SACOLEIRA A sacoleira olha para a revista pornô oferece escondida dentro da barraca do camelô. Ela já foi bonita mas está amarrotada pela meia idade. Segura duas enormes e cheias sacolas de náilon com listras grêmio f.c. Com um sorriso malicioso e contido para não acentuar as rugas pega uns chaveiros e pede desconto para um paraguaio de rosto indígena. - Faço, mas tem que me dar o cu. - Petulante, confiante pelo clima e protegido por estar em sua pátria. - Ta bom, onde? - Disse com bondade de santonãonegabenção. - Aqui, entra, ponho la cortina.- Frase rápida incrédula e nervosa. Quando entrou, fechou na verdade com um lençol com cheiro de suor e poeira. Calor, penumbra, tinha um ventilador Egoísta, não ligou, quis economizar energia estava acostumado com o calor. Ela ergueu sua saia mostrando sua calcinha vermelha, a bunda branca, caída, marmoreada de estrias. - Põe do lado.- disse o paraguaio. Mas a sacoleira tirou, gestos precisos, por cima da sandália, também vermelha. Afastou uma marmita rançosa com restos de arrozcarneemmolhomandioca e pôs o rosto sobre a mesa oleosa. Ergueu a bunda branca e caída, com esse gesto transformou, renovou, deixou sua bunda magicamente jovem, deliciosa. Abriu suas nádegas, com as mãos - me coma, apura. O paraguaio colocou uma camisinha. Lembranças, cheiro de bala de morango no cinema. E enfiou forte, gozo rápido. Ela samba. -Vá embora disse ainda fechando o zíper. Segurava enojado a camisinha-lesma. Ela gostou de ouvir, e até do asco dentro das palavras um componente, uma substância da voz áspera. Sentindo-se próxima do gozo, desobedeceu concentrou-se na ardência que ainda sentia e masturbou-se, mas terminou antes do próximo andale, andale. Quis dar um beijo no paraguaio, mas ele a rejeitou pediu quanto custava os chaveiros. - nada, nada. - respondeu com uma entonação de vá, vá e um gesto de dispensa. Sorrindo fundiu-se na multidão sexo a deixava com uma felicidade boba, canina. 17