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Gazeta da História

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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS Nº1 DE GONDOMAR, JULHO DE 2023

Anno Domini № 0002

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QUEM FOI ?

Carolina Beatriz Ngelo

Médica de reconhecido valor, Carolina Be- atriz Ângelo dedicou a sua curta vida à luta incessante pelos ideais em que acreditava. Aproveitando uma falha na Lei Eleitoral republicana, exigiu votar, recorrendo, para isso, aos tribunais. Foi a primeira mulher da Europa do Sul a fazê-lo, o que, só por si, lhe garante um lugar destacado na história do sufragismo.

Carolina Beatriz Ângelo nasceu na Guarda a 16 de abril de 1878 e licenciou-se em medicina em 1902. Na sua carreira profissional destaca-se a sua dissertação inaugural "Prolapsos Genitaes" (apontamentos), começando assim a sua prática de cirurgiã, feito incrível devido a ser a primeira mulher cirurgiã, tornou-se assim, na primeira mulher portuguesa a operar no hospital de São José.

A3 de Dezembro de 1902, aos 24 anos, casou-se em Lisboa com Januário Gonçalves Barreto Duarte que faleceu em 1910, ficando assim viúva e com uma filha.

Só os cidadãos portugueses com mais de 21 anos, que soubessem ler e escrever e fossem chefes de família, poderiam votar, Beatriz Ângelo, viúva e com uma filha a seu cargo exigia o seu direito de votar, no entanto, a pretensão foi indeferida e desse modo, apresentou um recurso em tribunal argumentando que a lei não excluía expressamente as mulheres.

A28 de Abril de 1911 o juiz, João Baptista de Castro, aceitou os seus argumentos e por esse motivo a 28 de maio do mesmo ano nas eleições para a Assembleia Constituinte, Carolina Beatriz tornou-se a primeira mulher portuguesa a votar. Convém acrescentar que logo em 1913, uma alteração à lei declara eleitores apenas os "cidadãos de sexo masculino".

Em Portugal, as muheres só voltariam a votar em 1961.

A primeira mulher a votar em Portugal (1911)

RÁDIO AEG1

Segunda Edição

Mitos Da Hist Ria De Portugal

AFINAL A HISTÓRIA NÃO FOI BEM ASSIM

O que foi a escola de Sagres?

HolocAusTo

Esquecer os mortos é o mesmo que matá-los pela segunda vez. Elie Wiesel, Noite

Nos anos 30, a depressão económica conduziu à crise das democracias liberais e ao aparecimento de regimes autoritários e ditatoriais, também designados de fascistas, de que o nazismo alemão é um exemplo. Com as promessas de pão e de trabalho para os cerca de 6 milhões de desempregados, Hitler chegou ao poder na Alemanha em janeiro de 1933. Este homem rodeou-se de um aparato repressivo e de violação dos mais elementares direitos humanos à liberdade e à segurança.

A Violência Racista

Oregime nazi negou os direitos e as liberdades dos indivíduos a que se sobrepunham o interesse na nação e da raça. O racismo nazi defendeu a superioridade da raça ariana, para legitimar o direito de dominar e acabar com todos os povos considerados inferiores e que podiam contaminar os que eram superiores. p. 2

ENTREVISTA HISTÓRICA A MARQUÊS DE POMBAL p. 6

OS TÁVORAS CONSPIRARAM CONTRA D. JOSÉ? VEREDICTO - OS TÁVORAS SÃO CULPADOS p. 7

Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782), oriundo da pequena nobreza, lembrado como Marquês de Pombal. Membro da Academia Real de História, prestou serviço a D. João V em Inglaterra e em Viena. p. 3

PATRIMÓNIO, MUSEOLOGIA E O ENSINO DA HISTÓRIA AFINAL QUEM FOI BARTOLOMEU DIAS

MITOS DA HISTÓRIA - ESCOLA DE SAGRES RÁDIO AEG1 p. 4

DAMIÃO DE GÓIS - TRIBUNAL DA INQUISIÇÃO HISTÓRIA AFRICANA - RAINHA NZINGA p. 5

fAzemos AlArde vivA à

dA HisTóriA!

O alarde era na idade média a revista anual às trOpas. nessa sOlene altura, peões e cavaleirOs exibiam, O melhOr que lhes era pOssível, Os seus apetrechOs de guerra. Faziam dissO alarde e daí que hOje a palavra signiFique exibir, Ostentar cOm vaidade. sim, sOmOs respeitOsamente vaidOsOs pelO trabalhO dOs nOssOs

Para garantir a pureza da raça ariana, o nazismo serviu-se de meios e práticas repressivas: eliminação dos alemães impuros; casamentos e natalidade entre arianos; adoção da prática da eugenia para aperfeiçoamento físico e mental da raça ariana (altos e robustos, louros e de olhos azuis); perseguição, marginalização e extermínio dos considerados fracos (deficientes e idosos) e degenerados (homossexuais), ciganos e eslavos; e os indesejáveis por motivos políticos (socialistas, comunistas e liberais). Contra os judeus, o racismo nazi foi muito violento. O antissemitismo espalhou-se por toda a Alemanha. Estas ideias, que não têm fundamento científico, encontram-se na sua obra “Mein Kampf” (1925-1926), redigida enquanto esteve na prisão.

H itler considerava os judeus destruidores de cultura, porque viviam no seio do povo alemão arruinando as suas virtudes rácicas e eram considerados culpados da derrota da Alemanha na 1ª Guerra Mundial e das crises económicas que se lhe seguiram. Estes sofreram na pele uma das maiores humilhações e torturas de que há memória na História da Humanidade.

As medidas repressivas e a marginalização dos judeus foram consagradas, a partir de 1933, através de leis que os obrigaram a abandonar os cargos que desempenhavam no Estado, nas universidades ou outro domínio público.

E m 1935, as Leis de Nuremberga legitimaram a perseguição aos judeus e proibiram a ligação entre judeus e alemães.

Em 1938, realizou-se a liquidação das empresas judaicas e o confisco dos seus bens. Nesse ano ficou tristemente célebre a “Noite de Cristal” (9-11 de novembro), em que foram destruídas sinagogas e lojas dos judeus. Muitos judeus foram mortos e cerca de 30 000 foram enviados para campos de concentração.

Iniciou-se a separação e o isolamento dos judeus através de várias medidas de segregação racial: 1º foram encerrados em guetos (o de Varsóvia, na Polónia, é o mais conhecido pois nele viviam cerca de 400 000 judeus em condições desumanas) e obrigados a usar a estrela amarela de 5 pontas, para identificação; a partir de 1942, foi adotada a “solução final para o problema judaico”.

Os judeus foram deportados para os campos de extermínio, de trabalhos forçados ou de morte. As carências alimentares e de higiene, as doenças, a brutalidade dos trabalhos forçados, as execuções sumárias e os massacres nas câmaras de gás fizeram parte dos seus dias. Estes campos eram administrados pelas S.S. (Secções de segurança) e pela Gestapo. Nestes campos ocorreu o genocídio de 11 milhões de pessoas. Seis milhões eram judeus. Este extermínio em massa ficou conhecido como holocausto

A libertação deste campo de concentração foi feita pelas tropoas soviéticas a 27 de janeiro de 1945. O Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto é celebrado anualmente a 27 de janeiro

OHolocausto foi uma tragédia europeia, que devemos recordar para nunca mais repetir. Esta é uma lição da história para defendermos valores como a humanidade, a democracia e o respeito direitos fundamentais.

Neste sentido, e no âmbito da História A, no dia 01 de fevereiro, juntamente com as turmas 8, 10 e 11, visitamos lugares com História, o Museu do Holocausto e a Sinagoga no Porto.

Portugueses nos campos de concentração de extermínio nazis

Fontes: https://eurocid.mne.gov.pt/eventos/dia-internacional-em-memoria-das-vitimas-do-holocausto-2020 https://www.ushmm.org/outreach/ptbr/a2z.php https://notapositiva.com/campos-de-exterminio/# https://www.dw.com/pt-br/1938-o-pogrom-da-noite-dos-cristais/a-672173

Museu Auschwitz-Birkenau | Memorial (theauschwitztours. com)

História A, 12º 9 e 10, Curso de Línguas e Humanidades

PATRIMÓNIO, MUSEOLOGIA E O ENSINO DA HISTÓRIA

DEFENDER O PATRIMÓNIO , em termos de futuro, passa, antes de mais, pela educação, pela sensibilização das jovens gerações para a preservação dos bens patrimoniais que estas palavras percebemos que a ESCOLA desempenha na sociedade um papel demasiado importante na formação cultural e cívica de cada um não só porque através do ensino são transmitidos conhecimentos, mas também porque esses conhecimentos fazem a diferença na vida individual e coletiva. Ao considerarmos o Património como bem e fonte de informação que o ser humano acumulou e vai transmitindo às gerações percebemos que o Património funciona como Memória e suporte da Identidade Coletiva. Após a II Guerra Mundial tomou-se consciência da importância que a Memória de um Povo tem enquanto elemento de coesão e enquanto elemento a preservar e valorizar como legado.

Aescola tornou-se o espaço privilegiado e fundamental neste cuidado e sensibilização. Tornou-se evidente a dependência salutar entre o que o Património pode dar à Escola e entre o que a Escola pode dar ao Património pela concretização do melhor e mais profundo objetivo do ensino que é criar cidadãos livres, conscientes e intervenientes no espaço que os acolhe.

OEnsino, e em especial o ENSINO DA HISTÓRIA , tem um papel demasiado importante para não ser levado em conta quando se formam jovens e adultos responsáveis. O ensino da História em particular fará a ponte entre o passado e o presente e deixará em aberto o futuro. Mostrará aos alunos como os legados patrimoniais permitiram ruturas e mudanças e novas perspetivas históricas. Levará os alunos a uma maior consciência do valor do bem patrimonial e o quanto ele interferiu no rumo que a História tomou. Incutirá nos alunos a sensibilidade necessária para a defesa de bens patrimoniais porque sem eles a História perde-se, desagrega-se deixa- nos órfãos de referências que nos individualizam. E é, precisamente hoje, quando a globalização nos move a um ritmo alucinante, que este enfoque nas referências torna importante a política e a educação na sociedade, de forma a não permitir esquecer o que nos identifica, o que nos une e o que devemos defender.

Noâmbito do MESTRADO EM ENSINO DE H ISTÓRIA no 3.º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário os alunos do 12.º e 8.º anos foram efetuadas aulas onde não foram descuidadas as abordagens ao Património, mas também duas visitas, uma ao Museu do Holocausto e outra a Lisboa, à Assembleia da República e à Rota de Saramago.

Estas visitas permitiram o contacto DIRETO C OM AS MEMÓRIAS e as heranças que nos definem e permitiram também aferir que o uso de estruturas culturais que acolhem património são um manancial de conhecimento histórico e artístico e permitem a consolidação de matérias lecionadas de forma interativa, emcontacto direto com a fonte e, muito importante, num ambiente onde se estimula e trabalha o espírito de grupo.

Tanto nas aulas COMO NAS VISITAS ESCOLARES , verificou-se que na defesa do Património o professor possui um papel fundamental. Fundamental para a transmissão de conhecimento, fundamental para a tomada de consciência da importância da História de um povo, fundamental para estabelecer, compreender e articular o passado e o presente e perspetivar o futuro, fundamental para o enriquecimento individual e coletivo, fundamental para motivar osjovens à conservação e preservação do património, fundamental para sermos nós,portugueses, gondomarenses, europeus e fundamental para proporcionar a muitos alunosexperiências únicas e talvez decisivas nos rumos das suas vidas.

Opatrimónio, os museus e o ensino, em especial o da HISTÓRIA , são elementos preciosos quenão devem ser descurados ou encarados como estanques na aprendizagem dos alunos e o professor é o elo de ligação que os articula, usa e valoriza.

Afinal Quem Foi

BARTOLOMEU DIAS foi um navegador português que ficou célebre por ter sido o primeiro europeu a navegar para além do extremo sul da África, contornando o Cabo da Boa Esperança e chegando ao Oceano Índico a partir do Atlântico, abrindo o caminho marítimo para a Índia. Bartolomeu Dias foi também o principal navegador da esquadra de Pedro Álvares Cabral, em 1500. cHAmo-me BArTolomeu diAs e recebi a tarefa de alcançar o Supremo Sul de África. Esta não foi uma tarefa fácil pois tive que passar pelo temido cabo das Tormentas onde já perdemos muitos homens, dizem alguns, devido a monstros marinhos que lá habitam.

Mas o meu astrolábio deu-me confiança para esta aventura, permitindo-me saber se o barco navegava na direção certa. Nunca acreditei nas lendas que descrevem o Adamastor, como um monstro do mar, e provei a todos que tal não existia e que é possível dobrar o Cabo das Tormentas com a ajuda de instrumentos de navegação.

Tudo correu como esperado, este cabo um dia terá um nome diferente, menos assustador e mais positivo. Um dia conseguiremos concretizar o desejo de encontrar uma rota para as Índias e estabelecer relações pacíficas com o rei Preste João. Em breve, voltarei para casa com a minha missão cumpri-

O QUE FOI A ESCOLA DE SAGRES?

MITOS DA HISTÓRIA DE PORTUGAL - AFINAL A HISTÓRIA NÃO FOI BEM ASSIM

A escola de Sagres teria sido um local de estudo e de investigação utilizado para promover a expansão marítima criada pelo Infante D. Henrique. Esse local de trabalho seria utilizado por cosmógrafos, geógrafos, cartógrafos, matemáticos, marinheiros e outros profissionais ligados às artes de navegar. A escola de Sagres só tinha um problema, nunca ter existido! Mas como surgiu o mito? O mito da escola de sagres surgiu no século XVI e foi criado por Samuel Purchas, que foi um clérigo e cronista inglês, que afirmou que o Infante D. Henrique teria contratado um cartógrafo para dirigir uma escola náutica.

A escola de sagres acabou por ficar famosa ao ponto de se criar uma historiografia "romântica” que defendia a existência da escola de sagres. No tempo, a aprendizagem náutica fazia-se sobretudo de forma empírica, a bordo das caravelas. A existência de uma escola de sagres é mito DA HISTÓRIA DE PORTUGAL. Gonça-

GAZETA Nome feminino

1. Jornal, periódico, folha.

2. [Figurado]Pessoa que dá notícias frescas, que está ao corrente do que há de novo.

Nuno Gonçalves - Do Politríptico de São Vicente no Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa.

3. [Informal]Falta às aulas, ao emprego ou a obrigação. Gazeio.

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