A Voz de Pontével / N.º189 / Nov-Dez 2009

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Centro de Dia em Vila Chã de Ourique

Assalto à Farmácia Areosa em Pontével

Tatiana Costa é Dama de Honor

Os idosos da freguesia de Vila Chã de Ourique têm, desde dia 1 de Novembro, um espaço moderno e mais condigno onde passarem os seus dias. O novo Centro de Dia começou a ser projectado há oito anos.

A Farmácia Areosa foi assaltada no dia 27 de Outubro. Um indivíduo parou o carro em frente à farmácia e entrou armado com uma caçadeira de canos serrados. Em Pontével vive-se um clima de insegurança

Tatiana Costa, da freguesia de Pontével, foi eleita 1.ª Dama de Honor da Rainha das Vindimas 2009. A vencedora foi Ana Filipa Campos, de Vale da Pedra. A Ereira conquistou o título de 2.ª Dama de Honor.

Concelho

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freguesia

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Novembro › dezembro 2009 | Ano 52 | Nº189 | 1€ (iva incluido)

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» 23 Fundado em 1957 por João da Silva Pimenta

José António Sobreira quer maior participação cívica

Restauro dos altares frontais da Igreja Matriz

José António Sobreira é o novo presidente da Junta de Freguesia e Fernando Amorim assume a presidência da Assembleia. O executivo fica constituído pelos vogais Domingos Bento (tesoureiro) e Ana Sofia Amendoeira (secretária). José António Sobreira considerou que o caminho que se irá traçar durante estes quatro anos “não será fácil”

Os dois altares frontais da Igreja Matriz de Pontével começaram a ser restaurados há cerca de um mês. A Igreja tem vindo a ser alvo de beneficiações nos últimos anos e o próximo objectivo é o altar em talha dourada da capela-mor. P.24

Festas de Pontével com saldo "bastante positivo"

e pediu aos elementos da Assembleia “que esqueçam a camisola política e partidária lá fora e vamos trabalhar todos juntos em prol da freguesia”. Aos munícipes, o novo presidente apelou para que “tragam os vossos problemas até nós, não só as críticas, mas também soluções. A freguesia só poderá reivindicar mais se a população se aliar aos

autarcas e se interessar pelos problemas”, reforçou. Durante os próximos quatro anos, José António Sobreira pretende dar continuidade aos projectos assumidos nos anteriores mandatos e desenvolver "pequenas intervenções no espaço urbano, que beneficiem directamente os pontevelenses". freguesia

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protagonista

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NATAL Há cozinhas em que pratos e doces tradicionais são preparados da mesma forma há anos. É no Natal que a mesa mais se completa. tema » 16

Os Quarentões 2009 estão satisfeitos com a organização daquele que é considerado o maior evento da freguesia – as Festas em Honra de Nossa Senhora do Desterro. O resultado é positivo, tanto nas experiências como em termos financeiros. Uma semana após a festa, os Quarentões já tinham liquidado todas as suas despesas, à excepção do pagamento da água. P.22

Moacir de Sa Pereira (www.flickr.com/people/moacirdsp)

Caminhada a favor da nova creche de Pontével

Cerca de 130 pessoas responderam ao convite do Centro Paroquial e de BemEstar Social de Pontével e “caminharam a favor da construção da creche”. No dia 7 de Dezembro realiza-se mais uma iniciativa de angariação de receitas. P.7

Cultura

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS TAXA PAGA


a Voz de Pontével

Novembro ∙ dezembro ∙ 2009

abertura

Editorial

Maria Zelinda Pêgo

DIZER ADEUS… “Adeus” é uma expressão comum no nosso dia-a-dia. Diz-se adeus aos bancos da escola, diz-se adeus ao átrio da faculdade, diz-se adeus ao nosso emprego, diz-se adeus a tanta coisa… E diz-se também adeus aos nossos entes queridos quando partem para a viagem final. O dizer adeus é sempre um corte, é sempre uma separação, é um “terminus” de qualquer coisa que teve o seu início, rodeado de esperanças. Se nalgumas circunstâncias o dizer adeus poderá traduzir-se numa ponte entre um passado e a expectativa de um mundo melhor, repleto de felicidade, certo é que, regra geral, o dizer adeus é sempre acompanhado de alguma nostalgia, tal como exprime a velha quadra: Dizer adeus a sorrir Não quer dizer alegria Os lábios podem mentir E a alma ficar vazia!...

cá se vai andando...

Faça-nos chegar fotografias de pequenas situações a corrigir na freguesia de Pontével.

Arranca, não arranca, arranca…

60% ou mais?

Quem passava pelo Casal Branco em finais de Setembro bem via que as obras pareciam arrancar a toda a força. Mas parece que "foi sol de pouca dura”, pois logo em meados de Outubro já não haviam máquinas no terreno. Houve eleições a 11 de Outubro – estará uma coisa relacionada com a outra?

É lamentável que 60% da freguesia não goze de saneamento básico, mas o que se dirá quando a outra parte, que tecnicamente goza de tal benesse, não a tem em condições? Em frente à Quinta do Anjo, há uma pequena estação elevatória que está avariada e a água sai turva para o rio, com espuma e mau cheiro.

Sorrateiramente a dar nas vistas Tudo parece um bocado improvisado e… "provisório". Mas já lá está há algum tempinho e não se sabe bem a fazer o quê. A montante da ponte vê-se um cano que vem do lado direito e drena para dento de uma caixa de esgoto que está debaixo da ponte. O que é que o cano transporta? – será um esgoto particular? Águas pluviais não serão, certamente!

Fundado em 1957 por João da Silva Pimenta Propriedade e Edição Associação Rio da Fonte Directora Maria Zelinda Pêgo Director-adjunto Francisco Alves Editora de conteúdos Ana Fernandes Revisão António Filipe Rato, Leonor Oliveira Redacção Ana Fernandes, António Filipe Rato, Leonor Oliveira, Paulo Lino, Zelinda Pêgo Design e paginação Sandro Funina Fotografia Ana Fernandes, Sandro Funina Colaboração Mário Silva Impressão FIG - Fotocomposição Indústrias Gráficas, SA Sede Associação Rio da Fonte, Mercado Municipal, loja 12, 2070-426 Pontével; Telem. 926026197 Tel. 243770572 email vozpontevel@gmail.com; Ass. anual 6 Eur. (IVA incl.) Preço avulso 1 Eur. (IVA incl.) Periodicidade Bimestral Tiragem média 1000 ex. Depósito legal nº 138872/99 Contribuinte nº 507292391 Pontos de venda Pontével: Papelaria Artes e Letras, Papelaria Palmira e Ponto Fresco Cartaxo: Papelaria Clip e Marques Vital Casais dos Lagartos: Papelaria Imaginário Sócio da AIND Casais da Amendoeira: Churrasqueira Casal Velho

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Tecnologias

por Paulo Lino

Electricidade Wireless Em 1893 Nikola Tesla conseguiu transmitir energia para uma lâmpada, sem qualquer cabo conector. A experiência de Tesla deveria ter sido um marco científico com consequências na vida quotidiana, contudo, acabou por se perder nos confins da história. Felizmente, em 2005 um grupo de físicos do Massachusetts Institute of Technology (MIT) recriou a mesma experiência que Tesla havia efectuado, utilizando apenas campos magnéticos para transmitir electricidade através de um emissor ligado à tomada e um receptor incorporado no objecto.

Esta tecnologia poderá ser lançada para o mercado num futuro muito breve, visto que o mesmo grupo de físicos do MIT criou em 2007 a empresa Witricity e já tem no seu catálogo vários protótipos que permitem alimentar e recarregar objectos electrónicos sem utilizar cabos. Imagine colocar o seu plasma onde quiser sem ter os cabos de alimentação à vista ou então recarregar o seu telemóvel sem andar à procura do carregador ou inclusive o seu carro (se for híbrido ou eléctrico) sem recorrer a cabos. Links: www.witricity.com www.ted.com/talks/eric_giler_demos_wireless_electricity.html

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freguesia

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a Voz de Pontével

» Novos eleitos tomaram posse no dia 23 de Outubro

Presidentes da Junta e da Assembleia apelam à participação cívica e autárquica

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osé António Sobreira é o novo presidente da Junta de Freguesia e Fernando Amorim assume a presidência da Assembleia. O executivo fica constituído pelos vogais Domingos Bento (tesoureiro) e Ana Sofia Amendoeira (secretária). Na Assembleia, Fernando Amorim terá como 1.º secretário Ana Luís e 2.º secretário António Rodrigues Fernandes. Foram ainda empossados pelo PS, no dia 23 de Outubro, Marta Campino e Mário Silva, que substituiu Ana Luís, que não esteve presente por motivos profissionais, mas que garantiu por carta assumir os cargos que lhe forem conferidos. Pedro Reis e Nuno Firmino foram eleitos pelo PSD e José Batista pela CDU. Bárbara Butzberger foi eleita pelo BE, mas não marcou presença nesta tomada de posse. Os novos eleitos tomaram posse perante uma assistência de que não há memória. A afluência de público foi, inclusivamente, enaltecida por Fernando Amorim, que lançou o repto à população para participar mais nas Assembleias de Freguesia. “Fico contente por ver esta sala cheia e tudo farei para que estas pessoas voltem aqui. Durante estes oito anos faltou ver-vos mais vezes aqui, a reivindicarem mais pela nossa freguesia”, referiu. José António Sobreira considerou que o caminho que se irá traçar durante estes quatro anos “não será fácil” e pediu aos elementos da Assembleia “que esqueçam a camisola política e partidária lá fora e vamos trabalhar todos juntos em prol da freguesia”. Aos munícipes, o novo presidente apelou para que “tragam os vossos problemas até nós, não só as críticas, mas também soluções. A freguesia só poderá reivindicar mais se a população se aliar aos autarcas e se interessar pelos problemas”, acrescentou. Em jeito de balanço, Fernando Martins, presidente cessante da Assembleia, considerou a actividade desenvolvida durante estes quatro anos “gratificante, que me fez aprender e conhecer melhor as pessoas em particular e Pontével em geral. Foi uma boa oportunidade”, revelou. Fernando Amorim demonstrou querer começar imediatamente a trabalhar e propôs, logo nesta primeira sessão, a criação de uma comissão para a alteração do Regimento da Assembleia, cujo grupo de trabalho deverá apresentar uma proposta já na próxima sessão. A todos os elementos distribuiu informação em suporte digital, estando prevista para breve uma reunião desta comissão de trabalho.

A freguesia só poderá reivindicar mais se a população se aliar aos autarcas e se interessar pelos problemas. José António Sobreira

Fernando Amorim avançou ainda que é seu objectivo realizar Assembleias de Freguesia descentralizadas pelos diferentes lugares. “Se as pessoas não têm vindo até aqui, vamos nós ao encontro delas”, referiu. Como principais prioridades para este mandato, José António Sobreira aponta a concretização de ambições antigas, como o saneamento básico. Resolver “os pequenos problemas que afectam o dia-a-dia dos pontevelenses, porque são estes que muitas vezes trazem bem-estar e qualidade de vida à população” é também um dos grandes objectivos do autarca. •

Eleições criam mudanças na freguesia de Pontével As eleições autárquicas de 11 de Outubro provocaram mudanças na freguesia de Pontével. A força política mais votada foi o PS, com 45,3% dos votos, seguindo-se o PSD, que conquistou 25,44%. A CDU conseguiu 15,61% e o BE 9,3%. Com estes resultados, o PS elegeu cinco mandatos, menos dois que em 2005. O PSD duplicou a sua representação, elegendo dois mandatos, a CDU manteve o seu deputado e o BE conquistou um mandato. Comparativamente a 2005, o PS teve nestas eleições menos cerca de 20% de votos. O PSD subiu de 15,34% para 25,44%.


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Novembro ∙ dezembro ∙ 2009

freguesia » Clima de insegurança aumenta

Homem armado assalta Farmácia Areosa No dia 27 de Outubro, às 15h30, a Farmácia Areosa, situada no centro da vila de Pontével, foi assaltada. Um indivíduo parou o carro em contra mão, mesmo à frente da farmácia, e entrou armado com uma caçadeira de canos serrados. O assaltante entrou precisamente no momento em que uma senhora acabava de sair, encontrando-se a zona de atendimento vazia – as funcionárias não se encontravam ao balcão. “O assaltante entrou pela farmácia adentro à procura de alguém. Dizia que não queria magoar ninguém, mas que não estava a brincar, abrindo a arma e mostrando que estava carregada. Depois pediu o dinheiro da gaveta da máquina registadora e levou-o, questionando se não havia mais. Saiu apontando a arma e a pedir para não chamarem as autoridades”, descreveu Ana Maria Oliveira, directora técnica da farmácia. O assaltante vinha de óculos escuros, boné na cabeça e vestido de preto. Depois do assalto, arrancou com o carro, a grande velocidade, não fazendo estragos no interior da farmácia. “O assalto foi rápido, demorou só o tempo para despejar a caixa registadora”, acrescentou a proprietária da farmácia, não querendo reve-

» Informática e animação sócio-cultural

Junta recebe dois estagiários do PEPAL Durante um ano, a Junta de Freguesia de Pontével vai poder contar com a colaboração de dois novos profissionais, recém-formados, das áreas de Animação Sócio-Cultural e Informática. Os jovens candidataram-se no âmbito do PEPAL – Programa de Estágios Profissionais da Administração Local e vão trabalhar na Junta de Freguesia durante um ano, a partir de Novembro. O informático vai ter pela frente o trabalho que envolve o bom

funcionamento dos equipamentos, assim como dar o seu contributo na implementação dos novos procedimentos de modernização administrativa e desenvolvimento das novas plataformas electrónicas que a Junta de Freguesia está a lançar. A estagiária de Animação Sócio-Cultural vai colaborar com as colectividades e dar apoio à organização das diferentes actividades promovidas pela Junta de Freguesia. •

» Aprovação do Plano de Pormenor demorou sete anos

lar o prejuízo, por indicação das autoridades, que se encontram a investigar o caso. A Farmácia Areosa nunca tinha sido alvo de um assalto. Neste momento, Ana Maria Oliveira revela que o sentimento de insegurança aumentou, no entanto, não acha necessário tomar mais providências, “dado este tipo de situações são completamente inevitáveis”.

O assalto continua ainda muito presente entre os técnicos da farmácia, “cada vez que vemos um carro a parar ficamos logo de alerta”, acrescenta. A farmácia possui um dispositivo de alerta, contudo o assaltante pediu imediatamente para que as funcionárias colocassem as mãos visíveis. As funcionárias seguiram as instruções, evitando correr riscos. •

Infra-estruturação e definição de lotes no Casal Branco

» Pároco Faleceu a 23 de setembro

Padre Joaquim Brito esteve 30 anos ao serviço da Paróquia de Pontével A população de Pontével ficou sentida com o falecimento do Padre Joaquim Pinto de Brito, que serviu a Paróquia de Pontével durante cerca de 30 anos e, entre outros feitos, foi o fundador do Centro Paroquial e de Bem Estar Social. Padre Joaquim Pinto de Brito nasceu a 13 de Maio de 1921, na freguesia de Inguias, concelho de Belmonte, distrito de Castelo Branco, Diocese da Guarda, e faleceu no dia 23 de Setembro. Foi ordenado presbítero em 15 de Julho de 1945, na Diocese da Guarda, ficando ao serviço da mesma. Em Novembro de 1981 passou para a Diocese de Santarém, onde foi pároco de Chancelaria, Paialvo, Pontével e Lapa. Por razões de saúde, encontrava-se dispensado de trabalhos

pastorais. Uma queda terá agravado o seu estado e condicionado a sua reabilitação. Quem com ele contactou classifica-o de homem alegre, amigo dos colegas sacerdotes, que deixa um testemunho de dedicação à missão e disponibilidade para aceitar as condicionantes da própria vida e

idade. Apesar das limitações, nos últimos tempos, procurava, mesmo assim, estar presente nas reuniões do clero e de vigararia. “Era uma pessoa com características muito próprias, fruto, em parte, da formação da escola da sua altura. Naturalmente, não era uma pessoa com a abertura dos padres formados actualmente, mas era uma pessoa que sempre se dedicou muito à sua paróquia, com muito entusiasmo e alguma intervenção. Era uma pessoa que se implicava muito na sua paróquia e, nesta fase final, mesmo com um idade mais avançada, continuava a colaborar activamente, com uma preocupação muito grande em servir”, revelou Ana Maria Oliveira, da Paróquia de Pontével. •

Após a aprovação do Plano de Pormenor da Zona de Actividade Económica do Casal Branco – Pontével (ZAE), foi efectuado o lançamento do concurso para as infra-estruturas básicas desta área empresarial – definição dos lotes públicos (6) e privados (30). As obras de infra-estruturação da ZAE arrancaram no início de Outubro, estando previsto um investimento inicial de cerca de 150 mil euros, a ser efectuado pela firma local Gecolix. Entretanto, depois de efectuadas algumas terraplanagens, os trabalhos foram interrompidos por ocasião das eleições autárquicas. A definição dos lotes “será fundamental para a venda dos restantes lotes públicos (5) que será feita de imediato, uma vez que os seis lotes privados estão a ser comercializados pelo antigo proprietário do terreno conforme

acordado, e toda a restante área (cerca de 5,2 ha) estão afectos à empresa Avipronto, que reitera o grande investimento que tem para aquela zona de Actividade Económica”, anunciou a Câmara Municipal, em comunicado. A aprovação do Plano de Pormenor demorou sete anos nas entidades competentes da Administração Central. O presidente da Câmara considerou que “este arranque da obra é exemplo de que, apesar das dificuldades e adversidades por que passámos, é muito positivo saber que vale a pena acreditar e lutar até ao fim por projectos que vão trazer maiores possibilidades de empregabilidade para os cartaxeiros. O emprego no concelho tem de ser uma área de trabalho prioritária na Câmara, a atracção de novas empresas para o Cartaxo é condição para o desenvolvimento do concelho”. •


a Voz de Pontével

» Eleitos tomaram posse a 29 de Outubro

Para este mandato Paulo Caldas quer maior participação dos autarcas e da população no futuro do concelho Os eleitos para os órgãos autárquicos do município do Cartaxo para o mandato 2009-2013 tomaram posse no dia 29 de Outubro, durante um acto público que decorreu no Salão Nobre dos Paços do Concelho. Os novos membros da Assembleia Municipal foram empossados e reuniram para eleger a constituição da mesa. Maria Manuel Simão (presidente) vai dirigir os trabalhos da Assembleia durante este mandato, acompanhada de Fernando Santos (1.º secretário) e de Joana Vergas (2.ª secretária). Paulo Caldas assume a presidência do órgão executivo e Paulo Varanda a vice-presidência. São vereadores com pelouros Rute Ouro (PS) e Pedro Gil (PS). A Câmara é constituída ainda pelos vereadores Paulo Neves (PSD), Pedro Reis (PSD) e Mário Júlio Reis (CDU). Para este novo mandato, o presidente do município reafirma a continuidade dos principais objectivos já delineados. Paulo Caldas quer aprofundar ao longo deste novo mandato o “espírito de governação moderna”. Quer trabalhar e discutir os assuntos relacionados com o concelho conjuntamente com as diferentes forças partidárias, envolvendo os munícipes. Para estar mais próximo das pessoas e conhecer no terreno as suas dificuldades, o autarca pretende dar continuidade às Presidências Activas, realizar reuniões de Câmara descentralizadas, consolidar orçamentos participativos e criar a figura do Provedor do Munícipe, cuja individualidade será anunciada a 10 de Dezembro - Dia do Concelho.

Vitor Neno / CMC

concelho

novembro ∙ dezembro ∙ 2009

É a pensar num Cartaxo cada vez mais aberto à participação política e cívica, que Paulo Caldas anunciou também que a Câmara do Cartaxo, de modo pioneiro no país, irá realizar Concílios Autárquicos de dois em dois meses (envolvendo Câmara Municipal e Juntas de Freguesia). O novo executivo camarário reuniu de imediato para a apresentação do quadro geral de competências do executivo. O presidente vai ficar responsável pelos gabinetes de Apoio ao Presidente, Protecção Civil e Segurança, Apoio ao Munícipe, Comunicação e Imagem, Apoio Jurídico, Qualidade, Auditoria e Planeamento, Fundos Comunitários e Apoio ao Financiamento do Investimento Público Privado e Ser-

viço de Notariado. Paulo Varanda será responsável pelo Departamento de Planeamento e Administração Urbanística, Divisão de Desenvolvimento Económico, Gabinete dos Órgãos Autárquicos, Bombeiros Municipais, Secções de Cultura, Acção Social e Apoio ao Idoso, Saúde, Educação, Recursos Humanos, Serviço de Fiscalização, Gabinete de Informática e Sistema de Informação e Gabinete Médico-veterinário Municipal. Compete-lhe ainda a coordenação dos Conselho Municipal de Educação, Conselho Municipal das Colectividades, Conselho Local de Acção Social e ainda a coordenação do Gabinete Técnico Florestal, Conselho Municipal Cinegético e coordenação de todas as actividades

do Pavilhão Municipal de Exposições. A vereadora Rute Ouro terá a ser cargo o Departamento de Operações e Meios Gerais, que envolve as divisões de Obras e Equipamentos Municipais, Ambiente e Serviços Urbanos, Águas e Saneamento, Finanças, Aprovisionamento e Património e Secção de Expediente Geral. Pedro Gil será vereador a tempo parcial e será responsável pelas secções de Desporto, Juventude e Turismo. Compete-lhe ainda a coordenação do projecto Cartaxo – Capital do Vinho, Conselho Municipal de Juventude, coordenação de todas as actividades desenvolvidas no Complexo Cultural e Desportivo da Quinta das Pratas, no Estádio Municipal e no Pavilhão do Inatel. •

» Edifício moderno com capacidade para 100 idosos

Novo Centro de Dia inaugurado em Vila Chã de Ourique Os idosos da freguesia de Vila Chã de Ourique têm, desde dia 1 de Novembro, um espaço moderno e mais condigno onde passarem os seus dias. O novo Centro de Dia, que representava uma ambição antiga da população, começou a ser projectado há oito anos e tornou-se agora uma realidade. A inauguração deste novo equipamento foi um momento de grandes emoções, sobretudo para aqueles que estiveram envolvidos no projecto, e contou com a presença de muitos

ouriquenses, especialmente idosos, que quiseram assistir a este “acto memorável” e conhecer em primeira mão o edifício, com capacidade para uma centena de utentes e que será gerido pela Associação Comunitária de Assistência Social de Vila Chã de Ourique. Além dos espaços para apoio técnico e administrativo, o novo Centro de Dia possui um gabinete de enfermagem, um cabeleireiro, sala para banhos, refeitório, cozinha e salas de convívio. •


a Voz de Pontével

associativismo

Novembro ∙ dezembro ∙ 2009

» 105.º aniversário comemorado com música e teatro

SFIP aposta em diversificar as suas actividades

A música e o teatro marcaram as comemorações do 105.º aniversário da Sociedade Filarmónica Incrível Pontevelense (SFIP). No dia 18 de Outubro, o Auditório Luis Eugénio Filipe encheu para um concerto que juntou a banda da colectividade aniversariante com a banda da localidade vizinha da Ereira. Os músicos das duas bandas tocaram em conjunto temas já bem conhecidos do público pontevelense e no final cantou-se os parabéns à SFIP. No final deste concerto, Antero Sampaio, presidente da direcção da SFIP, subiu ao palco para agradecer a todos os que se associaram à iniciativa e enalteceu o trabalho dos músicos, sobretudo dos mais novos. “Temos aqui uma banda jovem, com 105 anos, mas que vai continuar jovem, porque é com muito carinho que olho para estes jovens da escola de música, que mais tarde serão excelentes executantes”, referiu, concluindo que resume o trabalho da banda em três palavras: “competência, sobriedade e eficácia”. No seu último acto público enquanto presidente da Junta de Freguesia, Fernando Amorim entregou a Antero Sampaio uma medalha comemorativa, assim como a Câmara Municipal, representada pelo vereador Marco Caetano. O maestro Nuno Mesquita ofereceu a última composição, “Uma noite em Lisboa”, a todos os colaboradores que, embora estando nos “bastidores”, são igualmente fundamentais para assegurar a continuidade das actividades da banda de Pontével. No dia 24 de Outubro, o palco do auditório foi entregue ao grupo de teatro “Viver Mais, Viver Melhor”.

“As direcções passam mas as bandas ficam” O que o levou a candidatar-se à presidência desta colectividade? Eu gosto muito de música, sou sócio da Sociedade Filarmónica há muitos anos, e como havia um impasse para a direcção, eu entendi que devia candidatar-me aos corpos gerentes, para que a actividade e a dinâmica desta casa não se perdesse. É preciso que os pontevelenses se sintam orgulhosos da sua banda. As direcções passam mas as bandas ficam. Quero dizer com isto que eu gostava que, sempre que a banda desfilasse nas ruas, os pontevelenses se sentissem também como parte da banda, que a banda fizesse parte também da sua vida. Que objectivos estabelece para este mandato? Durante estes dois anos vamos, não só manter os eventos habituais que as direcções anteriores faziam, como também tentar arranjar mais eventos, de maneira a conseguirmos arranjar fundos para colmatar as despesas da casa. Vamos continuar a actuar em festas e gostaríamos de apostar mais nas touradas. A banda já abrilhantou algumas, mas vamos tentar mais, sobretudo no Cartaxo, mas a concorrência entre as bandas é muito grande neste campo. Temos de diversificar as nossas actividades, de modo a que

para ver este género de espectáculos, o Ribatejo pode ver uma revista em Pontével.

Pontével seja culturalmente mais conhecido. É esse o nosso principal objectivo. Estamos aqui para servirmos o melhor possível.

A SFIP vai também acolher um workshop de teatro. Sim, um artista de revista muito conhecido, chamado Rui Sá, quer fazer uma selecção de novos artistas para diversos eventos, como se tem feito para as telenovelas portuguesas. Ele pretende descobrir aqui novos artistas, novos talentos. Os seleccionados vão ter oportunidade de conhecer o mundo do teatro de revista e da telenovela. Foi através da nossa vicepresidente, Mónica Calixto, que se chegou a esse entendimento para a realização desse workshop aqui na SFIP. Neste momento estamos a receber as inscrições, depois será determinada uma data para as provas.

Em que outras actividades pretende apostar? Estamos, por exemplo, em negociações para fazer cá uma revista à portuguesa. Temos condições para isso e já contactámos artistas como a Marina Mota. Esperamos vir a reunir com esses artistas para analisarmos as possibilidades de fazer-se aqui uma revista ou uma mini-revista. O objectivo é fazer com que as pessoas não necessitem de se deslocar a Lisboa

A questão financeira é uma das suas principais preocupações? Temos dificuldades, mas eu acredito que mais cedo ou mais tarde serão resolvidas. Neste momento, o importante é satisfazermos os compromissos do dia-a-dia – pagar aos maestros, pagar a determinados músicos que é necessário requisitar, despesas correntes, etc. Temos protocolos assumidos com a Junta e a Câmara, que têm sido cumpridos.


novembro ∙ dezembro ∙ 2009

a Voz de Pontével

associativismo » Caminhada de dez quilómetros juntou 130 pessoas

Pontevelenses caminharam a favor da construção da nova creche

Cerca de 130 pessoas responderam ao convite do Centro Paroquial e de Bem-Estar Social de Pontével e “caminharam a favor da construção da creche”, na manhã do dia 4 de Outubro. Pequenos e graúdos concentraram-se logo cedo junto à Casa do Povo de Pontével, de onde partiram para uma caminhada de dez quilómetros pela freguesia de Pontével. Jaime Galinha, vice-presidente do Centro Paroquial, considerou que a 1.ª Caminhada – Trilhos de Pontével teve “uma adesão significativa, uma vez que foi um fim-de-semana em que se realizaram muitos outros eventos nos arredores”. Foram, sobretudo, as pessoas da freguesia que participaram nesta caminhada. De t-shirt branca e lenço vermelho ao pescoço, os caminhantes partiram para esta caminhada com vontade de chegar longe e com o sentimento comum de que estão a contribuir para a construção de uma das infra-estruturas mais essenciais para a freguesia. “As pessoas gostaram e incentivaram-nos a repetir. E a obra não pode parar, tudo o que conseguirmos angariar vai-nos ajudar na questão do empréstimo e evitar que sobrecarreguemos as famílias no futuro”, referiu Jaime Galinha. Nesta altura, o novo edifício

1 - O que o levou a participar nesta caminhada? 2 - Considera a creche uma infra-estrutura que faz muita falta na freguesia? Manuel Barreiros 71 anos

1. Normalmente faço caminhadas, mas não vim só por isso. Vim principalmente pelo motivo a que esta se destina, que é a angariação de fundos para a construção da creche. 2. Eu creio que sim, são edifícios que se estão a implantar muito nos concelhos aqui à volta e às vezes é triste ver que para outras caminhadas aparecem apenas umas 12 ou 13 pessoas. No caso desta estou muito satisfeito, porque tem uma adesão muito grande.

João Martins 13 anos

está a ser alvo de intervenções ao nível das instalações de electricidade e canalizações no novo edifício. O Centro Paroquial espera que até final do ano se concluam também o reboco das paredes e a colocação de pavimentos. Após a caminhada, os participantes recuperaram as energias num almoço de convívio. A estes, juntou-se mais meia centena de pessoas. A animação desta tarde, organizada por Edmundo Calisto,

foi feita pelo grupo Alminhas Danadas e Joaquim Jesus. Para estas iniciativas de angariação de receitas, o Centro Paroquial tem contado com o apoio de pontevelenses e colectividades e instituições, como a Casa do Povo e a Associação Humanitária. No dia 6 de Dezembro realiza-se mais uma iniciativa a favor da construção da creche – um concerto com o Padre Borga, no auditório Luís Eugénio Filipe. •

1. Porque é uma actividade gira e gosto de caminhar. Vim também com a minha família e já encontrei aqui vários colegas meus. 2. Eu penso que sim, é importante para os pais terem um sítio onde deixar as suas crianças. Se houver mais caminhadas, vou continuar a participar.

Ernestina Delgado 62 anos 1. Porque gosto de colaborar e participar em todas as iniciativas que as associações de Pontével fazem. Já estava inscrita para um passeio ao Porto e alterei a viagem para vir fazer esta caminhada. 2. Muito importante, para mim e para os meus netos já não vai ser necessária, mas para os filhos dos meus netos será importante. Pontével tinha essa falta.

» Instituição louva iniciativa de grupo de amigos

Verbas do 1º Festival de Acordeões reverteram para a AHFP No dia 3 de Outubro, o Cartaxo assistiu ao 1.º Festival de Acordeões, organizado por um grupo de amigos, com a colaboração da Associação Humanitária da Freguesia de Pontével (AHFP). Foi um evento que “excedeu todas as expectativas” e que teve uma razão especial: a angariação de receitas para a AHFP. “Nunca pensámos que o espectáculo atingisse aquelas proporções. Tivemos 1200 pessoas no Pavilhão Municipal de Exposições, que foram ali para ouvir o acordeão, mas ao mesmo tempo para se associarem a um objectivo social”, revelou Elias Rodrigues, presidente da AHFP. As verbas angariadas com este evento rondaram os 2.500 euros

e reverteram integralmente a favor da instituição de Pontével. Elias Rodrigues afirmou que “foi o dinheiro mais fácil que conseguimos. O evento envolveu uma grande logística, mas esteve praticamente tudo a cargo do grupo de amigos que nos fez chegar a ideia da realização do festival. É um gesto que jamais esqueceremos e é um exemplo para a nossa sociedade”, acrescentou. As receitas angariadas vão contribuir para assegurar a continuidade das actividades da associação. A Orquestra de Acordeões da Sociedade Filarmónica Cartaxense, Eugénia Lima, Tino Costa e “Acordeões em Sintonia” de Leonel Rodrigues e Nelson Marto foram alguns dos grupos e acordeo-

nistas que animaram a noite. Elias Rodrigues considera que a Câmara Municipal “devia de ter optado pela atribuição de um subsídio”, em vez do lançamento do concurso público para as obras de conclusão da nova sede da AHFP. Em causa está a burocracia e o tempo que o processo vai demorar. “Não necessitávamos de um concurso público. Isto só vai atrasar a conclusão da sede. Nós sugerimos uma transferência de verbas, seguida de uma consulta a duas ou três empresas. As complicações eram bem menores”, afirmou Elias Rodrigues. Para a AHFP, este processo “traz um outro revés, o desânimo de quem está a gerir e de quem está a trabalhar na instituição”, concluiu. •


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protagonista

» José António Sobreira – Presidente da Junta de Freguesia de Pontével

Só conseguimos um bom funcionamento de uma Junta de Freguesia se trabalharmos em equipa José António Sobreira é o novo presidente da Junta de Freguesia de Pontével. Um homem cauteloso, mas determinado. O seu grande objectivo, além de dar continuidade ao projecto de que fez parte nos últimos oito anos, é potenciar o bem-estar da população, quer através de obras como o saneamento ou a creche, quer através de intervenções menores, como o arranjo de um passeio, colocação de iluminação, ou reforço de um contentor. Para todos os problemas é preciso respostas acertadas. Por isso conta com a colaboração da sua equipa, da oposição e de todos os pontevelenses neste caminho que tem pela frente. Texto: Ana Fernandes Fotografia: Sandro Funina


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Protagonista Quando começou a sua ligação à politica? Já ando nestas andanças políticas há muitos anos, mesmo antes de residir em Pontével. Cá, comecei por ser deputado municipal, no segundo mandato do Dr. Conde Rodrigues, portanto, há cerca de 12 anos. Depois, o Dr. Fernando Amorim convidou-me para ser o seu número dois. Acompanheio sempre durante estes últimos dois mandatos. Como é que caracteriza este percurso político? Nestes últimos quatro anos, tem sido bastante difícil, mas foi bom, porque apesar das dificuldades financeiras conseguiram-se fazer algumas obras, conseguiuse colocar Pontével no mapa. Foi também possível realizar alguns sonhos que estavam previstos há muitos anos, como por exemplo a sede da Sociedade Filarmónica, o relvado sintético do Grupo Desportivo, a creche, que está neste momento em construção. Mas também houve grandes desalentos e grandes mágoas por não termos realizado outras obras, como o Centro de Dia, a sede da Associação Humanitária e o saneamento básico, que é uma das lacunas da nossa freguesia. Como se sabe, o saneamento tem vindo a ser adiado, tem passado de mandato em mandato. Estamos sem saneamento em cerca de 60% da freguesia. Para mim, o saneamento básico é uma obra que tem que ser concretizada o mais rápido possível e vai ser uma das grandes lutas que vamos ter, tal como foi nos últimos dois mandatos, com o Fernando Amorim. É inconcebível que certos lugares da nossa freguesia, maiores que algumas freguesias do nosso concelho, ainda não tenham saneamento. Mas penso que todo o esforço que a Câmara Municipal está a fazer e com a entrada da empresa que vai explorar as águas e o saneamento, temos aqui um projecto concretizável a curto prazo. Uma das outras obras que é essencial e que também nos está inquietar, e que já vem do meu primeiro mandato como tesoureiro, é a Zona de Actividades Empresariais do Casal Branco. Todos sabemos a crise de emprego que há e que nos afecta a todos na freguesia. Temos muita gente que trabalhava em diversas empresas que fecharam e outras que estão a reduzir postos de trabalho. Esta Zona Empresarial vinha dar, nesta altura, um grande alento, não só à freguesia, mas também ao concelho.

Além destas ambições, que já vêm de outros mandatos, que objectivos concretos tem para este mandato? Há pequenas obras importantes que temos de fazer durante este mandato. É inadmissível que Pontével não tenha um parque infantil onde as nossas crianças possam brincar. Portanto, é um trabalho que tem de avançar, até porque não é uma obra com um custo muito elevado. A requalificação do nosso espaço urbano, o arranjo das ruas, colocação de contentores são pequenas intervenções, feitas com o orçamento da Junta, que têm um grande significado para os nossos residentes. Nós, por vezes, queremos fazer grandes obras e não conseguimos, mas não nos podemos esquecer que está ao nosso alcance, com o pequeno orçamento da Junta, estas pequenas obras, que garantem o bem-estar e a qualidade de vida aos nossos habitantes. Porque é evidente que nas grandes obras estamos dependentes da Câmara Municipal ou da administração central, nós sozinhos temos muito trabalho pela frente. Como é que caracteriza o trabalho que Fernando Amorim desenvolveu à frente da Junta de Freguesia? Foi um trabalho de grande dedicação, de respeito, quer pelas pessoas que trabalhavam com ele, funcionários, quer por colegas autarcas. Foi um trabalho que toda a gente reconheceu o valor e é pena que eu tenha que assumir este lugar, pois é um posto que lhe ficava muito bem por mais um mandato. Mas ele teve as suas razões, que eu muito respeito. Acredito que o Fernando Amorim, como presidente da Assembleia de Freguesia, vai fazer também uma boa equipa e um bom trabalho. E vamos continuar a nos relacionar, acredito que vai haver uma boa colaboração entre nós, é a forma como nós já estamos habituados a trabalhar. Só em equipa é que nós conseguimos concretizar as coisas. O Fernando Amorim gosta de trabalhar em equipa, de responsabilizar as pessoas, é muito exigente, e se calhar por ser assim é que conseguimos trabalhar oito anos em conjunto. O que é que mais receia neste mandato? O meu maior receio é chegar ao fim do mandato e não conseguir cumprir aquilo que prometi aos pontevelenses, quer por mim, quer pelo Partido Socialista ou pela minha equipa. Mas penso

tempo o parente mais pobre desta organização que é o Estado. É por isso que as pessoas procuram sempre, em primeira instância, a junta de freguesia ou o seu presidente.

Distribuir tarefas e responsabilidades é o melhor que se pode fazer para trabalhar em equipa. E é precisamente desse modo que quero trabalhar. que vamos conseguir, com o esforço de todos, inclusivamente da oposição da Assembleia de Freguesia, que também espero que tenha uma colaboração activa e de ajuda para levar a bom porto este barco. E com o apoio da Câmara Municipal, espero que nós consigamos concretizar as obras que já enumerei, que ficaram por fazer e que tão necessárias são. Isto é um risco que corremos quando assumimos estas responsabilidades, portanto, no fundo, eu conheço este risco porque como disse, eu conheço bem a Junta de Freguesia, estou ligado a ela há oito anos e digo sinceramente que se não tivesse a noção de como é que a Junta funcionava eu nunca me candidataria, até porque fui uma vez convidado pelo Dr. Conde Rodrigues a assumir o lugar e não aceitei, precisamente porque na altura não me sentia à vontade. A Junta de Freguesia de Pontével é uma Junta que requer muita responsabilidade. Nós temos muitos colaboradores, fornecemos almoços a 190 crianças por dia, temos muitas valetas por limpar, muitas ruas para arranjar, temos muita coisa a fazer para a população e por isso o risco está calculado. O que se quer, acima

de tudo, é saúde e depois a colaboração de todos, nomeadamente dos pontevelenses, porque um presidente de Junta, sozinho, não consegue fazer nada. Se tiver a colaboração dos seus fregueses e da equipa que o acompanha consegue fazer, por vezes “milagres”. Que mensagem gostaria de deixar agora aos pontevelenses? Espero que este mandato corra bem, para bem de todos nós. O único apelo que faço é que nos ajudem a levar este barco para a frente. Peço-lhes para que quando haja problemas, não critiquem, dizendo apenas que não se faz ou que não se fez, mas sim que apresentem o problema para que nós possamos arranjar uma solução. Às vezes não é fácil arranjar uma solução. Todos os dias temos aqui pessoas a apresentarem-nos os mais variados tipos de problemas. O nosso compromisso é de facto resolvê-los, mas sempre da melhor maneira possível. Hoje as juntas de freguesia são a maneira mais fácil das pessoas poderem chegar a quem as possa ajudar. São o órgão do Estado mais próximo da população e ao mesmo

Portanto, vai estar sempre disponível para ouvir os pontevelenses. A nossa posição na junta vai ser a mesma que temos tido até este momento. Não é por termos tomado posse e mudarmos de lugar que vamos alterar o nosso modo de actuar. Portanto, sempre que for preciso, nós estamos cá. Naturalmente, o Fernando Amorim, dada a sua vida profissional, tinha mais disponibilidade aos fins-desemana e à noite. Eu vou estar mais durante o dia, mas sempre que seja preciso, estarei à noite ou aos fim-de-semana. Vou distribuir tarefas e pelouros pela minha equipa, tal como fez o Fernando Amorim, quando iniciámos esta caminhada de oito anos. Distribuir tarefas e responsabilidades é o melhor que se pode fazer para trabalhar em equipa. E é precisamente desse modo que quero trabalhar. É desta forma que eu entendo que deve ser o funcionamento de uma junta de freguesia e do seu executivo. No campo pessoal e social, quem é o José António? Tenho feito muita coisa. Comecei por ir para a Marinha com 17 anos, como voluntário, onde fiz 26 anos de carreira militar. Depois, neste percurso, vim a um bailarico a Pontével, onde me encantei por uma donzela. Casei, fiz por cá vida e foi aqui que também constitui família. Construi cá a minha casa e montei um estabelecimento comercial, que vou gerindo com a minha mulher. Tenho 56 anos, sou natural de Lisboa, mas vim para Aveiras de Baixo com três anos. Considero Aveiras de Baixo como a minha terra, mas já tenho mais anos de Pontével que de Aveiras. Dediquei-me muito a Pontével, nomeadaente enquanto estive na Sociedade Filarmónica. Entrei para a direcção pela mão de Henrique Lopes Janota, há cerca de 20 anos, onde permaneci durante 10 anos. Ainda hoje sou o presidente da assembleia geral.Fui músico profissional numa banda durante 16 anos, num conjunto de bailarico – os Antecipação – onde tocava viola-baixo. Já deixei esta actividade há cerca de 23 anos, pois estava a tornar-se incompatível com as funções que eu tinha no meu estabelecimento comercial.


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O Jornal A Voz de Pontével reserva-se no direito de seleccionar e, eventualmente, reduzir os textos recebidos. • O Jornal A Voz de Pontével solicta aos colaboradores que façam acompanhar os seus trabalhos do nº de B.I. Solicita tambem que esses trabalhos, sempre que possível, venham escritos à máquina ou a computador. • Não se devolvem os textos seleccionados. • Os textos publicados são da responsabilidade dos seus autores.

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Semibreves

Costumava dizer-se no meu tempo de menino “que não há fome que não dê em fartura”. É claro que naquele tempo da minha infância o entendimento dos mais novos sobre aquele e muitos outros ditados populares era quase nulo, muito embora o nosso contacto diário com os avós e com tantos outros anciãos, que transmitiam aos mais novos todo um valor cultural, agora muito em desuso. Mas à medida que ia evoluindo a nossa capacidade de compreensão do que nos rodeia, íamos assimilando a diversidade de provérbios, costumes, ladainhas e quadras rimadas que muito valorizavam a cultura pontevelense da época. Entretanto, a Guerra Colonial, que marcou a sociedade portuguesa no último quartel do século passado, condicionou de certa maneira a transmissão verbal daquela faceta da cultura local, não tanto pela guerra em si, mas particularmente pela carga emocional daí decorrente, que

remetia a comunidade para um estado de tristeza constante, considerando a inevitável proximidade com a morte. Nos catorze anos que durou o conflito nas antigas colónias portuguesas de África, as famílias dispensavam grande parte desse tempo ao recolhimento e à oração, pedindo pelos seus e ansiando pelo seu regresso a casa. Muito embora o regime de então não se mostrasse nada condescendente com a mudança, com a realização de eleições e com a abertura democrática – como agora se diz, eis que surge a Revolução de Abril, que inunda a nação da chamada democracia, para além de uma farturinha de tudo a que o povo não estava habituado. Aqui é que se aplica com toda a propriedade o provérbio: “não há fome que não dê em fartura”. De então para cá o país tem registado uma fartura de eleições, uma farturinha de desempregados, corruptos, marginais, incompetentes, políticos,

subsídios e tantas outras coisas más, que desacreditam o regime emergente da revolução. Mesmo assim, há quem defenda mais eleições, pelo menos uma por mês, já que só por essa altura as autarquias se lembram que o povo ainda existe. Mais de trinta anos após tanta fartura, essa fartura continua a não ser suficiente, de tão mal gerida. As autarquias endividam-se, os autarcas manifestam-se cada vez mais desinteressados em solucionar as diferentes necessidades das populações que esperam e desesperam por um maior investimento em áreas tão importantes como saneamento e vias de comunicação. Gastaram-se milhares de contos em campanhas eleitorais para promover mais uns quantos – em pastas – e deixaram as ruas e estradas da freguesia em mísero estado. Não tiveram sequer vergonha na intervenção que fizeram nos espaços asfaltados na sede de freguesia, uma declarada ofensa à população em geral, e às pessoas que utilizam os espaços em particular. Hoje, contrariamente ao outro tempo, é declarada-

mente mais fácil intervir, não só porque as necessidades estão bastante mais visíveis, como principalmente porque os cidadãos pagam mais impostos – os que pagam – e por consequência, assiste-lhe o direito de exigir. Só que o sistema está de tal maneira viciado que os cidadãos só são importantes para a democracia quando o objectivo é votar. Aí sim, utilizam-se todos os canais influentes para propagandear os objectivos, mobilizar apoiantes e fazer em quinze dias o que não se fez em quatro anos. Afinal, esta fartura de eleições já começa a saturar a paciência de muitos portugueses, como se pode avaliar pelos valores da abstenção. No caso particular do concelho do Cartaxo, a pavimentação de arruamentos na freguesia de Vale da Pedra, sem a instalação da rede de saneamento, leva-nos a concluir que a Câmara Municipal despreza os valores ambientais e lesa o município com intervenções absolutamente inconcebíveis em pleno século XXI. • António Gabriel

Pontével e as eleições autárquicas E pronto, estão escolhidos os homens e mulheres que nos próximos quatro anos serão o poder autárquico na nossa freguesia. De entre todos os candidatos, muitas foram as promessas na construção e solidificação das valências locais. Vamos com toda a certeza ficar atentos ao trabalho de cada um, na esperança de que deste mandato possamos esperar um pouco mais. E o que esperamos? Saneamento básico em pleno, com as Etar´s a funcionar em pleno. Mais emprego, con-

solidando a área empresarial do Casal Branco. Apoio ao comércio tradicional. Arranjo de caminhos, estradas e espaços públicos. Apoio às instituições de carácter social, cultural, recreativo e desportivo. Incentivo à participação da população na causa pública. Atrair os jovens à participação nas actividades. Claro que uma freguesia forte e pujante só será construída com a participação de todos e não só de quem foi escolhido para exercer o poder.

Obviamente, que para isso é necessário existir um executivo forte, actuante e acutilante, que possa servir de alavanca, motive e arraste a população para os desafios que se deparam. Pensamos que só desta forma será possível consolidarmos uma freguesia onde nos sintamos bem, tenhamos qualidade de vida e dê gosto viver. Como já referi, vou estar atento, assim como todos os Pontevelense o devem fazer, dando o seu contributo po-

sitivo e participativo, não deixando de reivindicar tudo aquilo que entendamos ser bom para a nossa freguesia. Temos condições, identidade, humildade e história, vamos ajudar dentro daquilo que nos seja possível, esperando do poder local o apoio e a motivação que nos faça sentir que vale a pena lutar por causas nobres. António José Amendoeira Batista Pego Presidente da Mesa da Assembleia-geral da Associação Rio da Fonte

Videntes de Pontével muito prestigiadas

Já lá vão alguns anos que tentei fazer uma entrevista a uma das prestigiadas videntes de Pontével. Tinha as perguntas todas elaboradas (sim, porque ainda que sejam das melhores profissionais, não conseguem adivinhar o que queremos saber), mas à última hora, por razões de saúde de um familiar, a entrevista não se chegou a concretizar. Vem portanto desde aí o meu interesse por esses mistérios! Se bem que continuo a ser um céptico acerca deste assunto, embora com muito respeito pelos seus seguidores ou simplesmente curiosos. E se volto a escrever sobre este tema é porque cada vez mais se verifica um maior afluxo de pessoas a optarem regularmente por alternativas à cura de doenças físicas e psíquicas ou de males de amor. Naturalmente que a crise tem algo a ver com fenómeno! Mas seja pela crise ou não, o que é certo é que esta profissão (?) da economia paralela está cada vez mais exuberante.

Basta ver as viaturas das mais variadas classes sociais que aguardam vez para a resolução dos seus problemas e que assim contribuem (voluntariamente) para o engrandecimento do património das suas dedicadas videntes. Toda a gente conhece e afirma saber qual é a mais velha profissão do mundo. Quanto à antiguidade, tenho sérias dúvidas, basta conhecer um pouco da história da humanidade para a incerteza se avolumar entre a prostituição e a magia. Desde os tempos mais remotos que se apelava aos sinais dos magos para saber se era favorável o desfecho de uma doença ou de uma batalha. E ainda hoje se recorre a essas mesmas práticas! O culto pela memória de pessoas a quem é atribuída o seu seguidismo e devoção é muito variável e depende de lugar para lugar, todavia é na capital do país que por feitos científicos foi erguida uma estátua que continua repleta de

placas e flores pelo reconhecimento popular dos seus admiradores. Mas quem foi o Dr. Sousa Martins? Nasceu em Alhandra no ano de 1843, no seio de família modesta. Mas graças a um seu tio proprietário de uma farmácia em Lisboa, onde trabalhou como aprendiz, conseguiu aos 21 anos formar-se em farmácia e aos 23 em medicina, na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa. Foi médico e professor catedrático da Faculdade de Ciências Médicas da actual Universidade Nova de Lisboa e dedicou-se ao estudo das doenças pulmonares que naquela época vitimavam grande parte da população do país, tendo, já depois da sua morte em 1897, sido inaugurado o sanatório na Serra da Estrela com o seu nome, pelo qual sempre havia lutado. Além de brilhante clínico, reconhecido internacionalmente, e filantropo, pois vários portugueses beneficiaram graciosamente da sua generosidade, era adepto

do espiritismo e muitos dos seus seguidores dessa crença atribuem-lhe curas milagrosas por intermédio das suas comunicações mediúnicas. Também sobre ele, Egas Moniz, distinguido com o Prémio Nobel de Medicina, disse: “Notável professor que deixou atrás de si um nome aureolado de prelector admirável, de clínico consagrado, sempre alerta nas justas da Sociedade das Ciências Médicas”. Vitimado pela doença que tanto havia combatido (tuberculose), suicidou-se com injecção de morfina aos 54 anos, tendo confiado a um amigo: “a morte não é mais forte do que eu e um médico ameaçado de morte por duas doenças fatais, deve-se eliminar por si mesmo”. • José Alberto Vieira

P.S. Aos interessados ou simplesmente curiosos informa-se que existe um museu em Alhandra com o seu nome, que é possível visitar.


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Caros amigos

Decorridos oito anos das nossas vidas, chegou o momento de deixar o executivo da Junta de Freguesia de Pontével. Como responsável pelos destinos da nossa freguesia desde Janeiro de 2001, procurei sempre defender os interesses da nossa freguesia, colocando o dever que assumi com a população de Pontével acima da minha família e de qualquer interesse pessoal, porque só assim entendo contribuir de forma positiva para a acreditação da classe política e defender os valores sociais conquistados há 35 anos atrás. Muitos desafios fizeram-me crescer como pessoa e como profissional; aprendi coisas novas e

a valorizar pequenos gestos e atitudes que podem marcar significativamente a vida daqueles que pouco têm ou, por circunstância da vida, tudo perderam. Muito fica por fazer, contudo, irão surgir novos desafios e novas perspectivas com esta nova equipa. Aproveito para desejar as maiores felicidades e sucessos nesta nova caminhada. Tive o privilégio de conviver com muitas pessoas – parceiras desta caminhada e de luta em prol da questão do poder local e do papel das Juntas de Freguesia no desenvolvimento da nossa sociedade – e de aprender muito com cada uma delas. Uma certe-

za que fica é a de que não só pude deixar a minha contribuição a este processo, como também construí muitas amizades. Para mim, encerra-se neste momento uma etapa e inicia-se outra. A vida ensina-nos a necessidade de repensarmos os nossos rumos e destinos. A opção por sair do executivo passou especialmente por dois factores: o pessoal e o profissional. Conheci neste percurso muitas pessoas, que como eu, descobriram a abraçaram a causa pública e associativa, construindo lideranças que mudaram o destino das suas próprias vidas e da vida de muitas outras pessoas.

São estas alegrias que levo comigo, e não as lembranças das dificuldades. Estas obrigaram-me a procurar alternativas, mas foram as pessoas que me fizeram perceber que todos os esforços eram mais do que importantes para que esta política pudesse efectivamente gerar algum impacto na melhoria da qualidade de vida de cada um. Deixo aqui um abraço sincero de agradecimento e admiração a todos, após oito anos como presidente de junta desta maravilhosa freguesia. Muitos dos princípios que orientam a nossa vida em sociedade seguem comigo, assim com as lembranças, amizades políticas, amizades associativas, co-

– montanhas a perder de vista. Andorra-Velha, casas com arquitectura enquadrada no sistema ambiental, onde ainda se constrói nos sítios mais arrojados na encosta da serra. Noite fantástica, manhã para compras, almoço e viagem até Madrid – 600 km. O que nos valeu foi a boa disposição dentro do autocarro, embora com paragens obrigatória para descanso do motorista. Chegámos ao hotel em Alcalá já noite. Edifício de construção recente com instalações espectaculares a 25 km de Madrid. Após o pequeno-almoço, visita panorâmica a Madrid. A alguns quilómetros de distancia já se via a neblina própria da poluição desta enorme capital de Espanha. Passámos junto da praça de Touros, e alguns edifícios históricos, estivemos nas Portas de Toledo, mas não dava para mais aventuras porque o trânsito já estava a ser complicado, com alguns pequenos engarrafamentos (lá co-

mo cá). Voltámos ao hotel para almoço e a seguir iniciámos o regresso. A Entrada no nosso pais foi muito aplaudida, apesar de

legas do executivo e assembleia, amigos e funcionários da Junta de Freguesia. Despeço-me do cargo de Presidente de Junta com um carinho muito especial sentido por todos os Pontevelense que fazem desta freguesia um grande motivo de orgulho para mim. Posso dizer às minhas filhas “…o pai foi presidente de Junta da grande Freguesia de Pontével”, terra de costumes, defensora dos valores sociais, humilde, trabalhadora e merecedora do carinho e admiração de todos nós. Viva Pontével Obrigado a todos Fernando Amorim

Viagem a Lourdes De 1 a 5 de Outubro um grupo de excursionistas rumou ao Santuário de Nossa Senhora de Lourdes (França) com passagem por Salamanca e visita à Catedral. Jantar e dormida em Burgos, também com visita à Catedral, de manhã, após o pequeno-almoço, iniciámos a viagem para Lourdes. Já em território francês admirámos as paisagens, as extensas searas de milho, entre outros produtos agrícolas. Em Lourdes, após o alojamento num luxuoso hotel, a escassos metros do Santuário, depois do almoço visita ao santuário com passagem pela rocha onde Nossa Senhora apareceu, visitámos também a catedral subterrânea (quem passa em frente aquele jardim não imagina o que existe por baixo) – uma enorme catedral, toda construída em betão, com uma arquitectura espectacular. À noite, a procissão das velas, com peregrinos caminhando seguindo o andor de Nossa Se-

nhora, um pouco diferente da de Fátima, mas com o mesmo significado. No dia seguinte de manhã, visita às grutas de Betharram. Entrámos no cume da montanha e caminhámos 3500 metros pelas entranhas da mesma. Fomos observando e escutando o que o guia nos ia explicando, as infiltrações, as correntes de água e o desprendimento do calcário. Foram cinco galerias naturais, algumas com pequenos toques artificiais. A água por onde passa foi abrindo brechas no calcário e formou um rio que se encontra no fundo da gruta, onde nos espera um barco que nos leva ao comboio que nos trás de volta à luz do dia no sopé da montanha. Simplesmente fantástico. Para estes sítios, nesta altura do ano, é costume sentir-se o frio, mas não foi o caso, temperaturas entre 19 e 20 graus. Nada mau. Depois do almoço, viagem para Andorra, observando os Pirinéus

Rainha das Vindimas Sendo o Cartaxo a “Capital do Vinho”, não podia deixar de realizar o evento que mais simboliza o mesmo, a “Rainha das Vindimas”. A Rainha das Vindimas tem um significado muito importante para mim, porque foi nesse evento, em 2007, que me coroaram Rainha das Vindimas do Cartaxo e 1ª Dama da Rainha das Vindimas de Portugal, títulos dos quais me orgulho muito.

Orgulho-me de ter ganho e orgulho-me de ter representado o meu concelho, apesar, de infelizmente, não ter tido o apoio da parte das entidades organizadoras que deveriam ter tido, mas enfim, deixemo-nos de lamentações. Este ano, somente como espectadora, testemunha de um grandioso espectáculo, na minha opinião, mas que infelizmente não apropriado para a

população do nosso concelho, moderno demais, quem sabe!... O que realmente me deixou feliz e realizada neste evento é o facto de as palavras que citei e que pouco agradaram no transacto ano, aquando da passagem do meu testemunho, serviram para alguma coisa. Fiquei extremamente feliz que as entidades organizadoras, desta vez, terem apoiado, e bem, a Rainha das

Vindimas 2008, Inês Pedro. Queria aproveitar para fazer um pedido em meu nome, e julgo em nome da população de Pontével: que os Quarentões de 2009 retirassem as vigas de ferro que se encontram sobre o Rio, a montante da quase centenária ponte. Este meu apelo é a bem da conservação da nossa ponte e da beleza da nossa terra. • Raquel Martins Ronca

chover bastante. Bem haja, companheiros de Viagem. • Francisco Alves

Ana Campos, Rainha das Vindimas 2009

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espaço público » Memórias com história:

O Hino da Restauração – um hino à independência de Portugal O Hino da Restauração que se ouve pelas ruas quando é chegado o 1º de Dezembro, tem uma história singular. É o último dos 14 trechos musicais da comédia drama “1640 ou a Restauração de Portugal”, que foi apresentada pela primeira vez em Lisboa, no teatro da Rua dos Condes, em Outubro de 1861. Dedicada a D. Pedro V, inseria-se numa campanha mais vasta da contracorrente que no século XIX aventava a hipótese de Portugal se unir à Espanha. Ao subir à cena, escreveram os autores que “a peça sofreu algumas alterações” e que o censor António da Silva Túlio deu o parecer onde, entre outras coisas, se

podia ler: “(…) Fazendo os autores que se passe a acção da fábula de uns amores contrariados na época da gloriosa revolução de 1640, com muita verosimilhança travaram a fábula com a história desse memorável feito (…)”. A censura política competia a D. Carlos da Cunha, que não encontrando também motivos que pudessem sombrear a razão da recusa, opinou prudentemente levar a peça ao conhecimento do Governo. No Conselho Superior da Instrução Pública entendeu-se conveniente mudar as cenas 3ª e 4ª do prólogo e as 6ª e 7ª do quadro 4º. A esta obra, cuja música é da autoria de Eugénio Ricardo Monteiro

d’Almeida e a letra de F. d’Almeida Araújo e F.J. Costa Bragas, têm sido adaptadas outras poesias, dado que o tema da Restauração é caro ao coração independentista dos portugueses. Na versão original, os primeiros versos ouviam-se assim: “Lusitanos é chegado / o dia da redenção / Caem do pulso as algemas / Ressurge livre a Nação. / O Deus de Afonso em Ourique / Nos livrou nos deu a lei / Nossos braços a sustentam / Pela Pátria e pelo Rei. (Refrão) Às armas ! Às armas ! O ferro empunhar / A Pátria nos chama / Convida a lutar”. Nos finais do século XIX, quando já alastravam as ideias republicanas, cantava-se: “Esta coroa

Uff!… fomos a votos

Foram europeias, legislativas, Benfica, Sporting, Autárquicas (Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Assembleia de Freguesia) mais os votos nas instituições e colectividades locais e os que enviamos às tias e aos primos, mais os que fizemos para que a nossa equipa ganhe, espero que não faltem votos para o Natal. O Cartaxo, como era de esperar, também foi a votos, e não é que apareceu um pouco cinzento? Como aliás é a sua cor natural! Mas com uma plumagem nova toda brilhante, vivo, saltitão, é de ficar espantado com quem passou um Verão escondido e todo depenado, dizem até as más línguas que completamente nu! Só pode ter ido a banhos! Não há nada melhor para tratamento da pele (e penas) que banhos de Caldas. Sugeriram-lhe uns tempos de neves, mas não quis, rejeitou! Para um passarinho pouco corpulento e habituado a termas certamente não seria o melhor clima! Assim é só continuar a viver como vivia, saltitando para ali, espreitadela para acolá, de vez em quando sobe um pouco mais alto (lá de cima vê-se melhor) e depois faz um voo a Pico (Niks) sobre os insectos que o incomodam, dá uma vista de olhos pelos projectos e processos antigos e modernos! Revê um ou outro orçamento! Estuda novas oportunidades e novos projectos de engenharias financeiras! Que só economistas e quadros dos bancos percebem, e continua a sonhar alto, porque

é novo, ágil e esperto, nós fazemos VOTOS para isso. Aproveitando as eleições, a oposição escreveu por aí coisas do arco-da-velha! Pelos vistos nem os elementos que fizeram parte da Câmara e da Assembleia Municipal sabem os números exactos! Então o que é que lá estiveram a fazer? Mas se os números anunciados estão certos! Eu não sabia que devia tanta massa! Também não sabem nem tentam saber o que se passava com o buraco do Casal Branco, se a Avipronto vinha ou não vinha? Também nunca souberam porque demoraram tanto a arrancar obras anunciadas há muito tempo! Então são oposição de quê e a quem? Nos últimos dias, alguma coisa de novo se vai percebendo, tem havido segredos bem guardados, que uma frágil oposição nunca deu conta, nem muita gente chegada ao poder! Afinal a Avipronto parece que continua interessada, o dono do terreno parece que tem lotes à venda, a Câmara também, enfim! Negócios! Que nós, simples cidadãos, nunca entendemos como se processam, e como o segredo é a alma do negócio, delegamos com o VOTO poderes ao negociador. Assim, a continuar como até aqui, o poder vai sentir-se como se tem sentido, bem! À vontade e forte! E ninguém iria escolher outro se este parece fazer querer que irá ficar bem na fotografia final!

Muitas críticas aos tapumes que é uma coisa que todos vêem, por mim acho que estão bem. Se vão abrir buracos tem que se proteger os curiosos, podem cair (no buraco), e depois também vão transferir obra de arte que foi paga pelo Povo! E deitar o Dramaturgo que precisa de descansar, já ali está há muitos anos, e como já não pode ir ao Monumental e ao banco julgo que também não (consta que andava sempre teso) e pela postura no pedestal parece ter sido isso mesmo (teso). Os tapumes do Largo Vasco da Gama servem para começar a tapar as cenas habituais de bares e seus similares. E não há melhor solução que começar de princípio, são ideias novas de gente nova e para pessoas novas, tudo bem, só que foram ideias novas os bairros sociais, e quarenta anos depois ali está o resultado, uma mistura de raças, usos e costumes, que torna essas zonas autênticos barris de pólvora! Casas sociais sim, bairros não, casas e bem espalhadas pelas cidades e vilas, e os bares na mesma coisa, os necessários em sítios próprios mas longe uns dos outros!... juntá-los julgo ser uma má política, para gente de bem seria interessante frequentar um lugar dinâmico, com vida, cor e alegria, mas não! Há vida, há cor, há alegria e há gente que não merece um lugar como está a ser pensado. Senhores contestadores! Deixem os tapumes porque os buracos, como já disse, não se podem abrir de qualquer maneira e

saberemos as proezas portuguesas / Avante / Avante / É a voz que soará triunfante / Vá avante mocidade, de Portugal”. Saltou do teatro para a rua e passou a ser um símbolo. Esbatido o nacionalismo, Portugal alinha com a Espanha numa Europa sem fronteiras. Para trás ficaram os tempos de Antero e Oliveira Martins da união ibérica, mas também daqueles que de Espanha nem bom vento, nem bom casamento. Mas o 1º de Dezembro é sempre uma memória, o sacudir de um jugo opressor e tal como o 10 de Junho, uma reserva simbólica do nosso imaginário colectivo. •

portuguesa / Que por Deus te foi doada / Foi por mão de valorosos / De mil jóias engastada/ Este ceptro que hoje empenhas / É do mundo respeitado / Porque em ambos os hemisférios / Tem mil povos dominados. (Refrão) às armas!”, etc. Actualmente conhece-se uma versão da letra diferente, embora e sempre com a mesma música: “Portugueses celebremos / O dia da Restauração / Em que valentes guerreiros / Nos deram livre a Nação / A Fé dos campos de Ourique / Coragem deu e valor / Aos famosos de Quarenta / Que lutaram com ardor / . (Refrão) P’ra frente / P’ra frente / Repetir

Luís do Montejunto

à vista de qualquer um, porque são isso mesmo, buracos, e se lá cai alguém? Lá tem a companhia de seguros que entram com uma indemnização choruda! Porque pode ser alguém de grande valor, também pode não pagar nada se o sinistrado não valer nada! E o tribunal diz que não tem nada a receber, o que conta é o valor de quem cai, não é o acto de cair. Cá por terras de D. Sancho I a oposição fingiu que se organizou, deu um sopro que apenas derrubou uma pétala da Rosa. Como poderia derrubar um entroncado Sobreiro em Pontével? Ou uma velha Oliveira em Vale da Pedra? Partir fortes Ramos em Vale da Pinta, ou destronar Santos na Lapa? E como incomodar o Sr. Fabiano em Valada? Louve-se o facto de todas as listas em Pontével serem compostas por gente jovem e muitos licenciados, a quem dou uma sugestão: como não vão caber todos em lugares elegíveis, apareçam nas colectividades e instituições locais que bem precisam e Pontével agradece, e já agora também aprendiam alguma coisa, o que já acontece com alguns (por isso Ganham), mas outros nunca os vimos por cá (por isso Perdem). Das dezenas de obras iniciadas no concelho recentemente, uma foi imediatamente suspensa por motivos de força maior, e que força! Segundo consta, peritos na matéria esvaziaram os depósitos de três bulldozers que lá operavam, não sei bem se o prejuízo

estava coberto pelo seguro! Se não, o empreiteiro já deve estar com as mãos na cabeça, se estavam cheios é uma pipa de massa. Recomeçadas as obras, muito envergonhadamente, certamente irão tapar o buraco, sim! No Casal Branco há uma pequena lagoa que tem sapos e os patos bravos vão lá nidificar, certamente será tapada e não vai haver mais sapos nem patos bravos para engolir. Por cá, onde a vida acontece, embora não pareça, há muita coisa por fazer: quilómetros de ruas e estradas poeirentas e esburacadas, atravessamento do rio a Vau, pecuárias no perímetro urbano (esperamos que sim, com a rectificação do PDM) com fossas a céu aberto a cem metros do Centro Escolar, Unidade de Saúde e futura sede da Associação Humanitária, a cento e cinquenta metros da S.F.I.P. e do seu auditório e à mesma distância de dois frequentados estabelecimentos de restauração, há edifícios degradados para os quais devia haver uma política de reparação ou demolição, imagens degradantes (tipo bairro de lata) de edifícios privados no centro histórico, falta de identificação e numeração de polícia, tipo de identificação de polícia errado, requalificação de locais anunciados que por demorarem as obras, estão vergonhosamente degradados, e que não merecem o respeito merecido, espero que as passadeiras mereçam mais atenção, pintura


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a Voz de Pontével

espaço público e localização, definir estacionamentos para que não haja mais multas injustas, e que a G.N.R. use apenas um critério, muitos pormenores relacionados com o trânsito a merecer uma certa atenção, ter em atenção à altura de certos passeios, se nuns sítios são baixos, noutros já têm provocado quedas por serem altos, requalifiquem a Rua das Marotas e partir da Rua do Jogo da Bola, aquilo parece uma mostra de manilhas num estaleiro de obras! E espero que cheguem à conclusão do que faz um cepo de cimento no meio de um passeio! E já que estou com a mão na massa, lembro-me de um recado que enviei, alertando para a falta de um aqueduto junto à vedação da Escola E.B. 2,3, em frente da nova sede da Associação Humanitária ainda quando decorria a obra do arruamento, como não fizeram caso, nem do aqueduto, lá estão a acontecer as inundações. Outros pormenores que não estão mencionados nas propostas para 2009/2013 farei questão de lembrar. Vamos aguardar para ver e querer, vamos ver, ouvir, falar e escrever, respeitar as ideias de uns e de outros, juntamos a nossa e o resultado será uma opinião que pode ajudar, é esse o dever de qualquer cidadão, e pode ser ou não divulgada, como aqui na terra temos a carolice de ter um jornal, porque não servirmo-nos dele para expressar a NOSSA? •

Arte e Preservação A modéstia era uma atitude muito apreciada no Oriente, mas no Ocidente parece ter sido a arrogância a atitude mais apreciada e aplaudida até agora. Nós somos do período em que as pessoas se amavam ou faziam questão disso. Apreciavam esse sentimento. Os namorados amavam-se em geral sinceramente, os pais amavam os filhos, os filhos amavam os pais, os amigos estimavam os amigos. Não sei bem o que se passa hoje, mas sei muito bem quais eram os sentimentos naquela época. As pessoas apreciavam a delicadeza e a honestidade. Queriam ser correctas porque isso era felizmente considerado bom e mito próximo do que é belo. E é assim que deve continuar a ser. Não podemos confundir as coisas. O que é bom e portanto tem beleza deve ser estimado e respeitado e não se pode fazer o contrário. É como o fenómeno artístico, que é realmente um bem e onde quer que exista e apareça deve ser mantido e ampliado. Por exemplo, em Lisboa, numa casa da zona da Sé, da família do meu trisavô Joaquim Macieira, que foi diplomata da monarquia Portuguesa no Rio de Janeiro, Roma, Berlim, Paris, e Madrid, havia um painel de azulejos no quintal, junto a

A matéria plástica movida e utilizada de certa maneira faz de nós seres finalmente superiores à procura dum destino maravilhoso um pequeno lago artificial, que foi considerado bem de interesse público e, como tal, foi mantido e respeitado. A arte goza felizmente deste milagre maravilhoso que é o de suscitar na maior parte das pessoas prazer e inegável respeito. O fenómeno artístico é um aspecto eterno, que inegavelmente existe nos objectos, nas pessoas e nos acontecimentos. Nós não estamos aqui por acaso; os objectos não se constroem para o vazio, mas para o cheio e têm uma força incomensurável porque participam da força gigante dos planetas e das estrelas no contexto do espaço cósmico. As pequenas coisas são grandes coisas neste mundo espacial em que a Terra gravita e onde somente o que é fantástico tem realmente lógica. É por isso que eu acredito no que é fabuloso por muito infantil que isso pareça à primeira vista.

Mas não é infantil, nem sequer ingénuo. É possivelmente misterioso, mas o mistério é em grande parte o melhor colorido que existe; é isso que nos dá força e também esperança. É isso que nos faz ir para a frente apesar de todas as dificuldades. Quanto mais misterioso melhor, para podermos continuar a acreditar no que é óptimo e a ter fá na vida. O poeta francês Charles Baudelaire dizia que “a natureza é um templo em que pilares vivos deixam escapar às vezes palavras confusas”. No entanto o mistério não é para mim confuso mas em certa óptica mais romântico – pode ser realmente visto como tal. para mim o mistério parece-me uma coisa nítida, o que o torna portanto ainda mais misterioso do o que o mistério com características mais romanescas. Mas voltemos à arte e à sua preservação. Sem se manterem

as obras de arte com cuidado e sabedoria não teremos esses testemunhos inegáveis da misteriosa presença humana através dos tempos. É para isso também que a arte existe e se torna obrigatório e inevitável todo o cuidado e carinho para com ela. Não podemos esquecer isso nunca, a existência do fenómeno artístico preserva-nos de grandes e terríveis males. A Arte é, se assim podemos dizer, a bondade convertida num cristal puro e raro. Não o podemos perder. Está mais próxima do espírito humano do que qualquer outra coisa. Ela é a própria alma, talvez. Se Deus inventou a alma para o homem e a mulher se afastarem da condição inferior dos outros animais, é através dos quadros, dos desenhos, das esculturas e da música que esta se mostra e manifesta e se torna visível, audível e de acesso quase fácil. A matéria plástica movida e utilizada de certa maneira faz de nós seres finalmente superiores à procura dum destino maravilhoso. Estamos aqui neste mundo para viver para o bem e para a beleza; viver do bem e da beleza simultaneamente. Não podia ser de outra maneira, com toda a certeza. • Renato (Pintor e Escultor)

Mourão Rolho

Uma figura Neste número irei falar de uma pessoa de Pontével, nascida e criada, que trabalhou na sua terra natal e que hoje já se encontra reformada, com 83 anos idade. Trata-se de João Pereira Mendão, que nasceu em 4 de Abril de 1926, casado com Maria da Ponte Violante Mendão. Foi militar, assentou praça em 1947 no Quartel de Lanceiros 2 na Calçada da Ajuda, durante 18 meses. Começou a jogar futebol no G.D.P. com 15 anos, foi músico durante vários anos e dirigente da S.F.I.P. Bom dançarino. Com 9 anos de idade, fugia da escola para ir guardar éguas para o campo. Gostava de ir para a “grade”, preparar terrenos com animais, para mais tarde serem utilizados nas sementeiras. Ganhava nessa altura 2$50 por dia. Dos 14 aos 16 anos esteve na fá-

brica do tijolo e a partir dos 16 foi trabalhar para o campo. É filho de José Francisco Pereira Mendão e de Maria Varino Mendão, de cujo casamento nasceram cinco bebés, sendo dois rapazes e três raparigas: Hermínia, Zulmira, Josefina, João e José. O João Mendão foi ao longo da sua vida um bom vivant. Como jogador de futebol, o João Mendão chegou a representar o S. L. Cartaxo e o Belenenses, além do G. D. P. No Belenenses jogou pouco tempo porque ganhava pouco – os 300$00 mensais não chegavam para pagar as deslocações a Lisboa, pois gastava 7$50 em cada deslocação aos treinos. Na altura que andava no campo, chegou a ser capataz de cerca de 100 mulheres. O nosso bem-haja e desejos de boa saúde João Mendão.

Factos

O João Mendão foi ao longo da sua vida um bom vivant

Decidi abordar desta vez o facto do desemprego em Portugal estar a subir assustadoramente. A nossa economia está cada vez mais debilitada e a nossa zona está cada vez mais a precisar de um “empurrão” para que as pessoas se fixem na sua região de emprego, para que não emigrem e para que se crie riqueza. Ora vejamos: é urgente que as chamadas zonas industriais comecem as suas obras a sério, pois com essas obras, logo à partida, há movimento de pessoas, embora de pouca monta. A zona empresarial do Casal Branco e a zona empresarial do Bairro Falcão já deviam estar em marcha para criarem emprego. Precisamos desses locais para criar trabalho e desenvolvimento. • Fernando Santos

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tema › sabores que persistem

Sabores que persistem no paladar com o passar do tempo Desde sempre, as festas e celebrações se traduziram em ponto de encontro e de convívio entre as pessoas. São momentos que marcam a nossa memória, as nossas vivências, a nossa passagem pelo tempo. Neste calendário festivo que atravessa gerações, a doçaria tradicional é um marco importante. Festa que se preze, não resiste sem apresentar esta tentação para os sentidos – os doces. Aniversários, Páscoa, Todos os Santos, Natal são festividades que apelam à confecção de bolos, doces e fritos. Com o passar dos anos, há rituais e tradições que se vão perdendo. Mas outros acabam por sobreviver ao bulício dos tempos modernos. Uns mantêm intactos, outros renascem e ganham força, muitas vezes fruto do esforço de pessoas e entidades que têm abraçado a missão da preservação e divulgação da identidade e da memória colectiva regionais. Texto: Ana Fernandes


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Sabores que persistem › tema

Fritos na mesa e no sapatinho A quadra natalícia é, regra geral, a grande ocasião para guarnecer a mesa. Rabanadas, filhós, sonhos, coscorões, bolo-rei e arroz doce costumam fazer parte da mesa da consoada e é à sua volta que se cumprem muitos dos rituais que se foram implementando nesta época. Com o passar do tempo, muitas das receitas da típica gastronomia foram-se generalizando e a cozinha foi-se uniformizando. Em tempos, nas casas das famílias rurais, eram raros os livros de receitas. Os ingredientes eram sabidos de cor e muitas vezes lançados sem medida para dentro de um alguidar. Mas há também cozinhas, em que pratos e doces são preparados da mesma forma há anos. A noite de Natal destas famílias era confortada com um coscorão acabado de fritar e pouco mais. Olinda Santos, de 79 anos, dos Casais Penedos, recorda que a refeição da noite de Natal costumava ser sempre “o bacalhau, as couves e uma batatinha”. Depois, pela noite dentro, fritavam-se coscorões e velhoses. Era a partir da massa destes fritos, que muitas vezes se faziam os presentes para as crianças. “A prenda do menino Jesus era feito do rapume da massa dos velhoses. Fazia-se um boneco, que ia a fritar, e se punha no sapatinho. Não havia dinheiro para comprar prendas. Eu ficava toda contente”, conta Maria Carmina Vitória, de 79 anos. Esta pontevelense lembra-se também que no Dia de Natal, os seus avós, com quem foi criada, cozinhavam sempre um “coelhinho”. Para Carmina Casaca, de 82 anos, a noite de Natal “era igual às outras”. Desde pequena que foi criada com uma tia, “que era pobrezinha, não podia fazer essas coisas”. O hábito de não comemorar esta quadra foi-se mantendo. “Não tive filhos, fui sempre eu e o meu marido sozinhos em casa”, acrescenta. Na casa da família de Olívia Morango, de 82 anos, natural do Porto e há quatro anos a viver com as filhas – uma em Pontével, outra no Cartaxo – havia nesta noite “um pão-de-ló e um arrozinho”. A mãe costumava comprar mais alguma coisa fora, na confeitaria. “Fazia-se mais do que se comprava, não se podia estar a comprar muita coisa fora. A vida não dava para isso”, explica. Sem a variedade de enfeites que hoje encontramos por toda a parte, fazer a árvore de Natal tinha para alguns a mesma alegria, mas implicava mais saber e habilidade. “A gente ia ao pinhal, apanhávamos um pinheirinho, púnhamo-lo na mesa, comprávamos umas prendinhas, baratinhas, e ali estava até ao Ano Novo. Nós fazíamos sempre”, recorda Celeste Serrador,

de 84 anos. A estas recordações, Maria Luísa Nico, de 80 anos, acrescenta outro hábito que se usava para decorar o pinheiro: “apanhávamos as cascas das caracoletas mortas, limpávamos a terra que tinham lá dentro, enchíamos de azeite, púnhamos uma torcidazinha de tecido lá dentro e iluminava. Era como se fosse uma lamparina, porque não tínhamos luz”. Ir à Missa do Galo era um costume instalado em Pontével, assim como vestir a melhor roupa no Dia de Natal. “O fatinho que se estreava na festa guardava-se para vestir no dia de Natal, Ano Novo, Dia de Todos os Santos, em que íamos sempre ao Cartaxo à feira. Era para todo o ano, quando havia uma ocasião diferente”, explica Maria Carmina Vitória, acrescentando que “andávamos no campo eu ouvia as outras dizerem que iam estrear uns vestidos todos bonitos, uns sapatos de verniz. Eu chegava ao pé da minha mãe a chorar, porque não tinha nada. Ia com uns sapatos comprados no Maurício, com uma borlazinha, e uma saia antiga das velhas, que a minha mãe engenhava”. Ainda assim, “eram roupas tão bem guardados que até ganhavam traça”, comenta Celeste Serrador, em jeito de graça. A noite de Ano Novo era mais animada e “parecia mais longa”. Em Pontével, “a gente ia para o baile da passagem de ano à noite só saíamos de lá já de dia. Era na casa da música ou na bola. Quando saíamos de lá, já as peixeiras estavam a vender o peixe na praça. Era bailar a noite toda”, conta Carmina Casaca. Cada um levava um bolo ou um doce, que colocavam numa mesa grande, para comerem pela noite fora. “Ainda hoje se faz assim na minha terra, em Casais Penedos. A mesa é posta por todos. Uma mesa grande cheia de tudo o que é bom. Comemos, dançamos, temos um teatro, música”, acrescenta Olinda Santos. Fazer barulho à meia-noite, com tampas dos tachos, também era costume nessa altura, assim como deitar fora coisas velhas.

Épocas diferentes, vidas diferentes Durante a infância destas seis pontevelenses, o trabalho ocupou o espaço da brincadeira. Logo com tenra idade começaram a caminhar para o campo, o qual as acolheu durante uma vida inteira. “Estava a fazer a prova da 3.ª para a 4.ª classe, aparece a minha mãe a chamar-me para eu ir para o campo. Nem acabei de fazer a prova, assim como estava na escola, assim fui para o campo. Satisfeita da vida e con-

"A prenda do menino Jesus era feito do rapume da massa dos velhoses. Fazia-se um boneco, que ia a fritar, e se punha no sapatinho. Não havia dinheiro para comprar prendas. Eu ficava toda contente" Maria Carmina Vitória

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tema › sabores que persistem

Da esquerda para a direita: Olinda Santos, Olivia Morango, Maria Carmina Vitória, Celeste Serrador, Carmina Casaca e Maria Luísa Nico

tentíssima. Não sabia o que era o campo! Andávamos ao rabisco das favas. O pior foi que eu andava descalça e os troços feriram-me os pés todos. Chorei, chorei”, recorda Maria Carmina. Celeste Serrador também trabalhou sempre no campo e conta que, depois de casada, “deixava cá os meus filhos, fazia o almoço para eles e para o marido, e marchava para o campo, a pé para Valada. Era duro”. Olívia Morango beneficiou do meio mais desenvolvido da zona do Porto. Depois da fábrica onde trabalhava ter fechado, comprou uma máquina de tricotar e começou a fazer malhas em casa. Maria Luísa Nico também começou cedo a contactar com o ambiente da cidade. Foi servir para uma casa em Lisboa com apenas 7 anos e regressou para Pontével com 24. “A senhora juntava-me o dinheiro e ao final do ano uma avó que me criou ia lá fazer contas com ela. Íamos com esse dinheiro a uma loja lá em Lisboa comprar alguma coisa para o enxoval”, complementa. Já na sua terra natal, foi criada na casa da família Leal e depois na da família Areosa. “O Natal deles era grande. Tinham uma grande habilidade a fazer a árvore. Estava a D. Misália, vinha a irmã que morava em Almada, com os filhos todos, era muita gente. Era uma mesa cheia de bolos. Co-

miam bacalhau na noite, chouriço assado, não havia distinção, tanto comia o patrão, como a criança, como os criados, e a mesa era para todos”, recorda. Se a memória não a atraiçoa, “no Leal fazia-se menos bolos”. Mas havia sempre prendas para todos. “Tanto davam aos filhos como às criadas. Ainda lá tenho uma encharpe grande, por estrear”, revela. É caso para perguntar: como é hoje o Natal destas pontevelenses? Para algumas, o passar dos anos não fez brilhar a estrela que ilumina esta noite. Maria Carmina Vitória confessa que “é ainda pior do que no tempo em que era miúda, porque estou sozinha”. Para Celeste Serrador “é chegar à meia-noite e deitar-me”. A situação é diferente para Olinda Santos: “é bom, vou passá-lo a casa de uma filha, em Vila Franca de Xira. Há prendinhas para todos, fazemos um pinheiro. As outras filhas estão na França, trocamos as prendas por correio”. Passou também a ser uma data feliz para Maria Luísa Nico. “A minha filha cresceu, casou, teve filhos. O Natal modificou-se. Agora já é um Natal como deve ser”.

Natal mais recheado As famílias mais abastadas de Pontével tinham os seus hábitos já muito enraizados. Tradições natalícias foram passando de geração para geração e, muitas delas, mantêm-se genuínas nos dias de hoje. É o que acontece na casa de José Manuel Miranda, de 71 anos, descendente da família Sousa Raposo e da Condessa de Pontével. O Natal era para esta família uma grande festa e ponto de encontro, mas também um momento de solidariedade. “Fazia-se uma árvore muito grande, que chegava ao tecto, penduravam-se brinquedos e velas e no dia de Natal o meu pai dava uma prenda a todos os miúdos da aldeia. Ao lado colocava-se uma mesa com velhoses, broas, coscorões, abafado, para os pais que vinham com as crianças buscar as prendas”, começa por recordar. No chão, junto ao pinheiro, José Manuel Miranda e os amigos faziam “um presépio completíssimo. Os miúdos adoravam ajudar-me. O caseiro cortava o pinheiro, nós apanhávamos o musgo”, conta, acrescentando que “o Natal era de tal maneira real na nossa casa, que o meu irmão acreditava mesmo na vinda do Menino Jesus pela chaminé. A cozinheira, poucos minutos antes da meia-noite, fechava a cozinha

e deixava em cima da mesa um prato de coscorões e abafado para o Menino. Era o mais real que havia. À última badalada corríamos para a cozinha”, descreve. A noite de Natal era passada em família. O peru, o capão, os velhoses, os coscorões, rabanadas, um doce de ovos com amêndoas – chamado “sopa dourada” – eram alguns dos elementos que compunham a mesa desta noite. “Nós passávamos sempre o Natal aqui em Pontével, porque a minha avó vivia cá. Eu costumava vir no início das férias, os meus pais vinham no dia 23”, acrescenta. Depois dos 5-6 anos, a casa da família de José Manuel Miranda passou também a abrir as portas nesta noite aos miúdos da sua idade. Estes amigos mais próximos, como Ana Maria Centeno ou Carlos Quaresma, “tinham o privilégio de escolher os brinquedos antes dos outros, que vinham no dia de Natal”. Passavam a noite a brincar e a fazer jogos. Depois das prendas, iam rezar e cantar junto do presépio. Na passagem de ano, “era mais divertido, tínhamos muita gente cá em casa. À meia-noite fazíamos barulho, com tachos e panelas, e comíamos as 12 passas – uma tradição que já vem de avós e bisavós”, revela José Manuel Miranda. Na ceia desta noite, o ganso era o prato principal. José Manuel Miranda assume-se co-


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Sabores que persistem › tema

Caspiada ganha fama

mo “um homem de tradições”. Os rituais próprios da quadra natalícia foram sendo transmitidos de pais para filhos e ele faz questão de os preservar tal e qual como os recebeu. Até mesmo os pratos confeccionados no Natal e Ano Novo, José Manuel Miranda faz questão de os repetir todos os anos. Depois de se reformar, veio viver para Pontével, para junto das suas raízes e dos lugares que lhe trazem à memória boas recordações. Na família Areosa, o Natal era também preparado com rigor e antecedência. Na ceia de Natal, o cabrito, o peru e os doces tradicionais compunham a mesa. Os bolos secos eram confeccionados dias antes, mas os fritos eram feitos na própria noite. “O jantar era sempre o mais requintado possível. A seguir, havia a tradição de se fritarem os velhoses”, conta Maria Rosália Areosa, hoje com 75 anos. Este frito significava um importante ritual na noite de Natal, mas que dava muito trabalho. “Amassavam-se num grande alguidar, estava-se ali a bater durante duas horas. Na altura havia duas ou três empregadas em casa, agora é diferente.”, confessa. Na noite de Natal, a família tinha o hábito de confeccionar sempre sopa de abóbora com feijão branco, temperada com coentros. Esta é uma iguaria que Maria Rosália mantém ainda hoje.

O sapatinho, era colocado sempre junto à chaminé e aguardavam pelo amanhecer do dia para receber o presente. “Era uma excitação enorme. De manhã dizíamos que tínhamos ouvido o Menino, na chaminé, na cozinha. Era a imaginação de criança”, recorda Maria Rosália. Felizmente, foi “uma privilegiada” quanto a brinquedos. “O meu pai comprava umas coisinhas para nós quando ia a Lisboa. Um dos presentes que mais adorei foi uma boneca, com uma cama de ferro em estilo antigo, que recebi quando tinha sete anos. A minha mãe fez depois as roupas para a caminha. Achei o máximo”, conta Maria Rosália. Era costume passar o dia de Natal em casa de uma tia, irmã do seu pai. A família juntava-se, para “um grande almoço, com muita alegria”. A árvore de Natal era enfeitada com chocolates, cavalinhos, bolinhas e o presépio com musgo. “Hoje faz-se com mais antecedência, mas naquela altura só íamos apanhar o pinheiro e fazer o presépio três ou quatro dias antes”, acrescenta. A partir dos seus oito anos, a família começou a ir à Missa do Galo. No Ano Novo, as tradições repetiam-se. Ao jantar, comia-se cabrito e pela noite dentro os coscorões e as azevias serviam para adoçar a boca. O ritual das passas só surgiu no seio familiar quando Maria Rosália tinha uns 18 anos de idade.

A caspiada é um bolo típico de Pontével que surgiu no contexto rural e que hoje continua a ser muito apreciado em Pontével. Ainda que não costume fazer parte da mesa da consoada, é um bolo que actualmente é muito procurado, estando associado a várias festividades e eventos locais. O bolo que hoje facilmente se encontra à venda na Artével, Festa de Nossa Senhora do Desterro ou Festa dos Fazendeiros foi em tempos um alimento confeccionado a partir da massa do pão, que ficava agarrada ao alguidar. Nazaré Martins, de 51 anos, apreendeu a fazer as caspiadas com a sua avó. Há dez anos que faz bolos para venda, entre os quais, a caspiada. “Os mais procurados são a caspiada e os bolos de noivo”, revela. Nazaré Martins ainda faz pão caseiro, para consumo durante a semana. Mas as caspiadas já não são feitas com “as sobras do alguidar”. Costuma ter várias encomendas e chegou a vender bolos para uma loja. “Adoro fazer bolos. Não foi isto que tracei para a minha vida, mas passei a gostar muito da cozinha”, acrescenta, desabafando que o curso de cozinha e de pastelaria que tirou há alguns anos de pouco lhe têm servido. “Na maioria das áreas, só querem pessoas formadas, mas na cozinha, qualquer pessoa pode cozinhar. Penso que está mal”, defende. Hoje, em Pontével, ainda que existam muitos fornos, poucas pessoas fazem pão caseiro. Olinda Santos não tem o seu forno desprezado, “mas não é utilizado”. A filha não o quer deitar abaixo, “diz que é para recordação”. Recordações sobre a caspiada foram trazidas à lembrança por Maria Carmina Vitória. “Dantes a caspiada era feita de maneira diferente. Faziam-se com os restos da massa do pão de milho, acrescentava-se mais um bocadinho de farinha, sal, azeite e punha-se a massa numa couve. Muita gente punha também numa folha de figueira. Isso é que era uma caspiada. Agora, tudo é caspiada”, refere.

Para Olinda Santos, as caspiadas que encontra agora à venda são melhores, porque “agora põem-lhe açúcar e canela, dantes não”. Para a caspiada, não há propriamente uma receita. Cada pessoa que a amassava, juntava os ingredientes ao seu gosto ou aqueles que encontrava na prateleira da despensa. Manuela Calisto, de 53 anos, é mais uma pontevelenses que se tem dedicado à confecção da caspiada e revela que a faz “ao natural, como antigamente”. A farinha, o azeite, a canela e o açúcar são ingredientes que fazem parte da receita deste bolo tradicional. Ainda que seja mais divulgado, “todas temos um segredo”, acrescenta Manuela Calisto, que defende que o bolo “não se pode fazer sempre, para não se tornar vulgar. Um senhor de um supermercado queria fazer um contrato comigo, mas eu disse-lhe que não, porque não convém que a caspiada se encontre em qualquer lado, deixa de ser tradicional”. Manuela Calisto começou a fazer bolos tradicionais por ocasião da Festa dos Fazendeiros. Depois, tomou-lhe o gosto e há vários anos que os confecciona, para venda na Artével, Festa do Vinho ou para particulares. “Tenho um forno a lenha, onde ainda faço pão. Amanhã, por exemplo, vou fazer 15 quilos, que deve dar para umas 40 ou 50 caspiadas”, acrescenta. Manuela Calisto recorda que a tradição era levar a massa da caspiada ao forno numa folha de figueira e a razão para isso não dependia só do gosto. “Nem sempre havia couve, mas como as mulheres tinham muitos filhos, a parra da figueira, como é mais pequena, também não permitia fazer bolos grandes, assim chegava para todos”, conta. “Quando tiver mais paciência”, Manuela Calisto pretende também recuperar a caspiada feita com a farinha de milho.

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» Novo treinador classifica o plantel como “um grupo espectacular”

Grupo Desportivo de Pontével enfrenta nova época com equipa renovada Alguns dos jogadores que incorporaram a equipa para esta época vieram do Inatel, o que provocou uma fase de adaptação e mais trabalho.

O Grupo Desportivo de Pontével (GDP) avançou para o campeonato da 2.ª divisão distrital com novos rostos no plantel e na equipa técnica. O novo treinador da equipa sénior é Gabriel Barra, que aceitou este “desafio aliciante” com o objectivo de refazer uma equipa e incutir-lhe espírito de união e vontade para trabalhar. “Sabia que a equipa tinha sido desfeita, aos poucos temos tentado que as coisas se componham de maneira a que consigamos, a cada domingo, fazer três pontos. Nem sempre é possível, por vezes a bola custa a entrar na baliza, mas o importante é demonstrar trabalho e empenho”, referiu. Esta equipa tem vindo a ser gerida “à imagem do treinador”, que pretende, juntamente com o seu adjunto, Nuno Franco, “tentar em cada dia fazer com que a equipa tenha cada vez melhores prestações nos treinos, para que essas qualidades possam ser transmitidas nos jogos”. Alguns dos jogadores que incorporaram a equipa para esta época vieram do Inatel, o que provocou uma fase de adaptação e mais trabalho. “Eram jogadores que há vários anos não jogavam futebol a este nível, só aos domingos e muitas vezes sem treinar. Tivemos muitas dificuldades, implicou conjugar muita coisa”, explicou Gabriel Barra. Aos olhos do treinador, a equipa sénior é “um grupo espectacular e unido. São homens com H grande”. Gabriel Barra quer que a sua equipa funcione no campo como um colectivo. É esse espírito que a equipa técnica, enquanto “pólo estabilizador”, pretende sempre transmitir. “Primeiro está a equipa. Aqui não há vedetas, a vedeta é o GDP. O clube é soberano, daí eu não pactuar com situações que não sejam as melhores para o grupo”, revelou, acrescentando que todas as decisões são tomadas com consciência e com a convicção de que, perante as contingências que vão surgindo, “é importante que o grupo se fortaleça e tenha melhores prestações. É essa a nossa principal preocupação, por isso, joga quem realmente trabalha bem e quem vá para dentro das quatro linhas com o espírito e a vontade de ganhar o jogo”, afirmou o treinador. •

Classificação Pos. 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Clube G.Desp.Benavente Grupo D. Pontevel Gd Samora Correia A.R. Do Porto Alto C.D. Salvaterrense Grupo D. Marinhais Amigos Coruchense Sport C.Barrosense Sport C.D. Gloria

Jogos realizados Campeonato 26/09 – Pontével 1 - 0 Barrosense 10/10 - Glória 1 – 2 Pontével 25/10 - Pontével 1 – 1 Marinhais Taça do Ribatejo 02/10 - Rio Maior 3 – 1 Pontével 18/10 – Pontével 1 – 2 Emp. Comércio

J 3 3 2 2 3 2 3 3 3

V 3 2 2 1 1 0 0 0 0

E 0 1 0 1 1 1 1 1 0

D 0 0 0 0 1 1 2 2 3

GM 9 4 5 2 4 2 4 2 3

GS 2 2 3 1 4 3 7 6 7

Próximos jogos 08/11 – Samora Correia x Pontével 22/11 – Pontével x Benavente 29/11 – Salvaterrense x Pontével 06/12 – Pontével x Porto Alto 13/12 – Coruchense x Pontével 20/12 – Barrosense x Pontével

Ptos 9 7 6 4 4 1 1 1 0

Arranque da nova época Nos primeiros três jogos realizados para o campeonato, o GDP ganhou duas partidas e empatou uma. Ainda que a equipa pudesse ter uma melhor prestação, Gabriel Barra faz um balanço positivo deste arranque. “Sem fazermos grandes exibições, temos conseguido pontos e é isso que nos dá alento. Não pensava que nos esperassem tantas dificuldades, algumas delas criadas por nós próprios. Falhámos algumas situações de golo, mas o balanço é positivo”, revelou. A mesma avaliação não é feita a respeito da Taça do Ribatejo. Nos dois jogos concretizados no âmbito desta competição, o GDP não conseguiu somar pontos. O treinador admite que “a Taça não tem corrido bem. Em Rio Maior a nossa prestação não foi favorável, mas em casa, com os Empregados do Comércio, poderíamos ter feito uma vitória e acabamos por ser penalizados por alguns erros que cometemos”, considerou.


novembro ∙ dezembro ∙ 2009

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Desporto » Mudanças nos corpos directivos da Secção de Atletismo

Mário Silva deixa o dirigismo mas continua a treinar

No ano em que completou 40 anos de Secção de Atletismo da Casa do Povo de Pontével, Mário Silva decide deixar de fazer parte dos órgãos directivos, para se dedicar apenas aos treinos. Mário Silva tem 56 anos é reconhecido em Pontével pela sua máxima dedicação ao atletismo, devendo-se a ele muito do trabalho que tem possibilitado a continuidade desta modalidade. Com o seu jeito por vezes austero, mas que não permite esconder a sua sensibilidade e carinho pelo desporto e pelos mais novos, foi cativando ao longo dos anos mais atletas e colaboradores, que têm, com ele, assegurado a participação da Secção em provas, sobretudo no distrito, e levar a cabo iniciativas desportivas na freguesia, como a Estafeta Santarém – Pontével. “Faço parte da direcção da Secção de Atletismo desde 1969. Eu disse para mim próprio que assim que completasse os 40 anos de atletismo, deixava o dirigismo, foi o que eu fiz”, revelou Mário Silva, acrescentando, risonho e em tom de brincadeira, “que entrei na segunda fase da minha vida”. Este “homem forte” do atletismo pontevelense continua a dirigir os treinos da Secção, um trabalho que já desenvolve desde 1980. Confessa que não é por teimosia que decidiu abandonar a direcção – aliás, está decidido a deixar todos os cargos directivos que tem em outras colectividades. Pretende antes dar o lugar a outros, envolver os mais novos no dirigismo, passar o testemunho a outros pontevelenses, “pa-

ra não ser sempre o Mário”. Um dos principais desafios que a Secção enfrenta actualmente

Atletismo Casa do Povo de Pontével Por Mário Silva (Treinador da secção de Atletismo da CPP)

Situação real do atletismo pontevelense

» Neste últimos cinco anos e para a maioria dos êxitos alcançados no Atletismo da Casa do Povo de Pontével, contribuíram os atletas Henrique Pego, Bruno Ferreira, João M. Silva, Joey Ferreira, Samuel Rodrigues, João R. Silva, Nelson Dantas, Fábio Mendão, Daniela Martins, Eva Santos, Joana Gonçalves, Mónica Branco, Vera Lopes, Patrícia Rebelo, Sylvie Ascensão e Tânia Tristão, os quais foram diversas vezes campeões e vice-campeões regionais, seleccionados para diversas acções de formação, representaram muitas vezes a selecção de Santarém no Olímpico Jovem Nacional e participaram, também, em alguns campeonatos nacionais de juvenis e juniores, onde os mínimos não são fáceis de alcançar. Os anos foram passando e o

aparecimento de novos valores não surgiu. Estes atletas, na sua maioria, ainda se mantêm, mas somente com o intuito meramente participativo e com a vontade de ainda pertencer ao grupo, pois a sua vida estudantil só lhes permite treinar uma vez por semana. Outros já abandonaram e, no caso de Sylvie Ascensão e Tânia Tristão, ainda estão lesionadas. O atletismo pontevelense tem que começar tudo de novo, fomentando o aparecimento de mais crianças, dando-lhes a formação adequada, de modo a que no futuro haja novos valores. Não será fácil, pois a atletismo não é como o futebol – a maioria das crianças sonham ser futebolistas. Têm um campo e é lá que se concentram para efectuar os seus treinos, no atletismo te-

mos que ir para a estrada ou arruamentos junto à Casa do Povo, pois não temos pista de atletismo ou mesmo uma mini-pista. Se tivéssemos, tudo seria mais fácil. Desfrutamos da pista do Estádio Municipal do Cartaxo, é verdade, mas para a utilizarmos temos que nos deslocar lá, sendo necessário carrinhas adequadas para transportar as crianças, motoristas disponíveis e que queiram efectuar esse trabalho gratuitamente, já não falando do combustível consumido nas três deslocações semanais ao Cartaxo. A nova Secção de Atletismo já contactou algumas crianças, através das escolas primárias da freguesia, tendo surgido já algumas nos treinos que se realizam às segundas, quartas e sextas-feiras, a partir das 19 horas, na Casa do Povo. •

é cativar os jovens dos 14, 15 e 16 anos para a modalidade. “Os mais pequenos têm aparecido, mas os jovens é mais difícil”, revelou. Uma pista para os treinos em Pontével é uma das aspirações mais antigas da Secção. Remodelação da Secção de Atletismo Desde o mês de Setembro, a Secção de Atletismo da Casa do Povo de Pontével passou a ser constituída por Paulo Silva, Amílcar Amorim, Rui Guimarães, Manuela Toscano, José Rodrigues Lopes, Cristina Cigarro, Jaime Galinha, João Areosa e Elisa Areosa, sendo o vice-presidente para a área do atletismo Joaquim Vital. Fazem parte da equipa técnica para esta época Mário Silva, Nelson Dantas, Rui Guimarães e Manuela Toscano. •

Grande Prémio de Atletismo de Pontével Pontével recebe no primeiro dia de Dezembro mais uma edição do Grande Prémio de Atletismo. As inscrições podem ser efectuadas na Junta de Freguesia, entidade responsável pela organização do evento, com a colaboração da Secção de Atletismo da Casa do Povo de Pontével.

Rankings Nacionais de Pista Após terminada a época 2008/09, verificámos que alguns dos atletas da Casa do Povo de Pontével ainda mereceram fazer parte dos Ranking’s Nacionais da Federação Portuguesa de Atletismo, apesar das lesões das suas melhores atletas, Sylvie Ascensão e Tânia Tristão, logo no inicio da época de pista. Os resultados foram os seguintes: em infantis, Carolina Cadeiras foi 18ª no Triatlo Técnico, com 1037 pontos (barreiras, peso e comprimento); 19ª no comprimento, com 4.37; 46ª nos 60 metros, 8.91 e 52ª nos 150 metros, 22.39; a estafeta 4x60 metros

femininos, que foi constituída por Carolina Cadeiras, Madalena Amorim, Rita Areosa e Filipa Galinha, foi 40ª, com 37,87 e a masculina, composta por Bruno Lopes, Fábio Martins, Pedro Amorim e Gonçalo Galinha, obteve o 35º lugar, com 37,8. Em iniciados, Bruno Leal foi 74º nos 250 metros barreiras, com 40.59; Inês Bento, atleta que chegou ao atletismo no início da época de pista, de quem se espera alguns resultados de destaque a nível regional e até nacional, foi 22ª nos 250 metros, com 36.27; 41ª nos 100 metros, 13.22 e 57º nos 200 metros, 28.13; Ricardo Godi-

nho foi 19º no triplo, com 11.24 e igual classificação no peso, com 11.85; a estafeta 4x80 metros que foi constituída por Carolina Cadeiras, Madalena Amorim, Vera Santos e Inês Bento, foi 30ª com 45.21. Em juvenis, Sylvie Ascensão foi 27ª nos 800 metros, com 2.25.00 e 57ª nos 300, com 46.14 e Tânia Tristão, 12ª nos 6º metros barreiras em pista coberta, com 9.93; 13ª no Triatlo Técnico em pista coberta, com 1598 pontos (barreiras, peso e altura) e 18ª nos 60 metros barreiras, pista coberta, em juniores, com 10.28. •

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Cultura & lazer

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» Afluência de pessoas ao arraial surpreendeu organização

Quarentões de 2009 satisfeitos com o resultado da festa de N.ª Sr.ª do Desterro

Os Quarentões 2009 estão satisfeitos com a organização daquele que é considerado o maior evento da freguesia – as Festas em Honra de Nossa Senhora do Desterro – e consideram que esta experiência foi “muito enriquecedora”, do ponto de vista pessoal e social. Em altura de balanço, o grupo, constituído por 23 quarentões, considera que os principais objectivos foram cumpridos e dizem-se mesmo “surpreendidos” com o resultado conseguido. “As festas correram muito bem. Além dos compromissos financeiros cumpridos, conseguimos fazer uma festa que as pessoas, na generalidade, gostaram muito. Só podemos estar contentes”, afirmou Vítor Lopes, durante o almoço comemorativo realizado no dia 17 de Outubro e que juntou todos aqueles que colaboraram nas festas de 2009. Se os dias de 4 a 8 de Novembro significaram divertimento para muitos, para os organizadores foram momentos de “muita pressão, nervosismo e stress”, revelou Cláudia Anastácio. “A sexta e o sábado são dias muito complicados, porque a falta de noção das coisas é tanta que entramos quase em choque. Na parte do restaurante, por exemplo, à última da hora deparámonos sem saca-rolhas. Como é necessário pensar em tanta coisa, andamos pressionados e stressados e acabamos por nos esquecer de pormenores tão elementares como este. O arranque é muito complicado”, explicou, salvaguardando que “no final é muito gratificante, porque as pessoas, apesar de algumas divergências e nervosismos, naquele momento estão muito unidas e, todas juntas, conseguimos fazer com que as coisas funcionem”. No que respeita à questão financeira, os Quarentões 2009 estipularam um orçamento “um pouco mais baixo que o do ano anterior”. Fizeram uma gestão cautelosa, apostaram numa programação diversificada, que atraiu muita gente ao recinto das festas, e contaram com “a ajuda do São Pedro”, que proporcionou dias de calor. Foi a relação entre estes factores que fez com que “a festa se pagasse a ela própria”. Na sexta-feira, a organização optou por não cobrar entradas e o arraial encheu logo nessa primeira noite. “Nos últimos anos nunca se viu uma sexta-feira assim. Não foi muito expressiva em termos de valor financeiro, porque não cobrámos entradas, mas em termos de arraial foi excepcional”, afirmou José Miguel Calisto. Inicialmente, os Quarentões tinham pensado em optar por entradas livres também à segunda e à terça, no entanto, “não foi possível, porque era difícil

saber concretamente como estava a situação financeira no domingo à noite. Tínhamos uma ideia de que a festa já estaria paga, mas não era definitiva. Tivemos de pôr um valor simbólico de dois euros à entrada, nesses últimos dois dias”, esclareceu Vítor Lopes. A maior afluência de pessoas ao arraial registou-se na noite de sábado. Este ano, os Quarentões arriscaram um modelo diferente do habitual. “Optámos por não colocar os grandes artistas à segunda e à terça. Tivemos os Fingertips ao sábado e o Quim Barreiros ao domingo. Arriscámos e correu muito bem”, considerou Vítor Lopes. A noite de encerramento dos festejos foi para Ana Luísa Nico uma das mais marcantes. “Fizemos uma terçafeira diferente, com um grupo que as pessoas gostaram e depois com o espectáculo de água, que foi muito bonito. Houve uma boa coordenação, porque assim que terminou o espectáculo,

começou o fogo-de-artifício, a iluminar o céu por cima da capela de Nossa Senhora do Desterro. Muita gente adorou”, descreveu. Mas até chegar a terça-feira, muito trabalho teve de ser feito. “Ao domingo começa a aparecer o cansaço, o sono, mas ainda só estamos a meio. É preciso recuperar força, ir para casa descansar umas horitas e retomar o trabalho, mas nem sempre é fácil adormecer, porque são muitas preocupações”, acrescenta Cláudia Anastácio. A programação musical foi também do agrado da organização, que teve um feed-back positivo da população. “As pessoas inicialmente não pareciam ter levado muito a sério os artistas e as orquestras com os camiões de palco, pareciam um pouco desconfiadas, mas depois viram a qualidade deles e deram-nos os parabéns. Eles fizeram espectáculos muito animados, especialmente para aqueles que gostam de

dançar”, considerou José Miguel Calisto, acrescentando que “acredito que de há quatro ou cinco anos para cá nunca houve tanta gente na festa como este ano”. Vítor Lopes deparou-se com situações que o surpreenderam, derivado à falta de experiência do grupo nestas andanças. “Eu nunca pensei que gastaríamos mais de 500 euros em carvão ou 400 em batatas fritas. Umas coisas nós temos mais ou menos ideia, mas muitas delas são impensáveis”, exemplificou. Uma semana após a festa, os Quarentões já tinham liquidado todas as suas despesas, à excepção do pagamento da água. Como as verbas angariadas durante os festejos foram suficientes para o pagamento dessas despesas, os Quarentões tiveram de lucro o valor angariado com os eventos realizados ao longo do ano, cujas verbas pretendem repartir pelas colectividades e ou-


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cultura & lazer » Jovem pontevelense satisfeita com o título

tras instituições que colaboraram na realização das festas. Haverá a possibilidade de reservar “uma parte deste pé-de-meia para adquirirmos algumas coisas para a festa”, adiantou Vítor Lopes. Os Quarentões fazem também uma avaliação positiva em relação aos apoios financeiros por parte de empresas e população. “Não tivemos muitos patrocínios, mas as pessoas foram sinceras e abertas connosco. Mesmo nos peditórios, todos colaboraram dentro do possível, isso foi muito positivo”, referiu Ana Luísa Nico. À semelhança do que acontecia nos primeiros anos de organização da festa pelos Quarentões, esta comissão pretende fazer uma apresentação de contas, não tão pormenorizada como então, mas revelando os principais colaboradores e valores de receitas e de despesas. Os Quarentões agradecem a todos os que colaboraram com o grupo e desejam sorte à comissão de 2010. Ao próximo grupo de Quarentões, aconselham “união de esforços e muita calma e tolerância”.

Tatiana Costa eleita primeira dama de honor no concurso da Rainha das Vindimas do concelho do Cartaxo les que fez para a estilista Madalena Toscani, um deles durante um programa televisivo, levaram a jovem de Vila Chã de Ourique a classificar este concurso como “uma experiência maravilhosa”. O espectáculo contou com a participação de Bruno Schiappa, que produziu coreografias e protagonizou um momento musical com Pedro Fontainhas. No primeiro desfile da noite as candidatas apresentaram trajes tradicionais da sua freguesia. Nos dois desfiles seguintes, as candidatas foram vestidas pela estilista Madalena Toscani, apresentando vestidos de passeio, inspirados nas divas americanas dos anos 50, e vestidos de gala.

Concurso foi uma “experiência enriquecedora” para Tatiana Costa

Para Vítor Lopes, há eventos que os Quarentões costumam realizar anualmente que “é importante lutar por eles”. É o caso do BTT, que “deve ser muito bem trabalhado, porque é um evento de muito impacto, que é já conhecido por pessoas de vários pontos do país”. O evento que mais desiludiu o grupo foi o almoço dos Quarentões, um encontro promovido a pensar em todos os pontevelenses que já organizaram a festa. “Fizemos um grande investimento, mas não cativou as pessoas”, reconheceu José Miguel Calisto. O baile de Carnaval foi um evento que, apesar de não ter tido uma grande dimensão, surpreendeu pela positiva a comissão. Mas foi a venda das caspiadas que mais pontos valeram aos Quarentões. “As pessoas já nos procuravam para encomendas, resultou muito bem, fizemos mais de quatro mil euros com a venda das caspiadas”, referiu Vítor Lopes. Em todas as iniciativas, José Miguel Calisto adianta que o lema da comissão foi o de “servir bem, a um preço acessível. Preferíamos deixar de ganhar algum dinheiro mas fazer com que as pessoas saíssem contentes e satisfeitas”, frisou. •

Vitor Neno / CMC

A importância das iniciativas de angariação de receitas

O glamour e a magia do cinema preencheram a noite de eleição da Rainha das Vindimas do concelho do Cartaxo, no dia 17 de Outubro. Ana Filipa Campos, de 19 anos, da freguesia de Vale da Pedra, foi a vencedora deste concurso e Tatiana Costa, representante da freguesia de Pontével, foi eleita Primeira Dama de Honor. Daniela Penedos, de 17 anos, da Ereira, conquistou o título de Segunda Dama de Honor e o Prémio Vítor de Sousa, que distingue a simpatia e é atribuído entre as candidatas, foi entregue à representante da freguesia de Valada, Débora do Carmo, de 15 anos.

O Ateneu Artístico Cartaxense encheu-se para este espectáculo, que é o culminar de um concurso que pretende valorizar a cultura, a juventude e a beleza feminina. Antes deste desfile final, as oito candidatas realizaram uma prova escrita, no dia 11 de Setembro, uma prova de comunicação e expressão dramática, no dia 26 de Setembro, e uma visita guiada pelas oito freguesias, no dia 3 de Outubro. Ana Filipa Campos ficou surpreendida quando ouviu os apresentadores anunciarem o seu nome. “Eu não estava nada à espera de ganhar, apostava inclusivamente em outras co-

legas. Foi muito bom”, revelou a vencedora, para quem este concurso significou “novas experiências e novas amizades”. Quanto a expectativas para o concurso nacional, Ana Filipa Campos adianta apenas que vai fazer o seu melhor. “Será um concurso diferente, mais exigente. Não posso garantir que vou chegar ao patamar mais alto. Mas vou fazer o meu melhor”, adiantou. Na passagem do testemunho, Inês Pedro, vencedora da Rainha das Vindimas no ano passado, recordou os bons momentos que teve oportunidade de usufruir durante o seu reinado. Os desfi-

A candidata da freguesia de Pontével “não estava nada à espera” de ser eleita Primeira Dama de Honor do concurso da Rainha das Vindimas, contudo, foi uma surpresa agradável. “Gostei de tudo. Desde os ensaios à simpatia e atenção de todas as pessoas que nos ajudaram. Foi óptimo trabalhar com a Madalena Toscani. Aprendemos muitas coisas novas”. Foi uma “experiência enriquecedora” que não ficou afectada pelo facto de não ter ganho o concurso. “Não fiquei desiludida por não ter ganho, porque a minha meta aqui não era ser rainha. Isto para mim não foi uma competição. Foi divertimento e convívio”, revelou a jovem pontevelense, que tem 15 anos e está no 10.º ano de um curso profissional de técnica de apoio à infância. •

Provas em Pontével O auditório Luís Eugénio Filipe foi o palco escolhido para a prova de comunicação e expressão dramática do concurso da Rainha das Vindimas, que se realizou no dia 26 de Setembro. O “Eterno Feminino – Histórias de Mulheres da Minha Terra” foi o ponto de partida para as oito candidatas desenvolverem um trabalho de pesquisa e de representação em torno de uma mulher que tenha tido um papel interventivo e marcante na sua freguesia. Tatiana da Costa apresentou uma mulher que teve duas grandes paixões na vida: a costura e a cultura. Num cenário onde não faltou a máquina de costurar e os vestidos de chita, Tatiana prestou uma humilde homenagem a Venilde Anastácio, que viveu entre 1944 e 1994. Na visita guiada pela freguesia, no dia 3 de Outubro, a candidata optou por fazer um pequeno percurso pela vila – passando pela Igreja Matriz, Largo D. Sancho I, Largo dos Alves, taberna da Cila e casa da Condessa de Pontével – culminando no Largo do Coreto, onde se presenciou um baile à moda antiga, com a banda a tocar no coreto e elementos do rancho a dançar, devidamente trajados.

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cultura & lazer » O próximo objectivo é o restauro do altar em talha dourada da capela-mor

Altares frontais da Igreja Paroquial de Pontével estão a ser restaurados

Os dois altares frontais da Igreja Matriz de Pontével começaram a ser restaurados há cerca de um mês. Este trabalho está ser desenvolvido por uma técnica de restauro, formada pelo Instituto Politécnico de Tomar e natural da freguesia, e está a ser apoiado financeiramente pela Junta de Freguesia, que estabeleceu um protocolo com o Centro Paroquial. Os altares estavam “muito degradados”, tiveram de ser desinfestados e receber um tratamento de preenchimento. Um deles estava inclinado e teve de ser endireitado. As peças que foram desintegradas da estrutura estão a ser restauradas pela técnica na sua casa. O Padre António José Antunes prevê que daqui a meio ano os trabalhos nos altares frontais estejam concluídos e adianta que o custo dos mesmos será inferior aos orçamentos anteriormente solicitados a outras escolas de restauro. A Igreja tem vindo a ser alvo de beneficiações nos últimos anos – já foram restaurados os azulejos, o tecto, o soalho, o coro e as imagens, além dos melhoramentos

da instalação eléctrica. A imagem do Mártir de São Sebastião e os quadros do Mestre de Romeira foram também restaurados recentemente, pela técnica pontevelense e pelo Instituto Politécnico de Tomar, respectivamente.

O próximo objectivo é o altar em talha dourada da capela-mor, considerado pelo Padre António José Antunes como “o mais prioritário”. Todavia, é um trabalho “de maior dimensão, que implica mais verbas. É preciso uma equi-

pa para o restaurar, incluindo um carpinteiro e um marceneiro especializados, porque tem de ser todo desmontado”, explicou o Padre. A urgência é cada vez mais sentida, à medida que as peças do altar se vão desintegrando.

» Exposição “Criart” transmite mensagem ecológica

Obras feitas a partir de materiais recicláveis invadem biblioteca A Biblioteca de Pontével recebeu em Setembro, no início do novo ano lectivo, a exposição de materiais recicláveis “Criart”. Os trabalhos apresentados foram elaborados no ATL pelas crianças do 1.º ao 4.º ano de escolaridade. Uma grande diversidade de objectos coloridos preencheu esta sala da antiga Escola Primária de Pontével. Porta-lápis e mealheiros em cartão, carteiras feitas a partir de pacotes de leite, molduras decoradas com sementes e cascas de nozes, espaços pedagógicos com animais construídos a partir de copinhos de plástico e cartão, uma casa de bonecas em que garrafas de plástico pintadas davam corpo às várias personagens e instrumentos musicais elaborados com pasta de papel,

caricas e rolos de papel higiénico foram algumas das obras que os mais pequenos mostraram ao público. Com este trabalho, o ATL quis transmitir aos mais pequenos uma mensagem ecológica, relacionada não só com a importância da reciclagem dos materiais, mas sobretudo com a sua reutilização. •

“Algumas peças já se soltaram, outras estão a cair. É um trabalho muito urgente”, acrescentou. Apesar da limitação das verbas, o Centro Paroquial está a tentar reunir condições para prosseguir com os trabalhos de restauro na Igreja. “O importante é não perder a embalagem. A continuidade dos restauros e o facto de se ir vendo trabalho feito, vai entusiasmando as pessoas”, considerou ainda o Padre António José Antunes. Relativamente à Capela de Nossa Senhora do Desterro, cuja degradação do tecto se está a agravar, o Padre lamenta que a sua beneficiação não tenha sido integrada nas intervenções do espaço envolvente, que a Junta e a Câmara estão a projectar. Uma vez que isso não aconteceu, o Padre admite que essas obras serão para “um futuro mais longínquo”. Para angariar receitas para os trabalhos de requalificação da Igreja, o Centro Paroquial organiza no dia 8 de Novembro um almoço de convívio, a partir das 13h00, na Casa do Povo de Pontével.•


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a Voz de Pontével

cultura & lazer

Os Poetas de cá

» O trabalho deste artista é reconhecido em várias áreas artísticas

Fotógrafo natural de Pontével apresenta “Modamorfose” Na Galeria Praça das Flores, em Lisboa, esteve patente, entre os dias 1 e 22 de Outubro, a exposição de fotografia "Modamorfose", de Ricardo Quaresma e Rui Aguiar, reputados fotógrafos de moda nacionais – um deles, Ricardo Quaresma, natural de Pontével. O trabalho de Ricardo Quaresma Vieira é hoje reconhecido em várias formas, desde a fotografia ao cinema, ao vídeo e instalação. Nesta exposição “Modamorfose”, na qual a arte e a moda entram em profundo diálogo, o artista pontevelense apresentou um novo trabalho, em que recorre ao seu arquivo

fotográfico de moda dos últimos anos para criar uma nova obra artística. Milhares de imagens de moda, que normalmente nunca são mostradas, foram a base para "Modamorfosear" um novo objecto artístico. Cerca de 700 imagens compõem cada obra. O reaproveitamento do arquivo fotográfico sugere uma "reciclagem digital contemporânea", em que as imagens escondidas ou esquecidas nos discos rígidos são utilizadas como mosaico para a construção de uma obra mais plástica e única, distanciando-se dos cânones da moda, apesar de a utilizar como meio. •

Menina dos olhos marotos

Que coisa!

Quando passa ao meu portão Fico olhando a tua beleza Gostaria de ser botão Cingindo-te minha princesa

Em desespero se mata, Se despreza tudo e todos E se vai ao suicídio.

Corres de cabelo solto ao vento Cruzando as vielas Não paras um momento Menina das chinelas Brincas e saltas, gozas a mocidade Andas alegre sempre contente Não te pesa a idade Continuas bonita e sorridente Teu olhar malicioso Não me sai do pensamento Menina de coração bondoso Moça de força e alento Ao passares à noite na ruela Cuidado com os garotos Vê lá tem cautela Menina dos olhos marotos Um dia quando fores velhinha Com saudades vais recordar Quando eras traquininha Sempre a correr e a saltar. Leonel Simões da Silva

saúde

- Pensem nisto Somos uns tristes ANIMAIS FEROZES! Valdemar Raposo

Só há desprezo Por faltar a liberdade; Liberdade de decisões; Liberdade de opções.

POETAS DE OUTROS TEMPOS

As leis, As regras impostas ao ser humano Por esse ser humano Que por engano A natureza criou.

Ansiedades serôdias

A infelicidade existe Porque nós existimos. A nossa existência é, pois, Um erro da natureza; O único erro da natureza. Que parvos que somos! A vaidade que exibimos, Ao sermos chefes, Ao sermos reis, Ao sermos ministros! Que patetas somos! - Por mandar. - Por castigar. Por demonstrar o seu “poder”! Mas que culpa tenho eu De ser vivo?

Mas eis qu’em turba vil, d’amor sedenta, Messalinas invectando meu passado Dominam-me e me apartam do tablado, Em que brilha a visão que me acalenta.

Neste anseio febril que me acalenta, Vi num sonho vivaz, endiabrada Ninfa surgir, temente, envergonhada, Ao portal falaz dos meus cinquenta

Ergui-me então num espasmo de luxúria E às míseras disse cruel, intemerato: - Calai vosso despeito e vã lamúria… Eu sei que o meu ardor é insensato! Mas antes de m’achar dele à penúria Vou consumi-lo já ao desbarato… José Egas d’Azevedo e Silva

Unidade de saúde Familiar D. Sancho I - Pontével Equipa de Enfermagem

Gestão de Atendimento na sua USF D. Sancho I

Biografia de Ricardo Quaresma Vieira Começou a fazer exposições aos 15 anos. Desde cedo teve uma forte ligação à fotografia devido à profissão do pai, que é fotógrafo. Estudou Cinema na E.S.A.P. (Porto) e, ainda a estudar, recebeu o Apoio à Produção de Curtas-Metragens do I.C.A.M., com o filme “Hoje Foi Amanhã”, no qual foi argumentista e realizador. Participou em vários festivais, entre os quais “Fantasporto”, “Festival de Cine de Badajoz” (Melhor som), “Festival de Cinema de Arouca” (Melhor Filme/Melhor Actor) e “Caminhos do Cinema Português” (Melhor Filme). Em 2003 foi para a Alemanha, onde organiza três exposições, a destacar uma instalação contemporânea de Arte Pública na estação de metro Schlump (Hamburgo), à qual deu o nome de “@ and Alpha – Superior Via Connection”. Mudou-se para Lisboa, onde aprofundou os seus conhecimentos de fotografia através da arte, da moda e retratos de celebridades. Os seus trabalhos têm sido divulgados em publicações como Máxima, ELLE, Vogue, O Público, Egoista, GQ Maxmen, FHM, DNA, JUP, Parq, Lusobeat, Umbigo, DIF, Slang, Neo2, Cream & IDN (Hong Kong), entre outras.

Em Outubro do presente ano entrou em funcionamento na USF D. Sancho I um sistema informático para gestão dos agendamentos, tendo em vista proporcionar um melhor atendimento aos seus utentes no sentido de: • Evitar as filas de espera através da adopção de mecanismos de “self-service” nos processos de entrada dos utentes na instituição; • Permitir uma espera mais confortável quando o utente se desloca à USF D. Sancho I, sem necessidade de estar de pé numa fila formal à espera; • É de fácil utilização pela população em geral, já que é um sistema intuitivo e inovador; • Possibilita a chamada dos utentes com uma voz computorizada, utilizando um timbre de voz suave e contínuo.

Este sistema foi desenvolvido pela empresa Medsoft com a finalidade de reduzir o tempo de espera do atendimento administrativo, desburocratizar e simplificar o atendimento de todos os utentes com consultas previamente marcadas para os médicos e enfermeiros. Todos os utentes que se dirigem à USF D. Sancho I com o intuito de marcar consulta, pedir uma declaração, comparecer na consulta médica ou de enfermagem (com ou sem marcação) deverão retirar uma senha, tendo em conta o serviço pretendido. Após retirar a senha respectiva, o utente aguarda comodamente sentado, na sala de espera, a chamada do Médico ou do Enfermeiro de acordo com a hora marcada para a consulta. No caso dos utentes que pretendem um atendimento administrativo (não marcado) serão atendidos por ordem de senha (o que equivale à ordem de chegada).

Em cada sala de espera existe um monitor onde aparece o número da senha chamada e a indicação da sala ou gabinete para onde o utente se deve dirigir (a chamada é igualmente feita por voz). Para que o utente beneficie deste modelo automático de admissão à consulta, deve trazer consigo o cartão do SNS que será lido pelo quiosque (como o cartão multibanco) ou conhecer o seu número de SNS, já que o utente pode, em substituição da passagem do cartão, introduzir manualmente o número do mesmo. O sistema de gestão de atendimento permite à USF D. Sancho I oferecer um serviço modernizado, eficiente, dedicado ao utente e atento aos seus problemas. Na USF D. Sancho I trabalhamos juntos pela sua saúde, para tal é necessário a colaboração de todos os utentes para que o sistema de atendimento se torne eficaz.

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Direcção Téc.: Drª Ana Maria de S. Ribeiro A. de Oliveira Rua Vasco da Gama, 18 tel.: 243 799 993 2070-435 Pontével

DESINTUPIDORA Rua dos Moinhos, nº16 - CASAIS DAS COMEIRAS

Tlm.: 968 631 342 Tel/Fax.: 243 703 792


novembro ∙ dezembro ∙ 2009

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diversos

Necrologia

Palavras cruzadas 1

Pontével

Pontével

Maria Josélia Fivelas dos Santos Silva

Maria Luísa Severino Costa Belchior

Nasceu a 11/05/1937 Faleceu a 15/07/2009

Nasceu a 26/10/1949 Faleceu a 13/10/2009

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Por Valdemar Raposo

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Marido, irmão, cunhada, sobrinhos e primas cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu familiar e agradecem, muito reconhecidamente, a todas as pessoas que manifestaram o seu pesar, bem como àqueles que acompanharam o seu ente querido até à sua última morada. Paz à sua alma.

Horizontais 1: pontével, vinho. 2: ano, ri, ivo, oito. 3: rebordão, alunos. 4: crê, acer, grito. 5: eolitico, nr, mo. 6: is, maravilhoso. 7: rã, ada, ia, acer. 8: ata, ala, cairo. 9: mia, rua. 10: perdoar, si, ca. 11: er, ocre, eva, ror. 12: dourada, nobreza. 13: sarda, aiai. 14: ovo, melancias. 15: que, pau, coas. Verticais 1: parceiro, pedir. 2: onerosa, mero. 3: nobel, air, usou. 4: imitador, vê. 5: errata, ocaso. 6: videira, carda. 7: arcada, rearma. 8: lio, oval, deu. 9: arsenal. 10: voar, li, uivo, ac. 11: linhaça, abano. 12: noutro, rica. 13: hino, saia, reais. 14: oto, moer, cozia. 15: osso, rolara, sé.

Agradecimento: Seus filhos, nora, genros e netos agradecem reconhecidamente à Cândida Batista, à Maria Emília, à Susana e à Suzete toda a dedicação e carinho com que cuidaram da nossa mãe. Agradecemos também à Dra. Lígia Rodrigues, ao Enf. Mário, ao Dr. Rui Malaca e colaboradores da Farmácia Nova de Aveiras de Cima todos os cuidados médicos e de enfermagem, atenção e carinho dispensado com o seu familiar durante a sua doença. A todos o nosso muito obrigado.

Horizontais 1: vila ribatejana; néctar ribatejano. 2: doze meses, sorri, nome homem, após o sete. 3: bravio, educandos. 4: acredita, aéreo (abrev), berro. 5: relatório à idade da pedra, duas consoantes, pedra de amolar. 6: vogal (pl), que causa admiração. 7: batráquio, nome feminino, seguia, ontem (ant). 8: liga, lado, cap. Egipto. 9: (o gato)…, via. 10: desculpar, nota musical, aqui. 11: erbio (sq), ocra, nome feminino, grande quantidade. 12: doirada, fidalguia. 13: mancha no rosto, gritos de dor. 14: a galinha o põe, fruto do melancial (pl). 15 o qual, pedaço de madeira, filtras. Verticais 1: par, solicitar. 2 pesada, simples. 3: prémio internacional, albufeira (invert), utilizou. 4: que imita, olha. 5: erros cometidos na impressão de uma obra, pôr do sol. 6: parreira, prego pequeno. 7: série de arcos, torna a armar. 8: atilho, do feitio do ovo, doou. 9: local cheio de armas. 10: pairar no ar, vi, grito lamentoso do cão, antes de cristo (abrev). 11: semente do linho, ventarola. 12: em outro, abastada. 13: louvor, veste feminina, verdadeiras. 14: nome masculino, mastigar, cozinhava. 15: restos mortais, rebolara, igreja episcopal.

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última

Agenda 8 de Novembro Almoço de Convívio

Para dar continuidade aos restauros da Igreja Paroquial, realiza-se no dia 8 de Novembro um almoço de convívio, no salão da Casa do Povo de Pontével, a partir das 13h00, cujas receitas revertem a favor das intervenções que estão a ser desenvolvidas no interior deste monumento, situado no centro da vila.

15 de Novembro Almoço de São Martinho A Comissão para a Construção da Casa Mortuária dos Casais Lagartos vão comemorar o São Martinho com um almoço, onde não faltarão as castanhas e a água-pé. As receitas angariadas destinam-se à construção da Casa Mortuária. 20 de Novembro Assembleia Rio da Fonte Os sócios da Associação Rio da Fonte vão reunir em assembleia extraordinária, no dia 20 de Novembro, pelas 21h00, na sede do Grupo Desportivo de Pontével, para a eleição dos corpos sociais para o próximo biénio. 29 de Novembro Almoço da AHFP A Associação Humanitária completa o seu 12.º aniversário no dia 1 de Dezembro. Para comemorar a data, a associação promove o habitual almo-

ço de convívio no dia 29 de Novembro, no refeitório da Escoa Básica 2,3 de Pontével. Os interessados podem efectuar a sua inscrição até ao dia 24 de Novembro. 1 de Dezembro Grande Prémio de Atletismo

Pontével recebe no primeiro dia de Dezembro mais uma edição do Grande Prémio de Atletismo. As inscrições podem ser efectuadas na Junta de Freguesia, entidade responsável pela organização do evento, com a colaboração da Secção de Atletismo da Casa do Povo de Pontével.

6 de Dezembro Concerto com Padre Borga

O Padre José Luís Borga vai estar em Pontével com a sua banda, para um concerto que terá lugar no auditório Luís Eugénio Filipe, às 16h30. O espectáculo é organizado pela Paróquia de Pontével. 31 de Dezembro Passagem de Ano À semelhança de anos anteriores, os Quarentões 2010 vão organizar uma festa para todos os que decidam entrar no Novo Ano em ambiente alegria e convívio.

10 de Janeiro VI Passeio BTT – Trilhos de Pontével A prova, que tem já lugar cativo no calendário das provas nacionais de BTT, tem um percurso de 30 a 60 km de andamento livre cronometrado. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas para os números de telefone: 916 798 057 ou 916 873 159. Curso de TAT

Estão abertas as inscrições para o Curso de Formação de TAT – Tripulantes de Ambulância de Transporte, promovido pela Associação Humanitária da Freguesia de Pontével. Os interessados podem efectuar a sua inscrição através do 243 790 470.

Horóscopo bimestral

Por Maria Helena | www.mariahelena.tv | tel.: 213182599 | consultas@mariahelena.tv

Quarentões 2010 Pontével

7 Novembro 2009 / 19h

Grande Festa de São Martinho Antiga Sede da SFIP

31 Dezembro 2009

Passagem de Ano

10 Janeiro 2010

VI Passeio de BTT Trilhos de Pontével 30/60 Km Andamento Livre cronometrado Inscrições: 916 798 057 916 873 159

Carneiro Carta Dominante: O Julgamento, que significa Novo Ciclo de Vida. Amor: Concentre a sua atenção nas necessidades da sua cara-metade e aposte na sua felicidade. Seja feliz! Saúde: Evite estar muito tempo sentado ou em pé, pois é nefasto para a circulação sanguínea. Dinheiro: Pense bem no que realmente deseja para a sua vida profissional e opte pelo melhor. Número da Sorte: 20 Touro Carta Dominante: Valete de Paus, que significa Amigo, Notícias Inesperadas. Amor: Tente não se desentender com uma pessoa querida por meros boatos. Opte pelo diálogo e aja com sentido de justiça. Saúde: Procure relaxar e meditar mais, de forma a reencontrar a sua estabilidade emocional. Dinheiro: Tenha um maior controlo sobre os seus rendimentos. A prudência e a sabedoria ajudá-loão a contornar a situação. Número da Sorte: 33 Gémeos Carta Dominante: 4 de Espadas, que significa Inquietação, agitação. Amor: Aproveite a tranquilidade do lar para dar asas à imaginação e revolucionar a sua vida afectiva. Saúde: Procure encontrar formas de se auto-controlar, pois o seu sistema nervoso encontra-se instável. Dinheiro: Gaste o seu dinheiro apenas em coisas úteis. Caso contrário, mais tarde poderá sentir-se arrependido. Número da Sorte: 54 Caranguejo Carta Dominante: 5 de Ouros, que significa Perda/ Falha. Amor: Poderá sentir-se carente. Não se isole e procure a companhia dos seus amigos e familiares. Saúde: Evite carregar pesos de forma inconsciente. As consequências poderão ser nefastas. Dinheiro: Esteja atento às suas finanças, pois pode ocorrer um desequilíbrio pela sua falta de atenção. Número da Sorte: 69 Leão Carta Dominante: Rei de Ouros, que significa Inteligente, Prático. Amor: Mime e acarinhe a pessoa amada. A sua vida sentimental necessita de ser estimulada. Saúde: O optimismo e a alegria marcarão este período. Dinheiro: Acredite mais em si e nas suas competências para conseguir alcançar as metas que deseja. Número da Sorte: 78 Virgem Carta Dominante: Valete de Espadas, que significa Vigilante e Atento. Amor: Abra a sua mente e o seu coração para o amor. Saúde: Poderá sentir-se esgotado e cansado. Pense mais em si e procure descansar mais. Dinheiro: Poderá receber uma boa notícia a nível financeiro. Número da Sorte: 61 Balança Carta Dominante: Ás de Ouros, que significa Harmonia e Prosperidade Amor: A sua boa capacidade de compreensão ajudá-lo-á a reforçar o amor que partilha com o seu par. Saúde: Dê especial atenção ao que come e bebe. Aja em consciência e não cometa excessos. Dinheiro: A sua vida financeira estará protegida. Número da Sorte: 65 Escorpião Carta Dominante: 6 de Ouros, que significa Generosidade. Amor: Aja de acordo com as indicações do seu coração. Dê uma oportunidade ao amor e seja feliz. Saúde: Aproveite o bom tempo para acentuar o contacto com a natureza. Usufrua dos seus benefícios para o bem da sua saúde. Dinheiro: Seja mais organizado nas suas tarefas profissionais para que o seu reconhecimento seja feito de acordo com o seu mérito. Número da Sorte: 70 Sagitário Carta Dominante: 10 de Paus, que significa Sucessos Temporários, Ilusão. Amor: Aja menos com a razão e mais com o coração. Saúde: Apesar da grande energia que poderá sentir durante este período, esteja atento com algumas susceptibilidades do seu organismo. Dinheiro: Procure agir de forma consciente a oportunidades de negócio que possam surgir, pois nem tudo que luz é ouro. Número da Sorte: 32 Capricórnio Carta Dominante: A Estrela, que significa Protecção, Luz. Amor: Período propício à harmonia e ao sentido de união com o seu par. Saúde: Tenha muita atenção à auto-medicação. Não tome nada sem prescrição médica. Dinheiro: Momento marcado por uma excelente expansão profissional, isto é, caso não esteja de férias. Agarre firmemente as oportunidades que possam surgir. Número da Sorte: 17 Aquário Carta Dominante: 8 de Paus, que significa Rapidez. Amor: É necessário que aja de forma determinada para reconquistar a pessoa amada. Saúde: Neste período possivelmente não terá muitas razões para ficar preocupado, o que não invalida que deixe de ter os cuidados mínimos. Dinheiro: Tenha muita cautela na forma como gere as suas finanças, pois quando der por si poderá ter gasto uma quantia exorbitante. Número da Sorte: 30 Peixes Carta Dominante: Rei de Paus, que significa Força, Coragem e Justiça. Amor: Nesta fase o amor será abençoado. Saúde: A boa disposição será uma constante. Dinheiro: Aproveite as suas energias para se concentrar ao máximo nas suas tarefas profissionais. Número da Sorte: 36


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