Túnel do Marão

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05 de maio de 2016

EDIÇÃO ESPECIAL

PARTE INTEGRANTE DA EDIÇÃO VTM Nº3417

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EDIFÍCIOS E INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS INFRAESTRUTURAS URBANAS E SANEAMENTO BÁSICO ESTRUTURAS ESPECIAIS: BARRAGENS, PONTES E TÚNEIS PORTUGAL

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DIREÇÃO E GESTÃO DE EMPREENDIMENTOS

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Túnel de emoções

SUMÁRIO 4. JÁ

NÃO HÁ UM MARÃO QUE NOS SEPARA...

26/28. ENTREVISTA

A PEDRO MARQUES

Toda a história do Túnel

Ministro do Planeamento e das Infraestruturas

N15 - PORTO

8. ANDRÉ OLIVEIRA Coordenador do empreendimento refere que a obra “ensinou muito à engenharia portuguesa”

117km | 170min

IP4 - PORTO

TÚNEL DO MARÃO

A4 IP4 N15

82km | 56min | 5,40€

A4 - PORTO

78km | 49min | 7,35€

VILA REAL MONDRÕES PENA PARCIAIS

CAMPEÃ

SANCHE

A4 25km 17min IP4 29km 24min N15 39km 60min

PARADA DE CUNHOS FOLHADELA VIADUTO DO CORGO

ABOADELA

NÓ DE CAMPEÃ

TORGUEDA

30/33 INFOGRAFIAS Planta Esquemática, Altimetria e Mapa informativo

NÓ DE PARADA DE CUNHOS PARCIAIS A4 0KM IP4 0KM N15 0KM

ÁREA DE SERVIÇO

TAXAS

TAXAS

VÁRZEA

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AMARANTE

CLASSE 1 CLASSE 2 CLASSE 3 CLASSE 4

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CLASSE 1 CLASSE 2 CLASSE 3 CLASSE 4

0,70€ 1,20€ 1,45€ 1,65€

GONDAR ANSIÃES

CANDEMIL

12. CRONOLOGIA Datas e momentos sequenciais da evolução da obra

34. PASSOS COELHO Entrevista ao líder do PSD e ex-Primeiro Ministro que desbloqueou a obra

16/17. PRESIDENTES Rui Santos e José Luís Gaspar, presidentes de câmara de Vila Real e Amarante, consideram que a conclusão da obra traz muitas oportunidades 18. SEGURANÇA A segurança do Túnel foi pensada ao milímetro e foi além do estipulado na lei

36/43. IMPACTO O impacto do Túnel do Marão na perspetiva das associações empresariais transmontanas e das empresas

44/50. OPINIÃO Fomos ouvir várias personalidades da região acerca do valor do Túnel para Trás-os-Montes e Alto Douro

55/58. ACESSIBILIDADES O Túnel veio complementar uma série de novas vias, como sejam A4, A24, A7 e IC5

21. JOSÉ SÓCRATES O ex-primeiro-ministro, natural de Vilar de Maçada-Alijó, explica, num artigo de opinião, que esta obra é “política” e que é “inteiramente justa”

24/25. NÚMEROS

DO

TÚNEL E DA OBRA Todos os números relevantes acerca desta obra emblemática

59/61. MAIORES TÚNEIS O maior da Península Ibérica mas distante dos maiores da Europa

 A obra que é inaugurada esta semana tem um significado grandioso para Trás-os-Montes e Alto Douro. O Túnel do Marão foi uma decisão de grande coragem política do ex-primeiro-ministro José Sócrates, que a lançou, e do seu sucessor, Pedro Passos Coelho, que a retomou. Sobretudo, se tivermos em conta a relação desequilibrada entre o volume de investimento que a sua construção exigiu e o número de eleitores da região. Porque, infelizmente, ainda se ponderam os investimentos em função de eventuais proveitos eleitorais, numa mentalidade litoralizada e bacoca, que tem penalizado fortemente o país. Mais do que as vantagens estritamente económicas já apontadas a esta enorme obra, apraz-me realçar uma outra: a segurança. Ninguém terá dúvidas de que o número de acidentes vai diminuir consideravelmente e, por consequência, o número de vítimas. Esta é, sem dúvida, a maior das vantagens deste equipamento que vai servir a região e o país a partir do final desta semana. A Voz de Trás-os-Montes não podia ficar indiferente a um acontecimento desta magnitude. Nesta edição especial, apresentamos um trabalho detalhado sobre o Túnel do Marão, com a história e a cronologia da obra, infografias que ilustram os dados mais relevantes, artigos de opinião, os números mais significativos e os intervenientes da obra, entre outros conteúdos que, estamos certos, ajudarão os nossos leitores a compreender melhor o que está em causa. João Vilela

FICHA TÉCNICA DIRETOR GERAL JOÃO VILELA

Propriedade do título: Letras Dinâmicas, Lda. (por concessão temporária das

DIRETOR EDITORIAL AGOSTINHO CHAVES

Conferências de S. Vicente de Paulo, Vila Real) Editor: Letras Dinâmicas, Lda. Registada

TEXTOS CATARINA MATIAS, MÁRCIA FERNANDES E MARIA MEIRELES

na Conservatória Comercial de Coimbra. Capital Social: 120.000€. Detentores da

REVISÃO CÉLIA MOURÃO, FÁTIMA FERREIRA, LURDES ESTEVES, MÁRCIA FERNANDES E MARIA MEIRELES FOTOS CATARINA MATIAS, DAVID VAZ, MÁRCIA FERNANDES, MARIA MEIRELES, JOÃO VILELA, PEDRO SARMENTO COSTA e D.R. GRAFISMO E PAGINAÇÃO PEDRO COSTA PUBLICIDADE CARLOS MOURÃO (Coordenação), CÉLIA MOURÃO, DAVID VAZ E FÁTIMA FERREIRA

totalidade do capital social: Carlos Peixoto, Samuel Cunha, Sérgio Cunha, João Vilela, Carlos Alonso e António Lousa NIPC: 513 283 374. Registo do ICS: 101090 Depósito Legal nº 291102/09 Impressão: Empresa do Diário do Minho, Lda – Braga– Tel. 253 303 170 Distribuidora: VASP


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JÁ NÃO HÁ UM MARÃO QUE NOS SEPARA…. A ‘novela’ do Túnel do Marão foi longa, teve vários capítulos, muitos avanços e recuos, mas também um final feliz. Numa altura em que os transmontanos estão prestes a ultrapassar a grande serra que os ‘isolava’ do resto do país, fica para memória futura a história de um projeto que envolveu milhares e milhões…


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Pavimentação da obra de “Ligação da A4 – Nó do IP4 ao Lado Poente do Túnel do Marão”. Este projeto foi concretizado cumprindo-se de forma exemplar todos os objetivos a pensar nos futuros utilizadores de forma que usufruam do novo trajeto com a máxima qualidade e segurança.

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Maria Meireles

 O Marão, a sétima maior serra de Portugal, é hoje uma “barreira” transposta pela vontade, trabalho, empenho e investimento num projeto que custou centenas de milhões de euros e envolveu milhares de pessoas. A história começou há mais de uma década, com a reivindicação das populações por melhores acessibilidades e as promessas dos sucessivos governos de uma maior coesão territorial entre o interior e o litoral. Mas, o sonho de um caminho mais fácil de ligação à região só saiu do papel em 2009, altura em que foram dados os primeiros passos da monumental tarefa de rasgar as entranhas do Marão para garantir o progresso regional. No mesmo ano em que, coincidentemente, um grupo de cientistas americanos

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anunciou ter conseguido, acidentalmente, perfurar a crosta terrestre e alcançar pela primeira vez o interior do planeta Terra, em Trás-os-Montes começaram os trabalhos de perfuração de quase seis quilómetros serra adentro, na altura com um orçamento previsto de 350 milhões de euros. No entanto, apesar da dimensão do projeto, a verdade é que ao longo dos anos os trabalhos estiveram mais tempo parados do que em andamento, isso devido a três interrupções. Das primeiras duas vezes, que representaram um atraso total de mais de seis meses, a obra parou na sequência de providências cautelares apresentadas por um privado, nomeadamente o proprietário da empresa que comercializava a água que nasce na Serra do Marão. O último impasse no proje-

Os trabalhadores (que em pico de obra chegaram a ser mais de 750 em simultâneo) garantiram o andamento da obra 24 sobre 24 horas, num total de mais de 1,5 milhões de horas de trabalho. to, que levou a uma paragem de mais de três anos, aconteceu em 2011, quando a concessionária responsável assumiu problemas de ordem financeira, tendo sido a obra resgatada pelo Governo e a função de gestão inerente ao desenvolvimento da concessão entregue à Estradas de Portugal (EP), agora Infraestruturas de Portugal (IP). Na altura a EP decidiu alterar o modelo de contratação da obra, optando pelo modelo

de conceção/construção para o Túnel e por empreitadas individuais para os acessos poente e nascente (ligações do túnel a Vila Real e Amarante), os quais têm uma extensão aproximada de 10 quilómetros cada. E eis que em julho de 2014, quando o túnel já tinha avançado quase um quilómetro, a perfuração foi retomada, desta feita para não mais parar. Desde então, os trabalhadores (que em pico de obra che-

garam a ser mais de 750 em simultâneo) garantiram o andamento da obra 24 sobre 24 horas, num total de mais de 1,5 milhões de horas de trabalho. Um dos momentos de maior emoção para os homens e mulheres envolvidos na construção aconteceu no dia 10 de outubro do ano passado, quando, depois de um último arrebentamento, as bocas da primeira galeria (sul) se juntaram, dando, como alguns o


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chamaram, “o beijo” mais esperado pelos transmontanos. Nesse dia, pela primeira vez uma pessoa passou de um lado ao outro pelo interior do Marão. À medida que os dias passaram novas metas do projeto foram atingidas, com o “beijo” da segunda galeria, o fim da betonagem, a conclusão dos acessos, a implementação de todos os equipamentos que garantem o funcionamen-

to da infraestrutura e todos os testes necessários à segurança dos milhares de automobilistas (entre 8 a 12 mil, segundo as expectativas da IP) que vão utilizar o túnel. Agora que os 26 quilómetros da Autoestrada do Marão, que ligam Amarante e Vila Real, estão concluídos as contas finais revelam um investimento total de perto de 270 milhões, dos quais 88 milhões foram aplicados na criação do tú-

nel rodoviário que, com 5,6 quilómetros, é agora o maior da Península Ibérica. O sonho que há uns anos parecia muito longínquo, agora é uma realidade, e, com a conclusão da Autoestrada Transmontana, aberta desde 2013, e da Autoestrada do Marão, a região de Trás-os-Montes e Alto Douro já pode circular na A4 em toda a sua extensão, desde o Porto a Bragança.

As contas finais revelam um investimento total de perto de 270 milhões, dos quais 88 milhões foram aplicados na criação do túnel rodoviário PUBLICIDADE


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Um projeto cheio de ‘obras de arte’ e que não esqueceu as questões ambientais

Nos 26 quilómetros da Autoestrada do Marão foram construídos dez viadutos, mas também várias passagens superiores para a fauna. Os taludes têm sementeiras e foram plantadas 700 árvores Maria Meireles

 Incluído no Programa de Acessibilidades de Trás-os-Montes e Alto Douro, a Autoestrada do Marão tem como principais objetivos o desenvolvimento da região, garantir a mobilidade e melhores condições de segurança, contribuir para a redução dos tempos de percurso e promover a redução da sinistralidade rodoviária. Responsável pela obra depois desta ter sido resgatada pelo Governo de Pedro Passos Coelho, a Infraestruturas de Portugal teve como “principais preocupações” o nível da manutenção das estruturas parcialmente construídas, “as quais obrigaram à execução de intervenções de manutenção e monitorização constantes”. Antes do retomar da construção, foram mobilizadas “equipas técnicas para o terreno, numa perspetiva de retoma dos trabalhos”, o que aconteceu em 2014, altura em que foram renegociados os contratos de operação e manutenção do troço da A4 entre o nó de Geraldes com o atual IP4”, que já tinha entrado em serviço. A entrada em ação da IP envolveu ainda, entre outros procedimentos, novos estudos de tráfego, análise financeira e análise de custo-benefício, tendo sido preparado o processo de candidatura ao cofinanciamento comunitário, através de fundos disponibilizados pelo Quadro de Referência

Estratégico Nacional, que mais tarde veio a confirmar-se. Com uma nova visão sobre o empreendimento, o projeto foi dividido, tendo sido lançados três concursos públicos internacionais para a adjudicação dos três troços, nomeadamente o sublanço de ligação ao IP4 (A4)/Túnel do Marão (lado de Amarante), o túnel propriamente dito, e o troço Túnel do Marão/nó de Parada de Cunhos (lado de Vila Real). Adjudicado por 29,5 milhões de euros à empresa “Opway, S.A.”, o acesso do lado de Amarante envolveu a construção de nove viadutos (num total de três quilómetros dos dez que compõem o troço), o maior dos quais com 913 metros de extensão e 120 de altura. Foram construídas duas passagens superiores para tráfego viário e pedonal, uma delas também com uma passagem para fauna, e cinco passagens inferiores, para restabelecimento de acessos agrícolas ou municipais. Relativamente ao túnel, desde que a obra passou para a responsabilidade da IP foi necessário escavar os quatro quilómetros que faltavam, um trabalho que foi adjudicado, por 88,1 milhões de euros, ao consórcio Teixeira Duarte/EPOS. Além do trabalho de perfuração, realizado com recurso a explosivos, de sublinhar que o revestimento final é assegurado por um arco em betão armado com 0,35 metros de espessura.

O último troço, nomeadamente o que faz a ligação, ao longo de 10 quilómetros, da boca nascente do túnel ao nó de Parada de Cunhos, foi adjudicado ao consórcio Ferrovial Agroman/ Lena, por 28,8 milhões de euros. Segundo a IP, “ao longo do traçado foram executados dois nós de ligação, o Nó da Campeã, onde está instalado o pórtico de cobrança de portagens, e o Nó de Parada de Cunhos onde termina a intervenção”, um percurso que atravessa “os parques naturais do Marão e Alvão”, tendo sido por isso construídas quatro passagens de fauna. Outros aspetos interessantes deste troço, e que comprova que a “naturalização do meio envolvente foi também uma preocupação recorrente”, prende-se com a realização de uma sementeira nos taludes e a plantação de 700 árvores. Do troço vila-realense de destacar ainda o investimento “do ponto de vista tecnológico, vocacionado para o apoio e segurança dos utentes”, o que implicou a disponibilização de um conjunto de “sistemas de telemática de informações em tempo real, composto por painéis de informação variáveis e câmaras de vídeo de alta resolução, que garantem uma monitorização plena do tráfego da via”. No que diz respeito a ‘obras de arte’ de engenharia, “a mais relevante é o viaduto V12, que tem uma extensão de 412 metros repartidos por cinco vãos”.

Santa Bárbara olhou por todos os trabalhadores

 Um dos grandes motivos de orgulho para as empresas envolvidas na construção do Túnel do Marão é o facto de, apesar da complexidade do projeto e da obra ter decorrido em “tempo recorde”, não ter havido qualquer acidente de trabalho grave ou com vítimas mortais. O Sindicato da Construção de Portugal chegou a enaltecer publicamente essa constatação e a reivindicar para si alguma da responsabilidade pelo sucesso ao nível da segurança garantida aos trabalhadores, isso graças a ações pedagógicas alusivas às questões de higiene, saúde e segurança, realizadas através de um protocolo de colaboração com a Infraestruturas de Portugal. No entanto, se há também alguém a quem os trabalhadores agradecem é a Santa Bárbara, a padroeira das minas e dos túneis que ‘assistiu’ ao decorrer das obras estrategicamente posicionada à entrada de cada uma das bocas. Agora, com o seu dever cumprido, a Santa, representada em quatro imagens, vai também atravessar o túnel, com as imagens a cruzarem-se no interior da serra para mudar de posição, passando de Vila Real para Amarante e vice-versa. Depois de atravessar o Marão, as quatro imagens serão entregues a instituições religiosas locais, já que não podem voltar a ser usadas na construção de outro túnel ou mina. Numa das visitas ao túnel, o presidente da IP, António Ramalho, defendeu como muito importante manter a tradição e preservar “estes elementos religiosos”, mas deixou claro que as questões da segurança não foram deixadas só nas mãos da Santa, houve sim um grande empenho por parte de todos para que a obra decorresse sem incidentes graves.


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CLÁUDIO FILHO PEDREIRO Salvaterra de Magos “Sinto-me orgulhoso por fazer parte de uma equipa que contribuiu para a construção do Túnel do Marão. A finalização desta obra trará mais pessoas a Trás-os-Montes, que fica agora com outras condições de acessibilidade. Eu, por exemplo, não conhecia, apenas sabia que ficava no Norte. Agora que os trabalhos estão finalizados, espero regressar em lazer para mostrar à minha família esta bela paisagem que rodeia o Marão. Saliento ainda o facto de não terem ocorrido acidentes graves nesta grande obra de engenharia”.

AMÉRICO OLIVEIRA MANOBRADOR DE MÁQUINAS Gondomar “Gostei muito de trabalhar aqui, é uma grande obra de engenharia. Já trabalho no ramo há mais de 25 anos, mas a construção desta estrutura foi especial porque vai marcar esta região. Os trabalhos correram muito bem, não houve acidentes a registar, o que é sempre de salutar. Já trabalhei em túneis, mas nenhum tinha esta dimensão. Apesar da complexidade dos trabalhos, não tive dificuldade em exercer a minha função, tudo correu dentro do que estava planeado. Agora vou ter saudades de apreciar a paisagem circundante, que é muito bonita”.

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UMA OBRA QUE “ENSINOU” MUITO À ENGENHARIA PORTUGUESA

ANDRÉ OLIVEIRA Coordenador do empreendimento  Classificado como um “grande desafio” por aqueles que trabalharam na sua construção, pela grandiosidade e complexidade do projeto, o Túnel do Marão foi uma verdadeira sala de aula, tendo recebido no decorrer da obra a visita de centenas de estudantes, engenheiros e outros profissionais ligados à construção civil. “Obviamente, a engenharia portuguesa ganhou muito com o Túnel do Marão”, sublinhou André Oliveira, coordenador do empreendimento e um dos profissionais que classifica o projeto como maior desafio da sua carreira até à data. Segundo o mesmo responsável, uma das vertentes que a Infraestruturas de Portugal (IP) valorizou foi a abertura da obra à comunidade científica. “Tivemos inúmeras visitas. Haverá poucas universidades neste país que não tenham cá vindo, assim como ordens profissionais”, explicou. Tendo em conta que a empresa responsável pela obra é portuguesa e que, “seguramente mais de 90 por cento das pessoas que estiveram envolvidas na construção são portuguesas”, através do Túnel o país e o mundo ficaram a conhecer as capacidades da engenharia lusa. “É fantástico poder dizer que tive a sorte de estar associado a uma obra que é marcante a todos os níveis, não só para a IP, como para o país, para a engenharia portuguesa. Tenho bem consciência disso”, frisou André Oliveira, sem esconder “um carinho especial” pela infraestrutura.

“É fantástico poder dizer que tive a sorte de estar associado a uma obra que é marcante a todos os níveis, não só para a IP, como para o país, para a engenharia portuguesa”. O coordenador do empreendimento destacou o “empenho e esforço” de todos aqueles que estiveram envolvidos na construção da autoestrada, em especial “da empresa que estabeleceu o Túnel do Marão como uma enorme prioridade”. “Podendo eu, de alguma forma, estar associado ao processo é um motivo de realização pessoal e profissional enorme”. Com o sentimento de dever cumprido, aquele que foi muitas vezes o ‘rosto’ da obra, por ter sido chamado a explicá-la um sem número de vezes para jornalistas e outros visitantes, o coordenador, apesar de não ser da região, sente que o túnel “é também um bocadinho” seu. “Vou seguramente passar por cá”, adiantou, revelando entre sorrisos que, mesmo que o futuro não o traga de volta à região e o ‘obrigue ‘ a passar pelo túnel, vai seguramente fazer algumas viagens a Trás-os-Montes, quanto mais não seja apenas “por curiosidade” e não “por necessidade”.

Em relação aos próximos desafios, o engenheiro revelou à VTM que aguarda que o futuro lhe traga “outros maiores ainda”. “Os desafios motivam-me, não me assustam”, garantiu sem esconder, no entanto, a consciência de que o “difícil será encontrar outro desafio que se compare” ao Túnel do Marão.


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CRONOLOGIA 11.11.2004

28.05.2006

Governo promete 800 milhões de euros de investimento nas acessibilidades em Trás-os-Montes (Conselho de Ministros realizado em Bragança)

Governo aponta para 2012 a conclusão de várias estruturas rodoviárias, nomeadamente A4, IP2, IC5, IC26 e A24/IP3, num investimento total de 1.400 milhões de euros

Publicado o anúncio de lançamento do concurso público internacional da concessão do Túnel do Marão

28.02.2014

06.09.2013

Anúncio do novo concurso para o Túnel do Marão

Autoestrada Transmontana, entre Vila Real e Bragança, é aberta ao tráfego em toda a sua extensão

25.06.2014 Adjudicação da empreitada do Túnel do Marão

23.09.2014 Contrato e consignação

12.02.2007

18.11.2014 Obras do Túnel são retomadas


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06.2009 11.2009

Começam as obras da Autoestrada Transmontana e do Túnel do Marão

Obras do Túnel do Marão são suspensas

06.2010 Obras são retomadas

27.06.2013 IP recebe obra do Túnel do Marão

27.05.2015 Visita oficial da comitiva da Comissão Europeia

17.06.2013 Estado resgata a concessão da obra do Túnel do Marão

27.06.2011 Obras do Túnel do Marão voltam a ser suspensas

09.10.2015 Varamento da Galeria Sul

03.11.2015 Varamento da Galeria Norte

22.12.2015 Conclusão da betonagem


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MARIA DO CARMO MAGALHÃES

JOÃO GONÇALVES

SANSÃO GOMES

CAMPEÃ

AMARANTE

PINHÃO

Chegámos a servir cem pessoas por dia, tinha a casa com bastante gente “Eu acho que esta obra trouxe progresso à nossa terra. Foram para lá várias pessoas trabalhar, o que foi muito bom. Alguns dos trabalhadores costumavam vir almoçar e jantar ao meu restaurante. Chegámos a servir às cem pessoas por dia, tinha a casa com bastante gente. Agora, vamos ver o futuro, espero que a Campeã comece a ter mais visitantes. Temos de esperar e ver o que o Túnel do Marão nos vai trazer”

Vamos ganhar tempo, segurança e conforto. Tem um senão, as portagens

Maior proximidade com o Porto abre caminho à vinda de mais turistas para o Douro

“O Túnel do Marão veio facilitar a forma de chegarmos à zona mais interior do país. Apesar do IP4 ter melhorado alguma coisa, ainda existe alguma dificuldade nos acessos. Vamos ganhar tempo, segurança e conforto. Tem um senão, as portagens, mas não há como fugir a isso. Costumo ir muitas vezes a Vila Real e vou utilizar o túnel. É também uma mais-valia em termos comerciais, pois não tem aquelas subidas e descidas, que são uma perda de tempo”

“Após os sucessivos encerramentos de serviços na região, o Túnel do Marão surge como um veículo que pode ajudar a contrariar a tendência de desertificação e desemprego no interior transmontano. A maior proximidade temporal com o Porto abre caminho à vinda de mais turistas para o Douro, ao mesmo tempo que possibilita às empresas e pessoas da região uma maior mobilidade e economia de tempo”

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O litoral e o interior vão ficar favorecidos, tanto a nível económico, como do turismo Em primeiro lugar, destaco a conclusão da obra, que esteve muito tempo parada e causou inúmeros constrangimentos a toda à região. No entanto, finalmente está pronta a ser utilizada. Agora, o litoral poderá fazer outra abordagem a todo o interior, que estava um pouco bloqueado pelo Marão. Durante o inverno, havia o medo de transpor o Marão, devido à insegurança que a estrada oferecia. Recordo que muita gente foi vítima do IP4, mas a partir de agora as pessoas vão fazer este percurso com toda a comodidade. Tanto o litoral como o interior vão ficar favorecidos, tanto a nível económico, como do turismo. Para o concelho de Amarante, o túnel poderá trazer mais desenvolvimento económico, em que o turismo será o vetor mais preponderante e onde se espera uma grande mudança de paradigma.

JOSÉ LUÍS GASPAR Presidente da Câmara Municipal de Amarante

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Seremos uma região ‘litoralizada’ e isso abrirá muitas oportunidades Vale mais tarde do que nunca. Tive oportunidade de saber em primeira mão da adjudicação da obra. Lembro-me que, na altura, muitos não queriam que esta obra se concretizasse, e nem compareceram no lançamento da primeira pedra, uma cerimónia em Amarante. A infraestrutura está concluída, mas houve muitos que a quiseram parar ou então não fizeram o suficiente para que ela andasse mais rápido. O túnel tem um grande significado para a região, porque nos abrirá um conjunto de oportunidades que, se as soubermos potenciar, farão com que a região se desenvolva. Acabou a barreira mítica do Marão. Estamos apenas a 45 minutos do Porto, seremos uma região ‘litoralizada’ e isso abrirá muitas oportunidades”

RUI SANTOS Presidente da Câmara Municipal de Vila Real

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SEGURANÇA

PENSADA AO MILÍMETRO

Sistemas de deteção automática de incidentes, dezenas de câmaras de vigilância, postos SOS, barreiras que fecham em caso de incidente, mensagens que interrompem emissões de rádio em caso de emergência… tudo pensado para garantir a segurança total dos milhares e milhares de automobilistas nos poucos minutos em que vão circular pelas entranhas do Marão


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O maior da Península… um dos mais seguros do mundo Maria Meireles

 “Segurança de nível mundial” é o que garante a Infraestruturas de Portugal (IP) sobre os variados sistemas de segurança ativa implementados no Túnel do Marão, um desígnio que ‘bebeu’ muito da experiência de outras estruturas do género espalhadas por todo o mundo, indo mesmo além do que estava estabelecido na lei. No total são mais de 15 os sistemas de segurança que funcionam em simultâneo para garantir que os poucos minutos de viagem pela serra adentro sejam “absolutamente seguros” para todos os utentes. Para começar a falar sobre a segurança será necessário referir que as duas galerias estão completamente ‘cobertas’ com um sistema de videovigilância, contando para isso com câmaras de filmar a cada 120 metros. Além de registar a movimentação do túnel, os aparelhos, mais de uma centena, estão equipa-

dos com um sistema integrado de Deteção Automática de Incidente (DAI), que não só faz as câmaras focarem determinado espaço, como analisa a ocorrência e o software de gestão sugere um procedimento, ou seja, propõe desde logo aos operadores dos centros do controlo (dois instalados localmente, onde estão em permanência dois operadores, e um central localizado em Lisboa) o passo seguinte em termos de atuação. “O software tem integrado uma série de procedimentos, em função de todo o tipo de incidentes e anomalias que possam ocorrer dentro do túnel”, explicou à VTM André Oliveira, coordenador do empreendimento. Para os cerca de 8 a 12 mil carros que vão passar tranquilamente pela infraestrutura, o mais provável é que não se apercebam do largo investimento em equipamentos de segurança, como, por exemplo, os sistemas de controlo ambiental, para a deteção de gases libertados em incêndios ou se houver muito fumo no túnel.

NO TETO DO TÚNEL MAIS DE 12.000 METROS DE FIBROLASER ANALISAM A TEMPERATURA PARA DETETAR INCÊNDIOS PUBLICIDADE


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UMA DAS 13 GALERIAS DE EMERGÊNCIA

“A ventilação atua em dois níveis, a higiénica ou a de emergência, em caso de incêndio”, explica a IP, referindo que a visibilidade/opacidade dentro do túnel é analisada através de “dispositivos como sensores, luminancímetros e anemómetros”. Relativamente ao sistema de ventilação e controlo de fumo, foram instalados 46 ventiladores de impulso nas galerias principais e 26 nas galerias de emergência. “O sistema de ventilação assegura que o fumo é arrastado no sentido do fluxo do ar, não ocorrendo reversão, ou seja, não há fumo atrás da linha de incêndio”. Equipado com sistemas “topo de gama”, outro meio para garantir a deteção de incêndios é a existência de um cabo sensor de temperatura (fibrolaser) instalado no teto das galerias, onde também está instalada a tubagem que abastecerá (recorrendo a depósitos de água construídos num ponto alto, a nascente do túnel) as bocas de incêndios, localizadas a cada 180 metros dos 5,7 quilómetros. Relativamente aos postos SOS, os automobilistas vão poder en-

contrar esses locais de socorro a cada 120 metros. Comunicações por telemóvel garantidas, sinalização e placards de mensagens variáveis e iluminação de segurança e evacuação (com marcação das saídas de emergência) são outros ‘pormenores’ que garantem uma viagem completamente segura.

ESTAÇÕES DE RÁDIO VÃO ANUNCIAR AOS UTENTES COMO ATUAR EM CASO DE INCIDENTE Além da existência de placards informativos ao longo do túnel, a informação do que se passa dentro da infraestrutura será difundida, em caso de emergência, através de um sistema de megafonia, ou seja, pelos megafones instalados a cada 25 metros do percurso. Um sistema reforçado pela atuação também nas quatro estações de rádio comerciais que

estarão disponíveis, o que permitirá que qualquer mensagem seja também transmitida na estação que o utente esteja a ouvir, encaminhando, por exemplo, as pessoas para o ponto de emergência mais próximo.

GALERIAS COMPLEMENTAMSE PARA GARANTIR SEGURANÇA Constituído por duas galerias independentes, o Túnel do Marão é, na verdade, dois túneis unidirecionais (cada um com duas vias de circulação de 3,5 metros de largura, mais uma via de emergência, de 2,5 metros), existindo assim a possibilidade de, em caso de incidente, um se transformar na galeria de emergência do outro, isso graças ao sistema de encerramento automático composto por cancelas e semáforos localizados nas entradas do túnel. Assim, em caso de necessidade as duas galerias fecham para ga-

rantir o acesso aos meios de socorro e veículos de emergência, já que ao longo dos seus 5,7 quilómetros os túneis estão ligados a cada 400 metros, sendo que a cada 800 metros essas passagens não são só pedonais, mas também de veículos. Se forem confrontados com um incêndio os utentes devem desligar o motor, ligar os piscas e deslocarem-se até à próxima passagem, espaços onde estão instalados dois ventiladores que garantem o ambiente necessário até que a evacuação se possa processar.

SEGURANÇA FOI ALÉM DO QUE ESTAVA ESTIPULADO NA LEI O túnel foi equipado com dispositivos de segurança ativa em conformidade com as normas dispostas no Decreto-Lei 75/2014, no entanto, em alguns aspetos foi mesmo além do que estava estipulado.

“Há legislação muito recente em Portugal em matéria de túneis, que obviamente apreende a experiência de alguns trágicos acidentes que houve no passado”, frisou André Oliveira, recordando o que aconteceu no Monte Branco e que resultou em 39 mortos. “Este túnel tem características que aquele não tinha. Obviamente que esta legislação ‘bebe’ muito do que foram esses problemas e estabelece requisitos muito específicos”, reforçou. Mas, segundo o mesmo responsável, no que ao Túnel do Marão diz respeito, há aspetos em que se ultrapassou o que era exigido para garantir a segurança, como por exemplo o afastamento das bocas-de-incêndio, “que o decreto de lei estabelece que seja de 250 metros, e elas estão a 180 metros”, ou nas passagens de emergência, “que o decreto impõe que estejam a cada 500 metros, e elas estão a 400”. “Todos os requisitos são cumpridos e o que se pode concluir é que o túnel é absolutamente seguro. Vamos por ao serviço das pessoas uma estrutura muito capaz”, defendeu o coordenador do empreendimento.


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Os de cá e os de lá Dirão que é apenas um túnel. Bom, é um pouco mais do que isso. É o símbolo de um tempo que fica para trás – os de cá e os de lá. É como que um reencontro num novo espaço nacional com um pouco mais de igualdade, agora com um pouco menos de injustiça. A autoestrada Vila Real – Bragança e o novo IC5 vieram dar aos transmontanos o acesso às condições económicas e de qualidade de vida do resto do País. Agora que estão feitas, o que ocorre perguntar é como é que foi possível manter durante tantos anos tamanha iniquidade? Dirão também que é mais uma obra pública. Bom , é um pouco mais do que isso. Foi uma decisão política contra a corrente. Há muito que o pensamento tecnocrático oficial era o da desistência: não tinha densidade, não tinha economia, não tinha tráfego, não tinha gente. Sim, e a continuar assim menos terá. Hoje é difícil acreditar como é que foi possível, durante tantos anos, que este discurso de demissão não só tivesse sido aceite por tantos, mas que, em consequência, tivesse deixado de fora de qualquer oportunidade de modernização ou de desenvolvimento uma das mais marcantes identidades regionais do nosso País. Durante anos ouvi falar de investimento e do seu retorno. Não quero invocar os custos do adiamento do túnel, nem os cuidadosos estudos custo/benefício que foram realizados e que fundamentaram, do ponto de vista económico, o investimento. Mas quero referir um número: entre 1997 e 2004, no troço entre Amarante e Bragança o número de vítimas mortais em acidentes de viação era, em média, de 22 portugueses por ano. 22! Neste mesmo troço entre Amarante e Bragança, já com a autoestrada entre Vila Real e Bragança construída (entre 2012 e 2015) a mesma média anual de vítimas baixou para uns surpreendentes 2,25. 2,25! Quando o túnel entrar em funcionamento a expectativa é que esta taxa se reduza para um valor entre zero e um. Este é o ponto que quero sublinhar: mais do que economia este é um projeto que salva vidas. Sim, esta obra é política. Muito política. Aliás, o que distingue o político do sociólogo é que este último olha para a realidade com o desejo de a explicar,

OP OPINIÃO

JOSÉ SÓCRATES Ex-Primeiro Ministro Afinal a pergunta que fica é esta: porque é que levou tanto tempo? Houve quem sempre tomasse a região de Trás-os-Montes como segura, do ponto de vista eleitoral. de a descrever inteligivelmente. O político observa-a de forma diferente. Ele não olha para o que é, mas para o que devia ser; não pretende descrever mas reformar, mudar, melhorar. É por isso que não há política onde não houver imaginação. Sim, a política exige correr riscos, já que ela é a arena do contingente e do incerto. A negação da política é aceitar a fatalidade, passar o tempo a explicar porque é que não é possível fazer nada. Afinal a pergunta que fica é esta: porque é que levou tanto tempo? Bom, tenho uma teoria sobre isso. Houve quem sempre tomasse a região de Trás-os-Montes como segura, do ponto de vista eleitoral. Acontecesse o que acontecesse, a votação não mudaria significativamente – afinal as questões regionais não contam tanto como imaginámos. E de facto, todos os estudos eleitorais mostram que é mesmo assim. No entanto, para quem decidiu fazer a autoestrada esse é, porventura, o maior mérito. Fazê-la ou não a fazer, teria que ter outro critério, que não os votos. Como este por exemplo: fazer justiça.

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Mais equipamentos e formação para bombeiros  Quarenta bombeiros das quatro corporações que em caso de emergência serão as primeiras a ser acionadas para o Túnel do Marão já receberam formação, bem como alguns conjuntos de proteção individual específico. A Cruz Branca e a Cruz Verde serão acionadas para os acidentes no sentido Vila Real-Amarante, e, no sentido contrário, serão chamados a intervir primeiro os voluntários de Amarante e Vila Meã. Orlando Matos, comandante da Cruz Branca, fez parte da última turma de operacionais que se deslocou ao centro “Tunnel Safety Testing”, em Oviedo (Espanha), para receber formação e treinar o modo de atuação, num cenário em escala real, em caso de incêndio dentro de um túnel rodoviário. “A formação é muito completa, mas é preciso garantir que mais bombeiros tenham a oportunidade de a fazer e de treinar num cenário real, o que em Portugal é impos-

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sível de promover”, explicou o comandante defendendo que, “o ideal seria que, pelo menos”, mais uma turma de 20 bombeiros, 10 da Cruz Branca e 10 de Amarante (as duas corporações que atuam em primeira linha), recebessem já a formação, devendo haver depois um compromisso anual para um determinado número de elementos das quatro corporações, tal como acontece com os voluntários da Madeira, que todos os anos veem formada mais uma turma de 20 elementos. Cada curso tem uma duração de três dias e os custos são na ordem dos 1.600 euros para cada bombeiro, incluindo não só a formação teórica e prática, mas também a estadia e alimentação. Cada uma das quatro corporações recebeu também sete conjuntos de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) específico para operações de socorro dentro de túneis. Trata-se de um equipamento composto por capacete, cógula, casaco, calças, botas, luvas, lanterna e o equipamento respiratório. O aspeto inovador do EPI está no equipamento respiratório, que em vez de um cilindro de ar comprimido tem dois, sublinhou Álvaro Ribeiro, comandante distrital de operações de socorro, aquando a entrega simbólica dos equipamentos, que decorreu depois de um grande simulacro realizado no dia 13 de abril. “Este aparelho que não existe em Portugal”, explicou o mesmo responsável revelando que a sua constituição permitirá aos bombeiros estarem mais tempo dentro do túnel em caso de incêndio (dobro da capacidade respiratória), isso sem diminuir a capacidade de trabalho dos operacionais, já que são construídos em carbono, ou seja, os dois cilindros têm o mesmo peso que um dos atuais, feitos em aço. Cada equipamento exigiu um investimento de dois mil euros. MM

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Outra perspetiva do Túnel do Marão

OP OPINIÃO

O Túnel do Marão é uma oportunidade para reduzir as conhecidas assimetrias socioeconómicas existentes no espaço interior norte, além de melhorar a segurança de uma das estradas portuguesas com maior índice de sinistralidade. O envelope financeiro dos últimos quadros comunitários tem permitido melhorar as infraestruturas de saúde, de ensino e as acessibilidades das regiões. No entanto, a ambicionada convergência regional na distribuição dos fundos não tem sido cumprida. Os fundos comunitários tão ambicionados e disputados pelo litoral, mesmo com indicadores socioeconómicos acima da média nacional, têm vindo a substituir o orçamento de estado nas regiões do interior, não se cumprindo a ambicionada lógica da adicionalidade. Deste modo, as assimetrias regionais intrarregionais tendem a agravar-se. Os novos investimentos apoiados pelo programa Portugal 2020, segundo o jornal Expresso, confirmam esta situação. A distribuição dos projetos financiados pelo Norte 2020, em nada altera esta realidade. Torna-se assim fundamental derrubar outras barreiras que abram novas perspetivas no desenvolvimento das regiões. A melhoria da conectividade física e virtual tem de ter continuidade na componente imaterial, explorando os ativos tangíveis disponíveis, os recursos endógenos. Exige criar oportunidades na economia do conhecimento, gerar dinâmicas que se traduzam na atração de talentos e na promoção de novos negócios. Neste domínio, as Instituições de Ensino Superior continuam a ser âncoras de esperança, pelo seu papel na atração de trabalhadores do conhecimento, na dinamização de estratégias de valorização de I&D, visando melhorar o valor acrescentado dos recursos endógenos e com impacto positivo na criação de emprego e na fixação de pessoas.

ANTÓNIO FONTAINHAS FERNANDES Reitor da UTAD

O Túnel do Marão pode aproximar as dinâmicas empresariais do litoral ao espaço interior e potenciar novos conceitos de desenvolvimento e de inovação. No entanto, torna-se necessário combater os tiques centralistas, dos que defendem que a investigação e a valorização do conhecimento se deve concentrar nas grandes metrópoles de Portugal e da União Europeia, o que considero um absurdo socialmente inaceitável. Em síntese e numa perspetiva de competitividade e coesão, o túnel do Marão pode aproximar as dinâmicas empresariais do litoral ao espaço interior e potenciar novos conceitos de desenvolvimento e de inovação. O fim de uma conhecida barreira física deve ter continuidade em dinâmicas empresariais e de I&D que combatam o imobilismo e a fatalidade das assimetrias entre um litoral que, em termos socioeconómicos, se afasta cada vez mais de um interior pobre.

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NÚMEROS DO TÚNEL

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passagens

extensão da Autoestrada do Marão

270

72

13

km

ventiladores

de emergência entre as galerias

88

milhões

milhões

custo da Autoestrada do Marão

custo do Túnel

4

estações

13000

de rádio vão funcionar dentro do Túnel

veículos

1,95

4,90

valor mínimo da portagem

valor máximo da portagem

euros

126

câmaras de videovigilância e Deteção Automática de Incidentes

Tráfego diário estimado

euros

5,7 km

extensão do Túnel

100 km/h

velocidade máxima permitida


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NÚMEROS DA OBRA 750

trabalhadores

(pico da obra)

1.500.000 horas Número de horas de trabalho

0

acidentes graves

Com vítimas mortais ou com gravidade extrema

160

empresas Número de empresas que trabalharam na obra

280.000 m2

Quantidade de tela de impermeabilização

1000 explosões

Número de explosões (pegas)

400.000

185.000 m3

Quantidade de betão utilizado na obra

6800

m3

toneladas

Quantidade de material que saiu de dentro da serra

Quantidade de aço

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ENTREVISTA PEDRO MARQUES MINISTRO DO PLANEAMENTO E INFRAESTRUTURAS

O MINISTRO PEDRO MARQUES REFORÇA A IDEIA QUE O TÚNEL DO MARÃO VEM TRAZER MAIOR COMPETITIVIDADE À REGIÃO, ATRAINDO NOVOS INVESTIMENTOS, QUE IRÃO GERAR MAIS RIQUEZA E MAIS EMPREGO. O RESPONSÁVEL GOVERNAMENTAL GARANTIU AINDA QUE NÃO ESTÁ PREVISTA A INTRODUÇÃO DE MAIS PORTAGENS EM TODA A EXTENSÃO DA AUTOESTRADA TRANSMONTANA, ALÉM DE AFIRMAR QUE ATÉ AO VERÃO AS PORTAGENS NAS OUTRAS VIAS RÁPIDAS VÃO BAIXAR SIGNIFICATIVAMENTE, SOBRETUDO PARA OS VEÍCULOS PESADOS DE MERCADORIAS…


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“Túnel terá um forte impacto positivo na vida das pessoas” VTM - Na sua opinião qual a importância do Túnel do Marão para Trás-os-Montes e Alto Douro e para o país? Pedro Marques (PM)- O Túnel do Marão constitui uma via de importância estratégica, não apenas para toda a região de Trás-os-Montes e Alto Douro, mas igualmente para todo o país, na medida em que é um fator de coesão territorial e de dinamização económica, de que todos beneficiaremos. O túnel terá um forte impacto positivo na vida das pessoas, ao possibilitar deslocações mais rápidas, mais confortáveis, mas, principalmente, mais seguras, na medida em que constitui uma clara alternativa ao IP4, uma das vias com maior sinistralidade do país. Esta obra, com a qual fica concluída a A4, permitirá a ligação por autoestrada de toda esta região à restante rede de autoestradas nacionais, à zona do Grande Porto, ao porto de Leixões, ao Aeroporto Sá Carneiro e aos grandes eixos ferroviários, mas também a Espanha e, daí, a toda a Europa. Com esta nova via, não apenas as empresas aqui localizadas conquistam novos mercados, como a região ganha capacidade de atração para novos investimentos, com o que isso representa em criação de riqueza e de emprego. O Túnel do Marão é, assim, um exemplo de uma vi-

“Não está nos planos do Governo a introdução de mais portagens nesta via” são que é a deste Governo para o desenvolvimento do Interior, substituindo a conceção periférica, por um desígnio estratégico de afirmação económica. Com a conclusão da A4, qual o retrato que faz de Trás-os-Montes no plano das acessibilidades? Portugal está hoje dotado de uma rede fundamental de autoestradas que, no essencial, responde às necessidades de mobilidade das pessoas e das empresas. Com a abertura do Túnel do Marão, Trás-os-Montes passa a estar integrado de um modo consolidado nessa rede, com o que isso representa de oportunidade para o desenvolvimento económico e a qualidade

de vida da população. No início do mandato deste Governo, retomámos ainda a ligação aérea entre Bragança e Vila Real e o resto do território, numa operação que representa um esforço financeiro significativo da parte do Estado, mas que consideramos de enorme importância para a coesão do território. Ainda neste âmbito, há projetos que aguardam sair “da gaveta”, como por exemplo a construção do IC26… Existe alguma previsão sobre o futuro deste projeto? A Infraestruturas de Portugal tem realizado, nos últimos anos, diversos estudos sobre essa obra. Contudo, deve ser enquadrada na situação atual, que este Go-

verno encontrou, em que não beneficiámos de financiamento comunitário para obras rodoviárias. Recentemente, a Câmara Municipal de Bragança reivindicou um período de carência para o pagamento das portagens no Túnel do Marão. Essa é uma possibilidade que está sobre a mesa? O projeto do Túnel do Marão contemplava, desde o seu lançamento, a cobrança de portagens, porque se trata de uma obra de enorme complexidade e, logo, com custos extraordinariamente elevados. No entanto, a taxa que vai ser cobrada é precisamente a que corresponde ao mínimo possível, dentro dos cená-

rios estudados, tendo em conta a extensão do percurso em causa. Além disso, os veículos pesados de mercadorias beneficiarão de um desconto, quando circularem em horário noturno, fim de semana ou feriado. Não está nos planos do Governo a introdução de mais portagens nesta via. E em relação às ex-SCUT, a região está servida por aquela que é a mais cara do país, a A24. Recentemente anunciou uma redução no valor das portagens. Já pode avançar com números concretos? Os transmontanos podem esperar um maior equilíbrio entre o custo da sua via rápida e as restantes do país?


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28 O Governo tem estudado a redução das portagens nas autoestradas do interior e naquelas que não tenham alternativa adequada. Essa redução será idêntica para todos os veículos, independentemente da região de origem dos respetivos condutores, devendo haver uma diferenciação positiva para os veículos pesados de mercadorias. A medida deverá entrar em vigor no verão. Houve necessidade de realizar os estudos necessários para a concretização da medida, visto que o anterior Governo não deixou estudos completos sobre esta matéria. Por outro lado, haverá também necessidade de renegociar alguns contratos de concessão, o que atrasou a entrada em vigor da medida. Este é mais um sinal, um sinal forte, da aposta deste Governo no desenvolvimento do interior e na coesão territorial. O favorecimento da mobilidade é um fator decisivo para a competitividade das regiões e para o necessário relançamento da economia. Numa altura em que a região está bem servida em acessibilidades ao nível rodoviário e aéreo, pode continuar a sonhar com o regresso da ferrovia? O Governo lançou recentemente um Plano de Investimentos em Infraestruturas Ferroviárias, que se centra nos dois eixos fundamentais para o suporte à economia portuguesa, nomeadamente às exportações: a ligação Aveiro-Vilar Formoso, que ligará os portos de Aveiro e Lei-

xões a Espanha e o eixo que ligará o porto de Sines a Caia, e daí à Europa. O transporte de mercadorias por via ferroviária é de extraordinária importância para o desenvolvimento do nosso tecido empresarial e, nos últimos anos, infelizmente o que houve foi desinvestimento. Nas atuais condições orçamentais, que são bem conhecidas por todos, temos de nos focar nos investimentos com comparticipação comunitária, e estas eram também as prioridades europeias.

“O favorecimento da mobilidade é um fator decisivo para a competitividade das regiões e para o necessário relançamento da economia”

“O Túnel do Marão é um exemplo da visão deste Governo para o desenvolvimento do Interior”

Entre os projetos de infraestruturas para Trás-os-Montes nas mais diversas áreas, há algum específico que considere prioritário? Portugal necessita de investir fortemente em empresas inovadoras, capazes de serem competitivas no mercado global. Empresas que criem emprego e que apostem fortemente na exportação. Por outro lado, precisamos igualmente de desenvolver infraestruturas de proximidade, por exemplo nas áreas da saúde, da educação, que sejam elementos de reforço da coesão social. Para estes investimentos, Portugal tem atualmente ao seu dispor os fundos europeus do Portugal 2020, uma oportunidade na qual o Governo coloca grande empenho e que constitui um desafio de enorme importância para o nosso desenvolvimento. Em breve, teremos aprovados e em execução os primeiros projetos desta natureza na região.


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750m

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53km | 32min Rio Marão 500m

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TÚNEL DO MARÃO

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17.5Km

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20Km

22.5Km

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27.5Km

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117km | 170min

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82km | 56min | 5,40€

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PEDRO PASSOS COELHO Ex-Primeiro Ministro

“Foi no meu governo que foram desbloqueadas as sérias restrições à conclusão da obra”

Pedro Passos Coelho falou, em exclusivo à VTM, como transmontano e ex-governante, admitindo que o Túnel do Marão é “vital do ponto de vista social e económico para toda a região”.

VTM - Na sua opinião qual a importância desta infraestrutura para Trás-os-Montes e Alto Douro e para o país? Pedro Passos Coelho - Em primeiro lugar, para a nossa região é vital do ponto de vista social e económico. Corresponde a uma exigência justa de muitas dezenas de anos e que deverá acelerar a movimentação de pessoas, famílias e bens entre o interior e o litoral. O País ganha com maior mobilidade entre o litoral-interior e elimina um ponto de estrangulamento, acrescentando segurança rodoviária. VTM - Qual o sentimento de ver concluído o Túnel do Marão, tendo em conta que a solução para o retomar da obra foi encontrada durante o seu governo? PPC - É um orgulho e prazer pessoal, não o escondo. Foi no meu Governo, na fase mais aguda da grave crise que o País atravessou, que foram desbloqueadas as sérias restrições à conclusão da obra. Foi possível ultrapassar uma situação grave que envolveu, em determinado momento, incapacidade financeira do aglomerado, problemas jurídicos com calendário próprio e desenhar novo mapa de fontes financeiras para permitir a conclusão da obra. VTM - Como transmontano, e depois de um processo cheio de contratempos, como vê a conclusão da A4 e que mensagem deixa aos seus concidadãos? PPC -Esta foi das poucas obras públicas que receberam “luz verde”, mesmo depois de declarada a quase insolvência do País. Infelizmente os escassos recursos financeiros não foram o único obstáculo, como atrás referi. Esta obra simboliza também a capacidade mobilizadora e a tenacidade dos transmontanos. Espero que a obra contribua para acelerar o desenvolvimento económico da nossa região. PUBLICIDADE

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OP

Túnel do Marão acentua centralidade Ibérica do Nordeste Transmontano

OPINIÃO

SOBRINHO TEIXEIRA Presidente do Instituto Politécnico de Bragança

O Túnel do Marão vem quebrar a barreira natural que historicamente dividiu a região norte e permite, finalmente, construir uma Região Norte mais coesa na qual o Nordeste Transmontano desempenha o papel de articulação com a região mais central e dinâmica de Espanha, em particular as bacias industriais de Valladolid / Leon / Madrid. Neste contexto de centralidade reforçada surgem várias novas oportunidades que importa explorar. A mais óbvia será, provavelmente, a vocação para o Nordeste se constituir como uma plataforma logística articulando as regiões industrias espanholas com o resto da região Norte, em particular com o Porto de Leixões, beneficiando ainda da contiguidade com a linha férrea de alta velocidade espanhola (AVE), que margina a região e que encurta drasticamente a distância a Madrid e ao centro da Europa. Uma oferta ajustada de serviços logísticos em Bragança poderia, por exemplo, viabilizar o Porto de Leixões como uma alternativa credível para as áreas industriais em torno dos polos de León, Valladolid e Salamanca. Em paralelo o Aeroporto de Bragança, em articulação com o aeroporto Francisco Sá Carneiro, pode constituir-se como uma importante plataforma de serviços ligados à aviação comercial e aos transportes aéreos. Atividades como sejam a formação de pilotos e de pessoal de cabine, a manutenção aérea, o transporte de carga e mesmo de passageiros, podem beneficiar desta localização privilegiada de Bragança. Por outro lado, o Nordeste Transmontano e o Alto Tâmega vêm-se constituindo como uma bacia industrial fronteiriça com alguma expressão. A centralidade regional e a sua capacidade de articulação com as regiões industriais da Galiza e de Castela e do resto da região Norte explicam parcialmente o forte crescimento industrial da região, em contraciclo

“A região fronteiriça do Nordeste Transmontano e Alto Tâmega reforça agora o seu potencial de oferta de excelentes condições de formação nas suas instituições de ensino superior”

face à situação de crise. Também neste caso, a fluidez da ligação com o litoral da região Norte pode acentuar ainda mais esta vocação. Porém, todas estas possibilidades precisam de fortes capacidades científicas e tecnológicas na região para se poderem concretizar. A região fronteiriça do Nordeste Transmontano e Alto Tâmega reforça agora o seu potencial de oferta de excelentes condições de formação nas suas instituições de ensino superior aos jovens de toda a região Norte, no seio de uma região cosmopolita, aberta e capaz de atrair cada vez mais estudantes internacionais. Em rede com o resto da região Norte, o Nordeste Transmontano deve agora constituir-se como o parceiro privilegiado no diálogo do Norte com os excelentes centros científicos espanhóis vizinhos. 

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ASSOCIAÇÕES EMPRESARIAIS CONSIDERAM TÚNEL DO MARÃO

“PREPONDERANTE PARA O DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO” Fomos ouvir opiniões de responsáveis por diversas associações empresariais, que são unânimes na importância da infraestrutura para a região, mas reconhecem que “é preciso mais” para alavancar o desenvolvimento sustentado de Trás-os-Montes e Alto Douro


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Márcia Fernandes

 Desde o turismo, à construção civil, passando pelos mais variados setores, empresários e associações de Trás-os-Montes e Alto Douro são unânimes na importância que o Túnel do Marão terá para o desenvolvimento da economia regional, salvaguardando, no entanto, os custos das portagens, que se vão refletir nas contas das empresas e poderão afetar os preços dos produtos transacionados. O presidente da Nervir, Luís Tão, classifica a infraestrutura como a ‘autoestrada da justiça’, portanto, como foi construída para reduzir as assimetrias entre o litoral e o interior, defende que os empresários deveriam ficar isentos de pagar, assim como todos os cidadãos. “Em Portugal isso não é possível, porque tem de se pagar tudo”, lamenta este responsável, adiantando que haverá sempre pessoas que vão continuar a utilizar o traçado da Serra do Marão, sobretudo no verão. Na opinião do presidente do Nerba, Eduardo Malhão, a obra é claramente uma “mais-valia”, pois “vem aproximar muito mais o interior do litoral” e dos principais mercados das empresas da região. Além disso, torna as viagens “muito mais rápidas, seguras e económicas”. A Associação de Industriais do Granito (AIGRA) vê aqui “uma nova alternativa rodoviária” para o escoamento dos seus produtos, mas os empresários terão de fazer as contas e ver se compensa utilizar o túnel. “Como terá portagens, há que fazer contas,

ao desgaste das viaturas que sobem o Marão pelo Itinerário Principal 4 (IP4), ao combustível e ao tempo da viagem. Se tivermos em atenção todos os fatores, talvez compense utilizar o túnel, mas teremos sempre de ver o que é mais vantajoso, caso a caso”, refere Domingos Ribeiro, presidente da AIGRA. Para António Fernandes, presidente da Associação de Empresários e Hotelaria e Turismo do Douro (HTDouro), o túnel é, “indubitavelmente, uma obra muito importante” para a coesão da região e do país. Entre as inúmeras mais-valias que trará à região, António Fernandes destaca que será mais fácil exportar bens e serviços, as viagens serão mais seguras e o património e a paisagem ficam mais perto do olhar dos visitantes. Vencida esta “batalha”, o responsável máximo da HTDouro refere que apenas esta infraestrutura “não chega”. “É fundamental criar apoios e medidas específicas, para quem investir em regiões mais desfavorecidas”, entre as quais sublinha um “pacote fiscal de discriminação positiva”, candidaturas ao Norte 2020 “mais ágeis”, “formação” de trabalhadores no ativo, “investir” na navegabilidade do rio Douro, “valorizar os nossos produtos” interna e externamente, entre outros. Jorge Santos, presidente da ACISAT, recorda o ditado popular “Para lá do Marão, mandam o que cá estão”, numa alusão que considera continuar a “fazer sentido”, apesar da barreira física e natural ficar esbatida com a abertura do túnel, que trará “muitas mais vantagens do que desvantagens. 

LUÍS TÃO Presidente da Nervir Associação Empresarial

Quem for uma ou outra vez ao litoral utilizará o Túnel, quem tiver muitas idas ao Porto usará o IP4 Esta obra é da maior importância para a região, é ansiada por toda a população transmontana e pelas empresas. É uma obra anunciada já há muito tempo como a ‘autoestrada da justiça’, daí eu defender também que para haver justiça tínhamos que reduzir as assimetrias regionais que existem entre o litoral e o interior. Sendo reconhecidas essas assimetrias, tínhamos um receio de, como sendo a ‘autoestrada da justiça’, estivéssemos isentos de pagar alguma coisa. Mas isso não é possível, porque em Portugal paga-se tudo. Penso que assim toda a gente irá fazer contas: quem for uma ou outra vez ao litoral utilizará o Túnel, quem tiver muitas idas ao Porto se calhar usará o IP4 para não pagar portagens…”

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ITINERÁRIO PRINCIPAL 4 (IP4)

 “Agora ficamos com a A7, A4 e A24, que são infraestruturas capazes de diminuir o tempo e a segurança nos transportes, o que será preponderante para o desenvolvimento territorial. No entanto, o mais importante é mesmo captar investimento, mas aí já terá de ser o poder central a tomar medidas que favoreçam os Territórios de Baixa Densidade”. O administrador da empresa Anteros Empreitadas, António Rendeiro, sublinha que a nova infraestrutura trará benefícios “gigantescos aos empresários da região”, mas alerta para alguns custos inerentes que poderão asfixiar ainda mais as empresas, que vivem tempos difíceis. “Sei que há alguma contestação com a introdução de portagens no novo troço que atravessa a serra do Marão, no entanto, também sei que irá trazer muitas vantagens, como o menor tempo gasto para chegar ao Porto e a maior segurança que trará aos automobilistas, sobretudo no período de inverno, em que não é fácil passar no Marão”. Este gestor alertou para o peso dos impostos nas empresas, classificando-os como “terríveis”. “Há muitos custos associados ao seu funcionamento, é preciso medidas adicionais para manter as empresas que já estão no mercado e atrair novos investimentos para Trás-os-Montes, que continua a ser uma região com graves carências”. O presidente da Associação das Empre-

sas de Vinho do Porto (AEVP), António Saraiva, está convicto que muitas empresas exportadoras vão optar por utilizar o túnel, deixando para trás a sinuosa estrada nacional que liga Peso da Régua a Amarante, passando por Mesão Frio. “Terão de pagar as portagens, mas esses custos poderão ser esbatidos no tempo que se poupa, no desgaste dos veículos e na poupança de combustível”, destacou este responsável, adiantando que tudo o que seja para facilitar as vias de comunicação, “é sempre bem-vindo”, não só para as empresas que transportam o vinho para Vila Nova de Gaia, mas também para atrair mais turistas ao Douro, que “contribuem para a promoção dos nossos vinhos”. O túnel já abriu ao tráfego e agora há que fazer todas as contas às vantagens e desvantagens em utilizar a nova alternativa ao IP4. Recorde-se que os valores das portagens vão desde os 1,95 para veículos de classe 1, de 3,40 (classe 2), 4,40 (classe 3) e 4,90 (classe 4), mas haverá descontos para veículos de mercadorias e motociclos, em períodos específicos. Por exemplo, aos fins de semana e feriados, os veículos de mercadorias têm 10 por cento de desconto no período diurno e de 25 por cento se circularem de noite. Já os motociclistas, se estiverem equipados com o dispositivo electrónico “Via Verde” terão também descontos, neste caso de 30 por cento.

MELCHIOR MOREIRA Presidente da Turismo do Porto e Norte de Portugal

É um grande passo no combate às assimetrias regionais Esta obra é de extrema importância para a continuidade do desenvolvimento da Região Porto e Norte. Passamos a ter uma aproximação maior, mais segura e mais célere, entre a maior porta de entrada de turistas no nosso destino, o aeroporto Francisco Sá Carneiro, o Douro e Trás-os-Montes. É um grande passo no combate às assimetrias regionais e que, ao juntar-se à autoestrada de Madrid e ao TGV, coloca o Douro e Trás-os-Montes na linha da frente na receção aos fluxos de turistas. Passa assim a haver um canal que une o Marão. Traz ainda uma série de mais-valias: aumenta a fluidez do território, a visitação e a estadia média, o que também aumenta os resultados financeiros para a cadeia do turismo”


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EDUARDO MALHÃO Presidente do Nerba Associação Empresarial

Torna as viagens mais rápidas, seguras e económicas A obra do Túnel do Marão veio aproximar muito mais o interior do litoral e dos principais mercados das empresas da nossa região. Por outro lado torna ainda as viagens muito mais rápidas, seguras e económicas, na medida em que permite que as mercadorias cheguem com mais facilidade ao seu local de destino, portanto tornam-se mais em conta. Claramente é uma mais-valia. Possibilita também que mais fluxos de turismo cheguem à região e julgo que isto em termos de economia e de empresas é uma lufada de ar fresco. Uma obra já desde há muito tempo ansiada e que felizmente chegou a hora de ser concluída”

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As acessibilidades que tardaram em aproximar o interior do litoral ficam agora muito mais facilitadas É uma barreira física que é ultrapassada. O ditado diz que “para lá do Marão mandam o que lá estão”, mas considero que vamos continuar a mandar, mas vai deixar de haver “o para lá”, ou seja, a barreira física e a dificuldade em transpor uma barreira natural, que também é muito bonita, vai esbater-se com a finalização do túnel. As acessibilidades que tardaram em aproximar o interior do litoral ficam agora muito mais facilitadas com mais esta nova alternativa, designadamente com a conclusão da A4. Agora ficamos com a A7, A4 e A24, que são infraestruturas capazes de diminuir o tempo e a segurança nos transportes. Além disso, a abertura do túnel traz uma vantagem muito grande para o desenvolvimento territorial”.

ANTÓNIO RENDEIRO Administrador da Anteros Empreitadas

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Traz benefícios gigantescos aos empresários da região É uma infraestrutura extramente interessante, que traz benefícios gigantescos aos empresários da região. Há alguma contestação com a introdução de portagens no novo troço que atravessa a serra do Marão, no entanto também há muitas outras vantagens na utilização do túnel, como o menor tempo gasto para chegar ao Porto ou a maior segurança que traz aos automobilistas, sobretudo no período de inverno, em que não é fácil passar no Marão. Infelizmente, em Chaves, há muitas famílias marcadas pelas tragédias que já aconteceram naquela estrada fatídica, o IP4”.


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EMPRESAS AVALIAM OS PRÓS E “O CONTRA”…

Nos mais variados setores da economia há empresas que são ‘obrigadas’ a percorrer diariamente o IP4 para se deslocarem em direção ao Porto e garantir os seus serviços. Com o Túnel do Marão, o itinerário principal tem agora uma alternativa mais rápida, mais segura e mais cara, cuja utilização para alguns é uma certeza, mas para outros ainda é algo a ponderar…

 Apresentar o melhor da região a turistas dos quatro cantos do mundo é o trabalho desenvolvido pela empresa Douro Exclusive, que, para transformar em realidade a “aventura duriense” aos seus clientes, chegam a fazer a viagem de ida e volta para o Porto, pelo “cansativo” IP4, quatro vezes por dia, quatro vezes por semana. “Para nós, que o fazemos muitas vezes, é uma experiência penosa, pelo tempo que perdemos e pelo desgaste das viaturas”, sublinhou Ana Carvalho, fundadora e CEO da empresa que, desde 2013, já apresentou o Vale do Douro

Viajar pelo IP4 “é uma experiência penosa”

a cerca de 1.500 turistas, mais de 90 por cento dos quais estrangeiros. Um dia de trabalho da Douro Exclusive começa com a viagem até à cidade invicta, para buscar pequenos grupos de turistas ao hotel e proporcionar-lhes uma experiência de enoturismo de dia inteiro. “A maior parte dos clientes está alojada no Grande Porto e é lá que nos dirigimos quando temos reservas, para os ir buscar e trazê-los para conhecer o Vale do Douro”, explicou. Findo o dia de passeio e descoberta dos tesouros da região património da humanidade, volta-se para estrada para levar os turistas de volta ao Porto e, depois, regressar a Vila Real, onde a empresa está sedeada. “O Túnel vai-nos devolver uma hora por dia”, frisou Ana Carvalho, fazendo as contas ao tempo que poderão poupar. A entrada em funciona mento da infraestrutura vai representar, assim, para a Douro Exclusive “um ganho de ANA CARVALHO tempo extremamente E MARCO PINTO importante, quer pessoal Douro Exclusive quer profissional”, mas também, obviamente, uma melhoria ao nível do “conforto” e das questões de “segurança”. “No nosso caso pessoal, os prós vão superar largamente os contras”, sublinhou Marco Pinto, também fundador e CEO da empresa, revelando a certeza de que, mesmo com portagens, a nova autoestrada vai MM entrar no itinerário.


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 Sardinha, congro, robalo, garoupa ou raia. Esses são apenas alguns dos muitos peixes que Carlos Sanfins transporta há 18 anos, pelo menos cinco vezes por semana, desde Matosinhos, Porto ou Aveiro, até Vila Real, sempre pelo IP4. “O Túnel do Marão vai nos proporcionar chegar mais cedo, pelo menos à vinda. Na ida, às 2h00 da manhã, se calhar não vai compensar muito,

missível que uma portagem da classe 2, que vai ficar na ordem dos 3,90 euros, seja apenas 70 ou 80 cêntimos mais cara que a cobrada a um camião com 30 toneladas. Não faz sentido nenhum”, criticou, revelando que a empresa já gasta por ano entre 15 e 16 mil euros em portagens. Apesar das contas não serem favoráveis à utilização do Túnel, Carlos Sanfins admite que vai recorrer à i n f r ae s t r ut ura sempre que o cumprimento do horário for apertado ou que as condições climatéricas sejam adversas. Apesar da crise económica sentida a nível nacional, a empresa de Carlos Sanfins, a Gonçalves e Filhos, está empenhada em apostar no setor em que trabalha há 18 anos. “Temos uma peixaria no mercado que estamos a remodelar completamente para oferecer, a partir deste mês, condições muito melhores ao nível da variedade, qualidade e preços”, explicou o empresário sublinhando que além da venda direta ao público, a empresa fornece outras peixarias bem como instituições de toda a MM região.

Empresário reconhece ganhos na segurança mas lamenta “portagens injustas”

CARLOS SANFINS Peixaria

porque não há trânsito”, frisou o empresário vila-realense que já fez as ‘contas à vida’ sobre a utilização da nova alternativa rodoviária. Reconhecendo os benefícios ao nível da segurança, da poupança de tempo e do menor desgaste das 14 viaturas da empresa, o mesmo responsável explica que só não vai utilizar a autoestrada sempre por causa das portagens, cujos valores “são injustos” no que diz respeito à diferença entre as classes. “É inad-

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Capital do Azeite, no coração da Terra Quente Transmontana, a sul do distrito de Bragança, Vila Flor tem cerca de 7 mil habitantes, distribuídos por 14 freguesias, numa área total de 272 Km2. D. Dinis, Rei Poeta, aquando da sua passagem pela então “Póvoa d´Álem Sabor”, ficara encantado e rendido à beleza da paisagem e, em 1286, carinhosamente a rebatizou de “Vila Flor, mandando erguer, em seu redor, em jeito de proteção, uma cinta de muralhas com 5 portas em arco. Resta o Arco de D. Dinis ou Portas da Vila, monumento de interesse público. Rica em História, Vila Flor é referência pela excelente qualidade dos seus produtos agrícolas. Integrada na Região Demarcada do Douro, produz vinhos da mais alta qualidade; o azeite, queijo, mel, os enchidos, as hortaliças, frutas, tal como empresas associadas à produção de cogumelos ou água gaseificada natural, com distribuição nacional, também fazem parte do património desta terra. Famosos na arte de bem receber, os alojamentos em Vila Flor distinguem-se pela sua qualidade. No verão, este “burgo alpestre” é procurado por centenas de turistas oriundos de vários cantos do país e estrangeiro, pela riqueza verdejante do seu parque de campismo. A sua zona envolvente integra uma albufeira, circuito de manutenção, parque de merendas, um parque infantil, estádio e piscina municipal com esplanada, que recebe os apreciadores da água e do sol nos meses de junho a setembro. Os utentes do parque podem também desfrutar do campo de ténis e de um campo de futebol de cinco. Rica em solares, casas brasonadas e ruas típicas, Vila Flor convida a uma visita ao museu municipal Dra. Berta Cabral, à Igreja Matriz, à Fonte Romana, Arco de D. Dinis, miradouro de N. Sra. da Assunção ou da Sra. Da Lapa. Vila Flor é um concelho único. A centralidade ganha após a construção do IC5 e IP2, permite-lhe uma fácil e rápida ligação a norte e a sul do país. Um pedaço de terra, quente e fria, agreste e aveludada. Um recanto batizado pela beleza que desponta do mais puro e natural e se dá a conhecer através da simplicidade das gentes de uma terra de “encantos e paixões”.

Vila Flor


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 “Quando comecei a trabalhar, demorava-se mais de três horas para chegar ao Porto”, recordou à VTM Vitório Leite, que há 35 anos é coordenador de todo o movimento de autocarros da Rodonorte, empresa que atualmente chega a transportar mais de 2.000 passageiros por dia. Funcionário da empresa desde a altura em que ainda era Cabanelas, o responsável testemunhou a evolução no transporte de passageiros. “Sou do tempo em que havia apenas quatro horários para o Porto. Hoje, a partir de Vila Real há 14, mais os de Bragança são cerca de 20 horários diários em que cruzamos o Marão, ou seja, cerca de 40 vezes por dia”, explicou, advertindo que às sextas-feiras e domingos, em altura de aulas e com os desdobramentos, os autocarros podem ‘fazer o IP4’ até 60 vezes. Vitório Leite lembrou ainda os “tempos” em que o caminho era feito pela nacional, um verdadeiro desafio para os condutores que, sobretudo no inverno, ficavam ‘presos’ a meio do caminho devido a neve ou a acidentes. “Não havia proteção civil, era só a brigada, por isso tínhamos que ser nós, com o pessoal da nossa oficina, a ir desencravar camiões ou carros

que se atravessavam na estrada e que não deixavam passar os autocarros”, reviveu. O IP4 veio encurtar a viagem, mas subir e descer o Marão continuou a ser uma “aventura” que, ainda hoje, traz, frequentemente, constrangimentos, já que num dia de maior congestionamento na via só é preciso um “atraso de 10 a 15 minutos” para atrasar quatro ou cinco horários de ligações para outros destinos a partir de Amarante ou Vila Real.

Rodonorte chega a “atravessar” o Marão 60 vezes por dia

O Túnel do Marão virá assim, como explicou, resolver muitos problemas, embora exista o aspeto menos positivo das portagens. Mas, como defende Vitório Leite, “se calhar o custo compensa através da poupança em combustível e no desgaste dos veículos”. MM

VITÓRIO LEITE Rodonorte PUBLICIDADE


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OPINIÃO O QUE REPRESENTA O TÚNEL DO MARÃO PARA A REGIÃO? Frequentemente apelidada de “autoestrada da justiça”, o Túnel do Marão significa uma conquista há muito ansiada pelos transmontanos. Neste especial, “A Voz de Trás-os-Montes” foi conhecer a opinião de várias personalidades e habitantes da região, sendo as respostas muito positivas, e mostrando todos os entrevistados uma enorme vontade de deslizar no novo acesso

D. AMÂNDIO TOMÁS

LUÍS MARQUES

Bispo de Vila Real

Presidente da AETUR

É um empreendimento grande, útil e necessário É uma obra muito útil para a região. Além disso, vem resolver muitos problemas derivados das intempéries do gelo e da neve que nos isolavam do Porto. Assim, ficaremos muito mais próximos e o distrito ficará muito mais valorizado. É um empreendimento grande, mas útil e necessário, e felicito as entidades que o promoveram, tornando Trás-os-Montes mais rico”

Permite encurtar tempo de viagem, vai trazer mais turistas e vai refletir-se em toda a atividade económica da região Todas as infraestruturas que melhorem as acessibilidades e a mobilidade são extremamente importantes. O Marão sempre foi visto como uma barreira geográfica para toda a região. Com o túnel esta barreira física fica definitivamente ultrapassada. Permite encurtar tempo de viagem, vai trazer mais turistas e, como consequência, isso vai refletir-se em toda a atividade económica da região. O Porto é uma porta de entrada de muitos turistas para a região do Douro e de Trás-os-Montes, facilitar esta acessibilidade com rapidez e segurança, é uma grande satisfação para nós, empresários do turismo”.


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JOSÉ TULHA

HERNÂNI DIAS

Presidente da Câmara Municipal de São João da Pesqueira

Presidente da Câmara Municipal de Bragança

É uma infraestrutura importante que traz valor à região Esta obra, logo de início acarretou um grande envolvimento de mão-de-obra, criando durante o seu desenvolvimento, cerca de 800 postos de trabalho, muitos deles jovens licenciados, oriundos da região, o que foi sem dúvida um contributo importante para o aumento da empregabilidade. É uma infraestrutura importante e que traz valor à região, possibilitando uma mais fácil e rápida ligação ao litoral, nomeadamente ao Porto”

Uma via de acesso estruturante

Uma porta aberta para o desenvolvimento de Trás-os-Montes, mas com várias décadas de atraso. Uma via de acesso estruturante que contribuirá para uma maior mobilidade de pessoas e bens, promotora da competitividade, permitindo aproximar o litoral do interior, com benefícios para ambos”

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VICTOR MOREIRA

FERNANDO BARROS

Vice-presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo

Presidente da Câmara Municipal de Vila Flor

É uma infraestrutura importante que traz valor à região A abertura do Túnel do Marão é uma boa notícia para todos os transmontanos. Com esta nova infraestrutura, o concelho de Torre de Moncorvo só tem a ganhar, pois vê mais facilitada e mais rápida a sua ligação com a região do Porto”

É uma nova forma do litoral se ligar à Europa através de Trás-os-Montes É uma infraestrutura que todos devemos enaltecer. Interior e litoral ficam agora mais próximos, com um percurso mais curto e seguro. Mais do que isso, é uma nova forma de ligar o litoral à Europa, às grandes zonas industriais, nomeadamente as espanholas. Ganhamos todos. Essa ligação será feita pelo Túnel do Marão e o seu corredor será a A4 em toda a sua extensão”

DUARTE MORENO

FRANCISCO LOPES

Presidente da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros

Presidente da Câmara Municipal de Lamego

Trás-os-Montes fica mais rico

Falamos de uma obra importantíssima. Digamos que se fura por baixo a última barreira física entre a região e o litoral. Ganha-se maior facilidade na mobilidade, irá reduzir-se a sinistralidade e eliminamse os constrangimentos atmosféricos associados, em especial ao gele e à neve, que impediam a circulação. Trás-os-Montes fica mais rico”

Um equipamento vantajoso para a região

Foi um processo complexo mas, felizmente, temos agora um equipamento que será vantajoso para a região. O único aspeto que não é satisfatório é o custo das portagens que vai afetar especialmente os pesados de mercadorias. Penso em todas as mercadorias que são exportadas da região e que ficarão penalizadas pelo custo da utilização do túnel”


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JOSÉ MARIA COSTA

LUÍS MACHADO

Presidente da Câmara Municipal de Murça

Presidente da Câmara Municipal de Santa Marta de Penaguião

É uma estrutura extremamente importante para a região do interior norte e nordeste

Dá-nos a oportunidade de desenvolver os produtos endógenas e o próprio território

É uma estrutura extremamente importante para a região do interior norte e nordeste, porque irá facilitar a comunicação entre estes dois mundos, quer de pessoas, quer de mercadorias, nomeadamente daquelas que são as empresas que estão aqui instaladas na zona interior e que mais facilmente poderão chegar ao litoral”

Esta é uma obra de grande importância para Trás-osMontes e Alto Douro, principalmente para Santa Marta de Penaguião porque também fica muito perto da A4 e dá-nos a oportunidade de desenvolver os nossos produtos endógenas e o próprio território. Finalmente, vamos ter o privilégio de a ver concluída e assim contribuir para o desenvolvimento do nosso concelho”

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Bragança

Miranda do Douro

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JOSÉ MARQUES

ALBERTO PEREIRA

Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa

Presidente da Câmara Municipal de Mesão Frio

É um forte fator que irá demonstrar que o desenvolvimento em Trás-os-Montes não é uma fatalidade intransponível Trata-se de uma obra emblemática que veio contrariar as assimetrias de desenvolvimento e que conferirá uma maior atratividade à região. Trará, nas questões da segurança e economia, um contributo importante e diferenciador na circulação rodoviária. É um forte fator que irá demonstrar que o desenvolvimento em Trás-os-Montes não é uma fatalidade intransponível”

Vai atenuar as desigualdades interregionais Considerando que o território do Marão está extremamente exposto a condições atmosféricas adversas, como o gelo, a neve e o nevoeiro, o túnel vai garantir maior mobilidade, sobretudo durante o inverno. Esta obra vai também atenuar as desigualdades interregionais, favorecer a acessibilidade das pessoas e o escoamento das mercadorias produzidas no interior”

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FRANCISCO ROCHA

LUÍS RAMOS

Deputado do PS de Vila Real

Deputado do PSD de Vila Real

Região mais competitiva e aberta a um mercado cada vez maior É a obra da justiça, que permite retirar o último obstáculo físico dos transmontanos e alto durienses perante o norte e todo o país. Fará com que a região se torne mais competitiva e aberta a um mercado cada vez maior. Permite ainda que olhem de forma diferente para aquilo que é o mercado ibérico”

A região tem de saber transformar esta oportunidade num processo de desenvolvimento sustentado Julgo que se trata de uma obra muito importante para a região. Vem acabar com uma barreira física na circulação das pessoas e mercadorias entre Vila Real e o litoral. A região tem de saber transformar esta oportunidade num processo de desenvolvimento sustentado, para não corrermos o risco do túnel passar a ser um fator que contribua para o despovoamento. É este o desafio que temos pela frente”

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JÚLIA RODRIGUES

ADÃO SILVA

Deputada do PS de Bragança

Deputado do PSD de Bragança

Facilita o acesso dos visitantes e das empresas que transportam mercadoria para o litoral”

Ganha-se rapidez, segurança e eficiência no transporte de pessoas e mercadorias

Tem uma importância estratégica muito grande, pois permite desencravar a região, para além de ser um sonho antigo de muitos transmontanos que, durante estas longas décadas, foram passando o Marão, muitas vezes em condições muito inseguras. Finalmente, está concluído e veio facilitar o acesso dos nossos visitantes e das empresas que transportam mercadorias para o litoral”

Com o túnel ganha-se rapidez, segurança e eficiência no transporte de pessoas e mercadorias do interior para o litoral e vice-versa. Por outro lado, é evidente que essa via se torna muito apetecível para transportes internacionais que, perante as várias opções, podem escolher a autoestrada transmontana, o que obviamente vem valorizar todo o território que é atravessado por essa via, agora potenciada pelo túnel”

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INTERVIR NUMA OBRA GRANDIOSA E COMPLEXA


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Catarina Matias

 É o caso da Transmelo – Construções, Lda, um dos mais antigos e conceituados grupos ligados à construção civil e aos transportes rodoviários nacionais, a atuar no mercado desde 1988. “Somos uma empresa com meios produtivos, como máquinas, camiões e mão-de-obra, e no caso do Túnel do Marão realizámos diversos trabalhos em regime de subempreitadas ou de aluguer de equipamento”, referiu fonte da Transmelo, acrescentando que estiveram envolvidos uma média de 25 trabalhadores, cinco escavadoras giratórias, uma retroescavadora, um bulldozer, seis camiões de transporte de terra, dois cilindros de compactação. Foi necessário ainda um vasto equipamento de apoio, como por exemplo, carrinhas, saltões, geradores, bombas de água, eletro lubrificadoras, entre outros. A empresa prestou ainda serviços de movimento de terras, demolições e limpezas de betões, acertos de plataformas, transportes de inertes, modelação de vazadouros e regularização de carrinhos. Ao longo da sua história, a Transmelo foi constantemente alargando os seus campos de atuação, “mas sempre com os pés bem assentes no chão e nunca descurando a qualidade dos seus serviços”. Com o setor da construção em aparente dificuldade, foi a estabilidade da empresa no mercado que lhe permitiu transpor quaisquer barreiras.

Para esta empresa, participar numa obra desta grandiosidade significou a entrada num “capítulo mediático e de estatuto” no currículo da Transmelo. Numa época em que a crise ainda não deixou o país, a época da construção do Túnel do Marão foi, por si só, “muito importante para a sobrevivência de uma série de pequenas e médias empresas, bem como de emprego para muitos trabalhadores”. “Esta é uma das obras de maior relevo na região, a par da própria autoestrada, que servirá de via principal a todo o Norte do país, em linha com o Rio Douro e os seus afluentes. A ligação Porto-Bragança/Espanha ficará finalmente concluída a 100% com todas as vantagens daí resultantes”, concluiu a Transmelo. Também a Senqual, empresa que presta serviços de consultoria e controlo de qualidade no âmbito da Indústria da Construção Civil e Obras Públicas, participou na empreitada do Túnel do Marão desde o início da 2ª fase, ou seja, desde finais de 2014 até à presente data. Terminada a fase de controlo de betões, betão projetado e caldas, a Senqual foi a responsável pela instalação dos laboratórios de obra do lote correspondente ao túnel. Implementada no mercado há mais de 20 anos e atualmente com um número médio de dezoito trabalhadores, a empresa mobilizou para a empreitada dez técnicos de laboratório, veículos de transporte para o pessoal e para a circulação na obra, e equipamento de laboratório para en-

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Um novo conceito de envelhecimento saudável


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saios sobre betões, solos, agregados e betuminosos. “Este projeto é um empreendimento de grande interesse local e regional. Só peca por ser tão tardio. As vias de comunicação são indispensáveis para fomentar o desenvolvimento de uma região. É um projeto de grande responsabilidade e complexidade técnica”, disse fonte do grupo, acrescentando que a intervenção da Senqual foi limitada ao túnel, operando, assim, na realização dos ensaios de controlo de qualidade dos materiais utilizados na construção. “É previsível que resulte numa maior dinamização da região, por um lado, com acessos mais rápidos e seguros ao resto do país e, por outro, facilitando a instalação de mais empresas no interior”, completou a mesma fonte. Para a empresa, este foi um trabalho de “grande responsabilidade e dureza, mas muito gratificante”. Com um vasto currículo de intervenções em obras de grande dimensão e complexidade, esta é uma obra em que participou com “muito orgulho”. Pautada pelo “grande profissionalismo e empenho” de todos os seus colaboradores e pelo “rigor na aplicação de toda a legislação e normas em vigor”, a Senqual está neste momento em fase de internacionalização e em busca de novos mercados, o que tem contribuído afincadamente para o desenvolvimento das diversas áreas da empresa.

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OP OPINIÃO

ANTÓNIO JOSÉ FERNANDES Presidente HTDOURO

Finalmente… a luz ao fim do túnel?

A “aranha” que venceu a serra do Marão  Para os mais entendidos na arte de abrir túneis, na construção do Túnel do Marão foi utilizado o Método Austríaco de Perfuração, um conjunto de procedimentos complexos de engenharia dos quais, para quem não é engenheiro e pôde espreitar in loco alguns momentos da obra, sobressaía um equipamento em especial que ficou conhecido como a “aranha” do Marão. Através dos seus longos braços, a máquina perfuradora fazia 150 buracos na rocha, onde eram introduzidos os explosivos que, depois de detonados (processo denominado como pega), em cerca de seis segundos faziam avançar o túnel. Durante a obra, cada ciclo da fase de escavação contava ainda com todo o processo de remoção do material resultante da explosão, bem como com a instalação do suporte provisório nas paredes do túnel.

Decorrendo em simultâneo em quatro frentes, e numa altura em que os trabalhos decorriam 24 sobre 24 horas, o ciclo de perfuração demorava até 20 horas, permitindo, em determinadas fases da construção, um avanço de cerca de 4,5 metros diários, o que totalizava, nas duas bocas, entre 18 e 20 metros por dia de perfuração. Graças à “aranha” do Marão foram realizadas (na fase de construção já sob a responsabilidade da IP) um total de mil pegas, tendo sido removidos do interior da serra mais de 400 mil metros cúbicos de material rochoso, o que corresponde a cerca a 27 mil camiões. O revestimento do túnel, que foi feito também em quatro frentes e gradualmente, à medida que a perfuração avançava, contou com mais de 280 mil metros quadrados de tela de impermeabilização, cerca de 185 mil metros cúbicos de betão e 6.800 toneladas de aço.

A Associação de Empresários de Hotelaria e Turismo do Douro HTDOURO, já tinha realizado inquéritos e estudos, onde apontava a importância da conclusão das obras do Túnel do Marão para a economia da região. A obra vai disponibilizar 26 quilómetros de autoestrada, assegurando a ligação de Porto a Bragança. A HTDOURO, tal como outras instituições, ao longo de mais de dez anos, teve várias intervenções sobre a importância desta obra, em muitas reuniões e seminários, em que participou ou organizou. Avaliámos e questionámos os empresários da hotelaria e turismo, qual das infraestruturas, defendia como principal prioridade, sendo o resultado esmagador a favor da conclusão da autoestrada do Marão. Esta é indubitavelmente, uma obra muito importante para a coesão da Região e do País. É uma obra de engenharia impressionante, que tem vários recordes, na Península Ibérica, em várias das suas componentes técnicas. Também por isso merece ser “visitada”. Percebemos bem a importância da conclusão do túnel do Marão. Será mais fácil exportar bens e serviços. As viagens serão mais seguras. O património e a paisagem ficam mais perto do olhar dos visitantes. Este corredor, litoral com o interior, ligação ao aeroporto Sá Carneiro e ao porto de Cruzeiros de Leixões, a cerca de cinquenta minutos do eixo Vila Real – Peso da Régua – Lamego é uma mais-valia ao Turismo do Douro e de toda a região do interior. Vencida esta “batalha” vamos continuar a defender a eliminação das portagens na Autoestrada 24 (A24). No entanto, apesar da sua grande importância, só por si, esta infraestrutura não chega! É fundamental, diria decisivo, criar apoios e medidas específicas, para quem investir em Regiões de Baixa Densidade, como as que propomos: - Um pacote fiscal de discriminação positiva; - Linhas de financiamento, candidaturas ao Norte 2020 mais ágeis, dotando as empresas de meios financeiros para se modernizarem no acesso às novas tecnologias e plataformas, que permitam vender os nossos produtos, ultrapassar barreiras e mais facilmente “entrar” no mercado global; - Formação de trabalhadores no ativo com envolvimento planificado de escolas e universidades, nos locais de trabalho; - Investir na navegabilidade noturna/diurna do rio Douro com melhorias nos cais e melhor oferta dos nossos produtos nas suas margens; - Apoio ao Empreendedorismo; - Valorizar os nossos produtos interna e externamente; - Avaliação sistemática dos resultados dos projetos, que permita corrigir e evitar desperdício de meios; Só assim fará sentido. Só assim veremos a região desenvolver economicamente, ter capacidade de criar emprego e aumentar a população. Se tal não acontecer, teremos poucas esperanças de ver nascer mais empresas e melhorias assinaláveis na qualidade de vida dos Durienses e Transmontanos. Nós, certamente faremos a nossa parte. Façam os poderes Regional e Central a parte que lhes compete.


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REVOLUÇÃO NAS ACESSIBILIDADES Falar das acessibilidades em Trás-os-Montes é falar do “velhinho” IP4, da A7, da A24, do IC5, da Autoestrada Transmontana e, agora, do Túnel do Marão. É lembrar que a região teve, durante muitos anos, o ponto mais negro das estradas em Portugal e o único distrito do país sem um quilómetro de autoestrada. Na ‘gaveta’ continua o ambicionado IC26…


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Autoestrada do Marão: a via rápida que faltava Maria Meireles

 Nos últimos dez anos foram construídos mais de 400 quilómetros de vias rápidas que hoje servem a região e deixam para trás o estigma da distância geográfica de Trás-os-Montes ao resto do país. A revolução nas acessibilidades começou mais cedo, no final de 1988, quando abriu ao tráfego o Itinerário Principal (IP) 4, uma via que veio substituir a Estrada Nacional (EN) 2 e que durante muitos anos foi a grande ligação dos transmontanos ao litoral. Só 17 anos depois de ser servida por aquela ligação, que chegou a ser classificada durante muito tempo como o “ponto mais negro” das estradas em Portugal, a região foi contemplada com uma nova autoestrada, a número 7 (A7), que abriu em toda a sua extensão em dezembro de 2005. Com 41 quilómetros, aquela via rápida veio garantir a ligação entre Guimarães e Vila Pouca de Aguiar, depois de um investimento de mais de 310 milhões de

euros. Dois anos mais tarde, em 2007, ‘nasceu’ a A24, que veio fazer a ligação entre Viseu e Chaves (fronteira com a Espanha), num total de 155 quilómetros, dos quais 85 dentro de território transmontano. Classificada por José Sócrates, então primeiro-ministro, como a “estrada da

solidariedade”, a A24 foi pensada como SCUT (estrada Sem Custo para o Utilizador), mas passou a ser portajada em dezembro de 2011, o que levou a uma forte quebra no número de utilizadores, que ‘voltaram’ para a Nacional 2. Em maio de 2012, o progresso ao nível das acessibilidades voltou a bater à por-

ta dos transmontanos, com a conclusão da construção do Itinerário Complementar (IC) 5, uma estrada com mais de 130 quilómetros e que serve diretamente os concelhos de Murça, Alijó, Carrazeda de Ansiães, Vila Flor, Alfândega da Fé, Mogadouro e Miranda do Douro. Há quase três anos, mais exatamente PUBLICIDADE


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em setembro de 2013, foi concluída na totalidade a tão ambicionada Autoestrada Transmontana, o troço da A4 que, com 133 quilómetros, liga agora Vila Real a Bragança. Depois de um investimento na ordem dos 510 milhões de euros, aquela via transmontana permitiu que Bragança pudesse deixar para trás o facto de ser o único distrito de Portugal sem um quilómetro de autoestrada (com a abertura do primeiro troço da via em 2011), o que aconteceu mais de 50 anos depois de ter sido construída, em Lisboa, a primeira estrada do género. Com a conclusão do Túnel do Marão, que vai fazer a ligação que falta à A4 (entre Amarante e Vila Real), vai-se acabar, como classificou o presidente da Câmara Municipal de Vila Real, Rui Santos, “com a barreira mítica do Marão”, ficando assim a região “bem servida” de acessibilidades rodoviárias que podem colaborar para o seu desenvolvimento económico. Mas, nem tudo está feito, faltando ainda cumprir uma promessa de muitos governos, o IC26, uma estrada de 43 quilómetros pensada para ligar Amarante, Mesão Frio e Régua e que chegou a ser alvo de um estudo prévio que previa um investimento de 120 milhões de euros e a obra concluída em 2010. De recordar que chegou a ser equacionado que o trajeto da A4, atualmente o Túnel do Marão, fosse o que se projetou para o IC26.

57 IP4 ‘levou’ centenas de vidas Desde que abriu ao tráfego, em 1988, o IP4 foi sempre uma via problemática, tendo sido palco de milhares de acidentes de viação que resultaram em largas dezenas de vítimas mortais, sendo que o ano “mais negro” daquela estrada foi o de 2004, quando perderam a vida um total de 33 pessoas. Várias campanhas de sensibilização foram realizadas junto dos automobilistas e muitas reivindicações foram feitas junto dos sucessivos governos para garantir melhores condições no IP4, na altura a única ligação de Portugal a Espanha e à Europa, e mesmo na construção da A4. Em junho de 2002, a Associação de Utilizadores do IP4 entregou na Assembleia da República uma petição com mais de 11 mil assinaturas, onde reivindicava “com urgência” o desencadear do “processo necessário à projeção e construção do prolongamento da A4 de Amarante até Espanha”, só agora uma realidade. A partir de 2010, várias intervenções no itinerário (inclusive o seu alargamento em algumas zonas) fizeram com que o número de acidentes fosse reduzido drasticamente e, consequentemente, o número de mortos e feridos. PUBLICIDADE


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Mais 46,3 milhões para as estradas transmontanas até 2019  No final de 2014 a Estradas de Portugal, agora Infraestruturas de Portugal (IP), anunciou um Plano de Proximidade da rede rodoviária nacional que, a ser concluído até 2019, prevê um investimento total na ordem dos 436 milhões de euros, dos quais 46,3 milhões deverão ser investidos em vias dos distritos de Vila Real e Bragança. O documento revelou 31 intervenções em Trás-os-Montes, cabendo ao distrito de Vila Real 17,5 milhões de euros e a Bragança mais do dobro desse valor, mais exatamente 38,9 milhões. Na altura, o então secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicação, Sérgio Monteiro, explicou que “o último ciclo de investimentos em infraestruturas rodoviárias privilegiou os grandes investimentos públicos e retirou o foco de atenção das estradas nacionais e regionais”, defendendo assim a requalificação das vias

locais para a prestação de um melhor serviço às populações. Relativamente às obras específicas para o distrito, o plano inclui intervenções há muito esperadas pela população, como é o caso da reabilitação do IC26 (EN108 - entre Mesão Frio e Peso da Régua), a intervenção na EN15 (entre a ER304 - KM 98,026 e Parada de Cunhos KM 107,463) e a requalificação entre Montalegre (KM 136+350) e Boticas (KM 145+220), cada uma orçada em cerca de 1,1 milhões de euros. O maior investimento previsto no distrito vai para a beneficiação da ER304, entre Mondim de Basto e a EN15, um projeto que vai custar 4,8 milhões de euros e que deverá ser lançado em 2019. Finalmente, outras duas obras estão previstas no plano de proximidade para o distrito, nomeadamente, a reabilitação e reforço dos muros de suporte da EN2 (KM 69+500 ao KM 77+000), com valor base de 750

mil euros e a intervenção urbana na EN213 (corredor Chaves Valpaços), para a qual deverão ser dotados 500 mil euros. Depois de Lisboa, que vai poder contar com 51,6 milhões de euros, o segundo distrito onde se prevê maior investimento é Bragança, cuja requalificação da rede viária deverá exigir um investimento na ordem dos 33,7 milhões. A maior fatia do bolo financeiro brigantino, mais exatamente 20 milhões de euros, vai para a beneficiação da EN/ ER218, ou seja, da Ponte sobre o rio Maçãs e respetivos acessos. Sete milhões de euros caberão à intervenção, prevista para 2019, na “EN103, entre Vinhais e Bragança (pequenas variantes)”. No rol dos 16 projetos planeados para Bragança, de destacar ainda a reabilitação da ER315 entre Mirandela e IP2 (Bornes), que vai custar 2,1 milhões, e a intervenção na ponte rodoviária do Pocinho, sobre o Rio Douro (EN102).

EN108 - ENTRE MESÃO FRIO E PESO DA RÉGUA

ER315 - ENTRE MIRANDELA E IP2 (BORNES)


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GIGANTE EM PORTUGAL MAS MUITO AQUÉM DOS MAIORES DO MUNDO

São obras de engenharia monstruosas, que rasgam montanhas imponentes e que colocam sob perspetiva a dimensão do ‘pequeno’ Túnel do Marão. Em Portugal, a estrutura transmontana ganhou o título e lidera um ranking quase exclusivamente composto por túneis madeirenses


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Maria Meireles

 Com 5,7 quilómetros de extensão, o Túnel do Marão, que liga Vila Real a Amarante, pode ser o maior da Península Ibérica mas a nível mundial é ultrapassado por várias estruturas do género, a maior das quais construída na Noruega, o Túnel Laerdal. Com 24,51 quilómetros, o maior túnel exclusivamente rodoviário do mundo foi inaugurado em 2000, a sua construção demorou cinco anos e veio constituir-se como um importante troço da E16, a via que liga as duas maiores cidades do país, nomeadamente Oslo e Bergen. Classificado como uma “impressionante” obra de engenharia, na sua construção foi tido em conta “o stress dos condutores” e, por isso, o túnel foi “dividido em quatro secções separadas por três grandes cavernas onde se pode parar para apreciar” o efeito de luzes coloridas projetadas nas paredes. Quando foi inaugurado, o Túnel Laerdal veio roubar o título de maior do mundo ao Túnel de São Gotardo, na Suíça, que se prolonga ao longo de 16,4 quilómetros e abriu ao tráfego em 1980 para dar resposta à significativa movimentação automóvel naquela região dos Alpes, não só ao nível comercial mas também turístico. O Túnel rodoviário do Frejus, que liga a França à Itália, surge na posição seguinte da lista dos maiores, ao garantir, desde 1980 e com os seus 12,9 quilómetros, a união das autoestradas A43 (no lado francês) e a A32 (lado italiano). “Batido” por pouco mais de um quilómetro, o Túnel do Monte Branco, construído em 1965, que liga também aqueles dois países europeus com apenas uma

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galeria bidirecional, pode não ser conhecido como o maior, mas foi notícia em todo o mundo quando, em 1999, um incêndio no seu interior vitimou 39 pessoas. O incêndio, que deflagrou num camião, durou 53 horas e destruiu 24 camiões, nove veículos ligeiros e dois carros dos bombeiros, obrigou ao encerramento do túnel por três anos e obrigou a um investimento na ordem dos 250 milhões de euros para a sua requalificação.

TÚNEL DE LAERDAL

Marão “bate” Pirenéus

Com apenas mais 500 metros, o túnel transmontano conquistou o título de maior da Península Ibérica a uma infraestrutura que, construída em 1948, ‘rasga’ os Pirenéus, mais exatamente o Túnel de Vielha, em Espanha. Integrando a estrada nacional espanhola N-230, o túnel liga as localidade de Lérida e Vielha e foi construído há quase 60 anos, no entanto, a galeria original ‘ganhou’ uma irmã gémea paralela com 5,2 quilómetros (inaugurada em 2007) e hoje é utilizada apenas como galeria de evacuação e segurança. Em Espanha há outra estrutura que, com 8,8 quilómetros, apesar de se localizar em território de ‘nuestros irmanos’ não é exclusivamente ibérica mas sim franco-espanhola, o Túnel de Somport.

TÚNEL DE SÃO GOTARDO

TÚNEL DE FREJUS


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Marão lidera ‘top 10’ exclusivamente madeirense

Antes do Túnel do Marão ser construído, os dez maiores túneis de Portugal estavam na Madeira, ficando em 11º lugar no ranking aquele que seria o maior do continente, o Túnel da Gardunha, no Fundão. A infraestrutura transmontana veio ultrapassar o Túnel do Cordado, construído em 2004, e que tem uma extensão de 3,2 quilómetros, seguindo-se na tabela outros nove túneis madeirenses, nomeadamente o da Ponta do Sol (3,2 quilómetros, construído em 2004), o da Encumeada (2,7 quilómetros,

2004), o do Jardim do Mar (2,5 quilómetros, 2001), o de São Vicente-Boaventura (2,4 quilómetros, 2011), o do Curral das Freiras (2,3 quilómetros, 2004), o do Caniçal (2,1 quilómetros, 2004), o do Norte (2,1 quilómetros, 2001), o do Arco da Calheta-Madalena (1,9 quilómetros, 2011) e o da Ribeira Brava (1,8 quilómetros, 2004). O Túnel da Gardunha, construído em 2003, no Fundão, que ostentava o título de maior do continente português, fica-se pelos seus módicos 1,6 quilómetros…

TÚNEL DA MADEIRA

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Comemoração com sabor a Maronesa Maria Meireles

 Se muitos empresários vão festejar a inauguração do Túnel do Marão por se tratar de um ‘passo em frente’ para o desenvolvimento económico da região, um deles é Joaquim Costa, proprietário do restaurante Grill O Costa, de Vila Real, que vai organizar um almoço com convidados de todo o país. Representante oficial da Associação de Produtores da Carne Maronesa, o proprietário viaja por todo o país, levando aquele ex libris da gastronomia regional a várias feiras agrícolas e certames gastronómicos. “Faço questão de convidar pessoas envolvidas no desenvolvimento da gastronomia a virem a Vila Real, passando pelo Túnel do Marão, para que tenham consciência que essa barreira, muitas vezes psicológica, está ultrapassada”, explicou. Segundo Joaquim Costa, os

“Faço questão de convidar pessoas envolvidas no desenvolvimento da gastronomia a virem a Vila Real passando pelo Túnel do Marão” seus cerca de 50 convidados, desde empresas de turismo até responsáveis pelas diferentes organizações das feiras em que participa, provenientes de concelhos como, por exemplo, Beja, Lisboa, Santarém, Bombarral, Penafiel, Vila do Conde ou Cantanhede, vão ser desafiados a festejar a abertura do túnel, parti-

cipando num almoço, a realizar no seu restaurante, no fim-de-semana a seguir à inauguração, onde o prato principal será, “obviamente”, carne Maronesa. “Ultrapassado o Marão, estamos, nós transmontanos e alto durienses, mais próximos do resto do país e do mundo. Como empresário, não posso deixar de assinalar esse avanço, que tanto vai contribuir para o desenvolvimento do turismo, ao facilitar o acesso a quem nos visita, muitas vezes apenas para saborear o que a nossa gastronomia regional tem para oferecer”, defendeu. O empresário revelou ainda que vai “com certeza” passar pelo túnel sempre que seja necessário, a nível pessoal e profissional. “Quando vou para feiras no sul do país levo o camião cheio, por isso subir o Marão tem custos mais elevados em termos de desgaste da viatura e de combustível que o valor das portagens”, explicou. PUBLICIDADE

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