PRESERVAÇÃO DE UM PATRIMÓNIO ARQUITECTÓNICO: O MOSTEIRO DE SANTA MARIA DE JÚNIAS

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PRESERVAÇÃO DE UM PATRIMÓNIO ARQUITECTÓNICO

Neste contexto, este ponto revela-se particularmente interessante, pois contraria um dos princípios da metodologia de conservação e restauro mais marcadas e tidas como certos, desde a Carta de Atenas de 1931. Por um lado, a Carta de 1987 arremessa a sobrevalorização da imagem e do semblante em conformidade à forma e à estrutura, definindo inclusivamente pela utilização de materiais harmonizáveis com a pré-existência

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pelas suas propriedades, em vez das características estéticas; mas, por outro lado, antepõe a

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aplicação de materiais e técnicas tradicionais, claro que pela sua melhor adaptação

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construtiva à pré-existência, mas também pelo seu efeito estético, pois estimula a procriação de elementos figurativos que (re)compõem a imagem “original” do monumento,

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designadamente a estereotomia das pedras, que delineiam o semblante de um portal, uma

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janela, uma rosácea, um cunhal ou um pavimento.

Porventura, este princípio poderá eventualmente ter sido o maior auxílio da carta de 1987, a primazia pelos materiais e técnicas tradicionais nas operações, embora

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incessantemente distinguíveis mas contextualizados, veio reforçar o respeito pelo

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património histórico, arriscando na reversibilidade, mas, acima de tudo, veio reaver o gosto

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e o conhecimento tradicional e acautelar a identidade cultural própria de cada país, região

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ou povoação.

No entanto, para se conseguir um método adequado para uma intervenção num edifício que embora de carácter patrimonial, se revela como modesto, inserido em território rural, como é o caso do objecto de estudo em que se centra esta dissertação, torna-se necessário regressar ao ano de 1977, aquando da criação do apelo de Granada sobre a arquitectura rural e o ordenamento do território. Este documento brotou na tentativa de acautelar o abandono das áreas rurais, e consentânea erosão do seu património arquitectónico. Neste sentido, a solução é a sua (re)utilização.

Não obstante, tendo

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presente a conservação da imagem e ambiente local, a intervenção de restauro deve ser

O mosteiro de Santa Maria de Júnias


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