Revista Brasil Mineral

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MINERAÇ ÃO - METALURGIA - SIDERURGIA MULHERES NA MINERAÇÃO AINDA UM LONGO CAMINHO anos Ano XL Março de 2023 No 427 ISSN 0102-4728

A VALORIZAÇÃO DAS MULHERES

Ainda há um longo caminho a percorrer. Esta é a conclusão a que se pode chegar quando se analisa a inserção da mulher na indústria de mineração. Embora se constate que houve importantes avanços, sobretudo nos anos mais recentes, em que a presença das mulheres nos ambientes de trabalho se tornou mais marcante – e não apenas em atividades secundárias, mas também naquelas que são decisivas para a tarefa de transformar pedras em riquezas -- as estatísticas ainda mostram que há muito por fazer. De acordo com um estudo da McKinsey, globalmente as mulheres representam de 8 a 17% da força de trabalho na mineração, o que dá uma média de 12,5%. Em termos de posição de mando, no entanto, a presença feminina na mineração é insignificante. O mesmo estudo aponta que, entre as empresas listadas na S&P 500, há somente 30 mulheres ocupando a posição de CEO e nenhuma delas no setor de mineração.

No Brasil, os números são melhores do que a média global: segundo relatório do Women In Mining Brasil, atualmente 17% dos trabalhadores no setor são mulheres, uma evolução importante, já que em 2020 eram apenas 13%. Isto mostra que há um engajamento das companhias que atuam na cadeia de produção da mineração brasileira no sentido de colocar a diversidade dentro de suas estratégias de atuação. Porém, se tem aumentado a presença das mulheres nos quadros de pessoal das mineradoras, os números são bem mais modestos quando se verifica a presença feminina em p osiçõ es de comando. Q ue ten hamos con he cimento, apenas duas mulheres estão ocupando o posto de CEO em mineradoras no Brasil. É quase insignificante, se considerarmos que há mais de 7.200 empresas dos mais divers os p or tes atuando na produção mineral no País.

No entanto, deve-se considerar que não basta que as empresas coloquem em suas políticas metas de contratação de mulheres para seus quadros. É preciso, também, levar em conta as limitações que existem para que aumente a presença feminina na mineração, que são parecidas com aquelas que prevalecem com relação aos jovens. Por exemplo, lembramos que, à exceção do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais, onde as minas estão no entorno da região metropolitana de Belo Horizonte, as operações de mineração encont ram-s e em lugares remotos, que não são atrativos para as mulheres que residem nos grandes centros, acostumadas ao conforto da vida urbana. Em alguns casos, a ida para esses lugares representa quase uma aventura. No que se refere à ocupação de posições de mando, lembramos que os profissionais que estão nos cargos de liderança são oriundos de cursos –Engenharia de Minas, Geologia -- em que ainda há predominância masculina. Ainda é recente o aumento de presença feminina nesses cursos.

Porém, talvez o mais importante seja compreender que a questão da inserção da mulher na mineração não pode virar uma panaceia. Não se trata, do ponto de vista profissional e corporativo, de dar tratamento privilegiado às mulheres, mas de tratá-las de forma igual, avaliando exclusivamente pela capacitação para exercer a função para a qual está sendo escolhida. Apesar de maioria numericamente no Brasil, as mulheres ainda estão entre as minorias do ponto de vista do t ra t a m en t o igu a li t á r io.

Por t anto, t rat a-s e, m ai s do que tudo, da necessidade de valorização da mulher, assim como das outras minorias.☐

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4 ÍNDICE MULHERES NA MINERAÇ ÃO "A jornada só está começando" ....................................................... 6 Par ticipação é crescente, mas ainda desproporcional .................... 34 MULHERES NA MINERAÇÃO: O que podemos fazer, como sociedade, para tornar o ambiente mais promissor? ........... 38
Em 2024 começa a produção da EuroChem, em Salitre 46 METAIS PRECIOSOS Fênix inova na cadeia de comercialização do ouro 62 RECURSOS HUMANOS O ESG na formação de recursos humanos para o setor mineral ....................................................................... 75 EQUIPAMENTOS & TECNOLOGIAS 82
ISSN 0102-4728 Filiada à
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Virgínia Ciminelli

Engenheira

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CONSELHO CONSULTIVO

FÊNIX INOVA NA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO OURO

Acadeia de comercialização de ouro extraído em garimpos, que tem ganhado a s m a n c h et es co m a s denún ci a s e comb ate à ext raç ão i lega l em ter r itór ios indígenas, principalmente dos Yanomami, atu a lmente tem muit as vu lnerabi lid ades que p er mitem a lega lização do ouro ex-

t raído de for ma i lega l. Por est a razão, o grupo FNX, através de sua controlada Fênix DT VM, visando ampliar seus sistemas de controle, está empenhado em colaborar na implementação de uma plataforma que está sendo desenvolvida pelo NAP-Mineração, da USP, denominada PCRO (Programa de

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METAIS PRECIOSOS
Centrífugas em planta de ouro

tivo é fazer o rastreamento da origem do ouro obtido em áreas de PLG (Permissão de Lavra Garimpeira) que é comercializado via DTVMs. Por determinação legal (Lei 12.844, de 2014), todo o ouro extraído em áreas de PLGs tem que ser comercializado junto a uma instituição financeira, no caso as DTVMs (Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários), que são reguladas pelo Banco Central, têm autorização para exercer a compra diretamente dos garimpeiros e instalam postos de compra nas frentes de extração.

O PCRO, como explica o diretor do NAP-Mineração, professor Giorgio De Tomi, é um esforço de pesquisa tecnológica para promover a mineração responsável na cadeia de valor do ouro. O projeto foi

desenvolvido por um consórcio que envolve a POLI-USP, a Fundação FDTE e uma organização do terceiro setor. O resultado foi o desenvolvimento de uma plataforma que apoia a tomada de decisão para compra responsável na cadeia de valor do ouro.

Ele explica que a plataforma opera na nuvem e oferece o acesso estruturado a uma série de fontes de dados públicos que envolvem informações sobre o licenciamento mineral, licenciamento ambiental, condições operacionais e condições legais de propriedades minerais. “Isso permite um diagnóstico da aderência de produtores de ouro aos critérios de mineração responsável estabelecidos pela plataforma”.

Os resultados do desenvolvimento inicial, acrescenta o professor, foram validados com sucesso junto a produtores, compradores e outros atores da cadeia de valor, incluindo entidades de gestão de compliance, instituições internacionais como o Banco Mundial, e oficiais do Ministério Público Federal.

Após sucesso alcançado nessa fase inicial, o projeto terá continuidade com a estruturaçao do modelo de licenciamento para acesso público, alem de novos desenvolvimentos envolvendo a ampliaçao dos horizontes geográfico (outros países), mineral (outras commodities) e tecnólogico (automaçao por inteligência artificial)”.

O motivo pelo qual a Fênix DTVM está empenhada em aumentar seus mecanismos de controle é que os problemas ocasionados pelas práticas ilegais ou irregulares que permeiam o sistema acabam respingando na empresa, que lidera a aquisição de ouro proveniente de PLGs no País. Segundo o

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Andrei Giometti Santos

METAIS PRECIOSOS

CEO do grupo FNX, Andrei Giometti Santos, atualmente a Fênix DT VM responde pela comercialização de 48% de todo o ouro oriundo de PLGs no Brasil. De acordo com dados da ANM, em 2022 o valor da comercialização de ouro pela Fênix, para efeito de recolhimento de CFEM, foi de R$ 2,806 bilhões. No ranking das maiores produtoras de bens minerais do País a empresa ficou em 9º. lugar, atrás apenas das gigantes Vale, MBR (que também é Vale), Anglo American, CSN Mineração, Salobo Metais (controlada pela Vale), Kinross, AngloGold Ashanti e Mineração Usiminas. Ou seja, apenas duas empresas pro dutoras de ouro (Kinross e AngloGold) estão à frente da Fênix.

C onsiderando a s vu lnerabi lid ades do sistema possibilitadas pela própria lei, das quais a mais atacada é a prática da B oa Fé (em que o vendedor de ouro para a DT VM não precisa comprovar os dados fornecidos ao comprador) e por exigência de seus clientes no exterior para quem ela vende ouro (todo o ouro adquirido pela empresa é exportado), a Fênix decidiu adotar seu próprio sistema de controle e compliance visando s e precaver de f raudes, s egundo Pe d ro Eu gê n i o G ome s d a Si lv a , D i re tor de O p eraçõ es do g r up o. O sistema, que agora está sendo aperfeiçoado com a integração da plataforma desenvolvida pelo

NAP-Mineração da USP, permite mapear

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Equipamento para concentração do ouro

e controlar todas as operações realizadas pela Fênix. “Hoje a Fênix tem muito conhecimento de onde estão as fragilidades do mercado, como podemos blindar, que informação faz sentido ou não. Nosso time está bastante atualizado com as legislações e programas, então temos muito a contribuir com a plataforma do NAP-Mineração e é o que estamos fazendo com eles. O projeto se iniciou em 2022, e estamos desenvolvendo. Uma vez fechado e formatado o software, ele entrará como um dos critérios para aquisição de ouro dentro da Fênix. O PCRO positivo será mais um dos critérios a serem ranqueados em nossa classificação do cliente”, diz Pedro Eugenio.

Ele informa que recentemente a Fênix participou, juntamente com o NAP-Mineração, de um evento em Nairóbi, no

Quênia, para discutir pequena mineração e constatou que a mineração de pequena escala no Brasil está muito mais evoluída. “Ao mesmo tempo que dá um alívio ver o tanto de problemas que o mundo apresenta, também representa um desafio para nós”.

A Fênix foi também convidada para apresentar um painel na COP 28, que será realizada em Dubai, no próximo mês de dezembro, mostrando o que está sendo desenvolvido no Brasil no sentido de promover e incentivar as práticas sustentáveis de produção de ouro em pequena escala. “Cada vez mais a Fênix vem sendo reconhecida internacionalmente pelas práticas que está adotando no Brasil, o que é um desafio, mas também um incentivo, por sermos considerados um caso de sucesso para ser mostrado lá fora”, observa Pedro Eugenio. Apesar de atuar na exportação de ouro desde o final de 2017 – sua primeira exportação, de 5kg do metal, foi em dezembro daquele ano – a Fênix começou a atuar como DTVM em 2020 e sua posição de líder no mercado hoje mostra o seu rápido crescimento. Hoje ela é uma agregadora, o que significa que compra de várias mineradoras (de pequeno, médio e grande porte) e agrega o ouro, fazendo a venda para os clientes fora do Brasil, atualmente localizados nos EUA, Suíça, Emirados Árabes e Índia, todos considerados mercados de primeira linha. A maioria dos clientes, segundo o diretor de Operações da Fênix, são as próprias refinadoras, que tanto podem atuar como prestadores de serviço de refino para a Fênix, repassando o ouro ao cliente final, como também fazendo eles mesmos a aquisição.

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Pedro Eugenio

METAIS PRECIOSOS

Um a s p e c t o im p o r t a n t e p a ra o q u a l Pedro Eugenio chama atenção é que, em vários casos, o cliente, que é parceiro da Fênix, escolhe a origem do ouro que deseja adquirir. “São grandes marcas que vêm ao Brasil, visitam a mina e escolhem comprar toda a produção de uma determinada mina. Hoje, para esses clientes, a Fênix envia material de 12 minas diferentes. Eles avaliam a capacidade produtiva, se a mina existe de fato, quais são as práticas do ponto de vista trabalhista etc”, diz ele, acrescentando que em alguns casos a mina passa a fazer parte do programa Swiss B etter Gold, em que a mina tem um certificado de boas práticas, emitido por uma empresa independente.

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Lavra de ouro em Poconé - MT Concentrado de ouro

Neste caso, o cliente paga um prêmio para ser conver tido em projetos tecnológicos, ambientais e sociais. Atualmente o programa paga 1 dólar por grama de ouro adquirida da empresa certificada e, desse valor, 30 centavos de dólar ficam com o programa SB G e 70 centavos de dólar são colocados à disposição dos mineradores para financiar a implementação de projetos.

Para o dir igente d a Fênix, o merc ado está cada vez mais exigente, com práticas ambientais muito mais disseminadas e o setor terá que se adequar. O caminho mais viável, em sua opinião, é a autoregulação, no que é apoiado pelo diretor de Governança, Riscos e C ompliance da empresa, Vinícius de Mello Pinho. “Acredito que, com o nosso movimento, outros players vão se importar e alguns vão ficar esperando a lei mudar”.

Rastreabilidade com blockchain

Os executivos explicam que a rastreabilidade já é realidade dentro da Fênix desde 2019 e que cada grama de ouro que exporta a empresa sabe de onde veio, tudo dentro de um sistema próprio de informações coletadas e analisadas por ela. “Ao longo desse p er ío do aconte ceram apr imoramentos e o último desafio era trazer confiabilidade à autent icid ade dess es d ados. C om o n a ponta de originação, enquanto instituição financeira, as informações não são linkadas em tempo real dentro do sistema da Receita Federal, por não se ter ainda a nota fiscal eletrônica (que passará a ser exigida a partir de 3 de julho de 2023), o desafio foi trazer autenticidade e publicidade a esses dados, em tempo real, no momento em que eles

s ão cr i ados. E a s o luç ão pro p os t a p a ra isso foi a implantação do blockchain. São blocos de informações gerados, imutáveis, e que trazem autenticidade aos dados. No momento em que a Fênix inicia a interação com deter minada mina, cr ia o pr imeiro bloco de informação dessa mina composto pelo cadastro, validação da due dilligence, dados da visita e da primeira negociação.

Por exemplo: onde foi nego ci ado o pr imeiro ouro? C om quem foi negociado? A nota está no sistema? Qual foi o sistema de pagamento utilizado? Para onde foi o ouro?

Q uem t ransp or tou? C omo t ransp or tou? Para quem a Fênix vendeu? Por qu anto ven deu? O ouro foi ag regado com qu a l outro lote? São blocos de informações que

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Vinícius de Mello Pinho

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são públicos para os clientes e fornecedores, autoridades que queiram acessar. São invioláveis e conseguem trazer essa chancela de autenticidade”, detalha Pedro Eugenio, acrescentando que a expectativa é ter 100% da comercialização de ouro dentro do sistema blockchain ainda em 2023.

Para imp lem ent ar o si s t em a, a Fênix buscou uma empresa alemã, denominada Minespider, com atuação consolidada na cadeia da mineração, fazendo toda a rastreabilidade de supply e que tem em sua carteira clientes como os gigantes da tecnologia. E les fazem a rast re abi lidade de insumos para essas empresas, usando a plataforma da criptomoeda Ethereum, o que traz muita confiança para o sistema da Fênix.

O programa Swiss Better Gold, por sua vez, atua mais na qualificação da originação do ouro, com gradações diferentes para a qualificação dos clientes, indo do mais ao menos responsável e para isso há critérios e scores diferentes para se colocar no grupo. Ou seja, o SBG ser ve para qualificar e certificar a originação do ouro, as práticas produtivas, a interação com o meio ambiente, com a sociedade, as formas de operar a mina.

Mas por que a Fênix foi escolhida para integrar o programa SB G? “Primeiro, pelo rel acion amento que t ín h amos n a Suíç a. D es en v o l v em os um a co nf i a n ç a m ui t o grande quanto à nossa originação com eles, que enten deram a re l aç ão de conf i an ç a que temos e o b om rel acionamento que

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Circuito de moagem

mantemos com as mineradoras. E isso é essencial. Eles não chegariam nos mineradores sem a participação da Fênix, porque isso demanda investimento, tempo, dedicação. C onseguimos operacionalizar isso e tem sido um sucesso”, comemora Pedro Eugenio, informando que um fornecedor de ouro da Fênix, que tem mina certificada pelo SB G, vai ter o primeiro equipamento p ara ci anet aç ão (p er mit indo eliminar o uso de mercúrio) instalado numa PLG no Bras i l. O e qu ip amento e st á c ompr a do e pago, sendo 50% do custo pago pelo minerador e 50% custeado pelo bônus que ele ganhou do programa SB G. Para cada onça de ouro adquirida, a SB G dá um bônus de 1 dólar, dos quais setenta centavos revertem diretamente para o minerador aplicar em

projetos de melhoria da sustentabilidade do seu empreendimento. É criado um fundo, gerido pelo SB G, onde cada minerador tem o seu crédito. “Se ele tem 100 mil dólares de crédito e quer gastar, propõe um projeto para a SB G, que tem uma equipe no Brasil (também da USP), e elabora o projeto. Pode ser projeto de tecnologia, ambiental ou social. Atualmente, por exemplo, há um projeto de incentivo à produção agrícola próximo à zona minerária, em que os mineradores entram com o compromisso de comprar essa produção agrícola e fomentar, sempre pensando do ponto de vista social, em dar a vara e ensinar a pescar, mas não dar o peixe”, explica Pedro Eugenio.

Na opinião do dirigente da Fênix, há três desafios muito grandes para se eliminar o

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Pequeno bulllion de ouro

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mercúrio do processo produtivo em pequena escala: o primeiro é cultural, porque o mercúrio é muito fácil de usar, muito barato e bastante eficiente. E o minerador sempre soube fazer amalgamação usando mercúrio. O segundo desafio é o custo. Ele informa que o equipamento de cianetação que está sendo instalado (para uma mina de maior porte) custa 400 mil dólares. Mesmo para um equipamento menor, o investimento fica em torno de 1 milhão de reais. É um investimento alto. Em razão disso, a Fênix está tentando, aproveitando o know-how e o networking internacional que possui, baratear o equipamento, usando uma empresa do grupo especializada em importação, que está buscando os componentes lá fora para que o fabr ic ante do e quip amento p oss a importar e tentar baratear o custo. Para a Fênix, é importante trazer o custo do equipamento para a realidade do minerador de pequena escala.

“ Tem um fato legal, que tende a somar positivamente com isso, que é a resolução que a ANM publicou, de anti-lavagem de din h eiro, que es t á o br igan do a s co op erativas a exercerem o ato cooperativo na venda. Isso significa que os mineradores de pequena escala não vão mais poder vender o seu ouro diretamente para a DT VM como cooperado. Ou seja, é a cooperativa que tem que vender por vários associados. Neste caso, se atribui a responsabilidade a uma entidade maior, que também consegue exercer um controle de governança melhor, pois é muito mais fácil cobrar de um CNPJ cr itér ios de gover nanç a, de pre venç ão à lavagem de dinheiro do que cobrar de 5 mil pessoas”, diz Vinícius Pinho. O tercei-

ro desafio da eliminação do mercúrio na mineração de pequena escala a capacitação técnica. C omo o cianeto é muito mais letal do que o mercúrio (um mata na hora enquanto o outro é letal ao longo dos anos), se não houver pessoas bem treinadas para manusear, transportar, armazenar, misturar, neutralizar, o dano social e ambiental é muito maior. E ter essa mão de obra capacitada nas frentes de extração do ouro é muito difícil.

A Fê ni x t amb é m e s tud a out ros t ip o s de rastreabilidade que, embora não sejam aplicáveis para toda a cadeia, poderão contribuir para o aperfeiçoamento do sistema. Um deles está sendo feito junto com uma transp or tadora de valores, que tem uma tecnologia aplicada na rastreabilidade de

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Escavadeira em frente de lavra

dinamites. É uma cerâmica fotoativa (reagente à luz) em que se consegue fazer uma gama de coloração muito extensa dentro dela. Então, pode-se, por exemplo, fechar um contrato com uma mina e pedir para que sejam colocadas algumas gramas da cerâmica quando se vai fundir o ouro. Sendo que a coloração é específica daquela mina. Na hora em se for fazer o refino do ouro dessa mina, é feito o espectro, mostrando que realmente o ouro proveio daquela unidade de produção. Porém, como ressalva Pedro Eugenio, ainda é preciso estudar um pouco mais a tecnologia, que é mais viável para produções de média a grande escala do que para os pequenos.

E le t amb ém infor m a que a Fênix foi chamad a p elo MME p ara cont r ibuir no

projeto PAN, de eliminação de mercúrio, e está trazendo três empresas com quem tem relacionamento, com três proposições diferentes, para eliminação do mercúrio. E buscando a Academia para desenvolver esses projetos, ver sua aplicabilidade.

Controle das operações

Atualmente a Fênix DT VM p ossui 34 postos de compra de ouro, denominados de PCOs, que são agentes por ela credenciados para exercer a aquisição nas frentes de produção e que só fazem a aquisição do metal de acordo com os critérios que ela estabelece e que são previamente definidos. Entre estes critérios incluem-se o cadastramento com informações além daquelas que a ANM exige, como a comprovação da regularidade da área onde o ouro foi extraído e outros. Atualmente a Fênix possui em seu cadastro 5.700 fornecedores de ouro, sendo a maioria na Baixada Cuiabana. Todas as operações realizadas nos PCOs são rigidamente controladas por um departamento de monitoramento que verifica as informações, inclusive com visitas aos locais. Além disso, a Fênix tem as centralizadoras, com postos de atendimento instalados, mas que não realizam a compra de ouro, e sim fazem o papel de centralizar. Elas recebem para facilitar a logística, aumentar a velocidade do processo e diminuir o risco.

A empresa tamb ém adota um sistema que faz varredura em todos os nomes que estão nego ciando com ela (títulos minerár ios, reg iõ es etc). S e há, p or exemplo, uma operação em Rondônia, faz-se uma varredura em todos os títulos minerários

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METAIS PRECIOSOS

de Rondônia para ver se tem algum envolvimento. E se for identificado algum movimento estranho, comunica-se ao COAF.

“Nosso objetivo é mostrar a boa fé que temos no dia a dia, ser transparentes, criar o máximo de critério, nos inspirarmos em coisas internas para tentar blindar ao máximo a criatividade do bandido”, diz Pedro Eugenio, informando que há algum tempo a Fênix diagnosticou que poderia estar havendo algum sistema de boletagem dentro de alguns p ostos. O s eja, o vendedor de ouro utiliza o limite de Imposto de Renda para não pagar imposto. Assim, ele chega ao posto com 100 gramas de ouro e emite nota em nome de várias pessoas, de forma a ficar isento de imposto de renda, embolsando o que deveria ficar com o estado. Depois desse episódio, a Fênix passou a enviar um SMS

para Hoje todo mundo que vai vender ouro, parabenizando pela venda do metal. C om isso, se a pessoa estava tendo o seu nome utilizado sem saber, era ser notificada. A estratégia barrou a prática, que felizmente estava ocorrendo em apenas um posto de compra. Depois disso, a empresa também passou a adotar um ser viço de pós-compra.

De acordo com Maria Eugênia Gomes, gestora de C ompliance e Ativos Sensíveis, a Fênix criou e estabeleceu um checklist cadastral bastante robusto, pois além dos critérios de identificação do fornecedor, da origem minerária, que é o título e a licença ambiental, exige outros do cumentos que respaldem a operação.

O u t ro p o nt o imp o r t a nt e do co nt ro le , c om o res s a lt a M i ke de O l i vei ra Sant os , gestor de Compliance Corporativo, é que

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Pequeno minerador em Poconé - MT

a Fênix não se satisfaz com o que é exigido pela legislação relacionada à comercialização do ouro oriundo de Permissão de Lavra Garimpeira que, segundo seu ponto de vista, é muito simples: exige basicamente da DTVM que identifique a pessoa que está vendendo e que cadastre essa pessoa conforme o modelo de ficha que a ANM produziu na Resolução 361. “Em tese, a obrigação da Fênix seria apenas pegar os dados que devem ser apresentados na hora da transação e preencher com o número do título minerário, a operação, o CPF, enfim os dados básicos. E a DT VM aceitaria isso – um ponto que a mídia critica com razão – de boa fé. A Resolução nada fala sobre a necessidade de pegar documentos que respaldem essa informação. O único documento que a ANM exige que a DT VM mantenha efetivamente guardado, é a ficha propriamente dita e os documentos de identificação”. Para Mike, a exigência da legislação é muito falha e está aquém daquilo

que o mercado requer. Por isto a Fênix passou a ser mais rigorosa e começou a exigir out ros do c umentos. “C omo s omos uma instituição financeira, temos que seguir alguns critérios próprios do Banco Central, em relação à prevenção de lavagem de dinheiro, previstos na circular 3.970 do Banco Central, de 2020, a qual estabelece se a instituição vai fazer qualquer tipo de operação financeira, tem a obrigação de identificar, quantificar e classificar seus fornecedores”. E, com bases nessas normas do Banco Central, a Fênix foi criando os procedimentos internos. Além de coletar essas informações, quer ter certeza da veracidade das informações, por meio de documentos. Só que chegou um momento que apenas a prova documental não estava ser vindo para atender aos padrões internacionais. Como a Fênix DT VM vende para a pr i nc ip a l e xp or t a d or a d o g r up o F N X , que faz a exportação do metal, no exterior começaram a cobrar a checagem, além do

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à lavagem de dinheiro para essas instituições financeiras”, obser va Maria Eugênia.

documento. Houve questionamento se aquilo correspondia à realidade ou não, Então a Fênix começou a fazer diligências nas áreas de mineração, verificando a capacidade produtiva estimada, se o volume era compatível com o que estava sendo comercializado, se o vendedor tinha estrutura para tanto, número de colaboradores, maquinário, enfim, se efetivamente a informação que ele estava fornecendo para a Fênix era compatível com os documentos que ele havia apresentado.

“Na verdade, ver if icamos que a noss a necessidade – já que a legislação brasileira ainda é muito falha, com várias lacunas – era atender ao mercado externo, porque eles são os clientes finais. E o nível de exigência que eles colocam é muito grande. Então decidimos adequar os nossos padrões para atendê-los. Porque são eles que temos que atender. Então começamos a trazer um pouco daquela realidade para a Fênix, para deixar o processo mais seguro e também visando atender à lei 3.978, que é a que faz toda a regulamentação das diretrizes de prevenção

O s repres ent ant es d a Fênix lembram que atualmente começaram a surgir projetos de lei tratando da questão, mas que basicamente replicam aquilo que a empresa já faz, com algumas poucas alterações de nomencl atura. Mas dizem enxergar ess e movimento como muito positivo, porque é preciso exigir que o primeiro adquirente de ouro siga esses padrões, porque as falhas acabam maculando o mercado como um todo. “Sofremos demais no exterior com o risco de imagem e quando acontece algum problema relacionado com garimpo, já começa a enxurrada de mensagem de email dos c lient es q ues t io n a n do s e m ex em os com aquela área ou conhecemos alguém que mexa. É um ambiente muito sensível. Qualquer coisa é motivo para cortar fornecimento até segunda ordem”.

Maria Eugenia aponta que há críticas sendo feitas no mercado, que generalizam, citando como exemplo um trabalho divulgado pelo Instituto Escolhas em que eles criticam que não há digitalização de documentos, nem comprovação das origens minerárias. “Hoje temos cadastrados 5.700 fornecedores, com documentos de todos eles. Ficamos indignados, porque o período analisado por eles é de 2015 a 2020,enquanto a primeira operação de aquisição de ouro da Fênix DTVM foi em 16 de novembro de 2020. Ou seja, eles analisaram as operações durante um mês e quinze dias. E nós temos todo o levantamento dessas operações, com comprovação evidente de atividade minerária nesses locais. Não temos nada a esconder e nosso objetivo sempre foi mudar essa imagem”, conclui. ☐

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Cava de mineração em Poconé – MT

O ESG NA FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS PARA O SETOR MINERAL

Pretende-s e com este ar t igo s obre o ESG na formação de recursos humanos para o setor mineral incentivar a discussão proposta como um dos temas a serem abordados no 8º Encontro Nacional da Média e Pequena Mineração e a 2ª Edição da BRASMIN - Feira da Indústria da Mineração, a serem realizados em Goiânia-GO, de 27 a 29 de junho de 2023, sob a coordenação da Brasil Mineral.

O tema é complexo, possibilita inúmeras interpretações e propostas e por isto mesmo ele será dividido em duas etapas. Nesta primeira etapa serão apresentados, de forma sucinta, os principais conceitos, a importância da adoção do ESG pelas empresas do

setor mineral e duas propostas de educação em ESG, as quais serão discutidas em um segundo ar tigo, a ser publicado antes da data do evento.

Espera-se, portanto, que este e o próximo artigo cumpram com a sua missão de suscitar o debate sobre o ESG na formação de recursos humanos para o setor mineral, sem, contudo, esgotá-lo.

O ESG NA FORMAÇÃO DE RECURSOS HU-

MANOS PARA O SETOR MINERAL – PARTE I

Por sua pluralidade, fases de desenvolv imento (d a p es quis a minera l ao fe chamento de mina), diversidade de porte e de

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RECURSOS HUMANOS

RECURSOS HUMANOS

processos dos empreendimentos, respons abi lid ades s o ci ais e ambient ais, o s etor mineral demanda uma grande confluência de con he cimentos, exp er t is es e, p or t anto, uma diversidade de profissionais. D a geologia e engenharia de minas, bases do con he cimento minera l, aos profissionais de diferentes modalidades da engenharia, ciências humanas e sociais, entre outros, todos têm um papel relevante a cumprir dentro de uma mineração moderna, dentro dos pilares de um empreendimento ESG.

A sigla ESG, do inglês Environmental, Social and Governance, que corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização, foi cunhado em 2004, em uma publicação do Pacto Global, em parceria com o Banco Mundial, chamada Who Care Wins. A publicação surgiu de uma provocação do então secretário-geral da ONU, Kofi Annan, a 50 CEOs de gran-

integ rar fatores s o ci ais, ambient ais e de governança no mercado de capitais. Portanto, além de questões já pontuadas para o mundo p ela ONU, como os Obj et ivos do Desenvolvimento Sustentável, com caráter plural, o ESG passou a incorporar os critérios de análise para investimentos no mercado de capitais.

O entendimento e a aplicabilidade de critérios ESG pelas empresas brasileiras é, cada vez mais, uma realidade. Atuar de acordo com padrões ESG amplia a competitividade do setor empresarial, seja no mercado interno ou no exterior. No mundo atual, no qual as empresas são acompanhadas de perto pelos seus diversos stakeholders, ESG é a indicação de solidez, custos mais baixos, melhor reputação e maior resiliência em meio às incertezas e vulnerabilidades.

O ESG tem o princípio básico da sustent abi lid ade de e qui líbr io ent re o meio

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Figura 1 – A Responsabilidade Corporativa Sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento Social

sem especificar ações e metas, o que remete a uma vasta possibilidade de como cada empreendimento pode contribuir para os três eixos da sustentabilidade em sintonia com as suas realidades locais, ou seja: compartilhar seus valores com as comunidades do seu entorno. Mas, a expressão ESG traz um diferencial em relação a outros princípios e conceitos: a governança sobre os eixos ambiental e social. Esta não é uma conceituação muito aplicada ao “G” da sigla, que s e remete, usua lmente, ao c umpr imento de princípios como anticorr up ção, ética, transparência, diversidade na composição do C onselho de Administração, entre outros fatores. Mas, sem dúvida, o que leva um empreendimento a ser ESG é o posicionamento da organização sobre o “E” e o “S”, ou seja: o “G”.

Ao se falar de um empreendimento que tenha no seu negócio a governança ambiental e social, significa que em todas as decisões da empresa os dois eixos estarão presentes. Isto remete o sistema de governança das empresas (sócios, acionistas, conselho de administração, etc.) a não aprovar apenas uma listagem de ações socioambientais que comporão os seus relatórios de sustentabilidade, mas a integrar ações socioambientais nas suas, inclusive aquelas com reflexos econômicos aparentemente negativos, mas que, com visão de médio e longo prazo, poderão resultar em grandes retornos econômicos. Este é o grande diferencial que o ESG traz e mais um grande desafio para as empresas de mineração. A Tabela 1 mostra alguns exemplos dessas mudanças de atitude por parte das empresas.

Tabela 1 – Abordagem ESG nas ações

Ações S ocioambientais e econômic as convencionais

Hec tares recuperados ambientalmente/número de ár vores plantadas

socioambientais das empresas

Ações socioambientais e econômic as com a abordagem ESG

Hec tares recuperados ambientalmente/ número de ár vores plantadas

Hec tares de vegetação que não foram suprimidos por decisão da empresa de relocação do seu projeto de mineração

Inter venção em Área de Preser vação Permanente – APP, justificada pela permissão legal dada pela sua condição de atividade de utilidade pública.

Escolha do local para disposição de rejeitos e estéril orientado pelo menor custo econômico.

Número de Empregos Diretos Gerados

Remodelamento do Planejamento da Lavra para não inter ferir em APP

Escolha do local para disposição de rejeitos e estéril orientado pelo menor impac to social e ambiental.

Percentual de trabalhadores locais capacitados e empregados pela empresa. Diversidade na composição do quadro funcional da empresa.

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+

RECURSOS HUMANOS

Infraestrutura criada para viabilizar o empreendimento

Infraestrutura criada para viabilizar o empreendimento que é compar tilhada com a comunidade (captação de água, melhoria de rodovias e por tos, etc.) e o surgimento de outras cadeias produtivas induzidas pelo compar tilhamento desta infraestrutura.

Programas sociais criados e mantidos pela empresa

Fonte: autor

Na inexistência de metas e indicadores, de critérios pré-estabelecidos, de práticas ESG, um grande número de empresas têm utilizado os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS – como métrica das suas ações ESG, o que é muito pertinente, considerando a sintonia e estreita relação entre eles.

Em de zembro de 2022, a As s o ci aç ão Brasileira de Normas Técnicas – ABNT lançou a primeira norma técnica para o ESG do Brasil e do Mundo: a Norma ABNT PR 2030, que estabelece um padrão de práticas recomendadas de ESG (Ambiental, Social e G overnança). De acordo com publicação no Portal da Mineração (IBRAM, dez. 2022), o gerente de Normalização Nacional da ABNT, Cláudio Guerreiro, falando sobre a ABNT PR 2030, afirma que “O objetivo é ajudar as organizações a entenderem em qual grau de maturidade da nossa jornada ESG elas estão. É importante para que cada empresa possa avaliar o que precisa fazer p ara que p os s a s e t ransfor m ar, avan ç ar na sua jornada. E, claro, isso alinhado aos compromissos internacionais, em particular com os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU”. Esta é uma fala que coaduna com a obser vação feita anteriormente de que as empresas, na prática, já vinham fazendo esta correlação. De qualquer forma, a iniciativa irá contribuir para

Programas sociais criados e planejados pela empresa para autossuficiência econômica presente e futura das comunidades.

direcionar as empresas para a incorporação do ESG nas suas práticas e permitir que elas, for m a lm e nte, s e apres entem c om o ESG para os seus stakeholders.

No Brasil, a relação dos ODS com os negócios está presente nas grandes empresas, inclusive as de mineração. De acordo com le vant amento re a lizado p ela Re de Brasi l Pacto Global com as companhias que fazem par te do ISE, Índice de Sustent abilidade Empres ar i a l d a B3, 83% de l a s p os s uem processos de integração dos ODS às suas est ratég ias, met as e resu lt ados. E ste fato traz um desafio e um incentivo para que também as pequenas e médias empresas de mineração assumam práticas ESG.

Importante salientar que, em meio a tantas siglas, que fundamentalmente reforçam o desenvolvimento sustentável -- expressão lançada em 1987 no Relatório Brundtland -- t a i s co m o os P r in cí p ios do E q u ado r (2003), o ESG (2004) e os ODS (2015), que ações de combate às mudanças climáticas e suas metas, amplamente discutidas nas COPs (C onferência das Partes), começam a se situar como agenda isolada, o que não tem sentido, uma vez que essas ações estão contempladas em todas as “siglas” citadas anteriormente, a exemplo do ODS 13 (Ação C ontra a Mudança Global do Clima). Assim, não se consegue, por exemplo, ser ESG sem que fique demonstrado que a empresa

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tem açõ es volt ad a s à s m et a s de des c arbonizaçao, definidas no Acordo de Paris, durante a C onferência das Partes (COP 21, 2015) e as que a sucederam, mas ter essas açõ es de des c arb onizaç ão n ão sig nif ic a necessariamente receber a chancela ESG, porque esta é mais abrangente.

Ressalte-se aqui que a transição energética para um mundo descarbonizado está int imamente rel acionad a à pro duç ão de metais, ou seja: à mineração de minerais metálicos, como apresentado na Figura 2,

o que concede ao setor grande importância, mas também uma maior responsabilidade.

Em síntese, o ESG passou a ser parte da estratégia das empresas para ter acesso a crédito, para o aumento da competitividade dos seus produtos no mercado nacional e internacional. Reproduzindo a fala de Larr y Fink, CEO do BlackRock, o maior fundo de investimentos do mundo, com US$ 10 trilhões em ativos sob sua gestão, a decisão s obre as apl i c a ç õ e s d o f u nd o p ass ar i am necessariamente pela avaliação dos padrões

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Figura 2. Impor tância dos minerais na transição energética. Fonte: McKinsey, 2020.

RECURSOS HUMANOS

ESG adotados pelas empresas. De acordo com Fink: “Não se trata de política. Não é uma agenda social ou ideológica. Não é justiça social. É o capitalismo, conduzido por relacionamentos mutuamente benéficos entre você e os funcionários, clientes, fornecedores e comunidades dos quais sua empresa depende para prosperar. Esse é o poder do capitalismo” (L arr y Fink, 2020).

E p or que ab ord ar o p ap el d a for maç ão de r e c ur s os h um a n os v o l t ados p a ra o ESG com o um imp or t ante pi l ar p ara que v er d adeira m en t e um em p r e en dim en t o de min eraç ão c umpra com os re qui sitos ambient ai s, s o ci ai s e de gover n an ç a?

C o m o j á exp lici t ado, o ESG é m a i s do que um a li s t a gem de açõ es s o ci ai s e ambient ai s de um a empres a, de c umpr imento com compromiss os ant icor r up ç ão e resp eito aos direitos hum an os. Em um a e mpre s a E S G t o d o s e s s e s a s p e c t o s t ê m q ue es t a r c l a ra m ent e dem o n s t rados de for m a integ rad a: n o proj eto té cnico, n a g es t ão admini s t rat i va e n a g es t ão co rp o ra t i va do em p r e en dim en t o min eir o. Em out ra s p a l av ra s, p ara “fazer ESG” é pre ci s o pr im eiro “p ens ar ESG”.

Di ante d a s ques tõ es p os t a s, a pr im eira p ergunt a que s e faz é: com o inf luen ci ar os re c urs os hum an os que atu am n a min eraç ão a “ p ens ar ESG” ? Um a res p os t a b a s t ante o bj et iva e ó bv i a à p ergunt a é a ins erç ão do ESG n a for m aç ão ac adêmic a dess es prof i ssion ai s, s ej a n o níve l té cnico ou s up e r i or. Ma s , p a r a o s prof i s s i on a i s d a e d uc aç ão, a c h av e d a r es p os t a p a ra at in g ir o o b j et i v o de le va r o es t ud a nt e a “p ens ar ESG” es t á n a for m a com o e le s erá ins er ido n os c ur r íc u los, o que n ão

é t ão simples. Paraf ra s e an do o p ens ador n or t e a m er ic a n o H. L. Men c k en: “Pa ra t o do pro blem a complexo exi s t e s empre um a s oluç ão simples, e legante e complet am e nte e r r a d a ” . Po d e - s e d i z e r a qu i qu e a simples ins erç ão de um a di s ciplin a ESG n os c ur r íc u los ac adêmicos n ão confer irá ao f uturo prof i ssion a l h abi lid ades e comp etên ci a s p ara o “p ens ar ESG” e a p ar t ir d aí “fazer ESG”, com o s erá di s c ut ido n a Par te II des te ar t igo.

O ut ra p ergunt a le va à s egund a prop ost a de ins erç ão de ESG n a for m aç ão dos p r o f i s sio n a i s d a min eraç ão: é p os sí v e l s er um a empres a ESG s em considerar os imp ac tos p ar t ic u l ares dos s eu s pro ces s os minerár ios s obre o meio ambiente e s obre as comunidades da sua região de inserção?

A resp ost a a est a p ergunt a é: não, não s erá p os síve l . Min erar n a reg i ão am azônic a, p or exemplo, t rará ao empre en dim ento des af ios diferentes d aque les lo c a lizados em si t u açõ es de in exi s t ên ci a de t er ra s in díg en a s e/ou t er r it ór ios qui lomb o l a s, m a s i n s e r i d o s n a M a t a At l â n t i c a , q u e , p or s u a ve z, diferem d aque les ins er idos n a reg i ão do cer rado ou c aat in ga, com p opu l açõ es com b així s sim os IDH. Ma s é n es t a diversid ade s o ci a l e ambient a l que es t ão ins er idos os n os s os re c urs os min erai s e é a es t a diversid ade que de vem s er aplic ados os pi l ares do ESG. Surge, assim, out ra prop os t a de e duc aç ão e cons cient izaç ão p er m an ente p ara o ESG, com fo co n os pro cess os min erár ios prat ic ados, n a s con diçõ es s o cio ambient ai s d a reg i ão de ins erç ão do proj eto min eiro e n a s de cis õ es d a organizaç ão s obre qu ai s açõ es s erão implem ent ad a s p ara minimizar s eu s

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imp ac t os n egat i vos e d ei xar u m le ga do p ositivo no s eu ter ritór io de atuação. Uma e d uc aç ão/co n s cien t izaç ão p er m a n en t e d a s açõ es ESG q ue s ão p rat ic ad a s p e l a e m p r e s a , s e u s r e s u l t a d o s e e v o l u ç õ e s , p er m e an do to dos os nívei s f un cion ai s e hierárquicos dos s eus col ab oradores. E st a s erá a o u t ra p r o p os t a, a s er det a l h ad a f uturam ente. ☐

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BRASIL. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. Painel Intergovernamental Sobre Mudanças do Clima. Disponível em: www.mcti.gov.br. Acesso em 01/05/2022.

EQUATOR PRINCIPLES FINANCIAL INSTITUTIONS. Equator Principles EP4, July 2020. Disponível em: https://equator-principles.com/. Acesso em 31/01/2023

H.L. MENCKEN. Prejudices: Second Series. Alfred A. Knopf, Ed. ISBN: 0341754412. New York, Out. 1918.

LARRY FINK. Letter to CEOs: A Fundamental Reshaping of Finance, 2020. Disp onível em: https://w w w.blackro ck.com/ americas-offshore/en/larr y-fink-ceo-letter. Acesso em 23/01/2023.

evolução do desenvolvimento sustentável na mineraç ão. IBR AM, 15 de de zembro de 2022. Disponível em: https://portaldaminerac ao.com.br/o-p or t a l/. Acess o em 15/12/2022.

TR ADIUS C ONSULTORIA. Webinar sobre a Norma ABNT 2030. Disponível no Youtube. Acesso em 11/12/2022.

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SWITZERL AND; INTERN ATI O N AL FINANCE CORPORATION. Who Cares Wins, C onference Report, Zurich, 25 August 2005.

UNITED NATIONS – DEPARTMENT OF ECONOMIC AND SO CIAL AFFAIRS

DISAB ILIT Y. Su s t ain a b le D e v e lopm ent Goals. 2030 Agenda, September 2015.

WO R L D C O M M I S S I O N O N E N V IR O NMENT AND D E VEL O PMENT –REPORT. Our C ommon Future. Oslo, 20 March 1987.

MCKINSEY. The role of critical minerals in clean energ y transition. IEA, May, 2020.

PORTAL DA MINERAÇÃO. ABNT lança 1ª Norma de ESG do Brasil e auxilia na

WEF-WORLD ECONOMIC FORUM. The Future Availability of Natural Resources: A New Paradigm for Global Resource Avai l abi lit y. World S cenar io S er ies, November 2014. Disponível em: http://www3. weforum.org. Acesso em: 02/05/2022.

(*) Engenheira de Minas, doutora em Tecnologia Mineral pela UFMG, membro do Conselho Consultivo de Brasil Mineral

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FILTROS

MONITOR SMART DIGITAL PARA EQUIPAMENTOS PESADOS

Empres a de di s t r i buiç ão de p e ç a s de rep osição para equipamentos p esados, o Grupo Hidrau Torque (GHT) desenvolveu o S enzit, um monitor smar t digit al para filtros de tratores e maquinários pesados, que substituirá os modelos analógicos de filtro de ar, além de permitir acesso à condição do componente a qualquer momento e qualquer lugar através de um aplicativo no smartphone.

O cliente receberá todos os dados precisos em tempo real e que o ajudarão a proteger e manter o equipamento em excelente funcionamento, com economia de tempo e dinheiro.

O m o ni t o r de f i l t ros dig i t a l S enzi t é r o b u s t o e i nt e li g e nt e , co m s i s t e m a q u e demonstra informaçõ es sobre o seu maquinário, e que permite ao cliente planejar o t emp o de in at i v id ade , ao con s t at a r o período que o equipamento está em operação, poupando dinheiro na manutenção adequada. Entre as características do Senzit estão o monitoramento do filtro com previsão de carga de poeira e vida útil individualizada para cada usuário; fornecimento de

estatísticas e localização da máquina através do GPS; Indicadores de LED para feedback de status fácil e intuitivo; Encaixe em portas com padrão industrial M10; Tamanho compacto para caber em pequenos espaços e livre de manutenção.

MANUSEIO DE MATERIAIS

BEUMER CELEBRA UM ANO DE AQUISIÇÃO DO GRUPO FAM

Desde que incor porou o Gr upo FAM, em maio de 2022, a Beumer Group ampliou significativamente sua presença nos setores de minerais e mineração, com planejamento, construção e conclusão de instalações e sistemas de chave na mão, para extrair, fornecer, carregar e armazenar minerais, matérias-primas e mercadorias.

Com sede em Magdeburg, o Grupo FAM fabrica instalações completas de tratamento e de manuseio de materiais a granel. Tudo começou com a construção de motores a vapor no início do século XIX e as inovações técnicas se mantém desde então. As primeiras escavadeiras de porta dupla para mineração de car vão, por exemplo, foram

82 BRASIL MINERAL - Nº 427 - MARÇO DE 2023 EQUIPAMENTOS & TECNOLOGIAS
Nova ferramenta Senzit, da GHT Equipamento para carregamento de navios

des envolvidas e constr uídas p ela empresa. De vido às circunstâncias p olíticas da Segunda Guerra Mundial, a Magdeburger Maschinenfabriken – como então se chamava a FAM – foi nacionalizada. Após a reunificação a lemã em 1990, a indúst r ia da engenharia mecânica passou por uma mudança estrutural drástica e em 1993 a FAM Förderanlagen Magdeburg foi privatizada, reiniciando assim suas atividades como fabricante e fornecedor de soluções personalizadas de tecnologia de transporte.

Hoje, em seu portfólio, estão máquinas de última geração para a extração de matérias-primas, o manuseio e o processamento de materiais a granel, com engenharia diferenciada de alto padrão. A FAM oferece consultoria, planejamento, desenvolvimento, construção, montagem e colocação em ser viço a partir de uma única fonte, assim como monitoramento da qualidade e manutenção. Ser viços que complementam as competências do Grupo B eumer no planejamento de instalações em toda a cadeia de valor, incluindo o ser viço pós-venda.

TECNOLOGIA

EPIROC ANUNCIA ACORDO PARA EXPLORAÇÃO LUNAR

Expandir a presença humana no espaço com a possibilidade de vida em outros corpos celestes é desejo de muitos. C om esse intuito, a Epiroc se junta com a ispace e a ispace Europe S.A. (subsidiária sediada em Luxemburgo) num acordo de longo prazo para o desenvolvimento de tecnologias e soluções comerciais na Lua a serem

aplic ad as a p ar t ir de 2024, o que inclui pesquisa e desenvolvimento de tecnologias para exploração lunar, transporte e entrega de cargas úteis à Lua, desenvolvimento de infraestruturas espaciais e um melhor entendimento do ambiente do satélite natural e de seus recursos disponíveis. Inicialmente, a ispace explorará a superfície lunar e coletará dados relevantes.

As p es quis as irão fo car o e cossistema Cislunar, que engloba a órbita da Terra até a órbita da Lua, incluindo todos os pontos i nt er m e d i á r i o s , c om o a órbit a t e r re s t re baixa, órbita geoestacionária e pontos de L agrange. Este sistema é fundamental para o desenvolvimento de futuras missões espaciais tripuladas e não tripuladas, bem como para a exploração e utilização de recursos espaciais, como a mineração de asteroides e a construção de infraestruturas espaciais, como estações de reabastecimento e habitats lunares.

A isp ace p ossui atu a lmente dois prog ram a s pr in cip ai s: o Lun ar E xplorat ion Program e o Lunar Data Platform. O primeiro visa o desenvolvimento de módulos de pouso e veículos de exploração lunar, in c luin do a mi s s ão Ha kut o-R , que t em

83 BRASIL MINERAL - Nº 427 - MARÇO DE 2023
Epiroc usará tecnologia para explorar dados lunares

EQUIPAMENTOS & TECNOLOGIAS

como objetivo demonstrar a capacidade de pouso e exploração na superfície lunar. O segundo programa, a Lunar Data Platform, busca criar uma plataforma que centralize e facilite o acesso a dados sobre a Lua, contribuindo para a pesquisa científica e impulsionando a economia lunar. A ispace busca constantemente inovar e colaborar com outras organizações e instituições do setor espacial para contribuir para um futuro sustentável no espaço.

He le n a He d b l o m, p r es ide n t e e CEO da Epiroc se mostra entusiasmada com o acordo que permitirá “desenvolver e fornecer tecnologia e soluções conjuntas para começar a explorar a superfície lunar com o objetivo final de apoiar e expandir a vida hum a n a de f or m a s u s t ent áv e l”. Ta k es hi Hakamada, fundador e CEO da ispace, Inc., informa que a ispace está liderando o ecossistema Cislunar para abrir novas oportunidades para governos e players da indústria – “nossa missão é desenvolver tecnologia e soluções no campo dos recursos espaciais de maneira sustentável e responsável para futuras missões lunares”.

KOMATSU MUDANÇAS NA LIDERANÇA

Guilherme Santos é o novo presidente & CEO da Komatsu Brasil International Ltda, liderando as divisões de Equipamentos de C onstrução e de Mineração da companhia n o Pa í s, co m a mi s s ão de ga ra nt ir um crescimento sustentável para os negócios. Ele vem substituir Daiju Funatsu, que re-

torna ao Japão após quatro anos à frente da companhia no Brasil e onde assumirá novas f unçõ es na Komatsu Ltd (KLTD). Santos é formado em Ciências C ontábeis, pós-graduado pela Fundação Dom Cabral e tem MBA pela Universidade de Tulane (EUA). Há 20 anos na companhia, ocupava desde 2018 o cargo de vice-presidente executivo da Divisão de Equipamentos de Mineração, desempenhando funções com segurança, conformidade ESG, processos e crescimento sustentável, na liderança de um time de 1,5 mil pessoas.

Luciano Rocha se mantém no cargo de v ice-presidente exe c ut ivo d a Div is ão de Equipamentos de C onstrução, respondendo diret amente a Santos, continuando o trabalho de fortalecimento da imagem da

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Guilherme Santos, novo presidente - CEO da Komatsu Brasil Ricardo Alexandre, diretor de Operações e Suporte ao Produto da Divisão de Mineração

marca Komatsu e da rede de distribuidores, além do desenvolvimento do portfólio de pro dutos que vem cont r ibuindo p ara os recordes de vendas alcançados nos últimos anos e a sustentabilidade dos negócios da Divisão.

Ricardo Alexandre, diretor de Operações e Suporte ao Produto da Divisão de Equipamentos de Mineração, agora assume como vice-presidente da Divisão de Equipamentos de Mineração, reportando também ao

novo presidente & CEO. Na nova posição, caberá a Ricardo reforçar o trabalho que vem sendo desenvolvido para assegurar o cres cimento sustentável, atendimento de excelência aos clientes e compromisso com a segurança.

A executiva S onia Fanhani permanece na função de vice-presidente de Finanças, C o n t r o l ado r i a e TI d a Ko m a ts u B ra si l Inter n at ion a l Ltd a, t amb ém rep or t an do diretamente a Santos.

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