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TERÇA-FEIRA, 29 DE JUNHO DE 2021
PAINEL DÍVIDA PÚBLICA FEDERAL SOBE 1,82% EM MAIO E VAI PARA R$ 5,17 TRILHÕES Depois de uma queda expressiva em abril, a Dívida Pública Federal (DPF) voltou a subir em maio. Segundo números divulgados ontem pelo Tesouro Nacional, a DPF passou de R$ 5,089 trilhões em abril para R$ 5,171 trilhões em maio, com alta de 1,61%. O Tesouro prevê que a DPF continuará subindo nos próximos meses. Segundo a nova versão do Plano Anual de Financiamento (PAF), apresentada no fim de maio, o estoque da DPF deve encerrar 2021 entre R$ 5,5 trilhões e R$ 5,8 trilhões. A dívida pública mobiliária (em títulos) interna (DPMFi) subiu 1,82%, passando de R$ 4,852 trilhões em abril para R$ 4,940 trilhões em maio. No mês passado, o Tesouro emitiu R$ 58,3 bilhões em títulos a mais do que emitiu. Também houve a apropriação de R$ 29,88 bilhões em juros. Por meio da apropriação de juros, o governo reconhece, mês a mês, a correção dos juros que incide sobre os títulos e incorpora o valor ao estoque da dívida pública. Em maio, o Tesouro emitiu R$ 156,8 bilhões, acima de R$ 150 bilhões pelo nono mês consecutivo. Os resgates somaram R$ 98,8 bilhões, impulsionados principalmente pela concentração de vencimentos de títulos vinculados à inflação. Esses vencimentos contribuíram para segurar temporariamente a alta da dívida pública. A dívida pública federal externa (DPFe) caiu 2,64%, passando de R$ 237 bilhões em abril para R$ 230,75 bilhões em maio. Além da queda de 3,17% do dólar no mês passado, houve o vencimento de R$ 567 milhões de títulos em dólar que circulavam no mercado internacional.
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VÍRUS SOLTO É CULPA DE QUEM NÃO CORRE ATRÁS DA SEGUNDA DOSE Estamos na fase dos cartazes de “procura-se” na esperança coletiva de liberdade com segurança. A economia está dando largos sinais de recuperação, mas muita gente que não tomou primeira dose não está usando máscara, uma exigência a ser mantida, pelo menos, até que toda população esteja imunizada e perdurem os controles contra a migração do vírus. A vacinação foi iniciada timidamente em janeiro e avançou muito sob após a 2ª onda ocorrida em março e abril. Mesmo mantendo reservas para a segunda e superada a fase de suspensão de recebimento de remessas, as autoridades sanitárias passaram a se dedicar à caçada aos que não voltaram aos postos após os 21 dias ou três meses (de acordo com a procedência do material) de intervalo para a validação do tratamento. O Brasil passou dos 70 milhões de beneficiados com a primeira dose contribuindo para evitar a antes assustadora falta de leitos hospitalares. Pre-
A DOSE ÚNICA A estatística agora terá de acrescentar mais um indicador esclarecedor. Além dos números de aplicações das doses um e dois, terão de ser considerados os números relativos à dose única. Apenas a vacina da Janssen já em uso por uma parte dos municípios fluminenses oferece este conforto. No sábado chegaram à região 9.597 doses, dupli-
dominam os casos graves, que poderiam ser reduzido com maior número de pessoas beneficiadas pela segunda dose, conservando a prática
das medidas sanitárias recomendadas responsavelmente pela ciência e pelos poderes públicos, com ampla divulgação orientadora imprensa.
cando a eficácia de cada atendimento. Mas, falar na dose única da Janssen, pode confundir quem recebeu a primeira dosagem fornecida pelos demais fabricantes. São cerca de 44 milhões de pessoas que estão circulando sem o uso da segunda dose. Quem tomou a dose de um fabricante não pode tomar outra de fabricante diferente.
CURVA DESCENDENTE
O mundo se assustou quando os primeiros países da Europa registraram a marca de mil mortes por dia. O Brasil escandalizou ao registrar mais de três mil, índice reduzido para “acima de dois mil” como média mensal, em maio, mas desde o dia 21 o indicador foi reduzido para se situar na faixa das 1.770 vidas perdidas por dia. Em Niterói, na semana passada, houve o alívio de nenhuma morte durante quatro dias, mas a situação se agravou no final de semana.
FUTURO DE RODRIGO
Consagrado pela qualidade do planejamento e gestão da sua administração, o ex-prefeito Rodrigo Neves, que completou 45 anos ontem e aproveitou para se vacinar, não está em campanha como possível candi-
dato a governador. Ele está esperando ser completada a pintura do quadro politico brasileiro Tem a tranquilidade de poder escolher a futura pretensão: governador, vice, senador ou deputado federal.
NATAL MAIS CONFIANTE
A Janssen se comprometeu a entregar, até dezembro, 38 milhões, que se somarão às três milhões doadas pelo governo dos EUA. Só com esta vacina, que agora entra no nosso mercado, será possível vacinar mais de 20% da população-alvo Brasil. Até aqui tínhamos aplicado a primeira dose apenas em 70 milhões, 33% da população. E apenas 12% havia recebido a segunda dose. O governo variou entre setembro e outubro o alcance da marca de toda população vacinada.
O GRANDE ENTRAVE
O quadro de Niterói e de Maricá poderia ser bem diferente se não houvessem sido obstaculizadas pelos governos estadual e federal as ações preventivas pretendidas no final de 2019. Eles haviam acertado oferecer R$ 90 milhões para construção do Hospital de Campanha de São Gonçalo, mas desconfiaram das nuvens negras do Governo Wilson Witzel e não fizeram o repasse. Rodrigo Neves e Fabiano Horta também haviam acertado a compra direta de 1 milhão de vacina (cada), mas na briga com os governadores, o presidente Bolsonaro centralizou tudo no Ministério da Saúde.
STF RECEBE NOTÍCIA-CRIME CONTRA BOLSONARO POR PREVARICAÇÃO
Randolfe Rodrigues, Jorge Kajuru e Fabiano Contarato querem investigação por suposto crime de prevaricação Os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Jorge Kajuru (PodemosGO) e Fabiano Contarato (Rede-ES) apresentaram ao Supremo Tribunal Federal (STF), ontem, uma notíciacrime onde pediram a investigação do presidente Jair Bolsonaro por suposto crime de prevaricação. A denúncia foi feita com base nos depoimentos dos irmãos Luis Miranda e Luis Ricardo Miranda à CPI da Covid, ocorrido na sexta-feira (25). Cabe ao Supremo decidir se pede à Procuradoria-Geral da República (PGR) ou à Polícia Federal (PF) para abrir uma investigação formal sobre o caso. À comissão, os irmãos Miranda relataram ter informado a Bolsonaro pressões sofridas pela liberação vacina Covaxin. Entretanto,as negociações foram travadas após Luis Ricardo perceber indícios de irregularidades nos documentos. De acordo com o servidor, Bolsonaro atribuiu as irregularidades ao líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR) e teria afirmado que iria acionar a Polícia Federal para investigar o caso. Barros nega ter cometido irregularidade.
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Senador já tinha relatado “medo” que Bolsonaro teria da CPI
A DENÚNCIA foi feita com base nos depoimentos dos irmãos Luis Miranda e Luis Ricardo Miranda à CPI da Covid, ocorrido na sexta-feira (15)
PRESIDENTE DIZ QUE ‘NÃO TEM COMO SABER O QUE ACONTECE NOS MINISTÉRIOS’ Em conversa com apoioadores no Palácio da Alvorada, em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro disse a apoiadores, ontem, que confia nos ministros e que não é possível saber de todos os detalhes que acontecem nos ministérios. Ele fez a declaração ao comentar a situação envolvendo o caso da compra da vacina Covaxin. “Eu recebo todo mundo. Ele que apresentou, eu nem sabia da questão, de como estava a Covaxin, porque são
22 ministérios. Só o ministério do Rogério Marinho [Desenvolvimento Regional], tem mais de 20 mil obras. Então, eu não tenho como saber o que acontece nos ministérios. Vou na confiança em cima de ministros e nada fizemos de errado”, declarou. A compra pelo governo federal de doses da vacina se tornou o principal tema da CPI da Covid nos últimos dias. Em depoimento à comissão, o servidor do Ministério da Saúde e ex-
chefe do setor de importação da pasta Luis Ricardo Miranda disse que identificou suspeitas de irregularidades na compra. Luis Ricardo Miranda, ex-chefe do setor de importação do Ministério da Saúde, disse em depoimento dado à CPI da Covid na sexta-feira (25) que se recusou a assinar um documento da compra da Covaxin, porque, segundo ele, havia suspeitas de irregularidades.
Em entrevista concedida à Rádio Jovem Pan no dia 15 de março deste ano, Kajuru já tinha falado que percebia um certo “medo” de Bolsonaro em relação ao surgimento da CPI da Covid. Embora, na ocasião, ele afirmasse acreditar na honestidade do presidente, ele questiona o motivo pelo qual ele não desejava a investigação. “O governo não é favorável à CPI. Eu não tenho como dizer qual é o medo, mas existe um medo. Então isso é a prova de que a CPI seria muito importante, feita sem revanchismo. Ela poderia descobrir muita coisa errada em relação à corrupção. Ela foi segurada porque há a certeza de que houve corrupção. Não por parte do presidente Bolsonaro, mas ele deve estar supreso. Essa CPI chegaria até onde ele não quer”, declarou o senador na ocasião”.
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IMPORTAÇÃO do imunizante fabricado na Índia vem sendo alvo de denúncias