a mais, atingindo 20 milhões de m³ por dia até dezembro. Quando a unidade estiver pronta, como se dará o reaproveitamento dessa mão de obra? Parte desses trabalhadores poderá, eventualmente, ser aproveitada em serviços de manutenção, hotelaria etc. Já a equipe de operação e manutenção é própria da Petrobras, que ainda não está lá. Fala-se que o pré-sal será sinônimo de uma grande absorção de mão de obra. Concretamente, o que temos agora e para o futuro? Aqui em Santos já temos em torno de mil pessoas que trabalham para a Bacia de Santos, seja na área de exploração, produção, jurídica, tributária etc. Esses são empregos diretos.

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Fotos: Arquivo Petrobras

Unidade de Tratamento de Gás, em Caraguatatuba, entra em operação em maio de 2010 com expectativa de processar 20 milhões de m³ de gás por dia até dezembro do mesmo ano Esses números incluem as obras da futura sede no bairro do Valongo, em Santos? Não. Lá serão três prédios. O primeiro deve entrar em funcionamento em 2012, com a obra começando em meados de 2010. O segundo em 2014/15 e o terceiro em 2017/18. Durante a obra, nós estimamos gerar 1.200 empregos. Já o gasoduto CaraguatatubaTaubaté já gera 2.000 postos de trabalho. A Plataforma de Mexilhão, que está sendo construída em Niterói (RJ), mais 2.000. Hoje, na Bacia de Santos, há 12 sondas perfurando. Essas sondas empregam 2.400 pessoas. Tudo isso sem contar os postos gerados pelas empresas que prestam serviço. Então, hoje, a Bacia de Santos já gera mais de 10 mil vagas diretas e muitas indiretas que temos até dificuldade de calcular. Esses números estão dentro da expectativa? Quando montamos a Unidade de Negócio de Exploração e Produção da Bacia de Santos, em 2006, nós estimamos que ela geraria entre 10 e 15 Beach&Co nº 88 - Outubro/2009

mil empregos. Hoje, ela já está gerando mais de 10 mil sem o pré-sal. Por isso, esse número, no futuro, será muito maior. É possível precisar essa estimativa? Em 2006, quando furamos o primeiro poço, não tínhamos uma clara dimensão de que viria a ser Tupi, Iara, Guará, Carioca etc. Então, os 10 a 15 mil empregos eram uma realidade de um présal sem o potencial que nós acabamos descobrindo a partir de 2007, quando esse quadro mudou muito. Falar em duas vezes esse número pode não ser 100% garantido, mas, na atualidade, já são mais de 10 mil. São empregos que estão no Rio e São Paulo, pois as sondas estão em uma bacia que tem 350 mil km quadrados. Uma parte importante em toda essa logística é o transporte aéreo. Como estão os projetos de aeroportos e heliportos na região? A Petrobras opera hoje heliportos em 3 locais: Jacarepaguá (RJ), Itanhaém e Navegantes (SC). Nós devemos implantar mais dois. 19


O anúncio desses novos pontos deve gerar grande expectativa para as cidades contempladas... Certamente isso gera uma reação em cadeia fantástica, pois, para operar essas novas bases são necessárias outras empresas dando suporte. Na região, quais as áreas que hoje reúnem mais condições de sediar essas bases? Aqui, várias áreas ao longo do Porto de Santos, Bertioga e São Sebastião estão sendo analisadas. Posso garantir que será entre a Baixada Santista e São Sebastião.

E quanto aos aeroportos? Vamos ampliar as operações em Itanhaém

Os cursos de nível técnico nas áreas de mecânica, elétrica e instrumentação, são cursos com grande potencial de colocação no mercado

e estamos estudando ainda outro ponto. Estamos avaliando a Base Aérea de Santos, mas isso não está fechado. Outra questão crucial em todo esse processo é a qualificação da mão de obra. Já é possível apontar quais as maiores carências da região? Estamos mapeando essas carências. Para isso, temos um fórum regional do Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás), onde essas demandas profissionais são levantadas, e em editais periódicos, pessoas são recrutadas no mercado. Se a pessoa estiver desempregada e for de nível médio, tem direito a uma bolsa de R$ 300. Se for de nível técnico, R$ 600 e se for de nível superior, R$ 900. Elas são capacitadas e depois têm a oportunidade de entrar nos projetos, seja na obra de implantação ou na manutenção das instalações. Qual tem sido a taxa de aproveitamento? O Prominp tem conseguido colocar nos proje-

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tos cerca de 75% das pessoas treinadas por meio desses editais. Qual o papel do Prominp? Quando um projeto vai ser implantado, temos que explicitar quais são os cargos que ele vai demandar. É isso que o Prominp faz. E quando fazemos um edital e dizemos que precisamos de eletricista, mecânico, instrumentista, as pessoas que estão capacitadas vão lá, prestam concurso. O senhor quer dizer no nível técnico? Sim, no nível técnico atende muito bem. O Senai, em Santos e Cubatão, é excelente. Aliás, a maior parte de nossos técnicos de operação e manutenção é oriunda do Senai. Esse é um bom caminho para quem mira um emprego no pré-sal? Eu sempre falo o seguinte: a pessoa deve estudar o que gosta. Mas se eu pudesse sugerir alguma coisa, esses cursos de nível técnico nas áreas de mecânica, elétrica, instrumentação etc, são cursos com grande potencial de colocação no mercado, seja na própria Petrobras ou nas empresas terceirizadas. Parte dessa demanda terá que ser suprida por outras regiões. É possível avaliar quantos virão de fora? É preciso analisar caso a caso. A nossa diretriz principal é buscar contratação local, gerando empregos onde as atividades são realizadas. Mas sempre haverá gente de fora. Em Caraguatatuba, por exemplo, 60% das contratações são locais, isso é um bom indicativo. Essa política também se reflete nas empresas de apoio? Recomendados que as empresas prestadoras de serviço aqui se instalem. Nós, por exemplo, estamos para assinar um grande contrato de construção e montagem da nossa unidade. Exigimos que a empresa se instalasse num raio máximo de 60 km de Santos.

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O senhor pode dar um exemplo concreto? No Valongo, algumas iniciativas já foram tomadas, a cargo da prefeitura de Santos, como o Plano Diretor do Valongo, contemplando transporte, ciclovias, VLT (veículo leve sobre trilhos), transporte marítimo etc. Qual o papel da Comissão Especial de Petróleo e Gás, criada pelo governo do estado de São Paulo, nesse processo?

Vamos ampliar as operações no aeroporto de Itanhaém e estamos estudando ainda outro ponto. Estamos avaliando a Base Aérea de Santos, mas isso não está fechado

Como a questão ambiental se encaixa em todo esse processo? Nossa unidade começou a operar em 5 de janeiro de 2006 e, em 5 de setembro, instalamos o fórum regional do Prominp. Ele tem dois objetivos: identificar as carências de mão de obra e capacitar as pessoas. Mas um dos pontos principais que nós começamos a atacar, juntamente com várias entidades, sejam elas governamentais ou não, é a questão dos impactos.

Essa comissão está identificando todos os gargalos para essa indústria se desenvolver e também como minimizar os impactos. Está sendo realizada uma análise ambiental estratégica, indicando quais as potencialidades para instalação de portos e estaleiros; quais os gargalos para fornecimento de água, energia elétrica, rodovias de acesso, problemas habitacionais etc. Acho que o governo e a Baixada Santista estão se preparando.

Trecho inicial do gasoduto de Caraguá será por meio de túnel na Serra do Mar Foto: Assessoria de Comunicação/PMC

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petróleo e gás

Planejar

é a palavra de ordem

Junto com os tão aguardados investimentos, virão as demandas por habitação, saúde, educação, lazer, cuidados com o meio ambiente. Problemas de médio e longo prazo, mas que precisam, já, de estudos e projetos governamentais e das comunidades envolvidas

Por Kuka Herrador Especialistas afirmam que a Baixada Santista vai sofrer uma mudança radical e já dividem a história do litoral paulista entre os períodos pré e pós-sal. “Que investimentos virão, é fato. Que a população vai se multiplicar também. Diante disso, o mais importante é planejar, para saber aproveitar os pontos positivos e adotar medidas preventivas para eliminar os negativos.” A análise é de Casemiro Tercio Carvalho, coordenador de Planejamento Ambiental da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, um dos responsáveis pela elaboração do Planejamento Ambiental Estratégico do Litoral Paulista (PINO – Porto, Indústria, Naval e Offshore), que prepara um panorama geral da infraestrutura de cada um dos nove municípios da Baixada Santista e das cidades do litoral norte (Ilhabela, Caraguatatuba, Ubatuba e São Sebastião).

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Malha viária, saneamento, energia elétrica, habitação, transporte e a vocação de cada área para alavancar determinados segmentos estão entre os assuntos pesquisados, além de um levantamento geral sobre as áreas de preservação e suas características. Um planejamento que tem como base dimensionar a capacidade da região e o que pode ser ampliado até 2030. Encomendado pelas secretarias estaduais de Meio Ambiente, Economia e Planejamento e Desenvolvimento, o plano surgiu após os técnicos da CESPEG – Comissão de Petróleo e Gás Natural, detectarem a dificuldade dos empresários em promover investimentos na região, em decorrência da demora nos licenciamentos ambientais do estado de São Paulo. Além disso, toda a movimentação em torno

Foto: Pedro Rezende

da expectativa gerada pela capacidade da Bacia de Santos colocou o governo do estado em alerta sobre a preparação do litoral paulista para receber os investimentos de grande porte que a atividade demanda. Casemiro destaca a importância do projeto: “Este instrumento antecipa os impactos associados às atividades que serão desenvolvidas em todo o litoral paulista. Desta forma, evitamos o boom de crescimento nas cidades de forma desordenada sem a preservação da qualidade de vida”. E cita o exemplo de Macaé, no Rio de Janeiro, onde a população, segundo ele, aumentou 10 vezes, a renda cresceu de forma absurda e o IDH –Índice de Desenvolvimento Humano – continuou o mesmo. “Além do fator prevenção, o planejamento nos permitirá discutir os paradigmas do licenciamento ambiental”. O projeto dividiu a costa em três regiões: Litoral Sul, Estuário de Santos e Litoral Norte. Com

Casemiro destaca que os estudos mostram de forma antecipada os impactos possíveis no litoral paulista

Bertioga tem 85% de seu território em área de preservação Beach&Co nº 88 - Outubro/2009

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petróleo e gás base nos estudos destas regiões, prevê-se que o litoral sul será destinado à ocupação industrial e à instalação de bases de apoio aeroportuário; para o Estuário de Santos, a aposta é na construção de estaleiros; já no Litoral Norte, o projeto destaca a escassez de áreas livres para investimentos de grande porte, mas prevê ocupação industrial em Caraguatatuba, onde a Petrobras inaugura no próximo ano a Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato. Da conclusão do PINO, prevista para janeiro de 2010, serão extraídos dois grandes produtos: a criação de um banco de dados – com informações públicas que poderão servir de base para futuros empreendedores, órgãos licenciadores e sociedade, e uma agenda de recomendações para que o governo do estado possa desenvolver políticas públicas, prever orçamentos a curto, médio e longo prazo, além de servir de orientação a novos investidores sobre as áreas disponíveis para implantação de portos, aeroportos, estaleiros e indústrias.

Malha viária, saneamento, energia elétrica, habitação, transporte e a vocação de cada área para alavancar determinados segmentos estão entre os assuntos pesquisados

As recomendações abrangem, ainda, a política de compensação ambiental que, obrigatoriamente, terá que ser feita para manter o equilíbrio natural da área a ser ocupada. Todas essas informações têm como objetivo permitir maior agilidade nos processos de licença ambiental, uma vez que o estudo mostrará de forma antecipada todos os impactos possíveis no litoral paulista.

Agenda

Estudos da Secretaria Estadual de Meio Ambiente preveem fóruns bimestrais para debater com a comunidade os impactos e os benefícios dos investimentos portuários, navais, industriais e petrolíferos com a exploração da Bacia de Santos. Os fóruns contam com a participação de prefeituras, Ministério Público, iniciativa privada, entidades ambientalistas e empresariais. Dois encontros já foram realizados e outros dois estão agendados para os dias 14 de outubro, na Baixada Santista e 15 de outubro, no litoral norte. Além dos fóruns, mensalmente são feitas reuniões para acompanhamento técnico dos trabalhos e interação das equipes, das quais participam representantes das prefeituras e das secretarias estaduais de Meio Ambiente, Economia e Planejamento, Desenvolvimento, Transportes, Saneamento e Energia. O próximo encontro será no dia 26 de outubro, na capital. Foto: Pedro Rezende

Rodovia Rio-Santos nos limites de Bertioga 26

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petróleo e gás

Senhores façam

suas apostas

E o jogo dos royalties começou com grande empenho dos seus contendores, os municípios que serão beneficiados com os recursos advindos do pré-sal. Uns menos, outros mais, todos lucrarão, direta ou indiretamente Por Lina Bastos Enquanto aguardam as definições a respeito do novo marco regulatório do pré-sal, dirigentes municipais e políticos do litoral paulista já começam a fazer as contas de quanto a região poderá lucrar com os royalties resultantes da produção de petróleo e gás natural nos campos já licitados na Bacia de Santos. Os municípios do litoral norte são hoje, sem dúvida, os maiores beneficiados com a exploração da reserva. Segundo dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP), somente a cidade de São Sebastião arrecadou mais de R$ 56 milhões em royalties no ano passado. E isso, de acordo com o que diz a atual legislação do setor, por possuir uma instalação de embarque e desembarque de petróleo num volume muito grande. Vale lembrar que a cidade recebe a maior quantidade de óleo do Brasil. E, como para os campos já licitados e em operação no pré-sal da Bacia de Santos continuarão vigorando as Leis 7.990/89 e 9.478/97 – que permitem a distribuição de, no mínimo 5%, e no máximo 10% dos recursos oriundos dos royalties – , esse cenário não deverá ser alterado em curto prazo. Seguindo as regras atuais, pouca coisa deverá mudar, por exemplo, em Bertioga. De acordo com estudo realizado pelo Instituto 28

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municação/PMI

Foto: Arnaldo Klajn/PMSS

de Co Foto: Assessoria

São Sebastião é a cidade do litoral norte que mais recebe royalties. Prefeitos das demais cidades querem maior parcela

de Pesquisas Tecnológicas (IPT) de São Paulo – que considerou um cenário com a produção diária de 1 milhão de barris de petróleo, com o barril valendo US$ 84 e a moeda norte-americana, R$ 2 – a cidade receberá em royalties, em 2018, cerca de R$ 21,5 milhões, valor aproximado ao que já ganha hoje por ser confrontante a São Sebastião e por abrigar a produção no Campo de Merluza, ou seja, R$ 23,1 milhões. Ao todo, o IPT estima que a comercialização do petróleo e do gás natural extraídos do pré-sal da Bacia de Santos irá render R$ 5 bilhões em royalties em nove anos, sendo que, desse total, R$ 2,6 bilhões serão destinados ao estado de São Paulo, ficando o restante para o Rio de Janeiro. Na Baixada Santista, por sua vez, Cubatão poderá ser, em 2018, o município que mais receberá em participação governamental, com uma receita de R$ 42,3 milhões, graças à presença de uma Beach&Co nº 88 - Outubro/2009

refinaria na cidade. Diferentemente do previsto para o litoral norte, o valor nesse caso será maior do que o arrecadado em 2008 (R$ 13,7 milhões). Peruíbe aparece em segundo na Baixada Santista na lista dos maiores beneficiados, com R$ 35,6 milhões em 2018 (frente os R$ 13,6 recebidos

IPT estima que petróleo e gás extraídos da Bacia de Santos irão render R$ 5 bilhões em royalties em nove anos, sendo R$ 2,6 bilhões ao estado de São Paulo e o restante para o Rio de Janeiro no ano passado). Também em nove anos, Praia Grande e São Vicente virão em seguida, com cerca de R$ 22 milhões cada um, quantia bem superior aos R$ 241 mil recebidos em 2008. 29


Amprogás

Na expectativa das riquezas a ser geradas pela exploração de petróleo e gás na região, os municípios de Ilhabela, Caraguatatuba, Ubatuba, Peruíbe e Iguape, uniram-se para fundar, no primeiro semestre deste ano, a Amprogás (Associação dos Municípios Produtores de Gás Natural da Bacia de Santos) com o objetivo de acompanhar a distribuição dos royalties entre as cidades do litoral paulista. “O estado de São Paulo, como unidade da Federação, nunca deu tanta atenção para os royalties. Agora, os municípios paulistas produtores de gás estão aprendendo com os municípios do Rio de Janeiro. Queremos pagamentos justos e vamos lutar por isso”, afirma o presidente da associação, o prefeito de Ilhabela Antônio Colucci. Para o prefeito de Ubatuba Eduardo César, a questão da exploração de gás na região deve ser discutida de forma séria, comprometida e com a união dos municípios. “Precisamos trabalhar para minimizar os impactos e conquistar o desenvolvimento sustentável da região”, afirmou. Em Caraguatatuba, segundo Silvio Tavares, secretário de Planejamento, os planos para os futuros recursos já estão traçados: os investimen-

Foto: Assessoria de Comunicação/PMI

Antônio Colluci preside a associação. Caraguá (ao lado) já traçou destino para os futuros repasses

tos irão para a reforma de 12 Unidades Básicas de Saúde, construção de quatro novas unidades, municipalização do Pronto-Socorro e reforma e ampliação da Santa Casa para 215 leitos – neste caso, já em andamento, com verba de projetos sociais da Petrobras. Também receberão investimento, as estradas vicinais de Caraguatatuba, tanto no sentido centro-sul, no trecho paralelo à Rio-Santos, que liga o Jardim Jaqueira ao Perequê Mirim, como no trecho centro-norte, que vai do bairro Rio do Ouro até Massaguaçu. No setor de habitação, a prefeitura pretende aplicar os recursos dos royalties na construção de moradias, em áreas passíveis de expansão, para a população de baixa renda, como medida preventiva à formação de favelas. O Poder Legislativo da cidade, representado por três vereadores, também se mobilizou e criou a Comissão de Assuntos Relevantes relacionados à Base de Gás. De acordo com o presidente da comissão, o vereador Pedro Ivo de Sousa Tau, o grupo visitou unidades da Petrobras em Paulínea/SP, Macaé/RJ e Caraguatatuba (UTGCA) e, a partir das informações obtidas, formularão e encaminharão requerimentos e indicações ao Executivo. Foto: Assessoria de Comunicação/PMC

Por Bruna Vieira

petróleo e gás

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petróleo e gás

Em Santos,

um sopro de vitalidade

O bairro do Valongo terá muito a ganhar com a instalação da Unidade de Negócio de Exploração e Produção da Bacia de Santos, que dará novo alento aos projetos de revitalização da área central. Grupo de trabalho já elabora Plano Diretor especial para o bairro Por Flávia Souza A cidade aguarda com grande expectativa a construção da sede da Unidade de Negócio de Exploração e Produção da Bacia de Santos, cuja instalação, nas palavras do prefeito Paulo Tavares Papa, “será um dos mais importantes indutores de desenvolvimento da região. Ela consolidará nosso esforço de anos pela revitalização do Centro Histórico, pois trará novos investimentos privados e públicos”. A área do Valongo, escolhida para receber a sede da Petrobras, conta com a facilidade de acesso ao sistema Anchieta-Imigrantes, às linhas férreas, à Base Aérea e ao Porto, o que, como diz Papa, motivará “uma transformação muito positiva, com todas as adequações necessárias em segurança, iluminação, urbanização, transporte público e soluções viárias”. A Petrobras pagou R$ 15 milhões à prefeitura pela aquisição do local, valor que, segundo o prefeito de Santos, está sendo investido em educação. Para a preparação da área, localizada entre as ruas São Bento, Marquês de Herval, Cristiano Otoni e Augusto Barata, foi instituído um grupo de trabalho, que elabora o Plano Diretor especial para o bairro. Quando a unidade entrar em

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pleno funcionamento, previsto para os anos de 2016 e 2019, congregará seis mil funcionários diretos em escritórios de inteligência e laboratórios de especialidades. Todo o controle operacional da Bacia de Santos será feito a partir dessa nova sede no Valongo. Quando a Petrobras iniciou suas atividades no município, há três anos e meio, contava com 40 trabalhadores. Hoje são 800, que atuam em sedes alugadas da Avenida Conselheiro Nébias (Vila Nova) e Rua Dom Pedro II (Centro).

Infraestrutura

Preparar as cidades para a grande demanda de investimentos e aumento populacional que

Foto: Pedro Rezende

Prefeito Papa, feliz com os resultados das negociações com a Petrobras

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Fotos: Tadeu Nascimento/ Assessoria de Comunicação PMS

Prédios da Unidade de Negócio de Exploração e Produção da Bacia de Santos (detalhe), no bairro do Valongo, estão previstos para ser entregues entre 2012 e 2018

estão por vir é o grande desafio da atualidade no litoral paulista. Santos já está alguns passos à frente, pois tem a vantagem de contar com excelente infraestrutura urbana. O fornecimento de água tratada beneficia 100% da população, enquanto o total de esgoto coletado chega a 99%, conforme dados do Ministério das Cidades. O nível de urbanização é alto e, de acordo com o prefeito, um amplo programa habitacional está em andamento, e envolve a construção de 7.600 unidades habitacionais, além de ações efetivas pela regularização fundiária. Diz Papa: “Ao mesmo tempo, a rede de unidades de educação, saúde e assistência social vem sendo ampliada e qualificada”. E, em relação aos problemas ainda existentes na Zona Noroeste e morros, a cidade conta com o Programa Santos Novos Tem-

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pos, que prevê operações de macrodrenagem, segurança das encostas, construção de moradias populares, obras de recuperação ambiental e a ampliação da infovia (rede de transmissão de dados por fibras ópticas) para a Zona Noroeste, que vai levar a internet sem fio a praças, centros comunitários e escolas. O programa será executado por meio de um financiamento de US$ 88 milhões, do Banco Mundial.

R$ 15 Petrobras pagou ra de milhões à prefeitu ição da Santos pela aquis , valor que, área do Valongo tá sendo segundo Papa, es cação investido em edu 33


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petróleo e gás

Animação total no setor de imóveis Dados do Creci mostram que a venda de imóveis na Região aumentou 27% em relação ao ano passado. Expectativas em relação à exploração do petróleo e gás, expansão do Porto, proximidade com São Paulo, facilidade de financiamento de imóveis e qualidade de vida da região colaboram com esse aumento Por Flávia Souza Difícil passar um dia em que o corretor de imóveis Carlos Manoel Ferreira não seja procurado por pessoas que desejam fixar residência em Santos e região. Em grande parte, de profissionais que atuam na Petrobras. Delegado do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis da Baixada Santista (Creci), que abrange todos os municípios da Baixada Santista, Ferreira diz que essa procura diária começou há quatro anos e que aumentou muito em 2009. Apesar da crise econômica mundial, Carlos Manoel revela que a venda de imóveis na região aumentou 27% em relação ao ano passado. Entre as razões, segundo ele, está a instalação da Unidade de Exploração e Produção da Bacia de Santos. “Uma coisa chama a outra. Além da exploração do petróleo e gás, temos também a expansão do 36

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Fotos: Pedro Rezende

Santos é a cidade preferida dos executivos, segundo Creci

Porto, a proximidade com São Paulo, a facilidade de financiamento de imóveis e, principalmente, a qualidade de vida que a região oferece”, explica. A expectativa do Creci é de um grande aumento populacional na região por conta dos investimentos da Petrobras. Apesar dos muitos empreendimentos imobiliários em pleno desenvolvimento, e outros projetados, o órgão acredita que ainda serão poucos para agregar essa nova população. Carlos é de opinião que a Baixada Santista não está preparada para receber essa demanda de novas famílias. “Santos é a única cidade da região que tem total infraestrutura. As demais falham em itens como saneamento básico e segurança. O trânsito também ficará caótico”, acredita. E Santos, de acordo com dados do Creci, é a cidade preferida por executivos que fixam residência na região, por ser o município que oferece melhor padrão de vida, semelhante ao encontrado na capital. Um processo novo que, de acordo com o delegado do Litoral Sul, Paulo Wiazowski, tem feito com que muitos dos atuais moradores de classe média da cidade façam o processo inverso e saiam de Santos para fixar residência em outros municípios da região. “Muitas pessoas estão deixando Santos para morar em Praia Grande e Mongaguá, cidades que mais cresceram nos últimos anos. A cada seis imóveis vendidos em Praia Grande, três são comercializados em Mongaguá. E a procura por novas residências está sendo grande até Peruíbe”, diz. Beach&Co nº 88 - Outubro/2009

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petróleo e gás Fotos: André Luís Ferreira

Cursos

já preparam mão de obra Além dos de níveis superiores, específicos para a área, instituições de ensino oferecem cursos básicos de capacitação para uma mão de obra que será absorvida tanto pelas indústrias petrolíferas, quanto por outros segmentos desse vastíssimo setor Por Flávia Souza De olho no futuro mercado de trabalho na região, mais de 600 alunos santistas frequentam, atualmente, cursos superiores tecnológicos voltados para a área de petróleo e gás nas universidades da cidade. Uma demanda que acompanha o ritmo das expectativas relacionadas à era do pré-sal na Bacia de Santos. Mas, atenção! A contratação de profissionais não ficará restrita ao campo de petróleo, como prevê o professor Juarez Fontana dos Santos, co38

ordenador do Curso Superior de Tecnologia em Petróleo e Gás, da Unimonte, para o qual haverá trabalho em todos os segmentos. “Não há uma profissão específica que seja mais procurada porque o campo é muito vasto. A instalação da Unidade de Negócios de Exploração e Produção da Bacia de Santos abrirá vagas para engenheiros, profissionais especializados em tubulações, projetistas, calculistas, soldadores, técnicos em geotecnia e inspetores de equipamentos. Até alpinistas operacionais deverão ser contratados, além de pilotos de helicópteros, operadores de Beach&Co nº 88 - Outubro/2009


Contratação de o ficará profissionais nã o de restrita ao camp nda de petróleo. Dema ilitará mercado possib as em abertura de vag ntos variados segme

lanchas, capitães de navios e rebocadores, armadores, estoquistas e mergulhadores”. O professor, contudo, acredita que esses empregos não serão encontrados facilmente. “Como a produção de petróleo está prevista para 2020, digo para os meus alunos que não fiquem ansiosos. Quem entra num curso de formação precisa saber que, o que antecede a operação, é a formação do profissional. Muitas vezes, ele tem que estar habilitado e ter paciência para esperar a sua oportunidade”, aconselha. Na visão da professora Adriana Florentino de Souza Leoni, coordenadora do Curso de Graduação de Tecnologia em Petróleo e Gás da Unisantos, são diversas as áreas que o tecnólogo pode atuar. “Ele pode trabalhar na indústria de petróleo e gás, no segmento de comercialização em plataformas, refinarias e instituições de pesquisas”.

Formação profissional

Além de cursos superiores, específicos para a

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área, instituições de ensino como o Senai e o Senac, além do Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás), oferecem cursos básicos de capacitação voltados para a mão de obra operacional, como por exemplo: técnico em eletroeletrônica, instrumentação, projetista, técnico em solda, pintor, entre outros. Luiz Carlos Rachid, coordenador do Prominp Bacia de Santos, acredita que a formação de profissionais está acompanhando a demanda de empregos oferecidos na região. “As coisas começaram a acontecer este ano. Daqui a dois ou três anos, a quantidade de postos profissionais será muito grande e, se continuar nesse ritmo, vamos estar bastante preparados”. O Prominp dá cursos de qualificação profissional, a fim de preparar jovens para as empresas que atuarão com petróleo e gás na região.

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Quatro ciclos desses cursos já foram realizados e, ainda este ano, deverá ser anunciado o quinto. “Oferecidas em áreas distintas, como solda, meio ambiente e segurança do trabalho, as aulas proporcionam um aporte para a região. Assim, quando as indústrias se instalarem, poderão utilizar profissionais que moram na Baixada Santista, sem precisar trazer trabalhadores de fora”. Rachid recomenda que os interessados em atuar no setor de petróleo e gás procurem se informar sobre os cursos oferecidos. “Várias instituições de ensino estão oferecendo formação profissional nesta área, mas é preciso conhecer Foto: Pedro Rezende

o histórico da escola, para não cair na ilusão de estar fazendo um curso que o levará direto para a Petrobras. Isso não existe. As oportunidades acontecem para aqueles que estiverem realmente preparados”, afirma. A prefeitura de Santos também oferece curso técnico gratuito na área de petróleo e gás, voltado para o ensino médio e com duração de quatro semestres. As aulas são dadas na escola Dr. Fernando Costa, na Vila São Jorge (Zona Noroeste) e na Acácio de Paula Leite Sampaio, na Vila Mathias.

Cursos superiores

Em Santos, a Unimonte, a Unip e a Unisantos oferecem o Curso Superior de Tecnologia de petróleo e gás. Já a Unisanta oferece o curso tecnológico de Gestão de Qualidade, voltado para a área de Petróleo e Gás. Essas universidades, com exceção da Unip, ainda oferecem o curso de Engenharia em Petróleo. Os cursos tecnológicos destas quatro universidades ainda não obtiveram reconhecimento do Ministério da Educação e funcionam por meio de registro. Isso acontece porque o reconhecimento pelo MEC só é possível após a formação da primeira turma. Em julho deste ano, a Unimonte formou sua primeira turma, graduando 18 alunos, e agora aguarda o reconhecimento. No momento, reconhecido pelo MEC, apenas o curso da Unimes de graduação em Administração, voltado à gestão do petróleo, do gás e do álcool. Serviço: Para conhecer os cursos oferecidos pelo Prominp e seu processo de seleção acesse o site www.prominp.com.br. A página virtual da Rede BS também oferece muitas informações sobre a demanda de empregos no setor (www. redebs.org.br).

As oportunidades virão. Mas é preciso estar preparado

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meio ambiente

Bambu Alternativa sustentável na decoração Matéria-prima renovável permite a confecção de belíssimas placas aplicáveis em paredes, forros, divisórias e móveis. E o melhor, com a vantagem de diminuir a pressão pelas chamadas madeiras nobres e, de quebra, a supressão ilegal de florestas virgens

Por Marcus Neves Fernandes Fotos Pedro Rezende Desde o início do ano, uma área de floresta, equivalente a três vezes o território do município de Bertioga (490 km2), desapareceu da Amazônia sob a ação de machados e motosserras. Mais de 70% do produto primário dessa devastação, a madeira, tiveram como destino os estados da região Sul-Sudeste do país, seja para o setor moveleiro, de papel e celulose, decoração ou para construção civil. Os dados, obtidos por meio dos satélites CBERS e Landasat, foram divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e tidos como auspiciosos, já que foram 75% inferiores aos registrados no primeiro semestre do ano passado – o que nos permite ter uma real dimensão do impacto que a atividade, em sua grande parte clandestina, provoca na maior floresta tropical do mundo. Aos poucos, porém, surgem opções que podem minimizar essa destruição. Uma delas é

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Placas feitas a partir do bambu substituem muito bem outros materiais em áreas internas

a madeira certificada (veja o intertítulo ‘Ecologicamente correto’), que o consumidor pode identificar por meio do selo ‘SFC’, sigla em inglês de Conselho de Manejo Florestal, impresso nas toras ou embalagens de manufaturados. Outra opção são as chamadas madeiras alternativas, tais como as feitas de lixo doméstico ou as naturais, entre estas, o bambu. Mas, afinal, qual a vantagem em substituir madeira por bambu? Segundo Celina Llerena, diretora do Centro de Pesquisa e Tecnologia Ex-

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perimental em Bambu (Ebiobambu), de Resende (RJ), enquanto que com o pinus, uma das espécies de árvores mais usadas no país, é possível obter três mil árvores por hectare, o bambu rende 10 mil unidades no mesmo espaço. Além disso, enquanto o pinus leva sete anos para chegar ao ponto de corte, o bambu está pronto para o uso em três anos. E mais: quando cortado, o bambu rebrota, vive em média 100 anos, e algumas espécies crescem até 10 metros por mês.

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meio ambiente

Em outras palavras, o plantio do bambu rende mais por hectare do que todas as demais espécies de madeira usadas hoje na decoração ou construção civil. Sua adoção nesses setores permite diminuir a pressão pelas chamadas madeiras nobres e, por tabela, a supressão ilegal de florestas virgens.

O Brasil do bambu

O potencial de exploração dessa fibra natural é tão promissor, que pesquisadores brasileiros criaram, em 2007, o primeiro ‘Centro de Pesquisa e Aplicação de Bambu e Fibras Naturais’. A ideia é seguir o exemplo da China, onde os negócios decorrentes da planta geram mais de US$ 3 bilhões a cada ano, substituindo, com grande vantagem, a madeira. Exemplos não faltam. No Maranhão, uma fábrica exporta toda a produção de papel, feita

Uso do bambu ajuda a diminuir pressão pelas chamadas madeiras nobres

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a partir do bambu. No Paraná, fabricam-se móveis. Em São Paulo, testa-se um sistema de irrigação com varas de bambu, 50% mais baratas do que os canos de PVC. Na Unicamp, ele substitui o aço em pilares e vigas. No Rio de Janeiro, são feitos andadores para auxílio de deficientes físicos. E ainda é possível encontrar colchões, toalhas, cuecas, calcinhas e malhas feitas com a fibra. Segundo o diretor do Programa Nacional de Florestas do Ministério do Meio Ambiente Jo-

berto Freitas, com a criação do Centro de Pesquisa, universidades, empresas e o próprio governo terão mais subsídios para desenvolver alternativas para aproveitamento da planta. Afinal, o Brasil detém a maior reserva nativa de bambu do mundo, localizada no Acre, com mais de 600 mil hectares – algo equivalente a quase 900 mil campos de futebol.

Ecologicamente correto

Atualmente, a maior parte da madeira tem duas origens básicas: reflorestamento ou desma-

Criatividade permite utilizar material em qualquer ambiente da casa ou escritório

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meio ambiente

tamento. Quem puder, deve optar pela madeira de reflorestamento, principalmente se possuir ‘selo de origem’. Esse tipo de madeira pode tanto vir de áreas de floresta nativa, como de áreas plantadas. No primeiro caso, só é permitido o abate de árvores que tenham mais de 40 cm de diâmetro. Já nas florestas plantadas, em geral compostas por uma única espécie (eucalipto, pinus, araucária ou teca), busca-se a recuperação das áreas degradadas e a proteção das florestas naturais que entremeiam o plantio, incluindo a proteção à fauna local. Áreas reflorestadas são melhores do que as desmatadas, mas, ainda assim, estão longe de ser consideradas ideais, já que boa parte da biodiver-

sidade típica de uma floresta fica comprometida pela falta de heterogeneidade vegetal típica de uma área natural. A maior parte da madeira consumida no estado de São Paulo tem origem clandestina, ou seja, vem mesmo do desmatamento de mata virgem, principalmente da Amazônia. Nesse caso, os desdobramentos são terríveis e o grande prejudicado é o ser humano. Na medida em que grandes regiões de florestas desaparecem, perde-se com elas uma riqueza inestimável. Um exemplo: mais de 40% dos compostos usados na farmacologia vêm de plantas. E estas dependem dos animais para dispersar as sementes. Isso sem falar na qualidade da água dos rios e no impacto que o desmatamento causa no clima global.

Foto: Zsuzsanna Kilian

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Boas ideias

Algumas empresas já investem na produção de linhas para decoração em bambu. Dois exemplos são paulistas: a Bamboolook, empresa da capital que vende revestimentos feitos com a planta para pisos, rodapés, escadas, painéis e mobiliários; e a Bambu Revest, instalada em Bertioga, cuja linha de placas feitas com bambu, apresentada na última Feira Internacional de Revestimentos, é indicada para instalações em áreas internas, protegidas do sol e da chuva. Segundo Denise Sakamoto, arquiteta e diretora da Bambu Revest, as placas são um produto artesanal, feitas com moderna tecnologia, mas em edição limitada, tendo como foco os arquitetos, decoradores e designer de interiores. Quanto à durabilidade do material, o designer responsável pela coleção, J. Nunes cita o exemplo da Colômbia, país que, segundo ele, é o que melhor trabalha com o bambu na América Latina. “Lá existem casas com mais de 200 anos em que o bambu foi usado como elemento estrutural, em vigas, paredes e colunas.”

Em tempo: mesmo que você opte por produtos sustentáveis, como o bambu, verifique sua origem. De nada adianta comprar bambu se este vier, por exemplo, da Ásia (como ocorre principalmente na indústria têxtil). Nesse caso, toda a sua ‘qualidade ecológica’ se perdeu na poluição gerada pelo transporte. Ser sustentável também é ter origem local.

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turismo

A bela

Ubatuba na rota dos cruzeiros Por Aline Rezende

Mais de cem praias no rol de opções dos visitantes, atividades náuticas diversas e gastronomia com sabor de frutos do mar. Esta é a Ubatuba que completa 372 anos no próximo dia 28 de outubro, e que oferece todo o seu potencial turístico como destino para transatlânticos. A cidade receberá o MSC Lírica por duas vezes em outubro, nos dias 26 e 30 e mais uma, em

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Ao ancorar no píer da Praia do Itaguá, turistas de cruzeiros contemplam, extasiados, o verde deslumbrante da Mata Atlântica, cenário ideal que enriquece ainda mais uma viagem inesquecível

novembro, no dia 3. E as perspectivas são otimistas: espera-se receber uma média de 50 escalas até o final de 2012. A primeira ocorreu em 2008, em grande estilo. Tapete vermelho, banda sinfônica e receptivo especialmente montado no píer da Praia do Itaguá. Assim o município deu as boas-vindas aos navegantes do Island Escape, o primeiro navio de cruzeiro a atracar em seu território. Se o objetivo era encantar os passageiros e mostrar para as empresas o que a cidade tem a oferecer, deu

cais no o e tradições lo s Tapete vermelh s transatlântico o d s a st ri tu s o receptivo a

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Fotos/Assessoria de Comunicação/PMU

certo. Na temporada seguinte, foram mais quatro paradas, três do Island Escape e uma do luxuoso MSC Ópera. Ubatuba entrou definitivamente para o roteiro dos cruzeiros de luxo. Ao colocar os pés em terra firme, os turistas têm tudo ao seu alcance: rica gastronomia, entretenimento e atividades turísticas diversas, além de infraestrutura de apoio montada em espaço privativo próprio para embarque e desembarque de passageiros. No roteiro, almoços em cenários de filme, como a Praia da Almada, com suas areias muito brancas e mar azul turquesa, cachoeiras, reserva indígena na região do Promirim, Parque Estadual da Ilha Anchieta, passeios de escuna ou speed boat e atividades de mergulho, do básico ao avançado, com operadoras Beach&Co nº 88 - Outubro/2009

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turismo

especializadas. Estas são algumas das opções de passeio oferecidas em pacotes na própria área de desembarque. A infraestrutura necessária para impulsionar essa preciosa fatia do turismo no litoral foi formada por uma rede de empresas, entidades e prefeitura local. “A idéia de envolver toda a cadeia produtiva da cidade no receptivo dos navios surgiu a partir de conversas com a própria comunidade, durante a elaboração do Plano Diretor do município, que elegeu o turismo como mola propulsora do desenvolvimento de Ubatuba. Nossa intenção é fazer com que os cruzeiros sirvam de vitrine para os atrativos que a cidade possui e despertar nos visitantes a vontade de voltar em outras ocasiões”, afirma Luiz Felipe Azevedo, responsável pelo receptivo

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dos navios no município. E para conquistar de vez o gosto do cliente, o trade turístico da cidade já anunciou uma promoção para a próxima temporada. Serão sorteados dois pacotes com estada, alimentação e passeios para dois passageiros de navio, com acompanhantes em cada parada. Alfredo Corrêa Filho, presidente da Associação Comercial de Ubatuba, diz: “Ubatuba tem uma posição geográfica muito bem localizada, entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Depois de conhecer a cidade em um cruzeiro, o visitante percebe que é fácil voltar de carro. Sabemos que o nosso público, em sua maioria, são famílias que vêm para cá em busca de tranquilidade, lazer e descontração. Estamos fazendo o melhor para receber e cativar esse público.”

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Atrativos naturais

Ubatuba é marcada pela extensão e pela diversidade de suas praias. São 102, em 100 km de costa, sendo dez delas divididas entre as 23 ilhas e ilhotas existentes no município. A geografia entrecortada permite as mais diversas formações de praias, enseadas, baías e ondas. Tem praia para quem quer parar o carro e pisar na areia, beber uma cerveja gelada, petiscar frutos do mar e ficar só admirando a paisagem, como a Grande e Tenório. Também tem as mais selvagens e distantes, que exigem um bocado de aventura, um bom par de tênis, mochila, garrafinha de água e um guia para encarar a trilha, como Bonete e Cedro. Outras pedem um belo passeio de barco, por ser essa a única forma de

chegar, como Flamengo ou Sete Fontes. Tem ainda as que justificam o título de “Ubatuba – Capital do Surfe”, como Itamambuca e Vermelha do Norte, com diferentes formações e intensidades de ondas, para surfistas iniciantes, amadores ou profissionais. Mas não é só água salgada que Ubatuba pode oferecer aos seus turistas. São dezenas de cachoeiras e trilhas, abrigadas pela mais preservada e exuberante Mata Atlântica. Essas características especiais proporcionam inúmeras possibilidades de lazer e esportes aos visitantes. Destaque para o Sítio Santa Cruz, na região sul do município. São nove cachoeiras, infraestrutura turística e oportunidade para realização de esportes radicais, como tirolesa e rappel. Quem optar por descer do navio para apenas

Para a próxima temporada, serão sorteados dois pacotes com estada, alimentação e passeios para dois passageiros de navio, com acompanhantes, em cada parada

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turismo dar uma caminhada a pé, a orla da Baía do Itaguá oferece diversas opções de restaurantes, lojas, sorveterias, além da base do Projeto Tamar, Aquário de Ubatuba, Museu da Vida Marinha e Museu do Automóvel, em um dos pontos mais charmosos da região central da cidade, entre a Avenida Leovigildo Dias Vieira e Rua Guarani.

A caminho do Centro, chega-se à Avenida Iperoig, totalmente reurbanizada, própria para caminhadas, passeios de bicicleta e prática de esportes. Essa avenida também é endereço de diversos bares, restaurantes e pizzarias, além de cartões postais, como o Farol e o Sobradão do Porto, patrimônio histórico construído em 1846, que hoje abriga a Fundação de Arte e Cultura (Fundart),

com exposições artísticas, apresentações e shows musicais. Também vale a pena conhecer a Casa do Artesão, que reúne obras de mais de 50 artesãos locais, com peças decorativas, bijuterias, acessórios e objetos de utilidade nos mais variados preços e estilos.

De olho no futuro

O receptivo turístico local tem dado ênfase a atividades ligadas ao ecoturismo, como observação de aves, trilhas, mergulhos, passeios aos parques estaduais de preservação permanente, como o Núcleo Picinguaba e Ilha Anchieta. O objetivo é estimular a preservação do meio ambiente e da cultura local. Para as próximas temporadas, estão previstos roteiros culturais que incluam visitas a comunidades tradicionais, como quilombos, aldeias indígenas e caiçaras, mostrando ao turista o cotidiano local, as atividades econômicas de pesca e agricultura, bem como as manifestações típicas. Um bom exemplo dessa tendência é o desenvolvimento da observação de aves. A cidade é considerada referência em todo o mundo pela sua biodiversidade, que é uma das maiores da América Latina. Nos últimos quatro anos, a atividade ganhou fôlego, por meio de cursos de capacitação para guias, elaboração de uma lista com todas as espécies encontradas e participação em feiras nacionais e internacionais sobre o assunto, que atraem pesquisadores, ornitólogos, fotógrafos, observadores e curiosos de todo o mundo. A observação também está sendo usada como importante ferramenta para a educação ambiental, sendo ministrada em escolas, para professores e alunos.

Reserva indígena, boa gastronomia e Projeto Tamar, entre os produtos turísticos da cidade 54

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Parada obrigatória

Cruzeiros enfeitam ainda mais a bela paisagem ubatubense

A Ilha Anchieta é um recanto de ecoturismo e proteção ambiental que pertence hoje ao Parque Estadual da Ilha Anchieta. São 828 hectares, divididos por sete praias. É a segunda maior ilha do estado, visitada por turistas e pesquisadores de todo o mundo. Pesca, caça e coleta de mudas são proibidas, mas o desembarque para visitação e o mergulho contemplativo é liberado. Em terra, as ruínas de um presídio desativado, trilhas autoguiadas, dezenas de espécies de aves e animais e infraestrutura com sanitários, área para churrasco, duchas e mini-ambulatório para ferimentos leves. A água do mar é translúcida, com visibilidade de 2 a 10 metros, descortinando um universo aquático de algas, arraias, peixes diversos, corais, tartarugas e esponjas.

Cenários subaquáticos

Quem gosta de mergulhar, encontra em Ubatuba uma região privilegiada. A cidade possui cerca de 40 pontos de mergulho, com peculiaridades diferentes. Os lugares mais visitados ficam, no máximo, a 21 milhas do continente, como as Ilhas das Couves, Rapada, Laje Grande, Cabras, Anchieta, Palmas e Vitória. Esta última conta com abundante fauna marinha. Para mais informações, acesse o site da Associação de Operadoras de Mergulho de Ubatuba (www.aomu.org.br). Neste site, você encontra links para diversas operadoras.

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investimento Foto Pedro Rezende

Oásis Spa & Home Resort Um prêmio à excelência no mercado de luxo

Por Eleni Nogueira São 9 mil m2 de puro bom gosto. Logo na entrada, um maravilhoso espelho d’água e três belíssimas piscinas enfeitam uma área delimitada pelos quatro edifícios que formam o Oásis Spa & Home Resort, condomínio-clube localizado no sofisticado Guarujá Central Park, em frente à praia da Enseada. E a ousadia em investir no mercado de luxo imobiliário do Guarujá, em 2004, período em que a cidade passava por uma retração no setor, foi o principal diferencial das empresas Praia Grande Construtora e Construtora Phoenix, responsáveis pelo projeto de sucesso, ganhador do Prêmio Master Imobiliário 2009, na categoria Empreendimento Residencial, concedido pela FIABCI/Brasil (Federação Internacional das Profissões Imobiliárias) - o capítulo brasileiro da Federação Internacional das Profissões Imobiliárias. Todo o complexo evidencia um empreendimento cuidadosamente planejado, com foco

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Foto Carlos T. Jorge

Sérgio Socha, vice-presidente do banco Bradesco, Carlos Campilongo, Omar Laino e Ricardo Yazbek, durante entrega do prêmio para a ausência de escadas na área de lazer. Tudo foi construído num único plano, com aproveitamento total dos espaços, o que facilita a locomoção entre os muitos ambientes. Há três espaços gourmet temáticos, salões de festa, sala de recreação, sala de leitura, lan house, sala de jogos, quadra de squash, quadra poliesportiva, centro de estética, spa com ofurô, sala de descanso e saunas seca e úmida, além de uma exclusiva sala de cinema. Os apartamentos personalizados têm quatro suítes e amplo living integrado ao terraço, tudo em perfeita harmonia com a bela paisagem litorânea. Entregue no verão de 2007, o condomínio-clube fez mais: provocou um impacto positivo no entorno, graças à valorização dos imóveis da região. “O Oásis trouxe a inovação como seu grande atributo, sendo o primeiro home resort do Guarujá. Percebemos a falta do produto e lançamos este empreendimento de alto luxo em um momento de revitalização da cidade. Hoje, o cliente procura um condomínio com grandes terraços, distância generosa entre os edifícios e espaços que valorizem a convivência social”, diz Carlos Alberto Campilongo Camargo, diretor comercial da PGC. O presidente da Construtora Phoenix Omar Laino, por sua vez, destaca outros aspectos do

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complexo: “Beleza, luxo, sofisticação, conforto, integração e preservação do meio ambiente. Esses são os pontos fortes do home resort, cujos apartamentos têm magnífica vista para o mar. O empreendimento ainda oferece um esplêndido complexo de lazer e entretenimento aos condôminos”.

“Oscar” do mercado imobiliário

Com status de prêmio nacional mais importante do setor, o Prêmio Master Imobiliário, oferecido pela Fiabci/Brasil, em parceria com o Secovi-SP (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo), é considerado o “Oscar do mercado imobiliário”. Desde a sua primeira edição, em 1995, já premiou 227 vencedores, distribuídos entre as categorias Empreendimentos e Profissionais. Entre os principais objetivos do prêmio estão o reconhecimento público e a divulgação de empreendimentos de excelência que atendam quesitos de inovação, uso de tecnologias, profissionalismo, inserção no ambiente urbano, sustentabilidade, entre outros. Para o presidente da Fiabci/Brasil Ricardo Yazbek, “a cada premiação, os cases vencedores formam uma privilegiada vitrine do que a indústria imobiliária do Brasil faz e tem de melhor”.

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cultura

e l z e a b , , m o s , r Co Texto e fotos: Bruna Vieira A saudação religiosa, entoada pelo mestre, inicia a apresentação de Moçambique. Os apitos soam. Cantam-se ladainhas em versos em homenagem a santos da Igreja Católica. Os participantes se dispõem em duas fileiras, frente a frente, batem os bastões, e com molejo movimentam todo o corpo. Os passos da coreografia são marcados com o ritmo de guizos ou paias, espécie de chocalho, colocada abaixo dos joelhos. Finalizada a dança, dão vivas, beijam o estandarte e continuam cantando louvores. Na Companhia de Moçambique de Caraguatatuba é assim: tanto os que dançam como os que apreciam, comovem-se com a apresentação. O brilho no olhar de cada moçambiqueiro retrata a satisfação de poder dançar e agradecer aos santos pelos pedidos realizados. “Foram os mestres moçambiqueiros do Vale do Paraíba que me ensinaram as músicas de algumas danças folclóricas praticadas no litoral norte. Quando criança, pelos idos de 1980, lembro de ter assistido uma apresentação de moçambique na Praça do Travessão, zona sul de Caraguá. Mas, por falta de apoio na épo-

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. . . o t n e m movi É o folclore afro-brasileiro ca, o grupo se desfez”, relata o professor Paulo Sérgio Santos Filho, conhecido como mestre de capoeira Angolinha. De lá para cá, diversos líderes da comunidade somaram esforços e resgataram, com fidelidade, o moçambique, o marabaxo, o maculelê, a puxada de rede, o samba de roda e outras danças que, décadas passadas, animavam as festas caiçaras. Para Angolinha, é fundamental a participação dos jovens nas oficinas de danças folclóricas que ele dirige na Fundacc (Fundação Educacional e Cultural de Caraguatatuba). “Meus amigos não

Moçambique, dança de cunho religioso, homenageia Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. Nela, cada detalhe é importante: a vestimenta, a coreografia, a música, o ritmo... Tudo em clima de devoção e harmonia

conhecem a história dessa dança e, por isso, não a valorizam. Eu me orgulho de integrar a única companhia de moçambique da cidade”, revela o estudante Bernardo Ferreira, 16 anos. O prestígio da companhia está em alta. Ano passado, pela segunda vez, o grupo foi sorteado no Revelando São Paulo, evento cultural e gastronômico do estado, e trouxe para o litoral, o manto e a coroa do moçambique do estado de São Paulo. “Este prêmio é fruto da persistência e vontade do grupo. Comecei a frequentar as oficinas de dança para acompanhar meu filho, portador de

Participação dos jovens garantem continuidade nas tradições caiçaras

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cultura necessidade especial. Acabamos gostando tanto, que nos tornamos rainha e rei do Moçambique de Caraguá”, diz Adenilda Rodrigues Briani, 54 anos, mãe de Ricardo Briani, 33 anos. Para os curiosos e desejosos de apreciar uma apresentação de moçambique de Caraguá, a dica é comparecer às festas religiosas realizadas no litoral norte, no Revelando São José dos Campos, em julho ou nas festividades do Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro.

Origens

Ao pesquisar a origem do moçambique praticado em Caraguatatuba, o professor Angolinha deparou-se com um grande incentivador, o mestre José de Souza, ‘seu’ Zé Novo, hoje falecido, que o ajudou a encontrar outro remanescente do grupo, ‘seu’ Paulo Carvalho. A história de vida de Paulo Carvalho se entrelaça com a chegada do moçambique no litoral paulista. Seu Paulo conta que nasceu em 1926, numa fazenda em Ubatuba, e que, aos oito anos de idade, aprendeu o ofício da dança com dois moçambiqueiros: José Mira, do Vale do Paraíba e Benedito Pedro, de Pouso Alto (próximo a Paraibuna, no alto da Serra). “Aos 15 anos, assumi como contramestre porque tinha voz boa. Aos 20, vim morar em Caraguá. Os anos se passaram até que ‘seu’ Zé Novo me reencontrou. Desde então, sou o mestre da companhia da cidade”. A Cia. de Caraguatatuba usa como parâmen-

to, calças brancas, camisas azuis, casquetes e duas fitas transpassadas com as pontas soltas. A amarela identifica o grupo do mestre, e a vermelha, o grupo do contramestre. O rei e a rainha vestem mantos majestosos. Elizabete de Jesus, voluntária da Comissão de Tradições Folclóricas do Município, diz que a dança moçambique, nascida no país africano homônimo, chegou ao Brasil por volta de 1750. “Por meio da dança, os escravos copiavam a hierarquia da época, representando o rei e rainha da corte portuguesa. Era um modo de camuflar as práticas religiosas africanas”. Os grupos de moçambique do Brasil se concentram nos estados de São Paulo, Minas Gerais e região central do país. Na época das casas grandes e senzalas, era considerada uma dança puramente africana mas, com o tempo, mesclou-se às festas de santos. Assim, o moçambique de Caraguá, as congadas de Ilhabela e de São Sebastião, entre tantos outros grupos, consolidaram-se como práticas ligadas ao catolicismo. A congada se diferencia do moçambique pela forma de dançar, devido ao fato de os participantes da congada portarem espadas e não bastões, como no moçambique, entre outros detalhes. Serviço: A Fundacc oferece aulas semanais de moçambique em diversos centros culturais da cidade. Os interessados podem se inscrever pelos telefones: (12) 3883 3737 ou 3883 7555.

Companhia de Moçambique, atração noturna na praça Cândido Motta

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turismo

a n i l a a n e Modern r d A na histórica Paranapiacaba Loucos por aventura saem de Santos em comboio de carros e motos em busca de ambientes propícios para um lazer de fortes emoções e, de preferência, em contato com a natureza

Texto e fotos André Luís Ferreira Debruçada no alto na Serra do Mar, encontramos a sempre enevoada e pitoresca Vila de Paranapiacaba. Criada para funcionar como centro de controle operacional da extinta São Paulo Railway, hoje é subdistrito de Santo André e um dos 62

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destinos preferidos para quem gosta de aventura e história. As trilhas recortadas pela Mata Atlântica são um convite ao turismo de aventura, especialmente o automobilismo fora de estrada e motocross. E foi para curtir esse gostoso clima de mon-

ficuldades apresentadas com antecedência aos participantes. Os níveis de dificuldade do passeio são planejados e a caravana só prossegue quando todos cruzam os obstáculos, que podem ser pirambeiras íngremes, pequenos riachos ou atoleiros. “Isso é uma verdadeira confraria, até os menos experientes têm diversão garantida e

da anquilo e r t o i r á ” cen lógio invadem seu famoso re “ s o t o m m Carros e ranapiacaba co a vila de P o esti)lo inglês sn casinha tanha que a empresa santista Mundo Off Road reuniu mais de 25 carros para enfrentar as subidas e descidas lamacentas da região. São empresários, dentistas, executivos, e todo tipo de “pessoas normais”, que querem desfrutar o prazer de dirigir um carro com tração nas quatro rodas em um ambiente diferente e em contato com a natureza. Para garantir a segurança dos aventureiros, as trilhas são previamente analisadas, e as diBeach&Co nº 88 - Outubro/2009

todos se ajudam na hora de levar os carros”, diz Rafael Pereira, um dos participantes assíduos dos encontros, e que sempre vai acompanhado pela família. Os carros seguem em comboio a partir de Santos, e encontram os grupos que vêm do interior de São Paulo e da Capital em pontos determinados. Todos os veículos são identificados com adesivos e numeração. Os veículos são de várias marcas e modelos, 63


turismo

mas todos têm em comum a tração 4x4, item fundamental para encarar uma trilha fora de estrada. “Nossa intenção é fazer com que qualquer pessoa que tenha um carro 4x4 possa testá-lo em um ambiente off road, afinal, esses carros foram feitos para encarar esses terrenos. Com um pouquinho de treino todos acabam se adaptando ao barro e ao chão de terra.”, diz José Eduardo Priante, do Mundo Off Road. Depois de desbravar os caminhos de terra e as trilhas de lama, os participantes seguem para a Vila, colorindo o ambiente com seus carros incrementados. Depois do almoço reforçado, um passeio para explorar as belezas da cidade e confraternizar com os moradores de Paranapiacaba. “Vim para

cá com meus pais em 1961, e só fui ver o sol quase quatro meses depois por conta da forte neblina”, conta Zélia Maria Paralego, cozinheira e dona do restaurante Estação Cavern Club. O cenário sempre enevoado, devido à altitude, ainda guarda o charme da arquitetura original, com casas geminadas de madeira, cobertas por telhas francesas e a famosa torre com uma réplica do relógio inglês Big Ben. Nesse clima quase londrino não poderiam faltar histórias de fantasmas que, segundo os moradores, ainda assombram certos locais da vila, como o pátio de embarque no pé da serra, onde um deslizamento de terra matou todos os operários que trabalhavam no local. “Só um menino que levava água para os ope-

Carro sujo de barro equivale a medalha nesse tipo de aventura

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Subidas e descidas exigem habilidade para não patinar na lama

rários se salvou porque tinha ido buscar mais um balde. As pessoas dizem que em alguns dias é possível escutar os homens ainda trabalhando, sons de suas ferramentas e vozes, mas quando se anda mais para perto, rompendo a neblina, vê-se que não há ninguém!”, diz a cozinheira, acostumada a contar “causos” aos visitantes. Verdade ou lenda, Paranapiacaba atrai mesmo

pre gem sem A paisa reforça a enevoad e fantasmas sd história lesa ing na vila

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pelo seu charme europeu e por sua história de trabalho e tecnologia, fundamental para o crescimento do Porto de Santos durante a época do café. O produto descia às toneladas pelo sistema funicular para vencer o desnível de 796 metros entre o planalto e o mar, uma inovação magnífica para o final do século XVIII.

Na pequena cidade, um singelo museu guarda parte do acervo da extinta companhia de trens e uma Maria Fumaça (acima). O trem a vapor leva os turistas para um curto passeio, mas suficiente para se sentir o prazer de conhecer de perto como era feito o transporte ferroviário no início do século XIX.

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turismo internacional

Para lá de

Marrakech

Encantadores de cobras, homens com roupas típicas, mulheres vestidas com burcas, vendedores de frutas secas... Tudo parece saído das histórias das Mil e uma Noites. Assim é Marrakech, cidade do centro-sul do Marrocos, entre o deserto do Saara e o Oceano Atlântico, no norte da África

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Texto e fotos Fernanda Brito Paiva Religião e cultura mulçumanas enchem os olhos dos viajantes devido às peculiaridades que apresentam, como, por exemplo, o predomínio de uma cor representativa de cada cidade do país. A de Marrakech é o rosa. A cidade é cosmopolita, com grande influência dos espanhóis e, principalmente, dos franceses, porém sem perder sua identidade cultural e ligação com os povos nômades do interior do país, os berberes.

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Belíssimos jardins, palácios e mesquitas compõem o cenário. Com cerca de um milhão de habitantes, Marrakech tem como língua oficial o árabe, porém, a grande maioria dos habitantes também fala francês. A cidade oferece conforto para quem escolhe decifrar seus encantos e, entre as muitas opções de passeios, estão o Monte Atlas, ou até mesmo acampamento no deserto. Dentro dos muros de Medina, o centro histórico da cidade, a vida em Marrakech pulsa de maneira impressionante. Os viajantes dividem

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turismo internacional

Nas ruelas do souk, artesãs e especiarias formam um verdadeiro arco-iris

as ruas com muitas motocicletas, carroças, bicicletas e o comércio local, chamado de souk, é um capítulo à parte. Nos souks é possível comprar mercadorias de boa qualidade, tais como, especiarias, cerâmicas, roupas, tapetes e pratarias. Mas vale lembrar que, em um souk, toda compra deve ser feita segundo os costumes locais, ou seja, por meio de barganha. Você tem que negociar para obter o preço que deseja pagar. A princípio, os valores são bem altos. Os guias locais aconselham oferecer pelo menos 50% do valor inicial, e então começar a barganhar o melhor valor. Este é um costume mulçumano e os comerciantes apreciam bons negociantes. São normais as reações indignadas dos comerciantes pelo valor oferecido, mas isto também faz parte do teatrinho. E pode ter certeza que, apesar de você achar que fez um bom negócio, eles sempre saem ganhando. Passear pelas pequenas ruelas do souk é uma experiência inesquecível. O aroma das especiarias, as cores e o gosto das comidas e doces locais é algo encantador. Quem visita Marrakech não pode deixar de experimentar o famoso cuscuz marroquino e o tajine, assim como o chá de menta, oferecido em quase todos os lugares, uma cordialidade marroquina. Outra dica imperdível é o suco de laranja vendido na praça principal da cidade, a Djemaa El68

Fna. Há quem jure que não há melhor no mundo! A Djemaa El-Fna, tombada pela Unesco como patrimônio da humanidade, ao entardecer é um espetáculo a céu aberto. Além do belo pôr-do-sol, os visitantes podem apreciar os encantadores de cobras, recital de poemas, músicos com macacos, mulheres cobertas dos pés a cabeça tatuando turistas com tinta de hena. Tudo isso e muito mais disputam espaço e atenção dos curiosos.

Palácios dos sonhos

O Palácio Bahia, que recebeu esse nome em homenagem à esposa do dono Vizir Ibn Moussa, com seus pátios e jardins, é um verdadeiro oásis dentro da correria de Marrakech. Ainda há o Palácio El Badi, construído no século XVI pelo rei Ahmad-al-Mansur, que impressiona pelo tamanho. Originalmente com 360 quartos decorados com mármore italiano, hoje está em ruínas. É possível admirar no local grandes ninhos de cegonhas, que dão um toque especial à paisagem. Durante as cinco orações diárias proferidas pelos mulçumanos, pode-se ouvir o som proveniente das mesquitas, como a de Koutoubia (século XII). As vozes, amplificadas pelos alto-falantes, soam quase como um lamento. Em Marrocos, infelizmente, é proibida a entrada de turistas não-mulçumanos nas Beach&Co nº 88 - Outubro/2009


mesquitas, com exceção da Grande Mesquita Hassan II, em Casablanca. Embora os assaltos aconteçam com pouca frequência, é sempre recomendado ao turista não expor objetos de valor. E, como se trata de um país mulçumano, as mulheres devem evitar roupas provocativas, ou seja, curtas ou decotadas demais. O povo marroquino é bastante cordial, mesmo que, às vezes, possam assustar pela insistência em vender algo ou em fornecer informações em troca de dinheiro.

A caminho do Saara

Para quem dispõe de tempo, uma grande pedida é fazer um passeio de dois a três dias rumo ao deserto do Saara. Pacotes podem ser negociados em Marrakech por cerca de 90 euros. Há diversas agências que oferecem o serviço. Para chegar ao destino final em Merzouga, uma pequena aldeia berbere no sul do Marrocos, percorre-se um caminho longo e cheio de paisagens de tirar o fôlego. Ao sair de Marrakech, e adentrar as estradas pequenas e cheias de curvas do Monte Atlas, a vista é cada vez mais impressionante e muda a todo o momento. Vales, montes com picos nevados, paisagens áridas e vilas que parecem ter sido esquecidas pelo tempo. Durante as paradas, é possível conhecer alguns

ao a de kasbahs e, d a h n ra a em o Construçã a de Koutobia lado, a mesquit

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turismo internacional

Encantadores de serpentes, na praça Djemaa ElFna, são um espetáculo à parte

kasbahs, construções de palha, barro, e às vezes pedra, que serviam como refúgio contra o frio e outras ameaças para as famílias que viviam nas cidades. Há passeios que fazem a “Rota dos Kasbahs”, tidos como Patrimônio da Humanidade, pela Unesco, devido sua importância e beleza. Em um dos grandes oásis que surgem em meio à paisagem seca, o viajante pode conhecer a rotina da comunidade berbere artesã, que vive da agricultura e da venda de tapetes. Ainda há o cenário incrível dos Dades Gorges, grandes muralhas de rocha que se erguem à beira de um rio cristalino, usado pelos locais 70

também para refrigerar os produtos à venda como, refrigerante e água. Ao chegar a Merzouga, já é possível observar ao longe as dunas douradas do deserto; é hora de subir nos dromedários rumo às areias do Saara. Uma hora até chegar ao acampamento berbere, subindo e descendo grandes dunas e o pôr-do-sol como cenário. No acampamento forrado por tapetes, há música e danças típicas. Os anfitriões oferecem um jantar típico comido com a mão, como recomenda a tradição marroquina. Após uma noite sob as estrelas, é hora de pegar a caravana de volta rumo à Marrakech. Beach&Co nº 88 - Outubro/2009


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“Celebridades em Foco” // Edison Prata

Como sempre, o empresário Hugo Rinaldi abre as portas de sua residência e recebe amigos famosos como os ex- jogadores e eternos heróis dos brasileiros. Edu (à esquerda) e Everaldo (à direita) são recepcionados por Hugo Hiraldi, Pokemon e Adolfo

A Sociedade Amigos do Bairro Praia de Pernambuco, conta, como diretor social e de comunicação, com o empresário Rubens Sette Simonsen Filho. A entidade está super empenhada em tornar a praia de Pernambuco um dos locais mais privilegiados de Guarujá

O litoral paulista pode se orgulhar por ter um local especializado em compra e venda de embarcações. E para garantir o bom atendimento aos clientes, o gerente geral da Total Boats Guarujá, José Carlos, faz questão absoluta de estar sempre presente

Mulheres maravilhosas no destaque da recepção. Alegria e descontração são as marcas das amigas Patricia, Maria Eunice, Arlete, Renata e Marcia

A simpatia não está presente apenas no pai Pérsio Assis de Carvalho Azevedo, mas também na querida filha Adriane Pousada Azevedo

A bela família de um dos mitos do futebol brasileiro: Everaldo David, com a esposa Marcia Marins e a filha Yarima David, acompanhados da amiga Sueli Bernadino

Pessoas são importantes pelo que são! Everaldo, Marcia Marins, Patricia, Edu, o anfitrião Hugo Rinaldi e Marcela Prata

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Flashes Bons momentos da formatura dos alunos de pedagogia, turismo e administração da Faculdade Bertioga, ocorrida em setembro último. Destaque também para a Noite Italiana, promovida pelo Fundo Social de Solidariedade. Uma festa marcada pela alegria e pela certeza de estar fazendo o bem, a quem dele necessita

Um brinde à felicidade oferecido aos recém-formados dos cursos de pedagogia, turismo e administração da Faculdade Bertioga, no dia 12 de setembro, com um belo jantar no Hotel 27, em Bertioga

Luci e José Aparecido Cárdia abrilhantaram a formatura dos alunos da Fabe

No foco, a emoção pelo sonho conquistado

O corpo docente da Fabe, que se dedica com trabalho, alma e coração ao crescimento da instituição de ensino

Muita gente prestigiou a Festa Italiana, promovida pelo Fundo Social de Solidariedade de Bertioga. No foco, um time de autoridades bertioguenses

O prefeito de Bertioga Mauro Orlandini, sua esposa Cecília, e os filhos Gabriel e Rafael, curtiram bons momentos na Festa Italiana 74

Os mantenedores Ernesto Peres e Beto Zaidan, felizes por ver uma grande turma de formandos, que logo ocuparão seus merecidos lugares no mercado de trabalho

O casal Tatiana e Gustavo Melo, na Festa Italiana

Também prestigiaram a Festa Italiana, as amigas Débora Pereira, Cecília Orlandini, Priscila Bonini e Fernanda Cichowicz

Sempre felizes! Maria Lira, Fernanda, Orlandini e Miriam Vasconcelos

Roseli, Jaime Melo, Dona Chiquita, Ubatubinha e Regina. Uma turma cheia de classe Beach&Co nº 88 - Outubro/2009


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Flashes Felicidades ao empresário e leiloeiro Antonio Carvalho, ou Toninho do Leilão, como é carinhosamente conhecido o amigo aniversariante do mês de setembro. Ele fez a festa no dia 23 para amigos e familiares, em comemoração aos seus 52 anos de vida bem vividos

Com a camisa que simboliza 52 anos de vida, Toninho do Leilão ladeado por Fernando Sena, Carlão, Ribas Zaidan e Carlos Sérgio

Para a história: Murilo, Ivanete, Toninho, Felipe e Beto Zaidan

Amigos de longa data: João, Baiano, Genivaldo, Beto, Toninho e André

Amizade verdadeira não tem preço, tem consequência, que é a união de todos. Parabéns, Toninho

Nada melhor do que estar com os nossos amigos para comemorar esta data

A linda Maria Clara, orgulho dos avós Ari e Ivane Nedef

O anfitrião Luiz Augusto Pereira de Almeida recebe, na premiadíssima Riviera de São Lourenço, Osita Okoli, presidente regional da Fiabci para a África, Alfonso Vegara, arquiteto e urbanista espanhol e presidente da Fundación Metropoli, Flávio Gonzaga Bellegarde Nunes, secretário geral da Fiabci/ Brasil e Lisa Kurrass, presidente mundial da Fiabci 76

Carlos Carvalho, Beatriz, Vera e Luiz Carlos Pereira de Almeida, nas comemorações de mais um aniversário da Fundação 10 de Agosto

Sueli Camargo e as primas Helena e Luiza Camargo acompanharam a comitiva da Fiabci Beach&Co nº 88 - Outubro/2009


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Flashes

Amigos para sempre! Por mais que o tempo passe e as dificuldades surjam, amigo é amigo a toda prova. Sempre firme e forte, amigo de verdade sabe que pode contar com o outro a qualquer momento, na felicidade ou nos momentos difíceis. Ter um amigo é receber um presente de Deus em nossas vidas. Esta página é uma homenagem ao bom amigo Domênico Dragone, durante seu reencontro com a Turma dos Apaixonados pela Riviera, a TAR

No centro da foto, Domênico Dragone com amigas da TAR, durante reencontro emocionado num fim de semana de muita felicidade a todos que puderam rever o nobre amigo

A bonita família Dragone, em foto para posteridade

Felizes com o encontro de amigos, Carmen, a pequena Petra e Marcelo Dragone

Claudio e a filha do bom amigo Domênico, Andréia Dragone

Flavia e Roberto Haddad irradiam felicidade ao rever o amigo Domênico

Domênico ao lado dos amigos na Riviera

No foco, Caio Matheus, prefeito Orlandini, o deputado federal Beto Mansur, Ernesto Peres, Kalede, Welington e Ribas Zaidan, na sede da Faculdade Bertioga, onde Beto Mansur proferiu palestra sobre o pré-sal

Lurdinha e Pasqualle, sempre de bem com a vida 78

Mais um casal digno de nota, Pascoal e Lu Beach&Co nº 88 - Outubro/2009


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Flashes Comemorar aniversário é um momento especial de renovação para a alma e o espírito, porque Deus, na sua infinita sabedoria, deu à natureza a capacidade de desabrochar a cada nova estação. E, a nós, capacidade para recomeçar a cada ano. Nossos votos de muitas felicidades para Patrícia Matavelle, que aniversariou dia 3 de outubro e comemorou com familiares e amigos em sua residência na Riviera de São Lourenço

A aniversariante Patrícia Matavalle com sua mãe Rosana, e a vovó querida, dona Lourdes

Bons Amigos! Paulo Matavalle e o empresário Ribas Zaidan

Os enamorados Alessandro e Patrícia

Rodolfo, Patrícia, Gabriel, Kiko e Luana. Turma animada! 80

Belos sorrisos! Geórgia, a pequena Giulia, Miguel e Patrícia

Os irmãos Patrícia e Lucas Matavelle

No foco: Alessandro, Patrícia, Débora e Nelson Neto Beach&Co nº 88 - Outubro/2009


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Cleuza Maciel & Comunidade Ilhabela Soamar Litoral Norte A mais animada do Brasil

Fotos Ana Paula Maciel

Amigos da Marinha

Casal coração

Marcel Schmidt, presidente da Soamar Litoral Norte, recebeu no quiosque do Deck, Gunnar Moller, empresário da Marina Porto Ilhabela e Paulo Rogério de Souza Almeida, diretor de gestão portuária do Porto de São Sebastião Família

O empresário Braz Girardi, a esposa Luiza e o filhote Kadú. Amigo da Marinha, Braz é presença constante nos eventos Paella

O anfitrião Marcel prepara uma deliciosa paella aos muitos convidados da noite soamarina 82

O casal Simone e Rívane Tannici, exemplo de amizade, conquista a todos com seu grande coração

Amigos

João Henrique Rodela Ramos, o eficiente secretário da Soamar e o casal Tereza e Marcio Fernandes, da nossa querida São Sebastião Roda de Samba

Não faltou roda de samba com os ritmistas: o soamarino e ex-prefeito engenheiro Manoel Marcos, Vandré, Gustavo Maciel e Felipe. Ninguém ficou sentado

Comandante

Flávia e o comandante Paulo Gomes da Silva Filho, grande amigo de todos da Soamar Gente bonita

A nutricionista do Hospital de Clínicas de São Sebastião Bianca Prado, o presidente da Soamar Marcel Schmidt e a médica psiquiatra Drª Marcela Fink Beach&Co nº 88 - Outubro/2009


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