PONTOS E HISTÓRIAS: Renda Renascença e Mulheres Rendeiras

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história de rendeira Sebastiana Jesuína Barbosa é de Zabelê, na Paraíba. Tem 66 anos. Mãe de quatro filhos, estudou até a primeira série do Ensino Fundamental. “Mesmo sem ter vontade”, conta. Começou a fazer renda aos dez anos. Ficava observando a mãe tecer na sala, pegava escondido os fiapos de pano e ia para o quarto tecer. A mãe brigava com ela, porque tinha medo que ela estragasse a linha. “Eu era curiosa, toda vida gostei de ser curiosa, ainda hoje sou. Pegava as tiras de pano, cortava, dobrava bem dobradinho, alinhavava no papel e fazia os desenhos”, recorda. Sua mãe pagou uma vizinha para ensinar a Renascença para ela e a irmã mais velha. Antes de trabalhar na Renascença, Sebastiana colhia algodão na roça. Mas, foi com a renda que se encontrou. Faz de tudo: desde desenho, até o arremate final e a lavagem. É uma pessoa muito ativa na comunidade. Faz parte da Associação da Cultura de Zabelê, da Associação de Rendeiras de Zabelê da Paz e participa do Reisado. Juntamente com outras rendeiras da associação, já viajou para São Paulo e levou a Renascença para lá. Até hoje, aos 66 anos, trabalha muito. Faz renda em casa e também lidera um grupo de rendeiras. Acredita que a renda hoje tem mais condições de ser vendida do que antigamente, porque “pode vender em todo canto”.


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