Voltaire

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Colégio Integrado Monte Maior

Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Historia Professora: Ana Celeste Silva (Titulo: Voltaire) Em 15 de Junho de 2009 Autor: Ana Beatriz Lourenço de Azevedo Nº1 da Turma 8º A


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Índice Introdução……….…………………………………………………………...…..…….….3 Percurso de vida………....………………………………………………...…………...4 Vida e Obra………………………….. …………………………….………...… 5; 6 e 7 Um relato literal e Principais obras ………..……………….………............8 Pensamentos e Ideias, Voltaire e a Filosofia ……………......…….……...9 Os iluministas , Defensor da justiça…………….……………………...……..10 Frases de Voltaire…………..…………………….………….…………….……...….11 Conclusão e Bibliografia……………………………………………………………..12

“Nem sempre podemos agradar, mas podemos falar sempre agradavelmente ” Tema : Sociedade


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Introdução

Voltaire era o pseudónimo de François-Marie Arouet. Foi um importante ensaísta, escritor e filósofo iluminista francês. Nasceu na cidade de Paris, em 21 de Novembro de 1694 e morreu, na mesma cidade, em 30 de Novembro de 1778. Durante sua vida escreveu diversos ensaios, romances, poemas e peças de teatro.

“Todo o homem é culpado do bem que não fez.” Tema: Culpa

“Acontece com os livros o mesmo que com os homens, um pequeno grupo, desempenha um grande papel.” Tema: Grandeza


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Percurso de Vida Voltaire fazia parte de uma família nobre francesa. Estudou num colégio jesuíta da França, onde aprendeu latim e grego. Em 1713, foi designado como secretário da embaixada da França na cidade de Haia (Holanda). Em 1726, em função de uma disputa com um nobre francês, foi preso na Bastilha por cinco meses. Libertado, foi exilado na Inglaterra, onde viveu na cidade de Londres entre os anos de 1726 e 1728. Retornou para a França em 1728 e começou a divulgar idéias filosóficas, desenvolvidas na fase que viveu em Londres. Em 1734, publicou uma de suas grandes obras, Cartas Filosóficas, em que defende a liberdade ideológica, a tolerância religiosa e o combate ao fanatismo dogmático. Em 1742, viajou para a cidade de Berlim, onde foi nomeado historiógrafo, académico e cavaleiro da Câmara Real. Em função de conflitos, precisou sair da Alemanha e foi morar na Suíça. Retornou para Paris em 1778, onde morreu neste mesmo ano, no dia 30 de Maio.

“É melhor correr o risco de salvar um homem culpado do que condenar um inocente.” Tema: Justiça

“Iluminismo de Voltaire” François Marie Arouet de seu pseudónimo Voltaire.

Defesa da liberdade de pensamento e crítica á intolerância religiosa.


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Vida e Obra Francois Marie Arouet filhos de Francois Arouet, notário do Chatelet, e de Marie Marguerite Daumont uma dama da corte. Aos dez anos foi estudar para um colégio jesuíta, o Colege Louis-le-Grand, onde foi um aluno brilhante. Estava ainda na escola quando o padrinho o apresentou a “societe du temple” um grupo de livres-pensadores pertencentes aos humanistas cépticos. Arouet saiu do colégio em 1711, e pretendia dedicar-se ás letras, mas o pai não concordou e obrigo-o a estudar direito. Mais tarde o pai envia-o para Haia na Holanda como pajem do embaixador francês, o marquês de Chatecouneuf. Na Holanda apaixona-se por uma rapariga, protestante francesa, mas o pai não gostou e com medo de um escândalo, manda Arouet regressar a França. Arouet recomeça a estudar direito e emprega-se de advocacia. Arouet não se dedica muito á magistratura e por isso mesmo foi convidado pelo seu tio a passar um tempo em Saint-Auge. È aqui que Aruet adquire conhecimentos históricos que servirão mais tarde para escrever o poema épico: La henriade. Em 1715 Aruet regressa a paris e começa a ser frequentador habitual da roda de Sceaux que era dominada pela duquesa de Maine, que por sua vez era opositora do regente de França. Arouet põem os seus serviços satíricos ao serviço do duque du Maine onde sãolhe atribuídos todas as coisas maliciosas inclusive algumas anedotas que falavam que o regente conspirava para usurpar o trono. Em 1716 o regente manda-o prender na prisão parisiense “ A bastilha” por suspeita de ter escrito difamações contra ele. Arouet esteve preso onze meses e é na Bastilha que adopta o nome de Voltaire e escreve o Édipo (1718), esta obra alcança um grande êxito. A tragédia “Artemise” que escreve em 1720 revela-se um fracasso. Em 1723 escreve o poema épico “La ligue”que foi publicado clandestinamente, porque as autoridades negaram-se a imprimir o poema mas mesmo assim é aclamado como o príncipe dos poetas franceses.

"O acaso é uma palavra sem sentido. Nada pode existir sem causa." Tema: Sociedade


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Vida e Obra Nesta altura em França havia muitas pessoas que concordavam com Voltaire, não só com a sua escrita literária mas também com a doutrina em que ele se tinha baseado para escrever o poema. Em 1724 Voltaire escreve a sua terceira tragédia “Marianne” mas não alcança muito sucesso. Os dois anos seguintes são passados em França na companhia de Richelieu. Em 1726 envolve-se numa disputa com o duque de Sully, cavaleiro de Rohden e volta a ser preso na Bastilha. Libertam-no passado 15 dias sob a condição de se retirar para Inglaterra. Em Inglaterra frequentou círculos políticos e literários, torna-se discípulo de Newton e de Locke, e consegue publicar “La Henriade” (1728). Os três anos que passa em Inglaterra foram importantes para a sua vida, pois foi ai que definiu a sua vocação como escritor e como consolidou as suas ideias. Voltaire absorve rapidamente a cultura inglesa, gosta de tolerância religiosa, admira a liberdade de expressão dos ingleses.

“O repouso é uma boa coisa mas o tédio é seu irmão.” Tema: Descanso

É em Inglaterra que se apaixona pela marquesa du chatelet e é graças a ela que começa a acreditar na igualdade mental nata entre os sexos. Em 1730 regressa a França cheio de ideias para novos trabalhos. Entre 1730 e 1735 publica cinco tragédias inspiradas em Shakespeare, salienta-se “Brutus” (1730), “Eriphyle e Zaire” em 1732 e as “Lettres Philosophiques” (1734). As “Lettres Philosophiques” foram importantes, devido á Historia do pensamento de Voltaire mas também porque constituíam uma critica indirecta ás instituições francesas por falta de tolerância. As Lettres causaram um escândalo enorme e Voltaire teve de fugir e refugiar-se em Cirey-sur-Blaise com a Marquesa du Chatelet. Nos dez anos seguintes ocupou-se da ciência, vulgarizando a física de Newton. É neste período que escreve as tragédias de Alzide (1736) , Zuline (1740), Mezape (1743), sendo esta considerada a sua melhor peça.


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Vida e Obra Escreve também uma comedia “L’enfante Prodigue (1736) e dois poemas filosóficos, “Le Mondain” (1737) e o Discours en Vers sur L´homme (1738). Voltaire volta a ser readmitido em Versalhes. Em 1745 é nomeado para o cargo de historiógrafo real com o Poeme de Fontenay . Em 1746 é finalmente admitido na academia francesa, porem o seu estado de graçadura pouco tempo e em 1747 volta para Cirey, mais tarde Voltaire e a madame du Chatelet vão para a Polónia onde frequentam a corte e Voltaire conhece o jovem militar poeta Saint-Lambert. Em 1749 a Madame du Chatelet morre durante o parto e Voltaire desgostoso volta a França e recomeça a rivalidade contra Crebillon. Em 1750 Voltaire aceita o convite de Frederico II da Prússia e vai para Berlim, é nomeado camarista e condecorado com a ordem de mérito, ficando a receber uma alta pensão. Em 1752 Voltaire escreve um libelo a diatribe du docteur Akakia que era contra o presidente de Frederico Maupertuis e em Março de 1753 obteve licença para sair da Prússia.Voltaire estava impedido de entrar em França e agora estava também impedido de entrar na Prússia, começa assim um período deambulações até 1755 onde se “Existirá fixa nos arredores de Genebra. Em Novembro desse ano dáalguém tão se em Lisboa o terramoto e foi ele o único de entre os intelecesperto que tuais da época, a manifestar sua comoção pelas vítimas, e no aprenda pela ano seguinte escreve ”Poeme sur le desastre de Lisbonne”. experiência No ano de 1760 em Genebra Voltaire escreve uma das suas dos outros?” melhores peças “Tancrede”, no entanto a vida não corria bem Tema: para Voltaire, ele que tinha ido para Genebra á procura de Experiencia paz, liberdade e tolerância, encontra um governo que tudo faz para impedir que as suas peças não sejam representadas em publico, furioso e decepcionado sai de Genebra e vem para “Ferney” em França perto da fronteira Suíça. O seu nome fica ligado a esta vila como o senhor de Fernay, o senhor que tirou a vila da obscuridade. Esta região passou a ser o centro da vida intelectual europeia. Príncipes, artistas, homens da cultura visitavam-no e prestavam-lhe homenagem. Em 1778 aos 84 anos volta a Paris para assistir á representação de “Frere”, a sua última tragédia. A recepção triunfal e apoteótica leva á sua morte. Voltaire foi o soberano intelectual do seu século. As suas obras somadas dão noventa e nove volumes.


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Relato Literal de Voltaire, antes de Falecer "Eu, o que escreve, declaro que havendo sofrido um vómito de sangue faz quatro dias, na idade de oitenta e quatro anos e não havendo podido ir à igreja, o pároco de São Suplício quis de bom grado me enviar a M. Gautier, sacerdote. Eu me confessei com ele, se Deus me perdoava, morro na santa religião católica em que nasci esperando a misericórdia divina que se dignará a perdoar todas minhas faltas, e que se tenho escandalizado a Igreja, peço perdão a Deus e a ela. Assinado: Voltaire, 2 de Março de 1778 na casa do marquês de Villete, na presença do senhor abade Mignot, meu sobrinho e do senhor marquês de Villevielle. Meu amigo."

Principais obras de Voltaire (por ordem cronlógica) · Édipo, 1718 · Mariamne, 1724 · La Henriade, 1728 · História de Charles XII, 1730 · Brutus, 1730 · Cartas filosóficas, 1734 · Mondain, 1736 · Epître sur Newton, 1736 · Tratado de Metafísica, 1736 · O infante pródigo, 1736 · Elementos da Filosofia de Newton, 1738 · Zulime, 1740 · Zadig ou o destino, 1748 · Le monde comme il va, 1748 · Nanine, ou le Péjugé vaincu, 1749 · O século de Luís XIV, 1751 · Micromegas, 1752

· Essai sur les mœurs et l'esprit des Nations, 1756 · Histoire des voyages de Scarmentado 1756 · Le Caffé ou l'Ecossaise, 1760 · Tancredo, 1760 · Histoire d'un bon bramin, 1761 · La Pucelle d'Orléans, 1762 · Tratado sobre a tolerância, 1763 · Dicionário filosófico, 1764 · Jeannot et Colin, 1764 · Petite digression, 1766 · O ingénuo, 1767 · A princesa da Babilónia, 1768 · Questions sur l'Encyclopédie, 1770 · Le Cri du Sang Innocent, 1775 · Dialogues d'Euhémère, 1777 · Irene, 1778


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Pensamentos e ideias

Busto e rosto desaparecidos de Voltaire (pintura de Salvador Dali)

Voltaire foi influenciado, no campo das ideias, pelo cientista Isaac Newton e pelo filósofo John Locke. Ele defendia as liberdades civis (de expressão, religiosa e de associação).Criticou as instituições políticas da monarquia, combatendo o absolutismo. Criticou o poder da Igreja Católica e sua interferência no sistema político.Voltaire foi um defensor do livre comércio, contra o controle do estado na economia. Foi um importante pensador do iluminismo* francês e suas ideias influenciaram muito nos processos da Revolução Francesa e da * ”Iluminismo” Independência dos Estados Unidos. Conceito de ideias de progresso e de perfeição humana, e defesa do

Voltaire e os sistemas filosóficos

conhecimento racional como

Voltaire ao comentar outros autores dá sua opinião. Começa meio para a supepor tornar claro os complexos sistemas filosóficos, pois ele é ração de preconinteligente e escreve muito bem. O cepticismo de Voltaire é ceitos e ideoloconsiderado uma atitude espiritual, contra a metafísica. Voltai- gias tradicionais. re escreve que o ser supremo, cuja crença veio depois do politeísmo, é válido. Disso resulta num paradoxo, pois Deus existe e não podemos conhecer os mistérios do universo. Voltaire aceita os argumentos para a existência de Deus de São Tomás de Aquino. É a causa primeira de tudo da Inteligência suprema. Para Voltaire a metafísica é uma quimera. Pode-se escrever mil tratados de sábios e não desvendar o segredo do universo, ou questões como: O que é a matéria? Porque as sementes germinam na terra? O Deus de Voltaire fez o mundo em tempos remotos e depois abandonou-o ao próprio destino. Observações e atitudes deste género tornam-no num Deista. Este conceito resulta de uma postura filosófico-religiosa que admite a existência de um Deus criador, mas questiona a ideia de uma revelação divina.


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Os Iluministas Para esta classe e nesta época, Deus não existia e era considerado um mal da humanidade. A ignorância e o medo criavam os Deuses, e a fraqueza preservava-os. Era um obstáculo para a civilização. O materialismo era preferencial à teologia. Estas ideias foram defendidas na Enciclopédia, cujo principal autor era Diderot. Os criadores das enciclopédias chamavam Voltaire um grande fanático, por este acreditar em Deus. Voltaire ao participar desta Enciclopédia, escreveu que via Deus na harmonia, inteligente entre as coisas. Mas negava o livre arbítrio e a providência.

“A originalidade não é mais do que uma imitação criteriosa.” Tema: Originalidade

Defensor da Justiça

“Uma discussão prolongada significa que ambas as partes estão erradas.” Tema: Discussão

Voltaire defendeu muitas pessoas que estavam em desgraça e lutou contra a tirania. Não se entusiasmava com as formas de governo. Achava os legisladores muito redutores. Como viajou muito, não era patriótico. Não confiava no povo e não gostava da ignorância, que estava muito difundida na época. Levantava dúvidas, muitas de suas obras são repletas de perguntas. Numa carta a Rousseau, no qual comenta o Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade, disse que o livro de Rousseau fazia surtir o desejo de voltar a ser animal, e andar de quatro patas, mas ele já havia abandonado esse hábito há sessenta anos.


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Frases de Voltaire •

"É difícil libertar os tolos das amarras que eles veneram".

"A leitura engrandece a alma".

"Todo aquele que desconfia, convida os outros a traí-lo."

"O abuso da graça é afectação; o abuso do sublime, absurdo. Toda perfeição é um defeito."

"O valor dos grandes homens mede-se pela importância dos serviços prestados à humanidade."

“Sufoca-se o espírito da criança com conhecimentos inúteis.”

"A guerra é o maior dos crimes, mas não existe agressor que não disfarce seu crime com pretexto de justiça."

"Encontra-se oportunidade para fazer o mal cem vezes por dia e para fazer o bem uma vez por ano."

Tema: Criança

"Que Deus me proteja dos meus amigos. Dos inimigos, cuido eu."

"O preconceito é uma opinião não submetida a razão."

"Tenho um instinto para amar a verdade; mas é apenas um instinto."

"Como é horrível odiarmos quem desejávamos amar."

"O meu ofício é dizer o que penso."

"A primeira lei da natureza é a tolerância; já que temos todos uma porção de erros e fraquezas."

"Devemos julgar um homem mais pelas suas perguntas que pelas respostas."

"O acaso é uma palavra sem sentido. Nada pode existir sem causa."


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Conclusão Foram homens de grandeza como Voltaire que á semelhança de Diderot ou de Montesquieau foram precursores de uma mudança profunda na concepção de uma nova imagem do novo “Homem”. Voltaire persistente e teimoso com os novos ideais, revolucionou os conceitos dogmáticos para construir um novo caminho da racionalidade. Quando se cumpriram 100anos da sua morte poetas afirmaram que este homem tinha “morrido imortal”. Voltaire foi considerado o homem do século, tinha exercido uma função e feito cumprir.

Bibliografia “Voltaire” Grande Enciclopédia Universal, Durclub S.A. Tomo 17 “Voltaire” Enciclopédia Larrouse, C. Leitores Tomo 18 “Voltaire” Enciclopédia Luso Brasileira de Cultura, Editorial Verbo Tomo 18 “Voltaire” Grande Enciclopédia Portuguesa Brasileira, Editorial Enciclopédia, Ldª Tomo 36 “Citador” 10 Junho 2009 «www.citador.pt/citacoes.php?cit=1&op=7&author=3&firstrec=0 Biografias.netsaber.com.br/ver_biografia_c_1156.html» “Wikipédia” 10 Junho 2009 «Pt.wikipedia.org/wiki/Voltaire»



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