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RÁDIO AEG1 - Produzido por alunos para alunos DESTAQUE

No âmbito da disciplina de + Cidadão no Tempo e no Espaço, foi elaborado um PODCAST que participou no Desafio lançado pela Rádio Miúdos que consistia na criação de um podcast subordinado ao tema Da Minha língua Vê-se o Mundo. Assim, foi criado o podcast que pode ser ouvido aqui https://bit.ly/daMinha. O objetivo era fazer uma reportagem com alunos que viessem de outros países de língua oficial portuguesa, comemorando o dia Mundial da Língua Oficial Portuguesa.

Ainda como parte do projeto Rádio AEG1 concluiu-se o segundo episódio, que foi fruto do trabalho de muitos alunos e professores. Incluí a participação de seis turmas, quatro disciplinas e uma dúzia de alunos e outros tantos professores. O epísódio pode ser ouvido aqui https://bit.ly/aeg2ep2.

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Este SEGUNDO EPISÓDIO incluí a participação quatro disciplinas, de seis turmas (8º3, 11º1, 11º3, 12º2, 12º6 e 12º8), uma dúzia de alunos e outros tantos professores. Os temas deste segundo episódio são diversos, a saber:

• Vamos Filosofar - entrevista ao grande filósofo John Stuart Mill 0:25

• A importância da Educação Física 7:46 -14:24

• Entrevista Histórica ao Marquês de Pombal 9.50

• Afinal quem foi 16:14 - 17:51

• Let`s Speak English 19:48 - 20:47 - 21:42

• Oráculo das Férias - 5 dicas para as férias de estudantes dedicados ao estudo 22:42

Podemos afirmar que o resultado dos dois projetos é simplesmente brilhante, tendo em conta que os protagonistas do episódio Da minha Língua Vê-se o Mundo e do 2º episódio da Rádio AEG1 nunca tinham participado num projeto semelhante. Desafiamos todos a ouvir.

CURIOSIDADE!

No dia 30 de Outubro de 1938, muitos americanos telefonaram para as autoridades policiais, julgando que a América estava a ser invadida por marcianos? A adaptação radiofónica do romance "Guerra dos Mundos", de H.G. Wells, foi tão credível e convincente que os ouvintes acreditaram tratar-se de uma reportagem em direto. Em meados da década de 50, Matos Maia, recriou a peça em Portugal, na Rádio Renascença. A "brincadeira" do produtor e realizador terminou com um longo interrogatório na sede da PIDE .

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Damião de Góis foi um dos maiores vultos da cultura portuguesa do século XVI. Foi historiador e humanista influente do renascimento, músico, epistológrafo, diplomata, tradutor e cronista. Um amante de boa comida e bons livros. Acolhido pela corte de D. Manuel I após a morte do pai, viajou por toda a Europa onde contactou com muitas das maiores personalidades da cultura e política da época, por exemplo Lutero e Erasmo de Roterdão. Algumas das suas obras e amizades valeram-lhe a perseguição por alguns setores do clero e dois processos do tribunal do Santo Ofício que acabam arquivados.

Escreve a pedido do Cardeal D. Henrique a crónica oficial do rei D. Manuel I, que desagradou a algumas famílias nobres. Preso em 1751, é sujeito a processo e transferido para o Mosteiro da Batalha. Três anos depois, a 30 de janeiro de 1574, surge morto, na sua casa de Alenquer, em circunstâncias nunca explicadas.

Oseu processo inquisitorial, revela que só após três denúncias Damião de Góis é preso e quando já passavam vinte e seis anos após a primeira denúncia. As razões deste processo longo propositado ou não, poderão ser encontradas em motivos mais ou menos cruéis. Inveja familiar, pois um genro é testemunha acusatória, Luís de Castro, tesoureiro do Cardeal D. Henrique. Confiscados todos os seus bens vê-se preso e completamente isolado sem novidades sequer da família.

Acrónica que escreveu a Crónica de D. Manuel I não terá agradado a muitos e poderosos homens da pátria, e mais ao lerem logo no prólogo que “no escrever das crónicas se requer com verdade, dar a cada um o louvor ou repreensão que merece ”. À nobreza da Casa de Bragança não deve ter agradado tanta sinceridade e sentido de isenção. Perdido o apoio do Cardeal D. Henrique, já regente do reino, a desgraça bate à porta de Damião de Góis, que sem ser levado a auto de fé público é considerado reconciliado e condenado a cárcere penitencial perpétuo. Quando lhe permitem o regresso a casa velho e muito doente, pouco lhe resta, é encontrado morto meio calcinado junto de uma lareira. A sua morte pouco esclarecida levanta até hoje a hipótese de ter sido assassinado. Encontra-se sepultado hoje na Igreja de São Pedro, em Alenquer, aí se pode ver um epitáfio tumular, escrito pelo próprio em 1560, cerca de quinze anos antes da morte, com o texto em latim:

”Ao maior e óptimo Deus. Damião de Goes, cavaleiro lusitano fui em tempos; corri toda a Europa em negócios públicos; sofri vários trabalhos de Marte; as musas, os príncipes e os varões doutos amaram-me com razão; descanso neste túmulo em Alenquer, aonde nasci, até que aquele dia acorde estas cinzas ”

Armando Oliveira Professor de História

Hist Ria Africana

Obviamente não temos registo visual do momento da morte de Damião de Góis. Esta imagem foi gerada com recurso ao criador de imagem do motor de pesquisa Bing. A inteligência artificial ANDA POR AÍ. Devemos ser responsáveis na sua utilização e sempre que a utilizarmos devemos deixar referência. A inteligência artificial não deve fazer esquecer a a inteligência principal, A NATURAL.

No cárcere: os interrogatórios sem fim! Apesar de idoso e doente, os inquisidores tentaram, de forma muito persuasiva, convencer Damião de Góis a confessar. Os inquisidores temiam que se o condenassem à fogueira ele se tornasse um mártir pela causa protestante. Damião de Góis tinha sido embaixador de Portugal e, nessa função, manteve cargos de grande importância, era por isso uma pessoa conhecida. Para acabar rapidamente com todo o sofrimento, teria de assumir as culpas, ainda que inocente. Foi o que aconteceu na 18ª sessão de interrogatório, a 18 de agosto de 1572, após mais de um ano preso e maltratado. O Acórdão foi assinado a 16 de outubro e nele os inquisidores assumem que o recebiam à reconciliação com a Igreja, com pena de cárcere perpétuo, em lugar a determinar. A 6 de dezembro, Góis renunciou a todos os seus ideais e, dez dias depois, entrou no Mosteiro da Batalha para cumprir a pena de prisão. Acabou por falecer a 30 de janeiro de 1574, na sua casa, em Alenquer, longe de tudo e esquecido por todos.

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NZINGA , uma das figuras femininas mais importantes da História de África, terá nascido no ano de 1582, no reino do Ndongo, filha do líder do Ndongo.

O seu primeiro encontro com os portugueses deixou-os completamente admirados e foi a sua primeira demonstração de poder. Contudo, após a morte do pai e do irmão, Fernão de Sousa, governador de Angola, não lhe reconhece a legitimidade ao trono e, com isto, começa uma longa luta entre os portugueses e Nzinga.

EXPULSA da sua terra, ruma a Matamba, um reino habituado a uma liderança feminina e que lhe permitiu obter mais poder.

Nas palavras de quem conviveu junto de Nzinga, esta era considerada uma valente guerreira e grande estratega, nunca desistindo de recuperar o que considerava ser seu por direito. Para a acompanhar nas suas guerrilhas, Nzinga associa-se aos Imbangala, um povo nómada e guerreiro, criando assim um exército forte para se proteger e atacar, quando necessário – desta forma, a rainha torna-se numa poderosa líder africana.

EM 1663 , após anos de luta contra os portugueses e das respetivas tréguas finais, Nzinga falece em paz. A sua história prevaleceu, ao longo dos séculos, e ainda hoje é visível a admiração que existe pela sua figura – em Luanda, podemos visitar uma estátua erguida em sua homenagem.

Beatriz Rocha - Estagiária de História

Entrevista Hist Rica

Leal ao rei, culto, e eficiente nas suas ações, Sebastião José de Carvalho e Melo, foi nomeado Secretário de Estado, após a subida ao trono de D. José em 1750, concedendo-lhe o título de Conde de Oeiras, e mais tarde, o de Marquês de Pombal. Foi temido e respeitado, acabando por cair em desgraça por D. Maria, acusado de abuso de poder, morreu nas terras da sua propriedade em Pombal, condenado ao desterro.

Gazeta da História: Bom dia, senhor Marquês de Pombal, é uma honra poder entrevistar alguém tão emblemático na nossa história.

Marquês de Pombal: Obrigado.

GH: Gostaríamos de saber mais como alcançou esse título. Qual a sua ligação às terras de Pombal, e como chegou a Marquês?

MP: A minha ligação com Pombal começou em 1724, quando vim para a propriedade do meu tio, a Quinta da Gramela, que herdei em 1737. Já, em 1750, fui nomeado Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, e em 1755, Secretário dos Negócios do Reino.

Como reconhecimento às minhas obras, foi-me atribuído o título de Conde de Oeiras, em 1759, e passado uma década, tornei-me em Marquês de Pombal, tudo graças aos meus excelentes serviços prestados à sua Excelência rei D. José I.

GH: Como ministro e déspota iluminado, reorganizou o Estado, reformando várias áreas.

MP: Sim, na administração, finanças, economia, indústria, comércio, agricultura, ensino e defesa. Criei vários organismos em algumas dessas áreas.

GH: Poderia mencioná-los e explicar as suas funções?

MP: Farei o favor e cumprirei o seu desejo. Durante a década de 1760, criou-se o Erário Régio, que geria as contas públicas, a Intendência-Geral da Polícia, que coordenava o sistema judicial, a Real Mesa Censória, que avaliava as obras publicadas, o Real Colégio dos Nobres, para os jovens nobres prepararem-se para cargos no Estado, e a Junta de Providência Literária, para reformar a universidade. No comércio, surgiu a Companhia do Grão-Pará e Maranhão e a Junta do Comércio, em 1755, para proteger os comerciantes e burgueses, que aprendiam tal arte na Aula do Comércio. Entre inúmeras outras instituições.

GH: São certamente inúmeras instituições criadas durante os seus 27 anos de governação. No entanto, algumas das suas ações importantes para o Reino, que o imortalizaram, foram mal vistas pela sociedade portuguesa.

MP: Sendo um ministro respeitado, retirei privilégios à nobreza e ao clero, centralizei poderes na coroa, castiguei motins populares. Como quando os Távoras tentaram assassinar o nosso rei, em 1758, sendo condenados a uma execução pública.

GH: Certamente horrorizou o país e até a Europa, mas também oprimiu o clero…

Os Távoras conspiraram mesmo contra D. José?

Em 1759, na Praça do Cais em Belém, os Távoras foram brutalmente executados. O Marquês de Távora, chefe de família, D. Francisco de Assis foi o último a morrer, tendo testemunhado a morte dos seus filhos, genro e criados. A sua morte junto da sua esposa, diante da corte e do rei, terminou com a incineração dos corpos. O nome da família foi proibido, a sua história apagada e a sua riqueza confiscada. A causa dessa punição teria sido a participação no atentado contra D. José em 3 de setembro de 1758. Apesar de severidade do julgamento, a culpa dos Távoras é duvidosa, visto que as confissões foram obtidas sobre tortura. O JULGAMENTO foi rápido, conforme o desejo do futuro Marquês de Pombal, Carvalho e Melo; 22 anos mais tarde, após a demissão do Marquês, a sentença foi revista e os Távoras inocentados. Apenas o DUQUE DE AVEIRO foi considerado culpado, tendo ainda sido acusado de conspirar com os jesuítas. Estes também foram punidos, alguns foram presos e outros expulsos para Roma.

Em 1761, Portugal e a igreja romana romperam relações e o padre jesuíta, Gabriel Malagrida, foi garrotado e queimado. Carvalho e Melo havia recebido o título de conde de Oeiras e em 1769 assumiu a posição de Marquês, algo inédito entre os secretários de estado da história portuguesa.

Ana Rita 8º3

MP: A eles controlei-lhes o Tribunal de Santo Ofício e, expulsei do Reino os padres jesuítas. Tanto a aristocracia como a Igreja, após tal, não se rebelaram mais.

GH: Você claramente detinha o poder do Estado.

MP: Errado, o poder pertencia a El-rei D. José, a quem mandei que lhe fosse erigida uma estátua na Praça do Comércio.

GH: Sim, podemos lhe agradecer, no seu empenho na reconstrução de Lisboa, após o terramoto de 1755. A capital ficou com as ruas geométricas e os edifícios bem protegidos com o sistema de gaiola. Como se sentiu quando o terramoto aconteceu?

MP: Para citar o General Pedro D’Almeida, Marquês de Alorna, senti que “Agora há que enterrar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos”. Esta frase é dele, mas muitos pensam que é minha. Na verdade, senti que era hora de ajudar Lisboa a ultrapassar a catástrofe.

GH: Como alguém empenhado! Muito obrigado por nos conceder esta entrevista.

MP: O prazer foi meu.

12 De Janeiro De 1759 Veredicto Os T Voras S O Culpados

É proferido o veredicto: os acusados da Casa dos Távora são considerados culpados. Precisamente um ano depois do atentado ao rei D. José, o Secretário de Estado do rei Marquês de Pombal, manda expulsar os Jesuítas de Portugal. Depois de subjugada a nobreza com o processo dos Távoras em que grande parte da nobreza influente no país foi perseguida e massacrada em praça pública, o clero, na figura dos Jesuítas seriam o próximo alvo.

..os sobreditos regulares [os Jesuítas] (…) rebeldes, traidores, adversários e agressores que estão contra a minha real pessoa e Estados, contra a paz pública dos meus reinos e domínios, e contra o bem comum dos meus fiéis vassalos (…) mandando que efetivamente sejam expulsos de todos os meus reinos e domínios. Decreto de expulsão dos Jesuítas, 1759 dos Távoras, estampa da época (1759-60).

O argumento foi o suposto conluio dos jesuítas com a nobreza no atentado contra o rei D. José I. O Duque de Aveiro e Conde de Atouguia, bem como alguns jesuítas, são acusados de cumplicidade ao atentado ao rei. Depois de já terem visto serem extintas as missões no Brasil e perderem as suas propriedades para o estado, os jesuítas são expulsos da corte em 1757. Sebastião José de Carvalho e Melo teme a influência que os religiosos têm sobre a família real.

Os colégios jesuítas são cercados por tropas e os religiosos obrigados a deixar o país.

MARCELLO José das Neves Alves Caetano, nascido em 17 de Agosto de 1906, foi o último presidente do conselho do Estado Novo, assumindo este cargo em 27 de Setembro de 1968, após a renúncia de Salazar devido à sua doença súbita. Marcello Caetano licenciou-se em Direito na Universidade de Lisboa, onde foi o primeiro a doutorar-se em Ciências Político-Económicas. O início da sua ascensão na hierarquia do estado começou em 1940 ao ser nomeado para o cargo de comissário nacional da Mocidade Portuguesa e depois, mais tarde, ministro das Colónias entre 1944 e 1947, presidente da Câmara Corporativa até 1958 e ministro da Presidência.

Declara Pombal "desnaturalizados, proscritos e exterminados" os jesuítas de todos os territórios portugueses. Esta perseguição aos jesuítas foi também prosseguida em Espanha, França e Itália. O Papa Clemente XIV, em 21 de Julho de 1773 suprime a companhia na Europa.

Claro, os bens da Companhia são todos confiscados pelo estado.

Nesse mesmo ano em 28 de Junho o rei manda afastar do ensino inteira e absolutamente os religiosos Jesuítas, em todos os seus Reinos e Domínios. Fechadas as escolas dos jesuítas abremse escolas menores, mas faltam professores para o ensino da gramática latina e da retórica e da ortografia segundo Luís António Verney. O ensino passa a ser em Português não em latim.

Pretendia o rei uma reforma que reduzisse o ensino “aos termos símplices e claros e de maior facilidade que atualmente se pratica pelas nações mais polidas da Europa”. Mais de mil jesuítas foram desembarcados nos Estados Pontifícios. Uma centena morreu nas prisões ou durante as viagens a que foram obrigados.

Quando Pombal caiu em desgraça cerca de 45 jesuítas que se encontravam ainda encarcerados em S. Julião da Barra foram então libertados.

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