Arquitetura & Saúde - Luz e Cor

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A poluição luminosa é uma das conseqüências do uso incorreto da luz artificial. É facilmente percebida na noite das cidades pelo brilho amarelado do céu, proveniente das luzes emitidas para o alto por luminárias ineficientes. Estas luzes desperdiçadas se refletem e refratam nas diversas partículas da atmosfera e o brilho daí decorrente impede a visão clara do firmamento ao reduzir o contraste entre o brilho dos astros e o escuro natural do céu noturno.

Principais observadores do espaço, os astrônomos vêm se manifestando em todo o mundo contra a dificuldade cada vez maior de se fazerem observações astronômicas dos observatórios situados na Terra, obrigando a caríssimos investimentos em pesquisa espacial a partir de satélites e telescópios espaciais. Alguns países - Itália, Espanha, EUA, Tchecoslováquia, Eslovênia e Romênia - já adotaram medidas legais para proteção de seus patrimônios naturais, com leis antipoluição luminosa.

O uso incompetente de artefatos de iluminação inadequados também provoca outros efeitos danosos: algumas luminárias são construídas de maneira a distribuir a luz pela maior área possível e as lâmpadas são nelas instaladas sem a cobertura superior suficiente. Como conseqüência, a luz é lançada em ângulos acima da horizontal e freqüentemente penetra pelos cômodos de residências - a chamada luz invasora. Isto obriga ao uso de cortinas e persianas para se conseguir a necessária ambientação para o sono no escuro, condição necessária para a produção da melatonina, hormônio cuja secreção interfere em nosso relógio biológico, e só é produzido durante a noite, sem a presença da luz.

A população dos grandes centros também sofre com o ofuscamento provocado pela intensidade excessiva destas luzes mal orientadas, que criam ambientes urbanos inseguros tanto para pedestres como para motoristas.

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