Catálogo Arte Pará 2004

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23a Edição A Consagração Moderna: Construção da Forma (Anos 50/60) Museu do Estado do Pará Galeria da Residência

Fundação Romulo Maiorana Belém-PA Outubro 2004


Há anos o trabalho da Fundação Romulo Maiorana deixou de ser somente montar exposições de arte. Mais do que isso, vem se constituindo em um processo contínuo e no pensamento constante na nossa função de educar a partir da arte. Não estamos sozinhos nessa empreitada. Ao longo da nossa história, temos encontrado parceiros importantes que ajudam a construir os caminhos para que possamos fazer da arte uma forma de compreensão da nossa realidade. São pesquisadores, críticos, artistas, instituições e empresas que acreditam nesse trabalho. É com alegria que apresentamos a exposição deste ano, que completa um ciclo de três anos de pesquisa em torno de um dos períodos mais ricos da produção brasileira, o modernismo, e traz ao público paraense trinta obras de artistas fundamentais da nossa história, dentro da curadoria “A Consagração Moderna: Construção da Forma (Anos 50/60)”, mais uma vez assinada por Marcus Lontra. Agradecemos ao Museu de Arte Contemporânea de Niterói, responsável pela Coleção João Sattamini, que nos cedeu as obras para esta exposição. Sabemos que a Coleção Sattamini é um dos acervos mais significativos que temos hoje no Brasil quanto se trata da arte brasileira produzida entre os anos 50 e 90 e do trabalho que significa fazer com que essas peças viajem pelo Brasil. Também agradecemos àqueles que, mais do que parceiros, já se tornaram amigos, e que vêm contribuindo para a realização dos nossos projetos: Companhia Vale do Rio Doce, Supermercados e Supercenter Nazaré, Rede Celpa e Unimed Belém. Este salão é dedicado ao nosso querido amigo Benedicto Mello, que ajudou a fazer a história das artes plásticas neste Estado e cujo amor pela pintura o levou ao extremo. Ficam as saudades.

Lucidéa Maiorana. Presidente

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A Fundação Romulo Maiorana chega ao seu 23º Salão Arte Pará atendendo ao seu público com o desenvolvimento de um serviço cultural e educacional importante ao nosso Estado. Sua função e seu objetivo foram esses desde o início, mas sentimos que tomamos força e consciência para finalmente chamar o salão de “Projeto Arte Pará”. Não pelos seus anos ininterruptos de realização, mas sim pelas respostas que recebemos e conquistas que tivemos ao longo desses anos. Pensamento e a intenção de avançar são o que traduz o trabalho que temos para que o salão aconteça. Hoje temos mais um projeto de arte e educação do que um salão. O Arte Pará olha, pesquisa e vai atrás do passado para poder contar histórias e ensinar através da plástica. Assim é que viajamos com Marcus Lontra na curadoria que continua o olhar sobre o modernismo nas décadas de 50 e 60. Também olha para dentro e investiga o interior do Pará com a curadoria de Emanuel Franco, descobrindo artistas até então desconhecidos, num projeto consciente e responsável. A fundação trabalha com idéias, projetos que podem ou não dar certo. Essa é a realidade de uma instituição que lida com arte, que inspira e provoca sentimentos reais ou imaginários. Ao ter a idéia de pesquisar o interior do Estado, o desconhecido autor e o seu sentimento, confiou esse trabalho ao incansável Emanuel Franco que, a cada cidade onde ia, com seu jeito entusiasmado, leve e investigativo de alma, conseguiu realizar um trabalho maravilhoso de curador e antropólogo. Este Arte Pará é dedicado a você, Emanuel, que aceitou mais um desafio de uma fundação que planeja, acredita e transforma um sonho em realidade. Obrigada.

Roberta Maiorana

Diretora Fundação Romulo Maiorana

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Todos os anos transformo este texto, quem sabe exatamente o mesmo, em outras palavras, imagens, metáforas para dizer o que todos devem dizer, ou deveriam. O Arte Pará é a vitória da sensibilidade contra o descaso, do bem fazer contra a inércia, da inteligência contra o obscurantismo. Sem nenhum favor. Herança do pai, Romulo, estimulada pela mãe, Déa, a Roberta vem dirigindo a fundação com toda competência e além: paixão sem limite. O Arte Pará é fruto, talvez o mais doce, da permanente missão de fecundar a Terra com a semente da própria Terra, sem descurar o necessário choque “genético” de outros tempos e lugares, mas tendo sempre o Pará e os seus artistas como objetivo cultural maior, agora e sempre. Abre-se o salão, outra vez com engenho e arte, avalizado pelo ofício dos seus abnegados guardiões, as bênçãos de Nazaré e aprovação dos homens de boa vontade. Assim seja louvado, para sempre seja louvado.

Paulo Chaves Fernandes

Secretário executivo de Cultura

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Sumário Comissão de Seleção 8 Comissão de Premiação 8

Museu do Estado do Pará Artes Plásticas

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A Consagração Moderna: Construção da Forma (Anos 50/60) 9 Um olhar sobre a história 10 Amilcar de Castro 12 Athos Bulcão 14 Celso Renato de Lima 16 Dionísio Del Santo 18 Eduardo Sued 20 Arcangelo Ianelli 22 Ione Saldanha 24 Joaquim Tenreiro 26 Lygia Clark 28 Lothar Charoux 30 Milton Dacosta 32 Abraham Palatnik 34 Farnese de Andrade 36 Flavio-Shiró 38 Samson Flexor 40 Tomie Ohtake 42 Iberê Camargo 44 Ivan Serpa 46 Frans Krajcberg 48 Wega Nery 50 Rubem Ludolf 52 Rubem Valentim 54 Construção do Imaginário Ribeirinho Rio afora, leito adentro 57 Edgar Santana Garça 58 Dídimo Ferreira 58 Lúcio Alves Chagas 59

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Edgar Santana Garça Jr. 59 Ismael Ferreira dos Santos (In memorian) 60 Anastácio dos Santos Dias 62 Amadeu Gonçalves de Sá 62 Rui Valente 63 Francisco de Paulo Maués Paes 63 Raimundo Rodrigues dos Santos 64 Elias Corrêa do Mar 65 Ronaldo Guedes 65 Jackson Rodrigues Gibson 66 Manuel Raimundo Sozinho Miranda 66 Osvaldo Leonel da Silva 67 Edson Nonato Amora de Melo 67

Mostra Competitiva

Artes Plásticas Grande Prêmio 70 Segundo Prêmio 71 Prêmios Aquisição 72 Selecionados 74

Galeria da Residência

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Mostra Competitiva Fotografia A fotografia no gerúndio da contemporaneidade 85 Grande Prêmio 87 Segundo Prêmio 88 Prêmios Aquisição 89 Selecionados 92

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Endereços 108 Fichas técnicas 110 Agradecimentos 111 Patrocinadores 112 Apoios 112

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Comissão de Seleção O curador Tadeu Chiarelli, o artista plástico Miguel Rio Branco, a pesquisadora em arte Mariza Mokarzel, o arquiteto e pesquisador Cristovão Duarte e o curador Marcus Lontra.

Comissão de Premiação Cristovão Duarte, Mariza Mokarzel e Marcus Lontra

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Detalhe da Obra de Celso Renato de Lima

Museu do Estado do Pará Artes Plásticas

A Consagração Moderna: Construção da Forma (Anos 50/60) Curadoria de Marcus de Lontra Costa

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Um olhar sobre a história A mostra “A Consagração Moderna: Construção da Forma - Anos 50/60” reúne uma seleção de obras-primas de uma das mais importantes coleções de arte brasileira, a coleção João Sattamini, que se encontra sob a guarda e a responsabilidade do Museu de Arte Contemporânea de Niterói. Segundo os princípios estabelecidos pela curadoria de se fazer, em Belém, um levantamento expressivo de vários momentos do modernismo, desta vez o público terá acesso a pinturas e esculturas que dialogam com a produção e o pensamento estético de um dos mais ricos períodos da história da arte no mundo e, em especial, no Brasil. O modernismo que se inicia no princípio do século, com o advento do cubismo, e se desenvolve nos anos seguintes como estratégia de ação de um mundo em processo crescente de industrialização, cria novos desafios para o objeto de arte. O modernismo responde a essa nova e crescente realidade com a valorização dos elementos fundadores da obra, em busca da Verdade como estratégia de valorização da Forma e apostando na Utopia como justificativa teórica para se preparar a Arte para um futuro mais justo e mais democrático. Ao mesmo tempo, artistas inquietos estabeleciam uma espécie de articulação inteligente sobre a função e o papel da arte nos tempos modernos, criando desafios e provocando a inteligência e a sensibilidade ainda comprometidas com certos princípios que caracterizam a arte do século XIX. Os movimentos estéticos de caráter abstrato que se afirmaram na década de 20 cedem lugar a algumas manifestações passadistas em função do advento dos movimentos totalitários de direita que acabaram por provocar a eclosão da 2ª Guerra Mundial. Os anos 50 marcam, portanto, a retomada da inteligência, dos caminhos originais que o modernismo se propõe a perseguir: é nesse momento em que a ação modernista se organiza e os movimentos estéticos buscam a sua consagração.

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No Brasil, os anos 50 marcam a presença dos dois maiores líderes políticos que o Brasil produziu. Na primeira metade da década, o totalitário ditador Vargas retorna ao poder e se afirma como o homem de seu tempo, comprometido com o presente, adotando políticas nacionalistas de forte impacto na economia e na sociedade brasileira. Na última metade da década, surge Juscelino Kubitschek, que lança as bases de um país “condenado ao moderno”. O seu governo, marcado pela audácia, arrojo e dinamismo, se define pela filosofia moderna e Brasília se transforma na jóia maior do movimento modernista em sua escala monumental e apoteótica. É a época dos movimentos concretistas e neoconcretistas, da bossa nova, do cinema novo e de tantas manifestações artísticas que ainda hoje marcam a cena brasileira. Os movimentos abstratos de caráter geométrico ou informal marcaram esse momento de consagração da forma. De um lado, a identificação da geometria como projeto, como construção, como metáfora de um país a ser formado; de outro, a vocação expressionista, a diferença, a tensão do homem diante do mundo, diante da desigualdade social e da luxúria da paisagem. Aqui, na nossa terra, nesse país enorme e assustador que nos amedronta e fascina, a arte há de ser assim, projeto e desafio, construção e conservação. A arte dos anos 50 e dos primeiros anos da década de 60 dedicou-se a estabelecer uma síntese entre o espírito internacional e a realidade nacional: as obras que surgem nesse período são, antes de tudo, agentes de uma batalha, ícones de uma luta ainda a ser vencida. Trazê-las a Belém, portal da Amazônia, assume a metáfora sensível de trazer a criatura ao seu berço. Muito mais do que pinturas e esculturas de grande valor, elas são ícones de nossa nacionalidade, objetos regidos pelam coragem e pela ousadia, retratos do que temos de melhor, fluidos perfumados e eternos de nossa presença nessa terra, nesse canto, ou recanto, onde nos irmanamos e identificamos as mesmas experiências, os mesmos valores.

Marcus de Lontra Costa

Rio de Janeiro, setembro de 2004.

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Amilcar de Castro

Paraisópolis - MG, 1920 / Belo Horizonte - MG, 2002 Escultor, gravador, desenhista, diagramador, cenógrafo e professor. Foi aluno de Guignard e Franz Weissmann. Começou a carreira trabalhando com o desenho, mas logo partiu para o tridimensional. Foi um dos artistas que assinaram o Manifesto Neoconcreto em 1959. Foi professor de composição e escultura da Escola Guignard e lecionou na Faculdade de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais até o início da década de 90, quando passou a se dedicar somente à produção artística. Em suas últimas esculturas, deixa as figuras geométricas regulares que caracterizaram um período de sua produção. Suas obras dialogam com a paisagem, num exemplo de geometria mais humana.

S/título, s/data, ferro, 81,5 x 80 x 41 cm Coleção Sattamini/MAC-Niterói

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Athos Bulcão

Rio de Janeiro - RJ, 1918 Deixou a medicina para se dedicar à pintura. Fez parte do Grupo Dissidente, formado por jovens artistas que se recusavam a fazer parte da Escola de Belas Artes. Fez sua primeira individual a convite de Oscar Niemeyer e estagiou no ateliê de Cândido Portinari. Trabalhou com artes gráficas e, durante toda a carreira, trabalhou em parceria com vários arquitetos, deixando suas obras em alguns dos principais edifícios modernos brasileiros. Em seus azulejos, destacam-se a modulação e o grafismo criados com habilidade a partir das formas geométricas. Sua obra se notabiliza pelo equilíbrio na relação entre arte e arquitetura, trabalhando com as peculiaridades oferecidas pelo espaço projetado, assim como com as relações desse espaço com a paisagem e com a natureza.

Máscara , 1981 acrílica, durepox, aglomerado e caixa de madeira 41,5 x 39,7 x 7,5 cm Coleção Sattamini/MAC-Niterói

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Celso Renato de Lima

Rio de Janeiro - RJ, 1919 / Belo Horizonte - MG, 1992 Celso aprendeu a pintar com o pai, Renato Augusto de Lima. Trabalhou por vinte anos como advogado, mantendo as artes plásticas como atividade paralela. Tem importante papel na arte mineira de meados dos anos 70 até sua morte. É considerado, junto a Amilcar de Castro, um dos mais singulares artistas em diálogo com a tradição construtiva em Minas Gerais. O início da sua produção, nos primeiros anos da década de 60, é marcado pela influência da abstração informal. Mas são especialmente as pinturas abstrato-geométricas realizadas em pranchas de concretagem, tapumes e tábuas velhas de construção que inscreveram o nome de Celso Renato no panorama da arte brasileira.

Sem título, déc.80 óleo sobre tela 71,5 x 91,5 x 4cm Coleção Sattamini/MAC-Niterói

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Dionísio Del Santo

Colatina - ES, 1925 / Vitória - ES, 1999 Pintor, desenhista, gravador e serigrafista autodidata, foi premiado pela Associação Paulista de Críticos de Arte como o autor da melhor exposição de gravura de 1975. Entre as exposições que participou, destacam-se a 9ª Bienal Internacional de São Paulo (1967), onde ganhou prêmio aquisição, o Salão Nacional de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1968), com prêmio Isenção do Júri, Projeto Construtivo na Arte, no MAM/RJ (1977), e Tradição e Ruptura: Síntese de Arte e Cultura Brasileiras, na Fundação Bienal de São Paulo (1984/1985). Sobre as obras de Del Santo, o crítico Walter Zanini diz: “Quase à maneira de um puzzle, ele arma mundos fantasiosos valendo-se de formas geométricas distribuídas com precisão no espaço. Fundem-se a elas equilibradas dosagens de cor contrastante”.

Linear cubo (vibrações em P&B), 1976 óleo sobre cordão e tela calada em madeira 78 x 78 x 4 cm Coleção Sattamini/MAC-Niterói

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Eduardo Sued

Rio de Janeiro - RJ, 1925 Pintor, desenhista, ilustrador e gravador. Formou-se em engenharia em 1948. Estudou desenho e pintura com Henrique Boese e trabalhou como desenhista no escritório do arquiteto Oscar Niemeyer. No início dos anos 50, viaja a Paris, onde entra em contato com as obras de Picasso, Miró, Matisse e Braque. De volta ao Rio de Janeiro, estuda gravura com Iberê Camargo. Desvinculado de movimentos, permanece alheio aos debates entre concretos e neoconcretos nos anos 50 e às discussões sobre a nova figuração na década seguinte, atuando isoladamente. Sua carreira artística tem uma breve etapa figurativa, mas logo se encaminha para a abstração geométrica. Nos anos 70, conquista um domínio da linguagem construtivista, desenvolvendo sua obra a partir da reflexão acerca de Piet Mondrian e da Escola Bauhaus.

Sem título, 1986 óleo sobre tela 200 x 105 x 4 cm Coleção Sattamini/MAC-Niterói

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Arcangelo Ianelli

São Paulo - SP, 1922 Ianelli iniciou no desenho como autodidata. Depois estudou perspectiva na Associação Paulista de Belas Artes e pintura com Colette Pujol. Ainda na década de 40, freqüentou o ateliê de Waldemar da Costa ao lado de Charoux, Fiaminghi e Maria Leontina. Na década de 50, fez parte do Grupo Guanabara, com Manabu Mabe. Participou de importantes exposições no Brasil e no exterior, como o Salão Nacional de Arte Moderna (1951) e o Prêmio Leirner de Arte Contemporânea. Realizou individuais no Peru, Itália, Alemanha, França, Estados Unidos e Equador. Nos anos 60, voltou-se para a pintura abstrata. Na opinião do crítico Frederico Morais, “a pintura de Ianelli não se entrega, nunca, num primeiro contato. Exige contemplação demorada, quase amorosa, a fim de que aquilo que está no fundo (da tela, do ser) venha ao primeiro plano, deixando no espectador uma sensação de calma e de bem-estar espiritual.”

Grafismo em branco nº 2, 1969 óleo sobre tela 242,5 x 172 x 4,5 cm Coleção Sattamini/MAC-Niterói

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Ione Saldanha

Alegrete - RS, 1919 / Rio de Janeiro - RJ, 2001 Pintora e escultora. Começa seus estudos no ateliê de Pedro Luís Corrêa de Araújo, no Rio de Janeiro, em 1948, e continua seu aprendizado em Paris e Florença. De volta ao Brasil, participa, com destaque de exposições importantes, como a divisão moderna do Salão Nacional de Belas Artes e a Bienal Internacional de São Paulo. A partir de 1968, adota suportes diversos, como ripas, bambus e bobinas de madeira para cabos elétricos. Mesmo se mantendo à margem do movimento neoconcretista, Ione se aproxima dessa experiência criativa. Ao longo dos anos 60, sua pintura se desloca da tela para os objetos. Suas fachadas se transformam em ripas soltas no espaço. Considerada pelos críticos como uma das grandes coloristas da arte brasileira, Ione integra a liberdade de suas cores à paisagem do dia-a-dia.

Sem título, sem data acrílica sobre bambu 165 x 17 Æ cm Coleção Sattamini/MAC-Niterói Sem título, sem data acrílica sobre bambu 120 x 14,5 Æcm Coleção Sattamini/MAC-Niterói

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Joaquim Tenreiro

Melo - Portugal, 1906 / Itapira - SP, 1992 Pintor, escultor e designer. Chega ao Brasil aos dois anos de idade, quando sua família fixa residência em Niterói, Rio de Janeiro. Retorna várias vezes a Portugal, onde tem as primeiras aulas de pintura, e volta definitivamente ao Brasil em 1928. Filho e neto de marceneiros, aprende a trabalhar com a madeira ainda na infância e se torna projetista de móveis. Trabalha para lojas importantes e ganha destaque como designer especialmente a partir de uma parceria com o arquiteto Oscar Niemeyer. Em meados dos anos 40, inaugura sua própria loja, que se transforma numa das galerias de arte pioneiras do país: a primeira a expor Volpi e promover Oswaldo Goeldi, Portinari, Bonadei, Bruno Giorgi, Ivan Serpa e Lívio Abramo, entre outros. Participou, na década de 30, do Núcleo Bernadelli, ao lado de pintores como José Pancetti e Milton Dacosta. No final da década de 60, passou a se dedicar principalmente à escultura, com uma produção que alia as características modernas do despojamento e simplicidade ao uso de materiais brasileiros.

Jacarandá - óleo vermelho, 1975 madeira, 73,5 x 77 x 10,5 cm Coleção Sattamini/MAC-Niterói

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Lygia Clark

Belo Horizonte - MG, 1920 / Rio de Janeiro - RJ, 1988 Pintora e escultora. No final na década de 40, chega ao Rio de Janeiro, onde estuda com Burle Marx. Entre 1950 e 1952, vive em Paris, onde estuda com Fernand Léger, Arpad Szenes e Isaac Dobrinsky. De volta ao Brasil, integra o Grupo Frente, liderado por Ivan Serpa e formado ainda por Hélio Oiticica, Lygia Pape, Aluísio Carvão, Décio Vieira e Franz Weissmann, entre outros. É uma das fundadoras do Grupo Neoconcreto. Passa, gradativamente, da pintura aos objetos tridimensionais, com trabalhos como a série Bichos, de 1968, à exploração sensorial e para a chamada body art, em trabalhos como A Casa é o Corpo, do mesmo ano. Para a pesquisadora de arte Maria Alice Milliet, Lygia Clark é, entre os artistas vinculados ao concretismo, a que melhor compreende as relações espaciais do plano. Sua poética caminha no sentido da não-representação e da superação do suporte.

Superfície modulada nº 5, sem data duco sobre madeira 116 x 72 x 1 cm Coleção Sattamini/MAC-Niterói

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Lothar Charoux

Viena - Áustria, 1912 / São Paulo - SP, 1987 Pintor, desenhista e professor. Chega ao Brasil em 1928, fixando-se em São Paulo, depois de ter iniciado seus estudos artísticos com o tio escultor Siegfried Charoux, ainda na Áustria. Na década de 30, passa pelo Liceu de Artes e Ofícios e torna-se aluno de Waldemar da Costa na década seguinte. Posteriormente, torna-se professor de desenho no mesmo liceu e no Senai. É um dos fundadores do Grupo Ruptura, ao lado de Waldemar Cordeiro, Geraldo de Barros e Anatol Wladyslaw, entre outros. Em 1963, participa da criação de outro grupo, a Associação de Artes Visuais NT - Novas Tendências, ao lado de Fiaminghi e Luiz Sacilotto. Eleito melhor desenhista em 1972 pela Associação Paulista de Críticos de Arte, Charoux é considerado um artista absolutamente fiel às questões formais lançadas pelo movimento concretista nos anos 50.

Sem título, s/data acrílica sobre tela 102 x 37 x 3,5 cm Coleção Sattamini/MAC-Niterói

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Milton Dacosta

Niterói - RJ, 1915 / Rio de Janeiro - RJ, 1988 Pintor, desenhista, gravador e ilustrador. Inicia estudos de desenho e pintura em 1929 com o alemão August Hantv. Depois do fechamento da Escola Nacional de Belas Artes por conta da Revolução de 30, Dacosta, Edson Motta, Bustamante Sá e Ado Malagoli, entre outros, criam o Núcleo Bernardelli. Com o prêmio de viagem ao exterior ganho no Salão Nacional de Belas Artes de 1944, viaja a Nova Iorque, onde estuda na Artist’s League of America. Depois segue para Lisboa e, após passar por vários países, fixa-se em Paris para estudar na Académie de La Grande Chaumière. É onde conhece Picasso e freqüenta os ateliês de Georges Braque e Georges Rouault. Volta ao Brasil em 1947 e nos anos seguintes desenvolve uma obra de cunho construtivista, até voltar ao figurativo com a série de gravuras coloridas em metal “Vênus”, nos anos 60, que trouxeram notoriedade à sua obra.

Encontro I, 1961 óleo sobre tela 87 x 107 x 5 cm Coleção Sattamini/MAC-Niterói

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Abraham Palatnik Natal - RN, 1928

Pintor, desenhista e também considerado como um dos pioneiros da arte cinética no mundo. Filho de judeus russos, passou a infância e a juventude em Tel Aviv, Israel, onde estudou mecânica na Escola Técnica Montefiori e também freqüentou os ateliês do pintor Haaron Avni e do escultor Sternshus e foi aluno de estética de Shor. Também estudou no Instituto Municipal de Arte de Tel Aviv antes de voltar ao Brasil, em 1948. Nesse período, conhece o trabalho de arte desenvolvido pela doutora Nise da Silveira no Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, contato que, junto às discussões conceituais com o crítico Mário Pedrosa, fundamentam a ruptura que viria a imprimir em sua obra. Em 1949, inicia estudos no campo da luz e do movimento e, dois anos depois, expõe seu primeiro aparelho cinecromático na 1ª Bienal Internacional de São Paulo. É recusado pelo júri nacional por não se enquadrar em nenhuma categoria, mas recebe menção honrosa do júri internacional. Integrou o Grupo Frente, aproximando-se da poética visual dos concretos e neoconcretos. O rigor matemático é uma constante em sua produção, atuando como importante recurso de ordenação do espaço. Suas obras integram coleções particulares e de importantes museus europeus e norte-americanos.

Sem título, 1965 construção em madeira laminada 132 x 121 x 2 cm Coleção Sattamini/MAC-Niterói

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Farnese de Andrade

Araguari - MG, 1926 / Rio de Janeiro - RJ, 1996 Estuda desenho com Guignard na Escola do Parque antes de mudar-se para o Rio de Janeiro em 1848 para tratar uma tuberculose pulmonar. Até 1960, trabalha como ilustrador para diversas revistas e jornais, como o Suplemento Literário do Diário de Notícias, Correio da Manhã, O Cruzeiro e Manchete. Em 1959, passa a freqüentar o Ateliê de Gravura do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, onde estuda as técnicas da gravura em metal com Johnny Friedlaender. Em 1964, começa a criar obras com materiais descartados, coletados nas praias e nos aterros. Daí saem as matrizes para suas gravuras abstratas, com formas regulares e cores fortes. Aos poucos, também incorpora peças adquiridas em antiquários e depósitos de materiais usados, assim como fotografias antigas e resina de poliéster. Seus temas mais constantes são relacionados à noção de vida, fecundação, germinação, nascimento e morte, indicada pela fragmentação dos corpos.

Barriga, coração, memórias, 1976/82 madeira (gamela), foto resinada, ex-voto 85 x 58 x 35 cm Coleção Sattamini/MAC-Niterói

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Flavio-Shiró

Sapporo - Japão, 1928 Pintor, gravador, desenhista e cenógrafo. Chega ao Brasil em 1932 e fixa-se com a família na colônia japonesa de Tomé-Açu (PA). Já em São Paulo, na década de 40, estuda na Escola Profissional Getúlio Vargas, onde torna-se amigo de Octávio Araújo, Marcelo Grassmann e Luiz Sacilotto. Nessa época, freqüenta o Grupo Santa Helena, onde conhece Volpi, Francisco Rebolo, Mario Zanini e Manoel Martins. Depois, integra o Grupo Seibi e o Grupo 15. Com bolsa de estudos, viaja a Paris, onde permanece de 1953 a 1983. Na volta ao Brasil, participa do Grupo Austral (Movimento Phases) de São Paulo. Para o crítico Georges Boudaille, Flavio-Shiró “atinge por um estilo que se poderia qualificar de realismo lírico não figurativo. Não é a paisagem que se encontra nas raízes de cada uma das suas composições, mas a lembrança global da natureza brasileira, com sua vegetação, sua fauna e sempre uma presença humana consciente de sua impotência diante dos fenômenos da vida, mas espectadora vigilante, pronta a lhe interpretar o valor sugestivo, simbólico e poético.”

Hiver, 1965 óleo sobre tela 192 x 112 x 5 cm Coleção Sattamini/MAC-Niterói

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Samson Flexor

Romênia, 1907 / São Paulo - SP, 1971 Pintor, desenhista, muralista e professor, Flexor estudou pintura na Académie Royale des Beaux-Arts, na Bélgica, para onde mudou-se em 1922. Dois anos depois, segue para Paris, onde estudou, entre outros, com Lucien Simon. Foi lá onde fez sua primeira individual na Galeria Campagne Première, aos 20 anos. Judeu convertido ao catolicismo em 1933, Flexor passa a executar, depois disso, pinturas murais de temática religiosa. A participação na resistência à ocupação nazista o obrigou a deixar Paris em 1940, período em que suas pinturas tornam-se sombrias e em que inicia estudos expressionistas e cubistas sobre a Paixão de Cristo. Em 1948, muda-se definitivamente para o Brasil, fixando-se em São Paulo. O artista foi um dos introdutores do abstracionismo no Brasil. Sua obra é variada e independente, indo da figuração cubista à abstração geométrica, sem deixar de lado a pintura de temática religiosa e os retratos.

Geométrico, 1957 óleo sobre tela 133 x 100 x 3 cm Coleção Sattamini/MAC-Niterói

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Tomie Ohtake

Kyoto - Japão, 1913 Chegou ao Brasil em 1936 e naturalizou-se brasileira em 1967. Iniciou-se nas artes plásticas na década de 50 e, nos anos seguintes, participou de diversas bienais e salões, sendo premiada na maioria deles. Participou das bienais de Veneza, Tóquio e Kyoto, Havana e Cuenca. Suas obras integram acervos de importantes museus no Brasil e exterior, como o Museu de Arte de São Paulo, Museu Nacional de Belas Artes, e as coleções The National Museum of the Women in the Arts e Art Museum of the Americas, ambas em Washington DC. A pintura tem sido sua expressão mais constante, mas a artista também vem trabalhando com gravura, painéis murais, cenografias e escultura. Com uma obra de caráter abstrato calcada no interesse pela geometria, mas com a suavidade da mão livre, Tomie fez da cor um veículo essencial para seu discurso poético.

Pintura , 1963 óleo sobre tela 137,2 x 87,2 x 4 cm Coleção Sattamini/MAC-Niterói

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Iberê Camargo

Restinga Seca - RS, 1914 / Porto Alegre - RS, 1994 Pintor, gravador e desenhista, começou a estudar pintura ainda no Sul, onde freqüentou o Instituto de Belas Artes de Porto Alegre. Em 1942, muda-se para o Rio de Janeiro, onde freqüenta a Escola Nacional de Belas Artes e, decepcionado, acaba abandonando o curso para estudar com Guignard, fundando em seguida o Grupo Guignard. Sempre combativo, organizou, com Djanira e Milton Dacosta, o Salão Preto e Branco e o Salão Miniatura, os dois em protesto às altas taxas de importação de material artístico. Para Pierre Courthion, Iberê Camargo sabe que em arte as melhores realizações ultrapassam o raciocínio dedutivo e diz: “Camargo sempre virou as costas para a arte oficial e toda tentativa nesse sentido morreu em embrião (...) sua pintura é virulenta, às vezes mesmo vulcânica, como uma lava cuja torrente chega até nós.”

Estrutura de Carretéis I, 1963 óleo sobre tela 64,3 x 102,5 x 3 cm Coleção Sattamini/MAC-Niterói

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Ivan Serpa

Rio de Janeiro - RJ, 1923 / Rio de Janeiro - RJ, 1973 Pintor, gravador e desenhista, Ivan Serpa foi o líder do Grupo Frente, que reuniu Franz Weissmann, Lygia Clark, Aluísio Carvão, Hélio Oiticica, Décio Vieira e Lygia Pape entre 1954 e 1956. Desde o final dos anos 40, dedicou-se não só ao fazer, mas ao ensino da arte. Fez parte da equipe de educação do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, onde tornou-se, segundo o crítico Reynaldo Roels, “a alma dos cursos da instituição”. Também foi um dos fundadores do Centro de Pesquisa de Arte no Rio de Janeiro. A obra de Ivan Serpa, desde o início de sua carreira, oscila entre o figurativismo e a arte concreta. Sobre ele, Walter Zanini disse que nenhum pintor brasileiro conheceu, neste século, variações e rupturas de conteúdo e forma tão radicais.

Sem título (Fase Negra), 1964 óleo sobre tela 3.128,5 x 103 x 4 cm Coleção Sattamini/MAC-Niterói

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Frans Krajcberg

Kozienice - Polônia, 1921 Escultor, pintor, gravador e fotógrafo, Krajcberg chegou ao Brasil em 1948, depois de perder toda a família no Holocausto, e naturalizou-se brasileiro em 1957. Tinha estudado artes em Leningrado e, após a guerra, freqüentou a Academia de Belas Artes de Stuttgart, onde foi aluno de Willy Baumeister. Depois de passar por São Paulo, fixou-se no Paraná, onde se isolou no meio da floresta para pintar. Mas suas primeiras esculturas com troncos de árvores mortas só surgiriam por volta de 1964, quando ele se instalou em Cata Branca, Minas Gerais, depois de anos entre Paris, Ibiza e Rio de Janeiro. Vencedor do Prêmio Multicultural Estadão em 1998, o artista fez várias viagens para a Amazônia e para o Pantanal, documentando os desmatamentos e recolhendo materiais para suas obras, como raízes e troncos calcinados. Na opinião do crítico Roberto Pontual, Frans Krajcberg encontra no meio natural sua única raiz: “um estrangeiro em todo canto, salvo onde faz da matéria da paisagem a matéria da sua linguagem.”

Sem título, déc.80 pigmento natural sobre caules de palmeira 322 x 40 x 47 cm Coleção Sattamini/MAC-Niterói Sem título, déc.80 pigmento natural sobre caules de palmeira 303 x 44 x 48 cm Coleção Sattamini/MAC-Niterói

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Wega Nery

Corumbá - MT, 1912 Wega Nery sempre teve paixão pela escrita e pela pintura. Começou publicando suas poesias na revista carioca O Malho e, incentivada pelo marido, estudou desenho e pintura na Escola de Belas Artes em São Paulo. Mas escolheu definitivamente a pintura quando o crítico e tradutor Sérgio Milliet lhe disse que seus desenhos diziam mais. Nos anos 50, aperfeiçoa seus estudos com Joaquim da Rocha Ferreira, Yoshiya Takaoka e Samson Flexor. Integra-se ao Grupo Guanabara e ao Atelier-Abstração liderado por Flexor, participando de exposições dos dois grupos, além de salões, como a Bienal Internacional de São Paulo, onde foi eleita a melhor desenhista nacional em 1957. No comentário de Léo Gilson Ribeiro, “a pintura de Wega está curiosamente isolada da pintura brasileira do seu tempo. Recusando-se todos os rótulos e inovações técnicas, ela é fiel a uma visão interior. Porque os quadros de Wega são comparáveis a abalos sísmicos, a explosões no espaço, à formação de novas galáxias.”

Escalada azul, 1976 óleo sobre tela 122 x 132 x 3 cm Coleção Sattamini/MAC-Niterói

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Rubem Ludolf

Maceió - AL, 1932 Pintor, arquiteto e paisagista, Ludolf formou-se pela Escola Nacional de Arquitetura da Universidade Brasil em 1955, mesmo período em que teve aulas com Ivan Serpa e tomou parte no Grupo Frente. Entre as exposições de que participou, destacam-se a Bienal Internacional de São Paulo (de 1955 a 1973), a Exposição Nacional de Arte Concreta do MAM/SP e o Salão Nacional de Arte Moderna do Rio de Janeiro, do qual participou em várias edições entre 1956 e 1972. Sobra a obra de Ludolf, o crítico de arte Mário Pedrosa diz que: “apesar de os artistas concretos do Rio de Janeiro logo terem se desvinculado da ortodoxia do Grupo Ruptura de São Paulo, criando o movimento neoconcreto, Ludolf manteve-se fiel aos princípios teóricos que nortearam o manifesto paulista. Sua obra seguiu regularmente as questões das estruturas seriadas, dos efeitos ópticos orientados pela visão gestáltica do espaço, da cor programada. Para Rubem Ludolf, a superfície do quadro funciona como um campo de forças onde os elementos, dispostos dinamicamente, se atraem em jogos de ambivalências visuais.”

Azul, 1963 óleo sobre tela 101 x 74 x 3 cm Coleção Sattamini/MAC-Niterói

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Rubem Valentim

Salvador - BA, 1922 / São Paulo - SP, 1991 Escultor, pintor, gravador e professor, começa como pintor autodidata e, entre 1946 e 1947, participa do movimento de renovação das artes plásticas na Bahia, junto a Mário Cravo Júnior, Carlos Bastos e outros. Suas obras evocam os signos de uma simbologia mágica retirados dos cultos negros e tradições populares da Bahia. O próprio Valentim definiu seu trabalho e seus anseios: “Minha arte tem um sentido monumental intrínseco. Vem do rito, da festa. Busca as raízes e poderia reencontrá-las no espaço, como uma espécie de ressocialização da arte, pertencendo ao povo. É a mesma monumentalidade dos totens, ponto de referência de toda a tribo. Meus relevos e objetos pedem fundalmentalmente o espaço. Gostaria de integrá-los em espaços urbanísticos, arquitetônicos, paisagísticos.”

Pintura 28, 1965/66 têmpera sobre tela 102 x 75 x 3 cm Coleção Sattamini/MAC-Niterói

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Museu do Estado do Pará Artes Plásticas

Construção do Imaginário Ribeirinho Curadoria de Emanuel Franco 56


Rio afora, leito adentro O rio percorre a imagem das ocorrências e transborda, leito adentro, carregando em seu bojo um turbilhão de signos imaginários. Cobras-grandes, matintas, iaras, curupiras e mães-do-rio, vindos dos brasis dos vieiras e das amazonas alexandrinas, tomam fôlego na argila, na cortiça do mangue, na casca do muricizeiro, no sabugo dos miritis, na tala do guarumã. Modelados, tecidos, talhados, cravados ou, simplesmente, marcados pelo tempo - trópico e úmido -, tomam formas de gente e de assombração. Os dançarinos de carimbó do Báda, as máscaras de papier mâcher do Lúcio, do Dídimo, do Edgar; as boiúnas do Elias do Mar; os cascos do Jota; os miritis do Amadeu, do Manuel; os pássaros de madeira do Piauí do Abel; os índios do Chico Paes; os paneiros incomuns do Anastácio; os animais de balata do Osvaldo Leonel; os bichos-troncos do falecido Ismael, do R.Rodrigues; os anjos taperebazeiros do Ronaldo; os bastões pintados do Rui; e os recortes da infância da bola de seringa, das panelas de barro e das tartarugas de gurijuba. Esse percurso, rio afora, compõe-se de um conjunto de recortes ingênuos e autênticos, estruturados em parceria com o organismo sedimentado pela região. A cada núcleo de intenções percorrido, vinha a expectativa de encontrar uma intimidade por trás do peculiar, escondida entre os lençóis de barro, os mantos de serragens, os chãos de assoalhos, os jiraus de águas cristalinas. Alfarrábios escondidos em trouxas de redes. Encontramos raridades. Deslocamentos “eirónianos”. Doses de fermentos que dilatam os olhos de qualquer investigador de surpresas e de um iniciante connaisseur. Nesse transcurso, parecia nascer novo rumo de expedições pelas veias transbordantes desse verdevagomundo do meu caro Benedicto. De abril a setembro, percorremos dezoito municípios paraenses, banhados por rios ou entrecortados por eles, do Marajó ao Baixo Amazonas, ora em companhia das lentes inquietas do Raimundo Paccó, ora ao lado do olhar sutil do Fernando Araújo, ou na boa companhia do Aureliano. Entramos, sem constrangimento, no universo criativo de cada nosso artista, procurando obter sua representatividade no espaço projetado, não esquecendo da unidade expositiva, poética e valorização do objeto transportado. À Roberta, Daniela e Marcus Lontra, vai um assovio, rio adentro, porque foram eles que abriram caminhos para essa ilharga da imaginação.

Emanuel Franco

Bolas de látex produzidas na comunidade de Surucuá, Santarém-PA.

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Dídimo Ferreira

Máscaras carnavalescas em papier mâcher, com formas de gente e animais, são produzidas pelo artista em Óbidos.

Edgar Santana Garça

Os cabeções dos bois de máscaras de São Caetano de Odivelas são o universo da produção do artista. 58


Lúcio Alves Chagas

A tradição dos mascarados e cabeçudos do Boi Tinga e Boi Faceiro estão presentes na obra do Lúcio Chagas em São Caetano de Odivelas.

Edgar Santana Garça Jr.

Acompanha o pai no ofício de construir máscaras para os cordões juninos de São Caetano de Odivelas. 59


Ismael Ferreira dos Santos (In memorian)

O “Preá” fazia suas esculturas em toras de madeira, aproveitando os recortes naturais para criar formas de gente e animais, em São Caetano de Odivelas. Faleceu em setembro de 2004.

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As tartarugas de gurijuba são os ossos da cabeça da gurijuba, peixe da costa do Pará que, na interpretação dos pescadores da Zona do Salgado paraense, têm forma de quelônio.

Panelas de cerâmica produzidas pela comunidade de Lago Grande, em Santarém-PA 61


Anastácio dos Santos Dias

O “Nenê” tece paneiros com formas e dimensões variadas, com talas das palmeiras do Rio Mojuim, em São Caetano de Odivelas.

Amadeu Gonçalves de Sá

Os brinquedos de miriti, vendidos no período do Círio de Nazaré, são construídos na região de Abaetetuba. Amadeu de Sá faz parte da comunidade de artesãos que produz esses brinquedos. 62


Rui Valente

Produz no ateliê Pinta Cuia, em Monte Alegre, fabricando peças variadas. Entre elas, bastões coloridos de madeira.

Francisco de Paulo Maués Paes

Chico Paes é escultor e trabalha com entalhes em madeira. Seu universo de produção é o imaginário da região de Abaetetuba. 63


Raimundo Rodrigues dos Santos

Mora na Praia do Pesqueiro, no Marajó. Trabalha com esculturas, aproveitando as raízes da região.

Manuel Abel Sacramento Constrói em madeira suas miniaturas coloridas de pássaros. Filho de Cametá, reside e trabalha em Belém. 64


Ronaldo Guedes

Usa a casca do taperebazeiro para criar seus anjos, mitos e animais de Soure (Marajó).

Elias Corrêa do Mar

Os animais, cobras e pássaros do Elias são feitos de raízes, troncos e cipós das matas da vila de Cajú (Curuçá) e representam as espécies da região. 65


Jackson Rodrigues Gibson

O “Jota” trabalha com cerâmica e madeira. Seu ateliê fica no Paracuri, distrito de Icoaraci, área tradicional de produção de réplicas de cerâmicas marajoaras e tapajônicas.

Manuel Raimundo Sozinho Miranda

Faz parte do grupo de artesãos que produz brinquedos de miriti em Abaetetuba.

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Osvaldo Leonel da Silva

Usa a balata para produzir suas miniaturas de animais, retratando espécies variadas da fauna amazônica em Monte Alegre.

Edson Nonato Amora de Melo “Báda” produz esculturas em cerâmica que retratam os dançarinos, músicos e instrumentos do carimbó de Marapanim.

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Mostra Competitiva Artes Plásticas 68


O Salão Arte Pará 2004 insere-se em um tempo em que estão presentes a heterogeneidade e um acelerado processo de informação que encurta distâncias e eletronicamente simula uma aparente aproximação entre cidades e países que não compartilham de uma mesma situação econômica, nem dos privilégios decorrentes dessa diferença. Nesse campo de tensões e incertezas, inscreve-se um salão que se amplia, trazendo uma presença cada vez maior de outros Estados e uma competição que passa a exigir um enfrentamento com proposições que não são restritivas a territórios geográficos, mas se deparam com concepções mais específicas à arte. No momento, convive-se com um hibridismo que aponta em direção a uma necessidade de se rever o próprio formato do salão, em que as divisões em categorias restringem a pluralidade contemporânea, a inter-relação de linguagens. Vídeos, pinturas, gravuras, desenhos, fotografias, instalações, ao mesmo tempo em que podem se apresentar com suas especificidades, também podem se deixar contaminar por um processo no qual os signos se intercomunicam formando uma trama híbrida de enunciados diversos. O papel desempenhado por aqueles que julgam os trabalhos em salões é de legitimar aquilo que em um determinado momento histórico está se conceituando como arte. Assim, articulam seus pensamentos e, a partir deles, estabelecem escolhas, realizam seleções. Na verdade, são visões pontuais que provêm de um grupo que nem sempre apresenta consenso, mas que no caso do Arte Pará, mesmo em suas diferenças, se manteve unido no propósito de mostrar o que de melhor foi enviado ao salão. Concordo com Michael Archer quando afirma que ao se examinar a arte atual haverá o confronto com uma desconcertante diversidade de propostas que conduz a um espaço de incertezas. Para Archer, “não parece haver mais nenhum material particular que desfrute do privilégio de ser imediatamente reconhecível como material da arte: a arte recente tem utilizado não apenas tinta, metal, pedra, mas também ar, luz, som, palavras, pessoas, comida e muitas outras coisas”. A flexibilidade de materiais, no entanto, por mais incertezas que possa provocar, não significa um descuido com a produção. O precário pode estar no material utilizado, não na obra em si, que necessita de um conceito convincente, de um tratamento que demonstre uma trajetória, uma reflexão fundamentada, uma habilidade especial para revelar subjetividades ou uma percepção crítica do mundo.

Mariza Mokarzel

Belém, setembro de 2004.

69 Detalhe da Obra de Acácio Sobral


Grande Prêmio de Artes Plásticas

Acácio Sobral - PA

Vídeo-instalação; Correspondências (do espinho/ da vida/ da arte)

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2º Prêmio

Jucira Araújo - BA

Parafina; Série Temparasiedade I, II e III 150 x 300 cm; 50 x 200 cm; 90 x 90 cm

71


PRÊMIO AQUISIÇÃO

Cláudia Sperb - RS

Xilogravura; Jardim da serpente 180 x 90 cm; 160 x 30 cm

Jean Carlos Ribeiro - PA

Gravura em metal; S/título I e II 45 x 55; 46,5 x 46x5 cm

72


PRÊMIO AQUISIÇÃO

Elieni Tenório - PA

Mista s/duratex; S/título I e III 110 x 84; 110 x 84 cm

73


ARTISTAS SELECIONADOS

Andréa Feijó - PA

Instalação; Jogo dos sete erros 110 x 110 cm

Carla Beltrão - PA

Desenho/gravura; Vista área “B” 94 x 73 cm 74


ARTISTAS SELECIONADOS

César Brandão - MG

Instalação; Um desenho de giz na tempestade (detalhe)

Danielle Fonseca - PA

Pintura; Silêncio - presença 60 x 60 cm 75


ARTISTAS SELECIONADOS

Francisco José Maringelli - SP

Gravura em relevo (xilogravura) ; A dádiva da consolação 24 x 23,8 cm

Izer Campos - PA

Escultura em madeira; Caminhos em construção, Quando confesso é mutante, Quando penso é circular 58 x 46 cm; 140 x 80 cm; 100 x 80 cm 76


ARTISTAS SELECIONADOS

João Carlos Torres da Silva (Jocatos) - PA Gravura /instalação; Made in gravura 250 x 300 x 200 cm

Lúcia Gomes - PA Instalação; Feminino 600 x 600 cm

77


ARTISTAS SELECIONADOS

Márcio Monteiro - RJ

Ponta seca e pigmentos s/papel; S/título 77 x 113 cm

Maria Barreto Lynch - RJ Óleo s/tela; Sonda 140 x 110 cm

78


ARTISTAS SELECIONADOS

Maria José Vieira Beltrão da Silva - PA

Objeto/desenho; Linhas e pontos das ruas dos Pariquis 43 x 36 cm

Marinaldo Santos - PA Mista s/alumínio; S/título 25 x 50 cm

79


ARTISTAS SELECIONADOS

Newman Schutze - SP Nanquim s/papel; S/titulo 70 x 55 cm

Osvaldo Carvalho - RJ

Vinil s/papel vegetal; Sala, 2 quartos (1 suíte) com varanda I 66 x 96 cm 80


ARTISTAS SELECIONADOS

Paula Trope - RJ

Vídeo instalação; Murmúrio

Renato Jorge Valle - PE

Gravura digital; Cristos anônimos IV 42,6 x 28,3 cm 81


ARTISTAS SELECIONADOS

Roberto Mercury - SP Mista, Fractal I 115,4 x 118,8 cm

San Chris Santos - PA

Mista s/papel vegetal; A 4a forma do estado... inventário do tempo (detalhe) 298 x 110 x 300 cm 82


ARTISTAS SELECIONADOS

Vânia Sommermeyer - RS Instalação; S/título 1000 x 1000 cm

83


Galeria da Residência Mostra Competitiva Fotografia

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A fotografia no gerúndio da contemporaneidade Contam-nos que, diante da invenção da fotografia, século e meio atrás, o pintor francês Paul Delaroche teria declarado: “a partir de hoje, a pintura está morta!”. E não nos parece difícil imaginar o seu espanto, bem como o de seus contemporâneos, ao testemunhar os resultados obtidos através da câmara obscura, reproduzindo o existente com uma fidelidade capaz de fazer corar qualquer pintor acadêmico, por mais virtuoso que fosse no domínio de sua técnica. Os impactos produzidos pela fotografia sobre a pintura foram consideráveis, não apenas induzindo, como também legitimando, a busca de novos caminhos. A técnica da fotografia, no entanto, não se apresentava como fato isolado, mas como parte de um amplo processo de transformação que, impulsionado pela industrialização, já anunciava o advento da arte moderna. O impressionismo, contemporâneo mesmo do surgimento da fotografia, foi o primeiro sinal evidente desta mudança de rumos na pintura. Rompendo com a pintura acadêmica, os impressionistas trataram de representar um mundo sensível, contaminado pelo movimento (que dissolvia os contornos) e pela variação da luz (com nuances inusitadas), só ao alcance do gesto pictórico e dos recursos cromáticos da palheta dos pintores. Enquanto a fotografia parecia imobilizar a cena focalizada, a pintura liberava o continuum do movimento da ação, revelando um mundo em perpétua transformação. Assim, a pintura refutava o vaticínio apressado de Delaroche, ajustando-se aos novos tempos. Muitos outros tempos se seguiram, não cabendo aqui detalhá-los. O certo é que pintura e fotografia, reconciliadas pela arte moderna, desenvolveram caminhos próprios. Nessa trajetória, a fotografia afirmou sua individualidade e autonomia como obra de arte. A “imobilidade viva” do registro fotográfico que, no dizer de Roland Barthes, reproduz mecanicamente até o infinito aquilo que nunca mais poderá repetir-se existencialmente, foi sempre uma de suas marcas distintivas mais profundas. Uma existência habitada pela ausência, como um lembrete da mortalidade do homem.

Detalhe da foto de Paulo Schmidt

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Por sua natureza específica, a fotografia retém a temporalidade da ação eternamente suspensa entre um antes e um depois. O instante congelado, contendo simultaneamente “o que já foi” e “o que será”, nos remete ontologicamente para o “ato de ser”: registro poético do ser da imagem. Aqui, o tempo da ação aparece conjugado sempre no modo infinitivo que é o tempo, por excelência, da fotografia. Não obstante a moderna e, portanto, recente instituição de um corpus teórico próprio da fotografia, percebe-se na produção fotográfica atual uma tendência ao rompimento daqueles compromissos conceituais. Num movimento inverso ao da pintura do final do século XIX, que se afirmou por contraste ao (ilusório) “realismo analógico” do registro fotográfico, a fotografia contemporânea parece disposta a se deixar “contaminar” pela pintura (processos de mútua hibridação), até o ponto de não se poder mais falar na fotografia como um meio de características específicas. Entre os fatores que contribuíram para essa mudança de orientação encontra-se, certamente, o surgimento dos processos digitais na criação imagética, permitindo, através da manipulação da imagem, que o trabalho do fotógrafo se estenda para além do instante irrepetível da foto. A fotografia perde, assim, a sua condição de atrelamento ao referente e ao contigente da cena fotografada, através da qual, ainda segundo Barthes, afirmava-se o seu compromisso (antes inexorável) de fidelidade com a presença, mais do que com a representação. A constatação de que as fronteiras estabelecidas entre a fotografia e a pintura, assim como aquelas antes existentes entre a pintura e as artes plásticas em geral, parecem estar se atenuando encontra-se, em larga medida, confirmada pelos trabalhos de fotografia apresentados no Arte Pará 2004. Ao que tudo indica, a fotografia contemporânea aprendeu com a pintura a conjugar o tempo da ação no gerúndio...

Cristovão Fernandes Duarte

Arquiteto e urbanista, superintendente regional do Iphan/MinC no Pará e no Amapá e professor de Estética e História da Arte (Unama)

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Grande Prêmio

Paulo Schmidt - MG Instalação; Ars amatoria 90 x 150 cm

87


2º Prêmio

Heleno Bernardi - RJ Fotografia; Scapulate II 120 x 154 cm

88


PRÊMIO AQUISIÇÃO

Alberto Bitar - PA

Fotografia; Série Ausência 30 x 20 cm; 30 x 45 cm

Ding Musa - SP

Foto Digital; Narrativa 3 56 x 128 cm

89


PRÊMIO AQUISIÇÃO

Dirceu Maués - PA

Fotografia pinhole; S/título 65 x 150 cm

Francisco Moreira da Costa - RJ Daguerreotipia; Balaios 24 x 27 cm

90


FOTÓGRAFOS SELECIONADOS

Adriana Ferla - SP

Fotografia; Atemporal 23 x 280 cm

Alexandre Monteiro - RJ

Fotografia; Série Suprematistas 110 x 80 cm

91


FOTÓGRAFOS SELECIONADOS

Amanda Melo - PE

Mista; Notícias de Isolamento (detalhe) dimensões variadas

André Burian - MG Fotografia; Pessoa 100 x 75 cm

92


FOTÓGRAFOS SELECIONADOS

Cláudia Barbisan - RS Vídeo; Jardim do Éden

Cláudia Tavares - RJ

Fotografia; Um depois do outro 120 x 100 cm

93


FOTÓGRAFOS SELECIONADOS

Christina Meirelles - SP

Fotografia s/ PVC; Serra Azul 60 x 100 cm

Eduardo Srur e Fernando Huck - SP Vídeo; Atentado, 2004

94


FOTÓGRAFOS SELECIONADOS

Fábio Okamoto - SP Fotografia; S/título 70 x 100 cm

Fernanda Assumpção - SP

Foto digital; Quando a visão não basta 45 x 450 cm

95


FOTÓGRAFOS SELECIONADOS

Frederico Dalton - RJ

Fotografia; Passe (capoeirista e banho) 75 x 50 cm

Guy Veloso - PA Fotografia; S/título

96


FOTÓGRAFOS SELECIONADOS

Júlio César Martins - MG

Foto plotada; Equação (detalhe) dimensões variáveis

Julieta Roitman - RJ Fotografia; Território 21 x 150 cm

97


FOTÓGRAFOS SELECIONADOS

Hirosuke Kitamura - BA Fotografia; Tao daqui III 80 x 80 cm

Lauren Marinho - MG

Fotografia; Objeto pulsante II 57 x 48 cm 98


FOTÓGRAFOS SELECIONADOS

Lizângela Torres - RS

Fotografia; Silêncio! Silêncio! Não há banda. Não há orquestra.... é ilusão 20 x 120 cm

Léo Tafuri - MG

Vídeo; Tempo enganador

99


FOTÓGRAFOS SELECIONADOS

Mariano Klautau Filho - PA Fotografia; Hope I 20 x 60 cm

Manoel Neto - PA

Fotografia; Vitória e sombra 42 x 47 x 1,2 cm

100


FOTÓGRAFOS SELECIONADOS

André Vaz, Paulo Almeida e PP Condurú Vídeo; Gênese (yanomami - andujar)

Renan Cepeda - RJ

Instalação; Pichações (detalhe) 20 x 20 x 9 cm

101


FOTÓGRAFOS SELECIONADOS

Renato Chalu - PA Fotografia; Traslado 45 x 30 cm

Regina Stella - SP

Polaroid ampliada em papel fotográfico; Sussurros 21 x 29,8 cm

102


FOTÓGRAFOS SELECIONADOS

Rita Meireles - SP

Vídeo; Paisagem em agosto

Rodrigo Athie Ribeiro - RJ

Cromo ampliado em papel; Informação caótica II 75 x 50 cm 103


ARTISTAS SELECIONADOS

Andréa Feijó

Instalação; Jogo dos 7 erros Rua dos Pariquis, 3180, apto 601 Cremação, Belém - PA Tel: (91) 9146-0054

Carla Beltrão

Desenho/gravura; Vista área “A”, Vista área “B”, Vista área “C” Travessa Enéas Pinheiro, 32 Sacramenta, Belém - PA Tel: (91) 8823-1019

César Brandão

Instalação; Um desenho de giz na tempestade R. Capitão Arnaldo de Carvalho Jardim Glória, Juiz de Fora - MG Tel: (32) 3213-3278

Cláudia Sperb

Xilogravura; Jardim da serpente, S/título Heller, 555/201 Centro, Novo Hamburgo - RS Tel: (51) 5952853 / 9959-6622

Danielle Fonseca

Francisco José Maringelli

Gravura em relevo (xilogravura); Fiéis escudeiros, A dádiva da consolação, Privado de música, camuflado de hieróglifos Rua Dr. Ernani da Gama Corrêa, 420 Jd. Butantã, São Paulo - SP Tel: (11) 3721-8286 / 8124-0360

Izer Campos

Escultura em madeira; Quando penso é circular; Quando confesso é mutante, Caminhos em construção. CxP: 58, CEP: 68740-970, Castanhal - PA Tel: 091-37251114 / 9631-6005

Jean Carlos Ribeiro

Gravura em metal; S/título I, II e III Conj. Cidade Nova 8, WE-40A, 271 Coqueiro, Ananindeua - PA Tel: (91) 263-1074 / 8801-7585

João Carlos Torres da Silva - Jocatos. Gravura /instalação; Made in gravura Trav. Dr. Liberato de Castro, 405 Guamá, Belém - PA Tel: (91) 229-9078 / 9986-6820

Pintura; Silêncio – presença, O tao piano, O intervalo entre ... Travessa 14 de Março, 663 Umarizal, Belém - PA Tel: (91) 9177-3641

Jucira Araújo

Elieni Tenório

Lúcia Gomes

Mista s/duratex; S/título I, II e III Conj. Ipuan, rua A, casa 38 Marambaia, Belém - PA Tel: (91) 231-5515 / 8142-8502

Parafina; Série Temparasiedade I, II e III R. Jogo do Carneiro, s/n Saúde, Salvador - Bahia Tel: (21) 2274-1670 / 9977-1049 Instalação; Feminino Passarela Principal, s/n Três Irmãos, Laranjal do Jari - PA


ARTISTAS SELECIONADOS

Márcio Monteiro

Ponta seca e pigmentos s/papel; S/título I, II e III Rua Belisário Augusto, 100/402 Icaraí, Niterói - RJ Tel: (21) 2610-4719

Maria Barreto Lynch

Paula Trope

Vídeo instalação; Murmúrio R. Pacheco Leão, 1556, ap. 301 Jardim Botânico, Rio de Janeiro - RJ Tel: (21) 2259-8273/ 9453-4008

Renato Jorge Valle.

Óleo s/tela; Indo para, Muito além, Sonda Rua Inglês de Sousa, 274 Jardim Botânico, Rio de Janeiro - RJ Tel: (21) 2274-1670 / 9977-1049

Gravura digital; Cristos anônimos IV, V e VI Rua Amaro Bezerra, 568, ap. 402 Derby, Recife - PE Tel: (91) 3222-7017 / 9987-8820

Maria José Vieira Beltrão da Silva

Roberto Mercury

Objeto/desenho; Linhas e pontos das ruas dos Mundurucus, Linhas e pontos das ruas dos Pariquis Travessa Enéas Pinheiro, 32 Sacramenta, Belém - PA

Marinaldo Santos

Mista s/alumínio; S/título I, II e III Belém - PA Tel: (91) 8112-4228

Newman Schutze

Nanquim s/papel; S/título I, II e III Av. Dr. Altino Arantes, 1000, apto 34 V. Clementino, São Paulo - SP Tel: (11) 5589-8102 / 9794-8582

Osvaldo Carvalho

Vinil s/papel vegetal; Sala, 2 quartos (1 suíte) com varanda I, II e III R. Clotilde de Oliveira Rodrigues, 45/402 Fonseca, Niterói - RJ Tel: (21) 2625-5956 / 9143-6039

Mista; Fractal I, II e III Rua Araras, 53 Taquaral, Campinas – SP Tel: (19) 91570509

San Chris Santos

Mista s/papel vegetal; A 4a forma do estado... inventário do tempo I, II e III Tv. Vileta, 688, ed. Parati, apto 107 Pedreira, Belém - PA Tel: (91) 233-1875 / 9114-6293

Vânia Sommermeyer

Instalação; S/título Rua 25 de julho, 246/901 Rio Branco, Novo Hamburgo - RS Tel: (51) 5938438 / 9989-1088


ARTISTAS SELECIONADOS Adriana Ferla

Fotografia; Atemporal 1,2,3,4,5,6,7,8 e 9, Atemporal (composição) Rua Dr. Carlos Norberto Souza Aranha, 145 Alto de Pinheiros, São Paulo - SP Tel:(11) 3023-0105/ 3023-6528/ 96222281

Alberto Bitar

Fotografia; Série Ausência I, II e III Av. Serzedelo Corrêa, 322, ap. 301 Nazaré, Belém - PA Tel: (91) 242-0726/ 9603-9540

Alexandre Monteiro

Fotografia; Série Suprematistas I, II e III R. Corrêa Dutra, 47, ap. 801 Flamengo, Rio de Janeiro - RJ Tel: (21) 2512-2098/ 9124-4998

Amanda Melo

Mista; Notícias de Isolamento R. Dr. Josá Mariano, 361 Jardim Atlântico, Olinda - PE Tel: (81) 3431-0302

André Burian

Fotografia; Cruz, Pessoa e Coca-cola R. Manoel Teixeira Sales, 271 Mangabeiras, Belo Horizonte - MG Tel: (31) 3221-7169/ 9198-6797

André Vaz, Paulo Almeida e PP Condurú Vídeo; Gênese (yanomami - andujar) R. Veiga Cabral, 1182 Batista Campos, Belém - PA Tel: (91) 9114-4295

Christina Meirelles

Fotografia s/ PVC; Vista alegre, Santa Rita e Serra Azul R. Padre João Manoel, 1178, ap. 1º A Cerqueira César, São Paulo - SP Tel: (11) 3081-4992/ 8339-9590

Cláudia Barbisan

Vídeo; Jardim do Éden Rua da República, 503, ap. 701 Cidade baixa, Porto Alegre - RS Tel: (51) 32867156/ 98446659

Cláudia Tavares

Fotografia;Procurando Baldessari I e II, Um depois do outro R. Alice, 1658, ap. 301 Laranjeiras, Rio Janeiro - RJ Tel: (21) 2557-1341/ 9301-5958

Ding Musa

Foto Digital; Narrativa I, II e III R. Húngara, 462 São Paulo - SP Tel: (11) 3868-1668/ 9297-0200

Dirceu Maués

Fotografia pinhole; S/título I, II e III TV. Mariz e Barros, 3066, ap. 302-A Marco, Belém - PA Tel: (91) 246-8162 / 8112-7731

Eduardo Srur e Fernando Huck Vídeo; Atentado, 2004 R. Honória, 696, 8º andar Pinheiros, São Paulo - SP Tel: (11) 3032-8493/ 8224-0551

Fábio Okamoto

Fotografia; S/título I, II e III R. Ferreira de Araújo, 936, ap. 22 Pinheiros, São Paulo - SP Tel: (11) 3814-1219/ 9515-4796

Fernanda Assumpção

Foto digital; Quando a visão não basta, Intervalo e Delta T1 R. Umburanas, 729 Alto de Pinheiros, São Paulo - SP Tel: (11) 3022-3388/ 8122-8883

Francisco Moreira da Costa

Daguerreotipia; Bananas, Candeeiros e Balaios R. Miguel Gustavo, 90, ap. 204 Vila Isabel, Rio de Janeiro - RJ Tel: (21) 2234-7387/ 9706-3595

Frederico Dalton

Fotografia; Passe (bombeiros e choro), Passe (policiais e meditação), Passe (capoeirista e banho) Rua Cândido Mendes, 98/1203 Glória, Rio de Janeiro - RJ Tel: (21) 9601-7018


ARTISTAS SELECIONADOS Guy Veloso

Mariano Klautau Filho

Júlio César Martins

Manoel Neto

Julieta Roitman

Paulo Schmidt

Heleno Bernardi

Renan Cepeda

Fotografia; S/título I, II e III Av. Nazaré, 620, ap. 201 Nazaré, Belém - PA Tel: (91) 222-4565 / 9112-4306 Fotografia; Genealogia, Equação, Arquealogia acaso R. Boa Esperança, 436, ap. 201 Sion, Belo Horizonte - MG Tel: (31) 3225-5253/ 8899-5253 Fotografia; Território R. Senador Euzébio, 14, ap. 603 Flamengo, Rio de Janeiro - RJ Tel: (21) 2552-3527/ 9335-0111 Fotografia; Scapulate II, V e VI R. Marquês de Olinda, 61, bloco B, ap. 104 Botafogo, Rio de Janeiro - RJ Tel: (21) 2543-8138/ 9925-9483

Hirosuke Kitamura

Fotografia; Tao daqui I, II e III R. Aracaju, 101, ed. Maria Amélia, ap. 01 Barra Avenida, Salvador - BA Tel: (21) 235-6815

Lauren Marinho

Fotografia P/B; Objeto pulsante I, II e III R. Eng. Caldas, 518 Boa Vista, Belo Horizonte - MG Tel: (31) 3485-6082/ 99491338/ (65) 5494200

Lizângela Torres

Fotografia; Um olhar lutando para emergir das trevas, uma espécie de nascimento, Silêncio! Silêncio! Não há banda. Não há orquestra.... é ilusão, Série Operação I Av. Guaíba, 268 Ipanema, Porto Alegre - RS Tel: (51) 3263-3800/ 9903-3545

Léo Tafuri

Vídeo; Tempo enganador R. Prof. Antônio Aleixo, 330, ap. 301 Lourdes, Belo Horizonte - MG Tel: (31) 3337-0015/ 9209-6335

Fotografia; Hope I, II e III Tv. Padre Prudêncio, 334 Campina, Belém - PA Tel: (91) 242-5124/ 9989-9521 Fotografia; Vitória e luz, Vitória e sombra, Régia e luz Av. Duque de Caxias, 160, apto 104 Fátima, Belém - PA Tel: (91) 228-0606 / 8116-2871 Instalação; Ars amatoria R. Gururi, 70, ap. 02 Santa Luzia, Belo Horizonte - MG Tel: (31) 3581-8391/ 9967-1492 Instalação; Pichações R. Monte Alegre, 470 Santa Teresa, Rio de Janeiro - RJ Tel: (21) 2508-8900

Renato Chalu

Fotografia; Traslado, Intermundio, Espectro Av. Marquês de Herval, 881, ap. 103 Pedreira, Belém - PA Tel: (91) 266-3822/ 8115-9052

Regina Stella

Polaroid ampliada em papel fotográfico; Sussurros I, II e III R. Mateus Grou, 398, ap. 114 Pinheiros, São Paulo - SP Tel: (11) 3083-0414/ 9231-1346

Rita Meireles

Vídeo; Paisagem em agosto R. Bárbara Heliodora, 353, ap. 62 Pompéia, São Paulo - SP Tel: (11) 3875-5191/ 9655-9634

Rodrigo Athie Ribeiro

Cromo ampliado em papel; Informação caótica I, II e III Rua Aires Saldanha, 114, ap. 202 Copacabana, Rio de Janeiro - RJ Tel: (21) 9417-2740


SALA “CONSTRUÇÕES DO IMAGINÁRIO RIBEIRINHO” ENDEREÇOS DOS ARTISTAS

Amadeu Gonçalves de Sá

Rua Jairlândia, 212, Aldodoal, Abaetetuba –PA CEP: 68.440-000 Tel: (091) 375515840 / 91680346

Anastácio dos Santos Dias (Nenê)

Manoel Abel Sacramento

Trav. Humaitá, 140, Pedreira, Belém - PA CEP: 66.083 - 000

Jackson Rodrigues Gibson (Jota)

Rua Magalhães Barata ,41, Pepeuá, São Caetano de Odivelas – PA CEP: 68.775-000

Trav.Soledade , Passagem Espírito Santo, 21, Paracuri, distrito de Icoaraci, Belém – PA CEP: 68.810 - 070 Tel: (091) 247 66 07 / 9635 27 07

Dídimo Augusto Ferreira.

Manuel Raimundo Sozinho Miranda

Edgar Santana Garça e Edgar Santana Garça Júnior.

Raimundo Rodrigues dos Santos

Trav. Mendonça Furtado,185, Centro, Óbidos - PA CEP: 68.250 -000 Tel: (093) 547 18 30

Tv. Benjamin Constant, 60, São Caetano de Odivelas –PA CEP: 68.775 - 000 Tel: (091) 9992 27 70

Edson Nonato Amoras de Melo (Báda) Av. Rio Branco, 48, Centro, Marapanim – PA CEP: 68.760 - 000 Tel: (091) 3723 12 06 Elias Corrêa do Mar Rod. Castanhal/ Marapanim, distrito de Cajú, Curuçá - PA CEP: 68.125 - 000

Francisco de Paula Maués Paes (Chico Paes)

Rua Siqueira Mendes,2124, Casa B, Abaetetuba- PA CEP: 68.440 - 000 Tel: ( 091) 3751 50 53

Ismael Ferreira dos Santos

(contato da família) Rua Aluízio Chaves, 74, Pepeuá, São Caetano de Odivelas – PA CEP: 68.775- 000 Tel: (091) 3767 1117

Rua Siqueira Mendes, 776, Aldodoal, Abaetetuba- PA CEP: 68.440 - 000 Praia do Pesqueiro, Soure – PA CEP: 68.870-000

Lúcio Alves Chagas

Rua São Benedito,16, São Caetano de Odivelas- PA CEP: 68.775 - 000 Tel: (091) 3767 1541

Osvaldo Leonel da Silva

Rua Pinto Martins, 432, Serra Ocidental, Monte Alegre – PA CEP: 68.220-000 Tel: ( 093) 5331408

Rui Valente

Rua Siqueira Lins,199, Ateliê Pinta Cuia, Turú, Monte Alegre - PA CEP: 68.220 - 000

Ronaldo Guedes.

Trav. 23, entre 12a Rua e 13a Rua – Soure –Pará CEP: 68 870 - 000 Tel: (091) 96113893


Lucidéa Maiorana Presidente Roberta Maiorana Diretora Daniela Oliveira Assessora Geral Ana Cristina Prata Assessora da Diretoria Jorge Martins Gerente de Exposições Renaldo Paiva da Silva Supervisor de Galeria

Fundação Romulo Maiorana Av. 25 de Setembro, 2473 - Marco - CEP: 66093-000 Fones: (91) 216-1142 / 216-1125 - Fax: 216-1125 E-mail: fundrm@oliberal.com.br Telegramas: Jornal O LIBERAL, Cx. Postal 487 Belém-Pará-Brasil Website: www.frmaiorana.org.br


Salão Arte Pará 2004

Catálogo

Coordenação Geral

Projeto Gráfico

Roberta Maiorana Daniela Oliveira

Assistente de Coordenação Ana Cristina Prata

Curadoria Geral “A Consagração Moderna: Construção da forma - Anos 50/60” Marcus de Lontra Costa

Seleção de Poemas

Luciano e Daniela Oliveira

Digitação

Ezequiel Noronha Jr.

Coordenação Editorial Aline Monteiro

Biografias dos Convidados Fabrício de Paula Gomes (fonte: Instituto Itaú Cultural)

João Carlos Pereira

Projeto de Montagem Marcus de Lontra Costa Roberta Maiorana

Coordenação de Montagem

Antônio Sérgio de Oliveira Rodrigues Juba Mello Jorge Martins Renaldo Silva Valéria Cabral

Curadoria Sala “Construções do Imaginário Ribeirinho” Emanuel Franco

Coordenação de Montagem

Edição e Execução das Fotos Fotos das Comissões Seleção - Fernando Araújo Premiação - Cristino Martins Sala “A Consagração Moderna: Construção da forma - Anos 50/60” Renato Chalu Pacheco Fernando Araújo Vicente Mello Paulinho Muniz Mário Grisolli

Montagem

Sala “Construções do Imaginário Ribeirinho” Raimundo Paccó Fernando Araújo Walda Marques

Estagiários de Arquitetura

Reprodução obras selecionadas Renato Chalu Fernando Araújo

Emanuel Franco Roberta Maiorana

Marta Freitas de Oliveira Manoel Pacheco de Lima Camila Furtado e Silva Ísis Kerber Laércio Silva Coelho Priscila Costa Farias Roberta Nazaré Lima dos Santos Thaís Carvalho Paulo.

Design de plotagens

Ezequiel Noronha Jr. Fernando Sette Câmara Mário Pontes (estagiário)

Museologia

Márcia Muller Museu de Arte Contemporânea de Niterói

Assessoria de Comunicação e Pesquisa Fabrício de Paula Gomes

Apoio

Aureliano Ferreira Lins Sheila Paixão

Plotagens

I.Studio Print

Logomarca

Mendes Publicidade

Editoração Eletrônica Nonato Moreira

Tratamento de Imagens Nonato Moreira Gidalti Jr.

Fotolitos

Nikkei Design

Impressão Gráfica


A Fundação Romulo Maiorana agradece

Luciano Oliveira - Oswaldo e Rose Mendes - Ronaldo Salame MAC - Museu de Arte Contemporânea de Niterói João Sattamini • Dôra Silveira • Márcia Muller • Angélica Pimenta • Luiz Guilherme Vergara Secretaria Executiva de Cultura Paulo Chaves Fernandes • Rosângela Britto • Tadeu Lobato • Eva Pereira • Lúcio Maués • Equipe técnica do MEP Secretaria Executiva de Obras Públicas Dr. Olímpio Yugo Ohnishi • Sylvia Regina Reis Setrans-Bel Mário Martins • Serafim Corrêa • Luiz e Carmem Peixoto Gilberto Massoud • Emanuel Franco • Affonso Galindo • Ana e Jorge Silva • João Carlos Pereira • Lucy Teixeira • Walda Marques • Juliana Oliveira Miguel Rio Branco • Tadeu Chiarelli • Mariza Mokarzel • Marcus Lontra • Cristovão Duarte Artistas participantes da exposição “Construções do Imaginário Ribeirinho”, comunidades ribeirinhas envolvidas na curadoria, equipe de montagem e estagiários de arquitetura. A todos os colegas das ORM que contribuiram para a realização deste salão.


Patrocinadores Supermercados Nazaré

Como uma empresa genuinamente paraense, gerida por paraenses, o grupo Nazaré se sente impulsionado a incentivar o desenvolvimento da arte em nosso Estado. Este é o oitavo ano consecutivo que a rede de supermercados e Supercenter Nazaré se une à Fundação Romulo Maiorana neste evento que tem revelado grandes artistas locais. Profissionais talentosos que trazem um olhar paraense sobre o mundo à nossa volta e precisam de um incentivo para continuar se desenvolvendo.

Unimed Belém

Poder apoiar o Arte Pará 2004 representa, para a Unimed Belém, uma forma natural de valorizar todo evento cultural que possa trazer benefício para o homem e para a sociedade. A Unimed Belém mantém uma longa tradição de envolvimento com a cultura, com o esporte, com o ser humano. Como investimento, acreditamos que a arte gera bem-estar e conduz ao aprimoramento de valores e instituições.

CVRD

Para a Companhia Vale do Rio Doce, arte é matéria-prima para a construção do ser humano. Por pensar assim e por acreditar profundamente no talento dos paraenses, é que a Vale está patrocinando o Arte Pará, um dos mais importantes eventos culturais do Estado. O Arte Pará revela talentos, sim. Mas faz muito mais que isso. Ele democratiza o acesso à cultura, deixando o mundo da arte próximo das pessoas. Esse é o maior legado do Arte Pará. Uma obra que a Vale se orgulha de assinar.

Rede Celpa

Solidificar a base cultural e artística do Estado do Pará para projeção nacional, elaborar projetos sócio-culturais voltados para a comunidade e fomentar a produção de cultura e da arte são tópicos prioritários da Celpa. Prova de que a excelência da qualidade de nossos serviços vai muito além do que a distribuição de energia elétrica. Considerando a magnitude do Salão Arte Pará, mormente no que se refere à sua importância para as artes plásticas do nosso Estado, a Celpa sente-se honrada em patrocinar um evento probo, de importância histórica para nossa arte e para a vanguarda de nosso desenvolvimento cultural. Ganham os produtores do evento pela seriedade e responsabilidade aplicadas; ganham os artistas pela vitrine e valorização de seus trabalhos; ganha a sociedade por mais uma opção de qualidade, no que tange à informação, cultura e principalmente ao orgulho de ser paraense.

Apoio Secretaria Executiva de Cultura • Secretaria Executiva de Obras Públicas •

Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém • Mendes Publicidade • Imagem Produções



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