Revista Automotive Business - edição 18

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arquitetura e funções powertrain

comando de curso variável 7% e 17% com comando de válvulas via solenóide (camless), comparado ao sistema básico de Injeção PFI (Port Fuel Injection – injeção de combustível no coletor de admissão). Com a injeção direta, por sua vez, é possível atingir 10% de economia de combustível e CO2 com a mistura estratificada através do design da câmara de combustão e do spray do injetor, e 15% com o turbo management através de uma mistura homogênea de ar/combustível, também comparado com o sistema PFI. A legislação de consumo de combustível e de emissões também induz modificações nas funções e na arquitetura do powertrain, com componentes mais eficientes, especificações técnicas de materiais avançados, menor perda magnética, menor atrito, menor peso e maior agregado técnico de forma a adicionar eficiência ao produto ou ao sistema como um todo. Dentre as arquiteturas para powertrain em série, destaca-se o sistema start/stop que, em sua versão básica, pode gerar até 15% de economia de combustível em ciclo urbano. O sistema atua automaticamente e com segurança, desligando o motor quando o veículo para e religando quando a embreagem é acionada, reduzindo o consumo e as emissões de poluentes. Para a versão com

cambio automático o sistema atua a partir do acionamento do pedal de freio com o veículo parado. A tendência mundial é a introdução de sistemas e funções que apresentem maior redução no consumo de combustível e de emissão de CO2, porém que sejam menos complexos e de menor custo que os híbridos convencionais. O próximo estágio de tecnologia depois do start /stop básico é o start/stop avançado. Este contém todas as funções do básico, porém com a capacidade de atuar antes e durante a desaceleração do veiculo. O start/stop avançado também pode atuar durante o uso do ar condicionado através de funções alternativas, atingindo até 18% de redução de consumo. A próxima arquitetura disponível na linha de evolução é o start/stop coasting, ou “banguela automática” para os brasileiros. O sistema é capaz de desligar o motor automaticamente mesmo com o veículo em alta velocidade (até 120 km/h). Com este sistema há economia de até 25% de combustível, com redução

das emissões de CO2, e as funções elétricas e freios do veículo continuam funcionando normalmente. As arquiteturas do start/ stop representam o caminho mais suave em direção à hibridização. As arquiteturas de hibridização começam com os micro-híbridos, nos quais o alternador é capaz de fornecer torque ao motor e recuperar energia cinética das desacelerações. O sistema funciona com potência de 48 V para as funções híbridas e outra fonte de 14 V para os demais consumidores. Uma bateria de íon-lítio é usada para armazenar a energia gerada no alternador, seja por recuperação da energia cinética de desaceleração ou por sua operação normal. A energia armazenada é posteriormente utilizada pelo alternador para fornecer torque adicional ao motor durante as fases de aceleração do veículo. Os veículos híbridos e elétricos, que também se encontram em série, apresentam um nível de complexidade mais elevado, oferecendo uma redução de emissão de CO2 supe-

rior a 15% em comparação a automóveis equipados apenas com o sistema start/stop. A inovação como propulsor da tecnologia é constituída de etapas que definem sistemas com diferentes níveis de profundidade tecnológica que geram avanços progressivos para a sustentabilidade e atendem à demanda da sociedade e da proteção ao meio ambiente. O investimento em um determinado patamar tecnológico está relacionado com o crescimento da economia e do setor a que ele se aplica. Em especial para a eficiência veicular, esse investimento será feito nas tecnologias de cada montadora. As oportunidades de competitividade dependerão do grau de atingimento das metas oficiais e da compensação mercadológica. Tecnologias que visam proporcionar mais eficiência energética existem. O que não pode acontecer é perder a oportunidade de implementá-las, cada qual em seu tempo determinado. n Jair Pasquini, diretor de engenharia da Divisão Starter Motors and Generators da Robert Bosch América Latina

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